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Crimes contra a Ordem Tributária

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Crimes contra a Ordem Tributária. Lei nº (8.137/90). Crimes em espécie
O objetivo desse tópico é a análise dos principais tipos penais contra a ordem tributária.
NESTE TÓPICO
 INTRODUÇÃO
 TIPO PENAL BÁSICO DE CRIMES TRIBUTÁRIOS
 Referências
NESTE TÓPICO
 INTRODUÇÃO
 TIPO PENAL BÁSICO DE CRIMES TRIBUTÁRIOS
 Referências
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tópico
AUTOR(A)
PROF. HANS ROBERT DALBELLO BRAGA
   
 
INTRODUÇÃO
 
Preliminarmente, é imperioso ressaltar que o mero inadimplemento, ou seja, não pagar o tributo devido, por si só, NÃO CARACTERIZA NENHUMA INFRAÇÃO PENAL. Por conseguinte, se o contribuinte declara todos os fatos geradores do crédito tributário à Receita Federal, mas não paga o tributo, pois não tem condições financeiras, por si só, não tipifica crime.
Para a caracterização do crime contra a ordem tributária é necessário que a SUPRESSÃO ou REDUÇÃO do crédito tributário ocorra em decorrência de uma FRAUDE, que é, em geral, elementar dos tipos penais em espécie.
 
TIPO PENAL BÁSICO DE CRIMES TRIBUTÁRIOS
 
O tipo penal fundamental dos crimes contra a ordem tributária está no artigo 1.º, da Lei n.º 8.137/90, senão vejamos:
 
ARTIGO 1.º (...) DA LEI N.º 8.137/90
Art. 1° Constitui crime contra a ordem tributária suprimirou reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas:      
I - omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias;
II - fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operação de qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal;
III - falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro documento relativo à operação tributável;
IV - elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou inexato;
V - negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, relativa a venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo com a legislação.
Pena - reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
Parágrafo único. A falta de atendimento da exigência da autoridade, no prazo de 10 (dez) dias, que poderá ser convertido em horas em razão da maior ou menor complexidade da matéria ou da dificuldade quanto ao atendimento da exigência, caracteriza a infração prevista no inciso V.
As condutas incriminadas, ou seja, os VERBOS previstos no artigo 1.º da Lei n.º 8.137/90, são dois, respectivamente SUPRIMIR e REDUZIR tributo, contribuição social ou qualquer acessório.
A SUPRESSÃO do tributo ocorre quando o sujeito ativo, em virtude da fraude, não paga integralmente o tributo devido. Por outro lado a REDUÇÃO ocorre quando o sujeito ativo recolhe apenas parte do valor devido, mas sonega o restante do crédito tributário.
O artigo 1.º, nos incisos I a V trata das MODALIDADES FRAUDULENTAS, como:
 
OMITIR INFORMAÇÃO, OU PRESTAR DECLARAÇÃO FALSA ÀS AUTORIDADES FAZENDÁRIAS;
FRAUDAR A FISCALIZAÇÃO TRIBUTÁRIA, INSERINDO ELEMENTOS INEXATOS OU OMITINDO OPERAÇÃO DE QUALQUER NATUREZA, EM DOCUMENTO OU LIVRO EXIGIDO PELA LEGISLAÇÃO FISCAL;
FALSIFICAR OU ALTERAR NOTA FISCAL, FATURA, DUPLICATA, NOTA DE VENDA, OU QUALQUER OUTRO DOCUMENTO RELATIVO À OPERAÇÃO TRIBUTÁVEL;
ELABORAR, DISTRIBUIR, FORNECER, EMITIR OU UTILIZAR DOCUMENTO QUE SAIBA OU DEVA SABER FALSO OU INEXATO
NEGAR OU DEIXAR DE FORNECER, QUANDO OBRIGATÓRIO, NOTA FISCAL OU DOCUMENTO EQUIVALENTE, RELATIVA A VENDA DE MERCADORIA OU PRESTAÇÃO DE SERVIÇO, EFETIVAMENTE REALIZADA, OU FORNECÊ-LA EM DESACORDO COM A LEGISLAÇÃO.
 
É importante salientar que os crimes contra a ordem tributária exigem, necessariamente, a prática de uma conduta fraudulenta. A sonegação fiscal, em geral, muito se assemelha com o crime de estelionato (vide artigo 171 do CP), pois há o emprego do meio FRAUDE, no entanto, se diferencia do estelionato pelo efeito que neste é a obtenção de vantagens indevidas e ilegais em prejuízo da administração tributária que não recebe os valores devidos.
Ademais, é importante salientar que os crimes contra a ordem tributária são MATERIAIS consumando-se quando todos os elementos do tipo penal estão devidamente reunidos e reconhecidos pela existência de lançamento definitivo do crédito tributário devido. No entanto, os crimes contra a ordem tributária, previstos no artigo 2.º da Lei n.º 8.137/90, são TODOS FORMAIS, pois estarão consumados com a mera prática da conduta tendente a suprimir ou reduzir tributo, não sendo exigida a efetiva supressão ou redução, como se dá e relação aos crimes do artigo 1.º, ora em análise que são materiais.
É importante ressaltar que os crimes contra a ordem tributária não admitem a modalidade culposa, de maneira que SÃO TODOS CRIMES DOLOSOS.
Ademais, o artigo 3.º da Lei n.º 8.137/90, trata dos crimes funcionais praticados contra a administração tributária, de modo que esses crimes são próprios, como por exemplo, a corrupção tributária etc.
 
 
 
ARTIGO 3.º (...) DA LEI N.º 8.137/90
Art. 3° Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além dos previstos no Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal (Título XI, Capítulo I):
I - extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que tenha a guarda em razão da função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou parcialmente, acarretando pagamento indevido ou inexato de tributo ou contribuição social;
II - exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de iniciar seu exercício, mas em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa de tal vantagem, para deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social, ou cobrá-los parcialmente. Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
III - patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração fazendária, valendo-se da qualidade de funcionário público. Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
É importante salientar que todos os crimes contra a ordem tributária são apurados MEDIANTE AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA (Nesse sentido vide a Súmula n.º 609 do STF).
A ação penal não está subordinada a uma condição qualquer de procedibilidade, no geral, a prática forense, exige a remessa de um documento denominado representação fiscal para fins penais. É importante salientar que essa representação fiscal é o instrumento por meio do qual o servidor fazendário leva ao conhecimento do Parquet os fatos suspeitos de que teve conhecimento no exercício de sua atividade funcional, mas, não caracteriza condição de processibilidade, pois trata-se de mera notitia criminis, nesse sentido vide o artigo 83 da Lei n.º 9.430/96.
Ademais, é comum, no âmbito dos crimes contra a ordem tributária, a alegação de INEXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA e/ou a ocorrência da excludente de ilícitude do ESTADO DE NECESSIDADE, conforme o caso, quando o sujeito ativo, no âmbito de uma empresa, deixar e pagar o tributo, para efetuar o pagamento dos salários do empregados.
Nesse sentido é imperiso fazer referência a uma ementa que aplicou a tese da inexigibilidade de conduta diversa ao crime de apropriação indébita previdenciária, o que, no geral, também pode ser aplicado nos crimes contra ao ordem tributária, previstos na Lei n.º 8.137/90, senão vejamos:
 
 
PROCESSUAL PENAL E PENAL: ARTIGO 168-A DO CP. OMISSÃO NO RECOLHIMENTO DE CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. LEI 9.983/00. AUTORIA E MATERIALIDADE. COMPROVAÇÃO. CONSUMAÇÃO. INEXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA. CAUSA SUPRALEGAL DE EXCLUSÃO DA CULPABILIDADE.  I – O crime de omissão no recolhimento de contribuições previdenciárias, com o advento da Lei nº 9.983/00, passou a ser tipificado no artigo 168-A do CP. II – O não recolhimento das contribuições previdenciárias descontadas dos salários dos empregados é crime omissivo próprio cuja consumação ocorre com o descumprimento do dever de agir determinado pela norma legal. III – A inexigibilidade de conduta diversa é causa supralegal deexclusão da culpabilidade sendo, pois, imprescindível, perquirir se o agente estava efetivamente impossibilitado de recolher os valores descontados dos empregados da sua empresa. IV – No caso dos autos, restou comprovada a crise financeira enfrentada pelas Escolas, que causou o não recolhimento das contribuições previdenciárias por seu administrador, o qual teve seu patrimônio pessoal diminuído e contraiu dívidas para enfrentamento da crise. V – Nota-se, portanto, que à época dos fatos narrados na denúncia o contribuinte apresentava dificuldades de grande monta. VI – Apelação improvida. Absolvição mantida.
A decisão supracitada, proferida pela  2.ª Turma do E. Tribunal Regional Federal da 3.ª Região, manteve a sentença proferida pela Juíza da 2.ª Vara da justiça Federal de Santo André, que absolveu o acusado processado pelo crime de apropriação indébita previdenciária, sob o fundamento de que o conjunto probatório apontava para a direção do reconhecimento da dirimente de culpabilidade da inexigibilidade de conduta diversa, em razão de grave crise financeira enfrentada pela empresa à época do não recolhimento das contribuições.

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