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28 NOÇÕES DE RELAÇÕES HUMANAS E ÉTICA NOVO

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1
MANUAL DO CURSO DE FORMAÇÃO DE TÉCNICOS
EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
T.T.I.
NOÇÕES DE RELAÇÕES HUMANAS E ÉTICA
2
ÍNDICE
Apresentação
Teorias das Relações Humanas
As pessoas e suas necessidades
Sociabilidade e associabilidade
Processo grupal
Estresse e conflito
O poder da comunicação
Ética: conceitos e história
Ética e Direito
Ética do Corretor
Bibliografia
3
4
5
6
7
14
15
19
21
22
28
4
O artigo 722 do novo Código dispõe que "pelo contrato de corretagem, uma pessoa, não 
ligada a outra em virtude de mandato, de prestação de serviços ou por qualquer relação 
de dependência, obriga-se a obter para a segunda um ou mais negócios, conforme as 
instruções recebidas".
O corretor tem a função de aproximar pessoas que pretendem contratar, e deverá 
aconselhar a conclusão do negócio, informando as condições de sua celebração, a fim 
de conciliar os interesses visando melhor elucidação, o professor Marco Aurélio Viana 
ressalta que "o corretor desenvolve um trabalho de intermediação, pondo o outro 
contratante em contato com pessoas que se interessam em celebrar algum contrato".
O artigo 723 estabeleceu que o corretor “é obrigado a executar a mediação com a 
diligência e prudência que o negócio requer, prestando ao cliente, espontaneamente, 
todas as informações sobre o andamento dos negócios; deve, ainda, sob pena de 
responder por perdas e danos, prestar ao cliente todos os esclarecimentos que 
estiverem ao seu alcance, acerca da segurança ou risco do negócio, das alterações de 
valores e do mais que possa influir nos resultados da incumbência".
Este dispositivo do Código Civil não foi bastante para o legislador se convencer de que, 
deste modo, estaria assegurada a tranquilidade do cliente. Em consequência, a 19 de 
maio de 2010 foi promulgada a Lei n° 12.236, ampliando a responsabilidade dos 
corretores nas transações imobiliárias. Onde se lia "O corretor é obrigado a executar a 
mediação com a diligência e prudência que o negócio requer", o complemento "que o 
negócio requer" foi suprimido. Além disto, em “deve, ainda, sob pena de responder por 
perdas e danos, prestar ao cliente todos os esclarecimentos que estiverem ao seu 
alcance, acerca da segurança ou risco do negócio, das alterações de valores e do mais 
que possa influir nos resultados da incumbência", foi eliminada a complementação "que 
estiverem ao seu alcance". 
Com essas modificações, a legislação ficou mais severa para o Corretor, que já não 
poderá argumentar, por exemplo, que determinada informação sobre o negócio não 
estava ao seu alcance, e efetivamente responderá, em qualquer instância, por qualquer 
coisa que não houver sido informada ao cliente, podendo ser processado por perdas e 
danos.
O sucesso na atividade de Corretor Imobiliário depende, primordialmente, de excelente 
relacionamento com todas as pessoas de seu círculo de atuação, cujas opiniões têm de 
respeitar acima das suas próprias opiniões. Isto requer muita compreensão dos seres 
humanos, de seus grupos, e da comunidade na qual desenvolve o seu trabalho.
TEORIAS DAS RELAÇÕES HUMANAS
As Relações Humanas têm como objetivo estudar e compreender o relacionamento 
individual e dos grupos sociais, dentro da sociedade. A sua compreensão e adoção, na 
prática de um comportamento baseado em orientações científicas, fazem com que os 
indivíduos, grupos ou empresas se sobressaiam de forma mais eficaz no processo de 
5relacionamento.
4 
A redação anterior dava margem à interpretação de que o corretor só prestaria as informações do negócio se 
fosse solicitado, podendo omitir as que não fossem questionadas, sem responder por danos. Agora, a nova 
redação do artigo 723 diz claramente que o corretor está obrigado a levantar e repassar todas as informações da 
transação para as partes envolvidas no negócio, sob pena de responder pelos danos causados.
5
 CAPRI – “Psicologia das Relações Humanas” – Niterói, s.d. pág. 6
3
APRESENTAÇÃO
São objetivos deste conteúdo, integrante da grade mínima de competências a serem 
adquiridas pelos estudantes do curso profissionalizante de Formação de Técnicos em 
Transações Imobiliárias estabelecida pela Resolução Cofeci n° 717/2001: 
• Introduzir e contextualizar o aspirante à carreira de Corretor de 
Imóveis/Técnico em Transações Imobiliárias nos fundamentos ético-
filosóficos.
• Oferecer fundamentação teórico-prática sobre a função do conhecimento no 
contexto pessoal, profissional e social. 
• Desenvolver senso crítico indispensável ao exercício da cidadania. 
O profissional em transações imobiliárias desenvolve atividades que a todo o momento 
exigem maiores habilidades e capacidade intelectual, sendo-lhe necessário, portanto, 
comportamento dinâmico e sensibilidade para adaptar-se às mais variadas situações. 
Ao apresentar o imóvel ao cliente, que é uma criatura ética, social, política, econômica e 
psicológica, é imprescindível que ele detenha completo domínio do assunto e do 
objetivo que pretende atingir — a comercialização, processo no qual tem assegurada, 
por força da legislação, não só a participação, como e principalmente a exclusividade 
para a venda e a locação¹. É importantíssimo ainda frisar que o Corretor Imobiliário é 
possuidor do título de "Técnico em Transações Imobiliárias", o qual deve ser obtido em 
curso especializado.
O Novo Código Civil Brasileiro, que entrou em vigor no dia 11 de janeiro de 2003, 
prestigiou ainda mais o Corretor ao exigir, nas transações imobiliárias, a lavratura, de 
forma clara e objetiva, de um contrato contendo os pontos mais marcantes da transação 
a ser feita entre o proprietário do imóvel e o Corretor, fixando honorários e autorizando o 
recebimento de valores iniciais, honorários e demais valores autorizados, como 
anúncios e outras despesas contratuais.²
Deve-se salientar, a propósito, que o Código Civil de 1916, que vigorou até o início de 
2003, nada dispôs em seus 1807 artigos sobre o contrato de mediação ou, como é 
também denominado, contrato de corretagem. O Código Comercial³ de 1850 foi o 
primeiro diploma legal a tratar da corretagem, porém em nenhum momento disciplinou 
sobre o contrato, limitando-se a regulamentar, em caráter geral, a profissão dos mais 
diversos corretores, abordando em seus artigos 36 a 67, seus direitos e suas 
obrigações. Uma lacuna legal fora deixada pelo Código Comercial e pelo Código Civil 
de 1916 quanto ao Contrato de Corretagem, a qual somente foi sanada pelo novo 
Código Civil promulgado pela Lei 10.406.
¹ Lei Nº 6.530 de 12 de maio de 1978 e decreto Nº 81.871 de 29 de junho de 1978. V. site do Sindimoveis Est. RJ
² ANTUNES JUNIOR, Antonio Carlos. Contrato de corretagem no novo Código Civil. Jus Navigandi, Teresina, ano 
8, n. 64, 1 abr. 2003. Disponível em: http://jus.uol.com.br/revista/texto/3901. Acesso em: 9 jan. 2011. 
³ Lei Nº 556, de 25 de junho de 1850.
5
A Teoria das Relações Humanas é basicamente produto de um movimento de reação e 
de oposição à Teoria Clássica da Administração, idealizada pelo engenheiro de minas 
francês Henri Fayol que, nas décadas de 20 e 30 do século passado, tornou-se um dos 
teóricos clássicos da Ciência da Administração, principalmente através do livro 
“Administration Industrielle et Générale Prévoyance - Organisation - Commandement, 
Coordination – Contrôle”. 
A Teoria das Relações Humanas surgiu nos Estados Unidos como consequência 
imediata das conclusões da experiência de Elton Mayo em Hawthorne. Uma das 
contribuições desta teoria foi o desenvolvimento da abordagem Gestão Administrativa 
ou processo administrativo, que mencionou pela primeira vez em administração como 
disciplina e profissão. Outra de suas contribuições foi a identificação dasquatro funções 
da Administração: Planejar, Organizar, Controlar, e Coordenar.
Em contraposição às teorias de Fayol, nos Estados Unidos Elton Mayo realizou de 1927 
a 1932, um trabalho entre os 40 mil empregados da Western Electric, que ficou 
conhecido como “Experiência de Hawthorne”, com o objetivo de detectar a maneira pela 
qual fatores ambientais - como a iluminação do ambiente de trabalho - influenciavam a 
produtividade dos trabalhadores. Esta experiência logo se estendeu ao estudo da 
fadiga, dos acidentes no trabalho, da rotação de pessoal e do efeito das condições 
físicas de trabalho sobre a produtividade dos empregados. Os pesquisadores 
americanos constataram, principalmente, que variáveis de natureza psicológica 
interferiam nos resultados da experiência e possibilitou aos funcionários mostrar suas 
angustias mais frequentes.
As pessoas e suas necessidades
Os estudos evoluíram para o delineamento dos princípios básicos da Escola das 
Relações Humanas, que introduziu uma nova linguagem no repertório administrativo, 
passando-se a falar em motivação, liderança, comunicação, organização informal, 
dinâmica de grupo etc. 
A felicidade humana passou a ser vista sob um ângulo completamente diferente: o 
“homo economicus” cedeu lugar ao homem social. A ênfase nas tarefas e na estrutura 
foi substituída pela ênfase nas pessoas.
A experiência de Elton Mayo demonstrou que o pagamento, ou recompensa salarial, 
não é o único fator decisivo na satisfação do trabalhador, e que o homem é muito 
motivado por recompensas sociais simbólicas e não-materiais, que atendam 
principalmente às seguintes necessidades: 
 
a) Fisiológicas – necessidades vitais ou vegetativas, relacionadas com a 
sobrevivência do indivíduo, que exigem satisfação periódica e cíclica. As principais 
necessidades fisiológicas são as de alimentação, sono, atividade física, satisfação 
sexual, abrigo e proteção contra os elementos e de segurança física contra os perigos.
b) Psicológicas – necessidades exclusivas do homem, aprendidas e adquiridas no 
decorrer da vida e que representam um padrão mais elevado e complexo. Raramente 
são satisfeitas em sua plenitude.
c) Autorrealização – Produto da educação e da cultura, as quais, como as 
necessidades psicológicas, raramente são satisfeitas em sua plenitude, pois o homem
6
procura gradativamente maiores satisfações e estabelece metas crescentemente 
sofisticadas. A necessidade de autorrealização é a síntese de todas as outras 
necessidades. É o impulso de cada um realizar o seu próprio potencial, de estar em 
contínuo autodesenvolvimento no sentido mais elevado do termo.
A Teoria das Relações Humanas desencadeou estudos sobre o moral e a atitude, 
acentuando que o moral é um conceito abstrato, intangível, porém perfeitamente 
perceptível. Trata-se de uma decorrência do estado motivacional, uma atitude mental 
provocada pela satisfação ou não satisfação das necessidades dos indivíduos.
6Sociabilidade e associalidade
Conviver é “viver com”. Consiste em partilhar a vida, as atividades com os outros. Em 
todo grupo humano existe a necessidade de conviver, de estar em relação com outros 
indivíduos. Além disso, a convivência é também formativa, pois ajuda no processo de 
reflexão, interiorização pessoal e auto-regulação do indivíduo. 
O homem começa a ser pessoa quando é capaz de relacionar-se com os outros, 
quando se torna capaz de dar e receber e deixa o egocentrismo dar lugar ao 
alterocentrismo. A capacidade de estabelecer numerosas pontes de relacionamento 
interpessoal é considerada pelos estudiosos do comportamento como um dos 
principais sinais de maturidade psíquica. 
Pelo fato de vivermos em sociedade, oferecemos aos outros uma imagem de nós 
mesmos, assim como formamos conceito sobre cada uma das pessoas que 
conhecemos, ou seja, cada um de nós tem um conceito das pessoas que conhece e 
cada uma delas tem um conceito de nós. Assim como depositamos em cada pessoa 
conhecida um capital de estima maior ou menor, temos com ela também a nossa cota, 
de acordo com o nosso desempenho pessoal e social. 
De acordo com Fritzen (1998), a sociabilidade e a associalidade são as duas formas 
básicas de estabelecer relação com o meio. Não se imagine que associabilidade seja o 
7oposto de sociabilidade . 
Sociabilidade quer dizer “característica do que é sociável” e “prazer de levar vida em 
comum, inclinação a viver em companhia de outros; socialidade”; já Associabilidade é 
“qualidade, condição ou estado do que é ou de quem é associável”, e o adjetivo 
associável significa “passível de ser associado”. 
A sociabilidade faz parte da natureza humana: é a necessidade de comunicação ativa e 
passiva que se manifesta no indivíduo desde o seu nascimento. A sociabilidade vai 
depender das circunstâncias, do ambiente, no nível de participação da pessoa em nível 
social.
Existem pessoas mais abertas e extrovertidas, que comunicam com facilidade suas 
impressões e estão sempre dispostas a receber as mensagens dos outros. São as 
pessoas que consideramos comunicativas e sociáveis.
6
 Baseado em Apostila-Relacões-Interpessoais-e-Etica-Profissional - www.scribd.com/.../
7
 O oposto de sociabilidade é insociabilidade, assim como o oposto de sociável é insociável.
8
8A dinâmica dos grupos
O grupo se caracteriza pela reunião de um número variável de pessoas com um 
determinado objetivo, compartilhado pelos seus membros, que podem desempenhar 
diferentes papéis para a execução desse objetivo.
No campo teórico pode-se definir o grupo como um todo dinâmico, o que significa que 
ele é mais que a soma de seus membros, e que a mudança no estado de qualquer 
subparte modifica o grupo como um todo. 
Em nossa sociedade, as pessoas vivem em campos institucionalizados e, em alguns 
casos, a institucionalização nos obriga a conviver com pessoas que não escolhemos. 
Essa forma de convívio que independe de nossa escolha é chamada de solidariedade 
mecânica, e o convívio escolhido é chamado de solidariedade orgânica. 
Quando um grupo se estabelece, os fenômenos grupais passam a atuar sobre as 
pessoas individualmente e sobre o grupo, ao que chamamos de processo grupal.
A fidelidade de seus membros, o grau de aderência às regras de manutenção do grupo, 
é chamada de coesão grupal. Grupos com baixo grau de coesão tendem a se dissolver. 
Os motivos individuais são importantes para a adesão ao grupo, mas as diferenças 
individuais serão admitidas desde que não interfiram nos objetivos centrais do grupo ou 
suas características básicas. 
Os objetivos do grupo irão sempre prevalecer aos motivos individuais e, quanto mais o 
grupo precisar garantir sua coesão, mais ele impedirá manifestações individuais que 
não estejam de acordo com seus objetivos. Para Minicucci, o aprendizado do trabalho 
social de grupo é a primeira meta do trabalho grupal. O indivíduo tem de experimentar, 
errar, aprender, até que se comporte adequadamente e, para atingir esse 
desenvolvimento, conta com a colaboração dos outros. 
Tipos de grupos 
Alguns tipos de grupos podem ser caracterizados, de acordo com os objetivos de seus 
membros: 
Grupo de Treinamento 
- ênfase no aprimoramento das habilidades
- assunto de discussão não definido
- é um processo de desenvolvimento
- visa à aprendizagem
De maneira geral, um grupo de treinamento ou desenvolvimento visa auxiliar seus 
participantes a imprimir mudanças construtivas em seu “eu” social, através da análise 
das experiências presentes e imediatas. 
Grupo de Terapia 
- ênfase no trabalho interior
8
 MINICUCCI, Agostinho. Dinâmica de Grupo – Teorias e Sistemas, e BOCK, Ana Maria et alii.- Psicologias.
7
Outras pessoas são mais tímidas e introvertidas, propensas a reaçõesde fechamento e 
de reserva, que sentem dificuldades na comunicação e podem mostrar-se inseguros 
até mesmo diante de suas próprias possibilidades. Há pessoas mais seletivas, que 
sentem dificuldade de extrapolar o círculo familiar, restringindo suas relações a pessoas 
próximas e em número reduzido; assim como existem pessoas que manifestam 
características de dominação, que gostam de impor sua vontade aos demais. 
Enfim, os estilos e formas de sociabilidade variam muito e também dependem das 
situações, sendo necessário, para a boa relação interpessoal, certa disposição de 
ânimo e interesse pelo outro: ver e ser visto, escutar e ser escutado, compreender e ser 
compreendido. 
Processo grupal
Um grupo é composto de pessoas, mas não equivale à soma dos indivíduos, possuindo 
uma realidade distinta e características peculiares. Neste são produzidos vários 
fenômenos psicossociais a partir de ações que os favorecem. 
Participar de um grupo não significa ter as mesmas idéias, mas participar de uma 
construção conjunta, consensual, pressupondo a necessidade de abertura às idéias 
alheias e capacidade de aceitação. 
Todo indivíduo chega a um grupo com necessidades interpessoais específicas e 
identificadas, não consentindo em integrar-se até que certas necessidades 
fundamentais são satisfeitas pelo grupo. 
Três necessidades interpessoais são consideradas básicas para esse processo de 
integração: necessidade de inclusão, de controle e de afeição. 
A necessidade de inclusão define-se pela ansiedade experimentada pelo membro novo 
de um grupo quanto a se sentir aceito, integrado, valorizado por aqueles aos quais se 
junta. Esta é uma fase importante para estabelecer confiança e sentimento de 
“pertencer”, resultando em aumento da estima e confiança pessoal. 
Uma vez satisfeita esta necessidade de inclusão, a atenção do indivíduo se dirige para a 
influência e o controle, consistindo na definição, pelo próprio indivíduo, de suas 
responsabilidades no grupo e também as de cada um dos que o formam, ou seja, sentir-
se responsável por aquilo que constitui o grupo, suas estruturas, suas atividades, seus 
objetivos, crescimento e progresso. 
Satisfeitas as primeiras necessidades de inclusão e controle, o indivíduo confronta-se 
com as necessidades emocionais de afeição, que consiste em obter provas de ser 
valorizado, estimado e respeitado pelo grupo, não apenas pelo que tem a oferecer, mas 
pelo que é, como ser humano.
9
- membros com problemas de comportamento
- razões íntimas que analisam por que a pessoa age de certa maneira 
- análise da razão de os problemas íntimos tolherem a atuação do indivíduo em 
grupo. 
O grupo de terapia trabalha com indivíduos com problemas de ajustamento, levando-os 
a descobrir seu “eu” íntimo e trabalhando com aqueles problemas que inibem o 
comportamento normal do indivíduo em grupo. 
Grupo de Aprendizagem 
– motivado pela necessidade de aprender com os demais, de partilhar com os 
outros nossas ideias, sentimentos, de conseguir melhor entrosamento com as pessoas 
e com o mundo que nos rodeia. Objetivo = superação individual. Ex: grupos de estudo, 
grupos de análise etc. 
Grupo de ação 
– nasce da necessidade de colaboração com os outros nas decisões e no 
planejamento de certos tipos de trabalho que não podem ser executados 
individualmente. Objetivo = produtividade coletiva. Ex: grupos de mutirão, campanhas 
humanitárias etc. 
De modo geral, os indivíduos entram em determinado grupo para satisfazer a duas 
classes básicas de necessidade: de aprender e de atuar com os outros. Embora haja 
predominância de uma ou outra necessidade, não é possível falar em grupos puros, 
seja de aprendizagem, seja de ação. 
Grupo Operativo 
Pichon-Rivière desenvolveu uma abordagem de trabalho em grupo 
denominada “grupos operativos”. Esse tipo de grupo caracteriza-se por estar centrado 
de forma explícita em uma tarefa específica. O grupo operativo configura-se como um 
modo de intervenção, organização e resolução de problemas grupais. A técnica 
operatória (operativa) nasce, assim, para instrumentar a ação grupal e caracteriza-se 
por estar centralizada na tarefa. O conjunto de integrantes do grupo aborda as 
dificuldades que se apresentam em cada momento da tarefa, logrando situações de 
esclarecimento. Sejam quais forem os objetivos propostos aos grupos (diagnóstico 
institucional, aprendizagem, planificação, criação, etc.), a finalidade é que seus 
integrantes aprendam a pensar em uma co-participação do objeto do conhecimento, 
entendendo que pensamento e conhecimento não são fatos individuais, mas produções 
sociais 
Grupo de Trabalho ou de Tarefa 
- ênfase na tarefa 
- visa à solução de problemas 
- preocupa-se com a execução 
- tem objetivos e metas finais definidos. Um grupo de treinamento visa mudar 
as maneiras de agir, os processos, a prática de seus membros, nunca realizar uma 
tarefa predeterminada, com objetivos estabelecidos e com a perspectiva de uma 
execução. 
Quando se fala de grupo de trabalho ou de tarefa, se refere a grupos pequenos e 
restritos, destinados a resolver problemas ou a executar tarefas. Há neste tipo de grupo 
comportamentos, atitudes, interações e motivações funcionais que o distinguem do 
grupo de formação. Para que o grupo funcione com a competência necessária para 
executar a tarefa, é preciso que seus elementos atinjam um mínimo de maturidade
10
social, aptidão que os leve a se integrarem e capacidade de desenvolver 
comportamentos de lealdade para com seus companheiros de equipe. 
Podemos também dizer que um grupo de trabalho é a união de duas ou mais pessoas 
que interagem umas com as outras e dividem algumas tarefas, visando objetivos 
interrelacionados. O conceito de papel subentende que nem todas as pessoas em um 
grupo têm a mesma função ou propósito; seus encargos e responsabilidades são 
diferentes. 
Os papéis começam a ser delineados no grupo com a distribuição de tarefas e a 
assunção de papéis informais. Os papéis acentuam-se principalmente quando o 
indivíduo não é aceito pelo grupo, e utiliza mecanismo de regressão (agressivo, 
colaborador, mimado, chorão, resmungão, retardado, sonolento). À medida que esses 
papéis forem se diluindo com a interação, a atividade se dirigirá cada vez mais para a 
tarefa. 
Quando se verifica a aceitação incondicional, recíproca e individual pelo líder, o grupo 
começa a integrar-se e aparecem os chamados papéis sociais (reforçador, mediador, 
informador, opinativo). O líder, oportunamente, exercerá cada um desses papéis e dará 
oportunidade para que cada um possa também desempenhá-los, estabelecendo um 
clima de grupo cooperativo e solidário. 
Quaisquer que sejam os objetivos do grupo, ele não deve ser considerado um 
organismo fechado em si, pois está inserido em um contexto social com o qual mantém 
ligações. O grupo nunca pode esquecer a comunidade à qual está ligado, pois ela 
condiciona seu funcionamento e traça parte de suas características. 
Existe uma crença sobre o desempenho de o grupo ser superior ao individual em muitas 
tarefas, crença essa baseada na noção de que algo surge da interação entre as 
pessoas, possibilitando que o grupo seja melhor do que a soma de seus membros. 
Crescimento do grupo 
O desenvolvimento de um grupo de tarefa passa por fases em sua meta de integração, 
que acontece quando se constitui num todo (gestalt) na união de seus elementos. 
Há três fases a serem consideradas: 
1. Individualista – no início os elementos do grupo tendem a se auto-afirmar 
como indivíduos, como decorrência da necessidade de aceitação. Quando as pessoas 
se conhecem melhor, passam a aceitar-se reciprocamente. 
2. Identificação – nesta etapa o grupocomeça a fragmentar-se em subgrupos, 
que surgem essencialmente nos momentos de decisão, reunindo pessoas que 
compartilham idéias, apreensões, etc. 
3. Integração – quando os indivíduos se sentirem aceitos e tiverem certeza de 
que suas decisões serão levadas em consideração, o grupo começará a integrar-se, 
sendo alguns critérios são altamente significativos para a integração: 
a) Comunicação autêntica – quando os membros já estabeleceram uma 
linguagem comum. A comunicação hierarquizada, de subordinação, cria no grupo 
bloqueios e filtragens, gerando mal-entendidos, conflitos de prestígio, decorrendo daí 
uma integração artificial e comprometida.
12
acolhimento e aceitação ou de rejeição e indiferença. O homem é um ser altamente 
perceptivo e certamente percebe os seus semelhantes em atitudes favoráveis e 
desfavoráveis à sua pessoa também pela linguagem do corpo. 
Está aí parte da explicação das causas de simpatia e antipatia que sentimos diante de 
novas relações humanas. Quando a linguagem do corpo de alguém nos transmite 
conflito com os nossos interesses, sentimos a desarmonia ao nosso redor, e isso nos 
impele a adotar uma postura rígida, a nos isolarmos dentro do grupo, ou a 
manifestarmos desaprovação e agressividade, entre outras reações. A reação de cada 
indivíduo em um contexto desfavorável – seja no meio social ou de trabalho – vai ser 
fortemente influenciada pela sua forma de “ser” no mundo, ou seja, por suas 
características de personalidade.
O relacionamento com as outras pessoas tem uma grande influência na nossa 
personalidade. Permutamos imagens significativas com os outros, e de todos eles 
tiramos idéias comuns que também unificam nossas ações. 
As relações interpessoais constituem a medula da vida. Elas formam e mantêm a nossa 
identidade pessoal. O “eu” toma consciência de si mesmo, de sua identidade original 
pelo apelo do outro, e a rede de comunicações tecida com os outros nos leva a 
desenvolver as nossas potencialidades por toda a vida. 
A influência da personalidade 
O vocábulo “personalidade” se origina de “persona” ou “personare”, que na língua latina 
significava “soar através”, expressão que se referia à máscara que os atores do antigo 
teatro grego utilizavam para caracterizar as personagens que representavam. Assim, 
no senso comum, permanece a ideia de que personalidade é aquilo que é refletido, que 
é mostrado por meio dos papéis sociais que as pessoas desempenham. 
Uma definição hoje amplamente aceita de personalidade é como um conjunto de traços 
e características singulares, típicas de uma pessoa, que os distinguem das demais. 
Esse conjunto abrange, necessariamente, a constituição física, alicerçada nas 
disposições hereditárias, os modos de interação do indivíduo com o mundo; seus 
hábitos, valores e capacidades; suas aspirações; seus modos de experimentar afetos e 
de se comportar em sociedade e maneira peculiar de lidar com o mundo, incluindo as 
defesas para se proteger das pressões e ajustamento ao contexto social, constituindo 
um estilo de vida próprio. 
Assim sendo, a personalidade diz respeito à totalidade daquilo que somos, não apenas 
hoje, mas do que fomos e do que aspiramos ser no futuro. Implica, também, que esse 
modo de ser só pode ser entendido dentro de um contexto sócio-histórico, geográfico e 
cultural. Concebida como o conjunto de traços psicológicos com propriedades 
particulares, relativamente permanentes e organizados de forma própria, a 
personalidade se revela na interação do indivíduo com o meio. Cada pessoa tem um 
padrão único de características de personalidade, existindo uma consistência 
psicológica que perdurará, permitindo uma identificação e uma organização de traços 
psicológicos que interagem entre si. 
A caracterização da personalidade é uma inferência do comportamento observável. 
Uma característica de personalidade é a predisposição ou tendência de uma pessoa se 
comportar de determinado modo em situações diferentes. As características de
11
b) Alto grau de coesão – o grupo se torna coeso quando os elementos estão 
capacitados a participar integralmente das atividades do grupo, surgindo o sentimento 
de “pertencer a”. 
Quando o grupo desenvolve uma comunicação espontânea e adquire coesão, ele se 
torna de tal forma solidário em função da tarefa que a entrada ou saída de um elemento 
não alteram e não ameaçam a integridade do grupo. A coesão expressa um sentimento 
de responsabilidade de grupo e amizade e entre os membros. As normas são mais 
observadas e fiscalizadas em grupos informais, e as pressões referentes às normas 
tendem a produzir acordo. 
Grupos nas empresas 
Dentro de uma organização, é a divisão do trabalho basicamente responsável pela 
formação de grupos. Entre as características básicas do grupo encontram-se metas, 
coesão, normas e acordo.
A meta principal e formal do grupo será derivada de metas formais da organização; a 
participação no delineamento das dessas metas resulta em aumento de motivação. 
a) Normas – regras informais ou padrões de conduta segundo os quais o grupo 
se desenvolve e aos quais se espera que os membros juntem-se. 
b) Grupos formais – são os criados pela organização formal. Podem ser 
permanentes ou temporários. 
c) Grupos informais – surgem espontaneamente. Podem ser verticais ou 
horizontais. Os verticais são alianças recíprocas entre pessoas formalmente desiguais 
e os horizontais cruzam as linhas departamentais. 
As normas são regras de comportamento informais aceitas pelos membros de um grupo 
de trabalho, podendo englobar desde a vestimenta até a forma de falar e se comportar 
na organização. As normas podem ter grande influência no comportamento individual, e 
a determinação de objetivos é uma boa forma de fazer com que os grupos adotem 
normas consistentes com o bom funcionamento da organização. 
O líder deve contrabalançar as exigências da tarefa e o apelo das necessidades 
interpessoais. Neste conflito, convém distinguir as pressões para a conformidade e a 
uniformidade. É importante a atuação de um líder catalisador com elevada capacidade 
de coordenação das atividades do grupo, que deve ser capaz de sensibilizar os 
membros para as exigências da tarefa e fazer sentir a necessidade e primazia destas 
sobre a satisfação das necessidades interpessoais. 
Sempre que um grupo diverso de pessoa se reúne para trabalhar em equipe, suas 
idéias sobre como realizar o trabalho serão diferentes. Provavelmente haverá conflito. 
Para a maioria das pessoas o conflito não é uma experiência positiva, porque se sentem 
incomodadas, mas não deveria ser assim. Quando as pessoas compreendem que é 
possível transformar o conflito em oportunidade, o trabalho não é interrompido, mas é 
necessário que exista cooperação e confiança entre os membros do grupo para que a 
energia resultante do conflito gere bons resultados. Quando os membros da equipe 
confiam uns nos outros, o conflito torna-se uma oportunidade para estimular novos 
pensamentos e idéias criativas. 
Os mais respeitados especialistas observam que o indivíduo no grupo sempre 
influencia e é influenciado, não só pelas palavras ditas oralmente, mas também pelas 
palavras não ditas, traduzidas em gestos e posturas de aprovação e desaprovação, de
14
As condições que produzem frustração combinam motivos e desejos em direção a um 
objetivo, com incapacidade de perceber os meios para alcançar os objetivos. As 
reações psicológicas às frustrações são geralmente manifestadas por raiva e 
agressividade. O medo e a ansiedade são também reações à situação de frustração, e 
provocam um outro tipo de dificuldade: o indivíduo sente que sua integridade 
psicológica, auto-estima e competência estão em risco e canalizasuas energias para se 
proteger. Ocorre neste caso, segundo Freud, a elaboração inconsciente de formas de 
diminuição da ansiedade, chamadas por ele de mecanismos de defesa. Quando a 
situação de estresse é muito intensa, os mecanismos de defesa não conseguem operar 
e o indivíduo é levado ao desajustamento e até mesmo a um colapso psicológico. 
As características de personalidade dos membros da organização também influenciam 
a estrutura da organização, tanto mais fortemente quanto á posição que esses 
indivíduos ocupem na hierarquia organizacional. 
As organizações com estruturas burocráticas exercem constante pressão para tornar 
seus membros metódicos e disciplinados, exigindo alto grau de conformidade com os 
padrões de comportamento estabelecidos, observando-se o desenvolvimento de 
características conformistas desses indivíduos: os indivíduos mais comprometidos com 
o poder e o status conformam-se mais, pois seus valores e motivos básicos os levam a 
adaptar seus sentimentos, pensamentos e ações às demandas do contexto social. A 
influência da estrutura organizacional sobre a personalidade dos indivíduos será maior 
ou menor, dependendo de suas próprias características de personalidade, sendo o 
impacto das forças da estrutura social na personalidade menos significativo quando os 
indivíduos centram seus objetivos e valores individuais na independência intelectual, 
auto-realização e liberdade pessoal. Essas forças internas, que emanam da 
personalidade, representam a tentativa do indivíduo para estruturar sua realidade social 
e definir dentro dela o seu lugar. 
Estresse e conflito
Muitas condições diferentes no trabalho podem ser indicadas como fatores 
estressantes, porém algumas delas são destacadas, como a ambiguidade e conflito de 
papéis. A ambiguidade do papel indica até qual ponto os funcionários têm certeza sobre 
quais são suas funções e responsabilidades no trabalho, e o conflito de papel surge 
quando a pessoa experimenta uma incompatibilidade quanto às demandas do trabalho 
ou entre o trabalho e outros aspectos de sua vida. Resultados de pesquisas feitas sobre 
esses fatores mostraram que eles estavam associados a baixos níveis de satisfação no 
trabalho e altos níveis de ansiedade/tensão. 
9 Spector utiliza o termo “estafa” para se referir à situação de desgaste psicológico que 
um funcionário pode experimentar, envolvendo baixa motivação, depressão e pouca 
energia e entusiasmo no desempenho das funções, o que ocorre com frequência com 
funcionários em trabalho intenso com outras pessoas. 
Essa exaustão emocional, um sentimento de cansaço e fadiga no trabalho, que pode 
evoluir para indiferença e hostilidade com relação aos outros, e baixa motivação e baixo 
desempenho, basicamente corresponde ao que hoje é conhecido como “burnout”. A 
maioria das pessoas aprendeu a reconhecer os períodos de estresse
9
 SPECTOR, Paul E - . Psicologia nas organizações
13
personalidade podem ser importantes porque certas classes de comportamento são 
relevantes para o desempenho no trabalho e outras para as organizações. 
O comportamento do indivíduo resulta de uma interação de suas características 
psicológicas (forma própria de organização) com o meio externo, observando-se que 
determinados traços psicológicos de um indivíduo mostram-se mais relevantes em 
situações específicas, e que a organização desses traços pode ser modificada na 
interação com o meio. 
Cada indivíduo possui diferentes traços que predominam em determinadas situações, o 
que faz ressaltar a importância do contexto social no qual este está inserido, 
considerando, ainda, que alguns traços são considerados positivos ou negativos 
conforme o seu grupo social. As próprias características psicológicas do indivíduo 
podem ser modificadas e desenvolvidas, conforme influência do meio. 
A maioria das pessoas tem uma “teoria implícita” a respeito da personalidade humana, 
isto é, um conjunto de crenças e inferências acerca da personalidade dos outros. Em 
geral, a partir de um traço atribuído, faz-se inferência de muitos outros, sem qualquer 
informação a respeito. Por exemplo, ao inferir que uma pessoa é inteligente, 
possivelmente outros atributos como “competente”, “criativo”, “eficiente” e outros traços 
não necessariamente relacionados serão atribuídos ao indivíduo. Essa tendência de 
alastrar a positividade ou negatividade é chamada pelos estudiosos de efeito de halo. 
Supõe-se que as categorias que compõem a teoria implícita da personalidade se 
formam em função das características que cada um julga importantes, estando 
implicada neste caso a questão da complexidade cognitiva. Ou seja, quanto mais 
maduro e complexo o indivíduo, ou mais sofisticado cognitivamente, possivelmente 
mais apto estará para apreciar as muitas dimensões e paradoxos da personalidade 
individual. 
A teoria implícita da personalidade pode ser constatada pela existência de idéias 
largamente compartilhadas a respeito de grupos étnicos (negros, índios, japoneses 
etc.), grupos profissionais (advogados, médicos etc.) ou outros tipos de grupos. Trata-
se de uma supergeneralização de uma característica para toda uma categoria ou grupo 
de pessoas, provavelmente vinculada aos sistemas de crenças e valores dominantes, 
denominada estereótipo. Em se tratando de uma generalização, o estereótipo se 
constitui em uma grande fonte de erros na percepção social, utilizado, no entanto, por 
muitas pessoas para perceber as outras. 
Embora relativamente estável, a personalidade sofre a influência e interage com o meio, 
podendo os traços psicológicos ser desenvolvidos, reorganizados e modificados a partir 
do contexto em que vive o indivíduo. 
O meio pode favorecer ou impedir o ajustamento emocional das pessoas, podendo-se 
distinguir três tipos principais de barreiras ao ajustamento do indivíduo:
-situacionais: impedimentos/obstáculos que dificultam a ação do indivíduo em 
dado momento/contexto.
-interpessoais: obstáculos/impedimentos criados por pessoa (as) ao 
desenvolvimento de uma ação do indivíduo.
-intrapessoais: podem estar relacionados a uma condição física
(deficiência, p. ex.) ou a um conflito pessoal que o indivíduo esteja experimentando.
16
Normalmente ouvimos apenas o que queremos, e “filtramos” as comunicações que 
entram em conflito com hábitos, costumes e ideias arraigados. A distorção na 
comunicação se dá também em razão da forma como avaliamos a fonte emissora, o 
nível de confiança que temos nela. Outras causas de distorção podem originar-se da 
forma como percebemos os fatos, as pessoas e os estímulos, bem como da emoção 
que estamos experimentando no momento de receber a mensagem. 
De acordo com Minicucci, há frequentemente um conteúdo não - manifesto em muitas 
comunicações, que precisamos ter a sensibilidade de entender. Há um conteúdo 
informativo, lógico, manifesto numa comunicação e um conteúdo latente, afetivo, 
emocional, psicológico. As comunicações face a face são superiores às escritas, 
porque dá oportunidade para perceber além da mensagem, e a interrelação torna-se 
mais completa.
O processo de comunicação pode ser definido de uma forma mais simplificada como 
uma atividade humana caracterizada pela transmissão e recepção de informações 
entre pessoas ou, ainda, como o modo pelo qual se constroem e se decodificam 
significados a partir das trocas de informações geradas. Em ambos, o processo de 
comunicação sinaliza, ao mesmo tempo, um comportamento instrumental e uma 
atividade simbólica resultante da interação social. 
Dessa definição decorre um aspecto essencial: só há um processo de comunicação 
quando de alguma forma o conteúdo da mensagem é interpretado pelo receptor, ou 
seja, quando é observada uma respostaao efeito da mensagem. Enviar uma carta ou 
deixar uma mensagem num gravador de chamadas não é comunicar, mas sim transmitir 
informação. Assim, "só haverá comunicação se, de alguma forma, o receptor indicar ao 
emissor que recebeu a informação que lhe foi enviada, e isso só ocorre pelo envio de 
informação em retorno (feedback)”. 
A descrição clássica do processo de comunicação define um emissor ativo e um 
receptor passivo integrantes de um processo intencional que tem como objetivo 
persuadir através de seu conteúdo. Esse modelo clássico, centralizado no emissor e na 
relação estímulo-resposta, é perceptível no tratamento dado às comunicações nas 
organizações. Ele pode ser verificado na medida em que o processo de comunicação 
fica limitado à sua utilidade persuasiva, como se tivesse função de persuadir receptores 
(os trabalhadores, no caso) para integrá-los aos objetivos organizacionais, 
caracterizando-o como uma estratégia exclusivista e determinista do corpo diretivo das 
empresas. 
A partir do recurso de sistematização dos elementos constitutivos da definição de 
comportamento como uma relação significativa entre organismo e meio, é possível 
decompor o processo de comunicação (ação de comunicar) em uma relação de 
interação simbólica na qual pelo menos dois seres humanos enviam e recebem 
mensagens codificadas através de símbolos.
É preciso que haja uma relação entre atores comunicantes, que assumem posições 
alternadas, ora como emissores, ora como receptores. Esta alternância de papéis é 
justificada pela circularidade do processo de interação. A interação significa troca 
mútua. Logo, além da ação de codificação /decodificação, o processo de comunicação 
só se constitui enquanto tal, na medida em que aconteça o feedback da mensagem e 
que este desencadeie nova ação de significação.
15
apenas por desagradáveis sintomas físicos ou por um comportamento difícil de explicar. 
Quando a tensão ou estresse se acumula e persiste por um longo período, tem-se a 
sensação desagradável de estar “sob pressão”. As pessoas geralmente tornam-se 
irritadiças, contraproducentes, perturbando-se com coisas que geralmente não 
causavam incômodo (a “gota d'água”), desequilibrando-se com coisas que “não dão 
certo”, e frequentemente culpando os outros pelos próprios erros. 
Observe-se que o desgaste interior da tensão prolongada é humanamente destrutivo, 
porque nossas emoções se tornam demasiadamente ativas e nosso sistema de 
imunização, sob tensão, se desliga, ocasionando a doença. A tensão excessiva faz com 
que a realidade apareça distorcida para nós, levando-nos a dizer coisas que não 
gostaríamos e a interpretar mal a intenção dos outros. O desempenho no trabalho está 
fundamentalmente ligado ao sistema de comunicação nele existente. A administração 
moderna, de fato, privilegia a comunicação como um dos fatores mais importantes para 
o bom andamento de uma organização. 
A intercomunicação de ideias, sugestões, sentimentos, anseios e expectativas criam 
um ambiente favorável de influências recíprocas, neutraliza resistências prejudiciais ao 
bom andamento do serviço, evita as distorções dos fatos, tão frequentes em estruturas 
empresariais rigidamente diretivas e, enfim, gera um clima saudável de crescimento de 
todo o pessoal da empresa. Se houver no trabalho um clima de desconfiança, de 
insegurança e de hostilidade, o fluxo de informações e de influências fica bloqueado. 
Nos ambientes de difícil diálogo iniciam-se os desacertos dos modelos de mudança, os 
conflitos e as resistências característicos da cultura da organização. As pessoas evitam 
conversar sobre erros e problemas, preferem não ouvir críticas, tornando os processos, 
em sua maioria, traumáticos. Aumenta a ocorrência das doenças emocionais 
decorrentes da vivência intensiva do estresse e da insatisfação, que 
consequentemente resultam em baixa qualidade de vida. 
O papel da comunicação 
A comunicação entre dois seres humanos é reconhecidamente difícil. Quando nos 
comunicamos, partilhamos alguma coisa, tornando essa coisa posse comum. Por meio 
da comunicação relacional humana, o que obtemos como posse comum somos nós 
mesmos, pois pelo ato de partilhar ou comunicar, conhecemos e somos conhecidos. 
Existir, dizem os autores, é viver em relação, por isso a qualidade da nossa existência 
humana depende de nossos relacionamentos. 
Comunicação é, antes de tudo, interação, diálogo, tornar comum. Não pode ser 
confundida com a simples transmissão unilateral de informações. A comunicação 
humana só existe quando se estabelece entre duas ou mais pessoas um contato 
psicológico, e há bloqueio quanto à mensagem que não é captada e a comunicação 
interrompida, sendo um dos problemas básicos em comunicação a diferença de 
significado entre o que foi captado de uma mensagem e o que o transmissor quis 
exatamente transmitir. 
Quase todos os aspectos das relações humanas e interpessoais envolvem 
comunicação, e esta influencia os nossos comportamentos por ser um veículo de 
significados. Em um grupo, cada indivíduo concede significados próprios aos fatos e, ao 
expressá-los, acrescenta algo de si, por isso os significados que damos às nossas 
experiências são alterados, enriquecidos ou empobrecidos pela comunicação.
18
pessoa em relação a quem os emite. Os gestos e posturas podem igualmente transmitir 
outras informações, principalmente relativas ao status social, à competência, à 
autoconfiança, à sinceridade. Um status superior, uma competência particular pode 
exprimir-se de diversas maneiras: pelo contato corporal com o interlocutor, pela 
gesticulação, pelo caráter distenso da postura adotada. Inversamente, os estados de 
subordinação, de timidez, de stress, de angústia, de depressão ou de baixa auto-estima 
se manifestam pela inclinação da cabeça para a frente, pelo aumento na frequência dos 
movimentos de autocontato, pelo aumento na frequência das mudanças posturais (Weil 
e Tompakow, 1986). 
A maior barreira para a comunicação interpessoal mútua é nossa tendência natural de 
julgar, avaliar, aprovar (ou desaprovar) a declaração de outra pessoa ou de um grupo. 
Suponha que alguém, comentando essa discussão, faça a declaração: “Não gostei do 
que aquele homem disse”. O que você responderá? Quase que invariavelmente sua 
resposta será de aprovação ou desaprovação da atitude expressa. Ou você responde: 
“Nem eu, achei terrível”, ou então você tende a responder, “Oh, achei que era realmente 
muito bom”. Em outras palavras sua reação primária será de avaliar o assunto de seu 
ponto de vista, seu próprio quadro de referência. A tendência para reagir contra 
qualquer declaração plena de sentido emocional, formando uma avaliação dela de 
nosso ponto de vista, é a maior barreira para a comunicação interpessoal. 
Existe alguma forma de evitar esta barreira? A comunicação verdadeira ocorre, e esta 
tendência de avaliação é evitada, quando ouvimos com compreensão. Isto significa ver 
a ideia expressa e a atitude do ponto de vista de outra pessoa, perceber como ela a 
sente, para alcançar seu quadro de referências com relação ao assunto do qual ela está 
falando: é o ouvir compreendendo. 
Na concepção dos especialistas, se nós podemos ouvir o que o outro está 
dizendo, se podemos entender como isto parece para ele, se podemos ver o sentido 
pessoal que tem para ele e sentir o sabor emocional que tem para ele, então estaremos 
desencadeando forças potentes de mudanças nele e em nós mesmos. Compreender 
com uma pessoa e não sobre ela - é uma abordagem tão eficiente que pode 
desencadear grandes mudanças na personalidade. 
Se formos capazes de ver o ponto de vista do outro, nossos próprios pontos de vista 
serão obrigatoriamente revisados. Istopossibilitará constatar que a emoção não será 
mais a tônica da discussão; as diferenças serão reduzidas, e aquelas diferenças que 
permanecem serão do tipo racional e compreensível. Esta forma de abordagem é uma 
via efetiva para boa comunicação e bons relacionamentos, porém certamente não é 
fácil de ser realizada. É justamente quando as emoções estão mais fortes que é mais 
difícil alcançar o quadro de referências de outra pessoa ou grupo. No entanto, é 
justamente neste momento que a atitude mais necessária à comunicação deve ser 
estabelecida. 
Quando se aprende e se pratica a arte da boa comunicação, a maturidade pessoal, 
benefício muito valioso, é agregada ao indivíduo: Se fielmente acreditarmos nas 
verdades e aceitarmos as atitudes que fundamentam a comunicação franca e honesta, 
iniciaremos um contato saudável com a realidade. Desistindo dos papéis que 
representamos e dos jogos que fazemos, logo estaremos lidando mais eficientemente 
com nós mesmos, como realmente somos, e com os outros, como realmente são.
17
A linguagem, entendida como significação simbólica, é parte fundamental para que o 
processo de interação aconteça entre seres humanos. É a partir do significado dos 
códigos (sinais) de linguagem que as pessoas atribuem sentido às atividades e se 
reconhecem como pertencentes ao sistema organizacional. A congruência entre a 
mensagem codificada e a mensagem decodificada estará em função do repertório e dos 
condicionantes individuais, organizacionais e sociais dos atores envolvidos. 
Desse modo, o processo de comunicação implica feedback sistêmico, ativado nas 
diferentes condições pelas quais se realizam as interações sociais. O efeito da 
comunicação pode ser aquele que é pretendido pelo emissor, e neste caso é possível 
afirmar que a comunicação é eficaz. Como processo interativo de troca de mensagens 
simbólicas, o emissor age simultaneamente com o receptor e vice-versa. 
A mensagem compreende um conjunto de informações codificadas transmitidas por um 
canal, que pode ser definida como a intenção objetivada de transmitir um determinado 
significado. Assim, a transmissão da mensagem implica, por parte do emissor, uma 
codificação intencional de significado, e por parte do receptor, uma decodificação, ou 
uma nova atribuição de significado. 
Os significados atribuídos a uma mensagem dependem do modo de comunicação, das 
características pessoais do emissor e do receptor e do contexto da interação social. A 
cada mensagem o receptor associa determinado significado, o qual poderá ou não 
corresponder à intenção do emissor. Este processo é sintetizado pela construção do 
significado a partir dos símbolos compartilhados, A partir disso, é possível constatar que 
a comunicação é um processo sempre imperfeito, variando seu grau de eficácia de 
acordo com as variáveis que intervêm na interpretação de significados. Assim, para 
garantir a eficácia do processo de comunicação, o grau de congruência entre as 
interpretações associado à mensagem enviada e recebida tem que ser elevado. No 
sentido de diminuir as probabilidades de desentendimento das mensagens recebidas, 
Beck (1988) aponta cinco dificuldades que devem ser consideradas: 
a) Conhecer as atitudes, crenças e sentimentos (estado mental) de outra 
pessoa; 
b) Compreender que o estado mental depende de sinais frequentemente 
ambíguos;
c) Utilizar um sistema de codificação que decifre esses sinais;
d) Interpretar os comportamentos dos outros em função das circunstâncias na 
qual eles ocorrem; 
e) Julgar o grau de correção acerca dos motivos e as atitudes dos outros em 
função da exatidão daquele que julga. 
Faz algum tempo, procedeu-se ao estudo dos gestos com base na idéia de que o ser 
humano não fala apenas com as palavras, mas também com seu corpo. A analogia 
entre os gestos e a língua repousa em certo tipo de lógica, que começa pela observação 
de que os usos corporais variam segundo os povos e as culturas: assim como as línguas 
faladas no mundo, as práticas gestuais diferem segundo o lugar e a época. A imagem 
que nós transmitimos através dos sinais corporais exerce um efeito sobre as demais 
pessoas, e esse efeito pode vir a ser importante na vida cotidiana. 
Nas relações interpessoais, os movimentos corporais podem exprimir o sentimento, 
positivo ou negativo, experimentado em relação à outra pessoa. Assim, mais do que as 
opiniões expressas verbalmente, podem revelar uma atitude de discriminação social. 
Reciprocamente, os sinais gestuais e corporais podem modificar a atitude de outra
19
ÉTICA: CONCEITO E HISTÓRIA
 
A história da ética se entrelaça com a história da Filosofia. No século VI a.C., Pitágoras 
desenvolveu algumas das primeiras reflexões morais, afirmando que a natureza 
intelectual é superior à natureza sensual e que a melhor vida é aquela dedicada à 
disciplina mental. Seus ensinamentos forjaram a maior parte das escolas de filosofia 
moral gregas da posteridade. 
Para Platão, o mal não existia por si só, sendo apenas um reflexo imperfeito do real, que 
é o bem, elemento essencial da realidade. Afirmava ele que, na alma humana, o 
intelecto tem que ser soberano, figurando a vontade em segundo lugar e as emoções 
em terceiro, sujeitas ao intelecto e à vontade. Aristóteles considerava a felicidade a 
finalidade da vida e a consequência do único atributo humano, a razão. As virtudes 
intelectuais e morais seriam apenas meios destinados à sua consecução. O epicurismo, 
por sua vez, identificava como sumo o prazer, principalmente o prazer intelectual, e, tal 
como os estóicos, preconizava uma vida dedicada à contemplação. 
No fim da Idade Média, São Tomás de Aquino viria a fundamentar na lógica aristotélica 
os conceitos agostinianos de pecado original e da redenção por meio da graça divina. À 
medida que a Igreja medieval se tornava mais poderosa, desenvolvia-se um modelo de 
ética que trazia castigos aos pecados e recompensa à virtude através da imortalidade. 
Thomas Hobbes, no Leviatã (1651), asseverava que os seres humanos são maus e 
necessitam de um Estado forte que os reprima. Para Spinosa, a razão humana é o 
critério para uma conduta correta e só as necessidades e interesses do homem 
determinam o que pode ser considerado bom e mau, o bem e o mal. Jean-Jacques 
Rousseau, por sua vez, em seu Contrato social (1762), atribuía o mal ético aos 
desajustamentos sociais e afirmava que os seres humanos eram bons por natureza. 
Uma das maiores contribuições à ética foi a de Immanuel Kant, em fins do século XVIII. 
Segundo ele, a moralidade de um ato não deve ser julgada por suas consequências, 
mas apenas por sua motivação ética. Kant partiu do pressuposto que a razão guia a 
moral e que três são os pilares em que se sustenta: Deus, liberdade e imortalidade. 
Porém, adverte que a simples inclinação para o cumprimento da lei, por respeito, não é 
o exercício de uma vontade para si mesmo. Sem liberdade não pode haver virtude e 
sem esta não existe a moral, nem pode haver felicidade dos povos, porque também não 
pode haver justiça. Para Kant, quando alguém cumpre um dever ético por interesse, 
pode até lucrar com isto, mas não pode receber a classificação de virtuoso. As teses do 
utilitarismo, formuladas por Jeremy Benham, sugerem o princípio da utilidade como 
meio de contribuir para aumentar a felicidade da comunidade. Já para Hegel, a história 
do mundo consiste em "disciplinar a vontade natural descontrolada, levá-la a obedecer 
a um princípio universal e facilitar uma liberdade subjetiva". 
O desenvolvimento científico que mais afetou a ética, depois de Newton, foi a Teoria da 
Evolução, apresentada por Charles Robert Darwin. Suas conclusões foram o suporte 
documental da chamada ética evolutiva,do filósofo Herbert Spencer, para quem a moral 
resulta apenas de certos hábitos adquiridos pela humanidade ao longo de sua 
evolução. 
Friedrich Nietzsche explicou que a chamada conduta moral só é necessária ao fraco, 
uma vez que visa a permitir que este impeça a auto-realização do mais forte. Bertrand 
Russell marcou uma mudança de rumos no pensamento ético das últimas décadas. 
Reivindicou a ideia de que os juízos morais expressam desejos individuais ou hábitos
20
aceitos. A seu ver, seres humanos completos são os que participam plenamente da vida 
social e expressam tudo que faz parte de sua natureza. 
João Baptista Herkenhoff apresenta a seguinte definição sobre o que seriam normas 
éticas: "São normas que disciplinam o comportamento do homem, quer o íntimo e 
subjetivo, quer o exterior e social. Prescrevem deveres para a realização de valores. 
Não implicam apenas em juízos de valor, mas impõem a escolha de uma diretriz 
considerada obrigatória, numa determinada coletividade. Caracterizam-se pela 
possibilidade de serem violadas." 
Podemos concluir que a ética disciplina o comportamento do homem, quer o exterior e 
social, quer o íntimo e subjetivo. Prescreve deveres para realização de valores. Não 
implica apenas em juízos de valor, mas impõe uma diretriz considerada obrigatória pela 
sociedade. Este conjunto de preceitos morais deve nortear a conduta do indivíduo no 
ofício ou na profissão que exerce, devendo necessariamente contribuir para a formação 
de uma consciência profissional composta de hábitos dos quais resultem integridade e 
a probidade, de acordo com as regras positivadas num ordenamento jurídico. 
Embora o termo ética seja empregado, comumente, como sinônimo de moral, a 
distinção se impõe. Ambas as expressões são aceitas como conjunto de princípios ou 
padrões de conduta. Ética pode também significar Filosofia da Moral, ou seja, um 
pensamento reflexivo sobre os valores e as normas que um grupo estabelece para o 
seu exercício profissional. Em outro sentido, ainda, pode referir-se a uma distinção 
entre princípios que dão rumo ao pensar sem, de antemão, prescrever formas precisas 
de conduta (ética) e regras precisas e fechadas (moral). Finalmente, deve-se chamar a 
atenção para o fato de a palavra “moral” ter, para muitos, adquirido sentido pejorativo, 
associado a “moralismo”. Assim, muitos preferem associar à palavra “ética” os valores e 
regras que prezam, querendo assim marcar diferença com os “moralistas”. 
A moral disciplina o comportamento do homem consigo mesmo, trata dos 
costumes, deveres e modo de proceder dos homens para com os outros homens, 
segundo a justiça e a equidade natural. A primeira, moral propriamente dita, é a moral 
teórica, ao passo que a segunda seria a ética, ou a moral prática. 
A Ética é o pensamento filosófico acerca do comportamento moral do homem, dos 
problemas morais e dos juízos morais enquanto a moral é o conjunto de normas, 
princípios e valores, aceitos ou descobertos de forma livre e consciente, que regulam o 
comportamento individual dos homens. A filosofia define ”ética” como o estudo da 
“conduta ideal”, esta decorrente de um conceito mais amplo, o de “homem ideal”. 
Sem perder sua autonomia científica, a Ética tem ligações muito fortes com as doutrinas 
mentais e espirituais. Os estudos científicos da mente chegaram a conclusões comuns 
no que tange à influência dos conhecimentos adquiridos nas primeiras idades. Desta 
forma, mesmo admitindo-se mudanças por força de outras influências, o campo da 
infância é mais fértil que o de outras idades para sua formação moral. É nesta fase que 
se deve estimular virtudes e repelir toda a tendência para o vício, sustentando os 
princípios éticos que irão norteá-la quando adulta. Portanto, segundo esta teoria, a 
principal usina de moldagem das consciências é o lar e a escola.
22
III - A profissão é alto título de honra e sua prática exige conduta honesta, digna 
e cidadã; 
IV - A profissão realiza-se pelo cumprimento responsável e competente dos 
compromissos profissionais, munindo-se de técnicas adequadas, assegurando os 
resultados propostos e a qualidade satisfatória nos serviços e produtos e observando a 
segurança nos seus procedimentos; 
V - A profissão é praticada através do relacionamento honesto, justo e com 
espírito progressista dos profissionais para com os gestores, ordenadores, 
destinatários, beneficiários e colaboradores de seus serviços, com igualdade de 
tratamento entre os profissionais e com lealdade na competição; Da intervenção 
profissional sobre o meio.
VI - A profissão é exercida com base nos preceitos do desenvolvimento 
sustentável na intervenção sobre os ambientes natural e construído e da incolumidade 
das pessoas, de seus bens e de seus valores; Da liberdade e segurança profissionais 
VII - A profissão é de livre exercício aos qualificados, sendo a segurança de sua 
prática de interesse coletivo. 
ÉTICA DO CORRETOR 
O conjunto de preceitos morais indispensáveis para nortear a conduta do indivíduo 
projeta-se certamente no ofício ou na profissão que exerce. Sendo assim, pode-se 
afirmar com tranquilidade que eles se fazem presentes quando determinados 
profissionais se interpõem entre duas ou mais pessoas, físicas ou jurídicas, para a 
realização de transações comerciais. 
É o caso dos corretores, que se caracterizam pelos atos de intermediação praticados 
para a realização de uma operação comercial, finda a qual cessa a sua atuação. São 
eles, portanto, mediadores, promovendo a realização de contratos e auferindo do seu 
trabalho um pagamento denominado “corretagem”.
Embora a corretagem de imóveis venha sendo praticada no Brasil desde a 
transmigração da Família Real Portuguesa de Lisboa para o Rio de Janeiro em 1808, 
seus alicerces começaram a apoiar-se nas teorias jurídicas de mediação comercial com 
os negócios marítimos — da exportação de pau-brasil à compra e venda de escravos e 
navios. 
Em outubro de 1942, os sindicatos dos Corretores de Imóveis de São Paulo e do Rio de 
Janeiro aprovaram um Decálogo recomendando como deveria ser o espírito e a 
conduta dos profissionais, tanto perante seus clientes e companheiros de classe, como 
em relação à entidade. Seus mandamentos evoluíram ao longo dos anos, levando a 
classe a engajar-se na introdução de imposições de natureza ética na lei 
regulamentadora da profissão (n° 6.530/78), cujo Artigo 20 dispõe o seguinte: 
“Art 20. Ao Corretor de Imóveis e à pessoa jurídica inscritos nos órgãos de que 
trata a presente lei é vedado:
I - prejudicar, por dolo ou culpa, os interesses que lhe forem confiados;
Il - auxiliar, ou por qualquer meio, facilitar o exercício da profissão aos não 
inscritos;
III - anunciar publicamente proposta de transação a que não esteja autorizado 
através de documento escrito;
21
O descumprimento de um dever ético pode estar explicado nos conceitos de virtude que 
foram absorvidos pela educação ou pela ambiência do ser. A agressão aos bons 
costumes, quando se consagra como prática aceita socialmente, compromete o futuro 
das novas gerações, por desrespeito ao passado e negligência no presente. Em tudo 
parece haver uma tendência para a organização e os seres humanos não fogem a essa 
vocação. 
Ética e Direito
A utilidade mais presente da ética consiste em ditar as qualidades das ações humanas, 
definindo-as como boas ou ruins, tendo como norte a razão da felicidade – “o soberano 
bem”. 
O que diferencia uma discussão jurídica de uma discussão filosófica (ética) a respeito 
da conduta não é o seu conteúdo ou essência, mas sim a forma pela qual os assuntos 
são abordados. A discussão filosófica é mais abstrata e a jurídica mais concreta.
A Ética, os valores, asrelações sociais, informam o conteúdo do Direito em seu 
nascimento e posteriormente seguem influenciando-o em sua interpretação e 
10aplicação . Portanto, se a filosofia tem problemas em universalizar conceitos éticos, o 
Direito padece dos mesmo males, eventualmente apresentando ilusórias soluções 
informadas pela mesma perplexidade do mundo ético. É que o Direito, como atuante na 
vida prática, na solução de problemas concretos e presentes, tem a necessidade de 
respostas imediatas, ainda que eventualmente falhas, razão pela qual aparenta (e só 
11aparenta) maior segurança . 
Se o Direito, enquanto norma (que é o aspecto que lhe dá o ilusório caráter de 
segurança) é informado por conceitos basicamente éticos que o antecedem e o 
perseguem continuamente, não se pode considerar válido um raciocínio que atribua 
maior perfeição ao elemento dependente e menor ao principal. Ora, se o principal é 
falho, aquilo que dele depende ou deriva não pode ser perfeito nem melhor; antes deve 
compartilhar de sua mesma imperfeição. 
Pode-se dizer, genericamente, que todos os agrupamentos humanos dependem tanto 
de uma disciplina comportamental quanto de conduta. O estudo da Ética não pode 
desprezar a associação da razão com a emoção, sabendo-se que a Ética perfeita 
certamente existe, mas por lógica não pode ser alcançada pela humanidade, pois que 
esta é imperfeita. 
Podemos, no entanto, afirmar que a prática da profissão é fundada nos seguintes 
princípios éticos aos quais o profissional deve pautar sua conduta:
I - A profissão é bem social da humanidade e o profissional é o agente capaz de 
exercê-la, tendo como objetivos maiores a preservação e o desenvolvimento harmônico 
do ser humano, de seu ambiente e de seus valores; 
II - A profissão é bem cultural da humanidade construído permanentemente 
pelos conhecimentos técnicos e científicos e pela criação artística, manifestando-se 
pela prática tecnológica, colocado a serviço da melhoria da qualidade de vida do 
homem;
10
 Exemplo disto é a Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro (Dec.lei 4657, de 04 set. 1942)
11
 V. Revista Brasileira de Ciências Criminais, S. Paulo, ano 4 n.16 – Do narcisismo das elites ao narcisismo das 
massas, artigo de Maria Rita Khel.
23
IV - fazer anúncio ou impresso relativo à atividade de profissional sem 
mencionar o número de inscritos;
V - anunciar imóvel loteado ou em condomínio sem mencionar o número de 
registro do loteamento ou da incorporação no Registro de Imóveis;
VI - violar o sigilo profissional;
VII - negar aos interessados prestação de contas ou recibo de quantias ou 
documentos que lhe tenham sido entregues a qualquer título;
VIII - violar obrigação legal concernente ao exercício da profissão;
IX - praticar, no exercício da atividade profissional, ato que a lei defina como 
crime ou contravenção;
X - deixar de pagar contribuição ao Conselho Regional.”
Fortalecido com a edição da promulgação da Lei n° 6.530 e do Decreto n° 81.871/1978, 
o Conselho Federal de Corretores de Imóveis cuidou de estabelecer o Código de Ética 
Profissional através da Resolução n° 326, de 25 de junho de 1992, vigente nos dias 
atuais. Reza ela o seguinte: 
Art. 1º - Este Código de Ética Profissional tem por objetivo fixar a forma pela 
qual se deve conduzir o Corretor de Imóveis , quando no exercício profissional.
Art. 2º - Os deveres do Corretor de Imóveis compreendem, além da defesa do 
interesse que lhe é confiado, o zelo do prestígio de sua classe e o aperfeiçoamento da 
técnica das transações imobiliárias.
Art. 3º - Cumpre ao Corretor de Imóveis, em relação ao exercício da profissão, 
à classe e aos colegas:
I - considerar a profissão como alto título de honra e não praticar nem permitir a 
prática de atos que comprometam a sua dignidade;
II - prestigiar as entidades de classe, contribuindo sempre que solicitado, para 
o sucesso de suas iniciativas em proveito da profissão, dos profissionais e da 
coletividade;
III - manter constante contato com o Conselho Regional respectivo, 
procurando aprimorar o trabalho desse órgão;
IV - zelar pela existência, fins e prestígio dos Conselhos Federal e Regionais, 
aceitando mandatos e encargos que lhes forem confiados e cooperar com os que forem 
investidos em tais mandatos e encargos;
V - observar os postulados impostos por este Código, exercendo seu mister 
com dignidade;
VI - exercer a profissão com zelo, discreção, lealdade e probidade, observando 
as prescrições legais e regulamentares;
VII - defender os direitos e prerrogativas profissionais e a reputação da classe;
VIII - zelar pela própria reputação mesmo fora do exercício profissional;
IX - auxiliar a fiscalização do exercício profissional, cuidando do cumprimento 
deste Código, comunicando, com discreção e fundamentadamente, aos órgãos 
competentes, as infrações de que tiver ciência;
X - não se referir desairosamente sobre seus colegas;
XI - relacionar-se com os colegas, dentro dos princípios de consideração, 
respeito e solidariedade, em consonância com os preceitos de harmonia da classe;
XII - colocar-se a par da legislação vigente e procurar difundí-la a fim de que 
seja prestigiado e definido o legítimo exercício da profissão;
Art. 4º - Cumpre ao Corretor de Imóveis, em relação aos clientes:
I - inteirar-se de todas as circunstâncias do negócio, antes de oferecê-lo;
II - apresentar, ao oferecer um negócio, dados rigorosamente certos, nunca 
omitindo detalhes que o depreciem, informando o cliente dos riscos e demais 
circunstâncias que possam comprometer o negócio;
24
III - recusar a transação que saiba ilegal, injusta ou imoral;
IV - comunicar, imediatamente, ao cliente o recebimento de valores ou 
documentos a ele destinados;
V - prestar ao cliente, quando este as solicite ou logo que concluído o negócio, 
contas pormenorizadas;
VI - zelar pela sua competência exclusiva na orientação técnica do negócio, 
reservando ao cliente a decisão do que lhe interessar pessoalmente;
VII - restituir ao cliente os papéis de que não mais necessite;
VIII - dar recibo das quantias que o cliente pague ou entregue a qualquer título;
IX - contratar, por escrito e previamente, a prestação dos seus serviços 
profissionais;
X - receber, somente de uma única parte, comissões ou compensações pelo 
mesmo serviço prestado, salvo se, para proceder de modo diverso, tiver havido 
consentimento de todos os interessados, ou for praxe usual na jurisdição;
Art. 5º - O Corretor de Imóveis responde civil e penalmente por atos 
profissionais danosos ao cliente, a que tenha dado causa por imperícia, imprudência, 
negligência ou infrações éticas.
Art 6º - É vedado ao Corretor de Imóveis:
I - aceitar tarefas para as quais não esteja preparado ou que não se ajustem às 
disposições vigentes, ou ainda, que possam prestar-se à fraude;
II - manter sociedade profissional fora das normas e preceitos estabelecidos 
em lei e em Resoluções;
III - promover a intermediação com cobrança de "over-price";
IV - locupletar-se, por qualquer forma, à custa do cliente;
V - receber comissões em desacordo com a tabela aprovada ou vantagens que 
não correspondam a serviços efetiva e licitamente prestados;
VI - angariar, diretamente ou indiretamente, serviços de qualquer natureza, 
com prejuízo moral ou material, ou desprestígio para outro profissional ou para a classe;
VII - desviar, por qualquer modo, cliente de outro Corretor de Imóveis;
VIII - deixar de atender às notificações para esclarecimento à fiscalização ou 
intimações para instrução de processos;
IX - acumpliciar-se, por qualquer forma, com os que exercem ilegalmente 
atividades e transações imobiliárias;
X - praticar quaisquer atos de concorrência desleal aos colegas;
XI - promovertransações imobiliárias contra disposição literal da lei;
XII - abandonar os negócios confiados a seus cuidados, sem motivo justo e 
prévia ciência do cliente;
XIII - solicitar ou receber do cliente qualquer favor em troca de concessões 
ilícitas;
XIV - deixar de cumprir, no prazo estabelecido, determinação emanada do 
órgão ou autoridade dos Conselhos, em matéria de competência destes;
XV - aceitar incumbência de transação que esteja entregue a outro Corretor de 
Imóveis, sem dar-lhe prévio conhecimento, por escrito;
XVI - aceitar incumbência de transação sem contratar com o Corretor de 
Imóveis, com quem tenha de colaborar ou substituir;
XVII - anunciar capciosamente;
XVIII - reter em suas mãos negócio, quando não tiver probabilidade de realizá-
lo;
XIX - utilizar sua posição para obtenção de vantagens pessoais, quando no 
exercício do cargo ou função em órgão ou entidades de classe;
26
pode continuar alheio às noções de engenharia e arquitetura, às condições 
fundamentais da estética da cidade. 
“Precisa se dedicar também ao conhecimento de economia urbana, analisar as 
oscilações dos valores, pesquisas e prognosticar as suas tendências e reações. Não 
pode deixar de aprofundar-se nos processos racionais que regem as avaliações. Não 
lhe será demais, ainda, conhecer o que a psicologia ensina a respeito de nós próprios 
facultando-lhe, deste modo, o conhecimento e o trato mais inteligente com os nossos 
semelhantes. Até as bases fundamentais de publicidade não podem estar fora do seu 
alcance. Há uma soma de conhecimentos especializados que faz falta ao corretor e que 
deverá, em breve futuro, ser estudada em cursos especiais. 
“A época de hoje fez nascer essa profissão, nobre pela responsabilidade e capacidade 
que fundamentam, importante pelos encargos que a sociedade lhe atribui. Ou o corretor 
tem possibilidades morais, técnicas e intelectuais para exercê-la - ou não serve para a 
profissão, e deve escolher outra". 
Diz-se, nas mais diversas ocasiões, que a história se repete. Isto no traz à lembrança as 
convocações para o Encontro Brasileiro de Corretores Imobiliários, que terá como tema 
“Cenários, oportunidades e perspectivas do Mercado Imobiliário Brasileiro”, com o 
objetivo de promover o debate a respeito do mercado imobiliário nacional no cenário 
global e sobre o qual Mauricio Fernandes Lima observa: “O mercado imobiliário passa 
pela melhor fase de muitos anos.”
“Sempre, ao longo do tempo, faltava algum elemento para que o mercado progredisse e 
atendesse tanto às necessidades dos incorporadores, bem como as do mercado 
imobiliário” – observa ele.
“Quando havia produto, faltava crédito e uma política econômica viável para atender às 
necessidades.
“Via de regra, aos longos dos anos, só se conseguiu atender as camadas sociais mais 
abastadas, sendo que as demais sempre ficaram à margem e muitas vezes não eram 
atingidas.
“Pela primeira vez existe uma política econômica estável, com uma valorização do 
poder de compra das classes menos favorecidas, uma estrutura bem formalizada nos 
crescimentos, com a inflação do País controlada e com perspectiva de melhoras nos 
próximos anos.
“Pela primeira vez também ouvimos que estamos atraindo capital estrangeiro para 
investimento no País, recursos estes sérios e não especulativos, quando na primeira 
oscilação do mercado internacional, o capital se retirava mais rápido do que havia 
entrado.
“Hoje, estamos entrando na melhor era do mercado imobiliário, com uma política 
econômica e inflação controlada, com um projeto econômico focado na habitação 
popular (Minha Casa Minha Vida), com taxas de juros reais favorecidas para atender 
estes programas e possibilitando a uma camada social, que até então não tinha como 
comprar seu imóvel, adquiri-los.
25
XX - receber sinal nos negócios que lhe forem confiados caso não esteja 
expressamente autorizado para tanto.
Art. 7º - Compete ao CRECI, em cuja jurisdição se encontrar inscrito o Corretor 
de Imóveis, a apuração das faltas que cometer contra este Código, e a aplicação das 
penalidades previstas na legislação em vigor.
Art. 8º - Comete grave transgressão ética o Corretor de Imóveis que 
desatender os preceitos dos artigos 3º, I, V, VI, e IX; 4º, II, III, IV, V, VII, VIII, IX e X; 6º, I, III, 
IV, V, VI, VII, VIII, IX, X, XI, XII, XIII, XIX e XX, e transgressão de natureza leve o que 
desatender os demais preceitos deste Código.
Art. 9º - As regras deste Código obrigam aos profissionais inscritos nos 
Conselhos Regionais.
Art 10º - As Diretorias dos Conselhos Federal e Regionais promoverão a ampla 
divulgação deste Código de Ética.
É imperioso ressaltar, ainda, que o novo Código Civil veio efetivamente resguardar o 
profissional ao estabelecer que uma pessoa, não ligada a outra em virtude de mandato, 
de prestação de serviços ou por qualquer relação de dependência, obriga-se a obter 
para a segunda um ou mais negócios, conforme as instruções recebidas” (Art.122)
A realidade do mercado imobiliário, no entanto, é a presença de um consumidor com 
plenas condições de obter informações sem a necessidade de recorrer a um corretor. 
Todavia, o excesso de informações e opções de produtos e serviços financeiros pode, 
paradoxalmente, gerar confusão no cliente, o que o torna suscetível de demandar a 
assessoria de um especialista. Daí a grande oportunidade para compelir a sociedade a 
reconhecer o Corretor como um profissional detentor de alto título de honra, cuja 
conduta honesta, proba, leal, digna, cidadã e rigorosa observância do princípio da boa 
12fé objetiva , dele faz o elemento legitimador indispensável em todas as ações de 
corretagem. 
Esta situação torna extremamente atual uma entrevista concedida ao matutino carioca 
“O Jornal” em 12 de novembro de 1942 por Nelson Mendes Caldeira, um dos pioneiros 
da profissão: 
“Com o desenvolvimento urbano do Rio de Janeiro e de São Paulo, surgiu uma nova 
profissão: a do corretor de imóveis. Não estranhe a afirmação; se me refiro a uma nova 
profissão é porque, realmente, o corretor hoje tem poucos pontos de contato com o que 
em épocas passadas servia de intermediário nas transações imobiliárias. E é lógica a 
evolução. As transações tomaram um impulso irreprimível. Avolumaram-se. Passaram 
a ser orientadas por novos processos. Do novo embate entre velhos sistemas, 
empíricos com teias de aranha, e as inovações que o progresso impôs, surgiram novas 
praxes, novos regulamentos, nova técnica. 
“Não basta qualificar os verdadeiros corretores de imóveis, distinguindo-os dos 
intermediários ocasionais. É preciso dar-lhes os instrumentos que a competição 
moderna exige. Para exercer bem o papel de conselheiro e orientador, precisa adquirir 
conhecimentos mais amplos. Precisa conhecer a topografia urbana, as peculiaridades 
da cidade e as diretrizes do seu crescimento. Impõe-se completar seus conhecimentos 
sobre os institutos legais que mais diretamente se relacionam com a propriedade. Não
12
 Art. 422 - Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os 
princípios de probidade e boa-fé.
27
“A consequência direta disto é a entrada de novos participantes no sistema, através de 
fusões, de aberturas de capitais e de partners (parceiros) estrangeiros que vêm em 
busca de novos mercados.
“Com um mercado mais seguro que o de outros países, e com um mercado consumidor 
potencial imenso, o qual representa riscos menores, os investidores aumentaram e com 
isso o mercado imobiliário evolui.
“Com a competitividade de um mercado mais ativo, aumentaram também a eficiência e 
eficácia de seus participantes, necessárias para atender as novas exigências de 
mercado um profissional mais capacitado,

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