Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
G i s e l d a S i l v a , C P F : 2 2 7 9 7 2 8 9 4 0 4 Curso Online - Contabilidade Geral e Avançada – Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Moraes Junior Prof. José Jayme Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 1 Contabilidade Geral e Avançada Aula 01 1. Princípios de Contabilidade 2. Estrutura Conceitual Básica da Contabilidade Conteúdo 0. Introdução ................................................................................................................................ 3 0.1. Conceito da Contabilidade ........................................................................................... 3 0.2. Objeto da Contabilidade ............................................................................................... 3 0.3. Campo de Atuação ......................................................................................................... 4 1. Princípios de Contabilidade (aprovados pela Resolução do Conselho Federal de Contabilidade – CFC - no 750/93). ................................................................................... 5 1.1. Princípio da Entidade ..................................................................................................... 9 1.2. Princípio da Continuidade .......................................................................................... 10 1.3. Princípio da Oportunidade ......................................................................................... 11 1.4. Princípio do Registro pelo Valor Original ............................................................. 13 1.5. Princípio da Competência .......................................................................................... 15 1.6. Princípio da Prudência ................................................................................................. 18 2. Estrutura Conceitual Básica ............................................................................................ 21 2.1. Demonstrações Contábeis ......................................................................................... 21 2.2. Finalidade da Estrutura Conceitual ........................................................................ 21 2.3. Alcance da Estrutura Conceitual: ........................................................................... 22 2.4. Usuários e suas necessidades de informação ................................................... 23 2.5. Objetivo das Demonstrações Contábeis .............................................................. 26 2.6. Posição Patrimonial e Financeira, Desempenho e Mutações na Posição Financeira ....................................................................................................................................... 26 2.7. Pressupostos Básicos .................................................................................................. 29 2.7.1. Regime de Competência......................................................................................... 29 2.7.2. Continuidade ............................................................................................................... 29 2.8. Características Qualitativas das Demonstrações Contábeis ........................ 30 2.8.1. Compreensibilidade .................................................................................................. 30 2.8.2. Relevância .................................................................................................................... 30 2.8.2.1. Materialidade ........................................................................................................... 31 2.8.3. Confiabilidade ............................................................................................................. 32 2.8.3.1. Representação Adequada ................................................................................... 32 2.8.3.2. Primazia da Essência sobre a Forma ............................................................. 33 2.8.3.3. Neutralidade ............................................................................................................ 33 G i s e l d a S i l v a , C P F : 2 2 7 9 7 2 8 9 4 0 4 Curso Online - Contabilidade Geral e Avançada – Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Moraes Junior Prof. José Jayme Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 2 2.8.3.4. Prudência .................................................................................................................. 33 2.8.3.5. Integridade .............................................................................................................. 34 2.8.4. Comparabilidade ........................................................................................................ 34 2.8.5. Limitações na Relevância e na Confiabilidade das Informações ............ 35 2.8.5.1. Tempestividade ...................................................................................................... 35 2.8.5.2. Equilíbrio entre Custo e Benefício ................................................................... 35 2.8.5.3. Equilíbrio entre Características Qualitativas ............................................... 36 2.8.5.4. Visão Verdadeira e Apropriada......................................................................... 36 2.9. Elementos das Demonstrações Contábeis .......................................................... 37 2.9.1. Posição Patrimonial e Financeira ......................................................................... 38 2.9.2. Ativos ............................................................................................................................. 39 2.9.3. Passivos ........................................................................................................................ 40 2.9.4. Patrimônio Líquido .................................................................................................... 42 2.9.5. Desempenho ............................................................................................................... 43 2.9.6. Receitas......................................................................................................................... 44 2.9.7. Despesas ...................................................................................................................... 45 2.9.8. Ajustes para Manutenção do Capital ................................................................. 46 2.10. Reconhecimento dos Elementos das Demonstrações Contábeis ............... 46 2.10.1. Probabilidade de Realização de Benefício Econômico Futuro .................. 47 2.10.2. Confiabilidade da Mensuração ............................................................................. 47 2.10.3. Reconhecimento de Ativos .................................................................................... 48 2.10.4. Reconhecimento de Passivos ................................................................................ 48 2.10.5. Reconhecimento de Receitas ................................................................................ 49 2.10.6. Reconhecimento de Despesas.............................................................................. 49 2.11. Mensuração dos Elementos das Demonstrações Contábeis ........................ 50 2.12. Conceitos de Capital e de Manutenção de Capital ........................................... 52 2.12.1. Conceitos de Capital ................................................................................................ 52 2.12.2. Conceitos de Manutenção do Capital e Determinação do Lucro ............ 52 2.13. Memorize para a Prova ............................................................................................... 55 2.14. Exercícios de Fixação.................................................................................................. 60 2.15. Resolução dos Exercícios de Fixação .................................................................... 68 G i s e l d a S i l v a , C P F : 2 2 7 9 7 2 8 9 4 0 4 Curso Online - Contabilidade Geral e Avançada – Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Moraes Junior Prof. José Jayme Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 3 E com grande satisfação que inicio, hoje, este curso de Contabilidade Geral – Teoria e Exercício. Espero, sinceramente, que este curso atenda as suas expectativas e te ajude, de forma efetiva, a ser aprovado no concurso público que deseja. Se você ainda não conhece o meu “estilo”, nunca começo um curso com todo o material pronto. Na verdade, preparo o material na semana da aula. Faço desta maneira para tornar o curso mais dinâmico, vejo as dúvidas no fórum, vejo questões novas e, assim vou desenhando o curso para atender as suas reais necessidades. Um outro ponto importante. Detesto ser prolixo. Não gosto de ensinar assuntos que não caem em prova. Me diz aí? Qual a necessidade de você saber a origem da Contabilidade? Já sabe a resposta? É isso mesmo: Nenhuma, pois não cai em prova. Procuro te ensinar a fazer prova. Esta primeira aula, com certeza, será a “mais chata”, pois tenho que falar de vários conceitos importantes que serão vistos, em sua maioria, novamente ao longo do curso. Um último detalhe. Momento propaganda, caso você tenha interesse. Atualmente, possuo três livros publicados pela Editora Campus: - Contabilidade Geral – Teoria – Segunda Edição; - Contabilidade Geral – Questões Comentadas; e - Finanças Públicas – em parceria com outro professor. Bom, chega de enrolação! E aí? Pronto para começar a grande aventura da Contabilidade Geral e Avançada? Então, sem perder tempo, vamos começar o nosso estudo. Como diria John Lennon: “let´s go”. 0. Introdução 0.1. Conceito da Contabilidade De acordo com o I Congresso Brasileiro de Contabilistas, de 1924, Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, controle e registro relativas à administração econômica. 0.2. Objeto da Contabilidade O objeto da Contabilidade é o patrimônio, que corresponde ao conjunto de bens, direitos e obrigações referentes à azienda. Por azienda, entende-se toda entidade organizada passível de ter um patrimônio (bens, direitos e obrigações), ou seja, são pessoas jurídicas com fins lucrativos, empresas informais, entidades sem fins lucrativos, empresas públicas, pessoas físicas e etc. G i s e l d a S i l v a , C P F : 2 2 7 9 7 2 8 9 4 0 4 Curso Online - Contabilidade Geral e Avançada – Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Moraes Junior Prof. José Jayme Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 4 Perceba, aqui, a primeira informação importante de nosso curso: Caiu em prova! (IRB–2004–Esaf) O objeto da contabilidade está presente na única opção correta. a) Ativo b) Capital Social c) Passivo d) Patrimônio e) Patrimônio Líquido Alguma dúvida na resposta correta! Espero que não! Esta questão foi um presente da banca examinadora. A resposta correta é a alternativa “d”. 0.3. Campo de Atuação O campo de aplicação da Contabilidade abrange todas as entidades econômico- administrativas, até mesmo as pessoas de direito público, como a União, os Estados, os Municípios, as Autarquias, etc. - Entidade econômico-administrativa: também conhecida como Azienda (Patrimônio + Gestão), são as entidades que possuem patrimônio líquido (pessoas físicas ou jurídicas), com fins lucrativos ou não. São definidas como um patrimônio considerado juntamente com a pessoa que possui poderes de administração e disponibilidade sobre este patrimônio. - Quanto aos fins a que se destinam, as aziendas ou entidades econômico- administrativas classificam-se em: - Aziendas sociais: aquelas que não visam lucros. São exemplo de aziendas sociais as associações beneficentes, esportivas, culturais, recreativas, etc; - Aziendas econômico-sociais: são aquelas que, além das finalidades sociais, visam também ao lucro, com o objetivo de prestar serviços, pecúlios, benefícios, às pessoas que contribuíram para sua formação. Exemplos: institutos de pensão, aposentadoria, pecúlio e previdência; e - Aziendas econômicas: são aquelas cuja finalidade é obter lucros. Nesse tipo de azienda, estão todas as sociedades comerciais, industriais, agrícolas, de serviços, entre outras. - Quanto aos seus proprietários, as aziendas ou entidades econômico- administrativas classificam-se em: Patrimônio: Objeto da contabilidade, formado por bens, direitos e obrigações. G i s e l d a S i l v a , C P F : 2 2 7 9 7 2 8 9 4 0 4 Curso Online - Contabilidade Geral e Avançada – Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Moraes Junior Prof. José Jayme Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 5 - Aziendas públicas: pertencem à comunidade, mas podem estar sob a administração do poder público ou privado. Exemplos: fundações, sindicatos, fundações com fins educacionais, intelectuais, esportivos, e o próprio Estado; e - Aziendas particulares: são as propriedades particulares pertencentes a uma pessoa ou a um grupo de pessoas, como as sociedades civis ou comerciais ou o próprio patrimônio de uma família. Já caiu em prova! (Agente Executivo-Susep-2006-Esaf) O campo de atuação da Contabilidade é a entidade econômico-administrativa, cuja classificação, quanto aos fins a que se destinam, faz-se, corretamente, dividindo-as em a) pessoas físicas e pessoas jurídicas. b) entidades abertas e entidades fechadas. c) entidades públicas e entidades privadas. d) entidades civis e entidades comerciais. e) entidades sociais, econômicas e econômico-sociais. E aí, alguma dúvida quanto a resposta? Agora que vimos os conceitos, ficou fácil. A resposta é a alternativa “e”. Memorize para a prova: 1. Princípios de Contabilidade (aprovados pela Resolução do Conselho Federal de Contabilidade – CFC - no 750/93). Primeiramente, há que se ressaltar que a Resolução CFC no 1.282/10, alterou a denominação dos Princípios Fundamentais de Contabilidade para Princípios de Contabilidade. Os Princípios de Contabilidade foram estabelecidos pelo Conselho Federal de Contabilidade, por meio da Resolução CFC no 750/93, com as alterações trazidas pela a Resolução CFC no 1.282/10. De acordo com o artigo 2o da resolução: Atenção! Os Princípios Fundamentais de Contabilidade agora são denominados apenas Princípios de Contabilidade. Entidade econômico-administrativa = Azienda (Patrimônio + Gestão): patrimônio líquido (pessoas físicas ou jurídicas), com fins lucrativos ou não. - Quanto aos fins a que se destinam: Aziendas sociais, Aziendas econômico-sociais e Aziendas econômicas. - Quanto aos seus proprietários: Aziendas públicas e Aziendas particulares. G i s e l d a S i l v a , C P F : 2 2 7 9 7 2 8 9 4 0 4 Curso Online - Contabilidade Geral e Avançada – Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Moraes Junior Prof. José Jayme Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 6 Art. 2º Os Princípios de Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos científico e profissional de nosso País. Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o patrimônio das entidades. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10) Memorize para a prova: O artigo 3o da Resolução no 750/93 enumera os princípiosfundamentais, conforme descrito abaixo: Art. 3º São Princípios de Contabilidade: (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10) I) o da ENTIDADE; II) o da CONTINUIDADE; III) o da OPORTUNIDADE; IV) o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL; V) o da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA; (Revogado pela Resolução CFC nº. 1.282/10) VI) o da COMPETÊNCIA; e VII) o da PRUDÊNCIA. Para a prova, vamos memorizar da seguinte maneira: ECOPRC (repita comigo: “ECO PÊ ERRE CÊ”, eu vou ter que saber, para a questão não perder...Tudo, não sou bom rapper mesmo. Risos). Entidade Competência Oportunidade Prudência Registro pelo Valor Original Continuidade No artigo 3o, houve a revogação do Princípio da Atualização Monetária. O principal objetivo da adoção dos princípios de contabilidade é tornar as informações contábeis divulgadas uniformes, confiáveis e úteis para os usuários internos e externos. G i s e l d a S i l v a , C P F : 2 2 7 9 7 2 8 9 4 0 4 Curso Online - Contabilidade Geral e Avançada – Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Moraes Junior Prof. José Jayme Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 7 Cabe ressaltar que, de acordo com o artigo 1o da Resolução no 750/93: Art. 1º Constituem PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE (PC) os enunciados por esta Resolução. § 1º A observância dos Princípios de Contabilidade é obrigatória no exercício da profissão e constitui condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC). § 2º Na aplicação dos Princípios de Contabilidade há situações concretas e a essência das transações deve prevalecer sobre seus aspectos formais. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10) Isto significa que, independentemente da forma jurídica aplicada, a Contabilidade deve traduzir, primordialmente, o efeito econômico da transação, isto é, aquilo que, de fato, as transações representam para o patrimônio (essência das transações) deve prevalecer sobre os seus aspectos formais ou aparentes. Exemplo: A empresa J4M2 vendeu, à vista, um imóvel que possuía, na Av. Rio Branco, 100, no Rio Janeiro, para a empresa Kaprisma, por R$ 100.000,00. Logo, em seguida, a empresa Kaprisma alugou o referido imóvel para a empresa J4M2, por um ano, com um aluguel mensal no valor de R$ 1.000,00. No contrato de aluguel havia uma cláusula que previa a possibilidade de a empresa J4M2 efetuar a recompra do imóvel ao final do seu prazo de vigência, pelo valor de R$ 100.000,00. Repare que, neste exemplo, a forma jurídica da transação é uma venda de imóvel de J4M2 para Kaprisma, seguida de um aluguel do mesmo imóvel, agora pertencente à empresa Kaprisma, para a empresa J4M2. Vamos detalhar melhor: Venda do Imóvel (J4M2 para Kaprisma) = R$ 100.000,00 Aluguel do Imóvel (Kaprisma para J4M2) = R$ 1.000,00 mensais por um ano (R$ 12.000,00 no total) O contrato de aluguel possuía uma cláusula com a previsão de recompra do imóvel, ao final do prazo de vigência. Repare que o valor final desembolsado pela J4M2, caso efetuasse a recompra, seria de R$ 112.000,00, que corresponde ao valor da recompra do imóvel pela J4M2 (R$ 100.000,00), somado ao valor que foi pago pela J4M2, como aluguel, por um ano de contrato (R$ 12.000,00). Portanto, qual foi a essência da transação? Vamos lá! O que você acha? A essência da transação é exatamente um empréstimo feito pela Kaprisma com a J4M2. G i s e l d a S i l v a , C P F : 2 2 7 9 7 2 8 9 4 0 4 Curso Online - Contabilidade Geral e Avançada – Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Moraes Junior Prof. José Jayme Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 8 Veja: Na aquisição do empréstimo, a empresa J4M2 recebeu R$ 100.000,00. Além disso, a empresa J4M2 pagou R$ 1.000,00 de “juros” durante um ano e, no final do período de vigência do “suposto” contrato de aluguel, recomprou o imóvel por R$ 100.000,00. Viu? Esta é a essência da transação. Memorize para a prova: Já caiu em prova (Analista Judiciário-Contabilidade–TRT 17R-2009– Cespe) De acordo com os princípios fundamentais da contabilidade, um bem adquirido por meio de contrato de alienação fiduciária deve ser registrado no ativo da entidade alienante ou devedora. Repare que, como a questão é de 2009, antes da alteração da denominação dos princípios de contabilidade, ainda aparece como princípios fundamentais da contabilidade. Como vimos anteriormente, independentemente da forma jurídica aplicada, a Contabilidade deve traduzir, primordialmente, o efeito econômico da transação, isto é, aquilo que, de fato, as transações representam para o patrimônio (essência das transações) deve prevalecer sobre os seus aspectos formais ou aparentes. Um exemplo de caso concreto ocorre quando uma entidade adquire bens por meio de alienação fiduciária. Nesse tipo de contrato, o bem financiado é transferido para a propriedade da instituição financeira, embora permaneça na posse direta da entidade, que assume a condição de depositária do bem e pode utilizá-lo normalmente. Além disso, pelo contrato, esta transferência de propriedade é transitória, tornando-se sem efeito após a quitação da dívida. Logo, apesar de o bem, durante o período de duração do contrato de alienação fiduciária, ser propriedade da instituição financeira, ele é registrado contabilmente no ativo não circulante imobilizado (subgrupo do ativo no Balanço Patrimonial) da entidade compradora, por ocasião de sua entrega pelo vendedor. Ou seja, neste exemplo concreto, prevalece a essência da transação (que é semelhante a uma operação de compra e venda a prazo) sobre os aspectos formais (legais). Se os aspectos formais prevalecessem, o bem deveria estar registrado no ativo da instituição financeira, que é sua proprietária até a quitação do financiamento. O item está correto. A essência das transações deve prevalecer sobre os seus aspectos formais ou aparentes. G i s e l d a S i l v a , C P F : 2 2 7 9 7 2 8 9 4 0 4 Curso Online - Contabilidade Geral e Avançada – Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Moraes Junior Prof. José Jayme Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 9 1.1. Princípio da Entidade De acordo com o artigo 4o da Resolução CFC no 750/93: Art. 4º O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por conseqüência, nesta acepção, o Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição. Parágrafo único – O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recíproca não é verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico-contábil. Portanto, temos os seguintes pontos importantes: 1. Conceito principal do Princípio da ENTIDADE: autonomia do patrimônio a ela pertencente. 2. Patrimônio: deve revestir-se do atributo de autonomia em relação a todos os outros Patrimônios existentes, pertencendo a uma Entidade, no sentido de sujeito suscetível à aquisição de direitos e obrigações. 3. A autonomia tem por corolário o fato de que o patrimônio de uma Entidade jamais pode confundir-se com aqueles dos seus sócios ou proprietários. 4. A autonomia patrimonial apresenta sentido unívoco. Por conseqüência, o patrimônio pode ser decomposto em partes segundo os mais variados critérios, tanto em termos quantitativos quanto qualitativos. Mas nenhuma classificação, mesmo que dirigida sobótica setorial, resultará em novas Entidades. Carece, pois, de sentido, a idéia de que as divisões ou departamentos de uma Entidade possam constituir novas Entidades, ou “microentidades”, precisamente por que sempre lhes faltará o atributo da autonomia. A única circunstância em que poderá surgir nova Entidade, será aquela em que a propriedade de parte do patrimônio de uma Entidade, for transferida para outra unidade, eventualmente até criada naquele momento. Mas, no caso, teremos um novo patrimônio autônomo, pertencente a outra Entidade. 5. As somas e agregações de patrimônios de diferentes Entidades não resultam em nova Entidade. A razão básica é a de que as Entidades cujas demonstrações contábeis são consolidadas mantém sua autonomia patrimonial, pois seus Patrimônios permanecem de sua propriedade. Como não G i s e l d a S i l v a , C P F : 2 2 7 9 7 2 8 9 4 0 4 Curso Online - Contabilidade Geral e Avançada – Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Moraes Junior Prof. José Jayme Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 10 há transferência de propriedade, não pode haver formação de novo patrimônio, condição primeira da existência jurídica de uma Entidade. O segundo ponto a ser considerado é o de que a consolidação se refere às demonstrações contábeis, mantendo-se a observância dos Princípios de Contabilidade no âmbito das Entidades consolidadas, resultando em uma unidade de natureza econômico-contábil, em que os qualificativos ressaltam os dois aspectos de maior relevo: o atributo de controle econômico e a fundamentação contábil da sua estruturação. Já caiu em prova! (Técnico em Contabilidade-Ministério da Saúde-2009- Cespe) Segundo o princípio da entidade, a soma ou agregação de patrimônios autônomos resulta em uma nova entidade de natureza econômico-contábil. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico- contábil. Ou seja, se uma empresa é controladora de outra empresa (possui mais de 50% do capital votante) e faz um balanço consolidado por exigência de lei (da controladora e da controlada), esta consolidação não forma uma nova empresa. As empresas controladora e controlada continuam com empresas separadas. Portanto, o item está ERRADO. 1.2. Princípio da Continuidade De acordo com o artigo 5o da Resolução CFC no 750/93: Art. 5º O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10) Postulado da Continuidade das Entidades: “Para a Contabilidade, a Entidade é um organismo vivo que irá viver (operar) por um longo período de tempo (indeterminado) até que surjam fortes evidências em contrário...” Portanto, temos os seguintes pontos importantes: 1. O Princípio da CONTINUIDADE afirma que o patrimônio da Entidade, na sua composição qualitativa e quantitativa, depende das condições em que provavelmente se desenvolverão as operações da Entidade. A suspensão das suas atividades podem provocar efeitos na utilidade de determinados ativos, com a perda, até mesmo integral de seu valor. A queda no nível de ocupação podem também provocar efeitos semelhantes. 2. A situação-limite na aplicação do Princípio da CONTINUIDADE é aquela em que há a completa cessação das atividades da Entidade. Nessa situação, os ativos materiais, como estoques, ferramentas ou máquinas, G i s e l d a S i l v a , C P F : 2 2 7 9 7 2 8 9 4 0 4 Curso Online - Contabilidade Geral e Avançada – Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Moraes Junior Prof. José Jayme Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 11 podem ter seu valor modificado substancialmente. As causas da limitação da vida da Entidade não influenciam o conceito da continuidade; entretanto, como constituem informação de interesse para muitos usuários, quase sempre são de divulgação obrigatória, segundo norma específica. No caso de provável cessação da vida da Entidade, também o passivo é afetado, pois, além do registro das exigibilidades, com fundamentação jurídica, também devem ser contemplados os prováveis desembolsos futuros, advindos da extinção em si. Já caiu em prova! (IRB–Contabilidade–2006–Esaf) A avaliação das mutações patrimoniais, segundo o princípio contábil da continuidade, deve considerar a hipótese de que, até que surjam evidências em contrário, a) a empresa continuará a operar indefinidamente no futuro. b) a contabilidade deve registrar continuamente todos os atos e fatos administrativos. c) a contabilidade deve funcionar ininterruptamente dentro da empresa. d) as operações passíveis de registro contábil devem ter seqüência em diversos períodos. e) os métodos e critérios utilizados devem ser consistentes em vários períodos. O Postulado da Continuidade considera que a entidade é capaz de gerar riqueza de forma continuada (ininterrupta). Logo, a avaliação das mutações patrimoniais, segundo o princípio contábil da continuidade, deve considerar a hipótese de que, até que surjam evidências em contrário, a empresa continuará a operar indefinidamente no futuro (conforme definição dos postulado da continuidade das entidades). A resposta é a alternativa “a”. 1.3. Princípio da Oportunidade De acordo com o artigo 6o da Resolução CFC no 750/93: Art. 6º O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas. Parágrafo único. A falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10) Portanto, temos os seguintes pontos importantes: 1. O Princípio da OPORTUNIDADE exige a apreensão, o registro e o relato de todas as variações sofridas pelo patrimônio de uma Entidade, no momento em que elas ocorrerem. G i s e l d a S i l v a , C P F : 2 2 7 9 7 2 8 9 4 0 4 Curso Online - Contabilidade Geral e Avançada – Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Moraes Junior Prof. José Jayme Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 12 2. O Princípio da Oportunidade é a base indispensável à fidedignidade das informações sobre o patrimônio da Entidade, relativas a um determinado período e com o emprego de quaisquer procedimentos técnicos. 3. O Princípio da OPORTUNIDADE abarca dois aspectos distintos, mas complementares: a integridade e a tempestividade, razão pela qual muitos autores preferem denominá-los de Princípio da UNIVERSALIDADE. 4. A integridade diz respeito à necessidade de as variações serem reconhecidas na sua totalidade, isto é, sem qualquer falta ou excesso. 5. A tempestividade obriga a que as variações sejam registradas no momento em que ocorrerem, mesmo na hipótese de alguma incerteza, na forma relatada no item anterior. Sem o registro no momento da ocorrência, ficarão incompletos os registros sobre o patrimônio até aquele momento, e, em decorrência, insuficientes quaisquer demonstrações ou relatos, e falseadas as conclusões, diagnósticos e prognósticos. 6. Falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil: pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação. Já caiu em prova! (Senado–Analista Legislativo–Contabilidade–2008- FGV) “Parentes abalados e equipes médicas tentam na quinta-feira identificar os corpos carbonizados das 153 vítimas do acidente ocorrido na véspera no aeroporto de Madri. Ainvestigação sobre esse desastre aéreo, o pior na Espanha desde 1983, começou na quinta-feira e deve levar um ano para ser concluída.” (Reuters, agosto de 2008) De acordo com as Normas Brasileiras de Contabilidade, determine o princípio contábil que deve ser seguido na situação acima para que a Contabilidade forneça informações úteis a seus usuários. (A) Registro pelo Valor Original. (B) Continuidade. (C) Conservadorismo. (D) Competência. (E) Oportunidade. A empresa aérea em questão deverá adotar o princípio da prudência, que será visto adiante (para previsão de pagamento de indenização às vítimas), que não consta nas alternativas, e o princípio da Oportunidade, para que possa fornecer informações necessárias aos seus usuários. A resposta correta é a alternativa “e”. G i s e l d a S i l v a , C P F : 2 2 7 9 7 2 8 9 4 0 4 Curso Online - Contabilidade Geral e Avançada – Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Moraes Junior Prof. José Jayme Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 13 1.4. Princípio do Registro pelo Valor Original De acordo com o artigo 7o da Resolução CFC no 750/93: Art. 7º O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional. § 1º As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas em graus distintos e combinadas, ao longo do tempo, de diferentes formas: I – Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são entregues para adquiri-los na data da aquisição. Os passivos são registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias, pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das operações; e II – Variação do custo histórico. Uma vez integrado ao patrimônio, os componentes patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variações decorrentes dos seguintes fatores: a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na data ou no período das demonstrações contábeis. Os passivos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que seriam necessários para liquidar a obrigação na data ou no período das demonstrações contábeis; b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma forma ordenada. Os passivos são mantidos pelos valores em caixa e equivalentes de caixa, não descontados, que se espera seriam pagos para liquidar as correspondentes obrigações no curso normal das operações da Entidade; c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal das operações da Entidade. Os passivos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera seja necessário para liquidar o passivo no curso normal das operações da Entidade; G i s e l d a S i l v a , C P F : 2 2 7 9 7 2 8 9 4 0 4 Curso Online - Contabilidade Geral e Avançada – Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Moraes Junior Prof. José Jayme Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 14 d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem favorecimentos; e e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais. § 2º São resultantes da adoção da atualização monetária: I – a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa unidade constante em termos do poder aquisitivo; II – para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações originais, é necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim de que permaneçam substantivamente corretos os valores dos componentes patrimoniais e, por consequência, o do Patrimônio Líquido; e III – a atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão somente o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de indexadores ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10) Portanto, temos os seguintes pontos importantes: 1. O Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL ordena que os componentes do patrimônio tenham seu registro inicial efetuado pelos valores ocorridos na data das transações havidas com o mundo exterior à Entidade, estabelecendo, pois, a viga-mestra da avaliação patrimonial: a determinação do valor monetário de um componente do patrimônio. 2. Ao adotar a idéia de que a avaliação deva ser realizada com fundamento no valor de entrada, o Princípio consagra o uso dos valores monetários decorrentes do consenso entre os agentes econômicos externos e a Entidade – contabilmente, outras Entidades – ou da imposição destes. 3. No caso de doações recebidas pela Entidade, também existe a transação com o mundo exterior e, mais ainda, com efeito quantitativo e qualitativo sobre o patrimônio. Como a doação resulta em inegável aumento do Patrimônio Líquido, cabe o registro pelo valor efetivo da coisa recebida, no momento do recebimento, segundo o valor de mercado. G i s e l d a S i l v a , C P F : 2 2 7 9 7 2 8 9 4 0 4 Curso Online - Contabilidade Geral e Avançada – Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Moraes Junior Prof. José Jayme Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 15 4. A expressão do valor dos componentes patrimoniais em moeda nacional decorre da necessidade de homogeneização quantitativa do registro do patrimônio e das suas mutações, a fim de se obter a necessária comparabilidade e se possibilitarem agrupamentos de valores. 5. As bases de mensuração: Custo histórico e Variação do custo histórico (Custo corrente, Valor realizável, Valor presente, Valor justo e Atualização monetária). 6. Atualização Monetária: a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa unidade constante em termos do poder aquisitivo. A atualização monetária não representa nova avaliação. Já caiu em prova! (Analista de Saneamento- Ciências Contábeis-Embasa- 2009-Cespe) O princípio do registro pelo valor original estabelece que os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das transações com o mundo exterior. De acordo com a Resolução CFC no 750/93, por meio do Princípio do Registro pelo Valor Original: Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das transações com o mundo exterior. No caso de doação, o valor a ser registrado será o valor de mercado. Portanto, o item está correto. 1.5. Princípio da Competência De acordo com o artigo 9o da Resolução CFC no 750/93: Art. 9º O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento. Parágrafo único. O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas correlatas. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10) Portanto, temos os seguintes pontos importantes: 1. A compreensão docerne do Princípio da COMPETÊNCIA está diretamente ligada ao entendimento das variações patrimoniais e sua natureza. Nestas encontramos duas grandes classes: a daquelas que somente modificam a qualidade ou a natureza dos componentes patrimoniais, sem repercutirem no montante do Patrimônio Líquido, e a das que o modificam. As primeiras são denominadas de G i s e l d a S i l v a , C P F : 2 2 7 9 7 2 8 9 4 0 4 Curso Online - Contabilidade Geral e Avançada – Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Moraes Junior Prof. José Jayme Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 16 “qualitativas”, ou “permutativas”, enquanto as segundas são chamadas de “quantitativas”, ou “modificativas”. 2. A competência é o princípio que estabelece quando um determinado componente deixa de integrar o patrimônio, para transformar-se em elemento modificador do Patrimônio Líquido. Da confrontação entre o valor final dos aumentos do Patrimônio Líquido – usualmente denominados “receitas” – e das suas diminuições – normalmente chamadas de “despesas”–, emerge o conceito de “resultado do período”: positivo, se as receitas forem maiores do que as despesas; ou negativo, quando ocorrer o contrário. 3. O Princípio da Competência não está relacionado com recebimentos ou pagamentos, mas com o reconhecimento das receitas geradas e das despesas incorridas no período. 4. As despesas, na maioria das vezes, representam consumo de ativos, que tanto podem ter sido pagos em períodos passados, no próprio período, ou ainda virem a ser pagos no futuro. De outra parte, não é necessário que o desaparecimento do ativo seja integral, pois muitas vezes o consumo é somente parcial, como no caso das depreciações ou nas perdas de parte do valor de um componente patrimonial do ativo, por aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA. Mas a despesa também pode decorrer do surgimento de uma exigibilidade sem a concomitante geração de um bem ou de um direito, como acontece, por exemplo, nos juros moratórios e nas multas de qualquer natureza. 5. Entre as despesas do tipo em referência localizam-se também as que se contrapõem a determinada receita, como é o caso dos custos diretos com vendas, nos quais se incluem comissões, impostos e taxas. 6. A receita é considerada realizada no momento em que há a venda de bens e direitos da Entidade – entendida a palavra “bem” em sentido amplo, incluindo toda sorte de mercadorias, produtos, serviços, inclusive equipamentos e imóveis –, com a transferência da sua propriedade para terceiros, efetuando estes o pagamento em dinheiro ou assumindo compromisso firme de fazê-lo num prazo qualquer. Normalmente, a transação é formalizada mediante a emissão de nota fiscal ou documento equivalente, em que consta a quantificação e a formalização do valor de venda, pressupostamente o valor de mercado da coisa ou do serviço. 7. Uma segunda possibilidade de receita é materializada na extinção parcial ou total de uma exigibilidade, como no caso do perdão de multa fiscal, da anistia total ou parcial de uma dívida, da eliminação de passivo pelo desaparecimento do credor, pelo ganho de causa em ação em que se discutia uma dívida ou o seu montante, já devidamente provisionado, ou outras circunstâncias semelhantes. G i s e l d a S i l v a , C P F : 2 2 7 9 7 2 8 9 4 0 4 Curso Online - Contabilidade Geral e Avançada – Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Moraes Junior Prof. José Jayme Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 17 8. Há uma terceira possibilidade: a de geração de novos ativos sem a interveniência de terceiros, como ocorre correntemente no setor pecuário, quando do nascimento de novos animais. 9. A última possibilidade está representada na geração de receitas por doações e subvenções recebidas. Já caiu em prova! (Analista de Saneamento- Ciências Contábeis-Embasa- 2009-Cespe) O princípio da competência significa que os fatos devem ser reconhecidos no patrimônio, isto é, registrados contabilmente independentemente do recebimento ou pagamento. De acordo com o princípio da competência, as receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento. O item está correto. Vamos “falar” mais um pouco sobre o princípio da competência, sempre muito cobrado em provas de concursos: As quatro possibilidades de receitas realizadas e as três possibilidades de despesas incorridas devem estar no “seu sangue” na hora da prova. É importantíssimo saber essas possibilidades. Elas foram retiradas do texto da Resolução CFC no 750/93, com a publicação da Resolução CFC no 1.282/10, mas continuam sendo excelentes exemplos de receitas realizadas e despesas incorridas pelo princípio da competência. As receitas consideram-se realizadas: – nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumirem compromisso firme de efetivá-lo, quer pela investidura na propriedade de bens anteriormente pertencentes à ENTIDADE, quer pela fruição de serviços por esta prestados; Exemplo: venda de mercadoria a prazo (o dinheiro ainda não foi recebido, mas a receita considera-se realizada, pelo princípio da competência, no momento da entrega da mercadoria). – quando da extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o motivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior; Exemplo: a empresa possuía um determinado tributo a pagar, mas o governo fez uma remissão, ou seja, não há mais a necessidade pagamento por parte da empresa. Portanto, houve a extinção de um passivo (tributo a pagar) sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior. Repare que, se houvesse o pagamento o tributo, sumiria o passivo (tributo a pagar) e haveria o desaparecimento de um ativo (dinheiro) no mesmo valor. Neste caso, não é receita. G i s e l d a S i l v a , C P F : 2 2 7 9 7 2 8 9 4 0 4 Curso Online - Contabilidade Geral e Avançada – Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Moraes Junior Prof. José Jayme Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 18 – pela geração natural de novos ativos independentemente da intervenção de terceiros; Exemplo: nascimento de bezerro em uma empresa de pecuária. Ou seja, não houve a intervenção de ninguém (exceto do boi e da vaca. Risos), mas a empresa ganhou um novo ativo (bezerro). – no recebimento efetivo de doações e subvenções. Exemplo: doação de um terreno, pelo governo de determinada localidade, para que a empresa construa uma fábrica (é uma forma de desenvolvimento da região) ou, subvenção de determinado tributo, por um período de tempo, para a empresa se instalar em uma região específica (a empresa pagará uma alíquota diferenciada – menor - daquele tributo). Consideram-se incorridas as despesas: – quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por transferência de sua propriedade para terceiro; Exemplo: Na venda de mercadorias para terceiros, há a saída da referida mercadoria do estoque e, com isso, o custo destas mercadorias é uma despesa incorrida no período. – pela diminuição ou extinção do valor econômico de um ativo; Exemplo: A legislação permite que determinados bens sejam depreciados ao longo de sua vida útil em virtude de desgaste ou obsolescência. Esta depreciação é uma despesa incorrida no período (o valor econômico do ativo sofre uma redução, pois, é calculado como: Custo de Aquisição – Depreciação Acumulada). – pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo. Exemplo: ao pagar uma dívida com atraso (após o vencimento), há a incidência de juros e multa, ou seja, surgiram novos passivos sem os ativos correspondentes. 1.6. Princípio da Prudência De acordo com o artigo 10o daResolução CFC no 750/93: Art. 10. O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido. Parágrafo único. O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e receitas não sejam superestimados e que passivos e despesas não sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao processo de mensuração e apresentação dos G i s e l d a S i l v a , C P F : 2 2 7 9 7 2 8 9 4 0 4 Curso Online - Contabilidade Geral e Avançada – Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Moraes Junior Prof. José Jayme Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 19 componentes patrimoniais. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10) Portanto, temos os seguintes pontos importantes: 1. A aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA – de forma a obter-se o menor Patrimônio Líquido, dentre aqueles possíveis diante de procedimentos alternativos de avaliação – está restrita às variações patrimoniais posteriores às transações originais com o mundo exterior, uma vez que estas deverão decorrer de consenso com os agentes econômicos externos ou da imposição destes. Esta é a razão pela qual a aplicação do Princípio da Prudência ocorrerá concomitantemente com a do Princípio da COMPETÊNCIA, quando resultará, sempre, variação patrimonial quantitativa negativa, isto é, redutora do Patrimônio Líquido. 2. A prudência deve ser observada quando, existindo um ativo ou um passivo já escriturados por determinados valores, segundo o Princípios do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL, surge dúvida sobre a ainda correção deles. Havendo formas alternativas de se calcularem os novos valores, deve-se optar sempre pelo que for menor do que o inicial, no caso de ativos, e maior, no caso de componentes patrimoniais integrantes do passivo. 3. A provisão para créditos de liquidação duvidosa constitui exemplo da aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA, pois sua constituição determina o ajuste, para menos, de valor decorrente de transações com o mundo exterior, das duplicatas ou de contas a receber. A escolha não está no reconhecimento ou não da provisão, indispensável sempre que houver risco de não-recebimento de alguma parcela, mas, sim, no cálculo do seu montante. 4. O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e receitas não sejam superestimados e que passivos e despesas não sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais. Já caiu em prova! (TRF-2003-Esaf) Com relação aos Princípios Fundamentais de Contabilidade, assinale a opção incorreta. a) O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior, para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o Patrimônio Líquido. G i s e l d a S i l v a , C P F : 2 2 7 9 7 2 8 9 4 0 4 Curso Online - Contabilidade Geral e Avançada – Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Moraes Junior Prof. José Jayme Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 20 b) O Princípio da PRUDÊNCIA impõe a escolha da hipótese de que resulte menor Patrimônio Líquido, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos demais Princípios Fundamentais de Contabilidade. c) O Princípio da PRUDÊNCIA somente se aplica às mutações posteriores, constituindo-se ordenamento indispensável à correta aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA. d) A aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA ganha ênfase quando, para definição dos valores relativos às variações patrimoniais, devem ser feitas estimativas que envolvem incertezas de grau variável. e) O Princípio da PRUDÊNCIA refere-se, simultaneamente, à tempestividade e à integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja feito de imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que originaram o registro. I – Análise das alternativas (a questão pede a alternativa incorreta): a) O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior, para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o Patrimônio Líquido. b) O Princípio da PRUDÊNCIA impõe a escolha da hipótese de que resulte menor Patrimônio Líquido, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos demais Princípios Fundamentais de Contabilidade. c) O Princípio da PRUDÊNCIA somente se aplica às mutações posteriores, constituindo-se ordenamento indispensável à correta aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA. d) A aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA ganha ênfase quando, para definição dos valores relativos às variações patrimoniais, devem ser feitas estimativas que envolvem incertezas de grau variável. Repare que as alternativas de “a” a “d” estão de acordo com os conceitos estudados sobre o princípio da prudência. Portanto, estão todas corretas. Agora, verifique a alternativa “e”: O Princípio da PRUDÊNCIA refere-se, simultaneamente, à tempestividade e à integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja feito de imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que originaram o registro. Este não é princípio de prudência e sim o princípio da oportunidade. Atenção! Lembre sempre das “palavras-chave” para o princípio da oportunidade: tempestividade e integridade. Portanto, a resposta da questão é a alternativa “e” (a única incorreta). E aí? Até aqui tudo bem? Bom, terminamos a primeira parte, que são os princípios de contabilidade. Não se preocupe se são muitos conceitos novos. Você verá, no decorrer do curso, que tudo fará sentido. Procure guardar os conceitos principais em relação aos princípios para que consiga distinguir cada um deles. Bom, dê uma descansada, beba uma água, para que possamos começar a segunda parte da aula. G i s e l d a S i l v a , C P F : 2 2 7 9 7 2 8 9 4 0 4 Curso Online - Contabilidade Geral e Avançada – Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Moraes Junior Prof. José Jayme Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 21 Como esta parte ainda é recente (corresponde à Resolução CFC no 1.212/08), ainda não há muitas questões de prova sobre o assunto. Portanto, neste item você não verá muitos “Já caiu em prova”. 2. Estrutura Conceitual Básica 2.1. Demonstrações Contábeis As demonstrações contábeis devem ser preparadas e apresentadas para usuários externos em geral, tendo em vista suas finalidades distintas e necessidades diversas. Governos, órgãos reguladores ou autoridades fiscais, por exemplo, podem especificamente determinar exigências para atender a seus próprios fins. Essas exigências, no entanto, não devem afetar as demonstrações contábeis preparadas segundo esta Estrutura Conceitual. Objetivo: fornecer informações que sejam úteis na tomada de decisões e avaliações por parte dos usuários em geral, não tendo o propósito de atender finalidade ou necessidade específica de determinados grupos de usuários. As demonstrações contábeis preparadas com tal finalidade satisfazem as necessidades comuns da maioria dos seus usuários, uma vez que quase todos eles utilizam essas demonstrações contábeis para a tomada de decisões econômicas, tais como: - decidir quando comprar, manter ou vender uminvestimento em ações; - avaliar a Administração quanto à responsabilidade que lhe tenha sido conferida, qualidade de seu desempenho e prestação de contas; - avaliar a capacidade da entidade de pagar seus empregados e proporcionar-lhes outros benefícios; - avaliar a segurança quanto à recuperação dos recursos financeiros emprestados à entidade; - determinar políticas tributárias; - determinar a distribuição de lucros e dividendos; - preparar e usar estatísticas da renda nacional; ou - regulamentar as atividades das entidades. As demonstrações contábeis são mais comumente preparadas segundo modelo contábil baseado no custo histórico recuperável e no conceito da manutenção do capital financeiro nominal. 2.2. Finalidade da Estrutura Conceitual - dar suporte ao desenvolvimento de novas normas e à revisão das existentes quando necessário; G i s e l d a S i l v a , C P F : 2 2 7 9 7 2 8 9 4 0 4 Curso Online - Contabilidade Geral e Avançada – Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Moraes Junior Prof. José Jayme Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 22 - dar suporte aos responsáveis pela elaboração das demonstrações contábeis na aplicação das normas e no tratamento de assuntos que ainda não tiverem sido objeto de normas; - auxiliar os auditores independentes a formar sua opinião sobre a conformidade das demonstrações contábeis com as normas; - apoiar os usuários das demonstrações contábeis na interpretação de informações nelas contidas, preparadas em conformidade com as normas; e - proporcionar, àqueles interessados, informações sobre o enfoque adotado na formulação das normas. Não deve haver conflito entre o estabelecido nesta Estrutura Conceitual e qualquer norma. 2.3. Alcance da Estrutura Conceitual: A Estrutura Conceitual aborda: - o objetivo das demonstrações contábeis; - as características qualitativas que determinam a utilidade das informações contidas nas demonstrações contábeis; - a definição, o reconhecimento e a mensuração dos elementos que compõem as demonstrações contábeis; e - os conceitos de capital e de manutenção do capital. Estão fora do alcance desta Estrutura Conceitual informações financeiras elaboradas para fins especiais, como, por exemplo, aquelas incluídas em prospectos para lançamentos de ações no mercado e ou elaboradas exclusivamente para fins fiscais. As demonstrações contábeis são parte integrante das informações financeiras divulgadas por uma entidade. O conjunto completo de demonstrações contábeis inclui, normalmente: - o balanço patrimonial; - a demonstração do resultado; - a demonstração das mutações na posição financeira (demonstração dos fluxos de caixa, de origens e aplicações de recursos ou alternativa reconhecida e aceitável); - a demonstração das mutações do patrimônio líquido; - notas explicativas; e - outras demonstrações e material explicativo que são parte integrante dessas demonstrações contábeis. G i s e l d a S i l v a , C P F : 2 2 7 9 7 2 8 9 4 0 4 Curso Online - Contabilidade Geral e Avançada – Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Moraes Junior Prof. José Jayme Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 23 Podem também incluir quadros e informações suplementares baseados ou originados de demonstrações contábeis que se espera sejam lidos em conjunto com tais demonstrações. As demonstrações contábeis não incluem, entretanto, itens como relatórios da administração, relatórios do presidente da entidade, comentários e análises gerenciais e itens semelhantes que possam ser incluídos em um relatório anual ou financeiro. Esta Estrutura Conceitual se aplica às demonstrações contábeis de todas as entidades comerciais, industriais e outras de negócios que reportam, sejam no setor público ou no setor privado. Entidade que reporta é aquela para a qual existem usuários que se apóiam em suas demonstrações contábeis como fonte principal de informações patrimoniais e financeiras sobre a entidade. 2.4. Usuários e suas necessidades de informação Entre os usuários das demonstrações contábeis incluem-se investidores atuais e potenciais, empregados, credores por empréstimos, fornecedores e outros credores comerciais, clientes, governos e suas agências e o público. Eles usam as demonstrações contábeis para satisfazer algumas das suas diversas necessidades de informação. Essas necessidades incluem: ATENÇÃO! Esta parte é importante. Você deve conhecer os usuários das demonstrações contábeis e suas características. Usuários: - Investidores; - Empregados; - Credores por Empréstimo; - Fornecedores e outros credores comerciais; - Clientes; - Governo e suas agências; - Público. Investidores. Os provedores de capital de risco e seus analistas que se preocupam com o risco inerente ao investimento e o retorno que ele produz. Eles necessitam de informações para ajudá-los a decidir se devem comprar, manter ou vender investimentos. Os acionistas também estão interessados em informações que os habilitem a avaliar se a entidade tem capacidade de pagar dividendos. Empregados. Os empregados e seus representantes estão interessados em informações sobre a estabilidade e a lucratividade de seus empregadores. Também se interessam por informações que lhes permitam avaliar a capacidade que tem a entidade de prover sua remuneração, G i s e l d a S i l v a , C P F : 2 2 7 9 7 2 8 9 4 0 4 Curso Online - Contabilidade Geral e Avançada – Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Moraes Junior Prof. José Jayme Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 24 seus benefícios de aposentadoria e suas oportunidades de emprego. Credores por empréstimos. Estes estão interessados em informações que lhes permitam determinar a capacidade da entidade em pagar seus empréstimos e os correspondentes juros no vencimento. Fornecedores e outros credores comerciais. Os fornecedores e outros credores estão interessados em informações que lhes permitam avaliar se as importâncias que lhes são devidas serão pagas nos respectivos vencimentos. Os credores comerciais provavelmente estão interessados em uma entidade por um período menor do que os credores por empréstimos, a não ser que dependam da continuidade da entidade como um cliente importante. Clientes. Os clientes têm interesse em informações sobre a continuidade operacional da entidade, especialmente quando têm um relacionamento a longo prazo com ela, ou dela dependem como fornecedor importante. Governo e suas agências. Os governos e suas agências estão interessados na destinação de recursos e, portanto, nas atividades das entidades. Necessitam também de informações a fim de regulamentar as atividades das entidades, estabelecer políticas fiscais e servir de base para determinar a renda nacional e estatísticas semelhantes. Público. As entidades afetam o público de diversas maneiras. Elas podem, por exemplo, fazer contribuição substancial à economia local de vários modos, inclusive empregando pessoas e utilizando fornecedores locais. As demonstrações contábeis podem ajudar o público fornecendo informações sobre a evolução do desempenho da entidade e os desenvolvimentos recentes. Embora nem todas as necessidades de informações desses usuários possam ser satisfeitas pelas demonstrações contábeis, há necessidades que são comuns a todos os usuários. IMPORTANTE!!! Como os investidores contribuem com o capital de risco para a entidade, o fornecimento de demonstrações contábeis que atendam às suas necessidades também atenderá à maior parte das necessidades de informação de outros usuários. A Administração da entidade tem a responsabilidade primária pela preparação e apresentação das suas demonstrações contábeis. A Administraçãotambém está interessada nas informações contidas nas demonstrações contábeis, embora tenha acesso a informações adicionais que contribuem para o desempenho das suas responsabilidades de planejamento, tomada de decisões e controle. G i s e l d a S i l v a , C P F : 2 2 7 9 7 2 8 9 4 0 4 Curso Online - Contabilidade Geral e Avançada – Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Moraes Junior Prof. José Jayme Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 25 A Administração tem o poder de estabelecer a forma e o conteúdo de tais informações adicionais a fim de atender às suas próprias necessidades. A forma de divulgação de tais informações, entretanto, está fora do alcance desta Estrutura Conceitual. Não obstante, as demonstrações contábeis divulgadas são baseadas em informações utilizadas pela Administração sobre a posição patrimonial e financeira, o desempenho e as mutações na posição financeira da entidade. Podemos dividir os usuários em dois tipos: Usuários internos: administradores, acionistas ou sócios controladores e empregados. Usuários externos: acionistas ou sócios não controladores, bancos, fornecedores, clientes e governo. Já caiu em prova! (Senado–Analista Legislativo–Contabilidade–2008- FGV) Em relação aos interesses dos principais usuários da informação contábil, assinale a afirmativa incorreta. (A) Os acionistas atuais da empresa têm grande interesse na sua rentabilidade atual. (B) Os investidores que podem se tornar acionistas futuros efetuam um confronto da rentabilidade da empresa comparando com as diversas opções existentes no mercado. (C) O governo foca na análise do fluxo de caixa da empresa para determinar o imposto a ser pago. (D) Os financiadores concentram-se na capacidade de a empresa pagar os valores dos financiamentos e dos juros. (E) Os empregados analisam a capacidade da empresa em efetuar o pagamento dos salários e em sua capacidade de expansão. A questão pede a alternativa falsa. De acordo com o nosso estudo: - os acionistas atuais da empresa têm grande interesse na sua rentabilidade atual. Logo, a alternativa “a” está correta. - Por outro lado, os investidores que podem se tornar acionistas futuros efetuam um confronto da rentabilidade da empresa comparando com as diversas opções existentes no mercado. Logo, a alternativa “b” está correta. - Os empregados analisam a capacidade da empresa em efetuar o pagamento dos salários e em sua capacidade de expansão. A alternativa “e” está correta G i s e l d a S i l v a , C P F : 2 2 7 9 7 2 8 9 4 0 4 Curso Online - Contabilidade Geral e Avançada – Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Moraes Junior Prof. José Jayme Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 26 - Os financiadores concentram-se na capacidade de a empresa pagar os valores dos financiamentos e dos juros. A alternativa “d” está correta. - O governo foca na análise lucro apurado pela empresa (regime de caixa ou regime de competência, dependendo da forma de tributação) para determinar o imposto a ser pago. Por exemplo, nas grandes empresas, o regime de apuração é pelo lucro real, onde deve ser adotada a competência para a apuração do imposto a ser pago. Por outro lado, há opção de apuração pelo regime de caixa quando a empresa é tributada pelo lucro presumido ou pelo Simples Nacional. A alternativa “c” está incorreta, que é a resposta da questão. 2.5. Objetivo das Demonstrações Contábeis IMPORTANTE!!! O objetivo das demonstrações contábeis é fornecer informações: - sobre a posição patrimonial e financeira; - o desempenho e as mudanças na posição financeira da entidade, que sejam úteis a um grande número de usuários em suas avaliações e tomadas de decisão econômica. As demonstrações contábeis não fornecem todas as informações que os usuários possam necessitar, uma vez que elas retratam os efeitos financeiros de acontecimentos passados e não incluem, necessariamente, informações não-financeiras. Demonstrações contábeis também objetivam apresentar os resultados da atuação da Administração na gestão da entidade e sua capacitação na prestação de contas quanto aos recursos que lhe foram confiados. Aqueles usuários que desejam avaliar a atuação ou prestação de contas da Administração fazem-no com a finalidade de estar em condições de tomar decisões econômicas que podem incluir, por exemplo, manter ou vender seus investimentos na entidade ou reeleger ou substituir a Administração. 2.6. Posição Patrimonial e Financeira, Desempenho e Mutações na Posição Financeira As decisões econômicas que são tomadas pelos usuários das demonstrações contábeis requerem uma avaliação da capacidade que a entidade tem para gerar caixa e equivalentes de caixa, e da época e grau de certeza dessa geração. Em última análise, essa capacidade determina, por exemplo, se a entidade poderá pagar seus empregados e fornecedores, os juros e amortizações dos seus empréstimos e fazer distribuições de lucros aos seus acionistas. G i s e l d a S i l v a , C P F : 2 2 7 9 7 2 8 9 4 0 4 Curso Online - Contabilidade Geral e Avançada – Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Moraes Junior Prof. José Jayme Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 27 Os usuários podem melhor avaliar essa capacidade de gerar caixa e equivalentes de caixa se lhes forem fornecidas informações que focalizem a posição patrimonial e financeira, o resultado e as mutações na posição financeira da entidade. A posição patrimonial e financeira da entidade é afetada pelos recursos econômicos que ela controla, sua estrutura financeira, sua liquidez e solvência, e sua capacidade de adaptação às mudanças no ambiente em que opera. As informações sobre os recursos econômicos controlados pela entidade e a sua capacidade, no passado, de modificar esses recursos são úteis para prever a capacidade que a entidade tem de gerar caixa e equivalentes de caixa no futuro. Informações sobre a estrutura financeira são úteis para prever as futuras necessidades de financiamento e como os lucros futuros e os fluxos de caixa serão distribuídos entre aqueles que têm participação na entidade; são também úteis para ajudar a avaliar a probabilidade de que a entidade seja bem-sucedida no levantamento de financiamentos adicionais. As informações sobre liquidez e solvência são úteis para prever a capacidade que a entidade tem de cumprir com seus compromissos financeiros nos respectivos vencimentos. Liquidez se refere à disponibilidade de caixa no futuro próximo, após considerar os compromissos financeiros do respectivo período. Solvência se refere à disponibilidade de caixa no longo prazo para cumprir os compromissos financeiros nos respectivos vencimentos. As informações referentes ao desempenho da entidade, especialmente a sua rentabilidade, são requeridas com a finalidade de avaliar possíveis mudanças necessárias na composição dos recursos econômicos que provavelmente serão controlados pela entidade. As informações sobre as variações nos resultados são importantes nesse sentido. As informações sobre os resultados são úteis para prever a capacidade que a entidade tem de gerar fluxos de caixa a partir dos recursos atualmente controlados por ela. Também é útil para a avaliação da eficácia com que a entidade poderia usar recursos adicionais. As informações referentes às mutações na posição financeira da entidade são úteis para avaliar as suas atividades de investimento, de financiamento e operacionais durante o período abrangido pelas demonstrações contábeis. Essas informações são úteis para fornecer ao usuário uma base para avaliar a G i s e l d a S i l v a , C P F : 2 2 7 9 7 2 8 9 4 0 4 Curso Online - Contabilidade Geral e Avançada – Teoria e ExercíciosCurso Regular Prof. Moraes Junior Prof. José Jayme Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 28 capacidade que a entidade tem de gerar caixa e equivalentes de caixa e as suas necessidades de utilização desses recursos. Na elaboração de uma demonstração das mutações na posição financeira, os fundos podem ser definidos de várias maneiras, tais como recursos financeiros totais, capital circulante líquido, ativos líquidos ou caixa. Nesta Estrutura Conceitual não foi feita nenhuma tentativa de especificar uma definição de fundos. ATENÇÃO!!! As informações sobre a posição patrimonial e financeira são principalmente fornecidas pelo balanço patrimonial. As informações sobre o desempenho são basicamente fornecidas na demonstração do resultado. As informações sobre as mutações na posição financeira são fornecidas nas demonstrações contábeis por meio de uma demonstração em separado, tal como a de fluxos de caixa, de origens e aplicações de recursos etc. As partes componentes das demonstrações contábeis se inter-relacionam porque refletem diferentes aspectos das mesmas transações ou outros eventos. Embora cada demonstração apresente informações que são diferentes das outras, nenhuma provavelmente se presta a um único propósito, nem fornece todas as informações necessárias para necessidades específicas dos usuários. Por exemplo, uma demonstração do resultado fornece um retrato incompleto do desempenho da entidade, a não ser que seja usada em conjunto com o balanço patrimonial e a demonstração das mutações na posição financeira. Notas Explicativas e Demonstrações Suplementares As demonstrações contábeis também englobam notas explicativas, quadros suplementares e outras informações. Por exemplo: - podem conter informações adicionais que sejam relevantes às necessidades dos usuários sobre itens constantes do balanço patrimonial e da demonstração do resultado. - podem incluir divulgações sobre os riscos e incertezas que afetem a entidade e quaisquer recursos e/ou obrigações para os quais não exista obrigatoriedade de serem reconhecidos no balanço patrimonial (tais como reservas minerais). - informações sobre segmentos industriais ou geográficos e o efeito de mudanças de preços sobre a entidade podem também ser fornecidos sob a forma de informações suplementares. G i s e l d a S i l v a , C P F : 2 2 7 9 7 2 8 9 4 0 4 Curso Online - Contabilidade Geral e Avançada – Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Moraes Junior Prof. José Jayme Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 29 2.7. Pressupostos Básicos IMPORTANTE!!! Pressupostos Básicos: - Regime de Competência - Continuidade Nota: Repare que a estrutura conceitual não fala de todos os princípios fundamentais de contabilidade expressamente, mas cita apenas os pressupostos básicos. Contudo, a Resolução no 750/93 é totalmente compatível com a Estrutura Conceitual. 2.7.1. Regime de Competência A fim de atingir seus objetivos, demonstrações contábeis são preparadas conforme o regime contábil de competência. Segundo esse regime, os efeitos das transações e outros eventos são reconhecidos quando ocorrem (e não quando caixa ou outros recursos financeiros são recebidos ou pagos) e são lançados nos registros contábeis e reportados nas demonstrações contábeis dos períodos a que se referem. As demonstrações contábeis preparadas pelo regime de competência informam aos usuários não somente sobre transações passadas envolvendo o pagamento e recebimento de caixa ou outros recursos financeiros, mas também sobre obrigações de pagamento no futuro e sobre recursos que serão recebidos no futuro. Dessa forma, apresentam informações sobre transações passadas e outros eventos que sejam as mais úteis aos usuários na tomada de decisões econômicas. O regime de competência pressupõe a confrontação entre receitas e despesas. 2.7.2. Continuidade As demonstrações contábeis são normalmente preparadas no pressuposto de que a entidade continuará em operação no futuro previsível. Dessa forma, presume-se que a entidade não tem a intenção nem a necessidade de entrar em liquidação, nem reduzir materialmente a escala das suas operações; se tal intenção ou necessidade existir, as demonstrações contábeis têm que ser preparadas numa base diferente e, nesse caso, tal base deverá ser divulgada. G i s e l d a S i l v a , C P F : 2 2 7 9 7 2 8 9 4 0 4 Curso Online - Contabilidade Geral e Avançada – Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Moraes Junior Prof. José Jayme Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 30 2.8. Características Qualitativas das Demonstrações Contábeis IMPORTANTE!!! As características qualitativas são os atributos que tornam as demonstrações contábeis úteis para os usuários. As quatro principais características qualitativas são: - compreensibilidade; - relevância; - confiabilidade; e - comparabilidade. Podemos guardar as características qualitativas das demonstrações contábeis, como aquele robô do filme “Guerra das Estrelas”: C3R (Compreensibilidade, Confiabilidade, Comparabilidade e Relevância). Tudo bem. Criei um robô novo, que não existia no filme, mas o importante é memorizar! Rsrsrs. 2.8.1. Compreensibilidade Uma qualidade essencial das informações apresentadas nas demonstrações contábeis é que elas sejam prontamente entendidas pelos usuários. Para esse fim, presume-se que os usuários tenham um conhecimento razoável dos negócios, atividades econômicas e contabilidade e a disposição de estudar as informações com razoável diligência. Todavia, informações sobre assuntos complexos que devam ser incluídas nas demonstrações contábeis por causa da sua relevância para as necessidades de tomada de decisão pelos usuários não devem ser excluídas em nenhuma hipótese, inclusive sob o pretexto de que seria difícil para certos usuários as entenderem. 2.8.2. Relevância Para serem úteis, as informações devem ser relevantes às necessidades dos usuários na tomada de decisões. As informações são relevantes quando podem influenciar as decisões econômicas dos usuários, ajudando-os a avaliar o impacto de eventos passados, presentes ou futuros ou confirmando ou corrigindo as suas avaliações anteriores. As funções de previsão e confirmação das informações são inter-relacionadas. Por exemplo, informações sobre o nível atual e a estrutura dos ativos têm valor para os usuários na tentativa de prever a capacidade que a entidade G i s e l d a S i l v a , C P F : 2 2 7 9 7 2 8 9 4 0 4 Curso Online - Contabilidade Geral e Avançada – Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Moraes Junior Prof. José Jayme Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 31 tenha de aproveitar oportunidades e a sua capacidade de reagir a situações adversas. As mesmas informações têm o papel de confirmar as previsões passadas sobre, por exemplo, a forma na qual a entidade seria estruturada ou o resultado de operações planejadas. Informações sobre a posição patrimonial e financeira e o desempenho passado são freqüentemente utilizadas como base para projetar a posição e o desempenho futuros, assim como outros assuntos nos quais os usuários estejam diretamente interessados, tais como pagamento de dividendos e salários, alterações no preço das ações e a capacidade que a entidade tenha de atender seus compromissos à medida que se tornem devidos. Para terem valor como previsão, as informações não precisam estar em forma de projeção explícita. A capacidade de fazer previsões com base nas demonstrações contábeis pode ser ampliada, entretanto, pela forma como as informações sobre transações e eventos anteriores são apresentadas. Por exemplo, o valor da demonstração do resultado como elemento
Compartilhar