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Aula 20 Comercio Internacional

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CURSOS ONLINE – COMÉRCIO INTERNACIONAL - PROF. RODRIGO LUZ 
 
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1
Oi, pessoal. 
 
Hoje fechamos o curso, olhando os seguintes tópicos do edital de AFRFB/2009: 
5.3. Regras de origem no Mercosul. 
5.4. Valoração aduaneira no Mercosul. 
 
E do edital de ATRFB/2009: 
5.1. Solução de controvérsias no Mercosul. 
 
No entanto, começamos com “defesa comercial no Mercosul”. 
Apesar de este assunto não ser mais citado expressamente no edital de 2009, como o 
foi no edital de 2005, acho importante analisá-lo, pois faz parte do “Direito do 
Mercosul”. Além disso, o Brasil, na hora de aplicar uma medida de defesa comercial, 
deve seguir os acordos internacionais da OMC, além das regras regionais criadas no 
Mercosul e das regras nacionais definidas nos três decretos analisados na aula 17. 
 
DEFESA COMERCIAL NO MERCOSUL 
 
Defesa Comercial Intramercosul 
 
Pergunto: pelas regras do GATT, podem ser adotadas medidas de defesa comercial 
intrabloco? Depende. Vimos em aula anterior que o artigo XXIV do GATT/1947 permite 
a imposição das barreiras comerciais previstas nos artigos XI, XII, XIII, XIV, XV e XX: 
Ҥ 8o Para os efeitos do presente Acordo, 
a) entender-se-á por união aduaneira a substituição de dois ou mais territórios 
aduaneiros por um único território aduaneiro, de maneira que: 
i) os direitos aduaneiros e as demais normas restritivas de comércio 
(exceto, na medida em que forem necessárias, as restrições 
autorizadas em virtude dos artigos XI, XII, XIII, XIV, XV e XX) 
sejam eliminados em relação ao substancial do comércio entre os países-
membros ou, ao menos, em relação aos produtos originários destes 
países; e 
ii) que ... cada um dos membros da união aduaneira aplique ao comércio 
com os países extrabloco direitos aduaneiros e demais normas de 
comércio que sejam essencialmente idênticos; 
...” 
 
Para alguns autores e países, a lista de artigos é exaustiva, não cabendo a imposição 
de barreiras intrabloco que não sejam dos tipos previstos nesses artigos. Para outros, 
a lista é exemplificativa, permitindo-se a imposição de outras barreiras. 
As medidas compensatórias, as alíquotas antidumping e as cláusulas de salvaguarda 
estão previstas nos artigos VI e XIX do GATT/47. Logo, sua imposição intrabloco 
somente é aceita por aqueles que consideram a lista do artigo XXIV como meramente 
exemplificativa. 
E o Brasil, qual é sua posição em relação às medidas de defesa comercial intrabloco? 
Podem ser criadas medidas compensatórias entre os países do Mercosul? E alíquotas 
antidumping? E cláusulas de salvaguarda? 
A posição brasileira, condenando o uso de medidas de defesa comercial intrabloco, 
pode ser encontrada no Relatório 020/2001, do Ministério das Relações Exteriores: 
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2
“Na doutrina do direito do comércio internacional consideram-se as medidas 
compensatórias — no que se refere a subsídios — e as medidas antidumping 
como recursos aplicáveis a um comportamento de comércio desleal (unfair 
trade), enquanto as salvaguardas permitem proteger um setor da produção 
nacional gravemente afetado por importações, mesmo que estas configurem 
expressão de fair trade. 
No Mercosul, as salvaguardas estão proibidas desde janeiro de 1995, conforme 
estipulado nos artigos 1º e 5º do Anexo IV do Tratado de Assunção e reiterado 
pelo laudo arbitral (de 10/3/2000) emitido na controvérsia sobre salvaguardas 
têxteis entre Brasil e Argentina. O Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT, 
1947), em seu artigo XXIV.8 (a) (i) estabelece que uma união aduaneira 
pressupõe que 'tarifas e outras regulamentações restritivas ao comércio 
(exceto, quando necessário, aquelas permitidas pelos artigos XI, XII, XIII, XIV, 
XV e XX) sejam eliminadas com respeito a substancialmente todo o comércio 
entre os territórios que constituem a união ou pelo menos com respeito a 
substancialmente todo o comércio de produtos originários de tais territórios'. 
As medidas antidumping (art. VI do GATT) constituem, por um lado, evidente 
regulamentação restritiva ao comércio e, por outro, não são mencionadas entre 
as exceções do artigo XXIV que, como norma excepcional, não poderiam ser 
interpretadas extensivamente. À luz do sistema multilateral de comércio, 
portanto, tais medidas estão entre as restrições que devem ser 
eliminadas em uniões aduaneiras (como ocorre, de modo efetivo, na União 
Européia). 
Em relação às medidas antidumping, o Mercosul — como união 
aduaneira em consolidação — já tomou a decisão política de sua 
eliminação gradual. Tal objetivo já estava expresso no artigo 1º do Tratado 
de Assunção de 1991, que prevê a eliminação de todas as restrições tarifárias e 
não tarifárias. O artigo 4º do mesmo tratado estabelece o dever dos Estados-
partes em coordenar suas políticas nacionais com vistas a elaborar normas 
comuns sobre concorrência comercial. 
Desde então, realizam-se esforços paralelos no Mercosul para avançar na 
eliminação do antidumping intrazona e para harmonizar as regras de defesa da 
concorrência na região. Tal paralelismo explica-se, pois a garantia de 
instrumentos eficazes para a manutenção de condições adequadas de 
concorrência na região, com a necessária prevenção de condutas e práticas 
restritivas (abuso de posição dominante, preços predatórios), é circunstância 
relevante para a definitiva eliminação.” 
 
Em relação às cláusulas de salvaguarda, o próprio Tratado de Assunção, no Anexo IV, 
já definia um prazo máximo para o uso intrabloco: 
Art. 1o - Cada Estado Parte poderá aplicar, até 31 de dezembro de 1994, 
cláusulas de salvaguarda à importação dos produtos que se beneficiem do 
Programa de Liberação Comercial estabelecido no âmbito do Tratado. 
Os Estados Partes acordam que somente deverão recorrer ao presente Regime 
em casos excepcionais. 
... 
Art. 5o - As cláusulas de salvaguarda terão um ano de duração e poderão ser 
prorrogadas por um novo período anual e consecutivo, aplicando-se-lhes os 
termos e condições estabelecidas no presente Anexo. Estas medidas apenas 
poderão ser adotadas uma vez para cada produto. 
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3
Em nenhum caso a aplicação de cláusulas de salvaguarda poderá 
estender-se além de 31 de dezembro de 1994. 
 
As cláusulas de salvaguarda não poderiam mais ser utilizadas no Mercosul desde 
31/12/1994, conforme dispõem os artigos 1o e 5o. No entanto, houve um retrocesso 
em 2006, com a criação do Mecanismo de Adaptação Competitiva (MAC) entre Brasil e 
Argentina, analisado na aula anterior. O MAC simboliza a abertura para se poderem 
usar, de novo, as salvaguardas intrabloco, mas somente entre os dois países. 
Em relação às medidas compensatórias e às alíquotas antidumping, os países já 
tomaram a decisão política de as eliminar, como indica o texto produzido pelo 
Ministério das Relações Exteriores. Apesar da decisão política, o uso das medidas 
antidumping e compensatórias ainda está liberado, amparado por decisões do 
Conselho do Mercado Comum. 
 
Para reflexão: qual é a lógica do GATT em não ter expressamente permitido o uso de 
medidas de defesa comercial no comércio intrabloco? Caso, em um bloco comercial, 
um membro pratique subsídios ou dumping, prejudicando outro membro, este não 
poderá se defender criando medidas compensatórias ou antidumping? 
Pela corrente que influenciou a não inclusão dos artigos VI e XIX na lista de barreiras 
intrabloco permitidas pelo GATT, a defesa contra parceiros comerciais não deveria ser 
unilateral. A idéia era privilegiar os sistemas de solução de controvérsias. As 
deslealdades que surgissem deveriam ser condenadas pelo bloco como um todo por 
meio do sistema de solução de controvérsias. Deveria ser privilegiado o 
multilateralismo, desnudando-seas deslealdades, mas evitando-se as práticas de 
autodefesa, práticas bilaterais. 
 
Sobre defesa comercial intramercosul, houve apenas uma questão em concurso: 
1 - (TRF/2005) Assinale a opção correta. 
a) Na qualidade de membros associados do Mercosul, Chile e Bolívia também 
aplicam a Tarifa Externa Comum (TEC) do bloco. 
b) A Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) contém capítulos destinados não 
apenas a bens, mas também a serviços. Por sua vez, o Sistema Harmonizado 
(SH) diz respeito apenas à classificação aduaneira de bens. 
c) O Grupo Mercado Comum, órgão máximo na estrutura do Mercosul, tem 
poderes para, por consenso, tomar decisões obrigatórias para os membros do 
bloco. 
d) Atualmente, é possível que um membro do Mercosul aplique uma medida 
antidumping contra outro membro do bloco. 
e) Ainda não foram definidas regras que tenham por objeto a defesa da 
concorrência no âmbito do Mercosul. 
 
Comentários 
A letra A é falsa, pois os membros associados não usam a TEC do Mercosul. A 
Bolívia, por exemplo, faz parte do Pacto Andino, que tem uma TEC própria. 
A letra B é falsa, pois a NCM é a nomenclatura usada pelos países do Mercosul, 
em que são relacionadas apenas mercadorias para efeito de classificação 
aduaneira. Ela tem por base o Sistema Harmonizado, criado 
internacionalmente. 
A letra C é falsa, pois o órgão máximo do Mercosul é o Conselho do Mercado 
Comum. 
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4
Letra D: vimos que, no Mercosul, os países já decidiram eliminar as medidas 
antidumping intrabloco. No entanto, ainda não o fizeram, permitindo a 
utilização por meio da Decisão CMC 13/2002: 
“O Conselho do Mercado Comum (CMC) decide: 
Artigo 1º – Adotar, no âmbito do Mercosul, o Acordo Relativo à 
Implementação do Artigo VI do GATT, da Organização Mundial do 
Comércio, para aplicação de medidas antidumping no comércio 
intrazona. 
...” 
A letra E é falsa, sendo baseada nos “Textos Legais do Mercosul”, pedidos nos 
editais da RFB de 2005, mas não no de 2009. Por isso, considerando o edital 
mais recente, comento a letra E de forma bem sucinta (apenas para não 
ficarmos sem a explicação): estudando para a prova de 2005, devíamos saber 
da existência do “Protocolo de Defesa da Concorrência do Mercosul”, aprovado 
pela Diretriz nr. 13/2003 da Comissão de Comércio do Mercosul. 
Gabarito: letra D. Ainda é possível utilizar as medidas antidumping intrabloco. 
 
Defesa Comercial Extra-Mercosul 
 
A defesa comercial também pode ser analisada em relação ao comércio do Mercosul 
com o resto do mundo. Atualmente, a criação de medidas compensatórias, 
antidumping e salvaguardas em relação a terceiros países é unilateral. Cada país do 
bloco age sozinho na investigação e imposição das medidas. 
No entanto, foram aprovadas normas no Mercosul visando à criação de regras 
regionais de defesa comercial. Em relação às medidas compensatórias e antidumping: 
quando surgirem o “Regulamento Comum sobre Subsídios” ou o “Regulamento Comum 
Antidumping”, não mais haverá a imposição de medidas compensatórias ou 
antidumping unilaterais. Todo subsídio e dumping serão investigados por um órgão do 
Mercosul para que a medida seja adotada simultaneamente pelos quatro países. Essa 
perda de soberania é o motivo pelo qual não conseguiram nem fechar o texto dos dois 
Regulamentos Comuns. Atualmente, existem apenas os marcos normativos, criando as 
regras gerais dos dois futuros regulamentos. Os marcos normativos são de 1997 
(Decisão CMC 11/1997) e de 2000 (Decisão CMC 29/2000), mas, repito, os 
Regulamentos ainda não surgiram. 
Outra é a situação do “Regulamento Comum sobre Salvaguardas”. Este permite que as 
salvaguardas sejam criadas regionalmente ou nacionalmente. Por ter sido preservada a 
soberania dos países do Mercosul, este Regulamento foi aprovado por meio da Decisão 
CMC 17/1996. Com isso, se apenas um país do Mercosul está sofrendo danos com as 
importações de fora do bloco, este país pode sozinho impor as salvaguardas. E se o 
Mercosul, como um todo, estiver sofrendo danos, a salvaguarda poderá ser imposta 
simultaneamente pelos quatro países. 
Apesar de aprovado, o “Regulamento Comum sobre Salvaguardas” ainda não entrou 
em vigor no âmbito regional, pois a Argentina ainda não o internalizou. 
 
Na prova de AFRFB/2005, pediram o conhecimento da defesa comercial extra-
Mercosul. Na questão, também abordaram um dos protocolos criados no Mercosul (o 
Protocolo de Ushuaia) e outros acordos regionais, que não foram pedidos nos editais 
da RFB de 2009, e, por isso, vou ignorar tais acordos na resolução a seguir: 
 
 
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5
2 - (AFRFB/2005) Assinale a opção incorreta. 
a) No âmbito do Mercosul, adotou-se um regime para a aplicação de medidas 
de salvaguarda às importações provenientes de países não-membros do bloco. 
b) O sistema de solução de controvérsias do Mercosul, definido pelo Protocolo 
de Olivos, estabelece um Tribunal Permanente de Revisão para o julgamento de 
recursos contra decisões dos Tribunais Arbitrais Ad Hoc – o que não existia no 
Protocolo de Brasília, antecessor do de Olivos. 
c) Em 2004, o Mercosul concluiu acordos comerciais, por exemplo, com a Índia 
e com a SACU (União Aduaneira Sul-Africana, formada por África do Sul, 
Botsuana, Lesoto, Namíbia e Suazilândia), e atualmente negocia acordos com 
outros países. 
d) Muito embora o Mercosul almeje à conformação de um mercado comum, 
atualmente o bloco se encontra no estágio de união aduaneira imperfeita (ou 
incompleta). Para a conclusão dessa etapa, basta a eliminação das exceções ao 
livre-comércio intrabloco. 
e) De acordo com o Protocolo de Ushuaia, a plena vigência das instituições 
democráticas é condição essencial para o processo de integração entre seus 
signatários (países do Mercosul, Bolívia e Chile). Prevê o Protocolo que a 
ruptura da ordem democrática em um dos países pode levar à suspensão de 
seus direitos e obrigações nos processos de integração entre os membros desse 
Protocolo. 
 
Comentários 
Vimos, na aula anterior, em questão da prova de AFRF 2002-2, que “para 
aperfeiçoar a união aduaneira, precisa liberar integralmente o comércio de bens 
e serviços e acabar com as listas de exceção à TEC...” Portanto, não basta uma 
das coisas... Tem que acabar com as exceções intra e extrabloco. Assim, a letra 
D está incorreta e é o gabarito. 
Alternativa A: correta, segundo o gabarito oficial. 
No Mercosul foi editada a Decisão CMC 17, de 17 de dezembro de 1996, que 
define o “Regulamento relativo à aplicação de medidas de salvaguarda às 
importações provenientes de países não-membros do Mercosul”. No entanto, 
esta decisão ainda não entrou em vigor regionalmente até este ano em que 
estamos (2010). Sendo assim, apesar de a banca ter considerado a opção 
correta, ela está, a meu ver, incorreta, pois a norma ainda não é aplicável. É 
errado dizer que o Mercosul “adota” um regime comum de aplicação de 
salvaguardas, se este ainda nem entrou em vigor no âmbito regional. 
Por meio desta norma, os países decidiram unificar os processos de 
investigação para aplicação das medidas de salvaguarda. A partir da sua 
entrada em vigor, os países seguirão o mesmo roteiro de investigação, 
permitindo a criação de salvaguardas regionais. 
A letra B está correta, como veremos na continuação desta aula no tópico 
“Solução de Controvérsias no Mercosul”. 
As letras C e E não estão no edital de AFRFB/2009 nem no de ATRFB/2009. Em 
2005, o conhecimento de tais assuntos era cobrado sob os títulos “Mercosul: 
textos legais” e “Acordos e negociações envolvendo o Mercosul” 
 
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6
Valoração Aduaneira no Mercosul 
 
A norma atualmenteem vigor dispondo sobre valoração aduaneira no Mercosul é a 
Decisão CMC 17/1994. Ela está para ser revogada pela Decisão CMC 13/2007, que já 
foi internalizada no Brasil por meio do Decreto 6.870, de 4 de junho de 2009. 
Além das regras gerais de valoração que você estudou com o Missagia (os 6 métodos, 
os critérios e os princípios de valoração), definidas no Acordo de Valoração Aduaneira 
da OMC, o Mercosul criou algumas regras complementares. 
Veja como vai ficar (e como é) o procedimento de valoração no Mercosul quando a 
Decisão CMC 13/2007 entrar em vigor: 
 
Decisão CMC 13/2007 Decisão CMC 17/1994 
O controle poderá ser seletivo ou 
aleatório, ou seja, pode haver DI 
verificada no valor aduaneiro por “puro 
azar” do importador. 
Na regra atual do Mercosul, o controle do 
valor aduaneiro é de forma seletiva, ou 
seja, a fiscalização do valor aduaneiro 
ocorre naquelas DIs que ficarem retidas 
em “malha”. 
O controle poderá ser realizado durante o 
despacho ou após a entrega. Se for 
durante o despacho, pode ser feito um 
exame preliminar ou uma análise 
sumária, assim como pode ser feito um 
exame mais aprofundado. Em regra, o 
prazo para encerramento da investigação 
é de 60 dias, prorrogável por igual 
período. Se o importador não responde à 
intimação aduaneira, o prazo fica 
suspenso. 
O controle do valor aduaneiro é realizado 
após a entrega das mercadorias, 
realizando-se, no momento do despacho, 
apenas um exame preliminar e uma 
análise sumária do valor declarado. 
A mercadoria poderá ser retirada pelo 
importador, mediante garantia, antes do 
encerramento da fiscalização. 
Não prevê retirada antes da conclusão da 
análise do valor aduaneiro, inclusive 
porque a análise é sumária. 
A taxa de câmbio aplicável na conversão 
de valores expressos em moeda 
estrangeira será a taxa diária 
estabelecida pelo banco central ou 
autoridade monetária central de cada 
Estado Parte, tomando-se a taxa vigente 
no fechamento do dia anterior ao da 
data da numeração do despacho de 
importação. 
Não dispõe sobre taxa de câmbio. 
Quando se tratar de mercadorias 
submetidas a regime suspensivo, o valor 
aduaneiro também é calculado, mas 
poderá ser recalculado no caso de seu 
despacho para consumo ou eventual 
descumprimento do regime. 
Não dispõe sobre recálculo do valor 
aduaneiro. 
 
Observação: a princípio, a norma regional parece ir contra o Código Tributário Nacional 
(Lei 5.172/1966) ao dispor que será usada a taxa de câmbio do dia anterior ao do 
registro da declaração de importação, que é o fato gerador do imposto de importação. 
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7
Mas, com a expressão “salvo disposição de lei em contrário”, o CTN permite que a data 
para conversão de taxa de câmbio seja diferente da data do fato gerador: 
Art. 143. Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário esteja 
expresso em moeda estrangeira, no lançamento far-se-á sua conversão em 
moeda nacional ao câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação. 
 
Nunca é demais lembrar que os atos e acordos internacionais (inclusive as Decisões 
Mercosul aprovadas pelo Congresso Nacional) possuem paridade normativa com as leis 
ordinárias... 
 
Há os seguintes pontos em comum nas duas normas: 
1) A base de cálculo do Imposto de Importação é o valor aduaneiro das mercadorias 
importadas, determinado conforme as normas do Acordo sobre a implementação do 
Artigo VII do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio 1994 (GATT). 
2) Sobre o valor aduaneiro será aplicada a Tarifa Externa Comum. 
3) A declaração do valor aduaneiro (DVA) anexada às normas integrará a declaração 
do despacho aduaneiro, quando for o caso. A DVA é um formulário para o importador 
preencher indicando como chegou ao valor aduaneiro. 
4) Ao valor aduaneiro serão incluídos os gastos de transporte, de carga, descarga e 
manuseio e o custo do seguro das mercadorias até o porto ou lugar de importação. O 
porto ou lugar de importação citado é o ponto de introdução das mercadorias no 
território aduaneiro do MERCOSUL. 
5) Para os casos não previstos nas normas, é aplicável a legislação vigente em cada 
Estado Parte, até que seja aprovada a correspondente norma MERCOSUL. 
6) Mesmo que a declaração não tenha sido selecionada pelo sistema informatizado, ela 
poderá ser submetida a controle de valor, dependendo da legislação interna de cada 
Estado Parte. 
7) Nos casos abaixo, a valoração aduaneira não obedece às regras previstas nas duas 
normas (a vigente e a futura). A valoração será feita com base em normas regionais 
específicas para: 
a) mercadorias importadas por viajantes dentro do conceito de bagagem; 
b) mercadorias destinadas a missões diplomáticas ou repartições consulares de 
caráter permanente, e de seus integrantes; 
c) mercadorias destinadas a representações de organismos internacionais de 
caráter permanente de que o Estado Parte seja membro, e de seus 
funcionários, peritos, técnicos e consultores; e 
d) mercadorias contidas em remessas postais internacionais e encomendas 
aéreas, não sujeitas ao regime geral de importação. 
 
A primeira vez em que o assunto “Valoração Aduaneira no Mercosul” entrou em edital 
de concurso foi em 2009 no edital para AFRFB. E, logo na estréia, já foi cobrado em 
uma questão da prova: 
 
3 - (AFRFB/2009) Sobre a valoração aduaneira no Mercosul, é correto 
afirmar que: 
a) são observados os mesmos critérios estabelecidos no Acordo de Valoração 
Aduaneira firmado no marco da Organização Mundial do Comércio, com o que 
considera-se, como referência primária, o preço efetivamente pago ou a pagar 
pelos bens importados. 
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8
b) dadas as diferenças, entre os países membros, quanto ao tratamento fiscal 
dispensado às mercadorias importadas de terceiros países, o Mercosul lhes 
faculta maior discricionariedade quanto à aplicação das regras de valoração 
aduaneira. 
c) o Código Aduaneiro ora vigente no Mercosul reporta-se às regras da 
Associação Latino-Americana de Integração para a determinação da origem de 
mercadorias importadas pelos seus países membros do bloco. 
d) não devem ser considerados, para efeitos do cálculo do valor aduaneiro, 
gastos relativos ao carregamento, descarregamento e manuseio associados ao 
transporte das mercadorias importadas até o porto ou local de importação. 
e) o Código Aduaneiro do Mercosul é o instrumento que, entre outras 
finalidades, objetiva harmonizar os critérios de determinação do valor aduaneiro 
de mercadorias, sendo sua aplicação compulsória para os países membros do 
bloco e facultativa aos países associados à área de livre comércio. 
 
Comentários 
Letra A: correta. Basta olharmos o artigo 1o da Decisão CMC 13/2007 (ou o 
artigo 1o da Decisão CMC 17/1994): 
"O CONSELHO DO MERCADO COMUM 
DECIDE: 
Art. 1 - Adotar no âmbito do MERCOSUL o Acordo Relativo à Aplicação do 
Artigo VII do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio 1994 (GATT)." 
 
Letra B: incorreta. Não há discricionariedade na aplicação das regras de 
valoração aduaneira. A apuração do valor aduaneiro é da mesma forma nos 4 
países, ou melhor, é a mesma entre os mais de 150 países que ratificaram o 
Acordo de Valoração Aduaneira da OMC. 
Letra C: incorreta. Em primeiro lugar, as regras de origem do Mercosul são 
distintas das regras de origem da ALADI. Em segundo lugar, não há Código 
Aduaneiro do Mercosul vigente. Ele foi definido na Decisão CMC 25/1994, mas 
não chegou a entrar em vigor. No Brasil, o Código Aduaneiro do Mercosul 
somente estaria internalizado com a aprovação do Projeto de Lei Complementar 
98/2000, o que não ocoorreu. 
Observação: em agosto de 2010, o código de 1994 foi inclusive 
abandonado, dando lugar a um novo Código Aduaneirodo Mercosul 
(Decisão CMC 27/2010). 
 
Letra D: incorreta. Basta vermos o artigo 1o da Decisão CMC 17/1994 (ou o 
artigo 5o da Decisão CMC 13/2007): 
"ARTIGO 1o 
... 
§ 2o No valor aduaneiro serão incluídos os seguintes elementos: 
a) o custo de transporte das mercadorias importadas até o porto ou local 
de importação; 
b) os gastos relativos ao carregamento, descarregamento e manuseio, 
associados ao transporte das mercadorias importadas até o porto ou 
local de importação; 
c) o custo de seguro." 
 
Letra E: incorreta. 
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9
Como vimos acima, não há Código Aduaneiro do Mercosul vigente. Ele chegou a 
ser definido na Decisão CMC 25/1994, mas não estava em vigor no dia da prova 
de 2009. Acabou sendo abandonado em 2010 em favor de um novo Código. 
Em segundo lugar, quando entrar em vigor, o Código Aduaneiro do Mercosul 
será usado somente pelos países do Mercosul, nas operações de importação e 
de exportação realizadas com parceiros do bloco ou com terceiros países, como 
vemos no seu artigo 1o do Código vigente no dia da prova (as mesmas regras 
se mantêm no Código de 2010): 
"CAPÍTULO 1 - ÂMBITO DE APLICAÇÃO E DEFINIÇÕES BÁSICAS 
Artigo 1° - O presente Código e suas Normas de Aplicação constituem a 
legislação aduaneira aplicável: 
a) a totalidade do território aduaneiro do Mercado Comum do Sul - 
MERCOSUL, instituído pelo Tratado de Assunção, de 26 de março de 
1991, salvo disposições comunitárias especiais ou resultantes de acordos 
internacionais; 
b) ao intercâmbio comercial dos Estados Partes do MERCOSUL com 
terceiros países." 
 
Inicialmente, a letra D foi apresentada como o gabarito. No entanto, após os 
recursos, o gabarito foi alterado para a letra A. 
 
Antes de passarmos para um novo assunto, cabe perguntar: o que é, ou melhor, o que 
será o Código Aduaneiro do Mercosul, mencionado na questão acima? 
Hoje, no Brasil, temos o Regulamento Aduaneiro (Decreto 6.759/2009), dispondo 
sobre as normas de controle aplicadas pela Aduana. Ali estão previstas as funções e o 
procedimento aduaneiro realizado na fiscalização de entrada e de saída dos bens do 
país. Também estão ali os procedimentos para fiscalização das mercadorias 
internalizadas, mas ainda sujeitas a algum tipo de controle, como, por exemplo, os 
bens que obtiveram benefícios fiscais, os quais são acompanhados para evitar desvio 
de finalidade ou transferência de titularidade não autorizada. Enfim, o Regulamento 
Aduaneiro é o manual de trabalho dos AFRFB lotados na Aduana. 
O Código Aduaneiro do Mercosul trará os análogos procedimentos de atuação das 
Aduanas dos quatro países do bloco. Será equivalente a um “Regulamento Aduaneiro 
Regional”. 
 
Regime de Origem no Mercosul 
 
Toda vez que benefícios comerciais são instituídos entre países, deve ser criado algum 
controle para evitar que terceiros se aproveitem daqueles. Por exemplo, se o Brasil 
concede um benefício à Argentina, ao Paraguai e ao Uruguai, como a dispensa de 
cobrança de imposto de importação em relação aos produtos fabricados por eles 
(tendo em vista as regras do Mercosul), a Aduana brasileira tem que checar se as 
mercadorias importadas foram, de fato, produzidas naqueles países. Assim, evita-se, 
por exemplo, que a Bolívia ou a Inglaterra tentem colocar suas mercadorias no Brasil 
via Argentina. 
O Regime Geral de Origem no Mercosul define que uma mercadoria somente obterá o 
benefício se cumprir uma das seguintes condições: 
1) foi colhida ou totalmente produzida em um dos países do Mercosul; 
2) foi produzida parcialmente, mas os países do Mercosul respondem por mais 
de 60% do produto que está sendo comercializado intrabloco. Por exemplo, 
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10
se a Argentina adquire insumos da Europa pagando US$ 400,00 CIF (devem 
ser somados os valores da mercadoria, seu seguro e frete, pois representam 
o custo total do insumo) e, industrializando o produto, vende-o ao Brasil por 
US$ 800,00 FOB (aí tem que contar só o produto, sem contar frete nem 
seguro), isto significa que a Argentina só agregou 50% do produto final. Por 
outro lado, se a mercadoria tivesse sido vendida para o Brasil por US$ 
1.000,00, significaria que a Argentina agregou US$ 600,00 do total de US$ 
1.000,00. 
(Aqui entra uma importante alteração. A Decisão CMC 16/2007, cuja 
entrada em vigor foi em agosto de 2009, trouxe uma novidade em relação a 
este segundo critério: para os produtos exportados pelo Paraguai basta que 
o índice de agregação seja de 40%, contra os 60% da regra geral. Este 
favorecimento para que os produtos paraguaios obtenham a alíquota ZERO 
de II vai durar até 31/12/2022); 
3) mesmo que não atinja os 60%, a mercadoria será considerada originária do 
Mercosul caso tenha sido ganho uma nova individualidade no bloco. Por 
nova individualidade, entende-se que a mercadoria foi transformada em 
outra, com mudança de classificação fiscal nos quatro primeiros dígitos da 
NCM. 
Quando você estudou classificação fiscal com o Missagia, viu que toda 
mercadoria é classificada no Mercosul em códigos de oito (8) dígitos. Os dois 
primeiros indicam o capítulo no qual a mercadoria se encontra. Os dois 
seguintes indicam a posição dentro do Capítulo. 
Assim, a mercadoria será considerada produzida na Argentina, pelo terceiro 
critério, se ela mudar de posição na NCM. Tem que mudar de posição, 
independentemente se vai se manter no mesmo capítulo da NCM ou não. 
Quando uma mercadoria é industrializada e muda de posição na NCM, diz-se 
que houve o “salto tarifário” ou recebeu uma “transformação substancial”. 
Em 2009, entrou em vigor uma importante alteração imposta pela Decisão 
CMC 16/2007. A antiga regra da nova individualidade trazia uma condição: 
só seria considerada originária do Mercosul a mercadoria cujo código na 
NCM diferisse dos códigos de todos os materiais utilizados na sua fabricação. 
Por exemplo, se o produto A (NCM 1010.23.10) tivesse sido fabricado com 
os insumos B, C e D, importados de fora do Mercosul, ele somente seria 
considerado originário do Mercosul se nem B, nem C nem D tivessem um 
código NCM começando com “1010”, ou seja, nenhum dos insumos podia ter 
a mesma posição do produto final. 
Com a nova regra, que acabou de entrar em vigor, o produto A (NCM 
1010.23.10) pode ser produzido com os insumos B (NCM 1010.24.50), C 
(NCM 1014.10.19) e D (NCM 1617.10.10) e ser considerado originário do 
Mercosul caso o valor CIF (custo incluindo o seguro e o frete) do insumo B 
(que tem a mesma posição do produto A na NCM) não exceda 10% do valor 
FOB de A (sem incluir seguro nem frete). 
 
Mais uma informação: existe o Regime Geral de Origem e as regras específicas de 
origem. As regras gerais são as três listadas acima. Já as regras específicas são 
definidas para vários produtos. Por exemplo, no Mercosul a manteiga somente é 
considerada originária do bloco se tiver sido produzida com leite do bloco. Então de 
nada adianta a Argentina responder, por exemplo, por 70% do valor da manteiga 
exportada para o Brasil caso tenha sido utilizado leite de fora do bloco comercial. 
 
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Perceba o seguinte: Como é que o produto da Bolívia ou da Inglaterra, citados no início 
deste tópico, teria vantagem em entrar no Brasil via Argentina? A alíquota cobrada por 
Brasil e Argentina não são iguais? 
Depende. Se aquele produto estiver numa lista de exceções à TEC, seja do Brasil, seja 
da Argentina, pode haver um diferencial que gere a vantagem para o produto inglês. 
Se o Brasil estiver cobrando uma alíquota de 10% e a Argentina, 0%, poderia o inglês 
tentar se dar bem, entrando pela Argentina para tentar chegar ao Brasil.Mas e se as alíquotas forem iguais, o inglês poderia tentar se dar bem? Não, já que a 
alíquota seria a mesma. 
Neste caso, precisa apurar a origem do produto? Em princípio, não precisaria. 
Por exemplo, se o Mercosul não cobra imposto de importação sobre calçados 
fabricados fora do bloco, então o produto entraria com alíquota 0% em qualquer um 
dos 4 países do bloco. 
Para este caso especificamente (alíquota ZERO aplicada pelos quatro países 
extrabloco), o Decreto 5.738/2006, internalizando a Decisão CMC 37/2005, impõe que 
se a Argentina importa o bem da França e, posteriormente, exporta-o para o Brasil, o 
bem será considerado originário do Mercosul e ganhará a alíquota ZERO intrabloco. 
 
0% de II 0% de II 0% de II 
--------Æ Argentina -------------Æ Brasil Å----------------- 
 
Não será necessário, no caso acima, investigar se os critérios de origem foram 
cumpridos. O fato de o Brasil e a Argentina não cobrarem nada numa importação 
extrabloco já faz com que o produto francês seja tratado como se fosse um produto 
originário do Mercosul. 
No entanto, se o bem for tributado na TEC com alíquota 10 ou 20%, por exemplo, e 
todos os 4 países do bloco cobrarem esta tarifa, precisaríamos temer alguma 
triangulação “fraudulenta”? 
Não, pois ninguém teria motivo para tentar se aproveitar do livre comércio intrabloco, 
pois o Brasil estaria cobrando externamente a mesma alíquota que a Argentina 
cobraria. 
 
10% de II em tese, deveria ser 0% de II 10% de II 
---------Æ Argentina -------------------------------Æ Brasil Å----------- 
 
Dupla Cobrança da TEC no Mercosul 
 
De forma controversa, o Mercosul não desonera o produto ainda que as alíquotas 
externas de II sejam idênticas nos 4 países. Esta é a chamada “dupla cobrança da 
TEC” que o bloco ainda não conseguiu eliminar. Atualmente, de forma ilógica, se um 
produto inglês entrar na Argentina sofrendo a cobrança de 10% de imposto de 
importação e, em seguida, for revendido para o Brasil, haverá nova cobrança da TEC. 
O Brasil também cobrará imposto de importação, independentemente de quanto seja a 
alíquota de II cobrada pelo Brasil nas importações extrabloco, até mesmo sendo igual 
à alíquota cobrada externamente pela Argentina. 
 
10% de II 10% de II 10% de II 
-------------------Æ Argentina -------------Æ Brasil Å----------------- 
 
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Em agosto de 2010, foi aprovada a Decisão CMC 10/2010, disponível em 
www.mercosur.org.uy/innovaportal/file/2366/1/DEC_010-2010_PT_Dupla%20Cobranca.pdf. Por 
meio dessa Decisão, foi firmado o compromisso de eliminação da dupla cobrança. É 
tudo embrionário, mas é o começo desse processo que se arrasta desde a criação da 
TEC, em 1994. 
Além de assumirem o compromisso com o fim da dupla cobrança, lançaram também as 
bases para a distribuição da renda aduaneira. O que é isso? 
Quando a dupla cobrança estiver eliminada, a Argentina, por exemplo, irá importar um 
bem e cobrar a alíquota prevista na TEC. Em seguida, se a Argentina vender o produto 
para o Brasil, não haverá cobrança de novo imposto de importação, mesmo que o bem 
não tenha se tornado originário do bloco. Neste caso, o imposto de importação 
recolhido pela Argentina deverá ser repassado para o governo brasileiro, tendo em 
vista que o destino final do produto acabou sendo o Brasil. Nisto consiste a 
“distribuição de renda” que podemos encontrar na Decisão CMC citada. 
 
Vejamos questões sobre regras de origem: 
4 - (ACE/1997 - ESAF) O Regime de Origem de Produto é fundamental 
em um processo de integração regional, pois determina quais e de que 
forma os mesmos serão comercializados dentro da área de integração. 
São consideradas regras básicas do Regime de Origem no MERCOSUL as 
abaixo especificadas, exceto: 
a) Para ser considerado da região, um produto tem de ter 60% do valor 
agregado regionalmente. 
b) Para ser considerado da região, observa-se onde se inicia o processo 
industrial do produto. 
c) Um produto originário da região tem direito à tarifa zero. 
d) É preciso que o produto tenha tido algum tipo de transformação ou 
processamento substancial na região. 
e) No caso de uma união aduaneira, o controle de origem só é necessário se o 
produto em questão figurar em uma lista de exceções à Tarifa Externa Comum. 
 
Comentários 
A errada é a letra B. Não interessa onde se iniciou o processo industrial do 
produto. Mesmo que tenha se iniciado no exterior, a mercadoria pode ser 
considerada originária do Mercosul se os países do bloco responderem por mais 
de 60% do produto exportado para outro país do Mercosul. Ou também se a 
mercadoria ganhou uma nova individualidade. 
No Mercosul, o índice geral para se considerar originário é de 60% regional, ou 
seja, se o Brasil importa uma mercadoria da Argentina e esta mercadoria foi 
produzida 25% neste país, 25% no Paraguai e 20% no Uruguai, a mercadoria 
será considerada originária do Mercosul. 
Em uma união aduaneira, o controle de origem só será necessário quando o 
produto estiver em uma lista de exceções à TEC? Sim. 
O que soa estranho é que o Mercosul, apesar de ser uma união aduaneira, não 
segue exatamente isso. 
Para frisar: 
1) No Mercosul, se a alíquota da TEC é ZERO e o produto não consta em lista de 
exceções, ou seja, os quatro países cobram a mesma alíquota ZERO, então não 
é necessária a verificação da origem do produto. 
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2) No entanto, se a alíquota da TEC é diferente de ZERO (por exemplo, 10%) e 
o produto não consta em listas de exceções, ou seja, os 4 países cobram 
igualmente a alíquota de 10% para produtos que vierem de fora, ainda assim a 
verificação da origem do produto será necessária, pois se não for originária do 
bloco, haverá a dupla cobrança da TEC. Mas isto é uma excrescência específica 
do Mercosul, não existindo em outras uniões aduaneiras. 
Perceba que a letra E se refere ao tratamento em “uma união aduaneira...” e 
não “no Mercosul...”. Então, para a resposta, vale a regra geral, não a 
específica do Mercosul. 
 
5 - (ACE/2008 – CESPE) Quanto às normas de origem no âmbito da 
ALADI, as mercadorias elegíveis incluem aquelas fabricadas em seus 
territórios, incluindo as atividades de ensamblagem ou montagem, 
realizadas no território de um país participante utilizando materiais 
originários dos países participantes do acordo e de terceiros países. 
Comentários 
Devemos ler o enunciado assim: “As mercadorias são consideradas originárias 
de um país se tiverem sido fabricadas no seu território, inclusive ensambladas 
ou montadas, com o uso de materiais de quaisquer países.” 
(Ensamblar é montar por encaixe.) 
Para um país ser considerado como o de origem de uma mercadoria na ALADI, 
tem que ser cumprida uma das seguintes condições: 
1) o país produziu o bem integralmente ou o bem foi nele colhido, 
caçado, pescado, ...; 
2) o país produziu mais de 50% do produto (para Paraguai, Bolívia e 
Equador, o percentual é de 40%); ou 
3) o país industrializou o bem e foi mudada a posição em nível de 
Sistema Harmonizado (SH). 
 
Como mercadorias montadas e desmontadas possuem a mesma classificação 
fiscal no Sistema Harmonizado, pela Regra de Classificação 2a, a montagem 
não muda a posição da mercadoria no SH. 
Logo, mercadorias não são consideradas originárias de determinado país, caso 
elas sejam apenas montadas ou ensambladas no país. 
Gabarito: FALSO. 
 
Para fechar, vejamos uma questão da APEX/2009, sendo as regras de origem 
abordadas na opção E: 
6 - (APEX/2009 – Fundação Universa) Assinale a alternativa incorreta 
em relação às barreiras tarifárias e não-tarifárias: 
a) Subsídios são benefíciosconcedidos pelos governos a determinados setores. 
b) Salvaguarda significa aumentar permanentemente a tarifa incidente sobre 
produtos estrangeiros. 
c) Dumping é o uso de certas medidas para tornar o produto importado menor 
no país de destino no que de origem. 
d) Cotas são restrições quantitativas na importação de determinados produtos. 
e) Regras de origem são normas aplicadas para verificar a verdadeira origem 
de um produto. 
 
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Comentários 
Gabarito: A letra B é a incorreta. Salvaguardas são sempre medidas 
temporárias. 
Mas que redação horrível da letra C... Dumping é diminuir o produto ou o preço 
dele? 
 
 
Certificado de Origem Mercosul 
 
Para ganhar a circulação livre dentro do bloco, tem que ficar provado que o produto 
tem origem no Mercosul e tem que ter sido exportado diretamente da Argentina para o 
Brasil, por exemplo. Se o produto argentino vai para o Chile e depois vem para o 
Brasil, então não ganha a alíquota ZERO: 
Artigo 10.- Para que as mercadorias originárias se beneficiem dos tratamentos 
preferenciais, elas deverão ter sido expedidas diretamente do Estado Parte 
exportador ao Estado Parte importador. Para tal fim se considera expedição 
direta: 
a) As mercadorias transportadas sem passar pelo território de algum país não 
participante do MERCOSUL. 
b) As mercadorias transportadas em trânsito por um ou mais países não 
participantes, com ou sem transbordo ou armazenamento temporário, sob a 
vigilância de autoridade aduaneira competente nesses países, desde que: 
i) o trânsito esteja justificado por razões geográficas ou por considerações 
relativas a requerimentos de transporte; 
ii) não estejam destinadas ao comércio, uso ou emprego no país de trânsito; 
iii) não sofram, durante o transporte ou depósito, nenhuma operação diferente 
das de carga e descarga ou manipulação para mantê-las em boas condições ou 
assegurar sua conservação. 
... 
Parágrafo único - O certificado de origem emitido por um dos Estados Partes do 
MERCOSUL, permite a circulação da mercadoria entre os Estados Partes, com o 
mesmo tratamento tarifário preferencial e o mesmo certificado de origem, 
sempre que a mercadoria seja procedente de qualquer dos Estados Partes do 
MERCOSUL. 
 
Para provar a origem, é necessário apresentar às Alfândegas do bloco o Certificado de 
Origem previsto na normativa do Mercosul, que, no Brasil, foi regulamentada pela 
Portaria SECEX 10, de 24 de maio de 2010: 
III - Certificado de Origem - MERCOSUL – documento preenchido pelo 
exportador e emitido por entidades credenciadas pelo Ministério do 
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, junto a ALADI, para 
amparar a exportação de produtos que gozam de tratamento preferencial 
outorgado pelos países membros do Mercado Comum do Sul; 
 
Sobre o regime de origem Mercosul, caiu uma questão em 2005: 
7 - (AFRF/2005) Atribua a letra (V) para as afirmativas verdadeiras e 
(F) para as falsas. Em seguida, marque a opção que contenha a 
seqüência correta. 
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( ) Para fins de concessão de benefício tributário, a origem de um produto nem 
sempre coincide com a sua procedência. 
( ) O “Formulário A”, documento expedido pela Secretaria de Comércio Exterior 
(Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), é o instrumento 
que atesta a origem do produto para fins de concessão de tratamento tributário 
diferenciado no âmbito do Sistema Geral de Preferências. 
( ) O Acordo sobre Regras de Origem da OMC define, para cada Capítulo do 
Sistema Harmonizado, o critério utilizado para se conferir origem aos produtos 
do Capítulo. 
( ) Entre os critérios possíveis para se conferir origem estão, por exemplo, o 
salto na classificação tarifária e a agregação de valor. 
( ) Segundo o Acordo sobre Regras de Origem da OMC, as regras de origem 
não-preferenciais devem ser definidas de maneira positiva (ou seja, devem 
indicar o que confere origem, e não o que não confere origem). Normas 
negativas, contudo, podem ser empregadas para esclarecer uma norma 
positiva. 
( ) O Certificado de Origem Mercosul apresentado será desqualificado pela 
autoridade aduaneira, para fins de reconhecimento do tratamento preferencial, 
quando ficar comprovado que não acoberta a mercadoria submetida a 
despacho, por ser originária de terceiro país ou não corresponder à mercadoria 
identificada na verificação física, conforme os elementos materiais juntados. 
Assinale a seqüência correta. 
a) V V F F V F 
b) F V V F V F 
c) F F V F F V 
d) V F V V V V 
e) V F F V V V 
 
Comentários 
1 – Verdadeiro. País de origem é o país que produziu a mercadoria ou que 
promoveu uma transformação substancial. País de procedência é o país de onde 
vem a mercadoria. Pode ter sido produzida em um país, mas ter sido vendida 
para outro, do qual agora nós compramos. O país de origem será um; o de 
procedência, outro. Estes conceitos são explicitados no artigo 557 do Decreto 
6.759/2009, que é o Regulamento Aduaneiro. 
2 – Falso. Conforme dispõe a Portaria SECEX 10, de 2010, a emissão do 
Formulário A é competência do Banco do Brasil e não da SECEX. Isto já tinha 
caído na prova de AFRF 2003. Vocês viram o SGP com o Missagia. 
3 – Falso. O Acordo sobre Regras de Origem não criou as regras universais de 
origem, mas apenas definiu um programa de trabalho que visava à criação de 
tais regras. Vimos na aula 14 que o processo de harmonização tinha que estar 
concluído até 1998, mas até hoje não se conseguiu concluir o trabalho. 
4 – Verdadeiro. O critério do salto tarifário no Mercosul, por exemplo, é previsto 
como mudando-se a posição da mercadoria no SH. E a agregação de valor se 
refere ao percentual mínimo que um país deve agregar à mercadoria para ser 
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considerada originária dele e obter, por exemplo, o benefício da não-tributação 
(No Mercosul, o percentual básico é de 60%). 
5 – Verdadeiro. Está escrito no Acordo Sobre Regras de Origem: “(g) as regras 
de origem deverão basear-se numa regra positiva. As regras negativas poderão 
ser usadas para fins de esclarecer uma regra positiva.” Isto inclui tanto as 
regras preferenciais como as não-preferenciais. 
6 – Verdadeiro. Caso um certificado de origem de uma mercadoria seja 
fraudulento, ou seja, defina um país como originário daquele mercadoria, 
quando na verdade não o é, o certificado poderá ser rejeitado. 
Gabarito: Letra E. 
 
 
Sistema de Solução de Controvérsias 
 
No Tratado de Assunção, foram previstas as diretrizes do sistema para solucionar 
controvérsias surgidas entre dois ou mais Estados Partes: 
1. As Controvérsias que possam surgir entre os Estados Partes como 
conseqüência da aplicação do Tratado serão resolvidas mediante negociações 
diretas. No caso de não lograrem uma solução, os Estados Partes submeterão 
a controvérsia à consideração do Grupo Mercado Comum que, após avaliar 
a situação, formulará no lapso de sessenta (60) dias as recomendações 
pertinentes às Partes para a solução do diferendo. Para tal fim, o Grupo 
Mercado Comum poderá estabelecer ou convocar painéis de especialistas ou 
grupos de peritos com o objetivo de contar com assessoramento técnico. Se, no 
âmbito do Grupo Mercado Comum, tampouco for alcançada uma solução, a 
controvérsia será elevada ao Conselho do Mercado Comum para que este 
adote as recomendações pertinentes. 
2. Dentro de cento e vinte (120) dias a partir da entrada em vigor do Tratado, o 
Grupo Mercado Comum elevará aos Governos dos Estados Partes uma proposta 
de Sistema de Solução de Controvérsias, que vigerá durante o período de 
transição.3. Até 31 de dezembro de 1994, os Estados Partes adotarão um Sistema 
Permanente de Solução de controvérsias para o Mercado comum. 
 
Pode-se ver que o Tratado de Assunção trazia os seguintes passos: 
1o) Negociações Diretas 
2o) Avaliação pelo Grupo Mercado Comum 
3o) Elevação ao Conselho do Mercado Comum 
 
Ao mesmo tempo, o Tratado impunha a celebração de um sistema para viger durante 
o período de transição, ou seja, até 31/12/1994. Este sistema provisório foi definido 
pelo Protocolo de Brasília, de 1991. 
O § 3o indica que deveria ser criado um sistema permanente até 31/12/1994 para 
substituir o sistema provisório que iria surgir. Mas este prazo não foi cumprido. O 
Protocolo de Brasília, que era para ter sido extinto até 1994, continuou em vigência 
por mais 10 anos, até 2004, quando o Protocolo de Olivos, de 2002, entrou em vigor. 
A grande novidade do Protocolo de Olivos foi a criação de mais um órgão no Mercosul: 
o Tribunal Permanente de Revisão, que veremos à frente. 
 
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17
O processo 
 
Toda vez que um país do Mercosul se sente prejudicado por um outro, também do 
Mercosul, pode iniciar o sistema de solução da controvérsia. 
Cabe frisar que os países do Mercosul podem optar por outro foro, ou seja, se não 
quiserem resolver a controvérsia pelas regras do Protocolo de Olivos, eles podem 
escolher outro sistema como, por exemplo, o da OMC. É isso o que dispõe o artigo 1o 
do Protocolo. Isso foi pedido na prova de TRFB/2005, como veremos ao final deste 
tópico. 
O sistema se inicia com negociações diretas. As partes sentam juntas para negociar 
aquilo que está incomodando uma ou outra parte. Esta negociação não pode passar de 
quinze dias, exceto se houver acordo em contrário. 
Se não ficar resolvida a pendência, eles podem solicitar a intervenção de um órgão 
“neutro”: o Grupo Mercado Comum, que faz recomendações visando ao término da 
controvérsia. 
Caso a solução proposta pelo GMC não seja acolhida pelos litigantes, a parte que se 
sentir prejudicada pode recorrer ao tribunal arbitral. Este é um tribunal de exceção 
(tribunal ad hoc), criado apenas para resolver esta briga. Ele é composto de três 
árbitros. Cada litigante indica um árbitro, e o terceiro, que será o presidente do 
tribunal arbitral, é escolhido por consenso. Este terceiro árbitro pode ser de qualquer 
país, até mesmo de país estranho ao Mercosul. 
Se não houver consenso, a Secretaria do Mercosul o escolhe por sorteio dentre os 
árbitros das listas preenchidas e arquivadas pelos quatro países junto àquele órgão. 
Claro que, no sorteio, os árbitros dos países litigantes não concorrem. 
Só por curiosidade: na primeira vez em que o Tribunal Arbitral foi constituído, o 
presidente escolhido foi um norte-americano e, por incrível que pareça, o Brasil teve 
uma sentença favorável contra a Argentina, que era “unha e carne” com os EUA 
(lembram-se do presidente Carlos Menem?). 
O tribunal arbitral é um tribunal temporário. Só surge para resolver aquela 
controvérsia emitindo o laudo arbitral. A seguir, extingue-se, pois sua composição 
depende dos países que estiverem envolvidos na controvérsia. 
O Protocolo de Olivos, de 2002, entrou em vigor em 2004, substituindo o Protocolo de 
Brasília. A principal mudança trazida pelo Protocolo de Olivos ao sistema de solução de 
controvérsias foi a permissão para se recorrer contra o decidido nos laudos arbitrais. O 
antigo Protocolo – o de Brasília – não previa o direito à apelação a um órgão de 
segunda instância. Já o Protocolo de Olivos o previu e criou referido órgão: o Tribunal 
Permanente de Revisão (TPR), com sede em Assunção, Paraguai. 
O TPR não tem apenas a função de julgar as apelações em grau de recurso: ele 
também pode servir de órgão de consulta. Como é um tribunal permanente, toda vez 
que houver alguma dúvida na interpretação de alguma norma do Mercosul, ele pode 
dar opiniões consultivas, a pedido de alguns entes. Podem fazer consulta ao TPR, 
conforme dispõe o artigo 2o do Protocolo de Olivos: “todos os Estados Partes, atuando 
conjuntamente, os órgãos com capacidade decisória do MERCOSUL [CMC, GMC, CCM] 
e os Tribunais Superiores dos Estados Partes com jurisdição nacional...” 
A função de se solucionarem consultas existe até para se evitarem futuras 
controvérsias. 
O Tribunal Permanente de Revisão também pode agir como instância única se os 
países decidirem “pular” o tribunal arbitral. Neste caso, o TPR terá que julgar com os 
cinco árbitros que o compõem (um de cada país + um escolhido por consenso 
obrigatoriamente sendo nacional de um dos países do Mercosul). 
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Só um detalhe em relação aos cinco árbitros: eles possuem mandato fixo de 2 anos, 
salvo o presidente, que possui um mandato de 3 anos. 
Se o TPR agir como segunda instância, atua com apenas três árbitros. 
Portanto, a solução das controvérsias no Mercosul passa pelas etapas: 
1) negociações diretas 
2) intervenção do Grupo Mercado Comum 
3) Tribunal Arbitral 
4) Tribunal Permanente de Revisão, desde 2004 
 
Depois que a questão transita em julgado, o país “perdedor” deve cumprir a decisão. 
Se não o fizer, está sujeito à aplicação de medidas por parte do país vencedor, 
conforme dispõe o artigo 31 do Protocolo: 
Artigo 31 - Faculdade de Aplicar Medidas Compensatórias 
1. Se um Estado parte na controvérsia não cumprir total ou parcialmente o 
laudo do Tribunal Arbitral, a outra parte na controvérsia terá a faculdade, 
dentro do prazo de um (1) ano, contado a partir do dia seguinte ao término 
do prazo referido no artigo 29.1 [este prazo é de 30 dias após a ciência da 
decisão], e independentemente de recorrer aos procedimentos do artigo 30, de 
iniciar a aplicação de medidas compensatórias temporárias, tais como a 
suspensão de concessões ou outras obrigações equivalentes, com vistas 
a obter o cumprimento do laudo. 
2. O Estado Parte beneficiado pelo laudo procurará, em primeiro lugar, 
suspender as concessões ou obrigações equivalentes no mesmo setor ou 
setores afetados. Caso considere impraticável ou ineficaz a suspensão no 
mesmo setor, poderá suspender concessões ou obrigações em outro setor, 
devendo indicar as razões que fundamentam essa decisão. 
 
Portanto, se a Argentina é condenada relativamente ao setor de calçados, o Brasil 
poderá suspender concessões relativas a tal setor. Caso isso não gere para o Brasil 
uma compensação satisfatória, então o país poderá suspender concessões em qualquer 
outro setor. 
Sobre o sistema de solução de controvérsias, houve uma questão muito mal feita pela 
ESAF: 
8 - (ACE/1997) De um modo geral, um processo de integração precisa 
de um instrumento, ainda que flexível, de solução de controvérsias. Não 
é certo dizer, sobre o mecanismo de solução de controvérsias e o 
MERCOSUL, que: 
a) O Protocolo de Ouro Preto dotou o MERCOSUL de Personalidade Jurídica 
Internacional. 
b) O Conselho pode firmar acordos com outros países em nome do MERCOSUL. 
c) O sistema de Controvérsias do MERCOSUL, adotado em 1991, foi confirmado 
pelo Tratado de Ouro Preto. 
d) O processo de solução de controvérsias se divide nos seguintes níveis: 1) 
exame técnico da questão 2) exame pelo Grupo do Mercado Comum 3) 
negociação direta entre os países envolvidos 4) submissão do caso a um 
tribunal ad hoc. 
e) O tribunal ad hoc é uma corte de justiça permanente formada por juristas 
dos quatro países. 
 
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Comentários 
A letra E é a incorreta, pois o tribunal arbitral é um tribunal temporário e é 
composto por apenas três árbitros. 
A letra A está perfeita. 
A letra B está correta, pois se o MERCOSUL é pessoa jurídica,quem responde 
por ele é o órgão superior, ou seja, o Conselho Mercado Comum. 
Sobre a letra C: o Protocolo de Ouro Preto ratificou, no artigo 43, o sistema do 
Protocolo de Brasília, dando-lhe uma sobrevida para além de 31/12/1994. 
Pode-se ver isso a partir do fato de que o Protocolo de Ouro Preto foi assinado 
em 17/12/1994 e só entraria em vigor 30 dias após a 3a ratificação no 
Mercosul, ou seja, somente depois que 3 países do bloco ratificassem-no. 
Ora, na mais otimista das hipóteses, o Protocolo de Ouro Preto iria entrar em 
vigor em 17/01/1995, ou seja, estaria, em 1995, dispondo que o Protocolo de 
Brasília deveria ser aplicado às controvérsias surgidas entre os membros. 
Significa que o Protocolo de Brasília estaria entrando em 1995 ainda em 
vigência... 
Artigo 43 - As controvérsias que surgirem entre os Estados Partes sobre 
a interpretação, a aplicação ou o não cumprimento das disposições 
contidas no Tratado de Assunção, dos acordos celebrados no âmbito do 
mesmo, bem como das Decisões do Conselho do Mercado Comum, das 
Resoluções do Grupo Mercado Comum e das Diretrizes da Comissão de 
Comércio do Mercosul, serão submetidas aos procedimentos de 
solução estabelecidos no Protocolo de Brasília, de 17 de dezembro 
de 1991. 
Parágrafo único - Ficam também incorporadas aos Artigos 19 e 25 do 
Protocolo de Brasília as Diretrizes da Comissão de Comércio do Mercosul. 
Artigo 44 - Antes de culminar o processo de convergência da tarifa 
externa comum, os Estados Partes efetuarão uma revisão do atual 
sistema de solução de controvérsias do Mercosul, com vistas à adoção do 
sistema permanente a que se referem o item 3 do Anexo III do Tratado 
de Assunção e o artigo 34 do Protocolo de Brasília. 
 
A letra D está esquisita. As etapas do sistema de solução de controvérsias são: 
1) negociações diretas; 2) intervenção do Grupo Mercado Comum; 3) tribunal 
arbitral e 4) a partir de 2004, Tribunal Permanente de Revisão. 
A letra D dá uma lista diferente e fora de ordem. Em relação à ordem não há 
muito problema, pois a ESAF não pediu na questão a ordem respectiva. Mas, 
em relação aos níveis, é citado o “exame técnico da questão” que, na verdade, 
não é um nível do processo de solução de controvérsias. 
É obvio que há o exame técnico da questão, mas dentro das etapas. Por 
exemplo, quando o GMC faz a intervenção (2a etapa), ele faz o exame técnico 
da questão. Quando o tribunal arbitral julga, também faz o exame técnico da 
questão. 
Em prova, às vezes, há o errado e o mais errado. Neste caso, consideraram que 
o mais errado é dizer que o tribunal ad hoc é permanente. Realmente, o 
tribunal é temporário. Isto é fato. 
 
9 - (TRFB/2005) Atribua a letra (V) para as afirmativas verdadeiras e 
(F) para as falsas. Em seguida, marque a opção que contenha a 
seqüência correta. 
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( ) No âmbito do sistema de solução de controvérsias da Organização Mundial 
do Comércio (OMC), caso o país que perca um litígio não cumpra a decisão do 
Órgão de Solução de Controvérsias, o país vencedor pode ser autorizado a 
aplicar-lhe sanções comerciais. 
( ) É possível que dois países que façam parte do Mercosul levem um litígio à 
apreciação do sistema de solução de controvérsias da OMC ao invés de 
apresentá-lo ao mecanismo do Mercosul. 
( ) Tal como o sistema de solução de controvérsias da OMC, o mecanismo do 
Mercosul conta com uma instância capaz de analisar recursos contra as decisões 
proferidas em primeiro grau por seus árbitros. 
( ) As regras da OMC prevêem que um país possa ser expulso da Organização 
caso não cumpra uma decisão do seu Órgão de Solução de Controvérsias. 
( ) É possível que uma decisão do Tribunal Permanente de Revisão do Mercosul 
seja tomada mesmo não havendo consenso entre seus membros. 
a) V, V, V, F, V 
b) F, F, V, F, F 
c) V, F, V, V, F 
d) V, V, F, F, V 
e) V, F, V, F, F 
 
Comentários 
Primeiro item: Verdadeiro. O Sistema de Solução de Controvérsias da OMC está 
apenso ao Decreto 1.455/95. Nele se encontra a permissão para a imposição de 
sanções comerciais para o país que sair perdedor na hipótese de 
descumprimento da decisão do Órgão de Solução de Controvérsias. 
Segundo item: correto, pois o foro pode ser livremente escolhido pelos Estados 
do Mercosul, como vimos no tópico “O processo”. 
Terceiro item: correto, pois é o próprio entendimento das funções do TPR. 
Quarto item: Falso. A previsão para o descumprimento é a imposição de 
sanções e não a expulsão, o que colocaria o país à margem do sistema 
multilateral de comércio e poderia provocar a inobservância generalizada dos 
acordos multilaterais de comércio. O sistema multilateral de comércio objetiva a 
inclusão e não a exclusão. 
Quinto item: correto, pois, se a briga é entre Brasil e Argentina e se o TPR 
estiver atuando com a totalidade de seus membros, então, muito 
provavelmente, não haverá consenso, pois o argentino não vai votar contra a 
Argentina, nem o brasileiro, contra o Brasil. 
Gabarito: letra A. 
 
Para fecharmos TODAS as questões de Mercosul cobradas em concurso, só faltou 
analisarmos as duas abaixo: 
10 - (TRF/2005) O Tratado de Assunção, acordo constitutivo do 
Mercosul, define, em seu artigo 1o, os objetivos do bloco. Entre esses 
objetivos, não se inclui: 
a) A coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais entre os Estados-
partes – como as de comércio exterior, fiscal, monetária, cambial e 
alfandegária,entre outras –, a fim de assegurar condições adequadas de 
concorrência entre os Estados-partes. 
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b) O compromisso de os Estados-partes harmonizarem suas legislações nas 
áreas pertinentes. 
c) A definição de uma moeda comum, uma vez constituído o mercado comum e 
harmonizadas as políticas monetária, fiscal e cambial. 
d) A livre-circulação de bens, serviços e fatores produtivos entre os Estados-
partes do bloco. 
e) A adoção de uma política comercial comum em relação a terceiros Estados 
ou agrupamentos de Estados. 
 
Comentários 
Letra C. Não há objetivo de se ter uma moeda única no Mercosul. 
 
11 - (ACE/2008 – CESPE) Os processos de integração regional, que 
removem parcial ou totalmente as barreiras comerciais — tarifárias e 
não-tarifárias — em grupos seletos de países, podem assumir 
diferentes formas e níveis de integração. Com base nesse assunto, 
julgue os itens a seguir. 
No marco institucional do MERCOSUL, definido pelo Tratado de 
Assunção e pelo Protocolo de Ouro Preto, as negociações entre 
governos, sem mediação de órgãos supranacionais, resultam em 
decisões consensuais, visto que nesse acordo não se faz uso de 
votações. 
Comentários 
Dispõe o artigo 37 do Protocolo de Ouro Preto: 
“Art. 37 - As decisões dos órgãos do Mercosul serão tomadas por 
consenso e com a presença de todos os Estados Partes. “ 
Gabarito: VERDADEIRO. 
 
 
Fechamos o curso. Espero que você tenha aproveitado. 
Acabou também o ano de 2010. 
Desejo, meu caro concursando, que Deus te conceda um Natal repleto de amor, saúde 
e paz, estendidos para todo o ano de 2011. Que em cada dia do novo ano, você durma 
realizado. Que Nossa Senhora te proteja. 
 
Um grande abraço, 
Rodrigo Luz 
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QUESTÕES ANALISADAS NESTA AULA 
 
1 - (TRF/2005) Assinale a opção correta. 
a) Na qualidade de membros associados do Mercosul, Chile e Bolívia também aplicam a 
Tarifa Externa Comum (TEC) do bloco. 
b) A Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) contém capítulos destinados não 
apenas a bens, mas também a serviços. Por sua vez, o Sistema Harmonizado (SH) diz 
respeito apenas à classificação aduaneira de bens. 
c) O Grupo Mercado Comum, órgão máximo na estruturado Mercosul, tem poderes 
para, por consenso, tomar decisões obrigatórias para os membros do bloco. 
d) Atualmente, é possível que um membro do Mercosul aplique uma medida 
antidumping contra outro membro do bloco. 
e) Ainda não foram definidas regras que tenham por objeto a defesa da concorrência 
no âmbito do Mercosul. 
 
2 - (AFRFB/2005) Assinale a opção incorreta. 
a) No âmbito do Mercosul, adotou-se um regime para a aplicação de medidas de 
salvaguarda às importações provenientes de países não-membros do bloco. 
b) O sistema de solução de controvérsias do Mercosul, definido pelo Protocolo de 
Olivos, estabelece um Tribunal Permanente de Revisão para o julgamento de recursos 
contra decisões dos Tribunais Arbitrais Ad Hoc – o que não existia no Protocolo de 
Brasília, antecessor do de Olivos. 
c) Em 2004, o Mercosul concluiu acordos comerciais, por exemplo, com a Índia e com 
a SACU (União Aduaneira Sul-Africana, formada por África do Sul, Botsuana, Lesoto, 
Namíbia e Suazilândia), e atualmente negocia acordos com outros países. 
d) Muito embora o Mercosul almeje à conformação de um mercado comum, 
atualmente o bloco se encontra no estágio de união aduaneira imperfeita (ou 
incompleta). Para a conclusão dessa etapa, basta a eliminação das exceções ao livre-
comércio intrabloco. 
e) De acordo com o Protocolo de Ushuaia, a plena vigência das instituições 
democráticas é condição essencial para o processo de integração entre seus 
signatários (países do Mercosul, Bolívia e Chile). Prevê o Protocolo que a ruptura da 
ordem democrática em um dos países pode levar à suspensão de seus direitos e 
obrigações nos processos de integração entre os membros desse Protocolo. 
 
3 - (AFRFB/2009) Sobre a valoração aduaneira no Mercosul, é correto afirmar 
que: 
a) são observados os mesmos critérios estabelecidos no Acordo de Valoração 
Aduaneira firmado no marco da Organização Mundial do Comércio, com o que 
considera-se, como referência primária, o preço efetivamente pago ou a pagar pelos 
bens importados. 
b) dadas as diferenças, entre os países membros, quanto ao tratamento fiscal 
dispensado às mercadorias importadas de terceiros países, o Mercosul lhes faculta 
maior discricionariedade quanto à aplicação das regras de valoração aduaneira. 
c) o Código Aduaneiro ora vigente no Mercosul reporta-se às regras da Associação 
Latino-Americana de Integração para a determinação da origem de mercadorias 
importadas pelos seus países membros do bloco. 
d) não devem ser considerados, para efeitos do cálculo do valor aduaneiro, gastos 
relativos ao carregamento, descarregamento e manuseio associados ao transporte das 
mercadorias importadas até o porto ou local de importação. 
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e) o Código Aduaneiro do Mercosul é o instrumento que, entre outras finalidades, 
objetiva harmonizar os critérios de determinação do valor aduaneiro de mercadorias, 
sendo sua aplicação compulsória para os países membros do bloco e facultativa aos 
países associados à área de livre comércio. 
 
4 - (ACE/1997 - ESAF) O Regime de Origem de Produto é fundamental em um 
processo de integração regional, pois determina quais e de que forma os 
mesmos serão comercializados dentro da área de integração. São 
consideradas regras básicas do Regime de Origem no MERCOSUL as abaixo 
especificadas, exceto: 
a) Para ser considerado da região, um produto tem de ter 60% do valor agregado 
regionalmente. 
b) Para ser considerado da região, observa-se onde se inicia o processo industrial do 
produto. 
c) Um produto originário da região tem direito à tarifa zero. 
d) É preciso que o produto tenha tido algum tipo de transformação ou processamento 
substancial na região. 
e) No caso de uma união aduaneira, o controle de origem só é necessário se o produto 
em questão figurar em uma lista de exceções à Tarifa Externa Comum. 
 
5 - (ACE/2008 – CESPE) Quanto às normas de origem no âmbito da ALADI, as 
mercadorias elegíveis incluem aquelas fabricadas em seus territórios, 
incluindo as atividades de ensamblagem ou montagem, realizadas no 
território de um país participante utilizando materiais originários dos países 
participantes do acordo e de terceiros países. 
 
6 - (APEX/2009 – Fundação Universa) Assinale a alternativa incorreta em 
relação às barreiras tarifárias e não-tarifárias: 
a) Subsídios são benefícios concedidos pelos governos a determinados setores. 
b) Salvaguarda significa aumentar permanentemente a tarifa incidente sobre 
produtos estrangeiros. 
c) Dumping é o uso de certas medidas para tornar o produto importado menor no 
país de destino no que de origem. 
d) Cotas são restrições quantitativas na importação de determinados produtos. 
e) Regras de origem são normas aplicadas para verificar a verdadeira origem de um 
produto. 
 
7 - (AFRF/2005) Atribua a letra (V) para as afirmativas verdadeiras e (F) para 
as falsas. Em seguida, marque a opção que contenha a seqüência correta. 
( ) Para fins de concessão de benefício tributário, a origem de um produto nem sempre 
coincide com a sua procedência. 
( ) O “Formulário A”, documento expedido pela Secretaria de Comércio Exterior 
(Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), é o instrumento que 
atesta a origem do produto para fins de concessão de tratamento tributário 
diferenciado no âmbito do Sistema Geral de Preferências. 
( ) O Acordo sobre Regras de Origem da OMC define, para cada Capítulo do Sistema 
Harmonizado, o critério utilizado para se conferir origem aos produtos do Capítulo. 
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( ) Entre os critérios possíveis para se conferir origem estão, por exemplo, o salto na 
classificação tarifária e a agregação de valor. 
( ) Segundo o Acordo sobre Regras de Origem da OMC, as regras de origem não-
preferenciais devem ser definidas de maneira positiva (ou seja, devem indicar o que 
confere origem, e não o que não confere origem). Normas negativas, contudo, podem 
ser empregadas para esclarecer uma norma positiva. 
( ) O Certificado de Origem Mercosul apresentado será desqualificado pela autoridade 
aduaneira, para fins de reconhecimento do tratamento preferencial, quando ficar 
comprovado que não acoberta a mercadoria submetida a despacho, por ser originária 
de terceiro país ou não corresponder à mercadoria identificada na verificação física, 
conforme os elementos materiais juntados. 
Assinale a seqüência correta. 
a) V V F F V F 
b) F V V F V F 
c) F F V F F V 
d) V F V V V V 
e) V F F V V V 
 
8 - (ACE/1997) De um modo geral, um processo de integração precisa de um 
instrumento, ainda que flexível, de solução de controvérsias. Não é certo 
dizer, sobre o mecanismo de solução de controvérsias e o MERCOSUL, que: 
a) O Protocolo de Ouro Preto dotou o MERCOSUL de Personalidade Jurídica 
Internacional. 
b) O Conselho pode firmar acordos com outros países em nome do MERCOSUL. 
c) O sistema de Controvérsias do MERCOSUL, adotado em 1991, foi confirmado pelo 
Tratado de Ouro Preto. 
d) O processo de solução de controvérsias se divide nos seguintes níveis: 1) exame 
técnico da questão 2) exame pelo Grupo do Mercado Comum 3) negociação direta 
entre os países envolvidos 4) submissão do caso a um tribunal ad hoc. 
e) O tribunal ad hoc é uma corte de justiça permanente formada por juristas dos 
quatro países. 
 
9 - (TRFB/2005) Atribua a letra (V) para as afirmativas verdadeiras e (F) para 
as falsas. Em seguida, marque a opção que contenha a seqüência correta. 
( ) No âmbito do sistema de solução de controvérsias da Organização Mundial do 
Comércio (OMC), caso o país que perca um litígio não cumpra a decisão do Órgão de 
Solução de Controvérsias, o país vencedor pode ser autorizado a aplicar-lhe sanções 
comerciais.( ) É possível que dois países que façam parte do Mercosul levem um litígio à 
apreciação do sistema de solução de controvérsias da OMC ao invés de apresentá-lo ao 
mecanismo do Mercosul. 
( ) Tal como o sistema de solução de controvérsias da OMC, o mecanismo do Mercosul 
conta com uma instância capaz de analisar recursos contra as decisões proferidas em 
primeiro grau por seus árbitros. 
( ) As regras da OMC prevêem que um país possa ser expulso da Organização caso não 
cumpra uma decisão do seu Órgão de Solução de Controvérsias. 
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( ) É possível que uma decisão do Tribunal Permanente de Revisão do Mercosul seja 
tomada mesmo não havendo consenso entre seus membros. 
a) V, V, V, F, V 
b) F, F, V, F, F 
c) V, F, V, V, F 
d) V, V, F, F, V 
e) V, F, V, F, F 
 
10 - (TRF/2005) O Tratado de Assunção, acordo constitutivo do Mercosul, 
define, em seu artigo 1o, os objetivos do bloco. Entre esses objetivos, não se 
inclui: 
a) A coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais entre os Estados-partes – 
como as de comércio exterior, fiscal, monetária, cambial e alfandegária,entre outras –, 
a fim de assegurar condições adequadas de concorrência entre os Estados-partes. 
b) O compromisso de os Estados-partes harmonizarem suas legislações nas áreas 
pertinentes. 
c) A definição de uma moeda comum, uma vez constituído o mercado comum e 
harmonizadas as políticas monetária, fiscal e cambial. 
d) A livre-circulação de bens, serviços e fatores produtivos entre os Estados-partes do 
bloco. 
e) A adoção de uma política comercial comum em relação a terceiros Estados ou 
agrupamentos de Estados. 
 
11 - (ACE/2008 – CESPE) Os processos de integração regional, que removem 
parcial ou totalmente as barreiras comerciais — tarifárias e não-tarifárias — 
em grupos seletos de países, podem assumir diferentes formas e níveis de 
integração. Com base nesse assunto, julgue os itens a seguir.

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