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Aula 47 Direito Administrativo Aula 09

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CURSO PREPARATÓRIO PARA O CARGO DE AUDITOR-FISCAL DA RFB 
PROF. FABIANO PEREIRA - DIREITO ADMINISTRATIVO 
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 
1 
Prof. Fabiano Pereira www.pontodosconcursos.com.br 
Olá! 
 
É uma pena, mas chegamos à última aula do curso preparatório para o 
cargo de Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil, cuja data de publicação do 
edital está cada vez mais próxima (a expectativa é de que ocorre no segundo 
semestre). 
Nessa reta final de preparação, é importante que você deixe a ansiedade 
de lado e procure se concentrar no objetivo inicialmente traçado, buscando 
cumprir, fielmente, toda a sua programação de estudos. Lembre-se de que é 
muito grande o conteúdo a ser estudado, portanto, se você já está com a 
sensação de que não será possível assimilá-lo na íntegra, fique tranquilo (a), 
pois você certamente não é o único candidato que vivenciará esse sentimento. 
O mais importante, neste momento, é fixar os conceitos e informações 
que já foram estudados, memorizando-os através da resolução do maior 
número possível de questões aplicadas em concursos anteriores. No que se 
refere à disciplina de Direito Administrativo, seria conveniente que você 
refizesse, nas últimas semanas antes da prova, todas as questões que foram 
disponibilizadas durante o curso. Além de recordar o conteúdo que foi 
estudado anteriormente, você ainda estará fixando-o em sua memória, sendo 
facilmente lembrado no dia da prova. 
Em relação à aula sobre “Ética na Administração Pública”, informo 
que você não terá maiores dificuldades para assimilá-la, pois os conceitos são 
muito simples e a ESAF costuma exigir dos candidatos apenas a memorização 
dos respectivos instrumentos normativos (Decreto nº 1.171, de 22/6/1994, 
Decreto nº 6.029, de 1º/2/2007 e Resolução da CEP nº 08, de 25/9/2003). É 
claro que, em situações excepcionais, são apresentadas narrativas de um caso 
concreto a fim de que você marque a alternativa aplicável à situação (é por 
isso que utilizaremos as questões do CESPE para nos familiarizarmos com esse 
“estilo” de abordagem, já que a ESAF não tem cobrado muitas questões sobre 
“ética” nas suas provas). 
Com o objetivo de facilitar ainda mais a sua preparação, optei por 
apresentar alguns textos introdutórios muito difundidos no âmbito da 
Administração Pública Federal, e que, frequentemente, servem de fundamento 
para a elaboração de questões pelas bancas examinadoras, inclusive pela 
ESAF. Assim, torna-se obrigatória a leitura! 
 Espero que o nosso curso tenha conseguido fazer você enxergar o 
Direito Administrativo com “bons olhos”, deixando para trás aquela 
impressão de que se trata de uma disciplina difícil, desorganizada e 
complicada. 
Se você seguir as orientações que foram transmitidas nestas últimas 
semanas, tenho certeza de que resolverá todas as questões elaboradas pela 
ESAF, que, apesar de apresentarem um nível superior às demais bancas (com 
exceção do CESPE), simplesmente refletem o entendimento da doutrina e dos 
tribunais superiores brasileiros. 
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 No mais, faço votos para que no dia da publicação do edital você esteja 
completamente preparado em todas as disciplinas, atingindo, assim, o seu 
grande objetivo: a aprovação! 
Lembre-se de que continuarei à sua disposição no fórum do site, mesmo 
após o encerramento das minhas aulas. Portanto, envie-me todas as dúvidas 
que tiver durante as respectivas leituras, pois já estou aqui contando com o 
churrasco de comemoração de sua nomeação. 
 
 
Sucesso! 
 
Fabiano Pereira 
www.facebook.com.br/professorfabianopereira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
1. O que é Ética?1 
 
A origem da palavra ética vem do grego ethos, que quer dizer o modo 
de ser, o caráter. Os romanos traduziram o ethos grego, para o latim mos (ou 
no plural mores), que quer dizer costume, de onde vem a palavra moral. 
Tanto ethos (caráter) como mos (costume) indicam um tipo de 
comportamento propriamente humano que não é natural, o homem não nasce 
com ele como se fosse um instinto, mas que é "adquirido ou conquistado por 
hábito" (VÁZQUEZ). Portanto, ética e moral, pela própria etimologia, dizem 
respeito a uma realidade humana que é construída histórica e socialmente a 
partir das relações coletivas dos seres humanos nas sociedades onde nascem e 
vivem. 
No nosso dia-a-dia não fazemos distinção entre ética e moral, usamos as 
duas palavras como sinônimas. Mas os estudiosos da questão fazem uma 
distinção entre as duas palavras. Assim, a moral é definida como o conjunto de 
normas, princípios, preceitos, costumes, valores que norteiam o 
comportamento do indivíduo no seu grupo social. 
A moral é normativa. Enquanto a ética é definida como a teoria, o 
conhecimento ou a ciência do comportamento moral, que busca explicar, 
compreender, justificar e criticar a moral ou as morais de uma sociedade. A 
ética é filosófica e científica. 
"Nenhum homem é uma ilha". Esta famosa frase do filósofo inglês 
Thomas Morus, ajuda-nos a compreender que a vida humana é convívio. Para 
o ser humano viver é preciso conviver. É justamente na convivência, na vida 
social e comunitária, que o ser humano se descobre e se realiza enquanto um 
ser moral e ético. É na relação com o outro que surgem os problemas e as 
indagações morais: o que devo fazer? Como agir em determinada situação? 
Como comportar-me perante o outro? Diante da corrupção e das injustiças, o 
que fazer? 
Portanto, constantemente no nosso cotidiano encontramos situações que 
nos colocam problemas morais. São problemas práticos e concretos da nossa 
vida em sociedade, ou seja, problemas que dizem respeito às nossas decisões, 
escolhas, ações e comportamentos - os quais exigem uma avaliação, um 
julgamento, um juízo de valor entre o que socialmente é considerado bom ou 
mau, justo ou injusto, certo ou errado, pela moral vigente. 
O problema é que não costumamos refletir e buscar os "porquês" de 
nossas escolhas, dos comportamentos, dos valores. Agimos por força do 
hábito, dos costumes e da tradição, tendendo a naturalizar a realidade social, 
política, econômica e cultural. Com isto, perdemos nossa capacidade critica 
 
1
 Extraído do site http://www.dhnet.org.br/direitos/codetica/textos/oque_e_etica.html. 
 
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diante da realidade. Em outras palavras, não costumamos fazer ética, pois não 
fazemos a crítica, nem buscamos compreender e explicitar a nossa realidade 
moral. 
No Brasil,encontramos vários exemplos para o que afirmamos acima. 
Historicamente marcada pelas injustiças sócio-econômicas, pelo preconceito 
racial e sexual, pela exploração da mão-de-obra ïnfantil, pelo "jeitinho" e a "lei 
de Gerson", etc., a realidade brasileira nos coloca diante de problemas éticos 
bastante sérios. Contudo, já estamos por demais acostumados com nossas 
misérias de toda ordem. 
Naturalizamos a injustiça e consideramos normal conviver lado a lado as 
mansões e os barracos, as crianças e os mendigos nas ruas; achamos 
inteligente e esperto levar vantagem em tudo e tendemos a considerar como 
sendo otário quem procura ser honesto. 
Na vida pública, exemplos é o que não faltam na nossa história recente: 
"anões do orçamento", impeachment de presidente por corrupção, compras de 
parlamentares para a reeleição, os medicamentos, máfia do crime organizado, 
desvio do Fundef etc. 
Não sem motivos fala-se numa crise ética, já que tal realidade não pode 
ser reduzida tão somente ao campo político-econômico. Envolve questões de 
valor, de convivência, de consciência, de justiça. Envolve vidas humanas. Onde 
há vida humana em jogo, impõem-se necessariamente um problema ético. O 
homem, enquanto ser ético, enxerga o seu semelhante, não lhe é indiferente. 
O apelo que o outro me lança é de ser tratado como gente e não como coisa 
ou bicho. Neste sentido, a Ética vem denunciar toda realidade onde o ser 
humano é coisificado e animalizado, ou seja, onde o ser humano concreto é 
desrespeitado na sua condição humana. 
 
2. Quadro distintivo entre a ética e a moral 
 
 Apesar de a maioria das questões de prova versar sobre o texto literal 
dos Decretos 1.171/1994 e 6.029/2007, é importante que você conheça as 
principais diferenças existentes entre moral e ética, pois, no mundo dos 
concursos públicos, é melhor sobrar do que faltar conhecimento. 
 Para responder às questões de prova, lembre-se sempre de que as 
expressões “ética” e “moral” possuem conteúdo distinto, portanto, não podem 
ser estudadas como se fossem sinônimas. 
 
ÉTICA MORAL 
. Caracteriza-se como uma reflexão 
filosófica sobre a moral (caráter 
teórico); 
. Possui caráter prático 
(apresentando-se com força 
normativa); 
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. Possui um caráter permanente, 
pois é universal; 
. Possui um caráter temporário, pois 
é cultural; 
. É princípio; . São aspectos de condutas 
específicas; 
. É a “ciência” que estuda a moral 
(diretamente relacionada à política). 
. Está relacionada com os costumes 
de determinados grupos sociais. 
 
3. Exposição de motivos para a criação do Código de Ética profissional 
do servidor civil do Poder Executivo Federal 
 
 Em maio de 1994, o professor Romildo Canhim, Ministro de Estado Chefe 
da Secretaria da Administração Federal da Presidência da República, 
encaminhou ao Presidente da República a “exposição dos motivos” que 
ensejavam a criação de um Código de Ética profissional no âmbito da 
Administração Federal. 
 Por se tratar de um documento extremamente objetivo, que justifica a 
criação do Código de Ética, é importante que você conheça o seu conteúdo, 
pois se trata de uma excelente fonte para elaboração de questões de 
concursos. 
EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS 
 
Excelentíssimo Senhor Presidente da República, 
 
Conforme é do conhecimento de Vossa Excelência, em sua 2ª Reunião 
Ordinária, realizada em 4 de março de 1994, decidiu a Comissão Especial 
criada pelo Decreto Nº 1.001, de 6 de dezembro de 1993, constituir um grupo 
de trabalho com o fim específico de elaborar proposta de um Código de Ética 
Profissional do Servidor Civil do Poder Executivo Federal, tendo sido designado 
para sua coordenação o Professor Modesto Carvalhosa, Membro da Comissão 
Especial e Presidente do Tribunal de Ética da Ordem dos Advogados do Brasil, 
Secção de São Paulo. 
Ato contínuo, contando com a inestimável colaboração do Jurista Robison 
Baroni, também Membro do Tribunal de Ética da Ordem dos Advogados do 
Brasil, Secção de São Paulo, e do Doutor Brasilino Pereira dos Santos, Assessor 
da Comissão Especial, seguiu-se a elaboração do anexo Código de Ética 
Profissional do Servidor Civil do Poder Executivo Federal, aprovado, por 
unanimidade, em Sessão Plenária de 6 de abril de 1994. 
 
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Na mesma Sessão, a Comissão Especial deliberou submeter à superior 
consideração de Vossa Excelência a anexa minuta de Decreto que aprova o 
Código de Ética Profissional do Servidor Civil do Poder Executivo Federal. O 
referido Código de Ética Profissional contempla essencialmente duas partes, 
sendo a primeira de ordem substancial, sobre os princípios morais e éticos a 
serem observados pelo servidor e a segunda de ordem formal, dispondo sobre 
a criação e funcionamento de Comissões de Ética. 
A primeira parte, que constitui o Capítulo I, abrange as regras 
deontológicas (Seção I), os principais deveres do servidor público (Seção II), 
bem como as vedações (Seção III), e a segunda, que constitui o Capítulo II, 
trata da criação e do funcionamento das Comissões de Ética em todos os 
órgãos do Poder Executivo Federal. 
Entende a Comissão Especial que um Código de Ética Profissional desse 
jaez se faz imprescindível, máxime num momento em que os atos de 
corrupção generalizada são estimulados sobretudo pelo mau exemplo 
decorrente da impunidade, também resultante, quase sempre, da ausência de 
valores éticos e morais. 
Por isso, o referido Código de Ética, ainda no entendimento da Comissão 
Especial, deverá integrar o compromisso de posse de todo e qualquer 
candidato a servidor público, sendo-lhe entregue, no momento de sua posse, 
vinculando-se à sua observância durante todo o tempo do exercício funcional. 
A Escola Nacional de Administração Pública e a imprensa terão papel de 
especial relevância na divulgação do assunto e na colheita de sugestões, junto 
à cidadania, no sentido de adaptar o Código de Ética Profissional do Servidor 
Público Civil a todos os setores do Poder Executivo Federal. 
Enfim, o objetivo mais nobre da elaboração do Código de Ética 
Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal foi 
proporcionar uma ampla discussão sobre este assunto, fazendo com que o 
maior número possível de pessoas adote-o para reflexão e, posteriormente, 
tome-o como guia de conduta profissional e pessoal. 
Para se aferir a conveniência e a oportunidade de um Código de Ética, 
bastaria lembrar a recomendação, inscrita no Preâmbulo da Constituição, no 
sentido de que incumbe ao Estado assegurar o exercício dos direitos sociais e 
individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a 
igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, 
pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na 
ordem internacional, com a solução pacífica das controvérsias", bem assim em 
seu artigo 1º, assegurando que a República Federativa do Brasil "constitui-se 
em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos a soberania, a 
cidadania e a dignidade da pessoa humana". 
E ainda como corolário dessa posição assumida pelo Poder Constituinte,mais adiante, ao lado dos princípios doutrinários da legalidade, da 
impessoalidade e da publicidade, a Constituição, no artigo 37, prestigia o 
princípio da moralidade administrativa atribuindo-lhe foros jurídicos e, por 
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via de conseqüência, determinando sua imprescindível observância na prática 
de qualquer ato pela Administração Pública. 
Logo, por força da própria Constituição, a ética passou a integrar o 
próprio cerne de qualquer ato estatal como elemento indispensável à sua 
validade e eficácia. 
Isto implica dizer que, sobretudo em respeito à Constituição de 1988, 
que expressamente recomenda a obediência aos cânones da lealdade e da boa 
fé, a Administração Pública, através de seus servidores, deverá proceder, em 
relação aos administrados, sempre com sinceridade e lhaneza, sendo-lhe 
interdito qualquer comportamento astucioso, eivado de malícia ou produzido 
de maneira a confundir dificultar ou minimizar o exercício de direitos (MELLO, 
Celso Antonio Bandeira de. Elementos de Direito Administrativo, 2ª edição, São 
Paulo, Editora Revista dos Tribunais, 1990, p. 71). 
Como reforço desse entendimento, a Constituição de 1988 também 
inovou no artigo 5ª, inciso LXXIII, ao incluir a moralidade administrativa entre 
os valores básicos da República a serem protegidos por meio de ação popular. 
Segundo esta norma constitucional, mesmo que não haja efetivo prejuízo de 
ordem material ao patrimônio público, se o ato da Administração for lesivo à 
moralidade administrativa deverá ser invalidado judicialmente, via ação 
popular ou mesmo, antes, revisto administrativamente, conforme o artigo 115 
da Lei nº 8. 112, de 11 de dezembro de 1990, que consagra posicionamento 
tradicional da jurisprudência (Súmula nº 473 do Supremo Tribunal Federal). 
A propósito, deve ainda ser lembrado que o legislador ordinário, 
normatizando sobre o assunto, através da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 
1990, que dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos, no artigo 
116, inciso IX, também determina a obediência obrigatória ao princípio da 
moralidade administrativa, ao incluí-lo entre os deveres funcionais dos 
servidores públicos. 
Por fim, é ainda a própria Lei Maior que dispõe, conforme o parágrafo 4º 
de seu artigo 37, que os atos de improbidade administrativa importarão a 
suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade 
dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, 
sem prejuízo da ação penal cabível". 
Cumprindo a norma inscrita nesse dispositivo constitucional, o legislador 
ordinário, através da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, cuidou de 
regulamentar minuciosamente as hipóteses de suspensão dos direitos políticos, 
perda da função pública, indisponibilidade dos bens e ressarcimento ao erário 
em decorrência da prática de atos de improbidade administrativa, que abrange 
todos os atos imorais, improbos ou aéticos. 
Isso implica, no entendimento da Comissão Especial, a adoção da 
tradicional doutrina segundo a qual "o agente administrativo, como ser 
humano dotado da capacidade de atuar, deve, necessariamente, distinguir o 
Bem do Mal, o honesto do desonesto, não podendo desprezar o elemento ético 
de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o 
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justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, 
mas também entre o honesto e o desonesto". (MAURICE HAURIOU, "Précis 
Élémentares de Droit Administratif", Paris, 1926, pp. 197 e ss., "apud" 
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 18ª edição, 
atualizada por Eurico de Andrade Azevedo, Délcio Balestero Aleixo e José 
Emmanuel Burle Filho, São Paulo, Malheiros Editores, 1993, p. 84). 
Toda a sociedade, conforme o evidenciam a Constituição, as leis 
emergentes e a tradicional doutrina do Direito Administrativo, vem se 
convencendo de que somente se a conduta de seus agentes for pautada por 
princípios rigorosamente conformes à moralidade administrativa e ética, a 
Administração poderá estabelecer a solidariedade social, como forma de 
fortalecimento do Estado de Direito. 
Daí a necessidade de se proporcionar os meios necessários para que 
qualquer setor do poder, em vez do exemplo da falta de solidariedade social e 
do descaso pelo ser humano, inspire confiança e respeito. 
Esta necessidade se torna ainda mais premente devido á constatação, a 
cada momento, da forma humilhante com que, em geral, é tratado o ser 
humano, sobretudo aqueles mais necessitados de assistência por parte do 
Estado, como é o caso dos injustiçados em geral, dos menores de idade, dos 
idosos e, sobretudo, dos enfermos, estes nas longas filas dos hospitais 
públicos, sem as mínimas condições materiais e humanas para a prestação de 
um serviço, se não adequado, ao menos razoável. 
Com efeito, os atos de desrespeito ao ser humano às vezes chegam a 
requintes de perversidade, havendo casos em que o próprio servidor público 
assume a postura de inimigo ou de adversário frente ao usuário, não lhe 
prestando sequer uma informação de que necessita, dando-lhe as costas como 
resposta. 
Isto, infelizmente, é verdade. Esta é a maneira como são, de regra, 
operados muitos dos serviços públicos no Brasil, num retrato, sem paralelo nos 
Países industrializados, da opressão social, da humilhação, da disfunção social, 
do dano moral. 
E as pessoas - de tanto sofrerem danos morais, de tanto contemplarem a 
esperteza alheia, de tanto serem maltratadas no aguardo da solução de seus 
problemas, uma doença, um processo à espera do atendimento de um direito 
seu pela Administração Pública, às vezes aguardando apenas um carimbo ou 
uma rubrica de um servidor público, o que, muitas vezes, somente acontece 
depois da morte - por tudo isso, vão perdendo sua fé nas instituições; as 
pessoas, mesmo aquelas mais cultas, quase sempre não têm consciência de 
seus direitos e até supõem serem normais os maus tratos recebidos da parte 
de certos setores do serviço, pensando que os servidores lotados ali estejam 
no exercício regular de um direito de não serem incomodados pelos problemas 
que supõem alheios, o que, de resto, conduz a um verdadeiro estado que 
poderíamos denominar de alienação social ou de inconsciência coletiva. 
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Por isso, a Comissão Especial, constatada a triste realidade indicativa de 
que o arcabouço jurídico vem se mostrando cada vez mais ineficiente para 
corrigir certas anomalias de condutas de que padecem diversos setores do 
serviço público, decidiu elaborar um Código de Ética Profissional do Servidor 
Civil do Poder Executivo Federal, tendo por fundamentos básicos a probidade, 
decoro no exercício da função pública e os direitos da cidadania de não sofrer 
dano moral enquanto usuária desses mesmosserviços. Com este Código 
pretende-se, numa primeira fase de sua implementação, instalar, na 
Administração Pública, a consciência ética na conduta do servidor público, com 
o restaurar da sua dignidade e da sua honorabilidade, criando assim incentivos 
à prática da solidariedade social. 
Isso significa, igualmente, a adesão do Estado ao entendimento 
doutrinário de que sua conduta conforme à Ética consolida efetivamente o 
Poder, criando em torno da autoridade a colaboração espontânea da cidadania, 
em decorrência da conseqüente obtenção de serviços públicos mais 
satisfatórios. 
A consciência ética do servidor público, nesse particular, além de 
restaurar a cidadania corrige a disfunção pública no Brasil, que decorre não só 
da falta de recursos materiais, mas, principalmente, da conduta muitas vezes 
perversa no atendimento aos usuários dos serviços públicos, atentatória aos 
direitos humanos universalmente declarados. 
Um Código de Ética como o ora submetido a Vossa Excelência, Senhor 
Presidente, reflete a constatação de que há muito, na sociedade brasileira, 
existe uma demanda difusa não atendida, pelo resgate da ética no serviço 
público. 
Infelizmente, os serviços públicos continuam cada vez mais tão 
distantes, tão indiferentes, tão isolados em relação à população, como se o 
Estado não tivesse nada a ver com os problemas das pessoas, apenando-as 
com a cruel prática que já se tornou costume, da protelação e do maltrato nas 
relações entre os servidores e os destinatários dos serviços. 
Enfim, Senhor Presidente, a Comissão Especial, no cumprimento de uma 
das missões com as quais entende haver sido criada, busca com o Código de 
Ética ora submetido à superior apreciação de Vossa Excelência, a criação de 
meios que estimulem em cada servidor público o sentimento ético no exercício 
da vida pública. 
O que pretende, enfim, a Comissão Especial é, de qualquer forma 
contribuir para impedir a continuidade da repetida prática do desprezo e da 
humilhação com que são, em muitos setores da Administração, tratados os 
usuários dos serviços públicos, principalmente aqueles mais desprotegidos e 
que por isso mesmo deles mais necessitam. 
Se este Código de Ética tiver o condão de contribuir para o 
esclarecimento às pessoas sobre seus direitos de serem tratadas com 
dignidade e respeito por todos os agentes do serviço público já terá alcançado 
em grande parte seu objetivo. 
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Por outro lado, deve ser esclarecido que a efetividade do cumprimento 
do Código de Ética ora apresentado a Vossa Excelência não se baseia no 
arcabouço das leis administrativas e nem com estas se confunde, mas se apóia 
no sentimento de adesão moral e de convicção íntima de cada servidor público. 
Reprisa-se que, absolutamente, não se trata de mais uma lei, como se 
poderia pensar à primeira vista, mas de um Código de Ética, que deverá ser 
cumprido não tanto por sua condição de ato estatal, aprovado por um Decreto 
do Senhor Presidente da República, na qualidade de titular da "direção superior 
da administração federal" (Constituição, artigo 84, inciso II), mas 
principalmente em virtude da adesão de cada servidor, em seu foro íntimo, 
levando, com isso, o Estado a assumir o papel que sempre lhe foi incumbido 
pela Sociedade, notadamente nas áreas mais carentes, como é o caso da 
prestação dos serviços de saúde, segurança, transporte e educação. 
Portanto, conforme o entendimento da Comissão Especial, expresso 
neste Código de Ética, o princípio da obrigatoriedade do procedimento ético e 
moral no exercício da função pública não tem por fundamento a coercibilidade 
jurídica. Aliás, até mesmo a coercibilidade jurídica deve buscar seu 
fundamento na Ética, pois esta, a rigor, não se impõe por lei. Ao contrário, 
está acima da lei, a ditar as diretrizes desta, fazendo-se aceitar mais pelo 
senso social, pela educação, pela vontade íntima do próprio agente moral, 
acolhida com liberdade, em decorrência de sua conscientização e de sua 
convicção interior. 
Enfim, o Código de Ética ora apresentado a Vossa Excelência não se 
confunde com o regime disciplinar do servidor público previsto nas leis 
administrativas. Antes de tudo, fornece o suporte moral para a sua correta 
aplicação e cumprimento por todos os servidores. 
Para melhor se compreender a total separação entre o Código de Ética e 
a lei que institui o regime disciplinar dos servidores públicos, basta a evidência 
de que o servidor adere à lei por uma simples conformidade exterior, 
impessoal, coercitiva, imposta pelo Estado, pois a lei se impõe por si só, sem 
qualquer consulta prévia a cada destinatário, enquanto que, no atinente ao 
Código de Ética, a obrigatoriedade moral inclui a liberdade de escolha e de 
ação do próprio sujeito, até para discordar das normas que porventura 
entenda injustas e lutar por sua adequação aos princípios da Justiça. Sua 
finalidade maior é produzir na pessoa do servidor público a consciência de sua 
adesão às normas preexistentes através de um espírito crítico, o que 
certamente facilitará a prática do cumprimento dos deveres legais por parte de 
cada um e, em conseqüência, o resgate do respeito aos serviços públicos e à 
dignidade social de cada servidor. 
Por último, o Código de Ética prevê que o julgamento do servidor em 
falta será feito por uma Comissão de Ética, formada por três servidores 
indicados conforme seus antecedentes funcionais, passado sem máculas, 
integral dedicação ao serviço público, boa formação ética e moral. 
As Comissões de Ética pretendem ser um elo de ligação entre o usuário e 
o serviço público, encarregadas de orientar e aconselhar sobre a ética na 
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Administração Pública, sobretudo no tratamento das pessoas e na proteção do 
patrimônio moral e material do serviço público. 
Caberá às Comissões de Ética instaurar processo sobre ato, fato ou 
conduta passível de infringência a princípio ou norma ética, de ofício ou 
mediante consulta, denúncia ou representação, formulada por qualquer pessoa 
que se identifique ou entidade associativa de classe regularmente constituída, 
contra servidor público ou contra o setor ou a repartição pública em que haja 
ocorrido a falta. A pena será a censura, devendo a decisão ser registrada nos 
assentamentos funcionais do servidor. 
Com base no exposto, Senhor Presidente, valho-me da presente para 
submeter, em nome da Comissão Especial, à elevada consideração de Vossa 
Excelência a anexa proposta de Decreto que aprova o Código de Ética 
Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal. 
 
Respeitosamente, 
ROMILDO CANHIM 
 
4. Código de Ética e princípio da legalidade 
 
Antes de conhecermos os seus dispositivos, é importante destacar que o 
Código de Ética não foi criado através de lei, mas através de Decreto editado 
pelo Presidente da República. 
Como o princípio da legalidade impõe que somente a lei pode criar 
condutas obrigatórias aos órgãos e agentes no âmbito da Administração 
Pública brasileira, o Código de Ética nada mais é do que um “código de 
adesão”. Isso porque a sua transgressão não implicará, necessariamente, em 
violação à lei, mastão somente descumprimento do compromisso pessoal e 
moral assumido pelo administrador público. Por isso a penalidade nele 
prevista é apenas a de censura. 
De qualquer modo, o Código de Ética serve para incentivar e estimular 
o comportamento ético no setor público, sendo necessário que as regras 
deontológicas e as que fazem referência a deveres e vedações sejam 
devidamente levadas ao conhecimento de todos os agentes públicos, 
garantindo-se, assim, máxima efetividade. 
 
5. Abrangência das regras do Código de Ética 
 
Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por 
servidor público todo aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer 
ato jurídico, preste serviços de natureza permanente, temporária ou 
excepcional, ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado direta 
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ou indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as 
fundações públicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as 
sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o 
interesse do Estado. 
 
6. Comissões de Ética 
 
Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta, 
indireta autárquica e fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade que 
exerça atribuições delegadas pelo poder público, deverá ser criada uma 
Comissão de Ética, encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética 
profissional do servidor, no tratamento com as pessoas e com o patrimônio 
público, competindo-lhe conhecer concretamente de imputação ou de 
procedimento susceptível de censura. 
 À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organismos encarregados da 
execução do quadro de carreira dos servidores, os registros sobre sua conduta 
ética, para o efeito de instruir e fundamentar promoções e para todos os 
demais procedimentos próprios da carreira do servidor público. 
 
6.1. Servidor que não é ocupante de cargo efetivo da entidade ou 
órgão pode ser membro ou secretário-executivo de Comissão de Ética 
de que trata o Decreto 1171/94? 
Segundo a Lei 3780/60, o quadro de pessoal é constituído de uma parte 
permanente, integrada pelos cargos efetivos e em comissão, e pela parte 
suplementar, integrada pelos cargos extintos. Assim, tanto o membro de 
Comissão de Ética, quanto o secretário-executivo de Comissão pode ser 
ocupante de cargo em comissão, ainda que não ocupante de cargo efetivo da 
entidade ou órgão. 
 
6.2. Como deve ser indicado o presidente da Comissão de Ética e 
quem deve substituí-lo em suas ausências? 
O presidente da Comissão de Ética Pública será escolhido pelos próprios 
integrantes da Comissão, de acordo com o inciso VI do art. 4º do Decreto 
6029/07. Já para a escolha do presidente de Comissão de Ética de que trata o 
Decreto 1171/94, na ausência de norma expressa, recomenda-se que seja 
seguida a mesma sistemática estabelecida para a CEP, ainda que essa escolha 
possa ser feita pela própria autoridade no ato de designação de seus membros. 
É recomendável que o presidente da Comissão seja substituído em suas 
ausências pelo membro mais antigo. 
 
 
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6.3. O Código de Ética do Servidor Civil se aplica às sociedades de 
economia mista? 
Sim, de acordo com o inciso XXIV do Código de Ética Profissional do 
Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, aprovado pelo Decreto 
1171/94. 
 
6.4. Diretores e Conselheiros de Empresas Públicas sujeitam-se 
ao Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil, aprovado pelo 
Decreto 1171/94? 
Sim, de acordo com o inciso XXIV do Capítulo II do Código de Ética do 
Servidor Civil, aprovado pelo Decreto 1171/94, para fins de apuração do 
comprometimento ético, entende-se por servidor público todo aquele que, por 
força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza 
permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira, 
desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, 
como as autarquias, as fundações pública, as entidades paraestatais, as 
empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor 
onde prevaleça o interesse do Estado 
 
7. Penalidade que pode ser aplicada pela Comissão de Ética 
 
A única penalidade aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética 
é a de censura e sua fundamentação constará do respectivo parecer, assinado 
por todos os seus integrantes, com ciência do faltoso. 
 
 Na sequência, apresento os dispositivos do Decreto 1.171/1994 
que devem ser assimilados para garantir a integralidade das questões 
de prova: 
CAPÍTULO I 
Seção I 
Das Regras Deontológicas 
 I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios 
morais são primados maiores que devem nortear o servidor público, seja no 
exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício da 
vocação do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão 
direcionados para a preservação da honra e da tradição dos serviços públicos. 
 Para responder às questões de prova, deve ficar claro que a consciência 
dos princípios morais deve direcionar as condutas do servidor público no 
âmbito da Administração Pública e também fora dela, em suas atividades 
privadas que possam repercutir no exercício de suas funções públicas. 
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 II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de 
sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o 
justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, 
mas principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras 
contidas no art. 37, caput, e § 4°, da Constituição Federal. 
O art. 37, § 4º, da Constituição Federal, dispõe que “os atos de 
improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a 
perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento 
ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal 
cabível”. 
 
 III - A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção 
entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da idéia de que o fim é sempre o 
bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do 
servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo. 
 Conforme preceitua Hely Lopes Meirelles, a conduta administrativa “não 
terá que obedecer somente à lei jurídica, mas também à lei ética da própria 
instituição, porque nem tudo que é legal é honesto”. 
 
 IV- A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos 
direta ou indiretamente por todos, até por ele próprio, e por isso se exige, 
como contrapartida, que a moralidade administrativa se integre no Direito, 
como elementoindissociável de sua aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, 
como conseqüência, em fator de legalidade. 
 A remuneração dos servidores públicos não pode ser paga diretamente 
por particulares, ainda que a título de doação, por exemplo, pois, nesse caso, a 
imparcialidade e impessoalidade do exercício das funções públicas estariam 
comprometidas. 
 
 V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade 
deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, 
como cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser 
considerado como seu maior patrimônio. 
 Se o servidor está exercendo atividades em prol do interesse público, 
certamente será um dos beneficiados com a eficiência e eficácia de seus atos, 
já que também é membro da coletividade. 
 
 VI - A função pública deve ser tida como exercício profissional e, 
portanto, se integra na vida particular de cada servidor público. Assim, 
os fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada 
poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional. 
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 As condutas praticadas por servidor público, em sua vida particular, 
podem repercutir diretamente em sua vida profissional. Assim, se o servidor 
público colaborada com entidades não governamentais em seus momentos de 
folga, apoia eventos comunitários, incentiva boas práticas e condutas sociais, 
entre outros bons exemplos, certamente será visto com “bons olhos” pela 
Administração Pública. De outro lado, se o servidor público tem o hábito de 
praticar condutas ilegais ou, no mínimo, de credibilidade duvidosa, o seu “bom 
conceito” pode ser diminuído, comprometendo, em situações extremas, até 
mesmo a continuidade do exercício da função pública ocupada. 
 
 VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais 
ou interesse superior do Estado e da Administração Pública, a serem 
preservados em processo previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, a 
publicidade de qualquer ato administrativo constitui requisito de eficácia e 
moralidade, ensejando sua omissão comprometimento ético contra o bem 
comum, imputável a quem a negar. 
 Para responder às questões de prova, é importante destacar que a 
publicação do ato administrativo em órgão oficial de imprensa não é condição 
de sua validade, mas sim condição de eficácia e moralidade. Somente a 
partir da publicação é que o ato começará a produzir os seus efeitos jurídicos, 
mesmo que há muito tempo já esteja validamente editado, aguardando apenas 
a sua divulgação. 
 
 VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode omiti-la 
ou falseá-la, ainda que contrária aos interesses da própria pessoa 
interessada ou da Administração Pública. Nenhum Estado pode crescer ou 
estabilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito do erro, da opressão ou da 
mentira, que sempre aniquilam até mesmo a dignidade humana quanto mais a 
de uma Nação. 
 
 Ainda que a informação divulgada pelo servidor público, caso seja 
verdadeira, cause prejuízos morais ou materiais à Administração Pública, 
deverá sempre prevalecer. 
 
 IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao serviço 
público caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga 
seus tributos direta ou indiretamente significa causar-lhe dano moral. Da 
mesma forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao patrimônio público, 
deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa 
ao equipamento e às instalações ou ao Estado, mas a todos os homens de boa 
vontade que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e seus 
esforços para construí-los. 
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 Para responder às questões de prova, lembre-se sempre de que 
eventuais ações judiciais com o objetivo de pleitear reparação pelos danos 
morais eventualmente sofridos devem ser propostas contra o Estado e não 
em face do servidor público. 
 
 X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que 
compete ao setor em que exerça suas funções, permitindo a formação de 
longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na prestação do 
serviço, não caracteriza apenas atitude contra a ética ou ato de 
desumanidade, mas principalmente grave dano moral aos usuários dos 
serviços públicos. 
 O servidor público deve questionar os procedimentos determinados por 
sua chefia que importem atrasos no atendimento ao cidadão, propondo 
soluções. Na hipótese de o chefe direto recusar-se a adotar novos 
procedimentos, o servidor deverá procurar autoridade imediatamente superior 
à sua chefia, a fim de que o problema seja solucionado. 
 
 XI - 0 servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de 
seus superiores, velando atentamente por seu cumprimento, e, assim, 
evitando a conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo de 
desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até mesmo 
imprudência no desempenho da função pública. 
 É dever fundamental do servidor respeitar a hierarquia, porém, sem 
nenhum temor de representar contra qualquer comprometimento indevido da 
estrutura em que se funda o poder estatal. 
 
 XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é 
fator de desmoralização do serviço público, o que quase sempre conduz à 
desordem nas relações humanas. 
 
 Perceba que o Código de Ética não proíbe a ausência do servidor público 
de seu local de trabalho. Entretanto, é imprescindível que, antes de se 
ausentar, o servidor realize prévia comunicação à chefia imediata, aguardando 
a respectiva autorização. 
 
XIII - 0 servidor que trabalha em harmonia com a estrutura organizacional, 
respeitando seus colegas e cada concidadão, colabora e de todos pode receber 
colaboração, pois sua atividade pública é a grande oportunidade para o 
crescimento e o engrandecimento da Nação. 
 
 
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Seção II 
Dos Principais Deveres do Servidor Público 
 
 XIV - São deveres fundamentais do servidor público: 
 a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou emprego 
público de que seja titular; 
 b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, pondo 
fim ou procurando prioritariamente resolver situações 
procrastinatórias, principalmente diante de filas ou de qualquer outra 
espécie de atraso na prestação dos serviços pelo setor em que exerça suas 
atribuições, com o fim de evitar dano moral ao usuário; 
 c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu 
caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante de duas opções, a 
melhor e a mais vantajosa para o bem comum; 
 d) jamais retardarqualquer prestação de contas, condição essencial 
da gestão dos bens, direitos e serviços da coletividade a seu cargo; 
 e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoando o 
processo de comunicação e contato com o público; 
 f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos que 
se materializam na adequada prestação dos serviços públicos; 
 g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, respeitando a 
capacidade e as limitações individuais de todos os usuários do serviço 
público, sem qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça, sexo, 
nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e posição social, abstendo-se, 
dessa forma, de causar-lhes dano moral; 
 h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar 
contra qualquer comprometimento indevido da estrutura em que se funda o 
Poder Estatal; 
 i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de 
contratantes, interessados e outros que visem obter quaisquer favores, 
benesses ou vantagens indevidas em decorrência de ações imorais, ilegais ou 
aéticas e denunciá-las; 
 j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas 
da defesa da vida e da segurança coletiva; 
 l) ser assíduo e freqüente ao serviço, na certeza de que sua ausência 
provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo negativamente em todo o 
sistema; 
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 m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato ou 
fato contrário ao interesse público, exigindo as providências cabíveis; 
 n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, seguindo os 
métodos mais adequados à sua organização e distribuição; 
 o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem com a 
melhoria do exercício de suas funções, tendo por escopo a realização do bem 
comum; 
 p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao exercício 
da função (em dias normais, não ir trabalhar de chinelo, por exemplo); 
 q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a 
legislação pertinentes ao órgão onde exerce suas funções; 
 r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções 
superiores, as tarefas de seu cargo ou função, tanto quanto possível, com 
critério, segurança e rapidez, mantendo tudo sempre em boa ordem. 
 s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem de 
direito; 
 t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais que lhe 
sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contrariamente aos legítimos 
interesses dos usuários do serviço público e dos jurisdicionados 
administrativos; 
 u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou 
autoridade com finalidade estranha ao interesse público, mesmo que 
observando as formalidades legais e não cometendo qualquer violação 
expressa à lei; 
 v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a 
existência deste Código de Ética, estimulando o seu integral cumprimento. 
Seção III 
Das Vedações ao Servidor Público 
 
 XV - É vedado ao servidor público; 
 a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e 
influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem; 
 b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de 
cidadãos que deles dependam; 
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 c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com 
erro ou infração a este Código de Ética ou ao Código de Ética de sua profissão; 
 d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular 
de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material; 
 e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou 
do seu conhecimento para atendimento do seu mister; 
 f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões 
ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o público, com os 
jurisdicionados administrativos ou com colegas hierarquicamente superiores ou 
inferiores; 
 g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda 
financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou vantagem de qualquer 
espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento da sua 
missão ou para influenciar outro servidor para o mesmo fim; 
 h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para 
providências; 
 i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento 
em serviços públicos; 
 j) desviar servidor público para atendimento a interesse 
particular; 
 l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, 
qualquer documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio público; 
 m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno 
de seu serviço, em benefício próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros; 
 n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente; 
 o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral, a 
honestidade ou a dignidade da pessoa humana; 
 p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a 
empreendimentos de cunho duvidoso. 
 
 
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8. Decreto nº 6.029, de 1º de fevereiro de 2007. 
 
 O Decreto 6.029/2007, basicamente, tem por objetivo regulamentar a 
criação e o funcionamento das Comissões de Ética, contribuindo para a 
divulgação e promoção da ética nas entidades e órgãos que integram o Poder 
Executivo Federal, fazendo com que o respeito à ética ocorra em todo o 
funcionalismo público. 
 Para fins de concursos públicos, é suficiente que você conheça os 
seguintes dispositivos: 
 
Art. 1º. Fica instituído o Sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo 
Federal com a finalidade de promover atividades que dispõem sobre a 
conduta ética no âmbito do Executivo Federal, competindo-lhe: 
I - integrar os órgãos, programas e ações relacionadas com a ética pública; 
II - contribuir para a implementação de políticas públicas tendo a 
transparência e o acesso à informação como instrumentos fundamentais para o 
exercício de gestão da ética pública; 
III - promover, com apoio dos segmentos pertinentes, a compatibilização e 
interação de normas, procedimentos técnicos e de gestão relativos à ética 
pública; 
IV - articular ações com vistas a estabelecer e efetivar procedimentos de 
incentivo e incremento ao desempenho institucional na gestão da ética pública 
do Estado brasileiro. 
 
Art. 2º. Integram o Sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo Federal: 
I - a Comissão de ÉticaPública - CEP, instituída pelo Decreto de 26 de maio 
de 1999; 
II - as Comissões de Ética de que trata o Decreto no 1.171, de 22 de junho 
de 1994; e 
III - as demais Comissões de Ética e equivalentes nas entidades e órgãos 
do Poder Executivo Federal. 
 
Art. 3º. A CEP será integrada por sete brasileiros que preencham os 
requisitos de idoneidade moral, reputação ilibada e notória experiência em 
administração pública, designados pelo Presidente da República, para 
mandatos de três anos, não coincidentes, permitida uma única 
recondução. 
§ 1º. A atuação no âmbito da CEP não enseja qualquer remuneração para 
seus membros e os trabalhos nela desenvolvidos são considerados prestação 
de relevante serviço público. 
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§ 2º. O Presidente terá o voto de qualidade nas deliberações da Comissão. 
§ 3º. Os mandatos dos primeiros membros serão de um, dois e três anos, 
estabelecidos no decreto de designação. 
 
POSICIONAMENTO DA CEP NA ESTRUTURA DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA 
 
 
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Art. 4º. À CEP compete: 
I - atuar como instância consultiva do Presidente da República e Ministros de 
Estado em matéria de ética pública; 
II - administrar a aplicação do Código de Conduta da Alta Administração 
Federal, devendo: 
a) submeter ao Presidente da República medidas para seu aprimoramento; 
b) dirimir dúvidas a respeito de interpretação de suas normas, deliberando 
sobre casos omissos; 
c) apurar, mediante denúncia, ou de ofício, condutas em desacordo com as 
normas nele previstas, quando praticadas pelas autoridades a ele submetidas; 
III - dirimir dúvidas de interpretação sobre as normas do Código de Ética 
Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal de que trata o 
Decreto no 1.171, de 1994; 
IV - coordenar, avaliar e supervisionar o Sistema de Gestão da Ética Pública do 
Poder Executivo Federal; 
V - aprovar o seu regimento interno; e 
VI - escolher o seu Presidente. 
Parágrafo único. A CEP contará com uma Secretaria-Executiva, vinculada à 
Casa Civil da Presidência da República, à qual competirá prestar o apoio 
técnico e administrativo aos trabalhos da Comissão. 
Art. 5º. Cada Comissão de Ética de que trata o Decreto no 1171, de 1994, 
será integrada por três membros titulares e três suplentes, escolhidos 
entre servidores e empregados do seu quadro permanente, e designados 
pelo dirigente máximo da respectiva entidade ou órgão, para mandatos não 
coincidentes de três anos. 
Art. 6º. É dever do titular de entidade ou órgão da Administração Pública 
Federal, direta e indireta: 
I - assegurar as condições de trabalho para que as Comissões de Ética 
cumpram suas funções, inclusive para que do exercício das atribuições de seus 
integrantes não lhes resulte qualquer prejuízo ou dano; 
II - conduzir em seu âmbito a avaliação da gestão da ética conforme processo 
coordenado pela Comissão de Ética Pública. 
 
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Art. 7º. Compete às Comissões de Ética de que tratam os incisos II e III do 
art. 2º.: 
I - atuar como instância consultiva de dirigentes e servidores no âmbito de seu 
respectivo órgão ou entidade; 
II - aplicar o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder 
Executivo Federal, aprovado pelo Decreto 1.171, de 1994, devendo: 
a) submeter à Comissão de Ética Pública propostas para seu aperfeiçoamento; 
b) dirimir dúvidas a respeito da interpretação de suas normas e deliberar sobre 
casos omissos; 
c) apurar, mediante denúncia ou de ofício, conduta em desacordo com as 
normas éticas pertinentes; e 
d) recomendar, acompanhar e avaliar, no âmbito do órgão ou entidade a que 
estiver vinculada, o desenvolvimento de ações objetivando a disseminação, 
capacitação e treinamento sobre as normas de ética e disciplina; 
III - representar a respectiva entidade ou órgão na Rede de Ética do Poder 
Executivo Federal a que se refere o art. 9o; e 
IV - supervisionar a observância do Código de Conduta da Alta Administração 
Federal e comunicar à CEP situações que possam configurar descumprimento 
de suas normas. 
§ 1º. Cada Comissão de Ética contará com uma Secretaria-Executiva, 
vinculada administrativamente à instância máxima da entidade ou órgão, para 
cumprir plano de trabalho por ela aprovado e prover o apoio técnico e material 
necessário ao cumprimento das suas atribuições. 
§ 2º. As Secretarias-Executivas das Comissões de Ética serão chefiadas por 
servidor ou empregado do quadro permanente da entidade ou órgão, 
ocupante de cargo de direção compatível com sua estrutura, alocado sem 
aumento de despesas. 
Art. 8º. Compete às instâncias superiores dos órgãos e entidades do Poder 
Executivo Federal, abrangendo a administração direta e indireta: 
I - observar e fazer observar as normas de ética e disciplina; 
II - constituir Comissão de Ética; 
III - garantir os recursos humanos, materiais e financeiros para que a 
Comissão cumpra com suas atribuições; e 
IV - atender com prioridade às solicitações da CEP. 
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Art. 9º. Fica constituída a Rede de Ética do Poder Executivo Federal, integrada 
pelos representantes das Comissões de Ética de que tratam os incisos I, II e 
III do art. 2o, com o objetivo de promover a cooperação técnica e a avaliação 
em gestão da ética. 
Parágrafo único. Os integrantes da Rede de Ética se reunirão sob a 
coordenação da Comissão de Ética Pública, pelo menos uma vez por ano, 
em fórum específico, para avaliar o programa e as ações para a promoção da 
ética na administração pública. 
Art. 10. Os trabalhos da CEP e das demais Comissões de Ética devem ser 
desenvolvidos com celeridade e observância dos seguintes princípios: 
I - proteção à honra e à imagem da pessoa investigada; 
II - proteção à identidade do denunciante, que deverá ser mantida sob 
reserva, se este assim o desejar; e 
III - independência e imparcialidade dos seus membros na apuração dos fatos, 
com as garantias asseguradas neste Decreto. 
Art. 11. Qualquer cidadão, agente público, pessoa jurídica de direito privado, 
associação ou entidade de classe poderá provocar a atuação da CEP ou de 
Comissão de Ética, visando à apuração de infração ética imputada a agente 
público, órgão ou setor específico de ente estatal. 
Parágrafo único. Entende-se por agente público, para os fins deste Decreto, 
todo aquele que, por força de lei, contrato ou qualquer ato jurídico, presteserviços de natureza permanente, temporária, excepcional ou eventual, ainda 
que sem retribuição financeira, a órgão ou entidade da administração pública 
federal, direta e indireta. 
Art. 12. O processo de apuração de prática de ato em desrespeito ao 
preceituado no Código de Conduta da Alta Administração Federal e no Código 
de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal será 
instaurado, de ofício ou em razão de denúncia fundamentada, 
respeitando-se, sempre, as garantias do contraditório e da ampla defesa, pela 
Comissão de Ética Pública ou Comissões de Ética de que tratam o incisos II e 
III do art. 2º, conforme o caso, que notificará o investigado para manifestar-
se, por escrito, no prazo de dez dias. 
§ 1º. O investigado poderá produzir prova documental necessária à sua 
defesa. 
§ 2º. As Comissões de Ética poderão requisitar os documentos que 
entenderem necessários à instrução probatória e, também, promover 
diligências e solicitar parecer de especialista. 
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§ 3º. Na hipótese de serem juntados aos autos da investigação, após a 
manifestação referida no caput deste artigo, novos elementos de prova, o 
investigado será notificado para nova manifestação, no prazo de dez dias. 
§ 4º. Concluída a instrução processual, as Comissões de Ética proferirão 
decisão conclusiva e fundamentada. 
§ 5º. Se a conclusão for pela existência de falta ética, além das providências 
previstas no Código de Conduta da Alta Administração Federal e no Código de 
Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, as 
Comissões de Ética tomarão as seguintes providências, no que couber: 
I - encaminhamento de sugestão de exoneração de cargo ou função de 
confiança à autoridade hierarquicamente superior ou devolução ao órgão de 
origem, conforme o caso; 
II -- encaminhamento, conforme o caso, para a Controladoria-Geral da União 
ou unidade específica do Sistema de Correição do Poder Executivo Federal de 
que trata o Decreto n o 5.480, de 30 de junho de 2005, para exame de 
eventuais transgressões disciplinares; e 
III - recomendação de abertura de procedimento administrativo, se a 
gravidade da conduta assim o exigir. 
Art. 13. Será mantido com a chancela de “reservado”, até que esteja 
concluído, qualquer procedimento instaurado para apuração de prática em 
desrespeito às normas éticas. 
§ 1º. Concluída a investigação e após a deliberação da CEP ou da Comissão de 
Ética do órgão ou entidade, os autos do procedimento deixarão de ser 
reservados. 
§ 2º. Na hipótese de os autos estarem instruídos com documento acobertado 
por sigilo legal, o acesso a esse tipo de documento somente será permitido a 
quem detiver igual direito perante o órgão ou entidade originariamente 
encarregado da sua guarda. § 3º. Para resguardar o sigilo de documentos que 
assim devam ser mantidos, as Comissões de Ética, depois de concluído o 
processo de investigação, providenciarão para que tais documentos sejam 
desentranhados dos autos, lacrados e acautelados. 
Art. 14. A qualquer pessoa que esteja sendo investigada é assegurado o direito 
de saber o que lhe está sendo imputado, de conhecer o teor da acusação e 
de ter vista dos autos, no recinto das Comissões de Ética, mesmo que ainda 
não tenha sido notificada da existência do procedimento investigatório. 
Parágrafo único. O direito assegurado neste artigo inclui o de obter cópia dos 
autos e de certidão do seu teor. 
 
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Art. 15. Todo ato de posse, investidura em função pública ou celebração de 
contrato de trabalho, dos agentes públicos referidos no parágrafo único do art. 
11, deverá ser acompanhado da prestação de compromisso solene de 
acatamento e observância das regras estabelecidas pelo Código de Conduta da 
Alta Administração Federal, pelo Código de Ética Profissional do Servidor 
Público Civil do Poder Executivo Federal e pelo Código de Ética do órgão ou 
entidade, conforme o caso. 
Parágrafo único. A posse em cargo ou função pública que submeta a 
autoridade às normas do Código de Conduta da Alta Administração Federal 
deve ser precedida de consulta da autoridade à Comissão de Ética Pública, 
acerca de situação que possa suscitar conflito de interesses. 
Art. 16. As Comissões de Ética não poderão escusar-se de proferir 
decisão sobre matéria de sua competência alegando omissão do Código 
de Conduta da Alta Administração Federal, do Código de Ética Profissional do 
Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal ou do Código de Ética do 
órgão ou entidade, que, se existente, será suprida pela analogia e invocação 
aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 
eficiência. 
§ 1º. Havendo dúvida quanto à legalidade, a Comissão de Ética competente 
deverá ouvir previamente a área jurídica do órgão ou entidade. 
§ 2º. Cumpre à CEP responder a consultas sobre aspectos éticos que lhe 
forem dirigidas pelas demais Comissões de Ética e pelos órgãos e entidades 
que integram o Executivo Federal, bem como pelos cidadãos e servidores que 
venham a ser indicados para ocupar cargo ou função abrangida pelo Código de 
Conduta da Alta Administração Federal. 
Art. 17. As Comissões de Ética, sempre que constatarem a possível ocorrência 
de ilícitos penais, civis, de improbidade administrativa ou de infração 
disciplinar, encaminharão cópia dos autos às autoridades competentes 
para apuração de tais fatos, sem prejuízo das medidas de sua competência. 
Art. 18. As decisões das Comissões de Ética, na análise de qualquer fato ou 
ato submetido à sua apreciação ou por ela levantado, serão resumidas em 
ementa e, com a omissão dos nomes dos investigados, divulgadas no sítio do 
próprio órgão, bem como remetidas à Comissão de Ética Pública. 
Art. 19. Os trabalhos nas Comissões de Ética de que tratam os incisos II e III 
do art. 2º são considerados relevantes e têm prioridade sobre as atribuições 
próprias dos cargos dos seus membros, quando estes não atuarem com 
exclusividade na Comissão. 
Art. 20. Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal darão 
tratamento prioritário às solicitações de documentos necessários à instrução 
dos procedimentos de investigação instaurados pelas Comissões de Ética . 
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§ 1º. Na hipótese de haver inobservância do dever funcional previsto no caput, 
a Comissão de Ética adotará as providências previstas no inciso III do § 5o do 
art. 12. 
§ 2º. As autoridades competentes não poderão alegar sigilo para deixar de 
prestar informação solicitada pelas Comissões de Ética. 
Art. 21. A infração de natureza ética cometida por membro de Comissão de 
Ética de que tratam os incisos II e III do art. 2o será apurada pela Comissão 
de Ética Pública. 
Art. 22. A Comissão de Ética Públicamanterá banco de dados de sanções 
aplicadas pelas Comissões de Ética de que tratam os incisos II e III do art. 2o 
e de suas próprias sanções, para fins de consulta pelos órgãos ou entidades da 
administração pública federal, em casos de nomeação para cargo em comissão 
ou de alta relevância pública. 
Parágrafo único. O banco de dados referido neste artigo engloba as sanções 
aplicadas a qualquer dos agentes públicos mencionados no parágrafo único do 
art. 11 deste Decreto. 
Art. 23. Os representantes das Comissões de Ética de que tratam os incisos II 
e III do art. 2o atuarão como elementos de ligação com a CEP, que disporá em 
Resolução própria sobre as atividades que deverão desenvolver para o 
cumprimento desse mister. 
Art. 24. As normas do Código de Conduta da Alta Administração Federal, do 
Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo 
Federal e do Código de Ética do órgão ou entidade aplicam-se, no que couber, 
às autoridades e agentes públicos neles referidos, mesmo quando em gozo de 
licença. 
Art. 25. Ficam revogados os incisos XVII, XIX, XX, XXI, XXIII e XXV do Código 
de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, 
aprovado pelo Decreto no 1.171, de 22 de junho de 1994, os arts. 2o e 3o do 
Decreto de 26 de maio de 1999, que cria a Comissão de Ética Pública, e os 
Decretos de 30 de agosto de 2000 e de 18 de maio de 2001, que dispõem 
sobre a Comissão de Ética Pública. 
Art. 26. Este Decreto entra em vigor na data da sua publicação. 
 
Brasília, 1º de fevereiro de 2007; 186o da Independência e 119o da 
República. 
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA 
Dilma Rousseff 
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9. Resolução CEP nº 08, 25 de setembro de 2003 
 
A Resolução nº 08, editada pela Comissão de Ética Pública em 25 de 
setembro de 2003, identifica situações que suscitam conflito de interesses e 
dispõe sobre o modo de preveni-los. 
O conflito de interesses fica caracterizado quando ocorre uma eventual 
incompatibilidade entre atividades na iniciativa privada, praticadas por 
servidor público, com as respectivas funções públicas. Nesse caso, busca-se 
evitar que interesses alheios à Administração Pública possam prevalecer 
em face do interesse da coletividade. 
É o que acontece, por exemplo, quando um ônibus de titularidade da 
União é deslocado para fazer o transporte de familiares de determinada 
autoridade pública. Ora, não se justifica a utilização de bem público em 
benefício de amigos ou familiares de agente público, sem qualquer interesse 
público e pauta, pelo simples fato de se tratar de autoridade pública. 
Vejamos o teor da citada resolução: 
 
A COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA, com o objetivo de orientar as autoridades 
submetidas ao Código de Conduta da Alta Administração Federal na 
identificação de situações que possam suscitar conflito de interesses, esclarece 
o seguinte: 
 
1. Suscita conflito de interesses o exercício de atividade que: 
a) em razão da sua natureza, seja incompatível com as atribuições do cargo ou 
função pública da autoridade, como tal considerada, inclusive, a atividade 
desenvolvida em áreas ou matérias afins à competência funcional; 
b) viole o princípio da integral dedicação pelo ocupante de cargo em comissão 
ou função de confiança, que exige a precedência das atribuições do cargo ou 
função pública sobre quaisquer outras atividades; 
c) implique a prestação de serviços a pessoa física ou jurídica ou a 
manutenção de vínculo de negócio com pessoa física ou jurídica que tenha 
interesse em decisão individual ou coletiva da autoridade; 
d) possa, pela sua natureza, implicar o uso de informação à qual a autoridade 
tenha acesso em razão do cargo e não seja de conhecimento público; 
e) possa transmitir à opinião pública dúvida a respeito da integridade, 
moralidade, clareza de posições e decoro da autoridade. 
 
2. A ocorrência de conflito de interesses independe do recebimento de 
qualquer ganho ou retribuição pela autoridade. 
 
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3. A autoridade poderá prevenir a ocorrência de conflito de interesses 
ao adotar, conforme o caso, uma ou mais das seguintes providências: 
a) abrir mão da atividade ou licenciar-se do cargo, enquanto perdurar a 
situação passível de suscitar conflito de interesses; 
b) alienar bens e direitos que integram o seu patrimônio e cuja manutenção 
possa suscitar conflito de interesses; 
c) transferir a administração dos bens e direitos que possam suscitar conflito 
de interesses a instituição financeira ou a administradora de carteira de valores 
mobiliários autorizada a funcionar pelo Banco Central ou pela Comissão de 
Valores Mobiliários, conforme o caso, mediante instrumento contratual que 
contenha cláusula que vede a participação da autoridade em qualquer decisão 
de investimento assim como o seu prévio conhecimento de decisões da 
instituição administradora quanto à gestão dos bens e direitos; 
d) na hipótese de conflito de interesses específico e transitório, comunicar sua 
ocorrência ao superior hierárquico ou aos demais membros de órgão colegiado 
de que faça parte a autoridade, em se tratando de decisão coletiva, abstendo-
se de votar ou participar da discussão do assunto; 
e) divulgar publicamente sua agenda de compromissos, com identificação das 
atividades que não sejam decorrência do cargo ou função pública. 
 
4. A Comissão de Ética Pública deverá ser informada pela autoridade e 
opinará, em cada caso concreto, sobre a suficiência da medida adotada 
para prevenir situação que possa suscitar conflito de interesses. 
 
5. A participação de autoridade em conselhos de administração e fiscal 
de empresa privada, da qual a União seja acionista, somente será 
permitida quando resultar de indicação institucional da autoridade 
pública competente. Nestes casos, é-lhe vedado participar de 
deliberação que possa suscitar conflito de interesses com o Poder 
Público. 
 
6. No trabalho voluntário em organizações do terceiro setor, sem 
finalidade de lucro, também deverá ser observado o disposto nesta 
Resolução. 
 
7. As consultas dirigidas à Comissão de Ética Pública deverão estar 
acompanhadas dos elementos pertinentes à legalidade da situação 
exposta. 
 João Geraldo Piquet Carneiro 
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QUESTÕES COMENTADAS 
 
01. (ESAF/Analista Administrativo ANA/2009) De acordo com o 
Decreto n. 1.171/1994 (Código de Ética Profissional do Servidor 
Público Civil do Poder Executivo Federal), é vedado ao servidor 
público: 
I. aceitar ajuda financeira, para si ou para familiares, fornecida pela 
parte interessada, para fins de praticar ato regular e lícito, inserido em 
sua esfera de atribuições; 
II. fazer uso de informação privilegiada obtida no âmbito interno do

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