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MECÂNICA ÓSSEA Prof.a Gabriela Maciel O COLÁGENO DÁ AO OSSO A HABILIDADE PARA SUPORTAR CARGAS TENSIVAS. CONSTITUINTES DO OSSO Os percentuais desse material varia com a idade e a saúde do osso. u Substâncias orgânicas (35%) - células ósseas e a matriz orgânica ou substância intercelular. – Colágeno Dá flexibilidade ao osso; Resistência tênsil ou à tração. Maior quantidade no osso da criança. u Substância inorgânicas- cálcio, fósforo, sódio, magnésio, carbonato, fluoreto e hidroxilas. – Carbonato e Fosfato de Cálcio - correspondem de 60 a 70% do peso do osso. Rigidez ao osso. Metabolismo: crescimento do osso. COMPONENTES MINERAIS DÃO AO OSSO HABILIDADE PARA SUPORTAR CARGAS COMPRESSIVAS. u Água Água - 25 a 30% do peso do corpo. Resistência. – Carrega nutrientes e produtos de desgaste para longe das células; – Transporte de íons para o osso e a partir do osso para armazenamento e utilização pelos tecidos corporais. PROPRIEDADES u Rigidez – mínima deformação ao aumento de carga. u Resistência – Física – Fisiológica Osso possui grande resistência física porém pequena resistência fisiológica PROPRIEDADES u Elasticidade - é a capacidade de resistir esforços. Dada pelo colágeno. A elasticidade do osso é pouca (3%). Se cargas excedem os limites elásticos do material, haverá deformação permanente e falha do material. FUNÇÕES • osso é um tecido extremamente dinâmico e continuamente formado e remodelado pelas forças às quais ele está sujeito. u Sistema de alavancas (ossos longos) e eixos (articulações); NO CORPO HUMANO Haste Rígida ——> Segmento corporal envolvido no movimento. Ponto Fixo ——> Articulação. Força Potente ——> Força Muscular (representada no local de inserção do músculo). Força Resistente ——> Peso dos Segmentos corporais envolvidos no movimento. Alavancas de 1ª classe u INTERFIXA - O ponto fixo se encontra entre a força potente e a força resistente; - É mais bem desenhada para o movimento de balanceio; EXEMPLOS NO CORPO HUMANO u Movimento da cabeça sobre o Atlas (1ª vértebra cervical) no sentido de flexão e extensão do pescoço. Alavancas de 2ª classe u INTER-RESISTENTES - A força resistente está entre a força potente e o ponto fixo; - Apresenta maior vantagem mecânica pois o braço de força é sempre maior que o braço de resistência; Pouco encontrada no corpo humano. EXEMPLOS NO CORPO HUMANO u A mais usada para força; u Muitos autores afirmam que não há no corpo humano. u A ação dos músculos flexores plantares do tornozelo quando uma pessoa fica nas pontas dos pés. Alavancas de 3ª classe u INTERPOTENTES - A força potente está entre a força resistente e o ponto fixo; - Mais comum no corpo humano; - Não oferece vantagem mecânica; - É boa para o movimento. EXEMPLOS NO CORPO HUMANO u Bíceps durante a flexão de cotovelo, onde o ponto fixo é a articulação do cotovelo, a força potente é a inserção proximal do bíceps no rádio e a força resistente é o peso do antebraço e da mão. FUNÇÕES u Sustentação; u Proteção. ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL CLASSIFICAÇÃO DO TECIDO A porosidade do osso afeta diretamente as características mecânicas do tecido. A porosidade é indiretamente proporcional a quantidade de minerais ósseos ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL CLASSIFICAÇÃO DO TECIDO Quanto a porosidade u Osso trabecular, esponjoso ou reticular – Maior proporção de tecido não- mineralizado. – Porosidade alta: 30 a 90% ocupado por tecido não mineralizado; – Estrutura tipo favo de mel: trabéculas; ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL CLASSIFICAÇÃO DO TECIDO u Osso cortical – compacto • Porosidade baixa (mais minerais): 5 a 30% ocupado por tecido não mineralizado. • Compacto; • Rígido: proporciona força e dureza; u Resposta elástica: deformação no seu comprimento ou forma sendo recuperado após a retirada da carga. Deforma-se até 3%. u Resposta plástica: atinge o ponto de deformação, as fibras começam a ceder ocorrendo microrrupturas. Deformação permanente e eventual fratura caso a carga continue. Classificação dos Ossos: u Ossos longos: - Tem o comprimento maior que a largura; - São formados basicamente por tecido compacto (denso); - Contém quantidades consideráveis de tecido esponjoso. Exemplo: Fêmur, Úmero, Falanges, etc. FÊMUR ÚMERO Classificação dos Ossos: u Ossos curtos: - Apresentam aspecto simétrico (cubóide) entre largura a comprimento. Exemplo: Ossos do carpo, Ossos do tarso. Pé Mão Ossos do Tarso Ossos do Carpo Classificação dos Ossos: u Ossos planos (laminares): - Como o próprio nome sugere são ossos aproximadamente planos, finos em espessura; - Conferem importante proteção e ampla área de inserção muscular. Exemplo: Ossos do crânio, esterno, escápula. ESTERNO Manúbrio Corpo Apêndice Xifóide ESCÁPULA Classificação dos Ossos: u Ossos irregulares: - Apresentam aspecto disforme. Exemplo: Vértebras, maxila. Vértebra Cervical CRESCIMENTO ÓSSEO u Longitudinal - só ocorre quando a epífise ou placa epifisária está presente. Fusão da epífise ocorre por volta dos 18 a 25 anos. u Circunferencial – crescimento no diâmetro. ATIVIDADE FÍSICA E REMODELAGEM ÓSSEA u O tecido ósseo precisa experimentar estímulos diários para manter a saúde óssea. u O peso corporal e nível de atividade são exemplos de fatores que regulam a densidade nos ossos sustentadores de peso. u Nível de atividade aumentada: aumento do tecido ósseo – hipertrofia. MODELAGEM E REMODELAGEM ÓSSEA Lei de Wolf: os formatos, as densidades, os tamanhos dos ossos são influenciados pela direção e magnitude das forças que atuam sobre o osso. Ex: tíbia. O osso é um tecido dinâmico: modelagem e remodelagem, aumentam, diminuem ou modificam o formato do osso. Controladas pelo osteócitos. Estimulam as ações dos osteoblastos e osteoclastos. Modelagem: formação de tecido ósseo. Aumento da massa e densidade óssea. Predomínio dos osteoblastos Remodelagem: manutenção ou reabsorção de tecido ósseo. Predomínio dos osteoclastos. Equilíbrio: remodelagem (ativação dos osteoclastos) – reabsorção do osso existente – osso novo é depositado pelos osteoblastos – reabsorção pelos osteoclastos. Equilíbrio entre os osteoblastos e osteoclastos. u A caminhada: provoca renovação óssea. u Adultos → depósito ósseo = reabsorção. Massa óssea total constante. u Massa óssea total pode ser aumentada com o exercício. u O crescimento longitudinal começa a se tornar mais lento no final da adolescência (90%) do conteúdo mineral ósseo do adulto. u O mineral ósseo se acumula normalmente durante toda a segunda infância e a adolescência, com pico entre 25 aos 28 anos nas mulheres e 30 aos 35 anos em homens. u Aproximadamente 0,5% a 1,0% da massa óssea é perdida por ano. Após a menopausa há uma perda de até 6,5% por ano. u Por volta dos 50 anos a massa óssea começa a declinar. u Tanto os homens como as mulheres perdem osso cortical com a mesma velocidade, porém as mulheres perdem osso trabecular com mais rapidez que oshomens. u O processo de depósito e reabsorção não são iguais para todos os ossos. HIPERTROFIA ÓSSEA Aumento da mineralização do osso. Atividade física que envolve forças de impacto é necessário para manter ou aumentar a massa óssea. Indivíduos ativos: tecido ósseo mais denso, mais mineralizados que os indivíduos sedentários. HIPOTROFIA E ATROFIA ÓSSEA Quando a quantidade de cálcio contida no osso diminui. Remodelagem. Ocorre: u Menor dureza; u Maior deslocamento de curvamento; u Diminuição do comprimento ósseo e área de secção transversa; u Redução da velocidade de formação óssea FRATURAS OCORREM COM MAIS FACILIDADE. CAUSAS - HIPOTROFIA u Quando cargas normais exercidos no osso pela contração muscular, força da gravidade e pela sustentação do peso corporal são removidos temporariamente ou totalmente; u Predominante atividade osteoclástica; u Diminuição da atividade osteoblástica. FATORES QUE AUMENTAM A AQUISIÇÃO ÓSSEA DURANTE O CRESCIMENTO u Atividade física com sustentação de peso corpóreo; u Atividades que aumentem a força muscular; u Evitar períodos de imobilidade. CARGAS MECÂNICAS São forças que atuam, de maneira diferente respectivamente, sobre o osso: u força muscular; u força da gravidade; u sustentação do peso e; u qualquer força que frature o osso. CLASSIFICAÇÃO DAS FORÇAS Carga de Compressão u Produzida por: músculos, apoio de peso, gravidade ou carga externa. A compressão excessiva causa alargamento e encurvamento do osso. Para o desenvolvimento e crescimento do osso são necessários stress mecânico (cargas compressivas moderadas). Carga de tração ou força de tensão Fonte tensiva geralmente é um músculo (avulsão) → formação das tuberosidades e apófises. Ex: maléolo lateral, 5 metatarso, epicôndilo lateral, TAT. Responsáveis por distensões e entorses, tendinites. O OSSO SUPORTA MAIORES FORÇAS COMPRESSIVAS QUE TENSIVAS. Cargas de inclinação, encurvamento ou flexão u Quando uma força excêntrica (não axial) é aplicada à extremidade do osso, ele se curva criando um estresse compressivo (concavidade) em um lado e um es t resse de tensão (convexidade) do lado oposto. Produzidas por aplicações de força em três ou quatro pontos (pontas e meio).Ex: lesões dedo, joelho pé fixo. GERALMENTE AS FRATURAS OCORRE DO LADO DA TENSÃO Carga de deslizamento, cisalhamento u Atua paralelamente ou tangencialmente à sua superfície. As forças de tensão e compressão são exercidas ao longo do eixo do osso. Ex: lesões discais. Cargas de torção u Quando um osso é contorcido ao redor do seu eixo longitudinal, tipicamente quando uma extremidade está fixa. Ex: fratura em espiral, lesões ligamentares e cartilagem. UMA CARGA DE TORÇÃO TAMBÉM PRODUZ FORÇAS COMPRESSIVAS E TENSIVAS. TIPOS DE CARGAS u Cargas combinadas - ação simultânea de mais de uma das formas puras de agentes deformantes. u Cargas repetidas - aplicação repetida de uma carga não traumática que é, geralmente, de baixa magnitude . u Carga traumática - aplicação de uma única força com magnitude suficiente para causar lesão em um tecido biológico. ESTRESSE MECÂNICO Representa o resultado da distribuição interna da força aplicada externamente sobre o corpo. CARGA DE ROTURA É quando o coeficiente de elasticidade de um osso é ultrapassado gerando uma lesão no mesmo, ou seja, fraturando. PATOLOGIAS OSTEOPOROSE Doença metabólica caracterizada por perda excessiva de componentes minerais e perda da resistência do osso resultando em densidade óssea reduzida. Osteoporose ≠ osteopenia. Reabsorção óssea maior que o depósito → densidade óssea diminuída → perda da integridade trabecular → fraturas. TIPOS DE OSTEOPOROSE u Tipo I: relacionada ao metabolismo. Afeta 40% das mulheres após os 50 anos de idade. u Tipo II: relacionada a idade. Afeta homens e mulheres após 70 anos de idade. População acometida: u Mulheres pós-menopausa; u Idosos; u Crianças e adolescentes. Consequência: u Fraturas: rádio, ulna, colo fêmur e coluna vertebral. – Pós-menopausa: colo de fêmur, vertebrais (3x), punho (6x). – Idade após 60 anos:90% de todas as fraturas relacionada a osteoporose, principal causa de morte na população idosa. u Dor: coluna. u Redução da altura corporal: fraturas vertebrais por esmagamento. u Cifose torácica: vertebra em cunha. CAUSAS u Hiperatividade osteoclástica; u Hipoatividade osteoblástica; u Fatores hormonais; u Ingestão insuficiente de cálcio e/ou outros minerais e nutrientes; u Vida sedentária; u Medicamentos: corticóides; u Tabagismo; u Consumo excessivo de cafeína. PREVENÇÃO MAIS FÁCIL PREVENIR QUE TRATAR u Manter ou restaurar as velocidades de reabsorção e de formação do osso a níveis pré- menopásicos; u Exercícios regulares com sustentação do peso do corpo na fase pré-pubrdade: aumento de osso trabecular; u Exercícios de força: principalmente em ossos que não sustentam o peso; u Nutrição: ingestão de cálcio, vitamina D (sol) BIBLIOGRAFIA u HALL, Susan J. Biomecânica Básica. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. Cap 4, p86 a 102. u HAMIL, J; Knutzen,K. Bases Biomecânica do Movimento Humano. São Paulo: Manole,1999. Cap 2, p. 37 a 62. • LIPPERT, L. Cinesiologia clínica para fisioterapeutas. Rio de Janeiro: Guanabara, 2000.Cap 2, p 07 a 11. “As grandes conquistas acontecem quando você vai um pouco além do ponto onde a maioria das pessoas teria desistido”.
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