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Aula Dir. Empresa I - Teoria Geral

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TEORIA GERAL DO DIREITO 
EMPRESARIAL
1. Direito de Empresa - Parte Geral
1. Introdução.
• A doutrina tradicional considerava que era o
regime jurídico do comerciante, o regime dos
atos de comércio e dos contratos mercantis.
• Assim, se alguém era considerado comerciante,
estaria sujeito ao direito comercial;
• Assim, também, se um ato jurídico fosse
qualificado como ato de comércio, tal ato estaria
sujeito ao direito comercial e não ao direito civil.
• A bem da verdade, é no âmbito do direito
comercial que se estudavam (e ainda se
estudam) os títulos de crédito, as marcas e
as patentes, a falência e a recuperação
(judicial e extrajudicial), o direito societário,
o direito marítimo, o direito aeronáutico e,
ainda, segundo certa corrente doutrinária, o
direito do mercado de capitais e o direito
bancário.
2. Antecedentes
• Foi só na Idade Média que as práticas mercantis
foram sistematizadas em regras objetivas,
mediante compilações de estatutos (Gênova,
1055), (Pisa, 1161), e das súmulas marítimas de
arbitragens.
• Sob o mercantilismo, a França produziu duas
ordenações, uma sobre o comércio terrestre e
outra sobre o comércio marítimo (1762).
• Como efeito da Revolução Francesa
(1789), produziu-se o Código Comercial
de Napoleão (1808), inspirado no
liberalismo político-econômico implantado
pela burguesia, que serviu de modelo das
codificações mercantis da Modernidade,
inclusive o código brasileiro (1850).
3. Fases de direito comercial
• Identifica-se três etapas na formação do direito
comercial:
3.1 direito comercial como direito corporativo: relação
jurídica mercantil definida pela qualidade do sujeito
(comerciante);
3.2 direito comercial como direito dos atos de comércio:
relação jurídica mercantil definida pela natureza do
objeto; e
3.3 direito comercial como direito da atividade econômica
organizada: relações jurídicas decorrentes do exercício
da empresa.
• Observações:
• O CCom de 1850 colocou em primeiro plano o
comerciante, conceituando-o como aquele que faz da
mercancia profissão habitual, sem explicar o sentido da
expressão mercancia;
• Porém, necessitando definir a competência dos antigos
Tribunais de Comércio, o legislador imperial editou o
Regulamento nº 737 (1850), que elencou um catálogo
de condutas exemplificativas do que seriam os atos de
comércio (art. 19), tal como a legislação francesa;
• Em 1875, suprimiram-se os Tribunais de Comércio e o
Regulamento foi revogado.
• Importante: no direito brasileiro, até o advento do
CC/2002, o direito comercial oscilou entre a concepção
subjetiva e a posição objetiva dos atos de comércio
definidos em lei;
• Já no século XX, o elenco dos atos de comércio foi
expandido, com a inclusão de diversos institutos (v.g.
novos títulos de crédito, microempresa, os contratos de
faturização, franquia, arrendamento; o direito do
consumidor; o comércio eletrônico; e novas formações
societárias), que demonstram a inviabilidade tanto do
direito subjetivo dos comerciantes como o direito
objetivo dos atos.
• No Brasil, o CC/2002 promove uma unificação formal do
direito privado. O direito comercial não perde sua
autonomia. Apenas sua matrizes são regidas por
normas deste Código. Assim, a sociedade anônima
continua regulada por lei especial, o mesmo ocorrendo
com os títulos de crédito, a maioria dos contratos
interempresariais e o processo de insolvência do
empresário;
• Realmente, as dimensões da realidade dinâmica da
economia impõem outra compreensão, a partir da
consideração da empresa. Intentando sintonizar o direito
comercial com o quotidiano econômico, a jurisprudência
fez a ponte de transição entre a teoria dos atos de
comércio e a teoria da empresa;
• Agora, focaliza-se o empresário (ou
sociedade empresária), o profissional que
pratica em nome próprio, habitual e
organizadamente, atos ou negócios
jurídicos lícitos de conteúdo econômico,
com intuito de lucro.
4. Direito Comercial e Direito das Empresas
• Nos tempos atuais, o exercício das atividades
comerciais é realizado através das empresas,
ficando essas subordinadas ao empresário que
delas faz parte;
• O empresário pode ser uma pessoa física
(empresário individual) ou uma pessoa jurídica
(sociedade empresária);
• Nessa nova concepção, relacionada com
o exercício das atividades comerciais,
existem regras jurídicas que constituem o
fundamento do direito comercial;
• Por alguns, essas regras jurídicas são
consideradas como um direito novo,
chamado Direito das Empresas;
• Na realidade, não se trata de um direito
novo, mas de novas formas empregadas
pelo direito comercial, para melhor
amparar o desenvolvimento do comércio;
• A empresa é um organismo subordinado
ao empresário. Ela é seu objeto de direito
e por isso não poderá ter regras próprias a
regulá-la independentemente;
• O chamado Direito das Empresas é o
mesmo Direito Comercial;
• Atenção: se, entretanto, uma regra jurídica
se referir a uma empresa não comercial,
teremos uma regra a regular fatos
simplesmente econômicos, mas não
comerciais – daí o Direito Agrário, o
Direito Industrial, o Direito Imobiliário, etc.
5. Noção de Direito Comercial
• O direito comercial é o complexo normativo
positivo regente das relações jurídicas
derivadas do exercício da atividade empresarial.
Não apenas das relações jurídicas entre
empresários, mas também dos institutos
conexos à atividade econômica organizada de
produção e circulação de bens (contratos, títulos
de crédito, insolvência, etc.);
• O direito comercial tem por objeto a empresa,
como unidade serviçal do mercado, cuja
existência está vinculada ao intuito de lucro.
• Parâmetros fundamentais:
• Supremacia dos princípios e regras
constitucionais;
• A interpenetração de normas de direito privado
e de direito público;
• A distinção entre a empresa (a própria
atividade), o empresário ou sociedade
empresária (sujeito de direito) e o
estabelecimento empresarial (universalidade
instrumental do exercício da empresa);
• A profissionalidade do exercício da
empresa, ou seja, a sua habitualidade e
sistematização;
• A condição produtiva ou circulatória de
bens e/ou serviços; e
• O intuito de lucro.
6. Características do Direito Comercial
6.1 simplicidade: despreza a rigidez de normas do
direito civil, buscando a simplificação das fórmulas, a fim
atender prontamente às necessidades econômicas do
comércio. Assim, pelo conhecimento de transporte (título
de crédito), representativo das mercadorias, faz-se a
circulação do crédito e, consequentemente, dos bens no
conhecimento mencionados;
6.2 internacionalidade: tendência à internacionalização,
aumentando as relações econômicas entre os países,
havendo necessidade da existência de regras aplicáveis
a todos os povos, sendo inúmeras as regras uniformes
(lei uniforme cambial (Genebra), convenção
internacional sobre o transporte aéreo (Varsóvia), União
de Paris (marcas);
6.3 fragmentarismo: o direito comercial
apresenta-se subdividido em diversos ramos,
com características peculiares e, na maioria,
independentes umas das outras;
- o direito comercial não é um sistema jurídico
harmônico e completo.
6.4 onerosidade: a atividade comercial baseia-
se sempre no intuito de lucro e é presumida. A
oferta de brindes e amostras grátis constitui
atividade promocional para a obtenção de lucro
futuro.
• 6.5 informalismo: a atividade comercial é
dinâmica e necessita de meios ágeis para a
realização das transações comerciais.
• Como exemplo, temos os títulos de crédito,
muito mais simples que os tradicionais
instrumentos contratuais de confissão de dívida,
mútuo. A consequência desse informalismo é a
boa-fé, que deve caracterizar as relações
comerciais e facilitar os meios de prova.
7. TEORIADA EMPRESA
• Surge na Itália, em 1942, um novo sistema de
regulamentação das atividades econômicas dos
particulares, alcançando os prestadores de
serviços e as atividades ligadas à terra;
• O Direito Comercial, em sua terceira etapa,
deixa de cuidar de determinadas atividades (as
de mercancia – atos de comércio) e volta-se a
disciplinar uma forma específica de produzir ou
circular bens ou serviços, a empresarial;
• O direito brasileiro, desde 1960, já incorporava –
nas lições de doutrina, na jurisprudência e em
leis esparsas, como a sobre as sociedades por
ações (Lei 6.404/76) – a teoria da empresa,
mesmo antes da entrada em vigor do CC/2002;
• Previu-se pela citada Lei 6.404, art. 2º, que
qualquer empresa de fim lucrativo pode ser
objeto de uma sociedade por ações, desde que
não seja contrária à lei, à ordem pública e aos
bons costumes.
• O desafio teórico passou a ser a definição
do que seja a empresa. O legislador
brasileiro não se ocupou disso,
resumindo-se a afirmar que empresários e
sociedades empresárias são aqueles que
exercem profissionalmente atividade
econômica organizada para a produção
ou circulação de bens ou de serviços (CC,
art. 966).
• Pela teoria da empresa, o elemento definidor do
conceito de direito comercial é a organização
dos fatores de produção;
• Em regra, se a atividade econômica é realizada
mediante a organização de fatores de produção
(capital, mão-de-obra, insumos e tecnologia), a
regência será do direito comercial;
• Podemos dizer que o moderno direito comercial
é o direito regulador, que abrange a parte mais
expressiva da atividade econômica;
• Seguindo esse avanço doutrinário, o CC
aboliu a divisão entre atividades civis e
atividades mercantis. Criou a figura
jurídica do empresário. O núcleo do direito
comercial passou a ser a empresa
(atividade econômica realizada de forma organizada,
cuja tarefa é combinar fatores de produção com o
fim de oferecer ao mercado bens ou serviços – Fábio
Nusdeo) e o empresário.
7.1 Empresa: objeto do direito comercial
• Os bens e serviços de que todos
precisamos para viver são produzidos em
organizações econômicas especializadas
e negociados no mercado;
• - Quem estrutura essas organizações,
isto é, os fatores de produção, são os
empresários;
• - Fatores de produção: capital, mão-de-
obra, insumo e tecnologia.
• Portanto, as organizações são resultado da
ação dos empresários, ou seja, nascem do
aporte de capital (próprio ou alheio), compra de
insumos (materiais), contratação de mão-de-
obra e desenvolvimento ou aquisição de
tecnologia que realizam (know-how);
• - O Direito Comercial ou Empresarial cuida do
exercício dessa atividade organizada de
fornecimento de bens e serviços, denominada
empresa.
7.2 Conceito de empresário
• É definido na lei como o profissional exercente
de “atividade econômica organizada para a
produção ou circulação de bens ou de serviços”
(Código Civil, art. 966);
• - Linguagem equivocada: na linguagem
cotidiana, mesmo nos meios jurídicos, usa-se a
expressão “empresa” com diferentes e
impróprios significados; se alguém diz “a
empresa faliu”, o termo não foi empregado
corretamente, pois quem vai à falência é o
empresário ou a sociedade empresária e não a
empresa (atividade);
• Assim também quando se diz “vou à empresa”,
o termo está sendo empregado incorretamente.
Não se pode confundir empresa com o local em
que a atividade é desenvolvida.
• - Aqui, o conceito correto é estabelecimento.
Também é incorreto o emprego da expressão
(empresa) como sinônimo de sociedade.
• Da definição de empresário (CC, art. 966) destacam-se
as noções de profissionalismo, atividade econômica
organizada e produção ou circulação de bens ou
serviços;
• Profissionalismo: três considerações. A primeira
requer habitualidade. Exercícios esporádicos não
caracterizam a atividade empresarial; a segunda é a
pessoalidade. O empresário deve contratar
empregados, pois, são estes que produzem ou fazem
circular bens ou serviços em nome do empregador. Por
isso, os empregados não são empresários. A terceira diz
respeito ao monopólio de informações que o
empresário detém sobre o produto ou serviço objeto de
sua empresa que irá oferecer ao mercado.
• Atividade: em síntese, é a empresa, o
empreendimento, o negócio explorado. Qual? A
de produção (fabricação, transformação) ou
circulação (comércio) de bens ou serviços;
• Observem: é o empresário ou a sociedade
empresária quem vai à falência. Não é a
empresa. É o empresário quem importa ou
exporta as mercadorias;
• Também não podemos confundir a empresa
com o local em que a atividade é desenvolvida.
O conceito correto é o de estabelecimento.
• Outro exemplo: no princípio da
“preservação da empresa”, o valor básico
prestigiado é o da conservação da
atividade (e não do empresário, do
estabelecimento ou de uma sociedade).
Os interesses a proteger transcendem aos
interesses dos donos do negócio. Visa-se
proteger o emprego, os consumidores, o
Fisco, voltado à arrecadação.
• Econômica: no sentido de se buscar lucro para
quem explora a atividade. Este aspecto é da
essência do direito comercial;
• Organizada: no sentido de que nela se
encontram articulados pelo empresário os
quatro fatores de produção (capital, mão-de-
obra, insumos e tecnologia). Dentro da teoria da
empresa, o sacoleiro ou promotor de vendas
não é empresário porque não contrata nem
organiza mão-de-obra; enfim, não se organiza.
• Produção de bens: é a fabricação de produtos
ou serviços. Toda atividade de indústria é por
definição empresarial (desde a teoria dos Atos
de Comércio).
• Produzem serviços: bancos, seguradoras,
hospitais, escola, estacionamento, provedor de
acesso à internet;
• Produzem bens: os donos de montadoras de
veículos, eletrodomésticos, confecção de
roupas, etc.
• Circulação de bens ou serviços: ir buscar o bem
no produtor para trazê-lo ao consumidor
(intermediação na cadeia de escoamento de
mercadorias) é papel típico do empresário ou
sociedade empresária:
• Circular bens: fazem-no os donos de
supermercados, lojas em geral;
• Circular serviços: é a tarefa de intermediar a
prestação de serviços, como as agências de
turismo o fazem, montando pacote de viagens.
Não é ela quem transporta ou hospeda.
• Bens: são as coisas corpóreas;
• Serviços: não têm materialidade.
Constituem obrigação de fazer.
• Bens virtuais (?): o comércio eletrônico,
em todas as suas várias manifestações, é
atividade empresarial, regida pelo CDC.
8. Atividades Econômicas Civis
• Algumas atividades embora econômicas não se
incluem entre disciplinas abrangidas pelo direito
comercial. Estas atividades econômicas civis
não estão sujeitas à falência ou recuperação
judicial;
• São quatro hipóteses:
• 1. aquele que exerce atividade econômica sem
organizar empresa (sem empregados), mesmo que
o faça profissionalmente (lucro + habitualidade). Seu
regime será o civil;
• 2. profissional intelectual (liberal), ou seja, o
exercente de profissão intelectual, de natureza
científica, literária ou artística, ainda que
contrate empregados para auxiliá-lo, conforme
dispõe o parágrafo único do art. 966, do CC.
Estes profissionais exploram atividades
econômicas civis, como os advogados, médicos,
dentistas, arquitetos (liberais), músicos,
escritores, atores e assemelhados;
• Todavia, se o exercício da profissão vier a
constituir elemento de empresa, esses
profissionais tornam-se empresários, isto
é, eles perdem sua individualidade na
organização da empresa e passam a
organizar os fatores de produção, mesmo
que continuem exercendo sua profissão
de médico, advogado, arquiteto, etc.;
• 3. Empresário rural: são rurais as
atividades econômicas de plantação devegetais destinadas a alimentos, fonte
energética ou matéria prima (agricultura e
reflorestamento), a criação de animais
para abate, reprodução, competição ou
lazer (pecuária, suinocultura, granja,
equinocultura) e o extrativismo vegetal
(corte de árvores), animal (caça e pesca)
e mineral (mineradoras e garimpos).
• Na economia brasileira há a agroindústria ou
agronegócio, de um lado, e a agricultura familiar, de
outro. Na primeira emprega-se tecnologia avançada; na
segunda, trabalham o dono da terra e seus familiares,
um ou outro empregado. Inegavelmente, os exercentes
da atividade que exploram a agroindústria são
empresários ou sociedades empresárias;
• O CC/2002 (art. 971, c.c. 968) reservou para o
exercente da agricultura familiar ou pequeno produtor
rural um tratamento específico, a opção de registrar-se
na Junta Comercial. Caso requeira sua inscrição, ficará
sujeito às normas de Direito Comercial.
• A Lei 8.171/91, por sua vez, fixa os
fundamentos, define os objetivos e as
competências institucionais, prevê os
recursos e estabelece as ações e os
instrumentos da política agrícola,
relativamente às atividades
agropecuárias, agroindustriais, e de
planejamento das atividades pesqueira e
florestal.
• 4. Cooperativas: desde a teoria dos Atos de Comércio
as Cooperativas já eram consideradas sociedade civis
(ou “simples”, como designa agora o CC), independentemente
da atividade que exploram (CC, art. 982, parágrafo
único);
• Por expressa disposição do legislador (Lei 5.764/71 e
arts. 1093 a 1096 do CC), seu estudo cabe ao Direito
Civil, embora dediquem-se às mesmas atividades dos
empresários e tecnicamente se enquadrem na definição
de empresário (CC, art. 966)
9. Empresário Individual
• O empresário pode ser pessoa física ou jurídica;
• Pessoa física = empresário individual
• Pessoa jurídica = sociedade empresária
• Nota: o registro dos atos constitutivos é elemento
essencial para a criação da pessoa jurídica (CC, art. 45),
tanto pelo individual como pela sociedade empresária.
• Esclarecimentos: os sócios da sociedade empresária
não são empresários. A sociedade constituída pelos
seus sócios é que é empresária; os sócios são
empreendedores ou investidores. As regras que são
aplicáveis ao empresário individual não se aplicam aos
sócios da sociedade empresária.
• Objeto de sua atividade: via de regra, aos
empresários individuais sobram pequenos
negócios, ambulantes, pequenas barracas ou
quiosques em locais públicos, bancas de frutas
ou pastelarias em feiras semanais, confecção
de bijuterias, etc.
• Vedação do exercício da atividade:
• a) normas sobre capacidade (CC, arts. 972,974
a 976);
• b) proibições ao exercício da empresa (CC, art.
973).
a) normas sobre capacidade (CC, 
arts. 972,974 a 976)
• O Legislador Civil criou normas protetivas à
pessoa física do empresário individual, expressa
em normas sobre a capacidade;
• Somente aqueles que se encontrarem em pleno
gozo de sua capacidade civil podem
estabelecer-se como empresário individual;
• Logo, não podem ser empresários individuais
os menores de 18 anos não emancipados,
ébrios habituais, toxicômanos, deficientes
mentais, excepcionais, os pródigos, e, nos
termos da legislação própria, os índios;
• Mas, o menor emancipado (situações: por
outorga dos pais, casamento, nomeação para emprego
público, estabelecimento por economia própria,
obtenção de grau em curso superior) pode ser
empresário individual;
• Atenção: emancipa-se o menor com 16
anos completos pelo exercício da
empresa com economia própria;
• Exceção: o incapaz autorizado pelo juiz
por Alvará Judicial. Atente: a autorização
só poderá ser concedida para o incapaz
continuar exercendo a atividade que ele
mesmo constituiu enquanto capaz, por
seus pais ou autor da herança (CC, art.
974) na sucessão. Não há previsão legal
para o incapaz dar início a novo
empreendimento.
• Forma jurídica do incapaz autorizado exercer
empresa: mediante representação (se absoluta
a incapacidade) ou assistência (se relativa); se
o representante ou assistente for ou estiver
proibido de exercer empresa, nomeia-se, com
aprovação do juiz, um ou mais gerentes (CC,
art. 975);
• Mesmo não havendo impedimento, a critério do
juiz e visando o interesse do incapaz, poderá
haver nomeação de gerente para atuar no
empreendimento, sem eximir o representante ou
assistente da responsabilidade pelos atos dos
gerentes nomeados (CC, art. 975, §§ 1º e 2º);
• Possibilidade de revogação da autorização(CC, art. 974,
§ 1º): a qualquer tempo, o juiz poderá revogar a
autorização, ouvidos os pais, tutores ou representantes
legais do menor ou do interdito, sem prejuízo dos
direitos adquiridos por terceiros;
• Bens que o incapaz já possuía (CC, art. 974, § 2º): não
respondem pelas obrigações da atividade durante o
prazo da autorização, a não ser que tenham sido nela
empregados, antes ou depois da autorização. A relação
desses bens deve constar no Alvará Judicial.
b) proibições ao exercício da 
empresa (CC, art. 973)
• Por vezes o direito impede o acesso ao
exercício da empresa a certas pessoas;
• Os proibidos são capazes, mas
circunstancialmente estão impedidos por uma
razão legal;
• A Constituição Federal (art. 5º, XIII) fundamenta
a validade das proibições, subordinando-as aos
requisitos previstos em lei ordinária;
• O art. 973 do CC adverte que, se a pessoa
legalmente impedida de exercer atividade
própria de empresário o fizer, responderá pelas
obrigações contraídas;
• Atualmente, diversas leis especiais listam os
legalmente impedidos de exercer a empresa em
nome próprio, individualmente, a saber:
• Magistrados e membros do MP;
• Corretores, leiloeiros, agentes aduaneiros;
• Deputados e senadores não poderão ser
proprietários, controladores ou diretores de
empresa que goze de favor decorrente de
contrato com pessoa jurídica de direito público,
nem exercer nela função remunerada;
• Estrangeiro com visto provisório;
• Chefes do Poder Executivo, em todos os níveis;
• O médico, para o exercício simultâneo de
farmácia;
• O cônsul, em seu distrito, salvo se não
remunerado;os funcionários públicos civis;
• Os militares da ativa;
• No direito previdenciário há norma proibitiva do
exercício da atividade empresarial aos
devedores do INSS (Lei 8.212/91, art. 95, § 2º, d).
• Falido não reabilitado: trata-se do principal caso
de proibição que interessa ao direito comercial.
O empresário que teve sua quebra decretada
judicialmente só poderá exercer novamente
atividade empresarial após a reabilitação
também decretada pelo juiz, no processo de
falência;
• Requisitos para reabilitação: falência não
fraudulenta e inocorrência de crime falimentar.
Neste caso, basta a declaração de extinção das
obrigações para o falido reabilitar-se;
• Mas, se houve condenação por crime falimentar, além
da declaração de extinção das obrigações, deverá o
falido, após o decurso legal, obter a sua reabilitação
penal.
• Outra hipótese (direito comercial) diz respeito àqueles
que foram condenados pela prática de crime cuja pena
vede o acesso à atividade empresarial. Exemplos: o
que decorre do disposto no art. 35, II, da LRE. Neste
caso, a Junta Comercial não poderá arquivar ato
constitutivo de empresa, individual ou societária, em que
o nome dessa pessoa figure como titular ou
administrador. Cessa a proibição com a reabilitação
penal.
• Exercício da empresa por estrangeiros (empresário
individual ou sociedade empresária)
• De regra, os estrangeiros podem desempenhar a
atividade empresarial, desde que respeitadas as normas
do Estatuto do Estrangeiro (Lei 6.815/80);
• Mas, questões de política econômica ou segurança
nacional impõe certas restrições;
• Hipóteses: 1) exploração de jazidas, em lavra ou não, e
demais recursosminerais e os potenciais de energia
hidráulica. Essa atividades só poderão ser exploradas
mediante autorização ou concessão da União, por
brasileiros ou empresas constituídas sob as leis
brasileiras e que tenham sua sede e administração no
País (CF, art. 176);
2) é vedada, também, a participação direta ou indireta de
empresas ou capitais estrangeiros na assistência à
saúde (CF, art. 199, § 3º);
3) bem como a propriedade de empresa jornalística e de
radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa de
brasileiros natos ou naturalizados há mais de 10 anos,
ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis
brasileiras e que tenham sede no País, sendo que pelo
menos 70% do total do capital social da sociedade
deverá permanecer, direta ou indiretamente, nas mãos
de brasileiros natos ou naturalizados há mais de 10
anos.
• Como diferenciar empresa nacional da estrangeira ?
• É nacional a sociedade organizada de conformidade
com a lei brasileira e que tenha no País a sede de sua
administração, mesmo que seu capital seja pertencente
a não nacionais (CC, art. 1.126);
• É estrangeira aquela constituída de acordo com as leis
de seu país de origem, tendo nele sua sede e
administração – somente poderá funcionar no Brasil,
seja diretamente, seja por meio de estabelecimento
subordinado, como é o caso de filial ou sucursal,
mediante autorização do Poder Executivo (CC, art.
1.134).
• Consequências da prática da empresa pelo proibido de
exercer atividade empresarial
• Se o exercente for servidor público civil da União e
participar da gerência ou administração de empresa
privada, perderá o cargo (Lei 8.112/90, arts. 117 e 132).
Trata-se de pena de natureza administrativa;
• O empresário ou sociedade empresária, mesmo
irregular, estará sujeito à Falência, desde que se
enquadre na definição legal do CC, art. 966, pois o art.
1º da Lei de Falências e Recuperação Judicial (Lei
11.101/05) não faz menção à regularidade do
empresário;
• A Lei de Contravenções Penais (Dec.-lei
3.688/41), em seu art. 47, tipifica como ilícito
penal o fato de alguém exercer profissão ou
atividade econômica ou anunciar que a exerce,
sem preencher as condições a que por lei está
subordinado o seu exercício;
• Atenção: mesmo em se tratando de atos
praticados pelo proibido de exercer empresa,
terão eles plena validade em relação a terceiros.
10. Empresário casado
• O empresário casado não precisa de outorga
conjugal para alienar ou gravar de ônus real os
imóveis que integram o patrimônio da empresa
(CC, art. 978);
• Eventual pacto antenupcial, decisão judicial que
decretar ou homologar a separação ou ato de
conciliação devem ser arquivados e averbados
no Registro de Empresa (Junta Comercial),
como condição de sua eventual oposição a
terceiros. Não basta só a averbação no Registro
Civil;
• Sobre os regimes de casamento:
• Os cônjuges podem contratar sociedade, entre
si ou com terceiros, desde que não tenham
casado no regime da comunhão universal de
bens, ou no da separação obrigatória (CC, art.
977);
- No caso da comunhão universal, a sociedade
seria uma espécie de ficção, já que a
titularidade das quotas do capital de cada
cônjuge não estaria patrimonialmente separada,
da mesma maneira que todos os demais bens
não excluídos pelo art. 1.668, a ambos
pertencentes;
• No caso da separação obrigatória, a vedação
ocorre por disposição legal, nos casos em que
sobre o casamento possam ser levantadas
dúvidas ou questionamentos acerca do
cumprimento das formalidades ou pela
avançada idade de qualquer dos cônjuges;
• Importante: mesmo quando o regime de
casamento permitir a contratação de sociedade
pelos cônjuges, não poderá haver abuso da
personalidade jurídica societária com a intenção
de prejudicar credores (examine-se, a propósito, o art.
50 do CC, que trata da desconsideração da personalidade
jurídica ou ‘disregard of legal entity’).
• Atenção: o empresário casado em regime da
comunhão universal de bens, quando sócio de
uma sociedade da qual não participa seu
cônjuge, pode comprometer o patrimônio do
casal em decorrência da atividade empresarial;
• Regra geral, o casal usufrui os proventos
advindos da empresa (presunção relativa);
• Se isto não ocorrer, o cônjuge prejudicado
poderá, em eventual execução, ressalvar sua
meação, por embargos de terceiro.
11. Prepostos do Empresário
• O empresário, como organizador de atividade
empresarial, deve contratar mão-de-obra (um
dos fatores de produção);
• Formas: empregado pelo regime da CLT;
representante, autônomo ou pessoal
terceirizado, vinculados por contrato de
prestação de serviços;
• Para efeitos do direito das obrigações, esses
trabalhadores, qualquer que seja a forma do
vínculo contratual, são chamados prepostos
(CC, arts. 1.169 a 1.178);
• Regra geral: os atos dos prepostos praticados
no estabelecimento empresarial e relativos à
atividade econômica, obrigam o empresário
preponente;
• Vale dizer, as informações prestadas pelo
empregado ou funcionário terceirizado, bem
como os compromissos por eles assumidos,
atendidos os pressuposto de lugar e objeto,
criam obrigações para o empresário, ainda que
não autorizados por escrito (CC, art. 1.178);
• Quando os atos forem praticados fora do
estabelecimento, somente obrigarão o
preponente nos limites dos poderes conferidos
por escrito (parágrafo único do art. 1.178 do
CC);
• Observem bem: se os prepostos agiram com
culpa, respondem pelos seus atos e devem
indenizar em regresso o preponente; se agiram
com dolo, respondem eles também perante o
terceiro, em solidariedade com o empresário;
• Proibição do preposto concorrer com o preponente:
salvo autorização expressa, o preposto não
pode negociar por conta própria ou de terceiro,
nem participar, embora indiretamente, de
operação do mesmo gênero da que lhe foi
cometida, sob pena de perdas e danos (art. 1.170);
• O empresário prejudicado pode reter, até o
limite dos lucros da operação econômica
irregular de seu preposto, sobre os créditos que
este tem a receber;
• Eventualmente, poderá ocorrer o crime de
concorrência desleal (LPI, art. 195).
• A situação do gerente e do contabilista
• Gerente: é o funcionário com funções de chefia
num determinado estabelecimento. Sua função
é facultativa. Se contratado, os poderes do
gerente podem ser limitados por ato escrito do
empresário, ato este arquivado na Junta
Comercial; caso não haja limitação expressa, o
gerente responsabiliza o preponente em todos
os seus atos e pode, inclusive, atuar em juízo
pelas obrigações resultantes de sua função
(CC, art. 1.176);
• Contabilista: é o responsável pela
escrituração dos livros empresariais.
Poderá ser empregado ou prestador de
serviços sem vínculo trabalhista. Sua
função é obrigatória (CC, art. 1.182), salvo
se nenhum houver na localidade. Apenas
os regularmente inscritos no órgão
profissional podem trabalhar como
contador ou técnico em contabilidade.
12. Microempresa e Empresa de 
Pequeno Porte (ME e EPP)
• Nos termos do art. 179 da CF:
• A União, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão
às microempresas e empresas de pequeno porte, assim
definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado,
visando incentivá-las pela simplificação de suas
obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e
creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por
meio de lei;
• Com amparo nesse dispositivo, a LC 123/06 (Estatuto
Nacional da ME e EPP) disciplina tratamento
excepcional, simplificado e favorecido, aplicável às ME e
EPP, diferenciando-as com base na receita bruta anual.
Ambas são obrigatoriamente registradas;
• a) a microempresa: é a pessoa jurídica ou
empresário individual com receita bruta igual ou
inferior a R$ 240.000,00;
• b) a empresa de pequeno porte: é aquela comreceita bruta superior à da ME e igual ou inferior
a R$2.400.000,00 (Estatuto, art. 3º);
• Por receita bruta compreende-se o produto da
venda de bens e serviços; compreende,enfim,
toda a receita da empresa, seja derivada das
operações habituais, seja de transação
eventual, como vendas de mercadorias, vendas
de máquinas ou aparelhos do ativo permanente
e ganhos de investimento de qualquer espécie;
• Os empresários que atenderem aos limites
legais deverão acrescer ao seu nome
empresarial as expressões “Microempresa” ou
“Empresa de Pequeno Porte” ou, simplesmente,
ME ou EPP;
• No primeiro ano de atividade, os limites da
receita bruta serão proporcionais ao número de
meses em que a empresa tiver exercido
atividade, inclusive as frações de mês; os
valores serão atualizados com base na variação
acumulada do IGP-DI, ou por índice oficial que
venha substituí-lo;
• O Estatuto criou o SIMPLES NACIONAL, que
significa “Regime Especial Unificado de
Arrecadação de Tributos e Contribuições
devidos pelas ME e EPP”;
• Trata-se de regime tributário simplificado ao
qual podem aderir as ME e EPP. Os optantes do
Simples Nacional pagam diversos tributos (IR,
PIS, IPI, contribuições, e, eventualmente, ICMS
e o ISS), mediante um único recolhimento
mensal proporcional ao seu faturamento;
• As ME e EPP que optarem pelo Simples
Nacional estão dispensadas de manter
escrituração mercantil, embora devam
emitir nota fiscal e conservar em boa
guarda os documentos relativos à sua
atividade;
• Os não optantes devem, além disso,
manter a escrituração contábil específica
do livro Caixa (Estatuto, art. 20).
• O Microempreendedor Individual (MEI):
• A Lei complementar 128, que entrará em vigor em 1º de
julho, tem como previsão alcançar cerca de 11 milhões
de empreendedores conhecidos como autônomos e
também os ambulantes (costureiras, sapateiros,
manicures, barbeiros, marceneiros, encanadores e
mecânicos e assemelhados);
• São profissionais que geralmente não pagam tributos,
mas também não têm direitos previdenciários;
• Receita bruta anual: R$36.000,00. Se optarem pelo
Simples Nacional, praticamente estarão isentos de todos
os tributos;
• O MEI somente deverá pagar valor fixo mensal
de 11% do salário mínimo de INSS para
aposentadoria pessoal, mais R$ 1,00 de ICMS
(comércio e indústria) ou de R$5,00 de ISS
(serviços);
• Está limitado a um empregado, que deverá ter
retido o valor de 8% sobre um salário mínimo; o
MEI complementará com mais 3%;
• A inscrição é simplificada e dispensa de
contabilidade.

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