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Profª. Gabriela Favarato Linhaus – Gestão da Cadeia de Suprimentos - Estácio VV Página 1 FACULDADE ESTÁCIO DE VILA VELHA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO DISCIPLINA: GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS PR O F ª . GA B R I E L A FA V A R A T O L I N H A U S Gestão da Cadeia de Suprimentos – Profª Gabriela Favarato Linhaus Evolução da logística O processo de evolução da logística pode ser dividido em quatro fases. Primeira fase: Atuação segmentada O nascimento, por assim dizer, da logística foi na segunda guerra mundial, quando a in- dústria decidiu preencher as lacunas de demanda existentes no comércio, tais como ele- trodomésticos, automóveis, enfim. Nessa época a estocagem era o elemento chave na cadeia de suprimento, funcionava como o pulmão balanceando os fluxos, ou seja, para poder atender o cliente a qualquer hora tanto varejistas como fabricantes sempre manti- nham grandes quantidades de produto acabado em estoque, com o tempo nota-se que existem custos extras relacionados ao simples ato de manter o material parado, dessa forma a racionalização do estoque passa a ser uma importante estratégia competitiva. As empresas começaram assim a visar os grandes lotes e modos de transportá-los com o menor custo possível, cada centavo economizado era de grande valia. De acordo com o que pregava a EOQ (Quantidade Econômica do Pedido), o estoque era renovado de mo- do a reduzir a somatória que todos e quais quer custos, dessa forma, fazer o pedido era pesquisar preços e condições de suprimentos junto aos fornecedores usando dos mais diversos meios de comunicação. Tal sede por redução de custos era apenas corporativa, isso se refletia negativamente para a cadeia num todo, como por exemplo, colocar as transportadoras numa guerra de fretes com um único objetivo de conseguir fretes mais baratos. Segunda fase: Integração rígida Começa-se a pensar mais no consumidor, há um aumento massivo na oferta de produtos e opções devida maior flexibilidade dos processos manufatureiros que permitiram maior variedade sem aumento significativo no custo de produção, como resposta, houve um aumento acentuado nos estoques evidenciando uma necessidade ainda maior de raciona- lizá-los. Além disso, outro fator importante colaborou com a evolução da logística, em me- ados de 1970, com a crise do petróleo, os custos no transporte tiveram considerável au- Profª. Gabriela Favarato Linhaus – Gestão da Cadeia de Suprimentos - Estácio VV Página 2 FACULDADE ESTÁCIO DE VILA VELHA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO DISCIPLINA: GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS PR O F ª . GA B R I E L A FA V A R A T O L I N H A U S mento, com as operações logísticas encarecendo, o produto final também encarece, e para piorar, o aumento na frota de veículos acarretou em congestionamentos os quais encareceram ainda mais o transporte, a solução para não perder competitividade fora a criação de novas alternativas, como a utilização multimodal dos meios de transporte redu- zindo os custos e aproveitando melhor a capacidade ociosa nas diversas modalidades. A introdução da informática nas empresas em meados de 1960, mesmo que de forma sutil, permitiu melhor tratamento de uma série de problemas causadores de custos e atra- sos. Tudo isso induziu a racionalização do estoque, porém a peça chave para isso ser possível é o planejamento, como nessa época o setor manufatureiro era de grande influ- ência na indústria, a produção era realizada e implementada pelo setor de fabricação se- gundo próprios critérios e objetivos, geralmente alterado sem consulta às demais áreas da empresa, acarretando num excesso de estoque, visando a redução de tal efeito, fora am- pliado a abrangência do planejamento incorporando fornecedores e clientes, cada um consultava seu cliente visando prever a demanda necessária para o mês seguinte, ape- nas depois o pedido ia para a manufatura, que por sua vez transmitia a necessidade de matéria prima para o mês seguinte e assim por diante, os fornecedores recebiam as pre- visões de compras e faziam a alocação de mão-de-obra para o mês e assim por diante. Este processo, apesar de permitir melhor racionalização do estoque, permanecia sendo falho, o setor de vendas frequentemente fechava novos contratos sem consultar os de- mais setores, era frequente o atraso dos fornecedores, e a manufatura tinha dificuldades para alterar a programação e não o conseguia sem causar maiores transtornos às demais áreas. Sendo assim, a segunda fase da logística fora marcada pela busca de racionaliza- ção integrada na cadeia de suprimento, já existia certa integração, porém pouco flexível. Terceira fase: Integração flexível Na terceira fase o intercâmbio de informações entre dois elementos da cadeia de supri- mento começou a se dar por intermédio eletrônico (EDI – Intercâmbio Eletrônico de Da- dos), até então as informações eram levantadas manualmente e posteriormente digitali- zadas. Dessa forma, a partir do momento em que a informação fora liberada, não mais era possível agir sobre a operação, passando assim a ser útil apenas numa avaliação his- tórica para decisões futuras sendo inútil para correções imediatas. Profª. Gabriela Favarato Linhaus – Gestão da Cadeia de Suprimentos - Estácio VV Página 3 FACULDADE ESTÁCIO DE VILA VELHA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO DISCIPLINA: GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS PR O F ª . GA B R I E L A FA V A R A T O L I N H A U S O desenvolvimento da informática possibilitou uma integração dinâmica, de consequên- cias importantes na agilização da cadeia de suprimento. Um bom exemplo disso foi a in- trodução do código de barras que possibilitou integração flexível das vendas com o depó- sito ou centro de distribuição, fornecendo um importante mecanismo no controle dos es- toques, o funcionamento é simples, o produto passa pelo check-out e logo em seguida o sistema registra a baixa do produto no estoque, posteriormente faz-se um balanço entre demanda e estoque disponível definindo assim as remessas às lojas da empresa. Nessa terceira fase, a preocupação com a satisfação plena do cliente se torna mais evi- dente, entendendo como tal não somente o consumidor final, mais todos os elementos intermediários, que por sua vez são clientes dos fornecedores que os atendem na cadeia de suprimento. A terceira fase caracteriza-se também pela busca, aparentemente utópica, do estoque zero. A ideia desse slogan é perseguir uma contínua redução no nível de es- toque, não se satisfazendo com resultados parciais, deve haver uma busca permanente na redução dos estoques e melhoria no processo. Quarta fase: Integração estratégica (SCM) A integração deixa de ser apenas física, as empresas começam a ver a logística pelo lado estratégico, deixando de pensar nela como gerador de custo, passaram a usá-la para ga- nhar competitividade e induzir novos negócios. Com a formação de parcerias e troca de informações confidenciais, a logística passou a ser usada como elemento diferenciador na busca de novas conquistas do mercado. A razão disso foi a globalização, competição ca- da vez maior entre empresas. Um novo elemento que começou a ser bastante utilizado foi a postergação, postergar sig- nifica adiar, porém não se trata de um “atraso”, é um aproveitamento melhor dos momen- tos de ócio, é comum, por exemplo, a utilização do tempo do transporte para finalização ou acabamento de determinado produto cuja execução não necessita de uma mão de obra muito especializada, nota-se a aplicação desse método em fábricas de carros que terminam a montagem do veículo à bordo no caso de exportação para outros países, ou- tro exemplo é aindústria de roupas, para minimizar as perdas, opta-se por dar o acaba- mento final na coloração o mais próximo possível do consumidor final, pois uma vez que o produto está acabado não mais é possível alterá-lo de forma a atender a preferência do Profª. Gabriela Favarato Linhaus – Gestão da Cadeia de Suprimentos - Estácio VV Página 4 FACULDADE ESTÁCIO DE VILA VELHA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO DISCIPLINA: GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS PR O F ª . GA B R I E L A FA V A R A T O L I N H A U S público consumidor. Tais medidas se mostram bastante eficazes quanto ao just-in-time, que é o produto certo, na hora certa e no lugar certo. As “agile enterprises” (empresas ágeis) foram uma grande novidade na quarta fase da logística, são fabricantes de produtos de grande valor agregado que atuam de forma ágil, seja em marketing como também em fornecimento, elas recebem o pedido e rapidamente enviam ao cliente, o sistema de comércio pela internet se equipara a esse tipo de atuação (E-commerce). A busca contínua por maior eficiência logística acabou por congestionar importantes cor- redores e aumentar a poluição ambiental, nasceram então os termos Logística Verde e Logística Reversa, a Logística Verde mostra-se bastante preocupada com a poluição am- biental, e a Reversa com a recuperação de materiais diversos como papel, alumínio, etc. Supõe se ainda que futuramente haja exigência por um selo verde nas operações logísti- cas. Porém a maior distinção da quarta fase para as demais foi o surgimento de uma nova concepção no tratamento dos problemas logísticos, o SCM, Supply Chain Management (Gerenciamento da Cadeia de Suprimento). Na SCM a integração entre os processos continua a ser feita em termos de fluxos materiais, informação e dinheiro, porém os agen- tes participantes agora atuam em conjunto como uma única força e de forma estratégica buscando melhores resultados possíveis em forma de redução de custos, desperdícios e agregação de valor ao consumidor. Há, então, a quebra de fronteiras que separavam os diversos agentes da cadeia logística, ou seja, a separação entre fornecedores, fabricantes e varejistas já não é tão nítida, o que há é uma interpenetração de operações entre ele- mentos da cadeia. Com o aumento da concorrência entre as empresas devido à globalização, passa-se a exigir cada vez menores custos e prazos no ciclo do pedido. Para melhorar o nível de ser- viço e ao mesmo tempo reduzir custos lançaram mão da tecnologia da informação. Por outro lado abriram suas fronteiras, antes bem protegidas, e se concentraram nas suas atividades principais, ou seja, terceirizam atividades e buscam parcerias com fornecedo- res e clientes. Profª. Gabriela Favarato Linhaus – Gestão da Cadeia de Suprimentos - Estácio VV Página 5 FACULDADE ESTÁCIO DE VILA VELHA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO DISCIPLINA: GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS PR O F ª . GA B R I E L A FA V A R A T O L I N H A U S O intercâmbio de informações, mais do que nunca, é intenso na quarta fase da logística, porém suas principais distinções são: Ênfase absoluta na satisfação plena do consumidor final; Formação de parcerias entre fornecedores e clientes ao longo da cadeia de supri- mento; Abertura plena, entre parceiros, possibilitando acesso mútuo às informações ope- racionais e estratégicas; Aplicação de esforços de forma sistemática a continuada, visando agregar o máxi- mo de valor ao consumidor final e eliminar os desperdícios, reduzindo custos e aumentando a eficiência. A Volkswagen, em Resende, é um bom exemplo para essa nova concepção logística, seus principais fornecedores, simplesmente, não entregam os componentes na fábrica, elas participam do processo de fabricação, montando seus componentes nos motores e trabalhando em células na linha principal, tal integração é denominada Consórcio Modu- lar.
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