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Aula 05 Direito Penal

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CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
PROFESSOR PEDRO IVO 
www.pontodosconcursos.com.br 1
AULA 05 – IMPUTABILIDADE / CONCURSO DE PESSOAS 
Caros alunos, 
Sejam bem vindos à nossa quinta aula!!! 
Hoje veremos temas interessantes e importantes para a sua PROVA. 
Começaremos a aula tratando da imputabilidade penal e, posteriormente, veremos as regras 
penais que definem o concurso de pessoas. 
Vamos começar! 
Bons estudos!!! 
************************************************************************** 
5.1 IMPUTABILIDADE 
A imputabilidade penal é um dos elementos da culpabilidade. Mas o que exatamente é a 
culpabilidade? 
A culpabilidade é a possibilidade de se considerar alguém culpado pela prática de uma 
infração penal. Por essa razão, costuma ser definida como juízo de censurabilidade e 
reprovação, exercido sobre alguém que praticou um fato típico e ilícito. 
Não se trata de elemento do crime, mas pressuposto para imposição de pena, pois, sendo 
um juízo de valor sobre o autor de uma infração penal, não se concebe que se possa ao 
mesmo tempo estar dentro do crime, como seu elemento, e fora, como juízo externo de valor 
do agente. 
São requisitos da culpabilidade: 
A) IMPUTABILIDADE; 
B) POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE Î Para merecer uma pena, o 
sujeito deve ter agido na consciência de que sua conduta era ilícita. Se não detiver o 
necessário conhecimento da proibição (que não se confunde com desconhecimento 
da lei, o qual é inescusável), sua ação ou omissão não terá a mesma reprovabilidade. 
 
 
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C) EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA Î Está relacionada, 
primordialmente, com a coação moral irresistível e com a obediência hierárquica à 
ordem manifestamente ilegal. 
Na coação moral irresistível, há fato típico e ilícito, mas o sujeito não é considerado 
culpado, em face da exclusão da exigibilidade de conduta diversa. 
Na obediência hierárquica, se a ordem é aparentemente legal e o subordinado não 
podia perceber sua ilegalidade, exclui-se a exigibilidade de conduta diversa, e ele fica 
isento de pena. 
Bom, agora você já tem uma noção do que é a culpabilidade. Todavia, nosso foco principal, 
com base no edital, é em um dos requisitos que a compõe, ou seja: A IMPUTABILIDADE. 
5.1.1 CONCEITO 
Segundo Damásio E. de Jesus a imputabilidade penal é o conjunto de condições 
pessoais que dão ao agente capacidade para lhe ser juridicamente imputada a prática de 
um fato punível. 
Sobre outro enfoque temos o conceito de Heleno Cláudio Fragoso que define a 
imputabilidade como condição pessoal de maturidade e sanidade mental que confere ao 
agente a capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de se determinar segundo 
esse entendimento. 
Do exposto, podemos afirmar que a imputabilidade depende de dois elementos: 
1. INTELECTIVO Î Diz respeito à integridade mental do indivíduo; 
2. VOLITIVO Î Refere-se ao domínio da vontade, ou seja, o agente controla e 
comanda seus impulsos relativos à compreensão do caráter ilícito do fato. 
Esses dois elementos devem coexistir para que o indivíduo seja considerado imputável. 
Por fim, cabe ressaltar que o legislador penal optou por inserir no Brasil um critério 
cronológico para aferição da imputabilidade, ou seja, presume-se imputável o indivíduo 
no dia em que ele completa 18 anos. 
5.1.2 MOMENTO PARA CONSTATAÇÃO DA IMPUTABILIDADE
O código penal, ao começar a dispor sobre a imputabilidade, dispõe em seu art. 26: 
 
 
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Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou 
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou 
da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de 
determinar-se de acordo com esse entendimento. (grifei) 
Observe, caro aluno, que o Código Penal é claro ao fixar o tempo da ação ou omissão 
como o momento para a aferição da imputabilidade. Neste ponto, cabe ressaltar que 
qualquer alteração posterior, como a superveniência de doença mental, por exemplo, 
será IRRELEVANTE para fins penais, influenciando apenas na esfera processual. 
5.1.3 SISTEMAS PARA AFERIÇÃO DA INIMPUTABILIDADE
Para aferição da inimputabilidade existem três sistemas, sendo que um deles é adotado 
como regra em nosso país. Vamos analisar:: 
SSISSTEEMA BIIOLÓGICCO Î Entende que inimputáveis são aquelas pessoas que têm 
determinadas doenças, não se fazendo maiores questionamentos. 
Nesse caso, não se discute os efeitos da doença nem o momento da ação ou 
omissão, só sendo examinada a causa (moléstia). Em síntese, esse sistema considera 
apenas as alterações fisiológicas no organismo do agente. 
O principal problema deste sistema é que não há qualquer margem de liberdade ao 
julgador, ficando este “refém” de um laudo. Para ficar bem claro, imaginemos que em 
determinado processo penal é apresentado ao juiz um laudo constatando a doença 
mental do indivíduo. 
Para o magistrado, será irrelevante se ao tempo da ação o agente se mostrava 
completamente lúcido de entender o ilícito, pois pelo sistema biológico a doença 
mental ocasiona presunção ABSOLUTA de inimputabilidade. 
SSIISSTTEEMMAA PPSSIICCOOLLÓÓGGIICCOO Î Neste sistema, pouco importa se o indivíduo apresenta 
ou não deficiência mental. Será inimputável o agente se, no momento da ação ou 
omissão, mostrar incapacidade de entender um ilícito. 
Atenção que não se exige doença de qualquer tipo para a constatação da 
inimputabilidade, mas sim INCAPACIDADE DE ENTENDER UM ILÍCITO. 
O problema deste sistema é dar uma liberdade muito grande ao julgador. 
SSISSTEEMA BIIOPSSIICCOLÓGGIICCO Î É o adotado pelo Brasil e resulta da união entre os 
dois sistemas que acabamos de tratar. Segundo o sistema biopsicológico, é 
 
 
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inimputável aquele que, ao tempo da conduta, apresenta um problema mental e, em 
razão disso, não possui capacidade para entender o caráter ilícito do fato. 
Neste sistema há uma conjugação entre a atuação do perito e do magistrado. 
Enquanto o primeiro analisa os aspectos biológicos, o segundo verifica a situação 
psicológica do agente. 
 
5.1.4 CAUSAS DE INIMPUTABILIDADE
O legislador penal definiu as seguintes hipóteses de inimputabilidade: 
1. Menoridade; 
2. Desenvolvimento mental retardado; 
3. Desenvolvimento mental incompleto; 
4. Doença mental; 
5. Embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou força maior. 
Vamos agora começar a conhecer as particularidades de cada uma destas espécies: 
5.1.4.1 MENORIDADE
Como já vimos, para a aferição da menoridade utiliza-se o critério biológico. Assim, 
não importa o quanto é inteligente, perspicaz ou entendedor de seus atos o menor de 
18 anos, pois há presunção absoluta de inimputabilidade. 
Nos termos do art. 27 do CP temos: 
EXCEÇÃO AO SISTEMA BIOPSICOLÓGICO 
FAZ-SE IMPORTANTE RESSALTAR QUE, EXCEPCIONALMENTE, O SISTEMA 
BIOLÓGICO É ADOTADO NO TOCANTE AOS MENORES DE 18 ANOS, OU SEJA, 
NÃO IMPORTA A CAPACIDADE MENTAL, BASTANDO A SIMPLES QUALIFICAÇÃO 
COMO MENOR PARA CARACTERIZAR A INIMPUTABILIDADE. 
 
 
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Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, 
ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial. 
Mas como provar ao juiz que o indivíduo é menor de 18 anos?Segundo a súmula 74 do STJ, para efeitos penais, o reconhecimento da menoridade 
do réu requer prova por documento hábil, ou seja, preferencialmente deve ser 
apresentada a certidão de nascimento. Todavia esta pode ser suprida por qualquer 
outro documento tais como a carteira de identidade, certidão de batismo etc. 
“Mas, professor, agora surgiu uma dúvida: E como é que ficam os crimes permanentes 
em que o agente começa o delito como menor e termina como maior?” 
Excelente pergunta! Nessas espécies de crimes o menor só poderá ser 
responsabilizado pelos fatos cometidos após ter atingido a maioridade. Imaginemos, 
por exemplo, a seguinte situação: Tício, menor, seqüestra Mévia. Ainda com 17 anos 
tortura a vítima e, um dia após completar 18 anos é descoberto pela polícia. 
Primeira pergunta: Poderá Tício responder pela tortura? A resposta é negativa, pois há 
presunção absoluta de inimputabilidade. 
Segunda pergunta: Tício poderá responder pelo seqüestro? A resposta é positiva, pois 
a permanência cessou após o agente haver completado 18 anos. 
OBSERVAÇÃO 01 
A EMANCIPAÇÃO NA ESFERA CIVIL NÃO ATINGE A PENAL, OU SEJA, SE O 
INDIVÍDUO FOR EMANCIPADO, PARA FINS PENAIS, CONTINUARÁ SENDO 
CONSIDERADO INIMPUTÁVEL QUANTO À ASPECTOS PENAIS. 
OBSERVAÇÃO 02 
CONSIDERA-SE COMPLETADOS OS 18 ANOS ÀS 00:00H DO DIA EM QUE O 
INDIVÍDUO COMPLETA SEU 18º ANOS DE VIDA, OU SEJA, PARA EFEITOS PENAIS 
É INDIFERENTE A HORA DE NASCIMENTO. 
 
 
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5.1.4.2 DOENÇA MENTAL
A expressão “doença mental”, sem dúvida, possui um caráter bem subjetivo. Todavia, 
no que diz respeito ao tema imputabilidade penal, entende a doutrina que deve ser 
interpretada em sentido amplo, ou seja, abrangendo não só os problemas patológicos, 
mas também os de origem toxicológica. 
Quanto a este ponto, é irrelevante o fato de a doença mental ser permanente ou 
transitória. O que importa é que ela esteja presente no momento da ação ou omissão. 
Cabe por fim ressaltar que, como já vimos, o legislador penal optou por adotar o 
sistema biopsicológico, o que nos leva a concluir que pelo simples fato de o indivíduo 
possuir doença mental, já podemos afirmar que ele é inimputável, correto??? CLARO 
QUE NÃO!!! 
Pelo critério biopsicológico, se o “doente mental” apresentar lucidez no momento do 
ato, mesmo que seja portador de alguma enfermidade, responderá este pelo ato ilícito 
sendo considerado imputável. 
5.1.4.3 DESENVOLVIMENTO MENTAL INCOMPLETO
Segundo a doutrina, os silvícolas e os menores possuem desenvolvimento mental 
incompleto. 
Os silvícolas, que nada mais são do que os índios, nem sempre serão inimputáveis, 
dependendo do grau de assimilação dos valores sociais, a ser revelado por exame 
pericial. 
Da conclusão da perícia, o silvícola pode ser: 
• IMPUTÁVEL Î Se integrado à vida em sociedade. 
• SEMI-IMPUTÁVEL Î No caso de estar dividido entre o convívio na tribo e na 
sociedade; e 
• INIMPUTÁVEL Î Quando está completamente INADAPTADO, ou seja, fora da 
sociedade. 
A fim de exemplificar o tema, observe o interessante julgado: 
 
 
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5.1.4.4 DESENVOLVIMENTO MENTAL RETARDADO
O art. 26 do Código Penal, ao tratar do tema, dispõe: 
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou 
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou 
da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de 
determinar-se de acordo com esse entendimento. 
O desenvolvimento mental retardado compreende o estado mental dos oligofrênicos 
(nos graus de debilidade mental, imbecilidade e idiotia) e as pessoas que, por 
ausência ou deficiência dos sentidos, possuem deficiência psíquica (Ex: surdo-mudo). 
Segundo Ramos MARANHÃO, “o retardo mental é uma condição de desenvolvimento 
interrompido ou incompleto da mente, especialmente caracterizada por um 
comprometimento de habilidades manifestadas durante o período de desenvolvimento, 
as quais contribuem para o nível global da inteligência e compreensão”. 
“Mas professor, quer dizer então que o indivíduo com desenvolvimento mental 
retardado será sempre inimputável?” 
STJ, HC 30.113/MA, DJ 16.11.2004 
I. Hipótese em que o paciente, índio Guajajara, foi condenado, juntamente 
com outros três co-réus, pela prática de tráfico ilícito de entorpecentes, em 
associação, e porte ilegal de arma de fogo, pois mantinha plantio de 
maconha na reserva indígena Piçarra Preta, do qual era morador. 
II. Não é indispensável a realização de perícia antropológica, se evidenciado 
que o paciente, não obstante ser índio, está integrado à sociedade e aos 
costumes da civilização. 
III. Se os elementos dos autos são suficientes para afastar quaisquer 
dúvidas a respeito da inimputabilidade do paciente, tais como a fluência na 
língua portuguesa, certo grau de escolaridade, habilidade para conduzir 
motocicleta e desenvoltura para a prática criminosa, como a participação em 
reuniões de traficantes, não há que se falar em cerceamento de defesa 
decorrente da falta de laudo antropológico. 
 
 
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A resposta é negativa e, para caracterizar a inimputabilidade deve-se verificar o 
ocorrido no momento da ação ou omissão. Analisando: 
1. AGENTE CAPAZ DE ENTENDER O CARÁTER ILÍCITO DO ATO NO 
MOMENTO DA AÇÃO OU OMISSÃO: IMPUTÁVEL! 
2. AGENTE PARCIALMENTE CAPAZ DE ENTENDER O CARÁTER 
ILÍCITO DO ATO NO MOMENTO DA AÇÃO OU OMISSÃO: SEMI-
IMPUTÁVEL! 
3. AGENTE INTEIRAMENTE INCAPAZ DE ENTENDER O CARÁTER 
ILÍCITO DO ATO NO MOMENTO DA AÇÃO OU OMISSÃO: 
INIMPUTÁVEL! 
5.1.5 EFEITOS DA INIMPUTABILIDADE
Um erro muito comum entre as pessoas é pensar que nada ocorre com o inimputável. 
Seria justo que um menor cometesse um homicídio e o Estado nada fizesse? É claro que 
não, logo de uma conduta ilícita sempre advém um determinado efeito. Vamos conhecê-
los: 
• Para os menores de 18 anos Î Ficam sujeitos ao Estatuto da Criança e do 
Adolescente. 
• Demais inimputáveis Î Submetem-se à justiça penal sendo processados e 
julgados como qualquer outro indivíduo. 
OBSERVAÇÃO: 
SEMI-IMPUTÁVEL 
A PENA PODE SER REDUZIDA DE UM A DOIS TERÇOS, SE O AGENTE, EM 
VIRTUDE DE PERTURBAÇÃO DE SAÚDE MENTAL OU POR DESENVOLVIMENTO 
MENTAL INCOMPLETO OU RETARDADO NÃO ERA INTEIRAMENTE CAPAZ DE 
ENTENDER O CARÁTER ILÍCITO DO FATO OU DE DETERMINAR-SE DE ACORDO 
COM ESSE ENTENDIMENTO. (CP, ART. 26, PARÁGRAFO ÚNICO) 
 
 
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“Mas, professor, agora enrolou tudo...o indivíduo é inimputável e mesmo assim é 
processado e julgado?” 
Exatamente isso. Você se lembra da teoria finalista que estudamos quando vimos o 
conceito de crime? Na ocasião dissemos que crime é fato típico e ilícito sendo a 
CULPABILIDADE MERO PRESSUPOSTO DE APLICAÇÃO DA PENA. 
Como a imputabilidade integra a culpabilidade, podemos dizer, com certeza, que o 
agente cometeu um crime, mas, com base na culpabilidade, a pena não poderá ser 
imposta. 
Trata-se da chamada sentença de absolvição imprópria, pois o réu é absolvido no 
tocante a pena( em sentido penal), mas contra ele é aplicada uma medida de segurança. 
5.1.6 SEMI-IMPUTABILIDADE
Sobre o tem dispõe o parágrafo único do art. 26 da seguinte forma: 
Art. 26 
[...] 
CONHECER PARA ENTENDER: 
MEDIDA DE SEGURANÇA 
A MEDIDA DE SEGURANÇA É TRATAMENTO A QUE DEVE SER SUBMETIDOO 
AUTOR DE CRIME COM O FIM DE CURÁ-LO OU, NO CASO DE TRATAR-SE DE 
PORTADOR DE DOENÇA MENTAL INCURÁVEL, DE TORNÁ-LO APTO A CONVIVER 
EM SOCIEDADE SEM VOLTAR A DELINQÜIR (COMETER CRIMES). 
NÃO TEM NATUREZA DE PENA E O TRATAMENTO DEVERÁ SER FEITO EM 
HOSPITAL DE CUSTÓDIA E TRATAMENTO, NOS CASOS EM QUE É NECESSÁRIA 
INTERNAÇÃO DO PACIENTE OU, QUANDO NÃO HOUVER NECESSIDADE DE 
INTERNAÇÃO, O TRATAMENTO SERÁ AMBULATORIAL (A PESSOA SE APRESENTA 
DURANTE O DIA EM LOCAL PRÓPRIO PARA O ATENDIMENTO), DANDO-SE 
ASSISTÊNCIA MÉDICA AO PACIENTE.
 
 
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Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o 
agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento 
mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o 
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
O supracitado dispositivo legal cuida da semi-imputabilidade que ocorre quando o agente 
não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de 
acordo com esse entendimento em virtude de: 
1. Perturbação de saúde mental; 
2. Desenvolvimento mental incompleto; 
3. Desenvolvimento mental retardado. 
Neste caso não ocorre a exclusão da culpabilidade e, portanto, estará sujeito à pena o 
agente. Entretanto, o legislador achou por bem definir uma causa OBRIGATÓRIA de 
diminuição de pena, devendo o juiz reduzir esta de um a dois terços. 
Por fim, cabe ressaltar que se o magistrado julgar conveniente poderá substitui a pena 
por medida de segurança. 
5.1.7 EMOÇÃO E PAIXÃO
Para começar este tópico imaginemos a seguinte situação: Tício torcedor do Fluminense 
é casado com Mévia. Determinado dia, ao entrar em casa, encontra Mévia vestida com 
uma camisa do Flamengo e, acometido de uma cólera imensa, comete o crime de 
homicídio. 
Neste caso, poderá ser Tício condenado? 
Claro que sim, pois nos termos do art. 28, I do Código Penal: 
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: 
I - a emoção ou a paixão; 
Para uma correta compreensão, vamos começar definindo as duas palavras: 
 
 
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• Emoção: É o estado afetivo que acarreta na perturbação transitória 
do equilíbrio psíquico, tal como no medo, ira, cólera, ansiedade, 
alegria, surpresa, prazer erótico e vergonha. 
• Paixão: É a emoção mais intensa e duradoura do equilíbrio 
psíquico. Exemplos: Ciúme, vingança, ódio, ambição etc. 
Nas lições de Nélson Hungria, pode dizer-se que a paixão é a emoção que se protrai no 
tempo, incubando-se, introvertendo-se, criando um estado contínuo e duradouro de 
perturbação afetiva em torno de uma idéia fixa, de um pensamento obsidente. A emoção 
dá e passa; a paixão permanece, alimentando-se de si própria. Mas a paixão é como o 
borralho que, a um sopro mais forte, pode chamejar de novo, voltando a ser fogo 
crepitante, retornando a ser estado emocional agudo. 
Portanto, resumindo o que até agora vimos, podemos dizer que a diferença entre a 
emoção e a paixão repousa na duração e que na ocorrência de qualquer das duas 
situações não ocorre a inimputabilidade. 
5.1.7.1 EXCEÇÃO: EMOÇÃO E PAIXÃO PATOLÓGICAS
Existem determinadas situações em que a emoção ou paixão configuram um estado 
patológico, ou seja, caracterizam uma verdadeira psicose, indicativa de doença 
mental. 
Caso seja comprovado através da perícia que se trata desta modalidade de emoção 
ou paixão, que é capaz de retirar do agente o entendimento do caráter ilícito da 
situação, restará caracterizada a inimputabilidade ou semi-imputabilidade, 
dependendo do caso. 
Emoção e Paixão 
Normal 
Patológica 
Imputabilidade 
Inimputabilidade 
Semi-imputabilidade 
 
 
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5.1.8 EMBRIAGUEZ
Ensina Luiz Régis Prado que “a embriaguez consiste em um distúrbio físico-mental 
resultante de intoxicação pelo álcool ou substâncias de efeitos análogos, afetando o 
sistema nervoso central, como depressivo/narcótico”. 
5.1.8.1 FASES DA EMBRIAGUEZ
1. Fase de excitação (fase do macaco) - o indivíduo apresenta um 
comportamento inquieto, falante, mas ainda consciente de seus atos e palavras 
e além disso as vezes consegue atingir níveis de persuasão - por estar mais 
eloqüente - que talvez não fosse capaz antes. 
2. Fase de confusão (fase do leão) - quando o embriagado torna-se 
eventualmente (dependendo do temperamento da pessoa) nocivo: fica 
voluntarioso, age irrefletida e violentamente. Caracteriza-se por perturbações 
psicossensoriais profundas. 
3. Fase superaguda ou comatosa (fase do porco) - inicialmente há sono e o 
coma se instala progressivamente. Nessa terceira fase o ébrio somente pode 
praticar crimes omissivos. 
5.1.8.1 ESPÉCIES DE EMBRIAGUEZ
• Quanto à intensidade: 
1. COMPLETA: É a embriaguez que chegou à segunda ou 
terceira fase. 
2. INCOMPLETA: É a embriaguez que está na primeira fase. 
• Quanto à origem: 
1. VOLUNTÁRIA: É a forma de embriaguez em que o indivíduo 
ingere bebidas com a intenção de embriagar-se. Neste 
 
 
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caso ele não quer praticar infrações penais, mas quer 
exceder os limites. 
2. CULPOSA: Este é o caso daquele indivíduo que não sabe 
beber, ou seja, ele não quer embriagar-se, mas, por não 
conhecer seus limites, acaba embriagado. 
3. PREORDENADA OU DOLOSA: Essa é a forma de embriaguez 
do sujeito que além de “mal-caráter” é covarde, ou seja, 
ele quer cometer uma infração e se embriaga para que os 
efeitos do álcool tornem mais fácil sua atuação. 
4. ACIDENTAL OU FORTUITA: É a embriaguez resultante de 
caso fortuito ou força maior: 
ƒ Caso fortuito: Ocorre quando o indivíduo não percebe 
ser atingido pelo álcool ou desconhece determinada 
situação fisiológica que potencializa os efeitos da 
bebida. Exemplo Î Tício toma determinado 
medicamento que faz com que fiquem mais fortes os 
efeitos do álcool e, devido a isso, acaba embriagado. 
ƒ Força maior: Ocorre em situações em que o indivíduo 
é obrigado a beber Î Exemplo: Mévio, trabalhador de 
uma destilaria, cai em um tonel cheio de bebida e 
acaba embriagado. 
Resumindo: 
 
 
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EMBRIAGUEZ – ESPÉCIES 
QUANTO À INTENSIDADE QUANTO À ORIGEM 
COMPLETA VOLUNTÁRIA 
INCOMPLETA CULPOSA 
 PREORDENADA 
 ACIDENTAL 
5.1.8.2 CONSEQUÊNCIAS DA EMBRIAGUEZ 
O Código Penal ao tratar do tema dispõe da seguinte forma: 
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: 
[...] 
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos 
análogos. 
§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente 
de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, 
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se 
de acordo com esse entendimento. 
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por 
embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao 
tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter 
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
 
 
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Do supracitado texto legal extraímos que a embriaguez acidental ou fortuita, SE 
COMPLETA, é capaz de ao tempo da conduta tornar o agente inteiramente incapaz de 
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse 
entendimento, exclui a imputabilidade penal. 
Todavia, a embriaguez acidental ou fortuita INCOMPLETA, isto é, aquela que no 
momento da conduta retira do agente apenas parte do entendimento do caráter ilícito 
do fato, autoriza a diminuição de pena de um a dois terços, ou seja, equivale à semi-
imputabilidade. 
Podemos resumir o tema da seguinte forma: 
ESPÉCIES 
DE 
EMBRIAGUEZ 
NÃO ACIDENTAL
ACIDENTAL
PATOLÓGICA
PREORDENADA
VOLUNTÁRIA
CULPOSA 
COMPLETA 
INCOMPLETA
NÃO EXCLUI A 
IMPUTABILIDADE 
EXCLUI A 
IMPUTABILIDADE 
NÃO EXCLUI A 
IMPUTABILIDADE, 
MAS DIMINUI A 
PENA 
(DE 1/3 A 2/3) 
EQUIPARA-SE À 
DOENÇA MENTAL, 
PODENDO SER 
INIMPUTÁVEL OU 
SEMI-IMPUTÁVEL 
NÃO EXCLUI A 
IMPUTABILIDADE 
 
 
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5.1.8.2 TEORIA DA ACTIO LIBERA IN CAUSA 
Denomina-se "actio libera in causa" a ação de quem usa deliberadamente um meio 
para colocar-se em estado de incapacidade física ou mental, parcial ou plena, no 
momento da ocorrência do fato criminoso. 
É também a ação de quem, apesar de não ter a intenção de praticar o delito, podia 
prever que tal meio o levaria a cometê-lo. 
A teoria da "actio libera in causa" foi adotada na Exposição de Motivos original do CP, 
de modo que se considera imputável quem se põe em estado de inconsciência ou de 
incapacidade de autocontrole, seja dolosa ou culposamente, e nessa situação comete 
o crime. 
Ao adotar tal orientação, o Código Penal adotou a doutrina da responsabilidade 
objetiva, pela qual deve o agente responder pelo crime. Portanto, essa teoria leva em 
conta os aspectos meramente objetivos do delito, sem considerar o lado subjetivo 
deste. 
Considera-se a responsabilidade penal objetiva quando o agente é considerado 
culpado apenas por ter causado o resultado. 
Como já vimos, frente ao princípio constitucional do estado de inocência e à teoria 
finalista adotada pelo Código Penal, é inadmissível a responsabilidade penal objetiva, 
salvo nos casos da "actio libera in causa". 
Assim, no que diz respeito à embriaguez, invoca-se esta teoria para justificar a 
penalização do indivíduo que ao tempo da conduta encontrava-se em estado de 
inconsciência. O dolo ou culpa é analisado no momento da embriaguez e não no 
instante da ação ou omissão. 
A teoria da actio libera in causa não só é aplicável para justificar a punição no caso de 
embriaguez, mas também nos demais estados de inconsciência. 
 
 
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5.2 CONCURSO DE PESSOAS 
Dificilmente tomamos conhecimento de crimes cometidos por um só indivíduo. Muitas vezes, 
ainda na fase da cogitação do delito, já ocorre a idéia de “chamar” alguém para participar do 
intento, seja diretamente, cometendo o delito principal, ou indiretamente, auxiliando ou 
participando para o sucesso do crime. 
Assim, para o correto entendimento da aplicação da lei penal para estes casos, torna-se 
necessário conhecer as normas que definem as consequências do chamado CONCURSO 
DE PESSOAS que nada mais é do que a colaboração empreendida por duas ou mais 
pessoas para a realização de um crime ou de uma contravenção penal. 
5.2.1 REQUISITOS
Para que seja possível a ocorrência do concurso de pessoas será necessário a 
conjugação de 05 requisitos: 
1. P luralidade de agentes e condutas; 
2. R elevância causal das condutas; 
3. I dentidade de infração; 
4. V ínculo subjetivo; e 
5. E xistência de fato punível. 
Perceba que a primeira letra de cada um dos requisitos forma a palavra PRIVE e, 
portanto, fica fácil lembrá-los na hora da prova! 
Vamos agora começar a tratar de cada um dos requisitos: 
5.2.1.1 PLURALIDADE DE AGENTES E CONDUTAS
Para que seja possível a ocorrência do concurso de pessoas há necessidade de pelo 
menos dois agentes e, consequentemente, duas ou mais condutas. Essas condutas 
podem ser principais, o que ocorre no caso da co-autoria, ou um principal e outra 
secundária, como na situação em que se associam um autor e um partícipe. 
“Mas, professor, qual a diferenciação entre autor, co-autor e partícipe?” 
 
 
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Para responder a esta pergunta, vamos abrir o nosso dicionário do concurseiro: 
DICIONÁRIO DO CONCURSEIRO
AUTOR Î TODA A PESSOA QUE PRATICA O NÚCLEO DO TIPO PENAL. 
EXEMPLO: ART. 121, CP: “MATAR ALGUÉM...”. O AUTOR SERÁ AQUELE QUE 
MATA. 
TIPO OU TIPO PENAL É UM MODELO ABSTRATO QUE DESCREVE UM 
COMPORTAMENTO PROIBIDO NO MEIO SOCIAL. 
O NÚCLEO DO TIPO REVELA-SE POR UM OU MAIS VERBOS, POR EXEMPLO: 
“MATAR” (121, CP), “SOLICITAR OU RECEBER” (357, CP). 
EM SUMA, QUEM PRATICA O VERBO DO TIPO, PRATICA O SEU NÚCLEO E, 
CONSEQUENTEMENTE É AUTOR DO CRIME. 
CO-AUTOR Î PODE SER ENTENDIDO COMO AQUELE AGENTE QUE MAIS SE 
APROXIMA DO NÚCLEO DO TIPO PENAL, JUNTAMENTE COM O AUTOR 
PRINCIPAL, PODENDO SUA PARTICIPAÇÃO SER PARCIAL OU DIRETA. 
EXEMPLO: TÍCIO E MÉVIO ESFAQUEIAM A VÍTIMA ATÉ A MORTE. SÃO CO-
AUTORES DO DELITO DE HOMICÍDIO 
PARTÍCIPE Î É AQUELE INDIVÍDUO QUE NÃO PARTICIPA DOS ATOS DE 
EXECUÇÃO, MAS AUXILIA O AUTOR (OU CO-AUTOR) NA REALIZAÇÃO DO FATO 
TÍPICO. 
ESTA PARTICIPAÇÃO PODE SER MORAL OU MATERIAL. 
A PARTICIPAÇÃO MORAL PODE OCORRER QUANDO O PARTÍCIPE INDUZIR O 
AUTOR A REALIZAR UM FATO ILÍCITO (OU ANTIJURÍDICO), “ATÉ ENTÃO 
INEXISTENTE”. 
O PARTÍCIPE PODE AINDA INSTIGAR O AUTOR A REALIZAR A IDÉIA PRÉ-
EXISTENTE NA SUA CABEÇA, REFORÇANDO-A. 
NA PARTICIPAÇÃO MATERIAL, COMO O PRÓPRIO NOME SUGERE, O AGENTE 
PARTICIPA MATERIALMENTE COM A CONDUTA. 
EXEMPLO: TÍCIO FORNECE UMA ARMA PARA MÉVIO MATAR SEU DESAFETO, 
LOGO, É PARTÍCIPE DO DELITO. 
 
 
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Por fim, ainda tratando da pluralidade de agentes, cabe ressaltar que essa pluralidade 
exige que os co-autores ou partícipes sejam culpáveis sob pena de caracterização da 
chamada autoria mediata. 
Ocorre autoria mediata quando o autor domina a vontade alheia e, desse modo, serve-
se de outra pessoa que atua como instrumento. Exemplo: Médico quer matar inimigo 
que está hospitalizado e usa a enfermeira para ministrar injeção letal no paciente. 
5.2.1.2 RELEVÂNCIA CAUSAL DAS CONDUTAS 
Para que seja caracterizado o concurso de pessoas há que se verificar a relevância 
das condutas para que o crime acontecesse exatamente como ocorreu, ou seja, não 
se pode considerar co-autor ou partícipe de um crime quem não da causa ao crime, 
quem não realiza qualquer conduta sem a qual não ocorreria o resultado, ou mesmo 
quem assume uma atitude meramente negativa. 
O concurso de pessoas exige que o co-autor ou partícipe haja antes, durante ou 
depois, mas em prol do delito, devido a um ajuste prévio. Vamos exemplificar para 
ficar bem claro. 
Imaginemos que Tício diz a Mévio que vai assassinar Caio e solicita que Mévio fique 
do lado de fora, com o carro ligado, a fim de possibilitar a fuga. Neste caso, se tudo 
ocorrer conforme o planejado, haverá concurso de pessoas? 
A resposta é positiva, pois há relevância causal das condutas, ou seja, ocorreu umajuste prévio para que tudo acontecesse daquela forma. 
Agora, vamos analisar outra situação: Tício mata Caio e, ao sair da residência deste 
último, encontra, por acaso, Mévio, que o ajuda na fuga. Agora, pergunto caro aluno, 
haverá nesta situação o concurso de pessoas? 
A resposta é negativa e Mévio não responderá por ser partícipe do crime de homicídio, 
mas sim por ser AUTOR do delito de favorecimento pessoal (CP, art. 348). 
5.2.1.3 IDENTIDADE DE INFRAÇÃO
Para a caracterização do concurso de pessoas, os sujeitos de um crime, unidos pelo 
vínculo psicológico, devem querer praticar a mesma infração penal. 
Assim, se em um homicídio tivermos cinco indivíduos que esfaquearam a vítima, duas 
pessoas que ficaram do lado de fora da residência verificando se os policiais 
chegavam e um outro indivíduo que forneceu as facas (sabendo que seriam utilizadas 
no crime), teremos os oito respondendo pelo homicídio. 
 
 
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5.2.1.4 VÍNCULO SUBJETIVO
Para a ocorrência do concurso de pessoas todos os agentes devem estar ligados por 
um vínculo subjetivo (também chamado de concurso de vontades), ou seja uma 
vontade homogênea visando o resultado. 
E se não houver o vínculo subjetivo? 
Neste caso, estaremos diante da chamada autoria colateral. 
Para finalizar o assunto, pergunto: Para que haja vínculo subjetivo, há necessidade de 
ajuste prévio? 
A resposta é negativa e, para a correta compreensão, vamos exemplificar: 
Imagine que Tício decide matar Mévio, por não agüentar mais ver seu nome 
relacionado com o dele nos livros de direito e, nas aulas do Ponto. Pouco antes do 
delito conta por telefone sua pretensão para sua noiva e Caio escuta a conversa. 
Assim, na hora que Mévio sai da faculdade, Tício fica a espreita, aguardando o 
momento certo para cometer o delito. 
Ocorre que Mévio percebe a intenção Tício e começa a fugir. Durante a fuga, Caio, 
que havia por acaso escutado a conversa telefônica, derruba dolosamente Mévio e 
Tício consegue alcançá-lo e matá-lo. 
DICIONÁRIO DO CONCURSEIRO 
AUTORIA COLATERAL
OCORRE QUANDO NÃO HÁ CONSCIÊNCIA DA COOPERAÇÃO NA CONDUTA 
COMUM. 
EXEMPLO: TÍCIO E MÉVIO, AO MESMO TEMPO, SEM CONHECEREM A INTENÇÃO 
UM DO OUTRO, EFETUAM DISPAROS SOBRE CAIO. NESTE CASO, 
RESPONDERÃO CADA UM POR UM CRIME. 
SE OS DISPAROS DE AMBOS FOREM CAUSA DA MORTE, RESPONDERÃO OS DOIS 
POR HOMICÍDIO. 
SE A VÍTIMA MORREU APENAS EM DECORRÊNCIA DA CONDUTA DE UM, O 
OUTRO RESPONDERÁ POR TENTATIVA DE HOMICÍDIO. 
HAVENDO DÚVIDA INSANÁVEL QUANTO À CAUSA DA MORTE, OU SEJA, SOBRE 
A AUTORIA, A SOLUÇÃO DEVERÁ OBEDECER AO PRINCÍPIO IN DÚBIO PRO RÉU, 
PUNINDO-SE AMBOS POR TENTATIVA DE HOMICÍDIO.
 
 
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Neste caso, caio será partícipe do crime cometido por Tício, pois para a 
caracterização do vínculo subjetivo é suficiente a atuação do partícipe no sentido de 
auxiliar a conduta do autor, mesmo que este desconheça a colaboração. 
Para finalizar, observe o julgado em que o STF, em um caso concreto, se pronuncia 
sobre o tema: 
5.2.1.5 EXISTÊNCIA DE FATO PUNÍVEL
Quanto a este requisito não há muito o que comentar, pois ,obviamente, para que haja 
o concurso de pessoas, o fato cometido deve ser passível de punição. 
5.2.2 TEORIAS SOBRE O CONCURSOS DE PESSOAS
Existem três teorias que surgiram com relação ao concurso de agentes, são elas: 
A) TEORIA MONISTA OU UNITÁRIA; 
B) TEORIA DUALISTA; 
C) TEORIA PLURALÍSTICA. 
A teoria monista, também conhecida como unitária, preceitua que todos os participantes 
(autores ou partícipes) de uma infração penal responderão pelo mesmo crime, isto é, o 
crime é único. Haveria, assim, uma pluralidade de agentes e unidade de crimes. 
Nas palavras de Damásio E. de Jesus: 
STF, Inq. 2.245/MG, DJ 09.11.07 
Está também minimamente demonstrado o vínculo subjetivo entre os 
acusados. Isto porque foram realizadas inúmeras reuniões nas quais, 
aparentemente, decidiu-se o modo como se dariam os repasses das vultosas 
quantias em espécie, quais seriam os beneficiários, os valores a serem 
transferidos a cada um, além da fixação de um cronograma para os repasses, 
cuja execução premeditadamente se protraía no tempo. 
 
 
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“(...) É predominante entre os penalistas da Escola Clássica. Tem como 
fundamento a unidade de crime. Todos os que contribuem para a integração do 
delito cometem o mesmo crime. Há unidade de crime e pluralidade de agentes.” 
Já a teoria dualista estabelece que haveria um crime único entre os autores da infração 
penal e um crime único entre os partícipes. 
Há, portanto, uma distinção entre o crime praticado pelos autores daquele cometido 
pelos partícipes. Haveria, assim, uma pluralidade de agentes e uma dualidade de crimes. 
Manzini, defensor desta teoria, sustentava que: 
“(...) se a participação pode ser principal e acessória, primária e secundária, 
deverá haver um crime único para os autores e outro crime único para os 
chamados cúmplices stricto sensu. A consciência e vontade de concorrer num 
delito próprio conferem unidade ao crime praticado pelos autores; e a de 
participar no delito de outrem atribui essa unidade ao praticado pelos 
cúmplices.” 
Por fim, para a teoria pluralística haverá tantas infrações quantos forem o número de 
autores e partícipes. Existe, assim, uma pluralidade de agentes e uma pluralidade de 
crimes. 
Para Cezar Roberto Bitencourt: 
“(...) a cada participante corresponde uma conduta própria, um elemento 
psicológico próprio e um resultado igualmente particular. À pluralidade de 
agentes corresponde a pluralidade de crimes. Existem tantos crimes quantos 
forem os participantes do fato delituoso.” 
O Código Penal Brasileiro adotou a teoria monista ou unitária. 
OBSERVAÇÃO: 
De acordo com o professor Damásio, apesar de o nosso Código Penal ter adotado a 
teoria monista ou unitária, existem exceções pluralísticas a essa regra. É o caso, 
por exemplo: do crime de corrupção ativa (art. 333 do CP) e passiva (art. 317 do CP); 
do falso testemunho (art. 342 do CP) e corrupção de testemunha (art. 343 do CP); o 
crime de aborto cometido pela gestante (art. 124 do CP) e aquele cometido por 
terceiro com o consentimento da gestante (art. 126 do CP); dentre outros. 
 
 
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5.2.2 PUNIÇÃO NO CONCURSO DE AGENTES
O Código Penal, ao começar a tratar do concurso de pessoas, dispõe em seu art. 29: 
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a 
este cominadas, na medida de sua culpabilidade. 
Este artigo deixa claro, como já tratamos, que o legislador penal optou por adotar a teoria 
monista, ou seja, todos os indivíduos envolvidos na infração responderão por ela. 
Mas isso quer dizer que todos os envolvidos terão a mesma pena? 
A resposta é negativa, pois o que prega a teoria monista é a unidade de infração e não 
de pena. Assim, a penalização será aplicada na medida da CULPABILIDADE de cada 
agente. 
Para a correta compreensão, imagine um homicídio em que Tício empresta sua arma à 
Mévio e este desfere 10 tiros em Caio. Nessa situação tanto Tício quanto Mévio 
responderão pelo homicídio, todavia a penalização de Mévio, bem provavelmente, será 
superior a de Tício. 
5.2.3 PARTICIPAÇÃO EM CRIME MENOS GRAVE
Imaginemos a seguinte situação: Tício e Mévio resolvem seunir para furtar um veículo. 
Chegando ao local, iniciam a conduta típica, mas logo percebem a chegada do dono do 
carro. 
Mévio, assustado, começa a correr para fugir do local, mas Tício resolve pegar sua arma 
e efetua diversos disparos no dono do veículo. 
Pergunto: Responderão Tício e Mévio pelo latrocínio? 
Para responder a este questionamento, deve-se recorrer ao parágrafo 2º do art. 29 que 
dispõe: 
Art. 29. 
[...] 
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-
lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na 
hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. 
 
 
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Perceba com base no supra texto legal que Tício responderá pelo latrocínio, enquanto 
Mévio responderá pela tentativa de furto, pois o vínculo subjetivo só existia em relação 
ao delito menos grave. 
Veda-se, portanto, a responsabilidade penal objetiva, pois não se permite a punição de 
um agente por crime praticado exclusivamente por outrem, frente ao qual não agiu com 
dolo ou culpa. 
Para finalizar, aproveitando o mesmo exemplo, imagine que Mévio soubesse que Tício 
andava constantemente armado e que já havia matado mais de vinte. Seria previsível 
que pudesse ocorrer uma morte caso o dono chegasse? 
Claro que sim! Logo, para estes casos A PENA DO CRIME MENOS GRAVE deverá ser 
aumentada até a metade. 
5.2.3 PARTICIPAÇÃO DE MENOR IMPORTÂNCIA 
A participação, quando analisada como espécie do gênero concurso de pessoas, deve 
ser compreendida como uma intervenção voluntária e consciente de um terceiro a um 
fato alheio, revelando-se como um comportamento acessório que favorece a execução 
da conduta principal. 
É nesse cenário que pode surgir a participação de menor importância que encontra 
previsão no parágrafo 1º do art. 29 do Código Penal. Observe: 
Art. 29. [...] 
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída 
de um sexto a um terço. 
Trata-se de uma contribuição ínfima, que comparada com a conduta praticada pelo autor 
ou co-autor, se mostra insignificante, ou seja, quando a instigação, o induzimento ou o 
auxílio não forem determinantes para a realização do delito. 
Ressalte-se que somente é possível aplicar essa causa de diminuição de pena ao 
partícipe, não alcançando o co-autor. Não se cogita, portanto, a existência de uma "co-
autoria de menor importância", vez que o co-autor executa a conduta típica. 
Outro aspecto relevante a ser analisado: a diminuição prevista nesse § 1º é facultativa ou 
obrigatória? 
É caso de aplicação obrigatória, desde que comprovada a diminuta participação. 
 
 
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5.2.4 CIRCUNSTÂNCIAS INCOMUNICÁVEIS
As denominadas circunstâncias incomunicáveis são aquelas que não se transmitem aos 
co-autores e partícipes. Sobre o tema dispõe o Código Penal: 
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter 
pessoal, salvo quando elementares do crime. 
Para o correto entendimento deste artigo precisamos abrir o dicionário do concurseiro e 
aprender/relembrar a diferenciação entre elementares, circunstâncias e condições de 
caráter pessoal: 
DICIONÁRIO DO CONCURSEIRO 
CONDIÇÕES DE CARÁTER PESSOALÎ SÃO QUALIDADES PESSOAIS 
DETERMINADO INDIVÍDUO. EXEMPLIFICANDO: SER MENOR DE 18 ANOS 
CIRCUNSTÂNCIAS Î SÃO DADOS SUBJETIVOS OU OBJETIVOS QUE FAZEM PARTE 
DO FATO DELITUOSO, AGRAVANDO OU ATENUANDO A PENALIDADE, SEM 
MODIFICAÇÃO DE SUA ESSÊNCIA. ASSIM, AS CIRCUNSTÂNCIAS SÃO ELEMENTOS 
QUE SE AGREGAM AO DELITO, SEM ALTERÁ-LO SUBSTANCIALMENTE, EMBORA 
PRODUZAM EFEITOS E CONSEQÜÊNCIAS RELEVANTES. EXEMPLIFICANDO: UM 
FURTO PRATICADO POR UM MAIOR PRODUZ EFEITOS PENAIS DIVERSOS DAQUELE 
PRODUZIDO POR UM MENOR CONFESSO (A MENORIDADE E A CONFISSÃO SÃO 
ATENUANTES GENÉRICAS DA PENA). 
ELEMENTARES Î SÃO DADOS ESSENCIAIS PARA A OCORRÊNCIA DE 
DETERMINADO DELITO. EXEMPLIFICANDO: A CONDIÇÃO DE FUNCIONÁRIO 
PÚBLICO NO CRIME DE PECULATO, O VERBO “MATAR” E A PALAVRA “ALGUÉM” 
NO CRIME DE HOMICÍDIO 
OBS: EXCLUINDO-SE UMA ELEMENTAR O FATO SE TORNA ATÍPICO OU OCORRE A 
DESCLASSIFICAÇÃO PARA UM OUTRO DELITO. 
OBSERVAÇÃO: 
PARTICIPAÇÃO INCUA 
É AQUELA QUE EM NADA CONTRIBUIU PARA O RESULTADO, OU SEJA, É 
PENALMENTE IRRELEVANTE. 
 
 
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Visto isso, vamos aprofundar a análise do art. 30: 
• Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal. 
Imagine que Mévio percebe que sua filha foi violentada por Tício. Diante da 
situação de relevante valor moral contrata Caio para matar o estuprador. Caio 
pratica o homicídio. 
Sabendo que o relevante valor moral é circunstância que atenua a pena, pergunto: 
Tal circunstância aplicável à Mévio será estendida à Caio? 
Nos termos do art. 30 não se comunicam as circunstâncias, logo não recairá sobre 
caio a circunstância atenuante, mesmo havendo co-autoria. 
• Comunicam-se as elementares: 
Imagine que Tício, funcionário público, pratica o delito de peculato junto com 
Mévio, que não faz parte do quadro da Administração. Poderá Mévio, sendo 
particular, responder pelo citado crime (PECULATO)? 
A resposta é positiva, pois na hipótese de concurso de pessoas, a elementar 
“funcionário público” é comunicável, desde que cumprido um requisito essencial: 
É necessário que o terceiro (particular) tenha conhecimento de que pratica o delito 
juntamente com um funcionário público. Observe o disposto sobre o tema no 
Código Penal: 
Para exemplificar, imagine que Caio é convidado por Tício, funcionário público, 
para cometer um furto. Sem saber da qualidade especial de Tício, Caio pratica o 
delito. Nesta situação, responderá Tício por peculato-furto e Caio por furto. 
É importante ressaltar que não há necessidade de que o terceiro conheça 
EXATAMENTE o que o funcionário público faz, ou seja, aqui vale o dolo eventual, 
bastando que saiba que o “companheiro do delito”, também chamado executor 
primário, exerce serviço de natureza pública. 
5.2.5 CO-AUTORIA
Ocorre a co-autoria quando dois ou mais agentes executam o núcleo do tipo. Esta pode 
ser: 
1. Parcial Î Quanto os atos de execução não são iguais, mas somados produzem o 
resultado. Exemplo: Tício segura Mévia para que esta seja estuprada por Caio. 
 
 
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2. Direta Î Todos os autores executam a mesma conduta criminosa. Exemplo: Caio 
e Tício efetuam disparas contra Mévio. 
Agora, pergunto: É possível a co-autoria em todos os tipos de delito? Para responder 
corretamente, vamos analisar (Obs.: Aqui serão importantes os conceitos aprendidos na 
AULA 01, mais especificamente no tocante a classificação dos crimes.): 
• CRIMES PRÓPRIOS Î São aqueles que exigem uma característica particular do 
sujeito. Nesta espécie de delito é admissível a co-autoria. 
Exemplo 01: dois funcionários públicos se unem para cometer o delito de 
corrupção passiva. 
Exemplo 02: um funcionário público e um particular que conhece a qualidade 
especial do agente se unem para cometer o crime de peculato. 
• CRIMES DE MÃO PRÓPRIA Î São os que embora não exijam uma qualidade 
especial só podem ser praticados pelo próprio indivíduo que se encontra em 
determinada situação. Exemplo: Falso Testemunho. 
Nesta espécie de delito NÃO é admissível a co-autoria. 
• CRIMES CULPOSOS Î Segundo o entendimento do STF e STJ, admite-sea co-
autoria nos crimes culposos. Observe o julgado: 
5.2.6 PARTICIPAÇÃO
Como já tratamos brevemente, o partícipe é aquele que efetivamente colabora para a 
prática de uma conduta delituosa, todavia, sem realizar diretamente o núcleo do tipo 
penal incriminador. 
STJ, HC 40.474/PR, DJ 13.02.2006 
É perfeitamente admissível, segundo o entendimento doutrinário e 
jurisprudencial, a possibilidade de concurso de pessoas em crime culposo, que 
ocorre quando há um vínculo psicológico na cooperação consciente de alguém 
na conduta culposa de outrem. O que não se admite nos tipos culposos, 
ressalve-se, é a participação. Precedentes desta Corte. 
 
 
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Podemos dividir a participação em: 
1. Participação moral Î Nesta forma de participação não ocorre colaboração através 
de meios materiais. 
Pode ocorrer quando o partícipe induzir o autor a realizar um fato ilícito (ou 
antijurídico), “até então inexistente” ou quando o partícipe instigar o autor a realizar 
a idéia pré-existente na sua cabeça, reforçando-a. 
2. Participação material Î Consiste em auxiliar materialmente a ocorrência de 
determinado delito. O partícipe que presta auxílio material é chamado de cúmplice. 
A participação apresenta as seguintes espécies: 
1. Participação por omissão Î Embora haja muita divergência quanto a este ponto, 
para sua PROVA, entenda que é cabível a participação: 
a. Em crime omissivo próprio Î Ex: "A" induz "B" a não pagar pensão 
alimentícia. "A" será partícipe de "B", no crime de abandono material (artigo 
244 do CP) 
b. Nos delitos omissivos impróprios Î Ex: "A" instiga "B", que ele não 
conhece, a não alimentar o filho. "B" cometerá o crime de homicídio por 
omissão, já que "B" tem o dever jurídico de evitar o resultado. "A" será 
partícipe. 
2. Participação sucessiva Î É admissível em nosso ordenamento jurídico. Ocorre 
quando, presente o induzimento ou instigação do executor, se sucede outro 
induzimento ou instigação. 
Exemplo: Tício instiga Mévio a matar Caio. Mário, sem saber da instigação de 
Tício, também instiga Mévio a cometer o homicídio. 
3. Participação da participação Î Esse tipo de participação é melhor compreendido 
através de exemplos: Tício instiga Mévio a instigar Caio para que este mate Mário 
ou Mévio induz Tício que induz Caio a matar Mário. 
4. Participação em crimes culposos Î O entendimento majoritário é de que pode 
haver nos crimes culposos a co-autoria, mas não participação. 
Sendo o tipo do crime culposo aberto, composto sempre de imprudência, 
negligência ou imperícia, segundo o disposto no artigo 18 do CP, não é aceitável 
dizer que uma pessoa auxiliou, instigou ou induziu outrem a ser imprudente, sem 
ter sido igualmente imprudente. Portanto, quem instiga outra pessoa a tomar uma 
atitude imprudente está inserido no mesmo tipo penal. (STF, RTJ 120/1136, STJ, 
Resp. 40180, 6ª Turma, STF, HC 61405, RTJ, 113:517; RHC55.258). 
 
 
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5.2.6.1 TEORIAS DA ACESSORIEDADE
Como vimos, a condutas do partícipe tem natureza acessória em relação à conduta 
principal. Essa acessoriedade encontra previsão no Código Penal nos seguintes 
termos: 
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição 
expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, 
a ser tentado. 
Do exposto, podemos concluir que para que o partícipe possa ser punido é necessário 
ao menos o início da execução e, para tratarmos da punição do agente que participa 
de um delito, precisamos estudar as teorias da acessoriedade. 
Observe a seguinte questão: 
(CESPE / JUIZ SUBSTITUTO – TJ-PI / 2007) No concurso de pessoas, há quatro teorias que 
explicam o tratamento da acessoriedade na participação. De acordo com a teoria da 
hiperacessoriedade, para se punir a conduta do partícipe, é preciso que o fato principal seja: 
I. típico. 
II. antijurídico. 
III. culpável. 
IV. punível. 
A quantidade de itens certos é igual a: 
A) 0. 
B) 1. 
C) 2. 
D) 3. 
E) 4. 
COMENTÁRIOS: A participação pressupõe sempre a ocorrência de um fato principal. 
O partícipe presta auxílio à conduta do autor. Por isso, hoje, é amplamente dominante 
o entendimento segundo o qual a participação é acessória, auxiliar em relação aos 
atos de autoria. 
A teoria da acessoriedade da participação estabelece um sistema valorativo que 
impõe tratamento distinto entre os atos de autoria e de participação. 
 
 
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Visando definir os pressupostos mínimos necessários para a punição do partícipe, 
especificamente no que diz respeito à sua relação com o autor, a doutrina elaborou as 
seguintes teorias da acessoriedade: 
• ACESSORIEDADE MÍNIMA; 
• ACESSORIEDADE LIMITADA; 
• ACESSORIEDADE MÁXIMA; E 
• HIPERACESSORIEDADE. 
Sob a perspectiva da acessoriedade mínima, concebeu-se que, para a 
responsabilização do partícipe, bastaria que o autor principal realizasse uma conduta 
típica. 
Exemplo: Tício contrata Mévio para matar Caio. Mévio caminha pela calçada e 
repentinamente é atacado por Caio que porta uma faca. Mévio, diante de tal situação, 
mata Caio em legítima defesa. 
Neste caso, embora Mévio tenha agido em legítima defesa, como cometeu uma 
conduta típica, Tício deveria ser responsabilizado. 
A teoria da acessoriedade limitada exige, para a punição do partícipe, que o autor, 
no mínimo, pratique conduta típica e ilícita. 
Esta teoria visa superar as dificuldades da teoria da acessoriedade mínima, incluindo 
a exigência de ser ilícito o fato realizado em conjunto com o autor. Agora, a punição do 
partícipe depende de que a sua conduta preste auxílio à realização de fato ilícito. 
É a teoria adotada majoritariamente pela doutrina e pelas bancas. 
Exemplo: Tício instiga Mévio, INIMPUTÁVEL, a matar Caio e este assim o faz. Neste 
caso, como o fato cometido por Mévio é típico e ilícito, está configurado o concurso de 
pessoas no qual Tício é partícipe e Mévio é autor. 
A teoria da acessoriedade máxima exige, para a punição do partícipe, que o autor 
realize um fato típico, ilícito e culpável. 
No exemplo acima apresentado, como Mévio é inimputável e, portanto, não culpável, 
não seria Tício partícipe. 
Por fim, a teoria da hiperacessoriedade exige, para a punição do partícipe, que o 
autor realize uma conduta típica, ilícita, culpável e punível. 
 
 
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Exemplo: Tício contratou Mévio para matar Caio. Mévio mata caio e suicida-se. Neste 
caso, como a morte do agente extingue a punibilidade, Tício não seria partícipe do 
delito. 
Como a questão trata da teoria da hiperacessoriedade, a resposta correta é a 
alternativa “E”. 
Resumindo: 
ACESSORIEDADE MÍNIMA Î FATO TÍPICO; 
ACESSORIEDADE LIMITADA Î FATO TÍPICO + ILÍCITO; 
ACESSORIEDADE MÁXIMA Î FATO TÍPICO + ILÍCITO + CULPÁVEL; 
HIPERACESSORIEDADE Î FATO TÍPICO + ILÍCITO + CULPÁVEL + PUNÍVEL. 
5.2.7 AUTORIA – TEORIAS
Como último tópico de nossa aula, vamos estudar as diversas teorias que buscam 
fornecer o conceito correto de AUTOR. 
1. TEORIA SUBJETIVA OU UNITÁRIA Î Os defensores dessa teoria não 
diferenciam autor de partícipe, ou seja, autor é aquele que de QUALQUER 
FORMA contribuiu para o resultado. 
2. TEORIA EXTENSIVA Î Também não diferencia o autor do partícipe, todavia 
admite adiminuição de pena nos casos em que a autoria é menos importante para 
o resultado. 
3. TEORIA OBJETIVA OU DUALISTA Î Apresenta uma clara diferenciação entre o 
autor e o partícipe. Subdivide-se em: 
a. Teoria objetivo-formal Î Segundo esta teoria autor é quem realiza o 
núcleo do tipo enquanto o partícipe é quem de qualquer modo colabora para 
a conduta típica. 
Nesta teoria o autor intelectual, ou seja, aquele que planeja a conduta 
criminosa é PARTÍCIPE, pois não executa o núcleo do tipo penal. 
 
 
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b. Teoria objetivo-material Î Para esta teoria autor é aquele que contribui 
fundamentalmente para a ocorrência do resultado, ou seja, aquele que 
presta a contribuição mais importante para a ocorrência do crime. 
Diferentemente, o partícipe é aquele que atua de forma menos relevante. 
Perceba que segundo esta teoria, não necessariamente para ser autor é 
necessário realizar o núcleo do tipo. 
c. Teoria do domínio do fato Î Essa teoria foi criada por Hans Welzel e 
procura ocupar uma posição intermediária entre a teoria subjetiva e a 
objetiva. Segundo ela, autor é quem possui controle sobre o domínio do 
fato. 
Podemos dizer que segundo a teoria do domínio fato considera-se autor: 
• AQUELE QUE PRATICA O NÚCLEO DO TIPO; 
• O AUTOR INTELECTUAL; 
• O AUTOR MEDIATO; 
• OS CO-AUTORES. 
Segundo essa teoria, também é admissível a figura dos partícipes que, 
neste caso, seriam aqueles que além de não praticar o núcleo do tipo, 
também não detém o domínio sobre o fato. 
Faz-se necessário ressaltar que esta teoria só tem aplicabilidade nos 
crimes dolosos, pois não há como se admitir domínio do fato no caso de 
delitos culposos. 
Para finalizar, cabe ressaltar que o código penal, a doutrina majoritária, a FCC, a ESAF, 
e praticamente todas as outras bancas de prova adotam a teoria objetivo formal, todavia, 
no que diz respeito ao conceito de autor intelectual, o CESPE, particularmente, tem 
adotado em suas provas a teoria do domínio do fato. Observe: 
(CESPE / Promotor de Justiça Substituto / 2006) É co-autor quem, à 
distância, ajusta a execução de um homicídio, fornecendo os recursos 
necessários para aquisição dos instrumentos para o cometimento do 
crime, mas não participa dos atos executórios. 
GABARITO: CERTA 
 
 
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Assim, caso você vá fazer uma PROVA do CESPE, leve o entendimento de que o 
AUTOR INTELECTUAL não é partícipe e sim AUTOR. Caso contrário, considere o autor 
intelectual como partícipe. 
5.2.8 CO-AUTORIA – PESSOAS FÍSICAS X PESSOAS JURÍDICAS
Sabemos que as pessoas jurídicas são entidades dotadas de personalidade jurídica, ou 
seja, sujeitos de direito e obrigação. 
Todavia, a jurisprudência majoritária, quanto a aspectos penais, tem adotado a teoria da 
dupla imputação, segundo a qual se responsabiliza não somente a pessoa jurídica, mas 
também a pessoa física que agiu em nome do ente coletivo, ou seja, há a possibilidade 
de se responsabilizar simultaneamente a pessoa física e a jurídica. 
Exemplo: Segundo a lei de crimes ambientais, quando o poluidor é pessoa jurídica, a 
denúncia deve incluir no pólo passivo da ação, não apenas a pessoa jurídica infratora, 
mas, também, as pessoas físicas que contribuíram para o delito ambiental. 
Essa tese foi referendada pelo STJ, no REsp 564.960, rel. Min. Gilson Dipp, que 
sublinhou: 
"Os critérios para a responsabilização da pessoa jurídica são classificados na doutrina 
como explícitos: 1) que a violação decorra de deliberação do ente coletivo; 2) que autor 
material da infração seja vinculado à pessoa jurídica; e 3) que a infração praticada se dê 
no interesse ou benefício da pessoa jurídica; e implícitos no dispositivo: 1') que seja 
pessoa jurídica de direito privado; 2') que o autor tenha agido no amparo da pessoa 
jurídica; e 3') que a atuação ocorra na esfera de atividades da pessoa jurídica. 
Disso decorre que a pessoa jurídica, repita-se, só pode ser responsabilizada quando 
houver intervenção de uma pessoa física, que atua em nome e em benefício do ente 
moral, conforme o art. 3º da Lei 9.605/98. 
Luís Paulo Sirvinskas ressalta que 'de qualquer modo, a pessoa jurídica deve ser 
beneficiária direta ou indiretamente pela conduta praticada por decisão do seu 
representante legal ou contratual ou de seu órgão colegiado.' Essa atuação do colegiado 
em nome e proveito da pessoa jurídica é a própria vontade da empresa. Porém, tendo 
participado do evento delituoso, todos os envolvidos serão responsabilizados na 
medida se sua culpabilidade. É o que dispõe o parágrafo único do art. 3º da Lei 
9.605/98, que institui a co-responsabilidade, nestes termos: Parágrafo único. A 
responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, 
co-autoras ou partícipes do mesmo fato".
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Futuros (as) Aprovados (as) 
Chegamos ao final de nossa aula e mais uma vez fica claro que é grande a quantidade de 
detalhes. 
O importante agora é consolidar bem o aprendizado e testar os conhecimentos através 
dos exercícios. 
Procure primeiramente resolver as questões sem o gabarito para posteriormente verificar 
as respostas. Isso faz com que você consiga perceber de uma maneira mais fácil onde 
estão as dificuldades e dúvidas. 
Siga em frente em busca do seu sonho. Lute pelo que você deseja. Lembre-se que só 
depende de você. 
Força, foco e fé! 
Abraços e bons estudos, 
Pedro Ivo 
"O sucesso é a soma de pequenos esforços - repetidos dia sim, e no outro dia 
também." (Robert Collier) 
 
 
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PRINCIPAIS ARTIGOS TRATADOS NA AULA 
CÓDIGO PENAL
Inimputáveis 
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental 
incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de 
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
Redução de pena 
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de 
perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não 
era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo 
com esse entendimento. 
Menores de dezoito anos 
Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às 
normas estabelecidas na legislação especial. 
Emoção e paixão 
 Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: 
 I - a emoção ou a paixão; 
Embriaguez 
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos. 
§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito 
ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o 
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, 
proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a 
plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com 
esse entendimento. 
Regras comuns às penas privativas de liberdade 
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penasa este 
cominadas, na medida de sua culpabilidade. 
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a 
um terço. 
 
 
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§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a 
pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o 
resultado mais grave. 
Circunstâncias incomunicáveis 
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo 
quando elementares do crime. 
Casos de impunibilidade 
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em 
contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. 
 
 
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EXERCÍCIOS
1. (CESPE / TRE – GO / 2009) O agente que, por desenvolvimento mental retardado, for, 
ao tempo da ação delituosa, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato 
terá sua pena reduzida. 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: Essa alternativa trata do inimputável e exige do candidato o conhecimento 
do artigo 26 do Código Penal. Este dispositivo legal é constantemente cobrado pelas bancas. 
Observe o disposto: 
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou 
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou 
da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de 
determinar-se de acordo com esse entendimento. (grifei) 
Segundo o supra texto, a incapacidade total de entender o caráter ilícito do fato, nas citadas 
situações, é caso de isenção de pena e não de diminuição. 
Ainda no artigo 26 podemos responder a um importante questionamento: 
Quando deve ser analisada a imputabilidade? 
Resposta: NO MOMENTO DA AÇÃO OU DA OMISSÃO, não importando, para efeitos 
penais, qualquer alteração de estado posterior. 
2. (CESPE / TRE – GO / 2009) O agente que possuía perturbação de saúde mental à 
época da ação delituosa, não sendo, por tal fato, inteiramente capaz de determinar-se 
de acordo com o entendimento do caráter ilícito do fato, será isento de pena. 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: Essa alternativa trata do semi-imputável e também é facilmente resolvida 
com o conhecimento do artigo 26, mas é preciso tomar bastante cuidado para interpretá-la 
de maneira correta. 
Perceba que a banca não diz que o agente era inteiramente incapaz, o que seria necessário 
para isentá-lo de pena. O que é dito é que ele não era inteiramente CAPAZ. Desta forma, o 
 
 
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enquadramento da alternativa não é no “caput” do artigo 26 e sim no parágrafo único, que 
trata da possibilidade de diminuição da pena nos seguintes termos: 
Art. 26 
[...] 
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, 
em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental 
incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter 
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
3. (CESPE / TRE – GO / 2009) A embriaguez, pelo álcool ou substância de efeitos 
análogos, não exclui a imputabilidade penal, salvo quando culposa. 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: A embriaguez culposa não exclui a imputabilidade nos termos do artigo 28, 
II, do CP, que dispõe: 
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: 
[...] 
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos 
análogos. 
4. (CESPE / TRE – GO / 2009) A embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força 
maior, poderá gerar a redução da pena do agente, presentes os requisitos legais. 
GABARITO: CORRETA 
COMENTÁRIOS: A questão traz a possibilidade de redução de pena presente no parágrafo 
2º do artigo 28. Observe: 
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por 
embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao 
tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter 
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
 
 
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5. (CESPE / TJ – PI / 2007) O Código Penal adotou o critério biológico para aferição da 
imputabilidade do agente. 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: Como vimos, o Código Penal adotou o critério biopsicológico. 
6. (CESPE / TJ – PI / 2007) A emoção e a paixão, de acordo com o Código Penal, não 
servem para excluir a imputabilidade penal nem para aumentar ou diminuir a pena 
aplicada. 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: Esta questão trata da emoção e da paixão, que são alterações intensas do 
estado psíquico de longa (paixão) ou curta (emoção) duração. A emoção e a paixão não 
retiram a imputabilidade, mas podem diminuir a pena. 
7. (CESPE / TJ – PI / 2007) A embriaguez preordenada não exclui a culpabilidade do 
agente, mas pode reduzir a sua pena de um a dois terços. 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: Para responder esta é só olhar para o esquema apresentado quando 
tratamos da embriaguez, de onde se conclui que a embriaguez preordenada não reduz a 
pena. 
8. (CESPE / TJ – PI / 2007) A embriaguez involuntária incompleta do agente não é 
causa de exclusão da culpabilidade nem de redução de pena. 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: A embriaguez involuntária incompleta do agente é causa de redução de 
pena. 
 
 
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9. (CESPE / Agente penitenciário / 2007) A menoridade penal constitui causa de 
exclusão da imputabilidade, ficando, todavia, sujeitos às normas estabelecidas na 
legislação especial, os menores de 18 anos de idade, no caso de praticarem um ilícito 
penal. 
GABARITO: CERTA 
COMENTÁRIOS: Como vimos exaustivamente, a menoridade penal é causa absoluta de 
presunção de inimputabilidade. Mas isso não quer dizer que o Estado não fará nada com o 
menor, pois este estará sujeito ao Estatuto da criança e do adolescente (ECA). 
10. (CESPE / Agente penitenciário / 2007) Suponha que Joaquim, mentalmente são, 
praticou, em estado de inconsciência, um homicídio, advindo da ingestão excessiva, 
porém voluntária, de bebida alcoólica. Nessa situação, Joaquim deverá responder pelo 
homicídio e poderá ter a pena reduzida de um a dois terços. 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: Como no caso apresentado pelo CESPE o agente do delito ingeriu 
VOLUNTARIAMENTE a bebida, não há que se vislumbrar a obrigatoriedade da redução de 
pena. 
11. (CESPE / Polícia Federal / 2004) Considere a seguinte situação hipotética. 
Hiran, tendo ingerido voluntariamente grande quantidade de bebida, desentendeu-se 
com Caetano, seu amigo, vindo a agredi-lo e a causar-lhe lesões corporais. 
Nessa situação, considerando que, em razão da embriaguez completa, Hiran era, ao 
tempo da ação, inteiramente incapaz de entender a ilicitude de sua conduta e de 
determinar-se de acordo com este entendimento, pode-se reconhecer a sua 
inimputabilidade. 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: Mais uma questão em que o CESPE conta uma história longa e tenta 
confundir o candidato ao associar a embriaguez com a inimputabilidade. Lembre-se 
SEMPRE: A embriaguez voluntária NÃO GERA A INIMPUTABILIDADE. 
 
12. (CESPE / OAB / 2007 - Adaptada) São imputáveis os silvícolas inadaptados.CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
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GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: Trata dos silvícolas, que nada mais são, como vimos, do que os índios. 
Os silvículas, , que nada mais são do que os índios, nem sempre serão inimputáveis, 
dependendo do grau de assimilação dos valores sociais, a ser revelado por exame pericial. 
Da conclusão da perícia, o silvícula pode ser: 
• IMPUTÁVEL Î Se integrado à vida em sociedade. 
• SEMI-IMPUTÁVEL Î No caso de estar dividido entre o convívio na tribo e na 
sociedade; e 
• INIMPUTÁVEL Î Quando está completamente INADAPTADO, ou seja, fora da 
sociedade. 
Como a questão trata do silvícula INADAPTADO, estamos diante de um caso de 
inimputabilidade. 
13. (CESPE / OAB / 2007 - Adaptada) São imputáveis os surdos-mudos inteiramente 
capazes de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse 
entendimento. 
GABARITO: CERTA 
COMENTÁRIOS: O surdo-mudo, ao completar 18 anos, presume-se IMPUTÁVEL, aplicando 
a ele as mesmas regras de um indivíduo sem deficiência. 
Desta forma, caso seja inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de 
determinar-se de acordo com este entendimento, será IMPUTÁVEL. 
14. (CESPE / OAB / 2007 - Adaptada) São imputáveis os oligofrênicos e 
esquizofrênicos. 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: Trata-se de casos de desenvolvimento mental retardado, sendo hipótese 
de inimputabilidade. 
 
 
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15. (CESPE / OAB / 2007) Quando o agente se embriaga para cometer o crime em 
estado de embriaguez, ocorre a situação tratada pela teoria como da actio libera in 
causa. 
GABARITO: CERTA 
COMENTÁRIOS: Denomina-se "actio libera in causa" a ação de se deixar ficar num estado 
de inconsciência. 
No caso apresentado o agente usa deliberadamente um meio para colocar-se em estado de 
incapacidade física ou mental, parcial ou plena, no momento da ocorrência do fato criminoso. 
16. (VUNESP / DEFENSORIA PÚBLICA – MS / 2008) De acordo com regra da Parte 
Geral do Código Penal, a pena pode ser reduzida de um a dois terços se o agente, por 
embriaguez 
A) culposa, por álcool ou substância análoga, era inteiramente incapaz de compreender o 
caráter ilícito do ato. 
B) completa, decorrente de força maior, era, ao tempo da ação ou omissão, inteiramente 
incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de comportar-se de acordo com esse 
entendimento. 
C) proveniente de caso fortuito, não possuía, ao tempo da ação ou omissão, a plena 
capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de comportar-se de acordo com esse 
entendimento. 
D) preordenada, por álcool ou substância análoga, não era inteiramente capaz de entender o 
caráter ilícito do fato ou de comportar-se de acordo com esse entendimento. 
E) NRA 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS: Segundo disposição expressa no parágrafo 2º do artigo 28 do Código 
Penal, a pena pode ser reduzida de um a dois terços se o agente, por embriaguez 
proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a 
plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com 
esse entendimento. 
17. (FCC / TRE – MS / 2007) João ingeriu bebidas alcoólicas numa festa sem a intenção 
de embriagar-se. Todavia, ficou completamente embriagado e, nesse estado, tornou-se 
 
 
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violento e ficou totalmente incapaz de entender o caráter criminoso do fato, situação 
em que agrediu e feriu várias pessoas. Nesse caso, João 
 
A) não é isento de pena porque a embriaguez foi dolosa. 
B) é isento de pena porque a embriaguez foi proveniente de caso fortuito. 
C) é isento de pena porque a embriaguez foi proveniente de força maior. 
D) não é isento de pena porque a embriaguez foi culposa. 
E) não é isento de pena pois a embriaguez jamais exclui a imputabilidade penal. 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS: O enunciado trata da embriaguez culposa, situação em que o indivíduo 
começa a beber, mas por exagero no consumo do álcool acaba embriagado. 
18. (FCC / ISS-SP / 2007) A doença mental, a perturbação de saúde mental e o 
desenvolvimento mental incompleto ou retardado: 
A) refletem na culpabilidade, de modo a excluí-la ou a atenuá-la. 
B) excluem a ilicitude da conduta. 
C) isentam sempre de pena. 
D) extinguem a punibilidade. 
E) excluem a tipicidade. 
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS: A culpabilidade é a possibilidade de se considerar alguém culpado pela 
prática de uma infração penal. Por essa razão, costuma ser definida como juízo de 
censurabilidade e reprovação, exercido sobre alguém que praticou um fato típico e ilícito. 
A EMBRIAGUEZ CULPOSA, SEJA ELA 
COMPLETA OU INCOMPLETA, NÃO EXCLUI A 
IMPUTABILIDADE PENAL 
 
 
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Não se trata de elemento do crime, mas pressuposto para imposição de pena, pois, sendo 
um juízo de valor sobre o autor de uma infração penal, não se concebe que se possa ao 
mesmo tempo estar dentro do crime, como seu elemento, e fora, como juízo externo de valor 
do agente. 
São requisitos da culpabilidade: 
A) IMPUTABILIDADE; 
B) POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE Î Para merecer uma pena, o sujeito 
deve ter agido na consciência de que sua conduta era ilícita. Se não detiver o necessário 
conhecimento da proibição (que não se confunde com desconhecimento da lei, o qual é 
inescusável), sua ação ou omissão não terá a mesma reprovabilidade. 
C) EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA Î Está relacionada, primordialmente, 
com a coação moral irresistível e com a obediência hierárquica. 
Na coação moral irresistível, há fato típico e ilícito, mas o sujeito não é considerado culpado, 
em face da exclusão da exigibilidade de conduta diversa; 
Na obediência hierárquica, se a ordem é aparentemente legal e o subordinado não podia 
perceber sua ilegalidade, exclui-se a exigibilidade de conduta diversa, e ele fica isento de 
pena; 
19. (CESGRANRIO / INVESTIGADOR POLICIAL / 2006) Considere os seguintes 
elementos: 
I – imputabilidade; 
II – potencial consciência sobre a ilicitude do fato; 
III – exigibilidade de conduta diversa; 
IV – culpa ou dolo; 
V – conduta comissiva. 
Segundo a concepção finalista, constituem os elementos da culpabilidade: 
(A) III, IV e V, apenas. 
(B) III e V, apenas. 
(C) I, II e IV, apenas. 
(D) I, II e III, apenas. 
 
 
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(E) II e III, apenas. 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS: Para a teoria finalista, adotada pelo Código Penal, os elementos que 
integram a culpabilidade são: imputabilidade, potencial consciência da ilicitude e exigibilidade 
de conduta diversa. 
Não presente algum desses elementos, estará isento de pena o agente, ou seja, praticou 
crime, mas não é culpável e, portanto, não lhe é aplicada a sanção. 
20. (ESAF / BACEN / 2002) Quanto à imputabilidade penal pode-se afirmar que: 
 
A) Na hipótese de dúvida séria e fundada quanto à menoridade ou não do agente, deve-se 
optar pela responsabilização penal. 
B) Se considera alcançada a maioridade penal a partir do dia em que o jovem completa os 
21 anos, independentemente da hora do nascimento. 
C) Se considera alcançada a maioridade penal a partir do dia em que o jovem completa os 
18 anos, independentemente da

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