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RESUMO PROJETO DE PESQUISA EM PSICOLOGIA

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RESUMO PROJETO DE PESQUISA EM PSICOLOGIA
Conhecimento é um conjunto de informação armazenada por intermédio da experiência ou da aprendizagem (a posteriori ou através da introspecção), é a posse de múltiplos dados inter-relacionados
Pesquisa - É o processo de desenvolver conhecimento científico, a partir de metodologias reconhecidas como científicas.
Letra: Times New Roman / Arial 
Tamanho: 12
Espaçamentos: 1,5
Alinhamentos: Justificado
Parágrafo: 1,25 (1 tab)
Margem: Sup.: 3 cm; Esq.: 3 cm; Inf.: 2 cm; Dir.: 2 cm.
Os tipos de Pesquisa (segundo a bases lógicas de investigação) são:
- Método Dedutivo: Descartes, Spinoza e Leibbnitz. Só a razão pode levar ao conhecimento verdadeiro. Cadeia descendente da análise do geral ao particular chega-se a conclusão, organiza e especifica um conhecimento que já se tem, não sendo geradora de novos conhecimentos. (Do geral para o particular)
- Método Indutivo: Bacon, Hobbes, Locke e Hume. O conhecimento é fundamentado na experiência, sem levar em consideração princípios pré estabelecidos. A generalização deriva da observação de casos da realidade, é próprio das ciências naturais e da matemática. (parte de questões particulares até chegar ao geral)
- Método Hipotético Dedutivo: Popper. O conhecimento disponível sobre determinado assunto é insuficiente para explicar o fenômeno, dai surge o problema. São formuladas hipóteses. Das hipóteses deduzem-se conseqüências a serem testadas, teoriza sobre as observações, e formula hipóteses
- Método Dialético: Dialética de Hegel. As contradições transcendem, dando origem a novas contradições que requerem solução. Interpretação dinâmica e totalizante da realidade. Os fatos devem ser tomados dentro de um contexto social, político e econômico. Usado em pesquisas qualitativas, discussão entre as contraposições e contradições de idéias, é a forma de analisar a realidade a partir da confrontação de teses, hipóteses e teorias. 
- Método Fenomenológico: Husserl. Não é indutivo nem dedutivo. Descreve a experiência tal qual ela é. Deriva da interpretação do pesquisador ator do processo. É a suspensão (epoché) dos juízos com relação às nossas pré-concepções, doutrinas filosóficas e afirmações das ciências, com relação a atitude natural, liberta de pressuposições, mostrando e esclarecendo o que é dado imediatamente à consciência. 
Os tipos de pesquisa (segundo o objetivo geral) são: 
- Exploratória: Proporcionar maior familiaridade com o problema. Levantamentos bibliográficos e realização de entrevistas. 
- Descritiva: Descrição de características de determinada população ou fenômeno. Estabelecimento de relações entre variáveis 
Os tipos de pesquisa (segundo o procedimento técnico) são: 
- Bibliográfica, Documental, Ex-post-facto, Levantamento, Estudo de caso.
Paradigma - valores e conceitos que geram um pensamento, uma interpretação. Modelo Mecanicista (objetivo, relação de causa e efeito, olha para as partes); Modelo Sistêmico (subjetivo, relação em rede, olha para o todo – biopsicossocial)
O PROBLEMA de pesquisa refere-se à pergunta que o pesquisador se faz, trata-se da pergunta que o projeto deverá responder, sendo ele, conciso, abarcando as variáveis, e fundamentado teoricamente.
A JUSTIFICATIVA da pesquisa tem por objetivo “vender o trabalho”. Deve apontar de forma ASSERTIVA os benefícios que o trabalho trará para: a Psicologia como profissão, a Psicologia como ciência, a comunidade/sociedade como um todo, através de uma redação clara e objetiva. 
As HIPÓTESES da pesquisa são afirmações teóricas criadas a partir do problema de pesquisa; do levantamento bibliográfico; reflexões. Uma equação- fator A + fator B = Fato C
Os OBJETIVOS da pesquisa devem apontar “aonde se quer chegar” com o trabalho. São divididos em: Objetivo Geral e Objetivos Específicos. Objetivos devem ser OBJETIVOS. Utilizar os verbos no infinitivo (Terminações em Ar, Er, Ir e Or.). Redação clara, concisa e ASSERTIVA.
METODOLOGIA DE PESQUISA
QUANTITATIVA - Dados expressos em números; Foco na segurança estatística dos dados; Número elevado de participantes em comparação ao modelo qualitativo; Utilização de instrumentos que peguem dados numéricos. Quantificação, tanto na coleta como no tratamento da informação. Utilização de técnicas estatísticas. Estudos de correlação de variáveis.
- Instrumentos/ Meios de Coleta de Dados: Questionários; Escalas (Likert; EAV – Escala Analógico Visual); Testes Fatoriais (IFP); Testes de resultados objetivos (IHS; ISSL); Escalas Beck (Depressão, Ansiedade, Desesperança e Ideação Suicida)
- Número de Participantes: definido a partir do problema de pesquisa e objetivos. Busca-se “segurança estatística” a segurança estatística também é proporcionada pelo controle das variáveis na composição da amostra.
- Tratamento de Dados: Os dados são tratados estatisticamente através de: Teste de Hipóteses - Diferenças Significativas; QUI Quadrado, T de Student etc; Estatística Descritiva; Média; Desvio Padrão; Frequência Absoluta; Frequência Relativa (%); Distribuição Normal; Testes de Correlação - Correlação de Variáveis; Correlação de Pearson
-Apresentação dos Dados: Os dados são dispostos em: Tabelas e Gráficos
QUALITATIVA - Dados expressos em “impressões” subjetivas de significado; Foco na expressão e manifestação do fenômeno; Número reduzido de participantes se comparado ao modelo quantitativo; Utilização de instrumentos que peguem a subjetividade do tema pelo participante. Descrever a complexidade de determinado problema e a interação de variáveis. Compreender e classificar processos dinâmicos. Entendimento em profundidade de particularidades.
- Instrumentos/ Meios de Coleta de Dados: Entrevistas (Semiestruturada e Não estruturada); Observações; História Oral; Análise de documentos; Testes Projetivos; Testes de resultados subjetivos (Palográfico, TAT, HTP); Outros que podem ser desenvolvidos.
- Número de Participantes: definido a partir do problema de pesquisa e objetivos. Busca-se “segurança na manifestação do fenômeno” a segurança também é proporcionada pelo controle das variáveis na composição da amostra.
- Tratamento dos dados: Os dados são tratados qualitativamente através: Análise de Categorias (Definem-se categorias de análise sobre as quais os dados serão classificados; posteriormente são interpretados quanto à manifestação do fenômeno); Análise Fenomenológica (Faz-se uma leitura procurando identificar o movimento dinâmico da manifestação do fenômeno); Análise etnográfica (Analisa-se a manifestação do fenômeno em relação a aspectos específicos da dinâmica do grupo social de onde surgiram os dados).
-Apresentação dos Dados: são dispostos em quadros, em seguida são interpretados de forma a sintetizar.
Quanti ou Qualitativo? Não é o tipo de instrumento que define a metodologia se quanti ou quali, mas sim o propósito do trabalho.
Posso ter os dois? De acordo com o propósito posso ter um trabalho quantiqualitativo.
Revisão Sistemática da Literatura: Modelo de pesquisa sem sujeitos; Baseada no levantamento de material científico sobre determinado assunto; Utilizam-se artigos publicados em determinada(s) base(s) de dados.
Define-se um assunto (escolhe a base de dados) Estabelece-se uma palavra-chave (primeira busca na base de dados) Definem-se critérios de seleção dos artigos Definem-se critérios de seleção de segunda ordem Analisam-se os trabalhos levantados por categorias.
Pesquisa de Campo com Coleta de Dados:
- Participantes: quem será pesquisado? Quantos serão pesquisados? Critérios de Inclusão e Exclusão;
- Procedimento: como se procederá? Contato e abordagem dos participantes; Aplicação dos instrumentos; Tratamento e análise dos dados.
- Ressalvas éticas: devem-se pontuar os cuidados éticos que serão tomados na realização da pesquisa
Sessão Metodológica : 
Texto introdutório Argumentação teórica do tipo de metodologia adotada (quanti, quali ou quantiquali), justificando o porquê da escolha.
Participantes Descreva Quem e Quantos serão os participantes do projetoe aponte no texto os critérios de inclusão e de exclusão.
Aparatos de Pesquisa O que será utilizado: Papel, caneta, computador, gravador de áudio; Aparatos de Pesquisa etc.
Instrumentos Descreva Quais e como é cada instrumento a ser utilizado. Se for preciso, inclua-os no Anexo do trabalho. 
Procedimento de Coleta de Dados Descreva como os participantes serão recrutados e abordados para participarem da pesquisa Descreva como deverá se proceder a aplicação dos instrumentos de coleta de dados. Descreva como será encerrada a sessão de coleta de dados.
Procedimento de Análise dos Dados Descreva como os dados serão tratados.Descreva como se procederá a análise dos dados.
Ressalvas Éticas Descrever os cuidados éticos da pesquisa segundo as resoluções.
Citações: 
Há duas formas: 1) (LOPES, 2010) ou 2) De acordo/Segundo/etc.. Lopes (2010)..
Quando é até 3 autores: 
(LOPES; SANTOS; CASTRO, 2008) ou “Segundo Lopes; Santos; Castro (2008)
Acima de três autores coloca-se et al:
 (LOPES et al, 2008)
• Direta – Textual
“Até três linhas de citação e ela é fiel ao que autor disse, coloca-se a página” (LOPES, 2010, p.34) ou 
Segundo Lopes (2010, p.34) “citações até três linhas e ela é fiel ao que autor disse, coloca-se a página..”
Quando é acima de três linhas de citação, coloca-se a página, recua 4 cm, alinhado a direita, tamanho da letra é 10, espaçamento simples, sem aspas, sem itálico. (Lopes, 2010, p.34)
• Indireta 
É um resumo pessoal, com palavras pessoais sobre o que o autor disse, uma conclusão resumida, não coloca página: Lopes (2010) diz que... ou (LOPES, 2010)
• Apud ou Citado por
É a citação da citação, deve ser evitado ao máximo: 
Ex.: 
Em 2010, Lopes escreve: “O humano pensa, logo existe” 
 (em 2012, Santos lê o que Lopes escreveu e escreve): 
Lopes (2010) diz que “o que torna o humano, humano é o fato de pensar.” 
 (em 2013, Castro lê em Santos o que Lopes escreveu e escreve):
“O humano ao pensar, existe” (LOPES, 2010 apud SANTOS, 2012)
Cada uma tem normas diferentes para colocação de autoria e data.
Não se esquecer: O parágrafo não foi abolido da língua portuguesa; ABÇ. BJ, BJK, =) (São para ser usado na net e não se constituem em escrita da língua portuguesa); O texto deve ter alinhamento justificado; Respeite as margens previstas nas normas.
ELEMENTOS QUE COMPÕEM O PROJETO DE PESQUISA:
Elementos de Identificação
Capa
Folha de Rosto
Sumário
Lista de Figuras/ Lista de Quadros/ Lista de Tabelas/ Lista de Anexos
Introdução
Apresentação
Tema/Levantamento bibliográfico
Objetivos (Geral e Específico)
Hipóteses (apenas quando a metodologia assim exigir)
Justificativa
Métodos
Sujeitos
Instrumentos
Aparatos de Pesquisa
Procedimento para coleta de dados
Procedimentos para análise de dados
Ressalvas éticas
Referências 
Anexos
ELEMENTOS QUE COMPÕE O RELATÓRIO DE PESQUISA
Elemento de Identificação
Capa
Folha de Rosto
Elementos Opcionais
Dedicatória
Agradecimentos
Epígrafe
Sumário
Lista de Figuras/ Lista de Quadros/ Lista de Tabelas/ Lista de Anexos
Lista de Abreviações ou Siglas (opcional)
Resumo
Introdução
Apresentação
Tema/Levantamento bibliográfico
Objetivos (Geral e Específico)
Hipóteses (apenas quando a metodologia assim exigir)
Justificativa
Métodos
Sujeitos
Instrumentos
Aparatos de pesquisa
Procedimentos para coleta de dados
Procedimentos para análise de dados
Ressalvas éticas
Resultados
Discussão
Conclusões
Referências 
Anexos
CEPPE – MANUAL PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS E RELATÓRIOS DE PESQUISA
O Projeto e o Relatório de Pesquisa são os documentos que melhor caracterizam uma pesquisa científica.
Projeto se caracteriza como um momento propositivo da pesquisa, uma carta de intenções detalhada construída pelo pesquisador e que se preste a informar aos leitores deste documento. O Projeto ou Planejamento compõe o plano detalhado da pesquisa, levando a que o pesquisador possa, com um mínimo de desvios, “levar a cabo” sua investigação. Um bom Planejamento/Projeto garantirá ao pesquisador boa parte da qualidade e do interesse de seus resultados. Quanto à sua redação, ele estará projetando para o futuro as ações técnico-científicas de sua pesquisa e, portanto, deve ser redigido no tempo verbal do futuro do presente, apontando ao leitor algo que ainda irá se desenrolar
Relatório é o documento que irá apresentar a história de uma certa pesquisa científica, comportando sua construção e seu desenvolvimento até a conclusão, o texto passa a ser basicamente descritivo. O que foi apresentado no Projeto irá reaparecer no Relatório da Pesquisa, compondo justamente os elementos que apresentam a origem daquela investigação. o Relatório, portanto, dever-se-á apresentar num dos tempos verbais do passado, afinal, tudo o que está sendo relatado já ocorreu, é passado.
Elementos de Identificação 
Capa: Times New Roman/ Arial, tamanho 14. Nome da Instituição/Universidade, Curso, Nome do Autor/Autores e no. de Matrícula, Título do Trabalho; Campus – Cidade; Ano de Realização.
Folha de Rosto: Times New Roman/ Arial, tamanho 14. . Nome da Instituição/Universidade, Curso, Título do Trabalho, Nome do Autor/Autores e no. de Matrícula, Tipo de Trabalho Apresentado (projeto, relatório de pesquisa, monografia, trabalho de conclusão de curso, dissertação, tese); Nome do Professor Orientador (tamanho 12); Campus – Cidade; Ano de Realização.
Elementos Opcionais
Dedicatória é aquela na qual o autor dedica o seu trabalho ou presta homenagens
Agradecimentos é aquela na qual o autor registra sua gratidão àqueles que contribuíram para a execução dos trabalhos, tais como o orientador, instituições e demais pessoas que com ele cooperaram.
Epígrafe é aquela na qual o autor registra um pensamento ou frase (sua ou de outro autor com a respectiva citação) que melhor ilustre o tema contido no trabalho.
Elementos Obrigatórios
Sumário está listado cada um dos itens que o compõe, com a indicação das respectivas páginas de localização (centralizado em letras maiúsculas). Sumário e Índice não são sinônimos. O Sumário aparece no começo do trabalho e lista as principais divisões e páginas iniciais. O Índice, além de ser apresentado no final do trabalho, contém informações diversas, listadas alfabeticamente, sobre os assuntos ou temas tratados, nomes de autores, acontecimentos e instituições.
Lista de Tabelas (Quadros) e Figuras. Tabelas devem expressar as idéias de uma forma clara ao longo de um texto, de tal forma que apresentem as variações qualitativas e/ou quantitativas de um fenômeno, proporcionando uma leitura rápida dos dados, independentemente do texto de informações, “um método estatístico sistemático, de apresentar os dados em colunas verticais ou fileiras horizontais”. A Tabela aquela que é construída com os dados obtidos pelo próprio pesquisador e, conseqüentemente, é designado o Quadro quando se têm por base os dados secundários (obtidos de fontes como o IBGE, livros, revistas, etc), indicando-se abaixo do mesmo a referida fonte. São consideradas Figuras no texto, todos aqueles elementos gráficos que ilustrem ou resumam dados. São figuras, portanto, os gráficos, fotos, desenhos, fluxogramas e ilustrações em geral.
Resumo esta sintetizada informações sobre todo o trabalho, incluindo assim, elementos da Introdução, dos Métodos, dos Resultados e das Conclusões. Ela deve dar ao leitor uma noção clara e precisa do que foi realizado na Pesquisa. Deve conter no máximo 1400 caracteres (cerca de 35 linhas) ou até 250 palavras, aproximadamente. Tem o resumo em inglês Abstract.
Introdução 
Introdução apresenta para o leitor as condições sobre as quais a pesquisa irá se desenvolver. Antes das seções que devem compô-la obrigatoriamente, o autor, a seu critério poderá realizar uma breve.
Apresentação respeitado o momento em que se encontra, o Projeto ou o Relatório. Aqui, o autor conta ao leitor do trabalho o que ele deve encontrar na Introdução, especialmente quanto ao contexto em que a pesquisa foi realizada e quantoaos critérios para a apresentação da Revisão da Literatura: a pertinência dos assuntos e a forma de sua apresentação
Tema/ Levantamento Bibliográfico composto das informações colhidas na Pesquisa Bibliográfica, e que antecede a definição do problema que será estudado na pesquisa. Assim, ele serve para a composição do pano de fundo conceitual a partir do qual serão definidos e construídos os problemas, objetivos e métodos que caracterizam a pesquisa.
Objetivos estão apresentados, a critério do autor, tanto o objetivo geral da pesquisa quanto os objetivos específicos que se pretende sejam investigados ali. Se o objetivo geral diz respeito mais genericamente ao problema que será estudado - geralmente se confundindo com o título da pesquisa. os objetivos específicos informam quais as perguntas que a pesquisa pretende responder. A função dos objetivos é estabelecer as metas que o pesquisador irá perseguir e o lugar a que deseja chegar ao fim do trabalho. Os objetivos assim construídos e apresentados não garantem que o pesquisador tenha sucesso em alcançá-los, mas permitem que sua proposta seja seguida pelo pesquisador e acompanhada pelo leitor, possuir um objetivo bastante claro é uma característica essencial da atividade científica, independentemente do tipo de pesquisa.
Hipóteses apresentadas numa hierarquia decrescente quanto à sua importância, fazem referência especificamente às questões que a pesquisa deve responder a partir de seu desenvolvimento e são associadas aos objetivos específicos já apresentados. Elas são as respostas prováveis para o problema investigativo, são afirmativas que serão testadas no desenvolvimento da pesquisa. As hipóteses serão postas à prova empiricamente, no caso das pesquisas experimentais, e serão guias para a investigação no caso da pesquisa qualitativa. Vários são os tipos de pesquisa qualitativa, daí a importância do bom senso do pesquisador de modo a discernir o que melhor atenderá às necessidades de sua investigação.
Justificativa o autor tem a oportunidade de recorrer à literatura pesquisada (o interesse da pesquisa para outros investigadores), às circunstâncias institucionais (o interesse na formação do aluno) e às circunstâncias sociais (o interesse da pesquisa para a comunidade, especialmente aquela relacionada diretamente à pesquisa) para defender a relevância teórico-científica e a importância social e acadêmica daquilo que vai ser investigado.
Métodos são considerados todas as circunstâncias operacionais da pesquisa, o com quem, o aonde e o como da pesquisa. 
Sujeitos que efetivamente participaram da pesquisa, isto é da Amostra, incluindo sempre aqui também a caracterização da instituição, na situação da pesquisa ter sido conduzida dentro de uma instituição
Instrumentos são descritas aquelas ferramentas que serão (ou foram) utilizadas tanto para a Coleta de dados quanto para a Análise (ou Tratamento) dos dados. São considerados Instrumentos de Coleta de Dados, por exemplo, o emprego de questionários, entrevistas, testes ou escalas. Instrumentos para Análise de Dados variará em função do tipo de pesquisa, dos seus objetivos, dos sujeitos, dos procedimentos escolhidos, características da pesquisa (quantitativas ou qualitativas).
Aparatos da Pesquisa referem-se não às técnicas para a coleta dos dados, mas aos equipamentos empregados na investigação, tal como vídeos, gravadores, computadores e softwares, etc.
Procedimentos são indicados quais serão (ou foram, no caso do Relatório) os passos para a efetivação do Projeto de Pesquisa. Fazem parte dos Procedimentos do trabalho as descrições sobre como os dados foram obtidos, detalhando a natureza da coleta (se por meio de busca a fontes bibliográficas, por meio de observação e registro de eventos, por questionamento, ou por intervenção no objeto de estudo, contatos realizados, instruções dadas aos participantes e funções desempenhadas pelos pesquisadores)
Cronograma é o histórico da pesquisa, indicadores sobre como a investigação vai acontecer ou aconteceu no tempo, contando do planejamento, circunstâncias reais e desafios enfrentados.
Ressalvas Éticas são menções aos cuidados que foram tomados em relação ao bem estar dos participantes, sendo mencionadas cuidados e precauções éticas planejadas pelos autores, incluindo a menção do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).
Resultados apresentação objetiva dos resultados finais da pesquisa a partir dos procedimentos descritos no item Métodos. Consiste, assim, numa descrição dos resultados sem a preocupação de estabelecer qualquer juízo sobre a sua qualidade ou pertinência teórica.
Discussão é discutido os resultados obtidos na pesquisa, os quais já haviam sido apresentados na seção anterior, a comparação com aquilo que foi apresentado na revisão bibliográfica (Introdução); a comparação com o que foi proposto como hipótese e objetivos da pesquisa (Objetivos); a discussão dos aspectos operacionais da pesquisa, naquilo em que eles colaboraram ou dificultaram o andamento do trabalho. Em suma, aqui é feita uma confrontação com o que foi proposto no projeto de pesquisa, isto é, discutir, tendo em vista o projeto, o que foi atingido e o que não foi, e o porquê.
Conclusões irão estabelecer um fechamento para o trabalho, considerando criticamente as relações entre o que foi pretendido e o que foi obtido, e quais os desdobramentos que estas relações podem oferecer para os campos teórico-metodológico, social e acadêmico. Tais desdobramentos incluem sugestões de novas pesquisas a partir de questões que ficaram por ser respondidas ou de novas questões, além de soluções de problemas práticos que a pesquisa evidencia. Assim, o término do trabalho de pesquisa se faz com a abertura de perspectivas para novos trabalhos, novas investigações.
Referências Bibliográficas são apresentadas todas as fontes bibliográficas que foram efetivamente utilizadas para a produção do projeto/relatório. Estão aqui relacionados os livros, artigos científicos, artigos de jornais e de revistas não científicas, sites da Internet, e outros, com as respectivas referências seguindo as normas técnicas para a elaboração de referências bibliográficas.
Anexos são todas as informações que foram referidas no corpo do texto ou não cabem na integra ou não são facilmente acessíveis. Anexos (Roteiros de Entrevista, TCLE, etc.) Apêndices (Notícias, Escalas, legislação) – ambos devem ser acompanhados com nº e titulo.
DIRETRIZES METODOLÓGICAS: elaboração de revisão sistemática e metanálise de ensaios clínicos randomizados.
A revisão sistemática (RS) é um método de síntese de evidências que avalia criticamente e interpreta todas as pesquisas relevantes disponíveis para uma questão particular, área do conhecimento ou fenômeno de interesse. Por se tratar de método explícito e sistemático para identificar, selecionar e avaliar a qualidade de evidências, as revisões sistemáticas são tipos de estudos produzidos por uma metodologia confiável, rigorosa e auditável. Os métodos estatísticos – metanálises, normalmente são inseridos na análise e síntese dos resultados, permitindo aumentar a amostra e a precisão dos desfechos avaliados.
O Departamento de Ciência e Tecnologia – Decit – elaborou as Diretrizes Metodológicas para Pareceres Técnico-Científicos, ficando na lista a perspectiva de elaboração de diretriz para revisão sistemática. A partir de 2008, com a atuação da Rede Brasileira de Avaliação de Tecnologias em Saúde (Rebrats) iniciou os trabalhos para elaboração de métodos a serem padronizados no âmbito da rede. O grupo de trabalho de métodos da rede é formado por profissionais de especialidades diversas e de Instituições em vários âmbitos no Brasil, como universidades federais e estaduais, hospitais de ensino e hospitais de excelência, e por técnicos de secretarias e departamentos do Ministério da Saúde.
A diretriz aborda as quatro fases da revisão sistemática: planejamento, condução, interpretação e relato da revisão sistemática. Ela não leva em consideração o impacto do tipo de questão no processoda revisão e não esgota todos os mecanismos necessários para entender e realizar o método estatístico de metanálise.
Este documento foi baseado em duas diretrizes internacionais utilizadas para realizar revisões sistemáticas de pesquisas clínicas:
1. The Cochrane Reviewer’s Handbook1.
2. Diretriz elaborada pelo grupo The Australian National Health and Medical Research Council²
A estrutura desta Diretriz é constituída de acordo com as seguintes seções:
• Seção 1: promove a introdução às revisões sistemáticas como um método de pesquisa;
• Seção 2: discute o planejamento de uma revisão sistemática;
• Seção 3: discute os estágios envolvidos na condução da revisão sistemática;
• Seção 4: discute como relatar a revisão sistemática;
• Seção 5: apresenta etapas opcionais que complementam os dados da revisão sistemática.
A importância das diretrizes é orientar e padronizar a elaboração e condução de uma revisão sistemática de qualidade, principalmente devido à lacuna que encontramos na literatura nacional deste tipo de estudo e baixa qualidade metodológica das mesmas. As diretrizes serão guias práticos das principais etapas que estruturam a elaboração de revisões sistemáticas.
DEFINIÇÃO DE REVISÕES SISTEMÁTICAS
A RS é um sumário de evidências provenientes de estudos primários conduzidos para responder uma questão específica de pesquisa. Utiliza um processo de revisão de literatura abrangente, imparcial e reprodutível, que localiza, avalia e sintetiza o conjunto de evidências dos estudos científicos para obter uma visão geral e confiável da estimativa do efeito da intervenção.
DEFINIÇÃO DE METANÁLISE
Metanálise é uma análise estatística que combina os resultados de dois ou mais estudos independentes, gerando uma única estimativa de efeito3. A metanálise estima com mais poder e precisão o “verdadeiro” tamanho do efeito da intervenção, muitas vezes não demonstrado em estudos únicos, com metodologia inadequada e tamanho de amostra insuficiente. Uma RS não necessáriamente precisa apresentar uma metanálise. Ao contrário, em alguns casos não é apropriado que seja realizada, podendo até mesmo gerar conclusões errôneas4. A abordagem metanalítica é uma alternativa bastante útil quando não há grandes estudos randomizados disponíveis. Metanálises combinam os dados de todos os estudos que avaliaram tratamentos iguais ou similares para pacientes com uma condição específica. Deste modo, obtêm-se estimativas de efeito com maior precisão (menos erro aleatório) devido ao aumento do tamanho de amostra.
IMPORTÂNCIA DAS REVISÕES SISTEMÁTICAS
Permite solucionar controvérsias em estudos com estimativas divergentes; Aumenta o poder estatístico: estudos inconclusivos; Estima com maior precisão o efeito do tratamento, pois diminui o intervalo de confiança (IC); Permite generalizar dados, aumentando a validade externa dos estudos; Permite uma análise mais consistente de subgrupos; Identifica a necessidade de planejamento de estudos maiores e definitivos: metanálise inconclusiva; Fornece dados para melhor estimar o tamanho de amostra; Responde perguntas não abordadas pelos estudos individualmente.
LIMITAÇÕES DAS REVISÕES SISTEMÁTICAS
As RS de ECRs (ensaio clínico randomizado) são estudos observacionais e retrospectivos. Assim, os resultados de uma metánalise devem ser interpretados levando-se em conta as limitações e vieses inerentes aos estudos observacionais9. As principais limitações que podem afetar as RS são o viés de publicação (e outros similares como viés de linguagem), riscos de viés nos estudos primários (limitação metodológica dos estudos primários), além de dificuldades em combinar estudos que podem ter diferenças nas populações, intervenções, comparadores e definição dos desfechos (heterogeneidade clínica).
O conjunto de recursos, conhecimento e habilidades são decisivos para a realização de uma RS de forma otimizada. O revisor principal deve fazer uma avaliação para identificar o grau de auxílio que irá necessitar. O tempo é fator predominante e vai depender muito do assunto que será abordado pela revisão e das habilidades e conhecimentos técnicos dos revisores. É preciso definir o quanto de tempo a condução da revisão irá consumir e que parcela cada um da equipe poderá dispor para trabalhar na revisão. É importante planejar, em cronograma, todas as etapas, como treinamentos, reuniões, desenvolvimento do protocolo, busca dos artigos, seleção dos artigos, extração de dados, análise de dados, etc.
Devem ser considerados os seguintes recursos:
• Recursos financeiros: além de gastos previsíveis de materiais de consumo e escritório, papel e impressora, alguns outros gastos devem ser programados. 
• Recursos humanos: quantas pessoas irão compor a equipe da revisão, em quais etapas, quem será o coordenador principal da revisão, necessidade de consultoria de especialistas no assunto, profissional da informação (bibliotecário), estatístico.
• Recursos materiais: computadores, internet, materiais de escritório, telefone, fax, papel, impressão, fotocópias, local para reuniões, programas de computador, como gerenciadores de referência, programas estatísticos (STATA, por exemplo).
Em pesquisa clínica, independente do delineamento de estudo, a(s) questão(ões) de pesquisa a ser(em) investigada(s) deve(m) ser clara(s) e objetiva(s). Os critérios de elegibilidade complementam a questão de pesquisa estruturada. Nessa etapa, pode-se, por exemplo, estabelecer como critérios de inclusão um período mínimo de seguimento para inclusão dos estudos, faixa etária da população alvo, entre outros. Ao se definir uma questão de pesquisa para a RS, podemos nos deparar com a situação em que esta questão já tenha sido respondida de forma definitiva por algum estudo prévio.
O protocolo descreve as etapas realizadas na revisão e pode ser ilustrado com a introdução e a justificativa da revisão, objetivos e metodologia. Em metodologia, devem-se registrar os critérios de elegibilidade definidos, as bases de dados a serem pesquisadas, definição da estratégia de busca, processo de triagem e seleção dos artigos, processo de extração de dados, plano de análises estatísticas, desfechos e análises de sensibilidade de interesse. O relato dos resultados, discussão e conclusões faz parte da redação do manuscrito.
DIRETRIZ: PLANEJAMENTO DA REVISÃO SISTEMÁTICA
1. Formular questão de pesquisa estruturada de acordo com o acrônimo PICO
2. Buscar revisões prévias na literatura
3. Redigir o protocolo
O processo de avaliação da elegibilidade passa por uma etapa de triagem dos artigos, com leitura de título e resumo (quando disponível), e uma etapa de confirmação, pela leitura do manuscrito em forma de texto completo.
DIRETRIZ: AVALIAÇÃO DA ELEGIBILIDADE DOS ARTIGOS
1. Somar os resultados de busca de todas as bases;
2. Preferencialmente, utilizar um gerenciador de referências para avaliação da elegibilidade;
3. Remover as duplicatas dos artigos;
4. Triar os artigos pela leitura de título e resumo (quando disponível), por dupla de revisores, de
forma independente;
5. Confirmar a elegibilidade dos artigos pela leitura do texto completo;
6. Na etapa de confirmação da elegibilidade, utilizar a ficha clínica elaborada com os critérios de
elegibilidade a fim de registrar os motivos de exclusão nesta etapa;
7. Confirmação da elegibilidade realizada por dupla de revisores, de forma independente;
8. Confrontar as informações dos revisores e resolver as discordâncias por consenso ou por um
terceiro revisor;
9. Aplicar um teste estatístico (Kappa) para quantificar a concordância entre os revisores.
RANDOMIZAÇÃO
Randomizar é aleatorizar. É garantir com a mesma probabilidade que um paciente possa ser alocado para o grupo intervenção ou alocado para o grupo controle. O grande mérito da randomização é balancear os grupos e torná-los verdadeiramente comparáveis para características de base dos pacientes, fatores prognósticos ou de risco, conhecidos e desconhecidos, que possam afetar os desfechos investigados (fatores de confundimento).Com a geração da sequência de alocação e formação de dois ou mais grupos similares em relação a estas características, a idéia é atribuir exclusivamente à intervenção qualquer diferença observada em relação aos desfechos. Várias são as técnicas de randomização consideradas adequadas. Randomização central via web ou por sistema de interação de voz por ligação telefônica são as mais recomendadas. Entretanto, se não for possível, pode-se gerar uma lista de números aleatórios, anotá-los sequencialmente em papel, inseri-los em envelopes e selá-los.
DIRETRIZ: RESULTADOS
1. Apresentar tabela com características de base relevantes dos estudos incluídos
2. Apresentar fluxo seleção dos artigos
3. Determinar os parâmetros estatísticos adequados à revisão
4. Explorar as fontes de heterogeneidade das metanálises, se aplicável
5. Avaliar o viés de publicação da RS, se aplicável
ESTRUTURANDO A DISCUSSÃO E CONCLUSÃO
a. Resumir os principais resultados
b. Abrangência geral e aplicabilidade da evidência
c. Qualidade da evidência
d. Potenciais vieses no processo da revisão
e. Concordâncias e discordâncias com outros estudos e revisões;
A conclusão sumariza as idéias principais desenvolvidas na discussão, podendo ser divididas em duas seções: Implicações para prática clínica e gestores de saúde e Implicações para pesquisas futuras.
Neste documento, procurou-se abordar de forma simples e prática as principais etapas necessárias para a elaboração e condução de uma RS de qualidade. Deve-se ressaltar que esta diretriz não esgota de forma alguma o assunto, de modo que o pesquisador que pretende realizar uma revisão deverá se aprofundar nos tópicos abordados através de leitura específica. Ninguém realiza uma RS de forma individual. A definição da equipe, das etapas que cada um irá participar, além de cumprir um cronograma exequível, é fundamental para o sucesso de uma RS de qualidade, que contribuirá com o conhecimento para a prática clínica de uma questão de pesquisa, considerando a hierarquia das evidências.
MÉTODOS QUALITATIVOS DE PESQUISA: UMA TENTATIVA DE DESMISTIFICAR A SUA COMPREENSÃO
 Manual de estudos para alunos de pós-graduação, pretende ser um guia orientador em alguns dos métodos de pesquisa qualitativa
Este texto foi escrito com a finalidade de desmistificar a pesquisa qualitativa, como um caminho de se construir um corpo de conhecimento na área, bem como, as suas principais abordagens. Assim, pretendemos oferecer uma visão geral das possibilidades e opções metodológicas para o desenvolvimento da pesquisa. 
Existem, atualmente, duas linhas complementares de pesquisa, os métodos quantitativos e os qualitativos, possibilitando ao pesquisador uma escolha daquele que dê melhores respostas ao seu problema (FIELD, MORSE, 1985). Não devemos nos esquecer que na área da Saúde o propósito da pesquisa quantitativa e qualitativa é o mesmo: construir o conhecimento, por meio de métodos que se complementam.
É importante ter em mente que o ideal é que o problema e a questão a ser investigada é que deve nortear a escolha do método científico a ser utilizado. Também os dados do contexto estudado devem ser considerados. Apenas para citar um exemplo, em situações onde existem deficiências dos sistemas de informação, muitas vezes os dados não se apresentam confiáveis para contemplar estudos quantitativos, fazendo-se necessário delinear um estudo qualitativo. Visto isso, é preciso fazer uma aproximação dos métodos para saber qual a melhor escolha para aquilo que se pretende estudar, pesquisar.
Pesquisa-Ação 
A pesquisa-ação, tradicionalmente utilizada na área da educação, pode ser uma interessante modalidade de escolha para projetos que, além do caráter de pesquisa, envolvem também intervenção em uma determinada realidade, com abertura a construção coletiva dos diversos atores envolvidos no contexto e podem variar em graus distintos de participação, dada a fatores relacionados ao contexto, ao tempo de execução do projeto, ao número de sujeitos/instituições envolvidos. Tem pesquisa- ação técnica; prática; política; socialmente crítica; emancipatória.
Fenomenologia 
Etimologicamente fenomenologia é o estudo ou ciência do fenômeno, sendo que por fenômeno, em seu sentido mais genérico, entende-se tudo o que aparece, que se manifesta ou se revela por si mesmo. Os tipos de questões respondidos pela fenomenologia são aqueles designados a extrair a essência das experiências. Querem compreender as percepções dos sujeitos e, sobretudo, ressaltam o significado que os fenômenos têm para as pessoas. Essência é “aquilo que constitui a natureza das coisas; substância. A existência. Idéia principal. Significação especial; espírito. O que constitui o cerne de um ser; natureza” (FERREIRA, 1995). Referem-se portanto, ao sentido ideal ou verdadeiro de alguma coisa, dando um entendimento comum ao fenômeno sob investigação. (MOREIRA, 2002). A fenomenologia busca compreender o ser humano, utilizando-se de formulações de problemas.
HILL E, GAUER G, GOMES W B. Uma análise semiótico-fenomenológica das mensagens auto-reflexivas de filhos adultos de alcoolistas. Psicol. Reflex. Crit. V. 11, n. 1, 1998.
Etnografia 
A escolha deste referencial metodológico de análise deve ser feita por aqueles projetos de pesquisas que o problema demanda a descrição de valores, crenças e as práticas de grupo cultural. A etnografia descreve um grupo cultural ou um fenômeno associado com tal grupo, portanto, considerado um tipo de estudo qualitativo descritivo que utiliza abordagens teóricas etnográficas.
SILVA, F S da; AZEVEDO, M R C Crianças do sertão: modos de vida. Um estudo etnográfico das famílias de Santa Cruz do Banabuiú, Ceará. Rev. bras. crescimento desenvolv. Hum. n. 11, v. 1, p. 17-34, 2001.
Grounded theory 
A Grounded Theory, que muitas traduções para o Português a denominam como Teoria Fundamentada em Dados, e que por entendermos que toda teoria é fundamentada em dados, recomendamos que a mantenha na língua original. Ela pode ser considerada como uma forma de analisar dados etnográficos. Ao contrário da fenomenologia, a Grounded Theory assume a existência de processos, quando se tenta compreender as experiências de seres humanos, nas mais diversas situações. Podemos dizer de maneira bem sintética que, a Grounded Theory é um conjunto de procedimentos e técnicas de coletar e analisar dados de maneira processual, onde eles são, inicialmente, fragmentados e codificados de acordo com os incidentes e fatos, para possibilitar, posteriormente, a categorização e atribuição de conceitos. Assim, as categorias são ordenadas, de maneira a identificar a categoria central, que por sua vez, precisa ser testada para verificar se a mesma representa as experiências dos sujeitos.
MARCON, S. S. Vivenciando a gravidez. Florianópolis, 1989. 383 p. Universidade Federal de Santa Catarina
Materialismo histórico dialético 
O materialismo histórico é a ciência filosófica do marxismo que estuda as leis sociológicas que caracterizam a vida da sociedade, de sua evolução histórica e da prática social dos homens, no desenvolvimento da humanidade. O materialismo histórico significou uma mudança fundamental na interpretação dos fenômenos sociais que, até o nascimento do marxismo, se apoiava em concepções idealistas de sociedade humana. Marx e Engels colocaram pela primeira vez , em sua obra A ideologia alemã (1845-46), as bases do materialismo histórico. Nela criticam os jovens Hegelianos e Feuerbach, que acham ainda que a história era resultado das ideologias e da presença dos “heróis”, ao invés de buscar nas formações sócio- econômicas e nas relações de produção os fundamentos verdadeiros das sociedades. O materialismo histórico ressalta a força das idéias, capaz de introduzir mudanças nas bases econômicas que as originou (TRIVIÑOS, 1987). O pesquisador que segue uma linha teórica baseada no materialismo dialético deve ter presente em seu estudo uma concepção dialética da realidade natural e social e do pensamento, a materialidade dosfenômenos e que se estes são possíveis de conhecer. Os projetos de pesquisas que enunciam o problema, de forma a dirigir à compreensão da historicidade do fenômeno, geralmente, utilizam-se do referencial metodológico denominado Materialismo Histórico Dialético (TRIVIÑOS, 1987).
MADEIRA, L. M. Reinternaçäo infantil: descortinando os determinantes sociais do fenômeno. São Paulo, 1996. 175. Tese (Doutorado) – Escola de Enfermagem - Universidade de São Paulo - Escola de Enfermagem.
Como conseguir os sujeitos participantes da pesquisa? 
A finalidade na amostra qualitativa é compreender o fenômeno de interesse, enquanto na quantitativa, a mesma visa generalizar os resultados à população, da qual foi extraída (MAYAN, 2001). 
Segundo a autora, as investigações qualitativas dependem de amostras selecionadas propositalmente. O pesquisador escolhe indivíduos e contextos por meio das seguintes perguntas: Quem pode me dar as melhores informações, referentes à pergunta de meu projeto de pesquisa? (Definindo os sujeitos da pesquisa). Em quais contextos eu conseguirei colher as melhores informações relativas à pergunta de meu projeto? (Definindo o local da coleta de dados) 
Resumindo este tópico: O pesquisador precisa definir em seu projeto de pesquisa os sujeitos com os quais irá trabalhar, bem como o local da coleta de dados.
ESTRATÉGIAS PARA COLETA DE DADOS
Observação participante 
A observação participante foi desenvolvida como uma estratégia de coleta de dados pelos antropologistas, uma estratégia essencial em estudos etnográficos. Na observação participante, o pesquisador se insere ao grupo investigado, por períodos de tempos e passa a vivenciar a experiência no local do grupo estudado. Isso permite ao pesquisador, compreender a organização do grupo, bem como suas relações, comportamentos, valores e crenças MAYAN (2001).
Notas de campo 
Enquanto o pesquisador está no campo de coleta de dados, o mesmo deve ter seu senso de observação acurado e se não der para fazer as anotações no local onde se está fazendo a coleta, recomenda-se fazê-los tão logo puder, por meio da escrita ou por gravação de: reflexões, sentimentos, idéias, momentos de confusão, interpretações, bem como tudo que julgar importante do que observou no campo de coleta de dados. Procure fazer esse tipo de procedimento em lugar reservado e nunca na presença dos sujeitos. Procure sempre respeitar a individualidade e a privacidade dos sujeitos, sem expô-los a situações de constrangimentos
Entrevista
Entrevista não estruturada interativa
Entrevista semi-estruturada (A entrevista é conduzida a partir de um conjunto de perguntas abertas e numa ordem específica)
Grupo focal 
O grupo focal é uma técnica de coleta de dados, recomendada para pesquisa de campo, já que, em pouco tempo e baixo custo permite uma diversificação e um aprofundamento dos conteúdos relacionados ao tema de interesse (CHIESA, CIAMPONE, 1999). A utilização do Grupo Focal na área da saúde é recente. O principal objeto do Grupo Focal consiste na interação entre os participantes e o pesquisador e a coleta de dados, a partir da discussão com foco, em tópicos específicos e diretivos. Envolve algum tipo de atividade coletiva como, por exemplo: assistir um vídeo, examinar uma mensagem de educação para a saúde ou simplesmente debater um tema ou questões.
ANÁLISE DE CONTEÚDO 
Vale ressaltar que existem várias técnicas de se analisar os dados, além da análise de conteúdo, como: análise de discurso, Grounded Theory, análise do discurso do sujeito coletivo, história oral. Outro ponto a se destacar é que a fenomenologia possui um método próprio de análise dos dados.
A análise de conteúdo é conceituada por BARDIN (1977), como "um conjunto de técnicas de análise das comunicações, visando obter, por procedimentos, sistemáticos e objetivos de descrição de conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens". 
Buscando atingir os significados manifestos e latentes no material qualitativo, têm sido desenvolvidas como técnicas de análise de conteúdo a análise de expressão, a análise de relações, a análise temática e a análise da enunciação (MINAYO, 1992). No entanto, para BARDIN (1977), não existe nada pronto para aqueles que pretendem utilizar a análise de conteúdo como método em suas investigações. O que existem são algumas regras básicas, que permitem ao investigador adequá-las ao domínio e objetivos pretendidos, reinventando a cada momento uma maneira de analisar. 
Para BARDIN (1977), a análise de conteúdo basicamente desdobra-se em três fases, a saber: 
1 - Pré-análise; (uma leitura flutuante, atividade onde se estabelece o primeiro contato com os documentos a serem analisados, deixando-se tomar contato exaustivo com o material.)
2 - Exploração do material; (ocorre logo após a pré-análise e consiste numa fase longa de dedicação, de operações de codificação, enumeração, classificação e agregação, em função de regras previamente formuladas.)
3 - Tratamento dos resultados, a inferência e a interpretação.( no caso de análise de conteúdo qualitativo, os resultados brutos são tratados de maneira a serem significativos e válidos. Os resultados são submetidos a operações estatísticas simples (percentagens), ou mais complexas (análise fatorial), permitindo estabelecer quadros, diagramas, figuras e modelos referente aos resultados. De posse destes dados significativos, o investigador poderá, então, propor inferências e interpretações a propósito dos objetivos previstos, ou que digam respeito a outras descobertas inesperadas)
Na pesquisa qualitativa se deve assegurar a validade interna, porque a confiabilidade ainda não parece ser adequada à pesquisa qualitativa. Assim, validade interna significa que as conclusões da pesquisa precisam ser corroboradas pelos dados. A validade interna é julgada a partir da precisão com que as descrições dos eventos representam os dados (MAYAN, 2001).
ETAPAS QUE UM PROJETO DE PESQUISA DEVERÁ ABORDAR:
1. INTRODUÇÃO (justificativa, problema, objetivo) 
2. MÉTODO 
Tipo de pesquisa (Optando pela pesquisa qualitativa, se for o caso) 
Os sujeitos (A amostra) 
O local onde será desenvolvido o trabalho 
Os procedimentos de coleta e de análise (Instrumento de coleta de dados, o Consentimento Livre e Esclarecido para participação em estudo clínico, como se procederá a coleta de dados, ...) 
A análise dos dados 
* Observação: No caso da pesquisa qualitativa, é recomendado o tempo verbal na primeira pessoa do singular 
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
4. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO DO PROJETO 
GRAVIDEZ NÃO - PLANEJADA NA ADOLESCÊNCIA: ASPECTOS BIOLÓGICOS, PSICOLÓGICOS E SOCIAIS
OBJETIVO GERAL 
Analisar como mulheres que engravidaram durante a adolescência consideram as influências biológicas, psicológicas e sociais da gravidez em si mesmas.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Verificar, junto a mulheres adultas, que engravidaram na adolescência, se estas percebem que a situação de vulnerabilidade social a que poderiam estar expostas contribuiu para que tivessem uma gravidez precoce.
Verificar, junto a mulheres adultas, que engravidaram na adolescência como avaliam o papel da disponibilidade de informações sobre sexualidade e métodos contraceptivos para a adolescente evitar uma gravidez precoce.
Verificar junto a mulheres adultas, que engravidaram na adolescência, como ficaram as questões de escolarização e aprendizagem para si mesmas.
Analisar se mulheres adultas que engravidaram na adolescência percebem que o fato de terem engravidado influenciou no estabelecimento de relacionamentos amorosos adequados para as mesmas.
Analisar, junto a mulheres adultas, que engravidaram na adolescência se estas consideram que ao descobrirem estarem grávidas tiveram alterações significativas de humor e comportamento.
Verificar se mulheres adultas, que engravidaram na adolescência consideram que o fato de terem engravidado podeter alterado o curso natural de seu amadurecimento psicossocial.
Analisar a percepção de desejo de ter engravidado nos casos de mulheres adultas, que engravidaram na adolescência. 
Analisar como as mulheres adultas, que engravidaram na adolescência percebem as influências da gravidez precoce no relacionamento com a família de origem.
HIPÓTESES
As mulheres adultas, que engravidaram na adolescência percebem que a situação de vulnerabilidade social a que poderiam estar expostas contribuiu para que tivessem uma gravidez precoce.
As mulheres adultas, que engravidaram na adolescência percebem que a falta de informação disponível sobre sexualidade e métodos contraceptivos contribuiu para que tivessem uma gravidez precoce.
As mulheres adultas, que engravidaram na adolescência percebem que o fato de terem engravidado ocasionou problemas referentes à escolarização e aprendizagem em si mesmas.
As mulheres adultas, que engravidaram na adolescência percebem que o fato de terem engravidado ocasionou o estabelecimento de relacionamentos amorosos adequados e estáveis precocemente.
As mulheres adultas, que engravidaram na adolescência consideram que ao descobrirem estar grávidas tiveram alterações significativas de humor e comportamento.
As mulheres adultas, que engravidaram na adolescência consideram que o fato de terem engravidado alterou o curso natural de seu amadurecimento psicossocial.
As mulheres adultas, que engravidaram na adolescência consideram que pode ter havido um desejo consciente de engravidar.
As mulheres adultas, que engravidaram na adolescência percebem que o fato de terem engravidado ocasionou problemas de relacionamento com a família de origem.
JUSTIFICATIVA
A gravidez precoce vem sendo um acontecimento de grande incidência em nosso país há muitos anos, questões como vulnerabilidade social, baixa escolaridade, falta de maturidade, orientação, informação e meios ou cuidados para prevenir, são os aspectos apontados como os facilitadores para a gravidez não-planejada na juventude. 
A adolescência é uma fase de mudanças e descobertas, com profundas indecisões que auxiliam no desenvolvimento biopsicossocial da jovem, que não pode ser considerada adulta, pois não está madura o suficiente para assumir papéis e responsabilidades, e também, já não é mais uma criança, embora a imaturidade e o baixo envolvimento com a realidade ainda estejam presentes em alguns momentos, sendo esse último, um dos fatores que as impedem de prever as consequências de uma gravidez na adolescência.
Depois da descoberta da gravidez não-planejada, uma mistura de sentimentos e reações (muitas vezes, negativas e prejudiciais) apodera-se da adolescente, que a partir daquele momento, viverá períodos de medos, conflitos, mudanças radicais e amadurecimento impreterível e irrevogável, devendo assumir papéis e responsabilidades que não condizem com a fase que vive.
Muitas vezes, tudo isso, acompanhado dos riscos e complicações fisiológicas que ela e o bebê correm; o conflito intrafamiliar, a difícil aceitação e/ou falta de apoio do parceiro e/ou de sua família, o abandono escolar, o afastamento das relações de amizade, a renúncia de sonhos e projetos futuros. E a nível psicológico, têm os aspectos como: a depressão, rejeição, ideações suicidas, sentimentos de angústia, medo, vergonha e culpa; misturados a fase conturbada que é adolescência, em geral, resulta em uma pessoa, família e comunidade extremamente vulneráveis. 
A adolescente grávida busca ressignificar-se e questiona o sentido da criança em sua vida. Fica claro que as jovens mães necessitam de atenção especializada através de uma equipe multidisciplinar para minimizar os possíveis aspectos negativos da gravidez não planejada na adolescência (BRASIL/MS, 2008).
A gravidez precoce não-planejada é um dos fatores eminentes em nossa sociedade, acarreta prejuízos a nível social, familiar, psicológico e biológico, portanto, é necessário investir em mais pesquisas e ações que esclareçam e executem planos a nível escolar, de saúde e políticas públicas, para promover saúde e prevenção para as adolescentes, seus familiares e a comunidade, e assim, minimizar os prejuízos e aspectos negativos de uma gravidez não-planejada na adolescência.
A Psicologia como profissão e ciência, revela o propósito de aprofundar o conhecimento sobre a subjetividade, para que assim, possamos compreender e contribuir para a melhora do sofrimento humano, desta forma, com o presente estudo, visamos analisar os aspectos biológicos, psicológicos e sociais de uma gravidez não-planejada na adolescência, como estas mulheres analisam tais influências em si mesmas, e a partir desses estudos que são de grande relevância, contribuir com a comunidade acadêmica, psicólogos e a sociedade como um todo.
MÉTODOLOGIA 
Nosso estudo utilizará a metodologia qualitativa com o propósito de analisar as influências dos aspectos psicológicos, biológicos e sociais de uma gravidez não-planejada na adolescência, através da coleta de dados em mulheres adultas que atravessaram por essa conjuntura. 
“O pesquisador qualitativo pauta seus estudos na interpretação do mundo real, preocupando-se com o caráter hermenêutico na tarefa de pesquisar sobre a experiência vivida dos seres humanos” (OLIVEIRA, p. 7, 2008).
Essa metodologia se apresentou mais adequada a nossa pesquisa pelo fato de obter caráter descritivo, que busca o entendimento do fenômeno como um todo, na sua complexidade, visando à compreensão ampla do contexto que está sendo estudado. Considera que todos os dados da realidade são importantes e devem ser examinados, sendo possível a partir da metodologia qualitativa captar dados psicológicos que são reprimidos ou não facilmente articulados.
“Este método difere, em princípio, do quantitativo, à medida que não emprega um instrumental estatístico como base na análise de um problema, não pretendendo medir ou numerar categorias” (RICHARDSON, 1989; apud DALFOVO; LANA; SILVEIRA, p. 9, 2008).
A pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como fonte direta de dados, os pesquisadores qualitativos estão preocupados com o processo, onde os significados que as pessoas dão aos seus contextos são essenciais, e não simplesmente com os resultados ou produto, como ocorre no método quantitativo. 
Segundo Haguette (p. 59, 2010) “os qualitativistas afirmam que, o método fornece uma compreensão profunda de certos fenômenos sociais, apoiados no pressuposto da maior relevância do aspecto subjetivo da ação social face à configuração das estruturas societais.”
Neste posicionamento teórico, a vida humana é vista como uma atividade interativa e interpretativa, realizada pelo contato com os outros. Analisam o homem como diferente dos objetos, por isso seu estudo necessita de uma metodologia que considere essas diferenças.
Os procedimentos metodológicos realizados são do tipo etnográfico, permitindo a combinação de técnicas, como: a observação direta do participante (sentimentos, pensamentos e intenções), entrevista, história de vida, análise de documentos, vídeos, fotos, testes psicológicos, dentre outros. Utilizaremos a entrevista semi estruturada como técnica para coleta de dados, possibilitando uma melhor compreensão da situação através do contato direto com os sujeitos, compreendendo a relação dos investigados com o contexto em questão. 
PARTICIPANTES
O estudo será realizado envolvendo uma amostra de dez (10) mulheres adultas (maiores de 20 anos) que tiveram uma gravidez não-planejada na adolescência (entre 13 e 17 anos), residentes em Ribeirão Preto e região (Jardinópolis, Pontal, Sales Oliveira, Santa Rita do Passa Quatro e Serrana), com o objetivo de analisar em que medida essas mulheres perceberam as influências biológicas, psicológicas e sociais da gravidez em si mesmas. 
INSTRUMENTOS
Será utilizada a técnica de entrevista semi-estruturada. O roteiro de entrevista a ser utilizado encontra-se no apêndice A. Para Nogueira – Martins e Bógus (p. 50, 2004):
Nas entrevistas aberta e semi-estruturada, o entrevistador deveter o cuidado de observar os aspectos não-verbais - gestos, expressões, entonações, sinais não-verbais, hesitações, alterações de ritmo, enfim, toda uma comunicação não verbal cuja captação é muito importante para a compreensão e a validação do que foi efetivamente dito.
Primeiramente, iremos levantar dados que serão necessários para que possamos conduzir a pesquisa, como, nome (que será redigido em siglas ou codinomes), idade atual e a idade em que ocorreu a gestação, a partir daí, solicitaremos as entrevistadas para que nos conte a história de como tudo ocorreu, de forma aberta e livre.
Após anamnese início da entrevista, faremos algumas perguntas para que pontos sejam esclarecidos, como: situação social e familiar daquele momento (se vivia ou não em situação de vulnerabilidade social); se tinham disponíveis algumas informações a respeito da sexualidade ou se utilizavam algum método contraceptivo; quais níveis escolares estavam cursando na época (se houve evasão escolar após a descoberta da gravidez e se depois, voltaram a freqüentar as aulas); o que resultou dos relacionamentos familiares e amorosos (reação da família, apoio do pai da criança, casou-se ou não); durante a gravidez percebeu-se alterada em relação a humor, sentimentos, comportamentos e quais eram (exemplos: medo, angústia, irritação, agressividade, tristeza, depressão, alegria, insônia, cansaço, etc.); como se deu o amadurecimento psicossocial (que tipo de responsabilidades foram agregadas, como pensava e/ou se sentia em relação à maternidade); se internamente, acreditam que houve um desejo (por alguma das partes) de ter engravidado naquele momento, o que facilitou a aceitação.
Conforme a evolução da entrevista e acreditando haver algum ponto a ser esclarecido, poderemos elaborar questões espontâneas a respeito do contexto a fim de enriquecer as informações sobre os dados necessários. 
APARATOS DE PESQUISA
Serão utilizados: papel, caneta, lápis, computador e gravador.
PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS
Por meio de contatos pessoais as participantes serão recrutadas e convidadas a participar da pesquisa. No primeiro contato informaremos sobre o presente projeto, o estudo que está sendo feito, e seus objetivos; e se estas consentiriam em colaborar com a pesquisa, nos fornecendo algumas informações sobre como ocorreu os aspectos biológicos, psicológicos e sociais durante suas gestações na adolescência. 
Uma vez, tendo aceito participar, agendaremos um dia, horário, e o melhor local para a realização da entrevista, que será gravada mediante o consentimento prévio da participante. 
No momento da entrevista, iniciaremos com a leitura conjunta do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (apêndice B), e a coleta de assinatura no TCLE, para finalmente iniciarmos a coleta de dados através de nosso roteiro de entrevista. Uma cópia do modelo de TCLE a ser utilizado encontra-se no apêndice B. As entrevistas serão gravadas em áudio para posteriormente serem transcritas na íntegra.
Caso seja observado qualquer desconforto na participante, em função do conteúdo da entrevista, a mesma será interrompida e se dará um suporte inicial. Havendo a necessidade de um suporte mais aprofundado, a participante será encaminhada ao serviço de Plantão Psicológico do Centro de Psicologia Aplicada da UNIP – Universidade Paulista em Ribeirão Preto.
Ao término da entrevista encerraremos o encontro agradecendo a participação das envolvidas.
PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DOS DADOS
Adotaremos para o tratamento de dados de nossa pesquisa qualitativa, mais comumente conhecidos como análise do conteúdo, segundo MINAYO (1998), focados em sua técnica denominada análise temática. O objetivo da análise do conteúdo será o de alcançar uma vigilância crítica frente à comunicação, entrevistas e observação, ultrapassando assim o nível do subjetivismo e do senso comum na interpretação (MINAYO, 1998). 
A análise do conteúdo pode ser compreendida como: 
Um conjunto de técnicas de análise de comunicação visando obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção destas mensagens. (BARDIN, 1979 apud MINAYO, 1998 p.199). 
Para tal, serão definidas categorias de análise a posteriori, por meio da leitura flutuante das entrevistas e do referencial teórico do trabalho.

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