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Aula 24 Direito Administrativo Aula 05

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CURSO PREPARATÓRIO PARA O CARGO DE AUDITOR-FISCAL DA RFB 
PROF. FABIANO PEREIRA - DIREITO ADMINISTRATIVO 
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1 
Prof. Fabiano Pereira www.pontodosconcursos.com.br 
Olá! 
 A nossa aula de hoje versará sobre um tema presente em quase 
todas as provas de Direto Administrativo, independentemente da banca 
responsável pela organização do certame: “agentes públicos” e o regime 
jurídico dos servidores públicos federais (Lei 8.112/1990). 
A maioria das questões de prova certamente versará sobre o texto 
literal da lei, não apresentando maiores dificuldades. Todavia, é 
importante esclarecer que a ESAF pode tentar elaborar algumas questões 
mais complexas, abordando o posicionamento do Superior Tribunal de 
Justiça e do Supremo Tribunal Federal, como já ocorreu em provas 
anteriores. Não se preocupe, pois, para abordar esses temas 
jurisprudenciais mais “polêmicos”, apresentarei várias questões do CESPE, 
com os respectivos comentários. 
 
 Para quaisquer esclarecimentos, estou à disposição no fórum de 
dúvidas. 
 
Bons estudos! 
 
Fabiano Pereira 
fabianopereira@pontodosconcursos.com.br 
 
 
"Possuímos em nós mesmos, pelo pensamento e a vontade, um 
poder de ação que se estende muito além dos limites de nossa esfera 
corpórea." 
 (Allan Kardec) 
 
 
 
 
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AGENTES PÚBLICOS. LEI 8.112/1990 E SUAS RESPECTIVAS ALTERAÇÕES 
 
 
1. Agentes Públicos ...................................................................... 04 
 1.1. Classificação dos Agentes Públicos ................................ 05 
 1.1.1. Celso Antônio Bandeira de Mello ................................. 05 
 1.1.2. Hely Lopes Meirelles ................................................... 07 
 
2. Disposições preliminares .......................................................... 10 
 2.1. Regime estatutário ........................................................ 11 
 2.2. Regime celetista ............................................................ 12 
 2.3. Regime especial ............................................................. 13 
 
3. Regime jurídico único ............................................................... 13 
 
4. Provimento 
 4.1. Disposições gerais ......................................................... 15 
4.2. Reserva de vagas aos portadores de deficiência nos concursos 
públicos ............................................................... . 15 
4.3. Formas de provimento .................................................... 17 
4.3.1. Nomeação .................................................................... 17 
4.3.1.1. Direito subjetivo à nomeação ................................... 18 
4.3.2. Posse ........................................................................... 20 
 4.3.3. Exercício ...................................................................... 21 
4.3.4. Formas de provimento derivado .................................. 22 
4.4. Estágio probatório .......................................................... 29 
4.5. Estabilidade .................................................................... 34 
4.6. Hipóteses de vacância .................................................... 36 
 
5. Remoção e redistribuição .......................................................... 37 
6. Dos direitos e vantagens ........................................................... 40 
6.1. Do vencimento e da remuneração .................................. 40 
 6.1.1. Perda da remuneração ................................................ 42 
6.1.2. Reposições e indenizações ao erário ........................... 42 
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6.2. Vantagens ...................................................................... 43 
 
7. Gratificações e adicionais .......................................................... 47 
8. Férias ........................................................................................ 51 
9. Licenças .................................................................................... 52 
10. Dos afastamentos ................................................................... 59 
11. Das concessões ...................................................................... 64 
12. Do tempo de serviço .............................................................. 66 
13. Direito de Petição ................................................................... 68 
14. Regime disciplinar .................................................................. 69 
15. Da Seguridade Social do Servidor ........................................... 83 
16. Resumo de Véspera de Prova – RVP ....................................... 91 
17. Questões Comentadas ............................................................ 96 
18. Relação de questões – com gabaritos .................................... 129 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. Agentes públicos 
 Para que possamos entender com mais clareza a exposição dos principais 
dispositivos da Lei 8.112/90 (Estatuto dos Servidores Públicos Federais), é 
necessário que conheçamos antes o conceito de agente público e as 
classificações formuladas pelos principais doutrinadores brasileiros. 
 Podemos definir como agente público toda e qualquer pessoa física que 
exerce, em caráter permanente ou temporário, remunerada ou gratuitamente, 
sob qualquer forma de investidura ou vínculo, função pública em nome do 
Estado. 
 A expressão “agentes públicos” abrange todas as pessoas que, de 
qualquer modo, estão vinculadas ao Estado, alcançando desde os mais 
importantes agentes, como o Presidente da República, até aqueles que, somente 
em caráter eventual, exercem funções públicas, como é o caso dos mesários 
eleitorais. 
 Independentemente do nível federativo (União, Estados, Distrito Federal 
ou Municípios) ou do poder estatal no qual exerce as suas funções (Legislativo, 
Executivo ou Judiciário), para que seja denominado de “agente público” é 
suficiente que a pessoa física esteja atuando em nome do Estado. 
 Analisando-se a legislação vigente, podemos encontrar várias definições 
legais para a expressão “agentes públicos”, a exemplo do artigo 2º da Lei nº 
8.429/92 (Lei de Improbidade Administrativa), que reputa agente público “todo 
aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, 
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou 
vínculo, mandato, cargo, emprego ou função na administraçãodireta, indireta ou 
fundacional de qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, 
dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou 
de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra 
com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual”. 
 O artigo 327 do Código Penal também apresenta uma definição legal, 
porém, em vez de utilizar-se da expressão “agentes públicos”, adota a expressão 
“funcionários públicos”. 
 Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, 
quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou 
função pública. 
§ 1º. Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou 
função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora 
de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da 
Administração Pública. 
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Para responder às questões da ESAF: A expressão “funcionário público” não 
é mais utilizada pela Constituição Federal de 1988, pelo menos no âmbito do 
Direito Administrativo. Na legislação penal, ainda é comum a utilização da 
referida expressão, mas podemos considerá-la equivalente à expressão “agentes 
públicos”. 
 Embora mais sucinto, o conceito de funcionário público é muito 
semelhante ao de agente público, pois também abrange todos aqueles que 
exercem funções públicas. 
 
 1.1. Classificação dos agentes públicos 
 São muitas as classificações elaboradas pelos doutrinadores brasileiros 
para distinguir as várias espécies de agentes públicos. Todavia, como o nosso 
objetivo é ser aprovado em um concurso organizado pela ESAF, iremos restringir 
o nosso estudo àquelas que realmente são cobradas em prova, a exemplo das 
classificações formuladas pelos professores Hely Lopes Meirelles (a mais exigida) 
e Celso Antônio Bandeira de Mello. 
 
 1.1.1. Classificação de Celso Antônio Bandeira de Mello 
 Apesar de não ser a classificação mais exigida nas questões de concursos, 
algumas bancas examinadoras esporadicamente exigem conhecimentos sobre 
as espécies de agentes públicos na visão do citado professor. 
Portanto, para responder às eventuais questões elaboradas pela ESAF, 
lembre-se de que Celso Antônio Bandeira de Mello afirma que a expressão 
agentes públicos “é a mais ampla que se pode conceber para designar genérica 
e indistintamente os sujeitos que servem ao Poder Público como instrumentos 
expressivos de sua vontade ou ação, ainda quando o façam apenas ocasional ou 
episodicamente. Quem quer que desempenhe funções estatais, enquanto as 
exercita, é um agente público. Por isto, a noção abarca tanto o Chefe do Poder 
Executivo (em quaisquer das esferas) como os senadores, deputados e 
vereadores, os ocupantes de cargos ou empregos públicos da Administração 
direta dos três Poderes, os servidores das autarquias, das fundações 
governamentais, das empresas públicas e sociedades de economia mista nas 
distintas órbitas de governo, os concessionários e permissionários de serviço 
público, os delegados de função ou ofício público, os requisitados, os contratados 
sob locação civil de serviços e os gestores de negócios públicos.” 
 
 Afirma ainda o professor que os agentes públicos podem ser estudados em 
três categorias distintas: os agentes políticos, os servidores públicos e os 
particulares em colaboração com o poder público. 
 
 
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a) Agentes políticos 
Celso Antônio Bandeira de Mello adota um conceito mais restrito de 
agentes políticos, pois afirma que eles “são os titulares dos cargos estruturais à 
organização política do país, isto é, são os ocupantes dos cargos que compõem o 
arcabouço constitucional do estado e, portanto, o esquema fundamental do 
poder. Sua função é a de formadores da vontade superior do estado”. 
Neste caso, seriam agentes políticos somente o Presidente da República, 
os Governadores, os Prefeitos e seus respectivos auxiliares imediatos (Ministros 
e Secretários das diversas pastas), os Senadores, os Deputados e os Vereadores. 
Informação importante para as questões de prova é o fato de que o 
professor não inclui os magistrados, membros do Ministério Público e membros 
dos Tribunais de Contas no conceito de agentes políticos, ao contrário do 
professor Hely Lopes Meirelles, pois entende que somente podem ser incluídos 
nesta categoria aqueles que possuem a eleição como forma de investidura, com 
exceção dos cargos de Ministros e Secretários de Estado, que são de livre 
nomeação e exoneração. 
Ademais, afirma ainda que os magistrados, membros do Ministério Público 
e dos Tribunais de Contas não exercem funções tipicamente políticas (como 
criar leis ou traçar programas e diretrizes de governo), apesar de exercerem 
funções constitucionais extremamente importantes, e, portanto, não podem ser 
considerados agentes políticos. 
 
b) Servidores estatais 
Ainda segundo as palavras do professor, servidores estatais são todos 
aqueles que mantêm com o Estado ou suas entidades da Administração Indireta, 
independentemente de serem regidas pelo direito público ou direito privado, 
relação de trabalho de natureza profissional e caráter não eventual sob vínculo 
de dependência, podendo ser classificados em: 
� servidores estatutários, sujeitos ao regime estatutário e ocupantes de 
cargos públicos; 
� servidores empregados das empresas públicas, sociedades de 
economia mista e fundações públicas de direito privado, contratados 
sob o regime da legislação trabalhista e ocupantes de emprego 
público; 
� servidores temporários, contratados por tempo determinado para 
atender a necessidade temporária de excepcional interesse público (art. 
37, IX, da CF/88), que exercem funções públicas sem estarem 
vinculados a cargo ou emprego público. 
 
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c) Particulares em colaboração com o poder público 
Para Celso Antônio Bandeira de Mello, “esta categoria de agentes é 
composta por sujeitos que, sem perderem sua qualidade de particulares – 
portanto, de pessoas alheias à intimidade do aparelho estatal (com exceção 
única dos recrutados para serviço militar) – exercem função pública, ainda que 
às vezes apenas em caráter episódico”, sob os seguintes instrumentos: 
� delegação do poder público, como se dá com os empregados das 
empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos e os que 
exercem serviços notariais e de registro (art. 236 da CF/88); 
� mediante requisição, como acontece com os jurados, mesários eleitorais 
durante o período eleitoral e os recrutados para o serviços militar 
obrigatório, que, em geral, não possuem vínculo empregatício e não 
recebem remuneração; 
� os que sponte própria (vontade própria) assumem espontaneamente 
determinada função pública em momento de emergência,como no 
combate a uma epidemia, incêndio, enchente, etc. 
� contratado por locação civil de serviços (como ocorre na contratação 
de um advogado altamente especializado para a sustentação oral perante 
Tribunais). 
 
 1.1.2. Classificação de Hely Lopes Meirelles 
Para o saudoso professor, os agentes públicos podem ser classificados em 
agentes políticos, agentes administrativos, agentes honoríficos, agentes 
delegados e agentes credenciados. 
 
a) Agentes políticos 
Nas palavras de Hely Lopes Meirelles, agentes políticos são “os 
componentes do Governo nos seus primeiros escalões, investidos em cargos, 
funções, mandatos ou comissões, por nomeação, eleição, designação ou 
delegação, para o exercício de atribuições constitucionais”. 
Como exemplos podemos citar os chefes do Poder Executivo 
(Presidente da República, Governadores e Prefeitos) e seus auxiliares 
imediatos (Ministros, Secretários estaduais, distritais e municipais), os 
membros do Poder Legislativo (Senadores, Deputados e Vereadores) e os 
magistrados, membros do Ministério Público e dos Tribunais de Contas. 
Contrariamente ao professor Celso Antônio Bandeira de Mello, que 
exclui os membros da Magistratura, do Ministério Público e dos Tribunais de 
Contas do conceito de “agentes políticos”, Hely Lopes Meirelles afirma que em 
razão de gozarem de independência funcional e possuírem suas 
competências previstas diretamente no texto constitucional, tais agentes 
devem sim ser considerados políticos. 
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 b) Agentes honoríficos 
 Agentes honoríficos são cidadãos convocados, requisitados, designados ou 
nomeados para prestar, em caráter temporário, serviços públicos de caráter 
relevante, a título de munus público (colaboração cívica), sem qualquer vínculo 
profissional com o Estado, e, em regra, sem remuneração. 
Como exemplos podemos citar os mesários eleitorais, os recrutados 
para o serviço militar obrigatório, os jurados, os comissários de menores, entre 
outros. 
É válido esclarecer que apesar de não possuírem vínculo com o Estado, os 
agentes honoríficos são considerados “funcionários públicos” para fins 
penais e sobre eles não incidem as regras sobre acumulação de cargos, 
empregos e funções públicas, previstas no inciso XVI, do artigo 37, da CF/88. 
 
 c) Agentes delegados 
 Nas palavras do professor Hely Lopes Meirelles, “agentes delegados são 
particulares que recebem a incumbência da execução de determinada atividade, 
obra ou serviço público e o realizam em nome próprio, por sua conta e risco, 
mas segundo as normas do Estado e sob a permanente fiscalização do 
delegante. Esses agentes não são servidores públicos, nem honoríficos, nem 
representantes do Estado; todavia, constituem uma categoria à parte de 
colaboradores do Poder Público. Nesta categoria se encontram os 
concessionários e permissionários de obras e serviços públicos, os 
serventuários de Ofícios ou Cartórios não estatizados, os leiloeiros, os 
tradutores e intérpretes públicos, e demais pessoas que recebam delegação 
para a prática de alguma atividade estatal ou serviço de interesse coletivo”. 
 Apesar de exercerem atividades públicas em nome próprio, por sua conta e 
risco, é válido esclarecer que os agentes delegados estão sujeitos às regras de 
responsabilização civil previstas no § 6º, do artigo 37, da CF/88, e também são 
considerados “funcionários públicos” para fins penais. 
 
 d) Agentes credenciados 
 Agentes credenciados são aqueles que têm a incumbência de representar 
a Administração Pública em algum evento específico (um Congresso 
Internacional, por exemplo) ou na prática de algum ato determinado, 
mediante remuneração e sem vínculo profissional, sendo considerados 
funcionários públicos para fins penais. 
 Os agentes credenciados somente serão considerados agentes públicos 
durante o período em que estiverem exercendo as funções públicas para as quais 
foram credenciados. 
 
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Desse modo, se um cientista particular foi convidado pela Administração 
Pública para representá-la em um Congresso Internacional sobre a “Gripe A”, por 
exemplo, somente durante o período do evento ele será considerado agente 
público. 
 
 e) Agentes administrativos 
 Agentes administrativos são todos aqueles que exercem um cargo, 
emprego ou função pública perante à Administração, em caráter permanente, 
mediante remuneração e sujeitos à hierarquia funcional instituída no órgão ou 
entidade ao qual estão vinculados. 
 Essa categoria de agentes públicos representa a imensa maioria da força 
de trabalho da Administração Direta e Indireta, em todos os níveis federativos 
(União, Estados, DF e Municípios) e em todos os Poderes (Legislativo, Executivo 
e Judiciário), podendo ser dividida em: 
� Servidores públicos titulares de cargos efetivos ou em comissão; 
� Empregados públicos; 
� Contratados temporariamente em virtude de necessidade temporária 
de excepcional interesse público. 
 
Servidores públicos titulares de cargos efetivos são aqueles que 
ingressaram no serviço público mediante concurso público e que, portanto, 
podem adquirir a estabilidade após 03 (três) anos de efetivo exercício. Esses 
servidores também são chamados de estatutários, pois são regidos por um 
estatuto legal, responsável por disciplinar seus principais direitos e deveres em 
face da Administração Pública. 
Na esfera federal, o estatuto responsável por disciplinar as relações entre 
Administração Pública e servidores é a Lei 8.112/1990. Todavia, cada ente 
estatal possui autonomia para criar seu próprio estatuto dos servidores, como 
aconteceu em Minas Gerais com a edição da Lei Estadual 869/1952, e em 
Montes Claros/MG (terra do pequi com carne de sol), com a edição da Lei 
Municipal 3.175/2003. 
Pergunta: professor, os servidores das entidades da Administração 
Indireta também são regidos por um estatuto jurídico? 
Depende. Na esfera federal, somente os servidores da União, seus 
respectivos órgãos públicos (a exemplo do Tribunal Superior Eleitoral), 
autarquias e fundações públicas de direito público federais são regidos 
pela Lei 8.112/90, pois os empregados das empresas públicas e sociedades de 
economia mista são necessariamente celetistas. Sendo assim, é correto 
afirmar que somente as entidades regidas pelo direito público adotam o 
regime estatutário, pois este é inerente às funções típicas de Estado 
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(fiscalização, administração fazendária, advocacia pública, etc), nos termos do 
artigo 247 da CF/88. 
Além dos servidores titulares de cargos efetivos, é válido destacar que os 
ocupantes de cargos em comissão (de livre nomeação e exoneração) também 
são denominados servidores públicos. Entretanto, em virtude de ocuparem 
cargos em comissão (também denominados cargos de confiança),tais 
servidores não gozam de estabilidade, pois se sustentam no cargo apenas em 
virtude da “confiança” depositada pela autoridade responsável pela nomeação. 
Desse modo, é correto afirmar que são servidores públicos tanto os 
ocupantes de cargos de provimento efetivo, quanto os ocupantes de cargos 
em comissão. 
A segunda espécie de agente administrativo citada pelo professor Hely 
Lopes Meirelles é o empregado público, que não ocupa cargo, mas sim 
emprego público. 
Os empregados públicos não são regidos por um estatuto (e, portanto, 
não podem ser chamados de estatutários), mas sim pela Consolidação das Leis 
Trabalhistas (CLT), que lhes assegura os mesmos direitos previstos para os 
trabalhadores da iniciativa privada, tais como aviso prévio, FGTS, seguro 
desemprego, entre outros estabelecidos no artigo 7º da CF/88 (que não são 
garantidos aos servidores públicos na totalidade). 
As empresas públicas e sociedades de economia mista (integrantes 
da Administração Pública Indireta) adotam necessariamente o regime celetista 
para os seus empregados, apesar de serem obrigadas a realizar concurso público 
para a contratação de pessoal. 
Por último, integram também a categoria dos agentes administrativos 
aqueles que são contratados temporariamente para atender a uma 
necessidade temporária de excepcional interesse público, conforme 
preceituado no inciso IX, artigo 37, da Constituição Federal de 1988. 
Neste caso, a lei de cada ente federativo (União, Estados, DF e Municípios) 
estabelecerá os prazos máximos de duração desses contratos e as situações que 
podem ser consideradas de necessidade temporária, conforme estudaremos 
posteriormente. 
 
2. Disposições preliminares 
 
A Lei 8.112/90 dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos 
civis da União, seus respectivos órgãos, sobre as autarquias e as fundações 
públicas federais de Direito Público. Deve ficar bem claro que as suas 
disposições legais não alcançam os empregados das empresas públicas e das 
sociedades de economia mista, que são regidos pelo regime celetista. 
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 Nas palavras do professor José dos Santos Carvalho Filho, regime 
jurídico “é o conjunto de regras de Direito que regulam determinada relação 
jurídica”, sendo possível citar como exemplo o regime estatutário, o celetista e o 
regime especial. 
 
2.1. Regime Estatutário 
Regime estatutário é o conjunto de regras previstas em lei e responsável 
por disciplinar a relação jurídica entre os servidores públicos e a 
Administração direta, autárquica e fundacional de Direito Público, em 
todos os entes federativos. 
É regra geral que cada ente estatal (União, Estados, Municípios e DF) 
possua o seu próprio regime estatutário, responsável por regular os direitos e os 
deveres de seus servidores. Somente para exemplificar, destaca-se que no 
Estado de Minas Gerais é a Lei 869/52 que estabelece o regime jurídico de 
seus servidores. Por outro lado, na minha querida cidade de Montes 
Claros/MG, o regime jurídico dos servidores públicos municipais foi instituído 
pela Lei Municipal 3.175/03. 
A Lei Federal 8.112/90 (que instituiu regime jurídico dos servidores 
públicos da União, fundações públicas de Direito Público e autarquias) serviu e 
tem servido de parâmetro normativo para vários Municípios e Estados 
brasileiros, o que não invalida as legislações dos respectivos entes. 
Uma das principais características do regime estatutário é a garantia de 
aquisição de estabilidade, após 03 (três) anos de efetivo exercício, para os 
servidores nomeados para cargos de provimento efetivo em virtude de concurso 
público, nos termos do artigo 41 da Constituição Federal de 88. 
Pergunta: O regime estatutário, a exemplo daquele instituído pela Lei 
8.112/90, abrange somente os servidores titulares de cargos efetivos? 
Não. Apesar de ser uma dúvida comum entre os candidatos, é válido 
esclarecer que o regime estatutário abrange os cargos de provimento efetivo 
e, ainda, os cargos de provimento em comissão (também chamados de 
cargos de confiança e que são de livre nomeação e exoneração da autoridade 
competente, independentemente de prévia aprovação em concurso público). 
A dúvida é muito comum porque aqueles que exercem exclusivamente 
cargos em comissão contribuem para o regime geral de previdência social 
(RGPS), apesar da obrigatoriedade de se submeterem aos deveres e proibições 
previstos nos respectivos estatutos. 
 
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Para responder às questões da ESAF: Lembre-se sempre de que a Lei 
8.112/1990 assegura direitos e impõe deveres aos titulares de cargos públicos 
de provimento efetivo e, ainda, aos ocupantes de cargos em comissão 
(cargos de confiança). 
O cargo público é definido legalmente como o “conjunto de atribuições e 
responsabilidades previstas na estrutura organizacional e que devem ser 
cometidas a um servidor”, possuindo as seguintes características: 
1ª) são acessíveis a todos os brasileiros natos e naturalizados que 
preencham os requisitos previstos na lei, bem como aos estrangeiros, na 
forma da lei; 
2ª) são criados por lei; 
3ª) possuem denominação própria; 
4ª) os vencimentos são pagos pelos cofres públicos; e 
5ª) as funções inerentes ao cargo público somente podem ser exercidas 
mediante remuneração, salvo nos casos previstos em lei. 
 
 
 2.2. Regime celetista 
 Regime celetista é aquele inicialmente aplicável às relações jurídicas 
existentes entre empregados e empregadores no campo da iniciativa privada, 
amparado pela Consolidação das Leis do Trabalho (Decreto-Lei nº. 
5.542/43). Entretanto, o regime celetista (que ainda pode ser chamado de 
trabalhista ou de emprego) também pode ser aplicado no âmbito da 
Administração Pública brasileira. 
 O § 1º, artigo 173, da Constituição Federal, por exemplo, estabelece que 
as empresas públicas e as sociedades de economia mista submetem-se ao 
regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto às obrigações 
trabalhistas. 
 Sendo assim, não restam dúvidas de que os agentes administrativos que 
exercem suas funções perante as empresas públicas e as sociedades de 
economia mista são regidos pela CLT, sendo denominados, portanto, de 
empregados públicos. 
 
Para responder às questões da ESAF: A Lei 8.112/1990 não se aplica aos 
empregados públicos das sociedades de economia mista e das empresas públicas 
federais, pois esses são regidos pela CLT. 
 
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2.3. Regime especial 
 O professor José dos Santos Carvalho Filho afirma que o regime especial 
“visa disciplinar uma categoria específica de servidores: os servidores 
temporários”, contratados nos termos do inciso IX, artigo 37, da CF/88, que 
assim dispõe: 
“IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado 
para atender a necessidadetemporária de excepcional interesse público”. 
Conforme destacado, o próprio dispositivo constitucional atribui à lei de 
cada ente estatal a prerrogativa de estabelecer os casos que podem ensejar a 
excepcional contratação de agentes sem a realização de concurso público. 
Na esfera federal, foi editada a Lei 8.745/93, que tem por objetivo 
disciplinar os contratos temporários no âmbito da Administração Direta 
federal, autárquica e fundacional. 
 Em seu artigo 2º, a Lei 8.745/93 especificou algumas situações que 
podem ser consideradas de necessidade temporária e de excepcional 
interesse público, justificando a contratação temporária, a exemplo da 
assistência a situações de calamidade pública, combate a surtos endêmicos, 
realização de recenseamentos e outras pesquisas de natureza estatística 
efetuadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, admissão de 
professor substituto e professor visitante, admissão de professor e pesquisador 
visitante estrangeiro, entre outras. 
Ainda nos termos da lei, destaca-se que não é necessária a realização de 
concurso público para a contratação de servidores em caráter temporário, sendo 
suficiente a realização de um processo seletivo simplificado sujeito a ampla 
divulgação, inclusive através do Diário Oficial da União. 
Os agentes contratados nos termos do inciso IX, artigo 37, da CF/88, não 
podem ser considerados estatutários, uma vez que estão submetidos a regime 
contratual. Também não podem ser considerados celetistas, pois não são 
regidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), apesar de estarem 
sujeitos ao regime geral de previdência. 
Portanto, é correto afirmar que esses agentes estão incluídos em uma 
terceira categoria de agentes administrativos, com características bastante 
peculiares. Como você não precisa se aprofundar no estudo do regime especial 
para responder às questões da prova, iremos restringir o nosso estudo ao 
regime estatutário, mais precisamente à Lei 8.112/1990. 
 
3. Regime jurídico único 
 
O texto original da Constituição Federal de 1988, em seu art. 39, 
estabelecia expressamente que: 
 
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Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, 
no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de 
carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias 
e das fundações públicas. 
Entretanto, a Emenda Constitucional nº. 19, de 04/06/1998, conferiu nova 
redação ao artigo 39 da Constituição Federal, eliminando a exigência de 
regime jurídico único no âmbito da Administração Pública Direta, autárquica e 
fundacional. 
Eis o texto do art. 39 da Constituição Federal após a promulgação da 
Emenda Constitucional nº 19/1998: 
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão 
conselho de política de administração e remuneração de pessoal, integrado 
por servidores designados pelos respectivos Poderes. 
 Perceba que o texto constitucional simplesmente deixou de fazer 
referência à obrigatoriedade de adoção, pela Administração Pública de regime 
jurídico único para os servidores. Assim, uma autarquia poderia contratar, em 
tese, alguns agentes públicos regidos pela Lei 8.112/1990 e outros regidos pelo 
regime celetistas (desde que respeitadas algumas condições). 
 Todavia, em 02 de agosto de 2007, o Supremo Tribunal Federal concedeu 
medida cautelar (liminar) na ADI 2.135 suspendendo as alterações efetuadas 
no caput do artigo 39 da CF/88, voltando a vigorar então a obrigatoriedade de 
adoção de regime jurídico único. 
Atualmente, a Administração federal direta, autárquica e fundacional (de 
Direito Público) está proibida de contratar agentes pelo regime da CLT, pelo 
menos até o julgamento final do mérito da Ação Direta de Inconstitucionalidade 
2.135. 
 Foram suspensos também os efeitos da Lei 9.962/00 (criada para 
disciplinar o regime celetista no âmbito da Administração), já que não mais se 
admite a contratação de empregados públicos no âmbito da Administração 
federal direta, autárquica e fundacional. Porém, como os efeitos da decisão do 
Supremo Tribunal Federal foram “ex nunc”, todas as contratações efetuadas 
durante a vigência da lei foram mantidas até o julgamento final do mérito. 
Para responder às questões da ESAF: A partir de agosto de 2007 voltou a 
vigorar, pelo menos em caráter provisório, o denominado “regime jurídico 
único”. Desse modo, a União, as autarquias e as fundações públicas federais de 
direito público estão proibidas de contratar agentes administrativos pelo regime 
celetista, já que devem prevalecer os efeitos da medida cautelar (liminar) 
proferida pelo STF e que suspendeu a alteração promovida no texto original do 
art. 39 da Constituição Federal. 
 
 Essa restrição não alcança as empresas públicas e as sociedades de 
economia mista, que sempre contrataram e podem continuar contratando pelo 
regime celetista, nos termos do artigo 173 da Constituição Federal de 88. 
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4. Provimento 
 
4.1. Disposições gerais 
O art. 5º da Lei 8.112/90 estabelece expressamente os requisitos 
básicos que devem ser atendidos por aqueles que desejam a investidura em um 
cargo público, a saber: 
 a) a nacionalidade brasileira; 
 b) o gozo dos direitos políticos; 
 c) a quitação com as obrigações militares e eleitorais; 
 d) o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo; 
 e) a idade mínima de dezoito anos; 
 f) aptidão física e mental. 
Apesar de a nacionalidade brasileira ser um dos requisitos para a 
investidura em cargo público, é importante esclarecer que universidades e 
instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão prover seus 
cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, nos termos do § 
3º, artigo 5º, da Lei 8.112/90. 
Para responder às questões da ESAF: Todas as questões de prova que 
afirmarem que os estrangeiros estão proibidos de ocupar cargos públicos no 
Brasil devem ser consideradas incorretas. Apesar de se tratar de exceção, o § 
3º, artigo 5º, da Lei 8.112/90, assegura essa possibilidade. 
 
ATENÇÃO: nos termos do art. 12, § 1º, da Constituição Federal, aos 
portugueses equiparados a brasileiros naturalizados também é assegurado o 
direito de concorrer a cargos e empregos públicos. 
 
4.2. Reserva de vagas aos portadores de deficiência nos concursos 
públicos 
O § 2º, artigo 5º, da Lei 8.112/90, determina que “às pessoas portadoras 
de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso público para 
provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de 
que são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por 
cento) das vagas oferecidas no concurso”. 
 A obrigatoriedade de reserva de vagas para as pessoas portadoras de 
deficiência consta no inciso VIII, artigo 37, da CF/88. Todavia, o texto 
constitucional não especifica o percentual que deverá ser reservado, ficando sob 
a responsabilidade da lei essa definição. 
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 Perceba que a lei 8.112/1990 não estabeleceu um percentual mínimo de 
vagas a serem reservadas, limitando-se a restringir o máximo em 20% (vinte por 
cento). Todavia, o Decreto Federal 3.298/99, que regulamenta a Lei nº 
7.853/89 e dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa 
Portadora de Deficiência, estabeleceu, em seu artigo 37, § 1º, o percentual de 
5% (cinco por cento). 
 Pergunta: Professor, existe algum instrumento normativo que defina 
quem é o portador de deficiência? 
 Sim. Essa definição está prevista no artigo 4º do Decreto 3.298/99, que 
assim declara: 
Art. 4º. É considerada pessoa portadora de deficiência a que se enquadra 
nas seguintes categorias: 
I - deficiência física - alteração completa ou parcial de um ou mais 
segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função 
física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, 
monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, 
hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de membro, 
paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade congênita ou 
adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam 
dificuldades para o desempenho de funções; (Redação dada pelo Decreto 
nº 5.296, de 2004) 
II - deficiência auditiva - perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um 
decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas frequências de 500HZ, 
1.000HZ, 2.000Hz e 3.000Hz; (Redação dada pelo Decreto nº 5.296, de 
2004) 
III - deficiência visual - cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou 
menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; a baixa 
visão, que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a 
melhor correção óptica; os casos nos quais a somatória da medida do 
campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60o; ou a 
ocorrência simultânea de quaisquer das condições anteriores; (Redação 
dada pelo Decreto nº 5.296, de 2004) 
IV - deficiência mental – funcionamento intelectual significativamente 
inferior à média, com manifestação antes dos dezoito anos e limitações 
associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas, tais como: 
a) comunicação; 
b) cuidado pessoal; 
c) habilidades sociais; 
d) utilização dos recursos da comunidade; 
e) saúde e segurança; 
f) habilidades acadêmicas; 
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g) lazer; e 
h) trabalho; 
V - deficiência múltipla – associação de duas ou mais deficiências. 
 Calma ... Você não precisa se preocupar em interpretar os conceitos acima, 
pois eles não são cobrados em provas de concursos públicos (rsrs). 
 
4.3. Formas de provimento 
 Provimento nada mais é que o ato administrativo através do qual é 
preenchido um cargo público, podendo ser originário ou derivado. 
 
 4.3.1. Nomeação 
 A nomeação é a única forma de provimento originário existente. Pode 
ser definida como o ato administrativo pelo qual a Administração Pública dá 
ciência ao seu destinatário da necessidade de cumprimento de formalidades 
específicas (a exemplo da apresentação da documentação exigida no edital, nos 
casos de provimento de cargo efetivo), no prazo de até 30 (trinta) dias, para que 
seja formalizada a posse. 
A nomeação é considerada originária porque inicia um vínculo entre o 
indivíduo e a Administração, seja em caráter efetivo ou em comissão. Na 
nomeação em caráter efetivo, o candidato aprovado em concurso público é 
comunicado de que terá até 30 (trinta) dias para providenciar a documentação 
prevista no edital, formalizando o seu vínculo perante a Administração, que 
ocorre mediante a posse. 
A nomeação não gera qualquer obrigação para o candidato, mas sim o 
direito subjetivo de comparecer à Administração e formalizar o seu vínculo. 
Assim, caso o candidato não compareça perante a Administração no prazo de até 
30 (trinta) dias para tomar posse, a nomeação tornar-se-á sem efeito, não 
produzindo qualquer obrigação ou imposição de penalidade ao candidato. 
Apesar de a nomeação para cargo de provimento efetivo exigir prévia 
aprovação em concurso público, o mesmo não ocorre em relação às 
nomeações para cargos em comissão (também chamados de cargos de 
confiança). Nesta última hipótese, tem-se um ato discricionário, que sequer 
precisa ser motivado. 
A autoridade competente tem a prerrogativa de nomear qualquer 
pessoa para provimento de cargo em comissão, servidor ou não. 
Aqui é importante destacar o teor da súmula vinculante nº. 13 do Supremo 
Tribunal Federal, que declara expressamente que 
“A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por 
afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor 
da mesma pessoa jurídica, investido em cargo de direção, chefia ou 
assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, 
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ainda, de função gratificada na Administração Pública direta e indireta, em 
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, 
compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição 
Federal.” 
 
Apesar de não constar expressamente em seu texto, o Supremo Tribunal 
Federal, no julgamento da Reclamação 6650, declarou que a contratação de 
parentes para cargos políticos (Ministros, Secretários de Estado e Secretários 
municipais) não viola a Constituição Federal, pois são cargos que devem ser 
providos por pessoas de extrema confiança da autoridade nomeante. 
Nesses termos, o Prefeito de um Município pode nomear sua mãe para 
ocupar o cargo de Secretária Municipal da Fazenda, mas não pode nomear a 
irmã para ocupar o cargo de Gerente do Posto de Saúde “X”, pois este não é 
considerado cargo político e sim um cargo administrativo. 
Pergunta: Professor Fabiano, suponhamos que José atualmente ocupe o 
cargo efetivo de professor da rede estadual de educação de Minas Gerais e 
tenha sido aprovado para o cargo de Analista do MDIC. Nesse caso, ocorrerá uma 
nova nomeação para o cargo de Analista do MDIC? 
Sim. Apesar de José já ter sido nomeado, assinado o termo de posse e 
entrado em exercício no cargo de professor, será novamente nomeado para o 
cargo de Analista do MDIC, pois está se iniciando um novo vínculo entre José e 
a Administração Pública. 
Outra pergunta: E se José, que hoje ocupa exclusivamente o cargo de 
Analista do MDIC, for aprovado em concurso público para o cargo de Auditor 
Fiscal da Receita Federal? Ocorrerá uma nova nomeação? 
Pode ter certeza disso. Perceba que os dois cargos públicos são distintos, 
possuindo atribuições diferentes. Apesar de José já possuir um vínculo com a 
União (MDIC), iniciará um novo vínculo, com características distintas, a partir do 
momento que assinar o termo de posse no cargo de AFRFB. 
 
4.3.1.1. Direito subjetivo à nomeação 
Durante muito tempo discutiu-se no âmbito do PoderJudiciário se os 
candidatos aprovados em concurso público, dentro do limite de vagas 
inicialmente oferecidas no edital, possuíam direito líquido e certo à nomeação 
durante a validade do certame. 
Prevalecia o entendimento de que mesmo aprovado dentro do número de 
vagas inicialmente disponibilizadas, o candidato somente possuía expectativa 
de direito em relação à nomeação, isto é, a Administração Pública não estava 
obrigada a realizar a nomeação por se tratar de ato discricionário. 
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Entretanto, o entendimento doutrinário e jurisprudencial começou a ser 
alterado nos últimos anos, conseqüência direta das milhares de ações ajuizadas 
no Poder Judiciário e que exigiam a nomeação de candidatos aprovados dentro 
do número de vagas oferecidas em concursos públicos. 
No julgamento do Recurso Extraordinário nº 598.099/MS (cuja decisão foi 
publicada em 03/10/2011), de relatoria do Ministro Gilmar Mendes, o Supremo 
Tribunal Federal pacificou o entendimento sobre o assunto, afirmando que “o 
direito à nomeação surge quando se realizam as condições fáticas e jurídicas. 
São elas: previsão em edital de número específico de vagas a serem 
preenchidas pelos candidatos aprovados no concurso; realização do certame 
conforme as regras do edital; homologação do concurso; e proclamação dos 
aprovados dentro do número de vagas previstos no edital em ordem de 
classificação por ato inequívoco e público da autoridade administrativa 
competente”. 
Desse modo, prevalece atualmente o entendimento de que se o candidato 
foi aprovado em concurso público dentro do número de vagas oferecidas pelo 
edital, deverá ser obrigatoriamente nomeado pela respectiva entidade ou 
órgão público. Entretanto, compete à Administração Pública decidir o momento 
mais conveniente e oportuno para realizar a nomeação, desde que dentro do 
prazo de validade do certame. 
Nas palavras do Ministro Relator Gilmar Mendes, somente em situações 
excepcionalíssimas a Administração Pública estaria desobrigada de realizar a 
nomeação de candidato aprovado dentro do número de vagas e desde que 
comprovadas as seguintes circunstâncias: 
1. Superveniência - eventuais fatos ensejadores de uma situação 
excepcional devem ser necessariamente posteriores à publicação de edital do 
certame público; 
2. Imprevisibilidade - a situação deve ser determinada por 
circunstâncias extraordinárias à época da publicação do edital; 
3. Gravidade – os acontecimentos extraordinários e imprevisíveis devem 
ser extremamente graves, implicando onerosidade excessiva, dificuldade ou 
mesmo impossibilidade de cumprimento efetivo das regras do edital; 
4. Crises econômicas de grandes proporções; Guerras; Fenômenos 
naturais que causem calamidade pública ou comoção interna; 
5. Necessidade – a administração somente pode adotar tal medida 
quando não existirem outros meios menos gravosos para lidar com a situação 
excepcional e imprevisível. 
 
 
 
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4.3.2. Posse 
Conforme destacado anteriormente, a posse ocorrerá no prazo 
improrrogável de até 30 (trinta) dias contados da publicação do ato de 
nomeação. 
A contagem do prazo se inicia no dia subsequente ao da publicação do 
referido ato e é ininterrupta. Assim, se o candidato foi nomeado no dia 05 de 
dezembro de 2011, o prazo final para tomar posse é o dia 04 de janeiro de 2012. 
Em se tratando de nomeação de alguém que já seja servidor (que fora 
aprovado em concurso público para outro cargo) e que se enquadre, na data de 
publicação do ato de provimento, em algumas das situações listadas a seguir, o 
prazo de 30 dias será contado após o término do impedimento; 
1ª) gozo de licença por motivo de doença em pessoa da família; 
2º) gozo de licença para o serviço militar ou para capacitação; 
3ª) férias; 
4ª) participação em programa de treinamento regularmente instituído ou 
em programa de pós-graduação stricto sensu no País; 
5ª) júri e outros serviços obrigatórios por lei; 
6ª) licença: 
7ª) gozo de licença à gestante, à adotante e à paternidade; 
8ª) licença para tratamento da própria saúde; 
9ª) licença por motivo de acidente em serviço ou doença profissional; 
10) esteja participando de competição desportiva nacional ou convocação 
para integrar representação desportiva nacional, no País ou no exterior; 
11) esteja em deslocamento para nova sede em virtude de remoção, 
redistribuição, requisição ou cessão. 
O artigo 13 da Lei 8.112/90 estabelece que “a posse dar-se-á pela 
assinatura do respectivo termo, no qual deverão constar as atribuições, os 
deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que não 
poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados os 
atos de ofício previstos em lei”. 
Para responder às questões da ESAF: É através da posse que ocorre a 
investidura do servidor no cargo público. Fique atento a essa informação, pois 
é muito comum você encontrá-la em provas de concursos públicos. 
 
A posse é o ato pelo qual o candidato, após prévia aprovação em concurso 
público, declara formalmente o interesse em estabelecer um vínculo jurídico 
com a Administração. Esse mesmo raciocínio se aplica para aqueles que foram 
nomeados para cargos em comissão, já que a investidura no cargo também 
ocorrerá através da posse. 
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Para responder às questões de prova, é imprescindível que você tenha 
conhecimento das seguintes informações sobre a posse: 
1ª) poderá ocorrer mediante procuração específica; 
2ª) só haverá posse nos casos de provimento de cargo por nomeação, 
portanto, tratando-se de provimento derivado (aproveitamento, 
reversão, promoção, reintegração etc.) não há que se falar em posse; 
3ª) no ato da posse, o servidor apresentará declaração de bens e valores 
que constituem seu patrimônio, além de declaração quanto ao exercício, ou 
não, de outro cargo, emprego ou função pública; 
4ª) a posse dependerá de prévia inspeção médica oficial, portanto, só 
poderá ser empossado aquele que for julgado apto física e mentalmente 
para o exercício do cargo. 
 
 4.3.3. Exercício 
 Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público ou da 
função de confiança. No primeiro caso, o agente terá o prazo máximo de 15 
(quinze) dias para entrar em exercício. Em relação à função de confiança, o 
exercício será imediato, coincidindo com a data de publicação do ato de 
designação. 
Essa regra somente será excepcionada quando o servidor estiver em 
licença ou afastado por qualquer outro motivo legal, hipótese em que recairá no 
primeiro dia útil após o término do impedimento, que não poderá exceder a 
trinta dias da publicação. 
ATENÇÃO: O exercício de função de confiança não exige nomeação 
prévia, mas somente uma simples designação. Desse modo, não ocorreuma 
nova posse, sendo suficiente que o servidor entre em exercício na nova função. 
Os servidores cumprirão jornada de trabalho fixada em razão das 
atribuições pertinentes aos respectivos cargos, respeitada a duração máxima 
do trabalho semanal de quarenta horas e observados os limites mínimos e 
máximos de seis horas e oito horas diárias, respectivamente. 
Com a assinatura do termo de posse, o agente torna-se servidor. 
Todavia, é com o efetivo exercício que se inicia a contagem dos prazos para o 
surgimento de direitos relacionados ao tempo de serviço, a exemplo de férias, 
estabilidade, algumas licenças etc. 
Assim, caso o servidor recém empossado não entre em exercício no prazo 
máximo de 15 (quinze) dias, ocorrerá a sua exoneração. 
Para responder às questões da ESAF: Lembre-se sempre de que à 
autoridade competente do órgão ou entidade para onde for nomeado ou 
designado o servidor compete dar-lhe exercício. 
 
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O servidor que deva ter exercício em outro município em razão de ter sido 
removido, redistribuído, requisitado, cedido ou posto em exercício provisório 
terá, no mínimo, dez e, no máximo, trinta dias de prazo, contados da 
publicação do ato, para a retomada do efetivo desempenho das atribuições do 
cargo, incluído nesse prazo o tempo necessário para o deslocamento para a nova 
sede. 
Exemplo: suponhamos que você, atualmente domiciliado na cidade de 
Belo Horizonte/MG, decida tentar o concurso do TSE para o cargo de Analista 
Judiciário – área administrativa. Dois anos depois, já tendo sido aprovado, 
nomeado, empossado e entrado em exercício, você decide participar do 
Concurso Nacional de Remoção para disputar uma remoção para a cidade de 
Belo Horizonte (TRE/MG). Se você tiver êxito no concurso de remoção, o Tribunal 
Superior Eleitoral lhe concederá um prazo, que pode variar entre 10 (dez) e 30 
(trinta) dias contados da publicação do ato de remoção, para que você entre em 
exercício no TRE/MG. 
Trata-se de ato discricionário, portanto, somente diante do caso em 
concreto é que o Tribunal Superior Eleitoral (seu órgão de origem) determinará o 
prazo que será concedido ao servidor para o respectivo “deslocamento”. 
O mesmo acontece nos diversos órgãos e entidades da Administração 
Pública Federal ao realizarem concursos internos de remoção, a exemplo do 
MDIC, Receita Federal do Brasil, INSS, entre outros. É claro que cada órgão ou 
entidade possui suas próprias regras internas, que são disponibilizadas aos 
servidores através de um edital. 
Se você estiver “desesperado” para começar a trabalhar no novo órgão de 
destino, a legislação permite que você decline (abra mão) desse prazo e reinicie 
as suas atividades no dia seguinte à publicação do ato. 
Desconheço alguém que tenha declinado desse prazo, mas lembre-se de 
que é possível ... rrsss 
 
4.3.4. Formas de provimento derivado 
Provimento derivado é aquele que pressupõe a existência de um vínculo 
anterior entre o servidor e a Administração. No artigo 8º da Lei 8.112/90 estão 
arroladas como formas de provimento derivado a promoção, a readaptação, a 
reversão, o aproveitamento, a reintegração e a recondução. 
 
4.3.4.1. Promoção 
A promoção pode ser definida como a forma de provimento derivado 
pela qual o servidor, ocupante de cargo público em um nível ou classe específica, 
é provido em cargo de nível ou classe superior, integrante da mesma 
carreira. 
 
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A Lei 8.112/90 não define ou conceitua a promoção, apenas declara que “a 
promoção não interrompe o tempo de exercício, que é contado no novo 
posicionamento na carreira a partir da data de publicação do ato que promover o 
servidor”. 
Para que você possa visualizar a organização de um cargo de carreira, 
observe a estrutura do cargo de Analista da Justiça Eleitoral, regulamentado pela 
Lei 11.416/06. 
 
CARGO CLASSE PADRÃO 
 15 
 14 
 C 13 
 12 
 11 
 10 
 9 
ANALISTA JUDICIÁRIO B 8 
 7 
 6 
 5 
 4 
 A 3 
 2 
 1 
 
A investidura (posse) no cargo de Analista Judiciário ocorrerá na CLASSE A 
– PADRÃO 1, onde o titular do cargo permanecerá por um ano até obter o direito 
à progressão para o PADRÃO 2. Isso porque a lei assegura que, a cada doze 
meses, o servidor será beneficiado com uma progressão na carreira. 
A primeira promoção do servidor ocupante do cargo de Analista Judiciário 
somente irá ocorrer depois de 5 (cinco) anos, oportunidade em que haverá a 
mudança da CLASSE A-5 para a CLASSE B-6. 
Atenção: O desenvolvimento do servidor em sua carreira dar-se-á através 
da promoção e da progressão. Esta última não pode ser considerada uma 
forma derivada de provimento, pois é a simples passagem do servidor do padrão 
em que se encontra para o imediatamente superior, dentro da mesma classe. 
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As mudanças de padrão ocorridas dentro da mesma classe são meras 
progressões, essenciais para que ocorra a promoção. Entretanto, não podem ser 
consideradas formas de provimento. 
Pergunta: Professor, qual é a vantagem obtida pelo servidor ao ser 
beneficiado com uma progressão ou promoção? 
Bem, tire as suas próprias conclusões... 
 
CARGO CLASSE PADRÃO VENCIMENTO 
 15 6.957,41 
 14 6.754,77 
 C 13 6.558,03 
 12 6.367,02 
 11 6.181,57 
 10 5.848,22 
 9 5.677,88 
ANALISTA JUDICIÁRIO B 8 5.512,51 
 7 5.351,95 
 6 5.196,07 
 5 4.915,86 
 4 4.772,68 
 A 3 4.633,67 
 2 4.498,71 
 1 4.367,68 
 
4.3.4.2. Readaptação 
A readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e 
responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua 
capacidade física ou mental, sempre comprovada em inspeção médica. 
Trata-se da atribuição de novas responsabilidades compatíveis com a 
limitação física ou psíquica sofrida pelo servidor, desde que não se justifique a 
licença para tratamento de saúde ou aposentadoria, verificada em inspeção 
médica que informará as condições de readaptação: seus termos, prazo e 
embasamento legal. 
Nos termos do § 2º, artigo 24, da Lei 8.112/1990, a readaptação deverá 
respeitar as seguintes condições: 
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1ª) efetivada em cargo de atribuições afins; 
2ª) deverá ser respeitada a habilitação exigida para o exercício do cargo; 
3ª) o nível de escolaridade dos cargos deve ser o mesmo; e 
4ª) os vencimentos devemser equivalentes. 
 Na hipótese de inexistência de cargo vago a fim de que seja realizada a 
readaptação, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a 
ocorrência de vaga. 
 Exemplo: Imaginemos um servidor que atualmente exerça as funções de 
telefonista em determinado órgão público, mas que, em virtude de uma grave e 
rara doença, seja obrigado a reduzir drasticamente o seu volume de fala durante 
o dia. 
Nesse caso, o servidor não poderá mais continuar exercendo as funções de 
telefonista, mas poderá ser readaptado para uma função de digitador, por 
exemplo, que não exige a utilização da voz com frequência. Eis a denominada 
readaptação. 
A readaptação poderá ser revista a qualquer momento, após nova 
avaliação pericial, a pedido do servidor ou da autoridade administrativa 
competente, quando houver melhora das condições de saúde ou adequação do 
local de trabalho às limitações físicas ou psíquicas. 
 
4.3.4.3. Reversão 
 A reversão pode ser definida como o retorno à atividade de servidor que 
já se encontrava aposentado. A Lei 8.112/90 menciona expressamente duas 
modalidades distintas de reversão: 
1ª) de ofício, quando, por Junta Médica Oficial, forem declarados 
insubsistentes os motivos que ensejaram a aposentadoria do 
servidor; 
2ª) a pedido do próprio servidor, desde que seja de interesse da 
Administração (ato discricionário) e cumpridos os requisitos 
estabelecidos expressamente no inciso II do artigo 25 da Lei 8.112/90, a 
saber: 
a) Tenha solicitado a reversão; 
b) A aposentadoria tenha sido voluntária; 
c) Tenha adquirido estabilidade quando na atividade; 
d) Tenha se inativado voluntariamente nos cinco anos anteriores à 
solicitação; 
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e) Seja certificada a aptidão física e mental do servidor para o exercício das 
atribuições inerentes ao cargo; 
f) Haja cargo vago. 
A reversão a pedido do servidor foi incluída definitivamente em nosso 
ordenamento jurídico através da Medida Provisória 2.225-45, de 04 de setembro 
de 2001, como consequência da grande quantidade de aposentadorias que 
ocorreram no âmbito da Administração Pública no fim da década de 90, fruto das 
novas regras constitucionais impostas aos servidores. 
Assim, a Administração decidiu criar um instrumento que possibilitasse aos 
servidores arrependidos o retorno à ativa, desde que cumpridas as condições 
legais. 
A reversão dar-se-á no mesmo cargo, classe e nível em que ocorreu 
aposentadoria, ou equivalente, no caso de reorganização ou transformação da 
estrutura do cargo. Está sujeita à existência de dotação orçamentária e 
financeira no respectivo órgão ou entidade. 
Para responder as questões da ESAF: A reversão de ofício, que ocorre 
independentemente da vontade do servidor, irá concretizar-se mesmo que não 
exista vaga disponível no órgão ou entidade. Nesse caso, o servidor que estava 
aposentado em virtude de um problema de saúde irá exercer as suas funções 
como excedente até o surgimento de uma vaga. 
 
Por outro lado, a reversão a pedido do servidor somente poderá ser 
deferida pela Administração caso exista vaga no momento da análise do 
pedido. 
O servidor que reverter à atividade, no interesse da administração, 
somente terá nova aposentadoria com os proventos calculados com base nas 
regras atuais, se permanecer em atividade por, no mínimo, cinco anos. 
 
4.3.4.4. Reintegração 
É a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado ou 
no cargo resultante de sua transformação, quando invalidada sua demissão 
por decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens 
a que teria direito se estivesse trabalhando. 
Se o cargo anteriormente ocupado tiver sido extinto, o servidor ficará em 
disponibilidade até que seja adequadamente aproveitado em outro cargo com 
atribuições e vencimentos afins. 
Por outro lado, encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante, 
se estável, será reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização, 
ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade. 
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A reintegração somente alcança o servidor estável e está sujeita à 
prescrição quinquenal, que será contada da data da publicação do ato impugnado 
ou da data da ciência pelo interessado, quando o ato não for publicado (artigo 
110, inciso I, da Lei 8.112/90). 
 
4.3.4.5. Recondução 
É o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado em 
decorrência de 
(a) inabilitação em estágio probatório em outro cargo federal; 
(b) desistência de exercício em cargo federal no período do estágio 
probatório; ou 
(c) reintegração do anterior ocupante. 
É muito comum você encontrar em provas de concursos públicos questões 
sobre a recondução, provavelmente pelas várias espécies e peculiaridades 
relativas a esse instituto. Assim, é importante analisar individualmente todas as 
suas espécies: 
 
1ª) Inabilitação em estágio probatório referente a outro cargo 
federal: suponhamos que Zé das Couves seja titular do cargo de Analista do 
MDIC, gozando de estabilidade. Todavia, como continuou os estudos, Zé foi 
aprovado recentemente no concurso público para o cargo de Auditor da Receita 
Federal do Brasil. Nesse caso, como Zé já era servidor público federal e foi 
aprovado para exercício em outro cargo público também integrante da estrutura 
federal, poderá solicitar vacância (deixar o cargo sem ocupante) em seu cargo 
no MDIC para submeter-se ao estágio probatório na Receita Federal. 
Ao término do estágio probatório, caso seja reprovado, Zé não precisará 
entrar em desespero, pois será reconduzido ao cargo anteriormente ocupado 
no INSS. 
 
2ª) Desistência de exercício do outro cargo federal no período do 
estágio probatório: eis uma situação muito parecida com a anterior, mas aqui 
o próprio servidor (Zé das Couves) desistiu de continuar exercendo as suas 
funções na Receita Federal, tendo trabalhado apenas 06 (seis) meses no órgão, 
por exemplo. Assim, da mesma forma que acontece na reprovação em estágio 
probatório, Zé será reconduzido ao cargo anteriormente ocupado no MDIC. 
 
3ª) Reintegração do anterior ocupante do cargo: nesse caso, o 
servidor público estável está exercendo as suas funções em um cargo que era 
ocupado por servidor que fora demitido. Desse modo, caso o servidor demitido 
consiga a invalidação da demissão no âmbito administrativo ou judicial, ocorrerá 
a denominada reintegração, e o atual ocupante do cargo público será 
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reconduzido ao cargo anteriormente ocupado, sem direito a qualquer 
indenização. 
Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor estável em 
processo de recondução será aproveitado em outro, desde que possua 
atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.4.3.4.6. Aproveitamento 
É o retorno à atividade de servidor que estava em disponibilidade para 
provimento em cargo com vencimentos compatíveis com o anteriormente 
ocupado, desde que exista vaga no órgão ou entidade administrativa. 
A disponibilidade é um instituto que permite ao servidor estável, que teve 
o seu cargo extinto ou declarado desnecessário, permanecer sem trabalhar, 
com remuneração proporcional ao tempo de serviço, à espera de um 
eventual aproveitamento. 
O texto constitucional prevê ainda uma outra hipótese de disponibilidade, 
que ocorre em virtude da reintegração de servidor demitido injusta e 
ilegalmente de seu cargo. Nesses termos, ocorrendo a reintegração do anterior 
ocupante do cargo, o atual ocupante, se estável, caso não possa ser 
reconduzido ao cargo que ocupava anteriormente (o cargo está/será colocado 
em disponibilidade até posterior aproveitamento (CF/88, art. 41, § 2º). 
O servidor em disponibilidade contribuirá para o regime próprio de 
previdência do serviço público federal e o tempo de contribuição, correspondente 
ao período em que permanecer em disponibilidade, será contado para efeito de 
aposentadoria e nova disponibilidade. 
O prazo para o servidor aproveitado entrar em exercício em outra sede 
é de, no mínimo, 10 dias, e, no máximo, 30 dias, contados a partir da data de 
publicação do ato de aproveitamento, incluindo, nesse período, o tempo 
necessário para o deslocamento para a nova sede. 
Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade se o 
servidor não entrar em exercício no prazo legal, salvo doença comprovada por 
Junta Médica oficial. 
Quando do aproveitamento resultar mudança de sede, o servidor, seu 
cônjuge ou companheiro, seus filhos ou enteados que vivam em sua companhia 
e os menores sob sua guarda com autorização judicial, se estudantes, têm 
assegurada, na localidade da nova residência ou na mais próxima, matrícula 
em instituição de ensino congênere, em qualquer época, 
independentemente de vaga. 
Nos casos em que a mudança de sede obrigar o servidor a mudar de 
domicílio em caráter permanente, ser-lhe-á devida ajuda de custo para 
compensar as despesas de instalação, vedado o duplo pagamento de 
indenização, no caso do cônjuge ou companheiro que detenha a condição de 
servidor. 
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4.4. Estágio probatório 
Depois de ter sido nomeado para ocupar cargo público de provimento 
efetivo, o candidato aprovado em concurso público irá tomar posse e entrar em 
exercício. Na sequência, o agora servidor será submetido ao famoso estágio 
probatório. 
O estágio probatório pode ser definido como um processo de avaliação de 
desempenho de servidor nomeado para cargo de provimento efetivo, seja em 
relação à sua aptidão e capacidade para exercício do cargo ocupado, seja em 
relação ao seu relacionamento profissional com os demais servidores. 
A avaliação do Estágio Probatório ocorrerá durante o interstício de trinta e 
seis meses (esse é o entendimento que deve prevalecer para as provas da 
ESAF), período no qual a sua aptidão e capacidade serão objetos de avaliações 
periódicas, observando-se os seguintes fatores: 
a) Assiduidade: avalia-se a frequência diária ao trabalho; 
b) Disciplina: avalia-se o comportamento do servidor quanto aos 
aspectos de observância aos regulamentos e à orientação da chefia; 
c) Capacidade de iniciativa: avalia-se a capacidade do servidor em 
tomar providências por conta própria dentro de sua competência; 
d) Produtividade: avalia-se o rendimento compatível com as condições 
de trabalho produzido pelo servidor e o atendimento aos prazos estabelecidos; 
e) Responsabilidade: avalia-se como o servidor assume as tarefas que 
lhe são propostas, dentro dos prazos e das condições estabelecidas, a conduta 
moral e a ética profissional. 
Nos termos da Lei 8.112/90, quatro meses antes de findo o período do 
estágio probatório, o resultado da avaliação do desempenho do servidor, 
realizada por comissão constituída para essa finalidade, deve ser 
submetido à homologação da autoridade competente. 
ATENÇÃO: Certamente, um dos pontos mais “nebulosos” da Lei 
8.112/1990 refere-se ao prazo do estágio probatório, que tem sido alvo de 
frequentes debates e decisões judiciais conflitantes. Para tentar explicar um 
pouco mais as controvérsias que envolvem o prazo do estágio probatório, 
apresentarei um breve resumo sobre o tema. 
Primeiramente, é importante esclarecer que o texto originário da 
Constituição Federal de 1988, em seu artigo 41, estabelecia que a estabilidade 
era adquirida após dois anos de efetivo exercício. 
Apesar de o artigo 41 da CF/88 estabelecer originariamente o prazo de 02 
(dois) anos para a aquisição da estabilidade, destaca-se que, em nenhum 
momento, o texto constitucional fez qualquer referência sobre a necessidade de 
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aprovação em estágio probatório, instituto que ainda não era adotado 
eficientemente no âmbito da Administração Pública brasileira. 
Somente em 11 de dezembro de 1990, com a publicação da Lei 8.112, o 
estágio probatório ganhou destaque no âmbito da Administração Pública Federal 
e passou a ser obrigatório. 
O artigo 20 da Lei 8.112/90 estabelece expressamente que, “ao entrar em 
exercício, o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a 
estágio probatório por período de 24 (vinte e quatro) meses, durante o qual a 
sua aptidão e a sua capacidade serão objeto de avaliação para o desempenho do 
cargo”. 
Confrontando-se o artigo 20 da Lei 8.112/90 com o texto original do 
artigo 41 da CF/88, era possível concluir que o prazo do estágio probatório 
correspondia ao mesmo prazo necessário para a aquisição da estabilidade: que 
era de 02 anos. 
Todavia, em 1998 foi promulgada a Emenda Constitucional nº19, que 
efetuou uma alteração no texto do artigo 41 da CF/88, estabelecendo que, a 
partir de então, o prazo necessário para a aquisição da estabilidade seria de 03 
(três) anos de efetivo exercício. 
No § 4º do mesmo artigo 41 da CF/88, a Emenda Constitucional 
estabeleceu ainda que, “como condição para a aquisição da estabilidade, é 
obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para 
essa finalidade”. 
Observe-se que apesar de estabelecer a necessidade de submissão do 
servidor a uma avaliação especial de desempenho (estágio probatório), a 
Emenda Constitucional nº. 19 não estabeleceu o prazo de duração dessa 
avaliação, deixando essa definição a cargo do legislador. 
Realizando uma interpretação sistemática das regras previstas no artigo 
41 da CF/88, muitos doutrinadores passaram a defender a idéia de que o prazo 
da avaliação especial de desempenho (estágio probatório) deveria ser o mesmo 
prazo necessário para a aquisição da estabilidade, isto é, 03 (três) anos. 
Muitos juristas passaram a afirmar que o artigo 20 da Lei 8.112/90 teria sido 
revogado tacitamente, já que o seu conteúdo era contrário ao texto 
constitucional. 
Entretanto, uma outra corrente passou a defender a idéia de que a 
Constituição Federal não havia se referido ao prazo de duração do estágio 
probatório. Assim, caberia à lei defini-lo expressamente.

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