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CONCURSO DE PESSOAS (concursus delinquentium)

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TEMA: CONCURSO DE PESSOAS (concursus delinquentium) – CONCURSO DE AGENTES 
/ CONCURSO DE DELINQUENTES / CO-AUTORIA/ CODELINQÜÊNCIA/PARTICIPAÇÃO 
 
INTRODUÇÃO 
 Normalmente, os tipos penais referem-se a apenas uma pessoa, são realizados por 
só uma pessoa. Mas pode ocorrer de vários agentes praticarem o crime. Não é raro, 
pelos seguintes motivos: pode assegurar a execução do crime (êxito do 
empreendimento delituoso); impunidade; proveito coletivo do resultado do crime; 
circunstâncias pessoais; 
 Pode ocorrer desde a elaboração intelectual até a consumação do delito. 
“RESPONDEM PELO ILÍCITO O QUE AJUDOU A PLANEJÁ-LO, O QUE FORNECEU OS 
MEIOS MATERIAIS PARA A EXECUÇÃO, O QUE INTERVÉM NA EXECUÇÃO E 
MESMO OS QUE COLABORAM NA CONSUMAÇÃO DO DELITO”; 
 CP anteriores: 
o CP de 1940 falava em co-autoria, que apenas é espécie do gênero co-
delinqüência; 
o CP 1969 – CONCURSO DE AGENTES 
o CP 1984 – CONCURSO DE PESSOAS (agentes abrange também agentes 
físicos, que causam modificação no mundo exterior). 
 DISTINÇÃO ENTRE CRIMES PLURISSUBJETIVOS (concurso necessário de pessoas) 
E UNISSUBJETIVOS (concurso eventual): 
o UNISSUBJETIVOS (possível de ser executado por uma só pessoa). Ex: 
homicídio, furto, roubo etc. 
o PLURISSUBJETIVOS (só podem ser cometidos por duas ou mais pessoas). 
Ex: Bigamia - 235, antigo adultério - 240, rixa - 137, quadrilha ou bando – 
mais de 3, etc. 
 CONCEITO: “Concurso de pessoas é a ciente e voluntária participação de duas ou 
mais pessoas na mesma infração penal” (Mirabete). 
 
 
 
TEORIAS SOBRE O CONCURSO DE PESSOAS 
 
Teoria Pluralística: Para cada participante corresponde uma conduta própria, um 
elemento psicológico próprio e um resultado próprio. Haverá tantos crimes quanto for 
o número de agentes. É uma teoria subjetiva. 
Crítica: A ação de cada um dos agentes converge para uma ação única, por isso não 
corresponde a atividade autônoma. Objetivos e resultados são os mesmos. 
 
Teoria Dualística: Aqui haveria 2 crimes: 
 Autores (Co-autores): Realizam a atividade principal (núcleo, verbo); 
 Partícipes: Realizam atividade secundária, não a conduta nuclear descrita no 
tipo penal. 
Crítica: Mesmo com a concepção dupla, o crime continua sendo um só. Ocorre até da 
ação do autor ser menos importante que do partícipe. 
 
 
Teoria Monística/Unitária: Não distingue autor/partícipe, nem instigação e 
cumplicidade. “Todo aquele que concorre para o crime causa-o em sua totalidade e por 
ele responde integralmente”. CRIME UNO E INDIVISÍVEL. 
BRASIL: Desde o CP de 40 adotou esta teoria. No entanto, distingue a punibilidade entre 
autoria e participação. Regra: caput, 29 (teoria monística). Exceção: § 1.º (teoria 
dualística). 
Fala-se então em TEORIA UNITÁRIA/MONISTA/MONÍSTICA TEMPERADA (MISTA) – João 
Mestieri. 
 
 
 
CAUSALIDADE FÍSICA E PSÍQUICA 
 
Com relação ao concurso, como visto, a teoria da equivalência das condições 
(conditio sine qua non) auxilia. Mas é um elemento material, objetivo do concurso. Deve 
haver também um elemento subjetivo. 
Deve haver a consciência, a vontade de participar da empreitada criminosa. Não 
precisa haver acordo prévio. Pode até ser desconhecida do verdadeiro autor. Ex: alguém 
quer matar pessoa de difícil acesso. Outro escuta e libera os caminhos. Mas a adesão deve 
ser com relação à ação e ao resultado. 
DEVE HAVER, PORTANTO, CAUSALIDADE FÍSICA E PSÍQUICA (liame subjetivo). 
Ex: empresta arma para matar alguém e instiga: a pessoa não mata e não altera sua 
vontade – sem causalidade física; esquece a porta aberta e facilita o homicídio - sem liame 
subjetivo. 
 
REQUISITOS DO CONCURSO DE PESSOAS 
 
 PLURALIDADE DE PARTICIPANTES E DE CONDUTAS; 
 RELEVÂNCIA CAUSAL DE CADA CONDUTA; 
 VÍNCULO SUBJETIVO ENTRE OS PARTICIPANTES; 
 IDENTIDADE DE INFRAÇÃO PENAL. 
 
AUTORIA 
 
Não só quem pratica o núcleo do tipo penal, como também que se serve de outra pessoa 
como instrumento (autoria mediata). 
Pode ocorrer de mais de uma pessoa praticar a mesma infração penal. Se ignora que 
colabora, trata-se de co-autoria colateral. Se consciente e voluntariamente adere ao 
empreendimento criminoso: 
 Atos de execução – Co-autoria 
 Instiga, induz ou auxilia – Participação 
 
CONCEITO DE AUTOR – TEORIAS 
 CONCEITO RESTRITO DE AUTOR (OBJETIVA): Autor é quem pratica a conduta 
nuclear do tipo penal. Nem todo que interpõe uma causa realiza o tipo penal, já que 
causação não é realização do delito. Assim, participação, instigação e cumplicidade 
são causas de extensão da punibilidade. 
o TEORIA OBJETIVO-FORMAL: Leva em consideração características 
exteriores do agir, a conformidade da ação com a descrição formal do tipo. 
Autor é aquele cujo comportamento se amolda ao tipo penal. Partícipe é 
quem contribui de qualquer outra forma. 
o TEORIA OBJETIVO-MATERIAL: Nem sempre o tipo penal descreve com 
clareza o tipo de ação, especialmente em crimes de resultado. O critério 
seria a maior perigosidade do autor com relação ao partícipe. 
Desconsiderando o critério subjetivo e sendo difícil diferenciar causa e 
condição, esse critério foi abandonado. 
 
 CONCEITO EXTENSIVO DE AUTOR (SUBJETIVA): Leva em consideração a teoria 
da equivalência das condições, não distinguindo autoria de participação. 
Assim, p. ex., cúmplice e instigador seriam autores. Mas há tratamento 
diferenciado, que esta teoria classifica como sendo “causas de restrição ou 
limitação da punibilidade”. Assim, a teoria deve ser aplicada somando-se a um 
critério subjetivo (teoria subjetiva da participação) – autor – vontade de ser autor 
(quer o fato como próprio – animus auctoris); partícipe – vontade de ser partícipe 
(quer o fato como alheio – animus socii). 
 
 TEORIA DO DOMÍNIO DO FATO: diferencia autor de executor. Facilita o instituto 
da co-autoria e da autoria mediata. Ao contrário das outras teorias, ela é objetivo-
subjetiva. 
AUTOR É QUEM TEM O PODER DE DECISÃO SOBRE A REALIZAÇÃO OU 
PARALISAÇÃO DO FATO. É QUEM EXECUTA A AÇÃO TÍPICA OU SE UTILIZA DE 
OUTREM, COMO INSTRUMENTO (AUTORIA MEDIATA). 
CONSEQÜÊNCIAS: 
1. A REALIZAÇÃO PESSOAL E PLENAMENTE RESPONSÁVEL DE TODOS OS 
ELEMENTOS DO TIPO FUNDAMENTAM SEMPRE A AUTORIA; 
2. AUTOR É QUEM EXECUTA O FATO UTILIZANDO A OUTREM COMO INSTRUMENTO 
(AUTORIA MEDIATA); 
3. É AUTOR O CO-AUTOR QUE REALIZA UMA PARTE NECESSÁRIA DO PLANO 
GLOBAL (“DOMÍNIO FUNCIONAL DO FATO), EMBORA NÃO SEJA UM FATO TÍPICO, 
DESDE QUE INTEGRE A RESOLUÇÃO DELITIVA COMUM. 
Esta teoria aplica-se aos crimes dolosos (no culposo se perde o domínio do fato). 
Delito doloso: conceito restritivo (teoria objetivo-formal) + teoria do domínio do fato; 
Delito culposo: conceito unitário de autor (não distingue autoria de participação). 
 
AUTORIA MEDIATA 
 
“Autor mediato é quem realiza o tipo penal servindo-se, para execução da ação típica, de 
outra pessoa como instrumento”. O outro atua sem culpabilidade. 
Não ocorre quando: 
1. O terceiro não é instrumento, mas autor plenamente responsável (dolo – o autor 
mediato pode ser, no máximo, co-autor ou partícipe); 
2. Nos tipos de mão-própia, que exigem a realização corporal da ação típica pelo 
autor; 
3. Nos tipos especiais próprios, que exigem autores com qualificação especial; 
4. Nos tipos culposos, por ausência de domínio do fato. 
Hipóteses em que ocorre a autoria mediata, quando ao autor atua em: 
a) erro; 
b) sem dolo; 
c) conforme o direito; 
d) sem capacidade de culpabilidade; 
e) em erro de proibição inevitável; 
f) sem liberdade por força de coação ou de obediência hierárquica; 
g) sem intenção especial. 
 
Os pressupostos de punibilidadedevem estar no autor mediato. 
Crimes especiais ou próprios: possível, desde que o autor mediato reunia as condições 
exigidas pelo tipo; 
 
CO-AUTORIA 
 
É A REALIZAÇÃO CONJUNTA, POR MAIS DE UMA PESSOA, DE UMA MESMA INFRAÇÃO 
PENAL. Não precisa de acordo prévio. A consciência de que atua em uma unidade delitiva 
é suficiente para o liame psicológico. 
 
PARTICIPAÇÃO EM SENTIDO ESTRITO 
 
O CP não diz o que é. Mas indica isso no § 1.º do art. 29. 
Pontos importantes: 
1. Trata-se da intervenção em fato alheio onde se presume haver autor; 
2. Não pratica o núcleo do tipo, mas sim uma conduta secundária que facilita, ajuda, 
contribui com a execução; 
3. Para que a participação tenha relevância, o autor ou co-autores devem ter, ao 
menos, iniciado a execução da infração penal. 
 
 
ESPÉCIES DE PARTICIPAÇÃO 
 
Várias são as formas de participação: instigação, determinação, chefia, organização, ajuste, 
cumplicidade etc. A doutrina divide em apenas duas formas: INSTIGAÇÃO E 
CUMPLICIDADE. 
 
 INTIGAÇÃO PARTICIPAÇÃO MORAL (SUBJETIVA) 
 CUMPLICIDADE PARTICIPAÇÃO MATERIAL 
 
INSTIGAÇÃO: PARTICIPAÇÃO MORAL -> Atua sobre a vontade do autor. Ele estimula, 
anima, reforça uma idéia já existente. Não participa da execução e não tem o domínio do 
fato. 
Não importa a forma para instigação (persuasão, conselho etc.). Deve se dirigir a um fato 
determinado e a autor(es) determinado(s). 
INDUZIR X INSTIGAR (aqui, induzir é espécie de instigar). 
Induzir = induzimento/determinação (cria a idéia). 
 
CUMPLICIDADE: PARTICIPAÇÃO MATERIAL -> O agente exterioriza a contribuição, 
auxilia. Ex: empresta uma arma de fogo, o carro para a fuga, a casa etc. 
Pode ocorrer desde a fase de preparação até a execução (VEJA, NÃO PARTICIPA DA FASE 
DE EXECUÇÃO, AUXILIA NA FASE DE PREPARAÇÃO). 
Pode ocorrer na hipótese de omissão: QUANDO HÁ DEVER DE AGIR (ex: vigilante deixa a 
porta aberta do estabelecimento para facilitar o furto). Basta dolo eventual. 
QUESTÕES COMUNS À INSTIGAÇÃO E À CUMPLICIDADE 
 
 Em qualquer das formas, precisa haver eficácia causal e consciência de participar 
da ação de outra pessoa. 
 Não há relevância se o crime não for ao menos tentado. 
 
FUNDAMENTO DA PUNIBILIDADE DA PARTICIPAÇÃO 
 
 1- TEORIA DA PARTICIPAÇÃO NA CULPABILIDADE 
DUAS TEORIAS 
 2 - TEORIA DO FAVORECIMENTO OU DA CAUSAÇÃO 
 
1 – Teoria da Participação na culpabilidade: o partícipe era punido por “corromper” o 
autor, por convertê-lo em delinqüente. No entanto, basta que o autor cometa um ato típico 
e antijurídico. 
 
 CULPABILIDADE É PESSOAL 
CRÍTICAS 
 ADOÇÃO DA TEORIA DA ACESSORIEDADE LIMITADA – T/A 
 
2 – Teoria do Favorecimento ou da causação: o partícipe era punido por favorecer ou 
induzir a prática de um injusto. É punido porque sua ação ou omissão contribui para o 
resultado/injusto, independentemente de culpabilidade. A vontade do partícipe está 
voltada para a execução do fato principal. O injusto do fato do partícipe depende do injusto 
do fato principal. É aplicada no BRASIL. 
 
PRINCÍPIO DA ACESSORIEDADE DA PARTICIPAÇÃO 
 
Assim, a participação é secundária que adere à principal, pois só assim terá relevância. 
 
 TEORIA DA ACESSORIEDADE EXTREMA 
TEORIAS TEORIA DA ACESSORIEDADE MÍNIMA 
 TEORIA DA ACESSORIEDADE LIMITADA 
 
1 – Teoria da Acessoriedade Extrema: O fato principal deveria ser típico, antijurídico e 
culpável, excetuando-se agravantes e atenuantes. Assim, sempre que fosse inculpável o 
autor, também seria o partícipe. Acessoriedade absoluta! 
2 – Teoria da Acessoriedade Mínima: Basta o fato principal ser típico. Assim, quem induz o 
autor a agir em legítima defesa, p ex., responde pelo crime e o autor direto é absolvido. 
3 – Teoria da Acessoriedade Limitada: Exige o injusto (tipicidade e antijuridicidade). 
Assim, a acessoriedade com o fato principal é apenas quanto ao injusto. Já a culpabilidade 
é um fator pessoal/individual. Questão: pessoa que forja uma legítima defesa? Por essa 
teoria não seria partícipe. Solução: teoria do domínio do fato. É autor mediato. 
 
CONCURSO EM CRIME CULPOSO 
 
 A doutrina alemã não admite. Jescheck diz que não é possível pela falta de acordo 
comum. Assim, a contribuição de cada um deve ser avaliada individualmente (cada 
um é autor acessório). Isto decorre da Teoria do domínio do fato; 
 A doutrina espanhola admite, tanto para co-autores quanto para os partícipes. 
Aqui, o acordo não seria quanto ao resultado, mas quanto à conduta imprudente; 
No BRASIL, alguns autores dizem que é possível apenas para os co-autores, mas a visão 
mais acertada é a que nega a possibilidade. Não há vínculo psicológico nem domínio do 
fato. 
Bitencourt chega a dizer que é unânime a possibilidade na co-autoria, pelo mesmo 
argumento da doutrina espanhola. Ex: passageiro que instiga motorista a acelerar e este 
atropela alguém; acidente da gol. Não é. Juarez Cirino dos Santos, Nilo Batista etc. dizem 
que não há a possibilidade. 
 
CONCURSO EM CRIMES OMISSIVOS 
 
 Participação em crime omissivo é diferente de participação por omissão em crime 
comissivo. 
1. PARTICIPAÇÃO EM CRIME OMISSIVO 
2. PARTICIPAÇÃO POR OMISSÃO EM CRIME COMISSIVO 
 
PARTICIPAÇÃO EM CRIME OMISSIVO -> A participação ocorre através de um agir 
positivo que favorece o descumprimento do comando legal por parte do autor. Ex: 
paciente instiga o médico a não comunicar a existência de uma enfermidade contagiosa às 
autoridades competentes. Ele não é autor de delito autônomo, é partícipe do crime 
omissivo. A co-autoria não é possível para Ishida (Nucci admite). 
 PARTICIPAÇÃO POR OMISSÃO EM CRIME COMISSIVO -> A participação ocorre 
pelo não agir. Ex: caixa que deixa o cofre aberto para facilitar o furto. Ele, com uma 
conduta omissiva, será partícipe de um crime comissivo. 
 PARTICIPAÇÃO POR OMISSÃO EM CRIME OMISSIVO -> Sob a modalidade de 
instigação é impossível, pela falta de eficácia causal da inatividade. 
 
 AGENTE IGUALMENTE OBRIGADO A AGIR EM CRIME OMISSIVO PRÓPRIO: Não há 
participação, mas autoria. Bitencourt e Ishida dizem que se houver anuência com a 
omissão do outro, poderia haver co-autoria. Ex: art. 246 (abandono intelectual) – 
pais. Ex2: duas pessoas deixam de prestar socorro a pessoa ferida – se não o fazem, 
individualmente, praticam, autonomamente o crime de omissão de socorro. Se 
houve acordo para não socorrer, serão co-autores. Mirabete diz que não é possível. 
 CRIMES OMISSIVOS IMPRÓPRIOS (comissivos por omissão): Bitencourt entende 
ser possível também, mesmo que o partícipe não tenha o dever de não se omitir. 
Se tivesse, seria autor ou co-autor (com vínculo subjetivo). O terceiro pode instigar 
o garante para que ele não impeça o resultado. Sua atividade é 
acessória/secundária e ele não tinha domínio da ação final, logo é partícipe. Já o 
garante que não agiu é o autor, pois tinha domínio final do fato e dever jurídico de 
evitar o resultado. 
 
AUTORIA COLATERAL 
 
Duas ou mais pessoas realizam condutas convergentes, ignorando umas as outras, visando 
a execução do mesmo crime. Há ausência do vínculo subjetivo. 
A responsabilidade de cada um dos autores é limitada pelo dolo de cada um, 
individualmente considerados. Ex: homicídio atrás da moita. 
Autoria incerta: ignora-se quem produziu o resultado: abstrai-se o resultadoe pune ambos 
por tentativa. 
 
MULTIDÃO DELINQUENTE 
 
Fato rotineiro. Linchamentos, brigas de torcida, invasão de propriedades etc. 
Normalmente, há o vínculo psicológico. Deve-se individualizar a participação de cada um 
dos intervenientes. Atenua-se a pena: art. 65, e. Agrava-se a pena: art. 62, I. 
 
PARTICIPAÇÃO IMPUNÍVEL 
 
Dois elementos principais: eficácia causal e consciência de participar na ação comum. Mas, 
conforme o artigo 31, não será punida se o crime não foi ao menos tentado. Assim, as duas 
primeiras fases do iter criminis não são puníveis: elaboração mental e preparação do crime 
(desde que a última não constitua crime autônomo). 
Assim, não há eficácia causal e, como a participação é acessória, não será ela punível. 
Welzel diz que a tentativa de participação não é punível. 
A exceção é quando os atos constitutivos da participação constituem crimes autônomos. 
Ex: incitação ao crime e formação de quadrilha. 
 
PUNIBILIDADE DO CONCURSO DE PESSOAS 
 
Como visto, adota-se a teoria monística, mas também a teoria restritiva do autor 
(distinguindo autor de partícipe). Abstratamente, todos concorrem a mesma pena. Mas no 
caso em concreto, cada um responde na medida de sua culpabilidade (art. 29) e, no caso do 
partícipe, de acordo com a importância causal de sua participação (art. 29, § 1.º). 
Para o co-autor não precisaria este artigo. Mas é importante para o partícipe, pois a 
tipicidade se dá por norma de extensão. 
 
PARTICIPAÇÃO DE MENOR IMPORTÂNCIA (§ 1.º, art. 29, CP): Vale apenas para o 
partícipe, não para o co-autor. Como o co-autor contribui com a efetiva execução 
do crime, ele responde nos moldes do caput. Já o participe, quando sua 
contribuição for de menor importância, poderá ter a pena reduzida de 1/6 a 1/3, 
ficando inclusive aquém do mínimo legal. 
Esta diminuição é facultatica? Dotti e Mirabete entendem que sim (o partícipe 
poderia até ter uma intensidade de vontade igual à dos intervenientes). 
Bitencourt diz que a faculdade se dá dentro do limite legal, ou seja, 1/6 a 1/3, mas 
a redução se impõe. 
 
COOPERAÇÃO DOLOSAMENTE DISTINTA: É o desvio subjetivo de condutas. Ex: A 
determina que B dê uma surra em C. B vai lá e mata C por razões pessoais. Aplica-
se o parágrafo 2.º do art. 29. A responde por lesões corporais (a pena pode ser 
elevada até a metade se era previsível o homicídio). 
PROBLEMAS: 
1. Crimes preterdolosos: há dolo no antecedente e culpa no conseqüente. Ex: 
lesão corporal seguida de morte. Assim, o autor responde pelo 129, § 3.º e o 
partícipe pelo 129. A doutrina buscou distinguir para tornar mais justo: 
a. Excesso nos meios: O meio utilizado foi diferente do combinado 
com o partícipe. 
b. Excesso nos fins: se o resultado mais grave decorre de circunstância 
natural do fato ou de simples culpa do executor, a responsabilidade 
se comunica ao partícipe. Isso porque o partícipe concordou 
dolosamente com os meios utilizados que poderiam produzir o 
resultado mais grave. 
c. Por fim, se o excesso decorre de dolo especial do executor, somente 
este é responsável pelo crime mais grave. 
 
COMUNICABILIDADE DAS CIRCUNSTÂNCIAS, CONDIÇÕES E ELEMENTARES 
 
O artigo 30 do CP diz que não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter 
pessoal, salvo quando elementares do crime. 
O problema está na distinção entre circunstâncias e condições. 
Circunstâncias: dados, elementos que circundam o fato principal. Não é a figura típica, 
mas pode aumentar ou diminuir sua gravidade. Podem ser objetivas – fato objetivamente 
considerado (tempo, lugar, modo, meio de execução etc.) e subjetivas - relativas ao agente 
(qualidades, estado, parentesco, motivos do crime). 
Condições de caráter pessoal: relações do agente com o mundo exterior. 
Elementares do crime: dados, fatos, elementos e condições que integram o próprio tipo 
penal. 
As circunstâncias de caráter pessoal não se comunicam, já as objetivas comunicam. É a 
seguinte regra: 
 
 
 Circunstâncias e condições de caráter pessoal não se comunicam; 
Circunstâncias objetivas e elementares do tipo se comunicam, se entrarem na esfera de 
conhecimento dos participantes. 
 
Cada participante deve ter agido, ao menos, culposamente em relação à circunstância 
objetiva ou elementar do crime para haver a comunicabilidade. 
 
ARREPENDIMENTO DO PARTÍCIPE 
 
Só não será responsabilizado se conseguir evitar que o autor pratique o ato criminoso. 
Caso contrário, a participação é ineficaz – Rogério Greco. 
 
PARTICIPAÇÃO DE PARTICIPAÇÃO 
 
Ex: A induz B para induzir C a matar D. 
 
PARTICIPAÇÃO SUCESSIVA 
 
Ex: A induz B a matar C. D induz B a matar C. Um não sabia da conduta do outro.

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