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Aula 06 Direito Penal

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CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
PROFESSOR PEDRO IVO 
www.pontodosconcursos.com.br 1
AULA 06 – CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
Caros alunos, 
A partir de agora começaremos a tratar de temas mais específicos do Direito Penal e o que 
foi visto até agora será essencial para um bom entendimento. 
Iniciaremos esta parte do seu futuro edital tratando dos crimes contra a Administração 
Pública, um assunto recorrente em provas, para o qual deve ser dado uma atenção MAIS DO 
QUE ESPECIAL. 
A fim de facilitar o aprendizado ao máximo, vou ser o mais objetivo possível, apresentando o 
que vocês precisam saber para a prova. Para isto, nesta aula serão estudados os primeiros 
delitos que vocês necessitam ter conhecimento e, na aula seguinte, complementaremos o 
assunto com os restantes. 
Vejo em sala de aula que, como são várias tipificações, muitos alunos acabam fazendo uma 
grande confusão e, exatamente por isso, é necessário ter calma e cuidado no estudo de 
cada tipo penal, entendendo o conceito e os caracteres que compõem os crimes. 
Mais do que nunca é importante praticar com exercícios, mas julgo que o aprendizado fica 
extremamente comprometido quando as questões são separadas de acordo com a 
classificação dos delitos (você entenderá isso em breve). Você acha que as bancas vão 
separar, na hora da prova, por exemplo, a corrupção passiva da ativa? Claro que não. 
Sendo assim, deixarei os exercícios para a AULA 07, na qual finalizaremos TODOS os tipos 
penais importantes para sua prova. Desta forma, você realmente testará o seu aprendizado e 
poderá verificar as pendências e dúvidas. 
Por falar em dúvidas, outra recorrente é quanto à necessidade ou não de guardar as 
penalizações dos crimes (Ex: reclusão de dois a quatro anos). Meu “Bizu” é o seguinte: Não 
perca tempo decorando as penas dos delitos. Pode ser cobrado pelas bancas? Claro que 
sim! Mas toda a lógica indica que tal conhecimento não será exigido e a relação 
TEMPO/BENEFÍCIO, em minha opinião é muito pequena. 
Agora uma dica: Ao final da aula será apresentado um resumo a fim de organizar as idéias. 
Sendo assim, procure entender bem cada delito e deixe para separá-los no cérebro com o 
quadro-resumo. Não perca tempo indo e voltando em sua primeira leitura. 
Com isso, você vai garantir mais uns preciosos pontos na PROVA!!! 
Bons estudos!!! 
 
 
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6.1 CONCEITOS GERAIS 
O Código Penal dedica o último título da parte especial para tratar dos crimes contra a 
Administração Pública. 
Pretende o legislador proteger o normal desenvolvimento da máquina administrativa em 
todos os setores de sua atividade, proibindo, pela incriminação penal, não só a conduta ilícita 
dos funcionários públicos, mas também a dos particulares que venham expor a perigo de 
dano a função administrativa. 
Mas qual o significado da expressão “Administração Pública” utilizada pelo Código Penal? 
A Administração Pública pode ser analisada sob duas óticas diferentes, ora no sentido 
amplo, ora no sentido restrito. 
O conceito de Administração em sentido restrito abrange apenas o poder Executivo no 
exercício de sua função típica de administrar. 
Diferentemente, a Administração Pública analisada no sentido amplo é o próprio Estado, 
sendo composta pelos três poderes, ou seja, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. 
Vamos entender: 
O poder Executivo tem como função principal a de administrar, desenvolvendo todos os atos 
inerentes a esta função. Entretanto, tal como ocorre nos outros poderes, detém também 
funções de editar leis, como no caso das Medidas Provisórias, e julgar processos, como no 
caso das decisões proferidas em seus processos administrativos. 
O poder Legislativo, por sua vez, tem como funções principais a edição de Leis e o controle. 
Todavia, exerce também a função de administrar, em se tratando da administração de seu 
pessoal, por exemplo, e a função de julgar, como no caso do crime de responsabilidade . 
Por fim, o poder Judiciário tem como função principal a de julgar, exercendo a função 
jurisdicional em todo o âmbito da administração. Entretanto, na admissão, demissão e 
promoção de seu pessoal, por exemplo, pode ser verificada a ocorrência da função 
administrativa. 
Sendo assim, percebe-se que temos a função administrativa no âmbito dos três poderes e, 
exatamente por isso, o legislador optou por utilizar no Código Penal o conceito de 
Administração Pública em SENTIDO AMPLO, abrangendo assim o poder EXECUTIVO, o 
LEGISLATIVO e JUDICIÁRIO. 
 6.1.1 CLASSIFICAÇÕES
Os crimes contra a administração são classificados em três grupos: 
 
 
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1. CRIMES COMETIDOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A 
ADMINISTRAÇÃO EM GERAL (ART. 312 A 326); 
2. CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A 
ADMINISTRAÇÃO EM GERAL (ART. 328 A 337); E 
3. CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA (ART 338 A 359). 
 
6.1.2 CRIME FUNCIONAIS
Os crimes funcionais pertencem à categoria dos crimes próprios, pois só podem ser 
cometidos por determinada classe de pessoas. Neste tipo de delito, a lei exige do 
indivíduo uma condição ou situação específica. Os crimes funcionais classificam-se em: 
Crimes funcionais próprios Î São aqueles cuja ausência da qualidade de funcionário 
público torna o fato atípico. Exemplo claro de crime funcional próprio é o delito de 
prevaricação, previsto no artigo 319 do Código Penal. 
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou 
praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou 
sentimento pessoal: 
Se ficar comprovado que na época do fato o indivíduo não era funcionário público, 
desaparece a prevaricação e não surge nenhum outro crime. Percebe-se que a qualidade 
do sujeito ativo aparece como elemento da tipicidade penal. 
Crimes funcionais impróprios ou mistos Î A ausência da qualidade especial faz com 
que o fato seja enquadrado em outro tipo penal. Exemplo: Concussão – Art. 316; se o 
sujeito ativo não for funcionário público, o crime é de extorsão – art. 158. 
6.1.3 FUNCIONÁRIO PÚBLICO
Durante a aula, falarei por diversas vezes em “funcionário público”, mas qual o real 
significado desta expressão? 
Para responder a este questionamento, devemos buscar o conceito exposto no artigo 327 
do Código Penal. Observe: 
 
 
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Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, 
embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou 
função pública. 
Com base no dispositivo supra, para fins de aplicação dos artigos de lei que analisaremos 
a seguir, devemos entender por funcionários públicos todos aqueles que desempenham 
função, submetidos a uma relação hierarquizada para com o ente administrativo, 
independentemente de ser este ente da administração direta ou indireta, bem como de 
ser este labor permanente ou temporário, voluntário ou compulsório, gratuito ou oneroso. 
Deste modo, o nosso Código Penal adotou a noção ampliada do conceito de funcionário 
público discutido na esfera do Direito Administrativo. E foi mais longe. Não exige, para o 
caracterizar, nem sequer o exercício profissional ou permanente da função pública. 
Verifica-se que o funcionário público, diante do Direito Penal, caracteriza-se pelo 
exercício da função pública. Portanto, o que importa não é a qualidade do sujeito, de 
natureza pública ou privada, mas sim a natureza da função por eleexercida. 
6.1.3.1 FUNCIONÁRIO PÚBLICO POR EQUIPARAÇÃO 
Dispõe o parágrafo 1º do art. 327 do CP: 
CARGO PÚBLICO Î Segundo a doutrina, cargo público é a mais simples 
unidade de poderes e deveres estatais a serem expressos por um agente. 
Todavia, há conceito legal de cargo público. O artigo 3º da lei 8112/90 
(Estatuto dos Servidores Públicos Civis da União) define cargo público 
como sendo o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na 
estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor. 
EMPREGO PÚBLICO Î De acordo com a doutrina dominante, emprego 
público tem, substancialmente, a mesma conceituação de cargo público. 
O que os diferencia é que no emprego a relação jurídica estabelecida 
entre seu titular e a Administração é regida pela CLT. 
FUNÇÃO PÚBLICA Î De forma residual, conceituamos função pública 
como a atribuição desempenhada por um agente que não se caracteriza 
como cargo ou emprego público. Assim, considera-se funcionário aquele 
que, sem ter cargo ou emprego público, desempenha função pública 
extraordinária (contratado extraordinariamente). 
 
 
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Art. 327 
[...] 
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou 
função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa 
prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de 
atividade típica da Administração Pública. 
A lei nº 9.983/2000 estendeu o conceito de funcionário público, equiparando a este: 
1. QUEM TRABALHA EM ENTIDADE PARAESTATAL Î As entidades 
paraestatais integram o chamado terceiro setor, que pode ser definido como 
aquele composto por entidades privadas da sociedade civil, que prestam 
atividade de interesse social, por iniciativa privada, sem fins lucrativos. 
O terceiro setor coexiste com o primeiro setor, que é o próprio Estado, e com 
o segundo setor, que é o mercado. 
2. QUEM TRABALHA EM EMPRESA PRESTADORA DE SERVIÇO 
CONTRATADA OU CONVENIADA PARA A EXECUÇÃO DE ATIVIDADE 
TÍPICA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Î Difere o contrato do convênio 
porque naquele é a Administração Pública, mediante concessão, quem 
contrata o particular para o exercício de atividade pública. Já no convênio, 
verifica-se um acordo de duas ou mais entidades para a realização de um 
serviço público de competência de uma delas, que deve ser uma entidade 
pública. 
O conceito de atividade típica da Administração Pública vincula-se às tarefas 
essenciais do Estado, tais como saúde, educação, transportes, cultura, 
segurança, higiene, dentre outras. Observe o julgado: 
STJ - RECURSO ESPECIAL: REsp 902037 SP 2006/0222308-1 
PENAL. RECURSO ESPECIAL. ART. 317, CAPUT, DO CÓDIGO PENAL. 
CONCEITO DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO PARA FINS PENAIS. 
ADVOGADO CONTRATADO POR MEIO DE CONVÊNIO FIRMADO ENTRE 
A PROCURADORIA GERAL DO ESTADO E A OAB PARA ATUAR EM 
DEFESA DOS BENEFICIÁRIOS DA JUSTIÇA GRATUITA. 
O advogado que, por força de convênio celebrado com o Poder Público, atua 
de forma remunerada em defesa dos agraciados com o benefício da Justiça 
Pública, enquadra-se no conceito de funcionário público para fins penais 
(Precedentes). Recurso especial provido. 
 
 
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6.1.3.2 CAUSA DE AUMENTO DE PENA
Para o legislador, determinados cargos, tais como os em comissão ou de direção ou 
assessoramento, pela importância e responsabilidade, devem ser valorados de uma 
maneira diferenciada em relação aos demais. Sendo assim, fez constar no Código 
Penal que: 
Art. 327 
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes 
previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de 
função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, 
sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo 
poder público. 
Resumindo: 
FUNCIONÁRIO PÚBLICO Î PESSOA FÍSICA QUE EXERCE FUNÇÃO 
PÚBLICA, A QUALQUER TÍTULO, COM OU SEM REMUNERAÇÃO. 
(ADMINISTRAÇÃO DIRETA OU INDIRETA) 
FUNCIONÁRIO PÚBLICO POR EQUIPARAÇÃO Î PESSOA FÍSICA QUE 
ATUA EM ENTIDADE PARAESTATAL OU EM EMPRESA PRIVADA, 
CONTRATADA OU CONVENIADA, PARA A EXECUÇÃO DE ATIVIDADE 
TÍPICA. 
OBSERVAÇÃO 01 Î A EQUIPARAÇÃO APLICA-SE AO SUJEITO ATIVO DO 
DELITO. 
OBSERVAÇÃO 02 Î NO CASO DE OCUPANTES DE CARGOS EM 
COMISSÃO OU DE FUNÇÃO DE DIREÇÃO OU ASSESSORAMENTO DE 
ÓRGÃO DA ADMINISTRAÇÃO DIRETA OU INDIRETA, A PENA SERÁ 
AUMENTADA DA TERÇA PARTE. 
NOS DELITOS PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, DEVE-SE COMPROVAR A UTILIZAÇÃO DO 
CARGO, DO EMPREGO OU DA FUNÇÃO; CASO CONTRÁRIO, NÃO HAVERÁ 
ESSE TIPO DE CRIME. 
 
 
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6.2 DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A 
ADMINISTRAÇÃO EM GERAL 
 6.2.1 PECULATO
O peculato é o delito em que o funcionário público, arbitrariamente, faz sua ou desvia em 
proveito próprio ou de terceiro, a coisa móvel que possui em razão do cargo, seja ela 
pertencente ao Estado ou a particular, ou esteja sob sua guarda ou vigilância. 
Está definido assim no Código Penal: 
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer 
outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do 
cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: 
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. 
Observe que se trata de um crime funcional impróprio, pois se retirarmos a qualidade de 
funcionário público passamos a ter o delito de apropriação indébita, previsto no artigo 168 
do Código Penal. Veja a semelhança: 
Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a 
detenção: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
A definição do PECULATO prevista no artigo 312 se subdivide em duas espécies: 
• PECULATO-APROPRIAÇÃO Î Definido na 1ª parte do 
artigo 312. Ocorre quando o funcionário público 
APROPRIA-SE. 
• PECULATO-DESVIO Î Previsto na 2ª parte do artigo 
312. Recebe esta denominação quando o funcionário 
público DESVIA. 
Para que haja a caracterização do peculato, faz-se necessário o cumprimento das 
seguintes condições: 
 
 
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1. QUE O SUJEITO TENHA A POSSE LÍCITA DO OBJETO MATERIAL; 
2. QUE A POSSE LHE TENHA SIDO CONFIADA EM RAZÃO DO CARGO; E 
3. QUE HAJA UMA RELAÇÃO DE CAUSA E EFEITO ENTRE O CARGO E A 
POSSE. 
Podemos exemplificar o PECULATO com o seguinte caso: 
Tício, servidor público federal, “subtrai" de dentro da repartição onde trabalha o teclado de 
seu computador. Para tanto, Tício utiliza-se de sua própria chave da repartição, que só a 
possuia em razão do cargo. 
Nessa situação, Tício está valendo-se da "qualidade especial de servidor público", pois só 
tem a chave e o computador porque é servidor. Nese caso, o crime é de "PECULATO". 
Para finalizar, observe o elucidativo julgado. 
 6.2.1.1 CARACTERIZADORES DO DELITO (MUITA ATENÇÃO!!!)
• SUJEITOS DO DELITO: 
1. SUJEITO ATIVO: Como é um crime próprio, só pode ser cometido por 
funcionário público. 
2. SUJEITO PASSIVO: Regra geral, é o ESTADO, entretanto, pode figurar no 
pólo passivo um particular, caso o objeto material seja de natureza privada. 
Para exemplificar, imagine que Mévio está em um processo judicial tentando 
a posse de um bem. Durante o processo, o Juiz coloca este bem sob a 
TRF4 - APELAÇÃO CRIMINAL: ACR 22098 RS 2000.71.00.022098-3O delito de peculato, para sua configuração, exige a condição de funcionário 
público do agente ativo e que ele tenha se valido das facilidades que o cargo 
lhe propicia para proveito próprio ou alheio, apropriando-se ou desviando 
valor ou outro bem móvel. É mister que a posse - entendida em sentido 
amplo, abrangendo não só o poder material de dispor da coisa como 
também sua livre utilização facultada pela função exercida - seja lícita, ou 
seja, que a entrega do bem resulte de mandamento legal ou inveterada 
praxe, não proibida por lei. 
 
 
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guarda de um funcionário público, que o desvia. Neste caso, figurará no 
pólo passivo o particular. 
• ELEMENTOS: 
Futuro(a) aprovado(a), lembra no início da aula quando eu falei que os conceitos 
vistos em aulas anteriores seriam importantes...Então...Aqui é mais do que 
necessário que você saiba a diferenciação entre elemento OBJETIVO, 
SUBJETIVO e NORMATIVO. Embora eu tenha certeza que você já consolidou 
estes conceitos, eu vou ser “chato” e vou relembrar. Observe: 
Agora que você já relembrou, vamos voltar a tratar dos elementos do PECULATO 
desvio e apropriação: 
1. OBJETIVO: Conforme você já estudou, a conduta pode realizar-se através 
da apropriação ou do desvio. 
Na apropriação, ocorre a inversão do título de posse e o funcionário passa a 
dispor da “coisa” como se sua fosse. Diferentemente, no desvio o 
funcionário não tem a intenção do apossamento definitivo, mas emprega o 
objeto em fim diverso para proveito próprio. 
Imagine que Tício ficou responsável pela guarda de uma Ferrari e resolve 
utilizá-la para sair com uma “amiga”. Neste caso, comete peculato-desvio. 
• ELEMENTOS OBJETIVOS Î OS ELEMENTOS OBJETIVOS DO TIPO REFEREM-SE 
AO ASPECTO MATERIAL DA INFRAÇÃO PENAL, DIZENDO RESPEITO À FORMA DE 
EXECUÇÃO, TEMPO, MODO, LUGAR, ETC. 
• ELEMENTOS SUBJETIVOS Î OS ELEMENTOS SUBJETIVOS DO TIPO PENAL, 
TAMBÉM CONHECIDOS NA DOUTRINA POR ELEMENTOS SUBJETIVOS DO 
INJUSTO, DIZEM RESPEITO AO ESTADO PSICOLÓGICO DO AGENTE, OU SEJA, À 
SUA INTENÇÃO. 
• ELEMENTOS NORMATIVOS Î OS TIPOS PENAIS PODEM CONTER ELEMENTOS 
NA SUA FORMAÇÃO QUE NÃO SÃO DE COMPREENSÃO IMEDIATA, COMO OS 
ELEMENTOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS, EM RAZÃO DA NECESSIDADE DE UM 
JUÍZO DE VALOR SOBRE OS MESMOS. NESTES TIPOS PENAIS QUE CONTÉM 
ELEMENTOS NORMATIVOS, ALÉM DE O LEGISLADOR INCLUIR EXPRESSÕES 
COMO MATAR, SUBTRAIR, OFENDER, ETC., INCLUI ELE AINDA EXPRESSÕES 
COMO SEM ‘JUSTA CAUSA’, ‘INDEVIDAMENTE’, ‘FRAUDULENTAMENTE’, ETC., 
QUE SÃO CONSIDERADOS ELEMENTOS NORMATIVOS. 
 
 
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2. SUBJETIVO: É o DOLO. Exige-se a intenção de não devolver o objeto e a 
vontade de obter proveito próprio ou de terceiro. Atenção que aqui estamos 
tratando unicamente do peculato apropriação e desvio. 
3. NORMATIVO: A expressão "proveito próprio ou alheio". 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
1. A consumação no peculato-apropriação ocorre quando o indivíduo age 
como se fosse dono do objeto. Por sua vez, no peculato-desvio ocorre 
quando o indivíduo desvia o bem, sendo irrelevante se consegue ou não 
proveito próprio ou alheio.
Sendo assim, no exemplo da Ferrari, se o indivíduo não consegue 
“impressionar” sua amiga e obter o “proveito” almejado...Azar o dele!!! 
2. O Peculato é um delito material e admite a figura da tentativa. 
 6.2.1.2 PECULATO-FURTO
Ainda no artigo 312 temos a caracterização do chamado peculato-furto que, segundo 
o STF, ocorre quando o funcionário público não detém a posse da coisa (valor, 
dinheiro ou outro bem móvel) em razão do cargo que ocupa, mas sua qualidade de 
funcionário público propicia facilidade para a ocorrência da subtração devido ao 
trânsito que mantém no órgão público em que atua ou desempenha suas funções. 
Observe o texto legal: 
Art. 312 
[...] 
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a 
posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja 
subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe 
proporciona a qualidade de funcionário. 
Para melhor compreensão, veja o exemplo: 
O funcionário A, sabedor de onde o seu colega, B, guarda o numerário (dinheiro) 
recebido diariamente na repartição pública, vale-se de tal conhecimento e, na 
ausência daquele, subtrai tal valor. 
Observe que, “A” não tinha a posse do bem. Todavia, tinha conhecimento, decorrente 
do seu cargo, de onde seu colega de trabalho guardava tal numerário. 
 
 
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Agora pergunto: Se um funcionário arromba a porta da repartição onde trabalha, 
adentra o recinto e subtrai bens públicos, é PECULATO-FURTO? 
A resposta é negativa, pois ele não está valendo-se da função. Logo, responderá por 
furto qualificado e não peculato-furto. 
 
6.2.1.2 PECULATO-CULPOSO
Está descrito no Código Penal nos seguintes termos: 
Art. 312 
[...] 
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem: 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à 
sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de 
metade a pena imposta. 
Nesta forma típica, o funcionário, por imperícia, imprudência ou negligência, 
concorre para a prática de crime de outrem. Assim, em face da ausência de cautela 
que estava obrigado na preservação de bens do poder público que lhe são confiados, 
o sujeito facilita a outrem a subtração, apropriação ou desvio dos mesmos. 
O crime se aperfeiçoa com a conduta dolosa de outrem, havendo necessidade da 
existência de nexo causal entre os delitos, de maneira que o primeiro (peculato-
culposo) tenha permitido a prática do segundo. Seria o caso, por exemplo, do chefe de 
determinado setor que, negligentemente, esquece o armário com peças de 
computador aberto e estas são furtadas. 
O instituto do Peculato Culposo, nos termos do § 3º do art. 312, apresenta uma 
espécie anômala de arrependimento posterior. Normalmente, o arrependimento 
posterior, que só pode ser argüido em crimes praticados sem violência ou grave 
ameaça, funciona como atenuante e deve acontecer até o momento do recebimento 
da denuncia ou da queixa por parte do magistrado. No caso do Peculato Culposo, este 
PPAARA A TIPIFFIICAÇÃOO DO PPECCUULATOO FURTO É INDDIISPPENSÁÁVVEEL 
QQUUEE OO FFUUNNCCIIOONNÁÁRRIIOO PPÚÚBBLLIICCOO TTEENNHHAA DDEE AALLGGUUMMAA FFOORRMMAA SSEE 
APRROOVEEIITTAADO OOU VALIDOO DA FUNNÇÃÃOO PAARRAA TTERR AACCEESSSO AAOO 
BBEEMM QQUUEE SSEERRÁÁ OOBBJJEETTOO DDOO CCRRIIMMEE.. 
 
 
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arrependimento funcionará como excludente, caso ocorra até a sentença transitar em 
julgado, ou como atenuante, manifestando-se depois do trânsito em julgado da 
sentença penal, situação em que reduzirá a pena pela metade. 
6.2.2 PECULATO MEDIANTE ERRO DE OUTREM
Também denominado Peculato-Estelionato, encontra previsão no Código Penal nos 
seguintes termos: 
Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do 
cargo, recebeu por erro de outrem: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
A conduta consiste em o funcionário público apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade 
mediante aproveitamento ou manutenção do erro de outrem. 
É imprescindível, para que ocorra o delito,que a entrega do bem tenha sido feita ao 
sujeito em razão do cargo que desempenha junto à administração e que o erro tenha 
relação com seu exercício. 
Exemplo 01: Tício comparece no terceiro andar de uma repartição a fim de pagar uma 
determinada dívida, quando na verdade o pagamento deveria ser feito no quarto andar. 
Mévio, que já havia trabalhado no quarto andar, aproveitando-se do erro de Tício, 
apropria-se do dinheiro. Neste caso, temos o Peculato-Estelionato. 
Exemplo 02: José é intimado a levar seu relógio para perícia até a delegacia de polícia. 
Lá chegando, entrega seu bem a João, o porteiro, sendo que o correto seria entregá-lo ao 
Delegado de Polícia. João recebe o bem e, tendo conhecimento do ato errôneo de José, 
resolve se apropriar do bem. 
A EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE PELA REPARAÇÃO DO 
DANO SÓ E POSSÍVEL NO CRIME DE PECULATO CULPOSO.
OBSERVAÇÃO!!! 
O ERRO DE QUEM ENTREGA O OBJETO MATERIAL 
DEVE SER ESPONTÂNEO. CASO HAJA PROVOCAÇÃO, 
NÃO É PECULATO E SIM ESTELIONATO. 
 
 
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 6.2.2.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
• SUJEITOS DO DELITO: 
1. SUJEITO ATIVO: Como é um crime próprio, só pode ser cometido por 
funcionário público. 
2. SUJEITO PASSIVO: Regra geral, é o ESTADO, entretanto, pode figurar no 
pólo passivo um particular, caso seja ele a vítima da fraude. 
• ELEMENTOS: 
1. OBJETIVO: São elementares do tipo: 
• A apropriação de dinheiro ou qualquer outro bem; 
• Que a apropriação tenha origem no ERRO de alguém; e 
• Seja cometido por funcionário público 
2. SUBJETIVO: É o DOLO. Deve abranger a consciência do erro de outrem. 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
1. O crime se consuma não no momento em que o funcionário recebe a coisa, 
mas no momento em que, tendo sua posse, dela se apropria. 
2. O Peculato-Estelionato é um delito material e admite a figura da tentativa. 
Seria o caso, por exemplo, do funcionário público que é surpreendido no 
momento em que está abrindo uma carta contendo valor, a ele entregue por 
erro de outrem. 
6.2.3 INSERÇÃO DE DADOS FALSOS EM SISTEMA DE 
INFORMAÇÃO
Este delito foi inserido no Código Penal pela lei nº 9.983/00 nos seguintes termos: 
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados 
falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas 
 
 
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informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de 
obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano: 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. 
Segundo Damásio, “Essa incriminação tem por objetividade jurídica a Administração 
Pública, particularmente a segurança do seu conjunto de informações, inclusive no meio 
informatizado, que, para a segurança de toda a coletividade, devem ser modificadas 
somente nos limites legais. Daí se punir o funcionário que, tendo autorização para 
manipulação de tais dados, vem a maculá-los pela modificação falsa ou inclusão e 
exclusão de dados incorretos.” 
6.2.3.1 CARACTERIZADORES DO DELITO
• SUJEITOS DO DELITO: 
1. SUJEITO ATIVO: Como é um crime próprio, só pode ser cometido por 
funcionário público devidamente autorizado para a preparação de 
informações armazenadas, via de regra, em bancos de dados. 
2. SUJEITO PASSIVO: Regra geral, é o ESTADO, entretanto, pode figurar no 
pólo passivo um particular, caso seja ele prejudicado pela modificação dos 
dados. 
• ELEMENTOS: 
1. OBJETIVO: São elementares do tipo: 
• Inserir, facilitar; 
• Alterar; 
• Excluir 
2. SUBJETIVO: O tipo subjetivo é o DOLO, ou seja, a vontade livre e 
consciente dirigida à inserção ou à facilitação da inclusão de dados falsos e 
à alteração ou à exclusão indevida em dados corretos em sistema de 
informações da Administração Pública. 
Além do dolo, o tipo requer um fim especial de agir, o elemento subjetivo do 
tipo contido na expressão com o fim de obter vantagem indevida para si ou 
para outrem, qualquer que seja ela, ou para causar dano à Administração 
Pública. 
TRATA-SE DE UM TIPO MISTO ALTERNATIVO, 
EM QUE A OCORRÊNCIA DE MAIS DE UM DOS 
NÚCLEOS, EM UM MESMO CONTEXTO FÁTI-
CO, CONSTITUI CRIME ÚNICO. 
 
 
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3. NORMATIVO: Cabe ainda apontar a existência de um elemento normativo 
do tipo quando se exige que a conduta do funcionário seja indevida. 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
1. O crime é FORMAL, atingindo a consumação no momento em que as 
informações falsas passam a fazer parte do sistema de informações. 
2. É admissível a tentativa em todos os seus núcleos. 
 6.2.4 MODIFICAÇÃO OU ALTERAÇÃO NÃO AUTORIZADA EM 
SISTEMA DE INFORMAÇÃO
Qualquer sistema de informação de dados sobre empresas, programa de controle de 
arrecadação de contribuições sociais dos segurados, dentre outros, está agora tutelado 
pela norma penal. 
Poder-se-ia até criticar a utilização do Direito Penal para esse tipo de proteção, mas 
dentro da sistemática moderna de dados e da fragilidade com que, ainda, os programas 
podem ser invadidos por terceiros, o próprio funcionário encarregado de manipulá-los 
poderá ser tentado à prática do ilícito. Assim, o Direito Penal foi chamado para dar uma 
maior proteção ao sistema, dispondo da seguinte maneira: 
Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou 
programa de informática sem autorização ou solicitação de autoridade 
competente: 
 Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa. 
O objeto da tutela penal é a Administração Pública, particularmente a incolumidade de 
seus sistemas de informações e programas de informática, que só podem sofrer 
modificações ou alterações quando a autoridade competente solicita a determinado 
funcionário ou o autoriza. Desta forma, mais precisamente como determina Julio 
Fabbrini Mirabete protege-se, com o dispositivo, a regularidade dos sistemas 
informatizados ou bancos de dados da Administração Pública. 
6.2.4.1 CARACTERIZADORES DO DELITO
• SUJEITOS DO DELITO: 
 
 
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1. SUJEITO ATIVO: Como é um crime próprio, só pode ser cometido por 
funcionário público, sem, no entanto, haver sido autorizado pela autoridade 
competente para promover alteração no sistema. 
2. SUJEITO PASSIVO: Regra geral, é o ESTADO, entretanto, pode figurar no 
pólo passivo um particular, caso seja ele prejudicado. 
• ELEMENTOS: 
1. OBJETIVO: São elementares do tipo: 
• Modificar; 
• Alterar; 
“Mas, professor, modificar e alterar não tem o mesmo significado?” 
A doutrina entende que não. Diz-se que modificar prende-se a dados que 
dizem respeito à estrutura do sistema, já o alterar vincula-se a informações 
contidas no sistema. Essa diferenciação não é importante para a sua 
PROVA e entende-se que a colocação de dois núcleos tão parecidos teve a 
finalidade de não deixar dúvidas aos intérpretes e aplicadores da norma 
penal. 
2. SUBJETIVO: Esse crime, para aperfeiçoar-se, não necessita senão do dolo 
genérico, conforme classificação doutrinária, traduzido na vontade livre e 
consciente de praticar a conduta típica, que é a de modificar ou alterar o 
sistema de informações ou o programa de informática. 
3. NORMATIVO: Presente na expressão sem autorização ou solicitação de 
autoridade competente. 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
1. Crime de MERA CONDUTA, consuma-secom a alteração ou modificação. 
2. É admissível a tentativa. Exemplo: O funcionário, no momento em que vai 
iniciar a modificação, é surpreendido. 
• CAUSA DE AUMENTO DE PENA 
TRATA-SE DE UM TIPO MISTO ALTERNATIVO, EM 
QUE A OCORRÊNCIA DE MAIS DE UM DOS 
NÚCLEOS, EM UM MESMO CONTEXTO FÁTICO, 
CONSTITUI CRIME ÚNICO.
 
 
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O parágrafo único do art. 313-B dispõe que a penalização prevista será 
aumentada caso da alteração ou modificação derive dano para a Administração 
Pública. Observe: 
Art. 313-B 
[...] 
Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se da 
modificação ou alteração resulta dano para a Administração Pública ou para o 
administrado. 
 6.2.5 EXTRAVIO, SONEGAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE LIVRO 
OU DOCUMENTO
O delito apresenta no CP a seguinte definição: 
Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda 
em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui crime mais 
grave. 
Visa o dispositivo supra proteger a Administração no que diz respeito à ordem, 
regularidade e segurança de livros oficiais e documentação de natureza pública ou 
privada, que devem manter-se íntegros. Exatamente por isso, pune-se o funcionário que, 
tendo a sua guarda em razão do cargo, vem a desviá-los, escondê-los ou inutilizá-los. 
6.2.5.1 CARACTERIZADORES DO DELITO
• SUJEITOS DO DELITO: 
1. SUJEITO ATIVO: Como é um crime próprio, só pode ser cometido por 
funcionário público que tem a guarda do objeto material em razão do cargo. 
2. SUJEITO PASSIVO: Regra geral, é o ESTADO, entretanto, pode figurar no 
pólo passivo um particular, caso seja ele prejudicado pela perda do objeto 
material. 
 
 
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• ELEMENTOS: 
1. OBJETIVO: São elementares do tipo: 
• Extraviar (dar destino equivocado); 
• Sonegar (não restituir quando solicitado); e 
• Inutilizar (tornar imprestável para o fim ao qual servia). 
2. SUBJETIVO: É o DOLO. 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
1. Trata-se de crime de MERA CONDUTA. Consuma-se o delito com a 
realização das condutas definidas na norma incriminadora, sendo 
irrelevante a ocorrência de dano para a administração pública. 
2. É admissível a tentativa nas modalidades de extraviar e inutilizar. Com 
relação à sonegação, não é possível. 
 6.2.6 EMPREGO IRREGULAR DE VERBAS OU RENDAS 
PÚBLICAS
Já pensou se o funcionário público pudesse aplicar as verbas públicas da maneira que 
achasse mais conveniente? Obviamente, seria uma confusão muito grande. Exatamente 
por isso, o “ordenador de despesas” está limitado na sua atuação por diversos 
dispositivos legais. 
Desta forma, a fim de proteger a regularidade da atividade administrativa no que diz 
respeito à aplicação de verbas e rendas públicas, o conhecido crime de desvio de verbas 
encontra sua previsão no CP. Observe: 
Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida 
em lei: 
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. 
Com base no dispositivo supra, pergunto: Imagine que a lei orçamentária de 
determinado Estado destine verbas públicas para a construção de um hospital. O 
Governador, Mévio, acreditando que os problemas começam a ser resolvidos com o 
 
 
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fornecimento de educação, destina os recursos para a construção de uma escola, 
criando o “CENTRO DE EXCELÊNCIA ESTUDANTIL”. Neste caso, poderá ser ele 
processado e preso? 
A resposta é positiva, pois não importa o fim almejado, a destinação do recurso. O que 
é importante é se a destinação LEGAL foi cumprida ou não e, no caso em tela, não foi. 
“Mas professor, coitado do Mévio...ele só estava querendo ajudar.” 
Realmente, mas o examinador não está com nem um pouquinho de pena dele... 
6.2.6.1 CARACTERIZADORES DO DELITO
• SUJEITOS DO DELITO: 
1. SUJEITO ATIVO: Como é um crime próprio, só pode ser cometido por 
funcionário público que tem poder de disposição de verbas e rendas 
públicas. É o caso, por exemplo, dos Governadores, Ministros de Estado, 
Diretores de Autarquias, etc. 
2. SUJEITO PASSIVO: É o ESTADO. 
• ELEMENTOS: 
1. OBJETIVO: O núcleo do delito consiste em o funcionário público dar aos 
fundos públicos aplicação diversa da determinada ou não autorizada em lei. 
Obviamente, surge como elementar imprescindível à tipicidade do fato a 
existência de lei regulamentando a aplicação do recurso financeiro. 
2. SUBJETIVO: É o DOLO, ou seja, a vontade livre e consciente de aplicar 
verbas ou rendas públicas de maneira diferente da destinação preceituada 
em lei. Aqui independe se o fato ocorreu visando ou não ao lucro. 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
1. O crime é FORMAL. Consuma-se com a aplicação irregular de rendas e 
verbas públicas, não bastando a simples indicação sem execução. 
2. É admissível a tentativa. 
 
 
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 6.2.7 CONCUSSÃO
Caro(a) Aluno(a), este é um dos delitos mais exigidos em prova e, consequentemente, 
será necessário atenção especial e um aprofundamento um pouco maior. Vamos 
começar: 
De acordo com o artigo 316, caput, do Código Penal, constitui delito o fato de o 
funcionário público: 
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que 
fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: 
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. 
Segundo Damásio Evangelista de Jesus, o termo “concussão” tem sua origem 
etimológica derivada do verbo latino concutere, expressão empregada quando se 
pretende indicar o ato de sacudir a árvore para que os frutos caiam. Também significa 
“sacudir fortemente, abalar, agitar violentamente”. 
Como visto no artigo 316, caput, a concussão materializa-se quando o funcionário exige 
para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função, ou antes de 
assumi-la, mas em razão dela, vantagens indevidas. É o desvio da função pública para 
esbulhar. É um dos crimes mais graves contra a Administração Pública. 
Assim, o delito de concussão se tipifica quando o funcionário público exige, impõe, 
ameaça ou intima a vantagem espúria (este termo já foi utilizado em provas) e o sujeito 
passivo cede à exigência pelo temor. Em outros termos, o crime de concussão é uma 
espécie de extorsão praticada pelo funcionário público, com abuso de autoridade, contra 
particular que cede ou virá a ceder em face do metu publicae potestatis (medo do poder 
público). 
Júlio Fabbrini Mirabete, quanto à objetividade jurídica do crime de concussão, leciona: 
“Objetiva a incriminação do fato tutelar a regularidade da administração, no que tange à 
probidade dos funcionários, ao legítimo uso da qualidade e da função por eles exercida. 
CASO O AGENTE DESVIE OU SE APROPRIE DE VERBAS 
OU RENDAS, HÁ O CRIME DE PECULATO E NÃO O CRIME 
DE APLICAÇÃO IRREGULAR DE VERBAS OU RENDAS 
PÚBLICAS.
 
 
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Em plano secundário, protegido está também o interesse patrimonial de particular, ou 
mesmo de funcionário, de quem é exigida a vantagem.” 
6.2.7.1 CARACTERIZADORES DO DELITO
• SUJEITOS DO DELITO: 
1. SUJEITO ATIVO: Como é umcrime próprio, só pode ser cometido por 
funcionário público, MESMO QUE AINDA NÃO TENHA ASSUMIDO O 
CARGO, mas desde que aja em virtude dele. 
2. SUJEITO PASSIVO: É o ESTADO e, secundariamente, o sujeito passivo 
vítima da exigência ilegal. 
• ELEMENTOS: 
1. OBJETIVO: O núcleo do delito é o verbo EXIGIR. Nesse sentido, ensina 
Júlio Fabbrini Mirabete que: 
“A conduta típica é exigir, impor como obrigação, ordenar, reclamar 
vantagem indevida, aproveitando-se o agente do medo do poder público, ou 
seja, do temor de represálias a que fica constrangida a vítima. Não é 
necessário que se faça a promessa de um mal determinado; basta o temor 
genérico que a autoridade inspira, que influa na manifestação volitiva do 
sujeito passivo. Há um constrangimento pelo abuso de autoridade por parte 
do agente.” 
Ainda, sobre o tema, Antônio Pagliaro e Paulo José da Costa Júnior 
manifestaram-se a respeito, afirmando que: 
“O núcleo do tipo acha-se representado pelo verbo exigir. Exigir é impor, é 
reivindicar de modo imperioso, é pedir com autoridade. No caso específico, 
o agente deve exigir em razão da função por ele exercida, ou que será por 
ele assumida. A conduta deve comportar a assunção, explícita ou implícita. 
Em suma, a exigência deverá relacionar-se com a função que o agente 
desempenha ou irá desempenhar.” 
 
 
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2. SUBJETIVO: Aqui há dois elementos subjetivos. O primeiro é o dolo. Além 
dele, exige-se outro, previsto na expressão “para si ou para outrem”. 
3. NORMATIVO: Encontra-se na expressão “indevida”, que qualifica a 
vantagem. 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
1. A concussão é um delito FORMAL e a consumação ocorre com a exigência, 
no momento em que esta chega ao conhecimento do sujeito passivo. 
2. É admissível a tentativa. Exemplo: Uma carta é enviada com a exigência e é 
interceptada pela autoridade policial. Neste caso, temos a tentativa de 
concussão. 
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES: 
1 – E SE O AGENTE EXIGE VANTAGEM QUE BENEFICIA A PRÓPRIA 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA? 
NESTE CASO, NÃO HÁ CONCUSSÃO, PODENDO OCORRER O DELITO DE 
EXCESSO DE EXAÇÃO, QUE AINDA TRATAREMOS. 
2 – E SE NÃO HÁ EXIGÊNCIA, MAS MERA SOLICITAÇÃO? 
NÃO HÁ CONCUSSÃO, PODENDO HAVER CORRUPÇÃO PASSIVA (AINDA 
VEREMOS). 
“MAS PROFESSOR, QUAL A DIFERENÇA ENTRE EXIGÊNCIA E 
SOLICITAÇÃO?” 
NÃO SE PREOCUPE COM DIFERENÇAS PRÁTICAS E, PARA A SUA PROVA, 
ATENTE PARA O VERBO QUE ESTÁ SENDO UTILIZADO. SÓ SERÁ 
CONCUSSÃO SE O VERBO FOR EXIGIR!!! 
A INDEVIDA VANTAGEM PODE SER QUALQUER UMA OU 
PRECISA SER PATRIMONIAL? 
PREVALECE O ENTENDIMENTO DE QUE PODE SER QUALQUER 
VANTAGEM. EXEMPLO: SEXUAL. 
 
 
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6.2.8 EXCESSO DE EXAÇÃO
Podemos dizer que o excesso de exação é uma espécie do gênero concussão. Digo isto 
porque a diferença fundamental é que aqui o indivíduo não visa a proveito próprio ou 
alheio, mas, no desempenho de sua função, excede-se nos meios de execução. 
Sobre o excesso de exação dispõe o Código Penal: 
Art. 316 
§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou 
deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio 
vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza: 
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. 
Sendo assim, imagine que um Auditor Fiscal, a fim de obter o 
pagamento do ISS devido pela construtora JUVENAL S.A, estaciona dez 
carros de som em frente à empresa e começa a cantar um “jingle” 
dizendo: 
“JUVENAL, SEU CARA DE PAU, PAGUE O TRIBUTO E SEJA LEGAL”. 
Obviamente há o emprego de um meio vexatório (causa humilhação, 
tormento, vergonha) e, consequentemente, excesso de exação. 
Outra situação: Tício exige contribuição social de determinada empresa, sabendo que ela 
é isenta. Claramente exigiu pagamento que sabe ser indevido. Logo, caracteriza o delito 
de Excesso de Exação. 
6.2.8.1 CARACTERIZADORES DO DELITO
• SUJEITOS DO DELITO: 
1. SUJEITO ATIVO: Como é um crime próprio, só pode ser cometido por 
funcionário público. É importante ressaltar que não há obrigatoriedade de o 
sujeito ativo estar atuando na área tributária ou, mais especificadamente, na 
arrecadação de tributos. 
2. SUJEITO PASSIVO: Regra geral, é o ESTADO, entretanto, pode figurar no 
pólo passivo um particular vítima da conduta. 
• ELEMENTOS: 
 
 
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1. OBJETIVO: São elementares do tipo: 
• Exigir (tributo ou contribuição social); 
• Empregar (na cobrança meio vexatório ou gravoso); 
2. SUBJETIVO: São três: 
• Dolo; 
• A expressão “que sabe” (indevido); 
• A expressão “deveria saber”; 
3. NORMATIVO: São dois: 
• A expressão “indevido”; 
• A expressão “que a lei não autoriza”, referindo-se à cobrança 
vexatória ou gravosa. 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
1. Trata-se de crime Formal e o delito se consuma no momento da exigência 
ou do emprego do meio vexatório ou gravoso. 
2. É admissível a tentativa. 
• TIPO QUALIFICADO 
O Código Penal dispõe no parágrafo 2º do artigo 316: 
Art. 316 
[...] 
§ 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que 
recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos: 
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa 
Neste delito, o funcionário público resolve “chutar o balde”, ou seja, fazer tudo 
errado. Além de receber indevidamente, ele ainda se apropria do que recebeu. 
Mas e se ele recolher aos cofres públicos e depois se apropriar? Neste caso, 
teremos o PECULATO. 
 
 
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6.2.9 CORRUPÇÃO PASSIVA
O delito em questão encontra previsão no artigo 317 do CP nos seguintes termos: 
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, 
ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, 
vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. 
Este crime, como você sabe, quase não ocorre em nosso país...É a famosa “propina” 
exigida para “comprar” um ato de um funcionário público. 
6.2.9.1 CARACTERIZADORES DO DELITO
• SUJEITOS DO DELITO: 
1. SUJEITO ATIVO: Como é um crime próprio, só pode ser cometido por 
funcionário público. 
2. SUJEITO PASSIVO: O ESTADO 
• ELEMENTOS: 
1. OBJETIVO: São elementares do tipo: 
• Solicitar (vantagem indevida); 
• Receber (vantagem indevida); 
• Aceitar (promessa de vantagem). 
2. SUBJETIVO: São dois: 
• Dolo; 
• A expressão “para si ou para outrem”; 
Observe que no delito não há qualquer exigência quanto à intenção 
de realizar ou deixar de realizar o ato de ofício objeto da corrupção. 
3. NORMATIVO: 
 
 
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• A expressão “indevidamente” 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
1. Trata-se de crime Formal e o delito se consuma no momento em que a 
solicitação chega ao conhecimento do terceiro ou quando o funcionário 
recebe a vantagem ou aceita a promessa de sua entrega. 
2. É admissível a tentativa no tocante à solicitação. 
• TIPO QUALIFICADO 
De acordo com o parágrafo 1º do artigo 317 temos: 
Art. 317 
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da vantagem 
ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofícioou o pratica infringindo dever funcional. 
O parágrafo supra trata de duas situações: 
A primeira diz respeito ao retardamento ou à não prática de qualquer ato. Seria o 
caso do Auditor Fiscal que retarda a lavratura de um Auto de Infração a fim de 
operar-se a decadência. Para este tipo de situação, temos a chamada corrupção 
passiva imprópria.
A segunda situação trata da chamada corrupção passiva própria, na qual o 
funcionário realiza ato de ofício violando dever funcional. 
Para os dois casos temos um aumento de pena de um terço. 
• TIPO PRIVILEGIADO 
Para a chamada corrupção passiva própria privilegiada, a pena é reduzida. 
Diferencia-se das outras formas típicas pelo motivo que determina a conduta do 
funcionário. Aqui, o funcionário não “vende” ato funcional pretendendo receber 
uma vantagem, mas atende a pedido de terceiro, influente ou não. 
Sobre o tema, dispõe o Código Penal: 
 
 
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Art. 317 
[...] 
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com 
infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. 
 6.2.10 FACILITAÇÃO DE CONTRABANDO OU DESCAMINHO
Encontra previsão no artigo 318 do CP: 
Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando 
ou descaminho: 
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. 
6.2.10.1 CARACTERIZADORES DO DELITO
• SUJEITOS DO DELITO: 
1. SUJEITO ATIVO: Como é um crime próprio, só pode ser cometido por 
funcionário público. Não qualquer, mas aquele a quem é imposto o dever de 
reprimir ou fiscalizar o contrabando. 
Mas e se o funcionário, sem infringir DEVER FUNCIONAL, concorre para o 
contrabando? 
DICIONÁRIO DO CONCURSEIRO 
CONTRABANDO É A ENTRADA OU SAÍDA DE PRODUTO PROIBIDO OU QUE 
ATENTE CONTRA A SAÚDE OU A MORALIDADE. 
DESCAMINHO É A ENTRADA OU SAÍDA DE PRODUTOS PERMITIDOS, MAS 
SEM PASSAR PELOS TRÂMITES BUROCRÁTICOS-TRIBUTÁRIOS DEVIDOS. 
 
 
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Neste caso, ele responderá pelo delito previsto no artigo 334 do Código 
Penal: 
Art. 334 Importar ou exportar mercadoria proibida ou iludir, no todo ou 
em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela 
saída ou pelo consumo de mercadoria 
Estudaremos ele na próxima aula. Prosseguindo: 
2. SUJEITO PASSIVO: O ESTADO 
• ELEMENTOS: 
1. OBJETIVO: É elementar do tipo: 
• Facilitar (o descaminho ou contrabando ). 
2. SUBJETIVO: São dois: 
• Dolo 
• A consciência de estar violando dever funcional. Î Se o indivíduo 
age com dolo, mas sem esta consciência, responderá pelo já citado 
delito previsto no artigo 334. 
3. NORMATIVO: 
• A expressão “com infração de dever funcional”. 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
1. Crime FORMAL. Consuma-se o delito com a realização da conduta de 
facilitação, seja ela comissiva (Ex: Aconselhar) ou omissiva (Ex: Não criar 
obstáculos). 
2. É admissível a tentativa. 
 
 
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6.2.11 PREVARICAÇÃO
A prevaricação encontra sua definição no artigo 319 do Código Penal: 
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou 
praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou 
sentimento pessoal: 
 Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 
Na prática do fato, o funcionário se abstém da realização da conduta a que está obrigado 
ou a retarda ou a concretiza contra a lei, com destinação específica de atender a 
sentimento ou interesse próprios. 
A jurisprudência do STF já se firmou no sentido de ser possível a aplicação 
do princípio da insignificância ao delito de facilitação de descaminho, 
desde que o valor do tributo sonegado não ultrapasse R$ 10.000,00. 
O STJ tinha posição firmada no sentido de que tal limite seria R$ 100,00, 
mas em recente julgado, realizado em setembro de 2009, mudou seu 
entendimento dispondo no seguinte sentido: 
DESCAMINHO. PRINCÍPIO. INSIGNIFICÂNCIA. A Seção, ao julgar o 
recurso repetitivo (art. 543-C do CPC e Res. n. 8/2008-STJ), entendeu que, 
em atenção à jurisprudência predominante no STF, deve-se aplicar o 
princípio da insignificância ao crime de descaminho quando os delitos 
tributários não ultrapassem o limite de R$ 10 mil, adotando-se o disposto 
no art. 20 da Lei n. 10.522/2002. O Min. Relator entendeu ser aplicável o 
valor de até R$ 100,00 para a invocação da insignificância, como 
excludente de tipicidade penal, pois somente nesta hipótese haveria 
extinção do crédito e, consequentemente, desinteresse definitivo na 
cobrança da dívida pela Administração Fazendária (art. 18, § 1º, da 
referida lei), mas ressaltou seu posicionamento e curvou-se a orientação 
do Pretório Excelso no intuito de conferir efetividade aos fins propostos 
pela Lei n. 11.672/2008 (REsp 1.112.748/TO, julgado em 9/9/2009, 
Informativo 406). 
 
 
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6.2.11.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
• SUJEITOS DO DELITO: 
1. SUJEITO ATIVO: Como é um crime próprio, só pode ser cometido por 
funcionário público. 
2. SUJEITO PASSIVO: O ESTADO 
• ELEMENTOS: 
1. OBJETIVO: São elementares do tipo: 
• Retardar (ato de ofício); 
• Deixar de praticar; 
• Praticar contra disposição expressa. 
2. SUBJETIVO: São dois: 
• Dolo; 
• A expressão “para satisfazer interesse ou sentimento pessoal”. Sem 
esta finalidade em consonância com o dolo, a conduta é atípica. 
3. NORMATIVO: 
• A expressão “indevidamente” ao retardar ou deixar de praticar ato de 
ofício. 
• A expressão “contra disposição expressa em lei” quando pratica ato 
de ofício. 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
1. Crime FORMAL. Consuma-se o delito com a omissão, o retardamento ou a 
realização do ato. 
2. É admissível a tentativa. 
 
 
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• PREVARICAÇÃO IMPRÓPRIA 
Consiste na conduta de deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público de 
cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou 
similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo. 
Encontra previsão no CP. Observe: 
Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir 
seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou 
similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente 
externo: (Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007). 
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. 
QUAL A PRINCIPAL DIFERENÇA ENTRE A PREVARICAÇÃO PRÓPRIA E A 
IMPRÓPRIA? 
NA PREVARICAÇÃO PRÓPRIA, EXISTE O ELEMENTO ESPECIAL DO TIPO 
(DOLO ESPECÍFICO) “PARA SATISFAZER INTERESSE OU SENTIMENTO 
PESSOAL”. 
NA IMPRÓPRIA, NÃO PRECISA EXISTIR ESSA FINALIDADE ESPECIAL DO 
AGENTE. EM SÍNTESE, NA PRÓPRIA, O DOLO É ESPECÍFICO; NA IMPRÓPRIA, 
É GENÉRICO. 
QUAL A EXATA DIFERENÇA ENTRE OS CRIMES DE PREVARICAÇÃO E DE 
CORRUPÇÃO PASSIVA? 
NA CORRUPÇÃO PASSIVA, O AGENTE ATUA VISANDO A UMA VANTAGEM 
INDEVIDA; NA PREVARICAÇÃO, NÃO EXISTE A FIGURA DA VANTAGEM 
INDEVIDA. O INTERESSE PESSOAL PODE SER PATRIMONIAL OU MORAL, MAS 
RESTRINGE-SE À ESFERA SUBJETIVA DO AGENTE. CASO SEJA 
EXTERIORIZADO NUMA VANTAGEM INDEVIDA, PASSA A EXISTIR CRIMEDE 
CORRUPÇÃO PASSIVA. 
 
 
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6.2.12 CONDESCENDÊNCIA CRIMINOSA
Imagine que Tício ingressa no cargo de Agente da Polícia Federal no concurso de 2010 
(será seu colega no curso de formação). Logo no primeiro mês de trabalho, apaixona-se 
por Mévia, também recém aprovada. 
Um ano e após várias tentativas sem sucesso de aproximação, Tício é nomeado para 
determinado cargo e Mévia passa a ser sua subordinada. 
Algum tempo depois, Tício flagra Mévia recebendo dinheiro para retardar ato de ofício, 
mas resolve tolerar tal atitude, pois, além de seu grande amor, sabe que Mévia vem de 
uma família muito pobre. 
Neste caso, comete Tício: 
(A) Prevaricação 
(B) Condescendência criminosa 
A resposta correta é a letra “B”, que traz o delito que encontra previsão no Código Penal 
nos seguintes termos: 
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar 
subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte 
competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente: 
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. 
“Mas, professor...Como diferenciar a condescendência criminosa da prevaricação?” 
Realmente, a diferença é tênue e você entenderá quando tratarmos dos elementos 
subjetivos do tipo. 
6.2.12.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
• SUJEITOS DO DELITO: 
1. SUJEITO ATIVO: Como é um crime próprio, só pode ser cometido por 
funcionário público. 
2. SUJEITO PASSIVO: O ESTADO 
 
 
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• ELEMENTOS: 
1. OBJETIVO: São elementares do tipo: 
• Deixar de responsabilizar (subordinado); 
• Não levar o fato (cometido por subordinado à autoridade 
competente). 
2. SUBJETIVO: São dois: 
• Dolo; 
• A expressão “por indulgência”. 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
1. É CRIME OMISSIVO PRÓPRIO, consumando-se com a simples conduta 
negativa. É crime FORMAL. 
2. NÃO ADMITE TENTATIVA. 
6.2.13 ADVOCACIA ADMINISTRATIVA
Caro(a) concurseiro(a), você imaginava que existiam tantos delitos? Sei que são muitos, 
mas o conhecimento de todos fará uma grande diferença na hora da prova. Para aliviar 
um pouco, vou dar um tempinho para você ler um jornal...MAS NÃO É A PARTE DE 
ESPORTES E NEM SOBRE AS NOVELAS... É o interessantíssimo texto que eu separei 
especialmente para você descansar. Observe: 
A EXPRESSÃO ‘‘POR INDULGÊNCIA” SIGNIFICA QUE O SUPERIOR 
HIERÁRQUICO DEIXA DE AGIR POR TOLERÂNCIA, CLEMÊNCIA, 
BRANDURA, ETC. 
SE A RAZÃO DA CONDUTA É O ATENDIMENTO DE SENTIMENTO 
OU INTERESSE PESSOAL, O FATO CONSTITUI PREVARICAÇÃO. 
SE HÁ PRETENSÃO DE OBTER VANTAGEM INDEVIDA, É CASO DE 
CORRUPÇÃO PASSIVA. 
 
 
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“O agente da Polícia Federal de Presidente Prudente, Roland Magnesi Júnior, foi 
condenado a um mês de prisão pelo crime de advocacia administrativa, como dispõe o 
artigo 321 do Código Penal: 
Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a 
administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário: 
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. 
A decisão foi do juiz federal Renato Câmara Nigro que entendeu que o agente público 
valeu-se de sua função, e ofendeu a lisura da administração para garantir vantagem 
indevida a particular. 
Em uma interceptação telefônica, o dono da empresa Madureira Serviço de Vigilância, 
Silvio César Madureira, conversa com Magnesi Junior sobre a obtenção da autorização 
de funcionamento e renovação do certificado de segurança da empresa junto à PF. 
As exigências para a obtenção da autorização não haviam sido cumpridas. Segundo a 
acusação, era nítido o favorecimento prestado pelo agente a Madureira, já que foram 
passadas ao empresário informações ilícitas sobre como conseguir a autorização. 
"Revelou-se claro o cometimento de advocacia administrativa por parte de Roland 
Magnesi Junior, em defesa dos interesses de Sílvio César Madureira. O policial vai muito 
além do mero dever de informação para aventurar-se em terreno proibido, de forma 
totalmente parcial e ilícita em favor da mencionada empresa", disse o juiz Renato Nigro.” 
Observe que no exemplo acima, o agente valeu-se de sua função, malferindo a lisura 
administrativa para garantir vantagem indevida a particular em detrimento do interesse 
público que deveria proteger. Neste caso, cometeu advocacia administrativa. 
6.2.13.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
• SUJEITOS DO DELITO: 
1. SUJEITO ATIVO: Como é um crime próprio, só pode ser cometido por 
funcionário público. 
2. SUJEITO PASSIVO: O ESTADO 
• ELEMENTOS: 
 
 
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1. OBJETIVO: É elementar do tipo: 
• Patrocinar (interesse privado) Î Tal termo significa facilitar, advogar, 
etc. 
2. SUBJETIVO: 
• Dolo; 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
1. Consuma-se o delito com a realização do primeiro ato de patrocínio, 
independentemente da obtenção do resultado pretendido.É crime FORMAL. 
2. É admissível a tentativa. 
6.2.14 ABANDONO DE FUNÇÃO
Antes de traçar os aspectos pertinentes ao delito, veja como o conceitua o Código Penal: 
Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei: 
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. 
Perceba que, embora o próprio Código Penal atribua o nome abandono de função ao 
crime, a tipificação do delito utiliza a palavra CARGO, que, como já vimos, apresenta um 
conceito mais restrito que o termo função pública. 
SE O INTERESSE PATROCINADO FOR COMPLETAMENTE LÍCITO, HAVERÁ 
ADVOCACIA ADMINISTRATIVA? 
SIM. O LEGISLADOR NÃO RESTRINGIU A NATUREZA DO INTERESSE PRIVADO. 
SE FOR LEGÍTIMO, HAVERÁ A FORMA SIMPLES DO DELITO. CASO SEJA 
ILEGÍTIMO, HAVERÁ ADVOCACIA ADMINISTRATIVA NA FORMA QUALIFICADA, 
COM PENA DE DETENÇÃO DE 3 (TRÊS) MESES A 1 (UM) ANO. 
A ADVOCACIA ADMINISTRATIVA É UM DELITO EMINENTEMENTE SUBSIDIÁRIO. 
DESSA FORMA, SE O FUNCIONÁRIO ESTIVER RECEBENDO VANTAGEM INDEVIDA 
PARA PATROCINAR O INTERESSE PRIVADO, HAVERÁ DELITO DE CORRUPÇÃO 
PASSIVA. 
 
 
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E os cargos em comissão, integram o conceito de cargo? A resposta é positiva. Observe 
o que dispõe sobre o tema a lei nº 8.112/90 (que você conhece bem): 
Art. 3o Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades 
previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor. 
Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são 
criados por lei, com denominação própria e vencimento pago pelos cofres 
públicos, para provimento em caráter efetivo ou em comissão. (grifo 
nosso) 
Desta forma, o nome correto do crime deveria ser ABANDONO DE CARGO. E o que isso 
interessa para você? Absolutamente nada, pois para sua prova o crime denomina-se 
ABANDONO DE FUNÇÃO, mas restringe-se a CARGOS públicos. 
Com a tipificação da conduta, o legislador visa resguardar a Administração Pública, 
garantindo a continuidade na prestação dos serviços. 
6.2.14.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
• SUJEITOS DO DELITO: 
1. SUJEITO ATIVO: Como é um crime próprio, só pode ser cometido por 
funcionário público, MAS este deve estar regularmente investido em 
CARGO PÚBLICO. 
2. SUJEITO PASSIVO: O ESTADO. 
• ELEMENTOS: 
1. OBJETIVO:É elementar do tipo: 
• Abandonar Î Para caracterizar o delito, o abandono deve ser por um 
período razoável e deve acarretar ao menos a probabilidade de dano 
ao poder público. 
Exemplo: Em um determinado setor, Tício exerce a função de chefia 
e, visando participar de uma festa, abandona o cargo. Mévio, amigo 
de Tício, sempre o substituiu quando necessário e, no primeiro dia de 
ausência do colega, assume as funções, dando andamento normal 
ao expediente. 
Neste caso, poderá ser caracterizado o delito de abandono de cargo? 
 
 
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A resposta é negativa, pois não houve probabilidade de dano para a 
Administração. 
2. SUBJETIVO: 
• Dolo; 
3. NORMATIVO: 
• A expressão “fora dos casos permitidos em lei”. 
Imagine que Tício resolve viajar para Petrópolis, município do Rio de 
Janeiro. Chegando lá, uma chuva anormal acontece, gerando o 
deslizamento de barreiras e impedindo o retorno de Tício por um 
longo período de tempo. Tal fato, qual seja a ausência de Tício, gera 
danos para a Administração Pública. 
Neste caso, há crime? 
Claro que não, pois a lei admite o abandono de cargo nas ocasiões 
de força maior, estado de necessidade, doença, etc. 
Diferentemente, se Tício abandona para participar de uma festa que 
dura 60 dias, obviamente teremos a ocorrência do crime. 
 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
1. Delito OMISSIVO PRÓPRIO. Consuma-se com o afastamento do cargo por 
tempo juridicamente relevante. É crime FORMAL. 
2. NÃO é admissível a tentativa. 
• FORMA QUALIFICADA 
O delito de abandono de função apresenta duas situações em que as penas são 
agravadas. São elas: 
1. QUANDO O ABANDONO EFETIVAMENTE GERA PREJUÍZO PARA A 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: 
Art. 323 
[...] 
§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 
 
 
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2. SE O ABANDONO OCORRE EM ÁREA DE FRONTEIRA. 
Art. 323 
[...] 
§ 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira: 
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. 
6.2.15 EXERCÍCIO FUNCIONAL ILEGALMENTE ANTECIPADO 
OU PROLONGADO
Este delito não é muito exigido em prova, mas é importante, ao menos, ter uma noção 
sobre ele. Encontra previsão no art. 324 do Código Penal nos seguintes termos: 
Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas as 
exigências legais, ou continuar a exercê-la, sem autorização, depois de saber 
oficialmente que foi exonerado, removido, substituído ou suspenso: 
 Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. 
Segundo Damásio, “o objeto jurídico é a regularidade da Administração Pública. O 
irregular exercício do cargo público perturba a normal atividade da máquina 
administrativa, causando prejuízo ao poder público em sua missão de prestação de 
serviços. Daí a incriminação do fato.” 
6.2.15.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
• SUJEITOS DO DELITO: 
1. SUJEITO ATIVO: Como é um crime próprio, só pode ser cometido por 
funcionário público. 
2. SUJEITO PASSIVO: O ESTADO 
• ELEMENTOS: 
 
 
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1. OBJETIVO: São elementares do tipo: 
• Entrar (no exercício de função pública antes de satisfeitas as 
exigências legais)Î Imagine que Tício, Auditor do ICMS-SP, é 
aprovado para o concurso de AFT. Após a nomeação, por já 
conhecer parte do trabalho, resolve iniciar o exercício de suas 
funções, mesmo tendo plena consciência de que não está legalmente 
investido no cargo. Neste caso, opera-se o delito. 
Mas quando o servidor está regularmente investido no cargo? 
Quando toma posse, nos seguintes termos da lei nº 8.112/90: 
Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no 
qual deverão constar as atribuições, os deveres, as 
responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que 
não poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes, 
ressalvados os atos de ofício previstos em lei. 
• Continuar (a exercê-la depois de exonerado, substituído, suspenso 
ou removido) Î Se o funcionário volta a trabalhar durante as férias, 
incorre no tipo penal? A resposta é negativa, pois não se trata de 
EXONERAÇÃO / SUBSTITUIÇÃO / SUSPENSÃO ou REMOÇÃO. 
2. SUBJETIVO: 
• No caso de antecipar o início da atividade Î Dolo; 
• No caso da exoneração, remoção, substituição ou suspensão Î O 
dolo, somado com a expressão “depois de saber oficialmente” . 
Aqui não cabe a PRESUNÇÃO do conhecimento da exoneração, 
substituição, etc., pelo simples fato de haver sido publicado o ato no 
diário oficial. É indispensável provar que o funcionário tomou 
conhecimento do ato, não sendo cabível a PRESUNÇÃO DE 
CONHECIMENTO. 
3. NORMATIVO: 
• A expressão “sem autorização”. 
APOSENTADORIA COMPULSÓRIA 
NOS TERMOS DA LEI Nº 8.112/90, A APOSENTADORIA COMPULSÓRIA É 
AUTOMÁTICA, OPERANDO-SE NO MOMENTO EM QUE O FUNCIONÁRIO 
COMPLETA 70 ANOS. SENDO ASSIM, O FUNCIONÁRIO QUE SE 
ENQUADRA NESTA SITUAÇÃO DEVE AFASTAR-SE DO CARGO SOB PENA 
DE INCORRER NO DELITO CASO AJA COM DOLO (ELEMENTO 
SUBJETIVO). 
 
 
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• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
1. Trata-se de crime FORMAL. Consuma-se o delito no momento em que o 
funcionário pratica o primeiro ato de ofício. 
2. É admissível a tentativa. Seria o caso, por exemplo, de um indivíduo 
suspenso que está prestes a finalizar um ato de ofício e é interrompido pelo 
seu chefe. 
6.2.16 VIOLAÇÃO DE SIGILO FUNCIONAL
Com certeza você se lembra do caso abaixo noticiado amplamente no início do ano: 
“O delegado Protógenes Queiroz, mentor da Operação Satiagraha, foi indiciado 
criminalmente ontem pela Polícia Federal. 
O corregedor da PF, Amaro Ferreira, enquadrou o criador da Satiagraha em dois crimes: 
quebra de sigilo funcional e violação da Lei de Interceptações. Protógenes teria sido 
responsável pelo vazamento de dados secretos da Satiagraha, investigação federal 
contra o banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity. Tal conduta, na avaliação da PF, 
caracteriza quebra do sigilo funcional: 
Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva 
permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não constitui 
crime mais grave.” (grifei) 
A Administração Pública rege-se pelo princípio da publicidade, plasmado este no “caput” do 
art. 37 da Carta Magna. Entretanto, tal princípio não é absoluto, pois certos fatos 
relacionados com o poder público devem ficar a coberto do conhecimento geral em razão do 
interesse funcional. Desta forma, o legislador optou por tutelar penalmente estes segredos, 
punindo o autor da violação de sigilo funcional. 
CARÁTER SUBSIDIÁRIO 
SOMENTE HAVERÁ O CRIME DE VIOLAÇÃO DE SIGILO FUNCIONAL (ART. 325, CP) SE 
O FATO NÃO CONSTITUIR CRIME MAIS GRAVE (SUBSIDIARIEDADE EXPRESSA). 
ASSIM, SE O FUNCIONÁRIO VIOLOU O SEGREDO, RECEBENDO VANTAGEM INDEVIDA 
PARA ISSO, HAVERÁ CRIME DE CORRUPÇÃO PASSIVA E NÃO VIOLAÇÃO DE SIGILO 
(OU SEGREDO) FUNCIONAL. 
 
 
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6.2.16.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
• SUJEITOS DO DELITO: 
1. SUJEITO ATIVO: Como é um crime próprio, só pode ser cometido por 
funcionário público. E se o indivíduorevela segredo depois de uma 
demissão? 
Inexiste crime, pois falta a qualidade de “funcionário público”. 
2. SUJEITO PASSIVO: O ESTADO e, secundariamente, o particular, caso seja 
afetado pela revelação. 
• ELEMENTOS: 
1. OBJETIVO: São elementares do tipo: 
• Revelar; 
• Facilitar a revelação Î Exemplo: Deixar uma gaveta aberta. 
Aqui cabem algumas importantes considerações: 
1- Se o terceiro já tinha conhecimento do fato, não se caracteriza o 
delito, pois o crime exige a possibilidade de dano. 
2- Para a caracterização da violação de sigilo funcional, há 
necessidade de que o funcionário tenha tomado conhecimento do 
segredo EM RAZÃO DO CARGO. 
Imagine que Tício trabalha no ICMS-RJ e toma conhecimento, por 
circunstâncias alheias à sua função, de um informe sigiloso da Polícia 
Federal. Nesta situação, caso revele a informação, não será 
enquadrado no presente delito. 
2. SUBJETIVO: 
O APOSENTADO PODE SER SUJEITO ATIVO DO CRIME DE VIOLAÇÃO 
DE SIGILO FUNCIONAL? 
SIM. É O ENTENDIMENTO MAJORITÁRIO DA DOUTRINA PORQUE O 
APOSENTADO NÃO SE DESVINCULA TOTALMENTE DOS DEVERES 
PARA COM A ADMINISTRAÇÃO. 
 
 
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• Dolo; 
• A expressão “de que tem ciência em razão do cargo” 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
1. O delito é consumado no momento do ato da revelação do segredo. Por ser 
um crime formal, independe da real ocorrência de dano, bastando a 
potencialidade. 
2. É admissível a tentativa. 
• SIGILO FUNCIONAL DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO 
Com o avanço da informática, visando preservar também o sigilo de sistemas de 
informações, a lei nº 9.983/00 inseriu os seguintes dispositivos no Código Penal: 
Art. 325 
§ 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: 
I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de 
senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a 
sistemas de informações ou banco de dados da Administração Pública; 
II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. 
§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a 
outrem: 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. 
6.2.17 VIOLAÇÃO DE SIGILO DE PROPOSTA DE 
CONCORRÊNCIA
Um dos principais aspetos a ser verificado para a garantia da lisura de um certame 
licitatório é o sigilo das propostas. 
Em uma concorrência, a idéia é que os participantes coloquem seus “preços” em um 
envelope lacrado e, após o julgamento, caso a licitação seja do tipo menor preço, a 
empresa com a proposta de menor valor seja declarada vencedora da licitação. 
Obviamente que se as propostas forem violadas antes do julgamento, fica fácil manipular 
o resultado, pois basta que determinada empresa, conhecendo as propostas das outras, 
 
 
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apresente um valor inferior. Exatamente para impedir esta situação, o Código Penal 
preceitua: 
Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência pública, ou 
proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo: 
Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa. 
6.2.17.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
• SUJEITOS DO DELITO: 
1. SUJEITO ATIVO: Como é um crime próprio, só pode ser cometido por 
funcionário público, MAS não qualquer funcionário. O tipo exige mais uma 
qualidade específica do autor: Deve ser funcionário público com a função de 
receber as propostas, guardá-las e permitir o conhecimento a quem de 
direito só no momento adequado. 
2. SUJEITO PASSIVO: O ESTADO e, secundariamente, os participantes 
prejudicados. 
• ELEMENTOS: 
1. OBJETIVO: São elementares do tipo: 
• Devassar (tomar conhecimento indevido de proposta) 
• Proporcionar (a terceiro o ensejo do devassamento) 
2. SUBJETIVO: 
• Dolo; 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
1. Crime Material. A consumação ocorre no momento em que o funcionário ou 
o terceiro toma conhecimento do conteúdo da proposta. 
2. É admissível a tentativa. 
 
 
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6.2.18 VIOLÊNCIA ARBITRÁRIA
Há uma discussão na doutrina e na jurisprudência, não havendo posição majoritária 
definida, sobre a vigência do artigo 322 do CP. Para alguns ele foi revogado em virtude 
da lei que tipifica os delitos de abuso de autoridade. Para outros não. 
Exatamente por isso a cobrança pelas bancas sobre o delito, embora muito pouca, 
restringe-se a literalidade do Código Penal que dispõe: 
Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exercê-la: 
Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena correspondente à 
violência. 
 
 
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RESUMO DA MATÉRIA APRESENTADA
CRIME CONDUTA CONSUMAÇÃO TENTATIVA 
PECULATO 
DIVIDE-SE EM: 
PECULATO-
APROPRIAÇÃO 
E 
PECULATO-DESVIO 
Apropriar-se o funcionário público 
de dinheiro, valor ou qualquer 
outro bem móvel, público ou 
particular, de que tem a posse em 
razão do cargo, ou desviá-lo, em 
proveito próprio ou alheio. 
A consumação no peculato-
apropriação ocorre quando o 
indivíduo age como se fosse 
dono do objeto. Por sua vez, 
no peculato-desvio ocorre 
quando o indivíduo desvia o 
bem, sendo irrelevante se 
consegue ou não proveito 
próprio ou alheio. 
PECULATO-FURTO 
O funcionário público, embora não 
tendo a posse do dinheiro, valor 
ou bem o subtrai ou concorre para 
que seja subtraído, em proveito 
próprio ou alheio, valendo-se de 
facilidade que lhe proporciona a 
qualidade de funcionário. 
Ocorre quando o funcionário 
público subtrai ou concorre 
para que seja subtraído. 
PECULATO 
CULPOSO 
Quanto aos delitos acima, se o 
funcionário concorre culposa-
mente para o crime de outrem. 
A reparação do dano, se precede 
à sentença irrecorrível, extingue a 
punibilidade; se lhe é posterior, 
reduz de metade a pena imposta. 
Refere-se aos delitos acima. 
PECULATO 
MEDIANTE ERRO DE 
OUTREM 
Apropriar-se de dinheiro ou 
qualquer utilidade que, no 
exercício do cargo, recebeu por 
erro de outrem. 
O crime se consuma não no 
momento em que o 
funcionário recebe a coisa, 
mas no momento em que, 
tendo sua posse, dela se 
apropria. 
 
 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
PROFESSOR PEDRO IVO 
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INSERÇÃO DE 
DADOS FALSOS EM 
SISTEMA DE 
INFORMAÇÕES 
Inserir ou facilitar, o funcionário 
autorizado, a inserção de dados 
falsos, alterar ou excluir 
indevidamente dados corretos nos 
sistemas informatizados ou 
bancos de dados da 
Administração Pública, com o fim 
de obter vantagem indevida para 
si ou para outrem ou para causar 
dano. 
O crime é FORMAL, atingindo 
a consumação no momento 
em que as informações falsas 
passam a fazer parte do 
sistema de informações. 
MODIFICAÇÃO OU 
ALTERAÇÃO NÃO 
AUTORIZADA DE 
SISTEMA DE 
INFORMAÇÕES 
Modificar ou alterar, o funcionário, 
sistema de informações ou 
programa de informática sem 
autorização ou solicitação de 
autoridade competente. 
As penas são aumentadas de um 
terço até a metade se da 
modificação ou alteração resulta 
dano para a Administração 
Pública ou para o administrado. 
Crime de MERA CONDUTA, 
consumando-se com a 
alteração ou modificação. 
 
EXTRAVIO, 
SONEGAÇÃO OU 
INUTILIZAÇÃO DE 
LIVRO OU 
DOCUMENTO 
Extraviar livro oficial ou

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