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Aula 21 Direito Administrativo Aula 04

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CURSO PREPARATÓRIO PARA O CARGO DE AUDITOR-FISCAL DA RFB 
PROF. FABIANO PEREIRA - DIREITO ADMINISTRATIVO 
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1 
 Prof. Fabiano Pereira www.pontodosconcursos.com.br 
Olá! 
 
Eis a nossa aula sobre a Lei 8.666/1993, que regulamenta o art. 37, 
inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos 
da Administração Pública e dá outras providências. 
Apesar de o conteúdo ter ficado “um pouquinho” grande, vale a pena 
dedicar-se à leitura da aula, pois, se esse tópico for cobrado em prova, 
suas questões estão garantidas (lembre-se de que a Lei 8.666/1993 não foi 
incluída no último edital da Receita Federal, mas, por precaução, decidi 
disponibilizar essa “aula extra” – que já estava incluída na programação inicial 
- para favorecer a sua preparação). 
 Desde já, lembre-se de que você não deseja se tornar um especialista 
em licitações (pelo menos por enquanto), mas apenas conseguir o seu lugar no 
serviço público. Depois disso, caso seja de seu interesse, você terá um bom 
tempo disponível e, o que é melhor, muito dinheiro no bolso para pagar um 
excelente curso de pós-graduação sobre o tema. 
 Se você está incluído na lista daqueles que possuem “pavor” da Lei de 
Licitações, pode ter certeza de que, ao término de nossa aula, a sua síndrome 
estará medicada. Entretanto, será necessário que você adote todas as dicas 
que irei fornecer durante o desenvolvimento da aula, e, como não poderia ser 
diferente, resolva todas as questões de fixação de conteúdo que estão 
sendo disponibilizadas. 
Tenho certeza de que você não terá dificuldade alguma para interpretá-
las e acertá-las, mas, se isso ocorrer, lembre-se de enviar para o fórum todos 
os seus questionamentos, pois o nosso objetivo é garantir que você gabarite 
as questões sobre a Lei 8.666/1993. 
No mais, se tiver alguma sugestão, crítica ou elogio que possam 
melhorar a qualidade e produtividade do nosso curso, estou à sua disposição 
no e-mail fabianopereira@pontodosconcursos.com.br. 
 
Bons estudos! 
Fabiano Pereira 
 
Ps.: também estou à sua disposição no FACEBOOK, é só clicar no 
link www.facebook.com.br/professorfabianopereira 
 
 
 
 
CURSO PREPARATÓRIO PARA O CARGO DE AUDITOR-FISCAL DA RFB 
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LICITAÇÃO – LEI 8.666/1993 
1. Considerações iniciais ............................................................. 04 
2. Abrangência da lei 8.666/1993 ................................................ 05 
3. Conceito .................................................................................. 07 
4. Princípios da licitação ............................................................. 07 
 4.1. Princípio da legalidade ................................................. 08 
4.2. Princípio da impessoalidade ......................................... 08 
4.3. Princípio da moralidade ................................................ 10 
4.4. Igualdade entre os participantes ................................. 11 
4.5. Princípio da publicidade ............................................... 13 
4.6. Probidade administrativa ............................................. 14 
4.7. Vinculação ao instrumento convocatório ...................... 14 
4.8. Julgamento objetivo ..................................................... 15 
4.9. Formalismo .................................................................. 16 
4.10. Sigilo na apresentação das propostas ........................ 17 
4.11. Adjudicação compulsória ........................................... 17 
5. Margens de preferência .......................................................... 18 
6. Das Definições ........................................................................ 20 
7. Procedimentos ........................................................................ 22 
 7.1. Audiência Pública ........................................................ 23 
7.2. Edital .......................................................................... 24 
7.3. Antecedência mínima do edital ................................... 26 
7.4. Impugnação administrativa ao edital .......................... 27 
7.5. Comissão de licitação .................................................. 28 
7.6. Habilitação dos licitantes ............................................ 28
 7.7. Julgamento das propostas ........................................... 31 
7.8. Homologação e adjudicação ao vencedor .................... 32 
8. Das obras e serviços ............................................................... 33 
9. Modalidades de licitação ......................................................... 36 
10. Tipos de licitação .................................................................. 44 
11. Exceções à obrigatoriedade de licitar ................................... 47 
11.1. Inexigibilidade .......................................................... 48 
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 11.2. Licitação dispensada ................................................. 50 
 11.3. Licitação dispensável ................................................. 52 
 
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 
 
1. Introdução ao estudo dos contratos administrativos ................ 57 
2. Disciplina normativa e conceito ................................................. 58 
3. Características .......................................................................... 58 
3.1. Atuação da administração como poder público ............... 58 
3.2. Finalidade pública .......................................................... 59 
3.3. Formalismo .................................................................... 59 
3.4. Contrato de adesão ........................................................ 60 
3.5. Pessoalidade (caráter intuitu personae) ........................ 61 
3.6. Existência de “cláusulas exorbitantes” .......................... 62 
4. Manutenção do equilíbrio financeiro do contrato ...................... 67 
5. Exigência de garantias para a execução do contrato ................ 68 
6. Responsabilidade pelos encargos de execução ......................... 69 
7. Recebimento do objeto do contrato .......................................... 69 
8. Extinção do contrato administrativo ......................................... 71 
9. Prazo de duração e prorrogação do contrato ............................ 72 
10. Inexecução contratual ............................................................ 74 
10.1. Inexecução culposa ..................................................... 74 
10.2. Inexecução sem culpa ................................................. 75 
10.3. Teoria da imprevisão ................................................... 75 
10.3.1. Caso fortuito e força maior ....................................... 76 
 10.3.2. Fato do príncipe ........................................................ 77 
10.3.3. Fato da Administração .............................................. 78 
10.3.4. Interferências imprevistas....................................... 78 
11. Revisão de Véspera de Prova .................................................. 79 
12. Questões Comentadas ............................................................ 85 
13. Relação de questões com gabarito .......................................... 125 
 
 
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1. Considerações iniciais 
O inciso XXI, artigo 37, da CF/88, declara expressamente que, 
ressalvados os casos especificados na legislação, “as obras, serviços, 
compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública 
que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com 
cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições 
efetivas da proposta, nos termos da lei, a qual somente permitirá as exigências 
de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento 
das obrigações”. 
Perceba que nem todas as obras, serviços, compras e alienações serão 
contratadas mediante processo de licitação pública, pois a legislação poderá 
criar determinadas hipóteses em que irá ocorrer a sua dispensa ou 
inexigibilidade. 
A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro afirma que "a diferença básica 
entre as duas hipóteses está no fato de que, na dispensa, há possibilidade de 
competição que justifique a licitação; de modo que a lei faculta a dispensa, que 
fica inserida na competência discricionária da Administração. Nos casos de 
inexigibilidade, não há possibilidade de competição, porque só existe um 
objeto ou uma pessoa que atenda às necessidades da Administração; a 
licitação é, portanto, inviável." 
 Exemplo: imagine que a Administração Pública tenha o interesse em 
adquirir a “forca” com a qual Tiradentes foi morto. Ora, se existe apenas uma 
única forca no mundo, como a Administração Pública irá fazer licitação? 
 Nesse caso, temos uma hipótese em que a licitação é inexigível, pois 
existe impossibilidade jurídica de competição, já que apenas uma pessoa é 
proprietária da citada “forca”. 
 Outro exemplo: o art. 24, III, da Lei 8.666/1993, informa que a 
licitação é dispensável nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem. 
Ora, já imaginou que beleza seria se a Administração tivesse que fazer 
licitação, no meio da guerra, com o objetivo de adquirir novas armas para 
combater o inimigo? Certamente não iria sobrar uma alma viva brasileira para 
contar a história da guerra. 
 Para evitar maiores prejuízos à Administração Pública, por se tratar de 
uma situação excepcional, o próprio texto legal dispensou a realização de 
licitação (mas se o administrador quiser realizá-la, fica a critério dele). 
 Pergunta: Em qual legislação iremos encontrar essas hipóteses de 
dispensa e inexigibilidade de licitação? 
Na própria Lei 8.666/93, que foi criada com o objetivo de regulamentar o 
inciso XXI, do artigo 37, da CF/1988. Esta lei estabelece normas gerais sobre 
licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, 
inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos 
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
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Fique tranqüilo, pois nos próximos tópicos voltaremos a tratar 
das diferenças existentes entre “dispensa” e “inexigibilidade” de 
licitação. 
A licitação caracteriza-se como um procedimento administrativo 
vinculado destinado a garantir a observância do princípio constitucional da 
isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração 
Pública. 
Para responder às questões da ESAF: É muito comum você encontrar 
questões em provas afirmando que a licitação destina-se a selecionar a 
proposta que ofereça o “menor preço”, “as melhores condições de 
pagamento”, “a proposta mais barata” etc. Entretanto, lembre-se sempre de 
que a finalidade básica desse instituto é selecionar a proposta mais 
vantajosa para a Administração Pública, que nem sempre será aquela que 
apresenta o menor preço. 
 
2. Abrangência da lei 8.666/93 
 
 O inciso XXVII, artigo 22, da CF/1988, afirma ser de competência 
privativa da União “legislar sobre normas gerais de licitação e contratação, 
em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas 
e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o 
disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de 
economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III”. 
 Apesar de a Lei 8.666/93 ter sido criada pelo Congresso Nacional 
(órgão legislativo da União), estabeleceu normas gerais que devem ser 
obedecidas pela União, Estados, Municípios e Distrito Federal. Entretanto, é 
assegurado a esses entes estatais legislar sobre normas específicas com o 
objetivo de atender a peculiaridades locais (Municípios) ou regionais (Estados), 
desde que não contrariem o texto da Lei Geral de Licitações – Lei 8.666/93. 
 O artigo 1º da Lei de Licitação afirma que se subordinam ao seu regime, 
além dos órgãos da administração direta, “os fundos especiais, as autarquias, 
as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista 
e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, 
Distrito Federal e Municípios”. 
 Pergunta: Professor Fabiano, eu pensei que as empresas públicas e 
sociedades de economia mista (que integram a chamada “Administração 
Pública Indireta”) estavam submetidas a um procedimento licitatório 
diferenciado e não aos comandos da Lei 8.666/93. Estou errado? 
 Bem, não totalmente errado. 
 Na verdade, o §1º, artigo 173, da CF/88, afirma que “a lei estabelecerá 
o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de 
suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou 
comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre 
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licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados 
os princípios da administração pública”. 
 Sendo assim, é possível concluir que as empresas públicas e sociedades 
de economia mista deveriam submeter-se a um procedimento licitatório 
diferenciado, menos “burocrático”, previsto diretamente em lei (naquilo que 
o texto constitucional denomina de “estatuto jurídico), já que são regidas pelo 
Direito Privado e não podem gozar de privilégios fiscais não extensivos ao 
setor privado. Essas entidades administrativas exercem atividades de caráter 
essencialmente empresarial (lucrativo), concorrendo com várias outras 
empresas no mercado, a exemplo do Banco do Brasil e da Caixa Econômica 
Federal (que “disputam” clientes com os bancos privados), e da Petrobrás, 
que concorre com a Texaco, Esso, ALE, etc. 
 Entretanto, até o presente momento não foi criada a lei a que se refere 
o §1º, artigo 173, da CF/1988. Desse modo, as empresas públicas e 
sociedadesde economia mista também devem submeter-se às normas da Lei 
Geral de Licitações (Lei 8.666/93). 
Para responder às questões da ESAF: Todas as entidades da 
Administração Direta (União, Estados, Municípios e Distrito Federal), seus 
respectivos órgãos (Ministérios, Secretarias Estaduais, Secretarias Municipais 
etc.) e entidades integrantes da Administração Indireta (autarquias, 
fundações públicas, sociedades de economia mista e empresas públicas) estão 
obrigados a respeitar o texto da Lei 8.666/1993. 
 ATENÇÃO: Muito cuidado com as “pegadinhas” de prova sobre esse 
assunto. Lembre-se sempre de que as empresas públicas e sociedades de 
economia mista não estão obrigadas a licitar em relação à sua atividade-
fim, pois isso colocaria em risco a competitividade e, consequentemente, a 
própria existência de tais entidades. 
 Exemplo: Como atividade-fim da Petrobrás, entre outras, podemos 
citar a comercialização de petróleo. Nesse caso, é claro que a Petrobrás não 
precisará realizar licitação para escolher a proposta mais vantajosa oferecida 
por quem deseja comprar os seus produtos. A venda poderá ser feita 
diretamente ao interessado, sem licitação. 
 Da mesma forma, acontece também com a Caixa Econômica Federal. É 
claro que esta empresa pública não precisará realizar licitação para escolher os 
interessados em abrir contas correntes em suas agências, pois a abertura de 
novas contas é uma atividade-fim da entidade. 
 Todavia, caso a Petrobrás ou a Caixa Econômica decidam construir uma 
nova sede, comprar material de escritório, reformar as suas mesas e cadeiras, 
entre outras “atividades-meio” (tidas como atividades administrativas, 
internas), estarão obrigadas a realizar licitação. Nesse caso, deve ficar claro 
que a “atividade-meio” não é a responsável direta pela obtenção de receita 
(lucro) por essas entidades (a Petrobrás e a CEF não possuem como finalidade 
empresarial a construção de prédios ou reforma de mesas e cadeiras, por 
exemplo). 
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3. Conceito 
 São vários os conceitos de licitação apresentados pelos doutrinadores 
brasileiros, mas, dentre os principais, destacam-se o da professora Maria 
Sylvia Zanela di Pietro e do professor Celso Antônio Bandeira de Mello. 
 Para a citada professora, pode-se definir a licitação como "o 
procedimento administrativo pelo qual um ente público, no exercício da função 
administrativa, abre a todos os interessados, que se sujeitem às condições 
fixadas no instrumento convocatório, a possibilidade de formularem propostas 
dentre as quais selecionará a mais conveniente para a celebração de contrato". 
 Por outro lado, entende o professor que a licitação é “um certame que as 
entidades governamentais devem promover e no qual abrem disputa entre os 
interessados em com elas travar determinadas relações de conteúdo 
patrimonial, para escolher a proposta mais vantajosa às conveniências 
públicas. Estriba-se na ideia de competição, a ser travada isonomicamente 
entre os que preencham os atributos e as aptidões necessários ao bom 
cumprimento das obrigações que se propõem a assumir”. 
Para responder às questões da ESAF: Não fique preocupado em memorizar 
os conceitos apresentados pelos doutrinadores brasileiros. A banca 
examinadora não irá lhe cobrar a “decoreba” dos conceitos, mas apenas a 
idéia geral que pode ser extraída deles, isto é, de que a licitação tem o 
objetivo de garantir a proposta mais vantajosa para a Administração Pública 
através da disputa entre vários interessados. 
 
4. Princípios da licitação 
 Não existe unanimidade doutrinária em relação aos princípios que 
devem ser observados pela Administração Pública brasileira durante o 
procedimento licitatório. 
Entretanto, o artigo 3º da Lei 8.666/93, alterado pela Lei 
12.349/2010, declara expressamente que “a licitação destina-se a garantir a 
observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta 
mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento 
nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com 
os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da 
igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao 
instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são 
correlatos”. 
 Além dos princípios expressamente previstos no artigo 3º da Lei de 
Licitações, o professor Hely Lopes Meirelles ainda destaca o princípio do sigilo 
das propostas, da adjudicação compulsória e o do formalismo. 
 
 
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4.1. Princípio da legalidade 
 Atualmente, o princípio da legalidade pode ser estudado sob dois 
enfoques distintos: em relação aos particulares e em relação à 
Administração Pública. 
 Em relação aos particulares, o princípio da legalidade está consagrado 
no inciso II, artigo 5º, da Constituição Federal de 1988, segundo o qual 
"ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em 
virtude da lei". 
Isso significa que, em regra, somente uma lei (ato emanado do Poder 
Legislativo) pode impor obrigações aos particulares. 
 Segundo o saudoso professor Hely Lopes Meirelles, “enquanto os 
indivíduos, no campo privado, podem fazer tudo o que a lei não veda, o 
administrador público só pode atuar onde a lei autoriza”. 
 Em relação à Administração, o princípio da legalidade assume um 
enfoque diferente. Nesse caso, está previsto expressamente no caput do artigo 
37 da Constituição Federal de 1988, significando que a Administração Pública 
somente pode agir se existir uma norma legal autorizando. 
 Segundo o professor Celso Antônio Bandeira de Mello, o princípio da 
legalidade “implica subordinação completa do administrador à lei. Todos os 
agentes públicos, desde o que ocupe a cúspide até o mais modesto deles, 
devem ser instrumentos de fiel e dócil realização das finalidades normativas”. 
 Num primeiro momento, pode até parecer que a necessidade de 
autorização legal para que a administração possa agir estaria “engessando” 
a atividade administrativa, além de incentivar o ócio. Entretanto, não é esse o 
objetivo do referido princípio. 
Na verdade, o princípio da legalidade é uma exigência que decorre do 
próprio Estado de Direito, que impõe a necessidade de submissão ao império 
da lei. A Administração Pública somente poderá atuar quando autorizada ou 
permitida por lei. A vontade da Administração é a que decorre da lei e, 
portanto, os agentes públicos somente poderão fazer o que a lei permitir 
ou autorizar. 
Durante a realização do procedimento licitatório, por exemplo, todos os 
atos administrativos devem possuir amparo legal, isto é, precisam ser editados 
em conformidade com a legislação vigente. Essa obrigatoriedade também se 
impõe ao edital da licitação, que, caso seja editado em desconformidade 
com o ordenamento jurídico vigente, é passível de nulidade. 
 
4.2. Princípio da impessoalidade 
 O princípio da impessoalidade, no que se refere ao procedimento 
licitatório, pode ser analisado sob vários aspectos distintos, a saber: 
1º) dever de tratamento isonômico a todos os licitantes; 
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2º) imputação dos atos praticados pelos agentes públicos diretamente às 
pessoas jurídicas em que atuam; 
3º) dever de sempre agir com o intuito de satisfazer o interesse 
público. 
 Sob o primeiro aspecto, o princípio da impessoalidade impõe à 
Administração Pública a obrigação de conceder tratamento isonômico a 
todos os licitantes que se encontrarem em idêntica situação jurídica. Assim, 
fica vedado o tratamento privilegiado a um ou alguns licitantes em função 
de amizade, parentesco ou troca de favores. Da mesma forma, o princípio 
também veda aos administradores que pratiquem atos prejudiciais a 
determinado licitante em razão de inimizade ou perseguição política, por 
exemplo. 
Nesse caso, tem-se o princípio da impessoalidade como um verdadeiro 
“sinônimo” do princípio da isonomia, e a obrigatoriedade de realização de 
concurso público para ingresso em cargo ou emprego público (artigo 37, II), 
bem como a obrigatoriedade de realização de licitação pela Administração 
(artigo 37, XXI), são exemplos clássicos de tal princípio, já que proporcionam 
igualdade de condições para todos os interessados. 
 Em relação ao segundo aspecto, o princípio da impessoalidade 
determina que os atos praticados pela Administração Pública não podem ser 
utilizados para a promoção pessoal do agente público, mandamento expresso 
na segunda parte do § 1º, artigo 37, da Constituição Federal de 1988: 
§ 1º. A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos 
órgãos públicos deverão ter caráter educativo, informativo ou de orientação 
social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que 
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. 
 Os atos praticados pelos agentes púbicos durante a realização do 
procedimento licitatório devem ser imputados à entidade política ou 
administrativa às quais se encontram vinculados, portanto, não poderão ser 
utilizados para a promoção pessoal de quem quer que seja. 
 Assim, não se admite que determinado Prefeito divulgue vários outdoors 
pela cidade, por exemplo, destacado que ele foi o responsável pela licitação 
para a construção do Hospital Municipal, que já estava “parada” há vários 
anos. Os bônus e ônus relativos ao regular processo licitatório devem ser 
atribuídos ao Município e não ao agente público, que “simplesmente” foi um 
instrumento pelo qual o ente municipal se manifestou. 
 Sob um terceiro aspecto, o princípio da impessoalidade pode ser 
estudado como uma aplicação do princípio da finalidade, pois o objetivo 
maior da Administração deve ser sempre a satisfação do interesse público. 
 O edital de licitação, as leis e demais normas administrativas devem ser 
interpretados da forma que melhor atenda ao interesse público a que se 
dirigem. Durante o procedimento licitatório, todos os atos administrativos 
praticados em desconformidade com o interesse público que justificou a 
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realização da licitação serão anulados, seja pela própria Administração Pública 
ou pelo Poder Judiciário. 
 
 4.3. Princípio da moralidade 
 O princípio da moralidade, também previsto expressamente no caput, do 
artigo 37, da Constituição Federal de 1988, determina que os atos e atividades 
da Administração devem obedecer não só à lei, mas também à própria moral, 
pois nem tudo que é legal é honesto. 
 Como consequência do princípio da moralidade, os agentes públicos 
devem agir com honestidade, boa-fé e lealdade, respeitando a isonomia e 
demais preceitos éticos. 
 É válido destacar que a moral administrativa é diferente da moral 
comum, pois, conforme Hauriou, a moral comum é imposta ao homem para a 
sua conduta externa, enquanto a moral administrativa é imposta ao agente 
público para sua conduta interna, segundo as exigências da instituição a que 
serve e a finalidade de sua ação, que é a satisfação do interesse público. 
 Em razão de tal princípio, veda-se à Administração Pública qualquer 
comportamento que contrarie os princípios da lealdade e da boa-fé. Além 
disso, observe-se que o princípio deve ser respeitado não apenas pelos 
agentes públicos, mas também pelos particulares que se relacionam com a 
Administração Pública. Em um processo licitatório, por exemplo, é muito 
comum o conluio entre licitantes com o objetivo de violar o referido princípio, 
conforme informa a professora Di Pietro. 
 Afirma ainda a professora que, em matéria administrativa, sempre que 
se verificar que o comportamento da Administração ou do administrado que 
com ela se relaciona juridicamente, embora em consonância com a lei, 
ofende a moral, os bons costumes, as regras de boa administração, os 
princípios de justiça e de equidade, além da ideia comum de honestidade, 
haverá ofensa ao princípio da moralidade administrativa. 
 O parágrafo 4º, artigo 37, da CF/1988, não se descuidou de assegurar o 
respeito à moralidade administrativa, asseverando que: 
§ 4º. Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão 
dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade 
dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas 
em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. 
 Ainda com o objetivo de resguardar a moralidade administrativa, a 
Constituição Federal também contemplou, em seu inciso LXXIII, artigo 5º, a 
Ação Popular, regulada pela Lei 4.717/65. Por meio dessa ação constitucional 
qualquer cidadão pode deduzir a pretensão de anular atos praticados pelo 
poder público e que estejam contaminados de imoralidade administrativa. 
 
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 É importante esclarecer ainda que, na maioria das vezes, quando um ato 
praticado pela Administração viola um princípio qualquer, como o da 
impessoalidade, legalidade, publicidade, eficiência, etc, estará violando 
também, consequentemente e num segundo plano, o princípio da moralidade. 
 
4.4. Igualdade entre os participantes 
 O princípio da igualdade entre os participantes ou, simplesmente, 
princípio da isonomia, é certamente um dos mais importantes do 
procedimento licitatório, pois deriva diretamente do texto constitucional. 
Com efeito, impõe que aos licitantes deverá ser oferecida igualdade de 
oportunidades durante o procedimento licitatório, não sendo toleráveis 
cláusulas editalícias que afastem injustamente eventuais interessados ou os 
prejudiquem no julgamento. 
 Inicialmente, é importante esclarecer que o princípio da igualdade entre 
os participantes veda a existência de quaisquer privilégios entre os 
participantes do certame decorrentes de condições artificialmente criadas pelo 
próprio Estado, sem amparo legal. 
Apesar disso, destaca-se que a igualdade de condições, estabelecida na 
CF/1988, não pode ser vista como instrumento de conteúdo absoluto. Em 
determinadas circunstâncias, tendo em conta o grau de complexidade do 
objeto da licitação,será possível a fixação de exigências restritivas, desde 
que razoáveis e compatíveis com o interesse público visado. 
 
Para responder às questões da ESAF: Eventuais limitações à participação 
dos licitantes somente podem ser impostas nos limites previstos em lei e 
em conformidade com os princípios gerais do Direito, não sendo possível, 
sem justificativa razoável e aceitável, que se venha a restringir o caráter 
competitivo do certame. 
 
É por isso que, em estrito cumprimento ao preceito constitucional, a Lei 
nº. 8.666/93 determina, no caput e § 1º, inciso I, do artigo 3º, que a licitação 
destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia e a 
selecionar a proposta mais vantajosa para a administração. 
Ainda no § 1º, artigo 3º, da Lei 8.666/1993, está prevista a proibição 
aos agentes públicos de “admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de 
convocação, cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou 
frustrem o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de sociedades 
cooperativas, e estabeleçam preferências ou distinções em razão da 
naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra 
circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do 
contrato”. 
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Desse modo, se o edital licitatório possui cláusula estabelecendo que 
somente os licitantes que tenham sede no mesmo local em que está 
localizada a sede da repartição pública poderão participar do certame, tal 
cláusula é ilegal e, portanto, deve ser anulada. 
Esse tipo de restrição, quando prevista em edital, não pode prevalecer. 
Caso contrário, a própria Administração estaria impossibilitando que outras 
empresas, que não tenham sede no município ou região de localização da 
repartição pública, apresentem e formalizem as suas propostas, que, por sinal, 
podem ser ainda mais vantajosas para o interesse público. 
Tal entendimento está expresso no parágrafo único, do artigo 20, da Lei 
8.666/93, ao estabelecer que “a Administração não impedirá a habilitação de 
interessados residentes ou sediados em outros locais”. 
As cláusulas editalícias que restringem injustificadamente a participação 
de interessados sediados em localidades diversas violam o denominado 
princípio da competitividade, que é uma consequência do princípio da 
igualdade entre os participantes. 
Apesar disso, é possível afirmar que o direito de participar de licitação 
não constitui uma garantia absoluta e inquestionável de quaisquer pessoas ou 
empresas. Apenas as que atendam às exigências feitas justificadamente 
pela Administração podem invocar o seu direito subjetivo de ingressarem no 
certame e apresentarem as suas propostas, desde que tais exigências estejam 
em conformidade com a lei e demais princípios constitucionais. 
 Por último, lembre-se de que, se as propostas oferecidas pelos licitantes 
forem iguais, como critério de desempate, será assegurada preferência, 
sucessivamente, aos bens e serviços: 
1º) produzidos no País; 
2º) produzidos ou prestados por empresas brasileiras; e 
3º) produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e 
no desenvolvimento de tecnologia no País. 
 
4.5. Princípio da publicidade 
 O princípio da publicidade impõe à Administração Pública a 
obrigatoriedade de conceder aos seus atos a mais ampla divulgação 
possível entre os administrados, pois só assim estes poderão fiscalizar e 
controlar a legitimidade das condutas praticadas pelos agentes públicos. 
Ademais, a publicidade de atos, programas, obras e serviços dos órgãos 
públicos deverão ter caráter educativo, informativo ou de orientação social. 
O referido princípio encontra amparo no caput do artigo 37 da 
Constituição Federal de 1988, bem como no inciso XXXIII, do artigo 5º, que 
declara expressamente: 
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 XXXIII - Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de 
seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão 
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas 
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do 
Estado. 
Conforme é possível constatar da leitura do citado inciso, nem toda 
informação de interesse particular ou de interesse coletivo ou geral serão 
disponibilizadas aos interessados, pois foram ressalvadas aquelas que 
coloquem em risco a segurança da sociedade e do Estado. 
Exemplo: Suponhamos que você tenha formulado uma petição 
administrativa destinada ao Ministro de Estado da Defesa e que, no seu texto, 
você tenha solicitado as seguintes informações: quantidade de tanques de 
guerra que estão em atividade no Brasil; número do efetivo de homens da 
Marinha, Exército e Aeronáutica, e os endereços dos locais onde ficam 
guardados os equipamentos bélicos das Forças Armadas. 
Pergunta: Será que o Ministro de Estado da Defesa irá lhe fornecer as 
informações solicitadas? 
É lógico que não, pois tais informações são imprescindíveis à segurança 
da sociedade e do Estado. Imagine o que pode acontecer ao nosso país se 
essas informações forem parar em mãos erradas? (Hugo Chávez, por 
exemplo... brincadeira...) 
A divulgação oficial dos atos praticados pela Administração Pública 
ocorre, em regra, mediante publicação no Diário Oficial, isso em relação à 
União, aos Estados e ao Distrito Federal. Em relação aos Municípios, pode ser 
que algum não possua órgão oficial de publicação de seus atos (Diário Oficial). 
Nesse caso, a divulgação poderá ocorrer mediante afixação do ato na sede do 
órgão ou entidade que os tenha produzido. 
Exemplo: Caso o ato (edital de licitação, por exemplo) seja de 
titularidade do Poder Executivo, poderá ser afixado no quadro de avisos 
localizado no saguão da Prefeitura. Caso o ato tenha sido editado pelo Poder 
Legislativo, poderá ser afixado no saguão da Câmara de Vereadores, em um 
quadro de avisos, a fim de que todos os interessados possam ter acesso e 
consultá-los quando necessário. 
Para responder às questões da ESAF: A publicação do ato administrativo 
em órgão oficial de imprensa não é condição de sua validade, mas sim 
condição de eficácia e moralidade. Somente a partir da publicação é que o 
ato começará a produzir os seus efeitos jurídicos, mesmo que há muito tempo 
já esteja editado, aguardando apenas a sua divulgação. 
 
Atenção: Alguns atos administrativos, a exemplo dos atos internos, 
podem ser divulgados nos boletins internos existentes no interior de vários 
órgãos e entidades administrativas. Por outro lado, os atos externos devem 
ser publicados em Diário Oficial, exceto se a lei estabelecer outra forma. 
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A preocupação do legislador em relação à publicidade dos atos e 
procedimentos inerentes à licitação está expressa no texto da Lei 8.666/1993, 
que, em seu art.3º, § 3º, dispõe que: 
A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao 
público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo 
das propostas, até a respectiva abertura. 
 
4.6. Probidade administrativa 
 O professor Marcelo Figueiredo entende que “a probidade é espécie do 
gênero ‘moralidade administrativa’ a que alude, por exemplo, o art. 37, caput 
e seu § 4° da CF. O núcleo da probidade está associado (deflui) ao princípio 
maior da moralidade administrativa, verdadeiro norte à administração em 
todas as suas manifestações. Se correta estiver a análise, podemos associar, 
como o faz a moderna doutrina do Direito Administrativo, os atos atentatórios 
à probidade como também atentatórios à moralidade administrativa. Não 
estamos a afirmar que ambos os conceitos são idênticos. Ao contrário, a 
probidade é peculiar e específico aspecto da moralidade administrativa”. 
De qualquer forma, o importante é que você entenda que os atos que 
caracterizam improbidade administrativa estão relacionados na Lei 8.429/92, 
e, nos termos do artigo 37, § 4°, da CF/88, podem ocasionar a suspensão dos 
direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o 
ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo 
da ação penal cabível. 
Além disso, nos artigos 89 a 99 da Lei 8.666/93 é possível constatar 
vários dispositivos que punem a prática de atos violadores da moralidade e 
probidade administrativa. 
 
4.7. Vinculação ao instrumento convocatório 
O Princípio da vinculação ao instrumento convocatório, também chamado 
de princípio da vinculação ao edital, está previsto expressamente no artigo 41 
da Lei 8.666/93, ao afirmar que “a Administração não pode descumprir as 
normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada”. 
Na verdade, apesar de o artigo 41 da Lei 8.666/93 fazer referência 
somente à Administração Pública, é necessário esclarecer que as regras 
licitatórias estabelecidas no edital tornam-se obrigatórias também para todos 
aqueles particulares que desejam participar do certame. O edital, nesse caso, 
torna-se lei entre as partes. 
O artigo 43, em seu inciso V, declara ainda que o julgamento e a 
classificação das propostas deverão ocorrer em conformidade com os critérios 
de avaliação constantes do edital, ratificando a necessidade de vinculação ao 
texto do instrumento convocatório. 
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Este princípio também se aplica à modalidade licitatória denominada 
convite, que, em vez de edital, disponibiliza uma carta-convite aos 
eventuais interessados em participar do procedimento licitatório. 
Para responder às questões da ESAF: É muito comum você encontrar 
questões em prova afirmando que, após a publicação do edital, não pode 
ocorrer mais qualquer alteração em seu texto, em virtude do princípio da 
“inalterabilidade do instrumento convocatório”. Fique atento, pois essa questão 
estaria errada. Em regra, prevalece o entendimento de que, após a sua 
publicação, o edital não deve ser alterado, garantindo-se o respeito aos 
princípios da moralidade administrativa, da impessoalidade e, principalmente, 
da segurança jurídica. Entretanto, se o interesse público assim o exigir, 
poderão ocorrer alterações em seu texto. 
 
4.8. Julgamento objetivo 
 O professor Hely Lopes Meirelles nos ensina que julgamento objetivo é 
aquele “que se baseia no critério indicado no edital e nos termos específicos 
das propostas. É princípio de toda licitação que seu julgamento se apoie em 
fatores concretos pedidos pela Administração, em confronto com o ofertado 
pelos proponentes dentro do permitido no edital ou convite. Visa afastar o 
discricionarismo na escolha das propostas, obrigando os julgadores a aterem-
se ao critério prefixado pela Administração, com o que se reduz e se delimita a 
margem de valoração subjetiva, sempre presente em qualquer julgamento”. 
 O princípio do julgamento objetivo está previsto expressamente no 
texto da Lei Geral de Licitações, mais precisamente em seu artigo 44, ao 
afirmar que, “no julgamento das propostas, a Comissão levará em 
consideração os critérios objetivos definidos no edital ou convite, os quais não 
devem contrariar as normas e os princípios estabelecidos por esta Lei”. 
 Corroborando essa obrigatoriedade, o artigo 45 também determina que 
“o julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de licitação ou 
o responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de 
licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e de 
acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar 
sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle”. 
 Pergunta: Professor, o que são tipos de licitação? 
 Os “tipos de licitação” são critérios adotados para a escolha da 
proposta mais vantajosa para a Administração e estão previstos no § 1º, do 
artigo 45, da Lei 8.666/93, que assim expõe: 
“Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação, exceto na 
modalidade concurso: 
I - a de menor preço - quando o critério de seleção da proposta mais 
vantajosa para a Administração determinar que será vencedor o licitante 
que apresentar a proposta de acordo com as especificações do edital ou 
convite e ofertar o menor preço; 
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II - a de melhor técnica; 
III - a de técnica e preço. 
IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de alienação de bens ou 
concessão de direito real de uso”. 
 Dentre todos os tipos de licitação apresentados no § 1º do artigo 45, 
certamente o que possibilita um efetivo julgamento objetivo é o de “menor 
preço”, pois, neste caso, não resta qualquer subjetivismo à Comissão de 
Licitação ou o responsável pelo convite, que se restringirão a certificar o valor 
da proposta e o respeito aos requisitos editalícios. 
 Em relação aos demais tipos licitatórios, dificilmente teremos um 
julgamento efetivamente objetivo em virtude da necessidade de análises 
técnicas que, em muitas das vezes, importam na emissão de juízo de valor. 
 Na modalidade licitatória denominada “concurso”, por exemplo, fica 
muito difícil valer-se exclusivamente de critérios objetivos para decidir qual é a 
proposta vencedora. Em um concurso realizado pelo Tribunal Superior Eleitoral 
para escolher um novo hino para a instituição, por exemplo, inevitavelmente 
serão utilizados alguns critérios subjetivos para definir o vencedor, já que se 
trata de uma “peça artística”, que levará em conta os gostos musicais dos 
eventuais membros da comissão de licitação. 
 
Para responder às questões da ESAF: O princípio segundo o qual os 
critérios e fatores seletivos previstos no edital devem ser adotados 
inafastavelmente para o julgamento, evitando-se, assim, qualquer surpresa 
para os participantes da licitação, denomina-se Julgamento Objetivo. 
 
4.9. Formalismo 
 O artigo 4º da Lei 8.666/93 afirma que o procedimento licitatório 
caracteriza ato administrativo formal, seja ele praticado em qualquer esfera 
da Administração Pública. Isso quer dizer que o procedimento licitatório está 
vinculado não somente ao texto legal, mastambém aos regulamentos, às 
normatizações administrativas e, consequentemente, ao próprio edital. 
 O professor Hely Lopes Meirelles chama atenção para o fato de que o 
“procedimento formal, entretanto, não se confunde com ‘formalismo’, que se 
caracteriza por exigências inúteis e desnecessárias. Por isso mesmo, não se 
anula o procedimento diante de meras omissões ou irregularidades formais na 
documentação ou nas propostas, desde que, por sua irrelevância, não causem 
prejuízo à Administração e aos licitantes. A regra é a dominante nos processos 
judiciais: não se decreta a nulidade onde não houver dano para qualquer das 
partes - ‘pas de nullité sans grief’, como dizem os franceses.” 
 
 
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4.10. Sigilo na apresentação das propostas 
A fim de garantir o caráter competitivo e, principalmente, a moralidade 
do procedimento licitatório, o conteúdo das propostas apresentadas pelos 
licitantes somente será conhecido no momento previamente determinado. 
O sigilo das propostas é consequência lógica do processo, pois, caso um 
licitante tenha acesso antecipado às propostas apresentadas pelos demais, 
certamente seria privilegiado, podendo manipular o resultado da licitação. 
O § 3º, do art. 3º, da Lei 8.666/93, declara que “a licitação não será 
sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu procedimento, 
salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura”. 
A violação do sigilo das propostas ensejará a anulação do procedimento 
licitatório, além da tipificação do crime previsto no artigo 94: 
“Art. 94. Devassar o sigilo de proposta apresentada em procedimento 
licitatório, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo: 
Pena - detenção de 02 (dois) a 03 (três) anos e multa”. 
 
 4.11. Adjudicação compulsória 
 Adjudicar significa “atribuir ao adjudicatário o objeto ou a mercadoria 
postos em adjudicação; chamar a si; apropriar-se” (Larousse Dicionário da 
Língua Portuguesa). 
 Bem, o significado da palavra nos fornece apenas uma dica sobre o 
princípio em estudo, mas, de uma forma geral, podemos definir a adjudicação 
como o ato pelo qual a autoridade competente atribui ao vencedor da 
licitação o seu objeto. 
 O professor Hely Lopes Meirelles afirma que a Administração não pode, 
concluído o procedimento licitatório, atribuir o objeto da licitação a outrem que 
não o vencedor. “A adjudicação ao vencedor é obrigatória, salvo se este 
desistir expressamente do contrato ou o não firmar no prazo prefixado, a 
menos que comprove justo motivo. A compulsoriedade veda também que se 
abra nova licitação enquanto válida a adjudicação anterior”. 
Afirma ainda o professor que, no entanto, “o direito do vencedor limita-
se à adjudicação, ou seja, à atribuição a ele do objeto da licitação, e não ao 
contrato imediato. E assim é porque a Administração pode, licitamente, 
revogar ou anular o procedimento ou, ainda, adiar o contrato, quando ocorram 
motivos para essas condutas. O que não se lhe permite é contratar com 
outrem, enquanto válida a adjudicação, nem revogar o procedimento ou 
protelar indefinidamente a adjudicação ou a assinatura do contrato sem justa 
causa”. 
 
 
 
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5. Margens de preferência 
Nos processos de licitação realizados pela Administração Pública, poderá 
ser estabelecida margem de preferência para produtos manufaturados e 
para serviços nacionais que atendam às normas técnicas brasileiras. Essa 
“margem de preferência”, incluída pela Lei 12.349/2010, acabou relativizando 
o princípio da igualdade entre os participantes e a afirmação de que a 
licitação tem por objetivo contratar a proposta que seja mais “vantajosa” 
financeiramente para a Administração. 
Doravante, em virtude da alteração promovida no texto do art. 3º da Lei 
8.666/1990, uma proposta pode ser definida como a “mais vantajosa” para 
Administração ainda que não apresente, necessariamente, o menor preço 
(mesmo nas licitações do tipo menor preço), se gerar benefícios indiretos e 
mediatos a longo prazo que garantam a promoção do desenvolvimento 
nacional sustentável. 
Exemplo: Se em determinada licitação para aquisição do “produto X“ for 
estabelecida margem de preferência de 10% (dez por cento) para os 
produtos nacionais, a proposta contendo produto estrangeiro será derrotada 
ainda que apresente valor até 10% (dez por cento) inferior. Assim, se o 
produto nacional for oferecido para a Administração Pública por R$ 
109.000,00 e o estrangeiro por R$ 100.000,00, aquele deverá ser escolhido 
em razão da margem de preferência de 10% (dez por cento). 
A própria Lei 12.349/2010 encarregou-se de definir as expressões 
“produtos manufaturados nacionais” e “serviços nacionais”, conforme 
prevê o art. 6º, incisos XVII e XVIII, da Lei 8.666/1993: 
1. Produtos manufaturados nacionais - produtos manufaturados, 
produzidos no território nacional de acordo com o processo produtivo básico ou 
com as regras de origem estabelecidas pelo Poder Executivo federal; 
2. Serviços nacionais - serviços prestados no País, nas condições 
estabelecidas pelo Poder Executivo federal. 
Além da margem de preferência “básica”, prevista no § 5º, art. 3º, 
da Lei 8.666/1993, a Administração Pública ainda poderá prever uma margem 
de preferência “adicional” para os produtos manufaturados e serviços 
nacionais resultantes de desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no 
País, desde que essas duas margens de preferência, quando somadas, não 
ultrapassem o montante de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o preço 
dos produtos manufaturados e serviços estrangeiros. 
 Exemplo: suponhamos que a Administração Pública, interessada em 
adquirir determinado produto, tenha fixado margem de preferência básica de 
10% (dez por cento) para os produtos manufaturados nacionais em relação 
aos produtos estrangeiros. Imaginemos, agora, que a Administração também 
decida fixar margem de preferência adicional para os produtos 
manufaturados nacionais resultantes de desenvolvimento e inovação 
tecnológica realizados no País. 
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Nesse caso, qual será o percentual máximo de margem adicional que 
poderá ser fixado pela Administração Pública? 
 É simples. O percentual máximo para produtos nacionais resultantes de 
desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País será de 15% 
(quinze por cento), pois já existe margem básica fixada em 10% (dez por 
cento) e, nos termos do art. 3º, § 8º, da Lei 8.666/1993, a soma das duas 
margens não pode ser superior a 25% (vinte e cinco por cento). 
A margem de preferência básica será estabelecida com base em estudos 
revistos periodicamente, em prazo não superior a 5 (cinco) anos, que levem 
em consideração: 
I - geração de emprego e renda; 
II - efeito na arrecadação de tributos federais, estaduaise municipais; 
III - desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País; 
IV - custo adicional dos produtos e serviços; e 
V - em suas revisões, análise retrospectiva de resultados. 
Para responder às questões da ESAF: A margem de preferência básica 
poderá ser estendida, total ou parcialmente, aos bens e serviços originários 
dos Estados Partes do Mercado Comum do Sul – Mercosul. 
Os editais de licitação para a contratação de bens, serviços e obras 
poderão, mediante prévia justificativa da autoridade competente, exigir que o 
contratado promova, em favor de órgão ou entidade integrante da 
administração pública ou daqueles por ela indicados a partir de processo 
isonômico, medidas de compensação comercial, industrial, tecnológica ou 
acesso a condições vantajosas de financiamento, cumulativamente ou não, na 
forma estabelecida pelo Poder Executivo federal. 
Ademais, com o objetivo de assegurar estrita obediência aos princípios 
da impessoalidade, moralidade e publicidade, dispõe o art. 3º, § 13, da Lei 
8.666/1993, que será divulgada na internet, a cada exercício financeiro (uma 
vez por ano), a relação de empresas favorecidas em decorrência da fixação de 
margens de preferência, com indicação do volume de recursos destinados a 
cada uma delas. 
 
Para responder às questões da ESAF: No Acórdão nº 693/2011, o plenário 
do Tribunal de Contas da União afirmou que a intenção do legislador, ao 
utilizar o vocábulo “poderá”, no parágrafo 5º, art. 3º, da Lei 8.666/1993, é a 
de conferir discricionariedade ao gestor de utilizar ou não a possibilidade de 
preferência por produtos e serviços nacionais em suas contratações, devendo 
evidenciar que a opção escolhida tem como premissa o interesse público e a 
conveniência do órgão, devidamente justificados. 
 
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Todos os valores, preços e custos utilizados nas licitações, 
independentemente de eventuais margens de preferência, terão como 
expressão monetária a moeda corrente nacional (Real), ressalvado o disposto 
no art. 42 da Lei 8.666/1993, devendo cada unidade da Administração, no 
pagamento das obrigações relativas ao fornecimento de bens, locações, 
realização de obras e prestação de serviços, obedecer, para cada fonte 
diferenciada de recursos, a estrita ordem cronológica das datas de suas 
exigibilidades, salvo quando presentes relevantes razões de interesse público e 
mediante prévia justificativa da autoridade competente, devidamente 
publicada. 
 
6. Das Definições 
 
 Sei que você já possui centenas de conceitos para “memorizar” no 
âmbito do Direito Administrativo. Entretanto, levando-se em conta as provas 
de concursos, aconselho que você acrescente todos os itens seguintes em sua 
lista de “fixação obrigatória”, pois são muito grandes as chances de você 
encontrar uma questão em prova. 
Para os fins previstos na Lei de Licitações e Contratos Administrativos, 
memorize as seguintes definições legais: 
I - Obra - toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou 
ampliação, realizada por execução direta ou indireta; 
II - Serviço - toda atividade destinada a obter determinada utilidade de 
interesse para a Administração, tais como: demolição, conserto, instalação, 
montagem, operação, conservação, reparação, adaptação, manutenção, 
transporte, locação de bens, publicidade, seguro ou trabalhos técnico-
profissionais; 
III - Compra - toda aquisição remunerada de bens para fornecimento 
de uma só vez ou parceladamente; 
IV - Alienação - toda transferência de domínio de bens a terceiros; 
V - Obras, serviços e compras de grande vulto - aquelas cujo valor 
estimado seja superior a 25 (vinte e cinco) vezes o limite estabelecido na 
alínea "c" do inciso I do art. 23 desta Lei , isto é, superior a R$ 
37.500.000,00; 
VI - Seguro-Garantia - o seguro que garante o fiel cumprimento das 
obrigações assumidas por empresas em licitações e contratos; 
VII - Execução direta - a que é feita pelos órgãos e entidades da 
Administração, pelos próprios meios; 
VIII - Execução indireta - a que o órgão ou entidade contrata com 
terceiros sob qualquer dos seguintes regimes: 
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a) empreitada por preço global - quando se contrata a execução da 
obra ou do serviço por preço certo e total; 
b) empreitada por preço unitário - quando se contrata a execução da 
obra ou do serviço por preço certo de unidades determinadas; 
d) tarefa - quando se ajusta mão-de-obra para pequenos trabalhos por 
preço certo, com ou sem fornecimento de materiais; 
e) empreitada integral - quando se contrata um empreendimento em 
sua integralidade, compreendendo todas as etapas das obras, serviços e 
instalações necessárias, sob inteira responsabilidade da contratada até a sua 
entrega ao contratante em condições de entrada em operação, atendidos os 
requisitos técnicos e legais para sua utilização em condições de segurança 
estrutural e operacional e com as características adequadas às finalidades para 
que foi contratada; 
IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e suficientes, 
com nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou 
complexo de obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas 
indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade 
técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e 
que possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do 
prazo de execução, devendo conter os seguintes elementos: 
a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a fornecer visão 
global da obra e identificar todos os seus elementos constitutivos com clareza; 
b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente detalhadas, de 
forma a minimizar a necessidade de reformulação ou de variantes durante as 
fases de elaboração do projeto executivo e de realização das obras e 
montagem; 
c) identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais e 
equipamentos a incorporar à obra, bem como suas especificações que 
assegurem os melhores resultados para o empreendimento, sem frustrar o 
caráter competitivo para a sua execução; 
d) informações que possibilitem o estudo e a dedução de métodos 
construtivos, instalações provisórias e condições organizacionais para a obra, 
sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução; 
e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da obra, 
compreendendo a sua programação, a estratégia de suprimentos, as normas 
de fiscalização e outros dados necessários em cada caso; 
f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em 
quantitativos de serviços e fornecimentos propriamente avaliados; 
X - Projeto Executivo - o conjunto dos elementos necessários e 
suficientes à execução completa da obra, de acordo com as normas pertinentes 
da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT; 
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XI - Administração Pública - a administração direta e indireta da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, abrangendo inclusive 
as entidades com personalidade jurídica de direito privado sob controle do 
poder público e das fundações por ele instituídas ou mantidas; 
XII - Administração - órgão, entidade ou unidade administrativa pela 
qual a Administração Pública opera e atua concretamente; 
XIII - Imprensa Oficial - veículo oficial de divulgação da Administração 
Pública, sendo para a União o Diário Oficial da União, e, para os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios, o que for definido nas respectivas leis; 
XIV - Contratante - é o órgão ou entidade signatária do instrumento 
contratual; 
XV - Contratado - a pessoa física ou jurídica signatária de contrato com 
a Administração Pública; 
XVI - Comissão - comissão, permanente ou especial, criada pela 
Administração com a função de receber, examinar e julgar todos os 
documentos e procedimentos relativos às licitações e ao cadastramento de 
licitantes. 
XVII - produtos manufaturados nacionais - produtos 
manufaturados, produzidos no território nacional de acordo com o processo 
produtivo básico ou com as regras de origem estabelecidas pelo Poder 
Executivo federal; 
XVIII - serviços nacionais - serviços prestados no País, nas condições 
estabelecidas pelo Poder Executivo federal; 
XIX - sistemas de tecnologia de informação e comunicação 
estratégicos - bens e serviços de tecnologia da informação e comunicação 
cuja descontinuidade provoque dano significativo à administração pública e 
que envolvam pelo menos um dos seguintes requisitos relacionados às 
informações críticas: disponibilidade, confiabilidade, segurança e 
confidencialidade. 
 
7. Procedimentos 
O professor Edmir Netto de Araújo afirma que como todo ato 
administrativo decisório da Administração, a licitação se inicia pela autuação do 
respectivo procedimento. Este significa a formalização de atos (passos) em 
sequência lógica, em direção ao provimento administrativo visado, sendo por 
vezes denominado processo administrativo quando o contraditório é previsto 
em sua estrutura procedimental. 
O Tribunal de Contas da União, através da Súmula 177, deixou bem 
claro que “a definição precisa e suficiente do objeto licitado constitui regra 
indispensável da competição, até mesmo como pressuposto do postulado de 
igualdade entre os licitantes, do qual é subsidiário o princípio da publicidade, 
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que envolve o conhecimento, pelos concorrentes potenciais das condições 
básicas da licitação”. 
 A doutrina majoritária divide a licitação em duas grandes fases: a 
interna, que se inicia com a abertura do procedimento administrativo, e a 
externa, que tem início com uma audiência pública, nas licitações cujos 
valores sejam superiores a R$ 150.000.000,00 (cento e cinquenta milhões de 
reais), ou com a publicação do edital ou envio da carta-convite, nos valores 
medianos e aqueles considerados de menor vulto. 
 Apesar de não trazer em seu texto um “roteiro” licitatório, a Lei 
8.666/1993 apresenta vários dispositivos que podem orientar o nosso estudo e 
facilitar o conhecimento das fases interna e externa da licitação. 
O artigo 43, por exemplo, apresenta um resumo das principais etapas da 
fase externa da licitação aplicáveis à concorrência e, no que couber, ao 
concurso, ao leilão, à tomada de preços e ao convite, a saber: 
1ª) abertura dos envelopes contendo a documentação relativa à 
habilitação dos concorrentes, e sua apreciação; 
2ª) devolução dos envelopes fechados aos concorrentes inabilitados, 
contendo as respectivas propostas, desde que não tenha havido recurso 
ou após sua denegação; 
3ª) abertura dos envelopes contendo as propostas dos concorrentes 
habilitados, desde que transcorrido o prazo sem interposição de recurso, 
ou tenha havido desistência expressa, ou após o julgamento dos 
recursos interpostos; 
4ª) verificação da conformidade de cada proposta com os requisitos do 
edital e, conforme o caso, com os preços correntes no mercado ou 
fixados por órgão oficial competente, ou ainda com os constantes do 
sistema de registro de preços, os quais deverão ser devidamente 
registrados na ata de julgamento, promovendo-se a desclassificação das 
propostas desconformes ou incompatíveis; 
5ª) julgamento e classificação das propostas de acordo com os critérios 
de avaliação constantes do edital; 
6ª) deliberação da autoridade competente quanto à homologação e à 
adjudicação do objeto da licitação. 
É importante destacar que as etapas apresentadas aplicam-se à 
concorrência e, no que couber, ao concurso, ao leilão, à tomada de preços e 
ao convite. 
 
 7.1. Audiência Pública 
 O artigo 39 da Lei 8.666/93 estabelece que sempre que o valor estimado 
para uma licitação ou para um conjunto de licitações simultâneas ou 
sucessivas for superior a R$ 150.000.000,00 (100 vezes o limite previsto 
no art. 23, inciso I, alínea "c"), o processo licitatório será iniciado, 
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obrigatoriamente, com uma audiência pública concedida pela autoridade 
responsável com antecedência mínima de 15 (quinze) dias úteis da data 
prevista para a publicação do edital, e divulgada, com a antecedência mínima 
de 10 (dez) dias úteis de sua realização, pelos mesmos meios previstos para a 
publicidade da licitação, à qual terão acesso e direito a todas as informações 
pertinentes e a se manifestar todos os interessados, sejam futuros 
participantes ou representantes da sociedade. 
 Licitações simultâneas são aquelas com objetos similares e com 
realização prevista com intervalos iguais ou inferiores a 30 dias. Por outra via, 
consideram-se sucessivas duas licitações, quando, sendo semelhantes seus 
objetos, o edital de abertura da posterior seja publicado antes de 120 dias do 
término do contrato relativo à licitação anterior. 
 A título de exemplo, destaca-se que no ano passado o DNIT 
(Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transporte) realizou audiência 
pública para discussão do processo licitatório da segunda etapa do “Plano 
Nacional de Pesagem”, através do qual serão instalados 157 Postos de 
Pesagem de Veículos – PPVs, com previsão de investimento de R$ 1 bilhão, 
sendo 94 postos dotados de equipamentos fixos e 63 bases para operação de 
equipamentos de pesagem móvel. 
 Na audiência pública estiveram presentes representantes de 
aproximadamente 25 empresas, que fizeram questionamentos a respeito do 
processo licitatório e dos detalhes do edital de lançamento. 
 
7.2. Edital 
O Edital é considerado a lei interna da licitação. Através dele a 
Administração Pública apresentará todas as regras para a aquisição de bens 
ou contratação dos serviços desejados, que deverão ser respeitadas na 
íntegra, sob pena de inabilitação (documentação) ou desclassificação (proposta 
comercial não aceita). 
O artigo 40 da Lei 8.666/93 estabelece que o edital contenha no 
preâmbulo o número de ordem em série anual, o nome da repartição 
interessada e de seu setor, a modalidade, o regime de execução e otipo da 
licitação, a menção de que será regido por esta Lei, o local, o dia e a hora para 
recebimento da documentação e proposta, bem como para início da abertura 
dos envelopes, além de indicar, obrigatoriamente, o seguinte: 
1º) objeto da licitação, em descrição sucinta e clara; 
2º) prazo e condições para assinatura do contrato ou retirada dos 
instrumentos, como previsto no art. 64 desta Lei, para execução do 
contrato e para entrega do objeto da licitação; 
3º) sanções para o caso de inadimplemento; 
4º) local onde poderá ser examinado e adquirido o projeto básico; 
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5º) se há projeto executivo disponível na data da publicação do edital de 
licitação e o local onde possa ser examinado e adquirido; 
6º) condições para participação na licitação e forma de apresentação das 
propostas; 
7º) critério para julgamento, com disposições claras e parâmetros 
objetivos; 
8º) locais, horários e códigos de acesso dos meios de comunicação à 
distância em que serão fornecidos elementos, informações e 
esclarecimentos relativos à licitação e às condições para atendimento das 
obrigações necessárias ao cumprimento de seu objeto; 
9º) condições equivalentes de pagamento entre empresas brasileiras e 
estrangeiras, no caso de licitações internacionais; 
10) o critério de aceitabilidade dos preços unitário e global, conforme o 
caso, permitida a fixação de preços máximos e vedada a fixação de 
preços mínimos, critérios estatísticos ou faixas de variação em relação a 
preços de referência; 
11) critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva do custo 
de produção, admitida a adoção de índices específicos ou setoriais, desde 
a data prevista para apresentação da proposta, ou do orçamento a que 
essa proposta se referir, até a data do adimplemento de cada parcela; 
12) limites para pagamento de instalação e mobilização para execução 
de obras ou serviços que serão obrigatoriamente previstos em separado 
das demais parcelas, etapas ou tarefas; 
13) condições de pagamento, prevendo: 
a) prazo de pagamento não superior a trinta dias, contado a partir 
da data final do período de adimplemento de cada parcela; 
b) cronograma de desembolso máximo por período, em 
conformidade com a disponibilidade de recursos financeiros; 
c) critério de atualização financeira dos valores a serem pagos, 
desde a data final do período de adimplemento de cada parcela até 
a data do efetivo pagamento; 
d) compensações financeiras e penalizações, por eventuais atrasos, 
e descontos, por eventuais antecipações de pagamentos; 
e) exigência de seguros, quando for o caso; 
14) instruções e normas para os recursos previstos nesta Lei; 
15) condições de recebimento do objeto da licitação; 
16) outras indicações específicas ou peculiares da licitação. 
 
 
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Além disso, é importante destacar que o artigo 21 da lei estudada 
determina que os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências, 
das tomadas de preços, dos concursos e dos leilões, embora realizados no local 
da repartição interessada, deverão ser publicados com antecedência, no 
mínimo, por uma vez: 
I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por órgão 
ou entidade da Administração Pública Federal e, ainda, quando se tratar 
de obras financiadas parcial ou totalmente com recursos federais ou 
garantidas por instituições federais; 
II - no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quando se tratar, 
respectivamente, de licitação feita por órgão ou entidade da 
Administração Pública Estadual ou Municipal, ou do Distrito Federal; 
III - em jornal diário de grande circulação no Estado e também, se 
houver, em jornal de circulação no Município ou na região onde será 
realizada a obra, prestado o serviço, fornecido, alienado ou alugado o 
bem, podendo ainda a Administração, conforme o vulto da licitação, 
utilizar-se de outros meios de divulgação para ampliar a área de 
competição. 
Por último, informa ainda que o aviso publicado contenha a indicação 
do local em que os interessados poderão ler e obter o texto integral do edital 
e todas as informações sobre a licitação. 
 
7.3. Antecedência mínima do edital 
A própria Lei de Licitações, em seu artigo 21, estabelece o prazo mínimo 
até o recebimento das propostas ou da realização do evento, que será de: 
I - quarenta e cinco dias para: 
a) concurso; 
b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar o regime 
de empreitada integral ou quando a licitação for do tipo "melhor técnica" 
ou "técnica e preço"; 
II - trinta dias para: 
a) concorrência, nos casos não especificados na alínea "b" do inciso 
anterior; 
b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou 
"técnica e preço"; 
III - quinze dias para a tomada de preços, nos casos não especificados 
na alínea "b" do inciso anterior, ou leilão; 
IV - cinco dias úteis para convite. 
 
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Assim, é necessário que a Administração publique os editais licitatórios 
ou envie as cartas-convites para os interessados com uma antecedência 
mínima, necessária para um estudo minucioso das regras do procedimento 
licitatório específico e para a elaboração de proposta que realmente possa 
atender às expectativas do ente licitante. 
Os prazos estabelecidos no artigo 21 serão contados a partir da última 
publicação do edital resumido ou da expedição do convite, ou ainda da 
efetiva disponibilidade do edital ou do convite e respectivos anexos, 
prevalecendo a data que ocorrer mais tarde. 
Qualquer modificação no edital exige divulgação pela mesma forma que 
se deu o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto 
quando, inquestionavelmente, a alteração não afetar a formulação das 
propostas. 
Exemplo: Suponhamos que, após ter publicado o edital licitatório, a 
Administração tenha o interesse em promover uma alteração em seu texto, 
modificando o local de entrega das propostas do 2º para o 3º andar da sede do 
órgão licitante. 
Ora, nesse caso, a alteração promovida no edital não irá afetar em nada 
a formulação das propostas. Entretanto, caso o interesse da Administração 
seja alterar a quantidade de computadores que serão adquiridos, de 50 
(cinquenta) para 100 (cem), será necessário realizar uma nova divulgação, 
reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido. 
 
7.4. Impugnação administrativa ao edital 
Qualquer cidadão ou participante do procedimento licitatório é 
parte legítima para impugnar edital de licitação quando este contrariar o texto 
da Lei 8.666/93 ou os princípios gerais do Direito Administrativo. 
Caso a impugnação seja feita por um cidadão qualquer, que não esteja 
partic ipando do procedimento licitatório, deverá ser efetuada até

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