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TRABALHO DE TEORIA DO CRIME FINAL

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TRABALHO DE TEORIA DO CRIME 
 
“TEORIA GERAL DO CRIME” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso: Direito 
Professora: Eulina Maia Rodrigues 
Turma: 02NNB 
Alunos: André Luiz Nascimento Martins, Carlos Alberto de Carvalho Vaz 
Pereira Junior, Elbia Barbosa Carvalho, Lorena Kalif, Marcelo Fayal, 
Vander Brabo Fiel, Kelly Cristina Brabo Fiel. 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INFRAÇÃO PENAL, CRIME, DELITO E CONTRAVENÇÃO PENAL 
2 DIFERENÇAS ENTRE CRIME E CONTRAVENÇÃO PENAL 
3 SUJEITOS (ATIVO E PASSIVO) DO CRIME 
4 OBJETOS (MATERIAL E JURIDICO) DO CRIME MATERIAL 
5 CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DE CRIMES 
5.1 Crime material, formal e de mera conduta 
5.2 Crime comum, próprio e de mão própria 
5.3 Crime doloso, culposo e preterdoloso 
5.4 Crime instantâneo, permanente e instantâneo de efeitos permanentes 
5.5 Crime consumado e tentado 
5.6 Crime de dano e perigo 
5.7 Crime simples, complexo, qualificado e privilegiado 
5.8 Crime plurissubjetivo e unissubjetivo 
5.9 Crime comissivo e omissivo 
5.10 Crime unissubsistente e plurissubsistente 
5.11 Crime habitual 
6. REFERÊNCIAS 
 
 
 
 
 
 
1. INFRAÇÃO PENAL, CRIME, DELITO E CONTRAVENÇÃO PENA 
 
A expressão “infração penal” é utilizada, segunda a classificação 
da lei, para abranger o crime e a contravenção: 
 
STJ. Competência. Crime praticado por Prefeito. Falsificação 
de moedas e documentos de expedição federal. Competência 
da Justiça Federal. Súmula 122-STJ. Precedentes do STJ. 
CF/88, art. 109, IV. 
STF-122 ”Competência dos egrégios Tribunais Regionais 
Federais para processar e julgar Prefeitos Municipais por 
infrações praticadas em detrimento de bens, serviços ou 
interesses da União.” 
 
Crime, “principio da legalidade”, previsto no (art. 5°, XXXIX, CF), 
o princípio da legalidade vem estampado no (art. 1°, CP), que diz: (art. 1° 
Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia 
cominação legal. Através desse princípio ("nullum crimen, nulla poena sine 
lege ")), ninguém pode ser punido se não existir uma lei que considere o 
fato praticado como crime. Considera-se crime a infração penal que a lei 
comina pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa 
ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a infração penal a 
que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas. 
alternativa ou cumulativamente. 
Um delito é uma ação ou omissão voluntária ou imprudente 
castigada e penalizada pela lei. Como tal, o delito corresponde a uma violação 
das normas e acarreta uma infração (um castigo) para o responsável (o autor). 
Fora as leis propriamente ditas, conhece-se como delito (ou crime, aliás 
sinónimo) qualquer ação reprovável do ponto de vista ético ou moral. Por 
exemplo: “Gastar tanto dinheiro num mero par de sapatos é um autêntico 
delito!”. É possível distinguir entre o delito civil, que é o ato que se comete com 
a intenção de prejudicar e/ou lesar os outros, e o delito penal, que está previsto 
na lei penal e que é sancionado. Existe uma classificação bastante ampla dos 
distintos tipos de delito. Um delito doloso é aquele que é cometido de forma 
 
 
consciente e deliberada, isto é, é o caso sempre que o autor tenha tido a 
intenção de fazer aquilo que fez. Neste sentido, contrapõe-se ao delito culposo, 
onde o erro resulta do fato de não ter sido cumprido/respeitado o dever de zelo 
e atenção. Um assassinato é um delito doloso; em contrapartida, um acidente 
do qual resulte a morte de uma pessoa é um delito culposo. 
Contravenção penal, de acordo com o (art. 1º, lei de introdução ao 
código penal e da lei das contravenções penais), contravenção é “a infração 
penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou 
ambas. alternativa ou cumulativamente.”. Assim, conforme acima delineado, 
não existe uma diferença ontológica entre crime e contravenção penal, 
ocorrendo a sua diferenciação apenas nas penas cominadas, que no caso da 
contravenção consiste em prisão simples ou multa; e, quando se tratar de 
crime, as penas serão de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer 
alternativa ou cumulativamente com a pena de multa. 
 
2. DIFERENÇAS ENTRE CRIMES E CONTRAVENÇÕES PENAIS 
 
Tipo de pena privativa de liberdade aplicada: Crime admite 
reclusão ou detenção. Já a contravenção penal só admite prisão simples (art. 
5º e 6º, LCP) e multa (que não é pena privativa de liberdade). Registre-se que 
prisão simples jamais é cumprida no regime fechado (é semi-aberto ou aberto), 
nem mesmo por intermédio da regressão. 
 
 
3. SUJEITOS (ATIVO E PASSIVO) DO CRIME 
 
O sujeito ativo é a pessoa definida na norma como possível 
autora do ilícito penal e que é, via de regra, pessoa física. “Sujeito ativo, autor, 
ou agente, é todo aquele que realiza a ação ou omissão típica, nos delitos 
dolosos ou culposos. Ou seja, é aquele cuja atividade é subsumível ao tipo 
legal incriminador”, define Prado (2014, p.258), “O conceito abrange não só 
aquele que pratica o núcleo da figura típica (quem mata, subtrai etc.), como 
também o partícipe, que colabora de alguma forma na conduta típica, sem, 
contudo, executar atos de conotação típica, mas que de alguma forma, 
 
 
subjetiva ou objetivamente, contribui para a ação criminosa”, complementa 
Capez, (2011, p.167). Conforme a posição no processo, ensina Capez (2011, 
p.168), o sujeito ativo pode ser chamado de agente (art. 14, II, CP), indiciado 
(art. 5º, 1º, b, CPP), acusado (art. 185, CPP), denunciado, querelado (art. 51, 
CPP), réu (art. 34, CP; art. 188, CPP), sentenciado, condenado (art. 34, CP), 
recluso, ou detento. Quando estudado pelas ciências criminais, é criminoso ou 
delinquente. 
O sujeito passivo do crime – o ofendido, ou vítima – é “titular do 
bem jurídico tutelado pela norma penal, que vem a ser ofendido pelo crime”, 
ensina Júnior (2010, p.115). O Estado é o sujeito passivo constante de todo o 
crime pelo fato de a lei penal situar-se no ramo predominantemente público, 
enquanto a pessoa que teve o bem diretamente atingido pelo crime é o sujeito 
passivo variável. Também não se pode confundir sujeito passivo do crime com 
sujeito passivo da ação, visto que sujeito passivo da ação é aquele sobre o 
qual recai materialmente a ação ou omissão criminosa. “Também não se 
confunde o sujeito passivo com aquele que suporta o dano. No homicídio, 
sujeito passivo é o morto; sofrem o dano os familiares. Assume relevo o sujeito 
passivo sob diversas angulações, inclusive qualificando o interesse jurídico 
tutelado, como no crime de desacato, que constitui hipótese particular de injúria 
caracterizada pelo fato de que o ofendido é um funcionário público (art. 331, 
CP).” Sujeito passivo constante (geral, genérico, formal, mediato, ou indireto) é 
o Estado, titular do “jus puniendi”. Sujeito passivo variável (particular, material, 
acidental, eventual ou direto) é a pessoa física (crimes contra a pessoa, por 
exemplo) ou jurídica (crimes contra o patrimônio, por exemplo) vítima da lesão 
ou ameaça de lesão. O sujeito passivo também pode ser indeterminado 
(coletividade – crimes contra a saúde pública - e família, por exemplo). 
Podem ser sujeitos passivos o nascituro, o incapaz e o Estado 
(crimes contra a administração pública, por exemplo). Não podem ser sujeitos 
passivos, no âmbito criminal, o animal, a planta e o ser inanimado. Explica 
melhor Prado (2014, p.258 e 259), “Podem figurar como sujeitos passivos – 
vítimas, ofendidos -, a pessoa física ou o indivíduo, mesmo incapaz, o conjunto 
de indivíduos, a pessoa jurídica, a coletividade, o Estadoou a comunidade 
internacional, de acordo com a natureza do delito. Tem crescido de 
importância, no campo político-criminal, o papel da vítima na realização do 
 
 
delito. Nesse particular aspecto, encaminha-se para uma constante busca do 
ponto de equilíbrio entre liberdade individual e defesa social.” 
Pode se acrescentar sobre o tema acima a jurisprudência: 
 
ESTELIONATO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA MILITAR. 
SUJEITOS ATIVO E PASSIVO DO DELITO QUE OSTENTAM 
A CONDIÇÃO DE MILITAR. FATOS OCORRIDOS DENTRO 
DE UNIDADE SUJEITA À ADMINISTRAÇÃO MILITAR. 
ORDEM DENEGADA. 1. A orientação do Supremo Tribunal 
Federal é no sentido de que a condição de militar da vítima e 
do agressor não é suficiente para atrair a competência da 
Justiça Militar. Precedentes. 2. No caso, contudo, a subtração 
dos cartões magnéticos e um dos saques bancários ocorreram 
dentro de unidade sujeita à administração militar, em momento 
no qual o paciente e as vítimas estavam em serviço militar, não 
sendo possível afastar a competência da Justiça especializada. 
3. Ordem denegada. - A C Ó R D Ã O - A Turma indeferiu a 
ordem de habeas corpus, nos termos do voto do relator. 
Unânime. Não participou, justificadamente, deste julgamento, o 
Senhor Ministro Luiz Fux. Ausente, justificadamente, o Senhor 
Ministro Dias Toffoli. Presidência do Senhor Ministro Marco 
Aurélio. Primeira Turma, 20.5.2014. 
 
4. OBJETOS (MATERIAL E JURÍDICO) DO CRIME 
 
Objeto material é o bem ou o interesse protegido pela norma 
penal, usado para classificar os crimes. “É a vida, no homicídio; a integridade 
corporal, nas lesões corporais; o patrimônio, no furto; a honra, na injúria; a 
dignidade e a liberdade sexual da mulher, no estupro; a administração pública, 
no peculato, etc.”, ensina Capez, (2011, pg.176). 
Prado (2014, pg.262), prefere denominar bem jurídico: “De outro 
lado, o bem jurídico vem a ser um ente (dado ou valor social) material ou 
imaterial haurido do contexto social, de titularidade individual ou metaindividual 
reputado como essencial para a coexistência e o desenvolvimento do homem 
e, por isso, jurídico-penalmente protegido. E, segundo a concepção aqui 
 
 
acolhida, deve estar sempre em compasso com o quadro axiológico (Wertbild) 
vazado na constituição e com o princípio do Estado democrático e social de 
direito.” Assim, a lesão a bem jurídico ocorre quando existe uma relação de 
causalidade entre a ação típica e o valor protegido pela norma penal. Esse 
valor protegido pela norma penal pode, ou não, encarnar-se no objeto da ação. 
Objeto jurídico genérico é o bem protegido no título da lei penal. Objeto jurídico 
específico é o bem jurídico especificado em cada capítulo. Por sua vez, o 
objeto jurídico individual tem como titular o indivíduo. Já a titularidade do objeto 
jurídico transindividual é o grupo ou a coletividade. 
O objeto juridico é a pessoa ou a coisa sobre a qual recai a ação 
criminosa. Segundo, Padro (2014, pg.263), “objeto da ação vem a ser o 
elemento típico sobre o qual incide o comportamento punível do sujeito ativo da 
infração penal.” “Trata-se do objeto real (da experiência) atingido diretamente 
pelo atuar do agente. É a concreta realidade empírica a que se refere a 
conduta típica. Essa realidade passível de apreensão sensorial pode ser 
corpórea (v.g., pessoa ou coisa) ou incorpórea (v. g., honra). Em outros termos, 
o objeto material ou da ação é formado pelo ser animado ou inanimado pessoa 
ou coisa (animal)”, sobre o qual se realiza o movimento corporal do autor que 
pratica uma conduta típica no círculo dos delitos a cuja descrição pertence um 
resultado tangível. Tem sido afirmado, com acerto, que, enquanto o conceito 
de objeto da ação pertence substancialmente à consideração naturalista da 
realidade, o de bem jurídico, ao contrário, corresponde, em essência, à 
consideração valorativa sintética”. 
Objeto material é diferente de instrumento do crime (meio usado 
para o crime) e de corpo de delito (vestígios deixados pelo crime). Em alguns 
casos, o objeto material pode coincidir com o sujeito passivo do crime 
(homicídio, por exemplo). 
Segue jurisprudência que trata dos conceitos acima: 
 
APELAÇÃO CRIMINAL. RECURSO DO MINISTÉRIO 
PÚBLICO. SENTENÇA ABSOLUTÓRIA. PRETENSÃO DE 
CONDENAÇÃO DO RÉU PELO CRIME DE ESTUPRO DE 
VULNERÁVEL. IMPROVIMENTO. OBJETO MATERIAL E 
JURÍDICO NÃO VIOLADO. ATIPICIDADE DA CONDUTA. 
 
 
ABSOLVIÇÃO QUE DEVE SER MANTIDA. RECURSO 
CONHECIDO E IMPROVIDO. 1 – Para a consumação do tipo 
descrito no artigo 217-A, do Código Penal Brasileiro, por tratar-
se de crime material, exige-se um resultado naturalístico, 
consistente no efetivo tolhimento da liberdade sexual da vítima, 
o que no caso concreto, efetivamente, não ocorreu. 2 – 
Conforme as palavras da ofendida, nas duas oportunidades em 
que foi ouvida, declarações essas corroboradas pelas demais 
provas colhidas no curso da instrução criminal, a relação 
mantida com o acusado, limitada a um único beijo, tipo 
"selinho", foi por ela consentida, não havendo notícia de que 
tenha a menor sofrido qualquer constrangimento físico ou 
psíquico, ou que tenha sido alvo da prática de qualquer ato 
libidinoso que tenha atentado contra o seu pudor, ou passível 
de gerar prazer sexual no acusado. 3 – Recurso conhecido e 
impróvido. - A C Ó R D Ã O - Vistos, relatados e discutidos os 
presentes autos de ação penal em que se interpõe apelação, 
ACORDAM os Desembargadores integrantes da Turma 
Julgadora da 2a Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do 
Estado do Ceará, por votação unânime, conhecer do apelo, 
para improvê-lo, tudo em conformidade com o voto do Relator. 
Fortaleza, CE, 15 de setembro de 2015. 
 
5. CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DE CRIMES 
 
5.1 - Crime material, formal e de mera conduta 
 
Os estudiosos da teoria do crime, no seu esforço para melhor 
classifica-lo acharam por bem dividi-los em materiais, formais e de mera 
conduta conforme no caso concreto a conduta do autor se relacione com 
resultado naturalístico produzido. Assim, com pequenas diferenças de 
doutrinador para doutrinador prevalece a ideia de que os crimes materiais é no 
resultado naturalístico que ocorre a consumação, por tanto sendo este 
condição “ sine qua non” de sua existência. Por tanto, nesse tipo de crime não 
sendo produzido o resultado esperado, não há que se falar em crime 
consumado e sim crime tentado. 
 
 
No que se refere ao aspecto conceitual ainda que com pequenas 
diferenças tanto Masson (2011, pg. 189), quanto Cunha (2016, pg. 164) 
convergem no pensamento no sentido que há nos crimes materiais uma nítida 
divisão entre conduta e resultado e que há uma sequência cronológica 
determinante para o quantum de pena deve sofrer o autor. Por exemplo, no 
crime previsto no (art. 121, CP), se da conduta do agente resulta em morte a 
pena será de 6 a 20 anos de reclusão, se todavia, o resultado morte não se 
produz, responderá o agente na forma prevista no parágrafo único do (art. 14, 
CP), sendo a pena reduzida de um a dois terços do crime consumado. 
No que concerne aos crimes formais, ou de mera conduta existe 
uma conduta e um resultado naturalístico, entretanto, não há um dialogo entre 
eles a determinando a dose da pena. Assim sendo, não há a necessidade de 
aguardar o resultado naturalístico para dosimetria da pena. Por tanto tendo a 
conduta do agente subsumindo-se ao tipo legal desnecessário será apurar o 
resultado. 
No que tange a questão doutrinaria ao analisarmos a 
argumentação de Masson e Cunha, há uma tênue linha conceitual que os 
diferencia, pois enquanto para o primeiro desnecessário é a consumação, o 
segundocria a figura do resultado jurídico consumador do delito, sem com tudo 
criar grande afastamento da ideia de centralização na conduta do agente e 
indiferença ao resultado. Exemplo no crime de corrupção ativa previsto no (art. 
333, CP), não há a necessidade de o funcionário público aceitar a vantagem 
indevida para que aquele que a oferece tenha cometido crime, pois por tratar-
se de crime formal a mera conduta de oferecer constitui-se por si só em fato 
punível legalmente. 
Os crimes de mera conduta descrevem unicamente uma conduta 
reprovável socialmente, ou seja, nesse tipo de crime o legislador estabelece 
como bem jurídico o não cometimento de uma conduta determinada sem se 
preocupar ou fazer qualquer menção a um resultado fruto desta conduta, para 
Rogerio Sanches não há como confundir crime formal com crime de mera 
conduta, pois preleciona o respeitado doutrinador que para àquela espécie de 
crime o tipo penal prevê um resultado, ainda que seja indiferente para a 
aplicação da pena, já para este tipo de crime, a letra da lei nem se quer 
resultado prevê. Podemos exemplificar este tipo de crime com o porte ilegal de 
 
 
armas, previsto no estatuto do desarmamento onde, o ato de conduzir arma de 
fogo sem previa autorização legal é por si só reprovável e punível, ainda que 
esta conduta não acarrete nenhum resultado. 
Abaixo seguem dois exemplos de jurisprudência do assunto 
abordado: 
 
TRF-1 - APELAÇÃO CRIMINAL ACR 133453620084013800 
MG 0013345-36.2008.4.01.3800 (TRF-1) 
Data de publicação: 23/08/2013 
Ementa: PENAL. PROCESSUAL PENAL. CRIME CONTRA A 
ORDEM TRIBUTÁRIA. LEI N. 8.137 /1990, ART. 1º, INCISO I 
. CRIME MATERIAL E DERESULTADO. DECADÊNCIA DO 
DIREITO DE LANÇAMENTO. PERSECUÇÃO CRIMINAL. 
AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA. ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA. 
CPP, ART. 397, INCISO I. PERTINÊNCIA. APELAÇÃO 
DESPROVIDA. 1. O delito previsto no art. 1º da Lei n. 8.137 
/90 é material ou de resultado. Enquanto não há decisão 
definitiva do processo administrativo de lançamento, não há 
justa causa para a ação penal, não havendo que se falar em 
consumação do crime e, de consequência, em início do 
respectivo prazo prescricional. 2. "Não se 
tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 
1º , incisos I a IV , da Lei n. 8.137 /90, antes do lançamento 
definitivo do tributo." (STF, Pleno, Súmula Vinculante 24, 
aprovação em 02/12/2009, DJe 11/12/2009). 3. Os fatos 
geradores ocorreram ao longo de 2001, assim, o prazo para o 
fisco fazer o lançamento iniciou-se em 01/01/2002, com 
término em 01/01/2007. A constituição do crédito tributário 
pertinente ocorreu em 18/10/2007, data da lavratura do auto de 
infração que formalizou os créditos em tela. Dessarte, a 
constituição do crédito tributário foi atingida pelo decurso do 
prazo decadencial quinquenal para que o fisco efetuasse o 
lançamento de ofício substitutivo. Não há, pois, justa causa 
para a persecução criminal quanto ao crimeprevisto no art. 1º , 
I , da Lei n. 8.137 /1990. 4. Apelação desprovida. 
 
 
 
TRF-3 - APELAÇÃO CRIMINAL ACR 817 SP 0000817-
90.2006.4.03.6125 (TRF-3) 
Data de publicação: 06/05/2014 
Ementa: PROCESSUAL PENAL E PENAL. DESCAMINHO. 
PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA ESTATAL. 
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. CORRUPÇÃOATIVA. 
ARTIGO 333 DO CP. AUTORIA E MATERIALIDADE. 
COMPROVAÇÃO. DOSIMETRIA DA PENA. I - Inicialmente, 
insta dizer que a Lei 12.034 /2010 não incide na hipótese em 
comento, porquanto o fato típico remonta ao ano de 2006. II - O 
prazo prescricional da pretensão punitiva do crime de 
descaminho, cuja pena fixada foi 01 ano de reclusão, é de 02 
anos, ex vi do artigo 109, VI, do CP (redação anterior a Lei 
12.034 /10). III - Considerando que os fatos ocorreram em 
08/03/2006 e a denúncia foi recebida em 23/04/2008, impõe-se 
reconhecer que decorreu intervalo temporal que excede o 
prazo de atuação do jus puniendi estatal inscrito no artigo 109, 
VI do CP. Observa-se, portanto, a presença da prescrição 
subseqüente da pretensão punitiva estatal. IV - 
O delito de corrupção ativa é crime formal, de mera conduta, 
que independe de qualquer atitude, gesto ou mesmo 
pensamento do funcionário público, vale dizer: no momento em 
que o agente oferecer ou prometer espontaneamente a 
vantagem indevida, consumado estará o crime, 
independentemente da aceitação da oferta espúria. V - A 
promessa ou a oferta da vantagem ilícita pode ser feita direta 
ou indiretamente ao funcionário e pode dar-se, também, por 
meio de interposta pessoa. Anote-se, ainda, que o funcionário 
público destinatário da oferta ou da promessa deve ser 
individualizado e o ato buscado pelo agente do delito deve 
estar em sua esfera de atribuições. VI - Além disso, sendo lícita 
ou ilícita a conduta que se espera com a corrupção - que deve 
ser a prática, o retardamento ou a omissão de um ato -, 
chegando ao conhecimento do funcionário o oferecimento da 
vantagem indevida, o crime estará configurado. VII- 
Comprovadas a autoria e a materialidade delitiva 
do crime tipificado no artigo 333 do CP, o decreto condenatório 
 
 
era de rigor. VIII - Quanto à dosimetria da pena, considerando 
serem favoráveis as circunstâncias... 
 
5.2. Crime comum, próprio e de mão própria 
 
Nessa forma de classificação leva-se em consideração o sujeito 
ativo, ou seja, será a condição fática do autor do crime que determinará seu 
crime comum, próprio ou de mao própria. Considera-se comuns aqueles crimes 
em que não se exige qualquer qualidade especial do sujeito ativo. Todavia, ao 
contrario de Cunha (2016, pg.165), Masson (2011, pg.187), cria uma 
subclassificação para os crimes comuns, ao prever os crimes bicomuns. Para 
este doutrinador bicomuns são os crimes que podem ser praticados por 
qualquer pessoa e contra qualquer pessoa, a exemplo do estelionato e da 
lesão corporal. 
Já os crimes próprios, são aqueles que exigem certas 
características do agente a exemplo do que ocorre com erro médico ou a 
corrupção ativa. Masson (2011, pg.187), ao classificar os crimes próprios, 
propõe uma inovação doutrinaria ao classifica-los em puros e impuros. Para 
este autor a ausência da condição especial do autor acarreta atipicidade do 
fato, excluindo inclusive a punibilidade e o próprio crime, como exemplo, 
podemos citar o crime de abuso de autoridade, que não ocorrerá se o agente 
dizendo ser autoridade pública e abusar da autoridade que dis ter e na verdade 
não tem. Já para o mesmo autor os crimes próprios impuros são aqueles em 
quer a exclusão da condição especial do sujeito ativo ocasiona a mudança na 
tipificação do delito a exemplo do funcionário publico que comete o crime de 
peculato, que perdendo a condição de funcionário público cometerá o crime de 
furto ou apropriação indébita conforme o caso. 
Entende-se por crime de mão própria aquele em que exige-se do 
sujeito ativo determinada condição pessoal exclusiva. Em consequência, 
admite não haver possibilidade de coautoria nesse tipo de crime visto ser ato 
personalíssimo e exclusivo a exemplo do que ocorre com o crime previsto no 
(art. 342, CP), crime de falso testemunho. A seguir jurisprudências sobre as 
classificações abordadas: 
 
 
 
 STJ - AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL 
AgRg no REsp 1452682 DF 2014/0107973-1 (STJ) 
Data de publicação: 11/06/2015 
Ementa: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. 
EXECUÇÃO PENAL. DECRETO N. 7.873/2012. INDULTO. 
CONCURSO DE INFRAÇÕES. CRIMES COMUM E 
HEDIONDO. MATÉRIA CONSTITUCIONAL. VIA 
INADEQUADA. 1. De acordo com a jurisprudência deste 
Tribunal Superior, é possível a concessão de comutação de 
penas aos condenados por crimescomum e hediondo, quanto 
ao primeiro delito, quando cumpridos 2/3 da pena referente 
ao crime hediondo, conforme preceituam os arts. 2º e 7º do 
Decreto n. 7.873/2012. 2. Em recurso especial, via destinada 
ao debate do direito federal, é inviável a análise da alegação de 
ofensa a dispositivo constitucional (art. 5º, XLIII, da CF), ainda 
que para fins de prequestionamento. 3. Agravo regimental 
improvido. 
 
TJ-DF - Apelacao Criminal APR 20100111909347 DF 0061657-
22.2010.8.07.0001 (TJ-DF) 
Data de publicação: 27/05/2014 
Ementa: PENAL E PROCESSUAL. DISPENSA INDEVIDA DE 
LICITAÇÃO. EXAME DOS FATOS RELEVANTES. LICITUDE 
DA INVESTIGAÇÃO COMANDADA PELO 
MINISTÉRIO PÚBLICO. REGULARIDADE DA DENÚNCIA. 
RITO ESPECIAL DA LEI 8.666 /93 
NOS CRIMES PRÓPRIOS DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS. 
AUSÊNCIA DE NULIDADE NO DESMEMBRAMENTO DO 
PROCESSO RELATIVO A UM DOS RÉUS NÃO CITADO 
REGULARMENTE. ALEGAÇÕES DE PRESCRIÇÃO E DE 
NULIDADES PROCESSUAIS. IMPROCEDÊNCIA. PROVA 
SATISFATÓRIA DA MATERIALIDADE E 
AUTORIA. CRIME DE MERA CONDUTA E PERIGO 
ABSTRATO. DOLO GENÉRICO. DESNECESSIDADE DA 
PROVA DE PREJUÍZO AO ERÁRIO. CRÍTICA DA 
DOSIMETRIA DA PENA. SENTENÇA PARCIALMENTE 
REFORMADA. 1 RÉUS CONDENADOS POR INFRINGIREM 
 
 
O ARTIGO 89 DO CÓDIGO PENAL, QUATRO DELES 
ENQUANTO EXERCIAM CARGOS EM COMISSÃO E OUTRO 
NA CONDIÇÃO DE EMPRESÁRIO. TODOS CONTRIBUÍRAM 
PARA COLOCAR EM PRÁTICA ARDILOSO ESQUEMA 
VISANDO A CONTRATAÇÃO PREDETERMINADA DE 
EMPRESA DE INFORMÁTICA JUSTIFICADA SOB 
ALEGAÇÃO DE URGÊNCIA. APR201001101909347 2 NÃO 
SE COGITA DE NULIDADE POR OMISSÃO NA 
APRECIAÇÃO DE FATO NOVO SEM RELAÇÃO COM OS 
FATOS DISCUTIDOS NOS AUTOS, NÃO AFETANDO A 
CREDIBILIDADE DAS OUTRAS PROVAS COLHIDAS SOB O 
CRIVO DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA. EM 
OUTRO PONTO QUESTIONA-SE A MANIFESTAÇÃO DO 
MINISTÉRIO PÚBLICO EM AUTOS DIVERSOS, A QUAL NÃO 
VINCULA O JUIZ PROLATOR DA SENTENÇA NESTA AÇÃO 
PENAL. 3 O INQUÉRITO POLICIAL PRÉVIO É 
PRESCINDÍVEL À PROPOSITURA DA AÇÃO PENAL, DESDE 
QUE O MINISTÉRIO PÚBLICO DISPONHA DE ELEMENTOS 
SUFICIENTES PARA EMBASAR A DENÚNCIA. NÃO SE 
COGITA DE USURPAÇÃO DA COMPETÊNCIA DA POLÍCIA 
CIVIL, PORQUE A TEORIA DOS PODERES IMPLÍCITOS 
AFIRMA QUE SE A CONSTITUIÇÃO FEDERAL OUTORGA A 
DETERMINADA INSTITUIÇÃO FINS ESPECÍFICOS, TAMBÉM 
LHE CONCEDE, IMPLÍCITA E SIMULTANEAMENTE, OS 
MEIOS PARA ATINGIR TAL OBJETIVO. O 
MINISTÉRIO PÚBLICO, COMO TITULAR DA AÇÃO PENAL, 
TAMBÉM DISPÕE DE PODERES PARA REALIZAR A 
INVESTIGAÇÃO CRIMINAL. 4 TRATANDO-SE DE RÉUS 
SOLTOS, A INOBSERVÂNCIA DO PRAZO PARA 
OFERECIMENTO DA DENÚNCIA CONSTITUI MERA 
IRREGULARIDADE, POIS A AÇÃO... 
PROVER O RECURSO DO MINISTÉRIO PÚBLICO. 
UNÂNIME. PROVER PARCIALMENTE OS RECURSOS DOS 
RÉUS. UNÂNIME 
 
TSE - Recurso Especial Eleitoral REspe 571991 RN (TSE) 
Data de publicação: 25/03/2015 
 
 
Ementa: RECURSO ESPECIAL. INSCRIÇÃO FRAUDULENTA 
DE ELEITOR (CE, art. 289). CRIME DE MÃO PRÓPRIA. 
PARTICIPAÇÃO POSSÍVEL ATRAVÉS DE CUMPLICIDADE. 
1. O crime do artigo 289 do Código Eleitoral é qualificado 
comocrime de mão própria, na medida em que somente pode 
ser praticado pelo eleitor. Assim sendo, não admite a coautoria, 
mas é possível a participação. Precedente do TSE. 2. A 
indução à prática da inscrição fraudulenta perfectibiliza o tipo 
do artigo 290 do Código Eleitoral. Se, porém, há prestação de 
auxílio material à conduta delitiva, está caracterizada a 
participação no delito do artigo 289 do Código Eleitoral. 3. 
Recurso especial desprovido. 
 
5.3. Crime doloso, culposo e preterdoloso 
 
Os crimes dolosos são aqueles em que o agente quer o resultado 
(dolo direto) ou assume o risco de produzi-lo (dolo eventual), tais como o 
homicídio, o furto, o roubo, o estupro, o peculato etc. O crime será culposo cujo 
resultado não for querido ou aceito pelo agente, mas que, previsível, seja 
proveniente de inobservância dos deveres de cuidado em que o resultado ilícito 
decorre de imprudência, negligência ou imperícia. Exemplo, quando o 
motorista, trafegando por via pública em alta velocidade, agindo com 
imprudência, atropela um pedestre que circulava pelo local. Os preterdolosos, 
são crimes híbridos, em que a lei descreve uma conduta inicial dolosa 
agravada por um resultado culposo. Ou seja, praticado com dolo em relação ao 
fato antecedente e culpa no que tange ao resultado agravante, um exemplo e o 
crime de lesão corporal seguida de morte (art. 129, 3º, CP), pois nele existe por 
parte do agente apenas intenção de lesionar a vítima, mas, durante a 
agressão, ele acaba, culposamente, causando sua morte. Gonçalves (2010, 
p.67) e Cunha (2016, p.166). 
Pode se acrescentar sobre o tema acima a súmula vinculante: 
 
45-STF:" A competência constitucional do Tribunal do Júri 
prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido 
exclusivamente pela constituição estadual. Data de Aprovação 
 
 
Sessão Plenária de 08/04/2015 Fonte de Publicação DJe nº 72 
de 17/04/2015, p. 1. DOU de 17/04/2015, p. 1. Referência 
Legislativa Constituição Federal de 1988, art. 5º, XXXVIII, "d"; 
art. 125, § 1º”. 
 
Abaixo jurisprudência que trata do assunto em seu caso concreto 
mesmo antes da matéria se tornar súmula vinculante: 
 
CONFLITO POSITIVO DE COMPETÊNCIA. JUSTIÇA MILITAR 
E JUSTIÇA COMUM. CRIME DOLOSO CONTRA A VIDA. 
MILITAR EM SERVIÇO. VÍTIMA CIVIL. COMPETÊNCIA DO 
TRIBUNAL DO JÚRI. PRECEDENTES. 1. O art. 9º, parágrafo 
único, do Código Penal Militar, com redação dada pela Lei n. 
9.299/1996, determina que as condutas dolosas contra a vida 
praticadas por militares, em tempo de paz, são de competência 
da justiça comum. 2. A jurisprudência do Supremo Tribunal 
Federal, bem como deste Superior Tribunal de Justiça, em que 
pesem posições doutrinárias divergentes, firmou-se pela 
constitucionalidade do disposto no parágrafo único do art. 9º do 
CPM, atribuindo ao Tribunal do Júri a competência para 
processar e julgar os crimes dolosos contra a vida cometidos 
por militares contra civis. Precedentes. 3. O § 2º do art. 82 do 
Código de Processo Penal Militar determina que, "nos crimes 
dolosos contra a vida, praticados contra civil, a Justiça Militar 
encaminhará os autos do inquérito policial militar à justiça 
comum". 4. Conflito conhecido para declarar competente o 
JUÍZO DE DIREITO DA 1ª VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DE 
SÃO PAULO - SP, ora suscitante, e determinar o 
desarquivamento do inquérito policial e a remessa dos autos ao 
Juízo declarado competente. 
(STJ - CC: 131899 SP 2013/0414268-0, Relator: Ministro 
ROGERIO SCHIETTI CRUZ, Data de Julgamento: 14/05/2014, 
S3 - TERCEIRA SEÇÃO, Data de Publicação: DJe 
26/05/2014). 
 
5.4. Crime instantâneo, permanente e instantâneo de efeitos permanentes 
 
 
 
Essa classificação se refere à duração do momento consumativo. 
Sendo crime instantâneo aquele que se consuma em momento determinado 
(consumação imediata), sem qualquer prolongação. Não significa que ocorre 
rapidamente, mas que, uma vez reunidos seus elementos, a consumação 
ocorre peremptoriamente, como exemplo podemos citar o crime de lesões 
corporais. Crime permanente é aquele em que a execução se prolonga no 
tempo por vontade do agente. É a modalidade de crime em que a ofensa ao 
bem jurídico se dá de maneira constante e cessa de acordo com a vontade do 
sujeito ativo, exemplo a extorsão mediante sequestro. Nos crimes instantâneos 
de efeitos permanentes, a consumação também ocorre em momento 
determinado, mas os efeitos dela decorrentes são irreversíveis, como no 
estelionato previdenciario quando cometido por servidor do INSS ou por 
terceiro não beneficiárioque pratica a fraude, sendo consumado no momento 
do pagamento da primeira prestação do benefício indevido, por exemplo. 
Gonçalves (2010, p.66 e 67) e Cunha (2016, pag.166). 
Segue súmula que trata dos conceitos acima: 
 
45-STF “A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado 
ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à 
cessação da continuidade ou da permanência. Data de 
Aprovação Sessão Plenária de 24/09/2003 Fonte de 
Publicação DJ de 09/10/2003, p. 6; DJ de 10/10/2003, p. 6; DJ 
de 13/10/2003, p. 6.” 
 
Abaixo entendimento jurisprudencial sobre crimes instantâneos de 
efeitos permanentes: 
 
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. 
ESTELIONATO PREVIDENCIÁRIO. CRIME INSTANTÂNEO 
DE EFEITOS PERMANENTES QUANDO PRATICADO POR 
TERCEIRO NÃO BENEFICIÁRIO. PRESCRIÇÃO. TERMO 
INICIAL. PAGAMENTO DA PRIMEIRA PRESTAÇÃO DO 
BENEFÍCIO INDEVIDO. PRECEDENTES. AGRAVO 
REGIMENTAL NÃO PROVIDO. 1. O estelionato previdenciário 
 
 
é crime instantâneo de efeitos permanentes quando cometido 
por servidor do INSS ou por terceiro não beneficiário que 
pratica a fraude, sendo consumado no momento do pagamento 
da primeira prestação do benefício indevido. Precedentes. 2. 
Agravo regimental não provido. 
(STJ - AgRg no REsp: 1347082 RS 2012/0209682-9, Relator: 
Ministro MOURA RIBEIRO, Data de Julgamento: 21/08/2014, 
T5 - QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe 26/08/2014). 
 
5.5. Crime consumado e tentado 
 
Segundo o (art. 14, I, CP), “Diz-se o crime consumado, quando 
nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal”. Ou seja, quando 
são preenchidos todos os elementos do tipo objetivo. É por isso que se fala em 
“enquadramento legal”. Não se confunde com crime exaurido, pois no 
exaurimento, o crime já está consumado, mas ainda ocorrem outros resultados 
lesivos. Exemplos: Oferecer R$ 100,00 reais ao PRF para evitar uma multa já 
consuma o crime, não ser multado apenas exaure o crime; Sequestrar uma 
pessoa para solicitar o resgate consuma o crime, receber a quantia o exaure. O 
crime tentado ocorre quando o agente inicia a execução do delito mas este não 
se consuma por circunstâncias alheias à sua vontade. De acordo com o 
parágrafo único do (art. 14, CP), "salvo disposição em contrário, pune-se a 
tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a 
dois terços". Para fixar a pena, o magistrado deve usar como critério a maior ou 
menor proximidade da consumação, de forma que quanto mais o agente 
percorrer o "iter criminis", maior será sua punição. 
 
5.6. Crime de dano e perigo 
 
Ocorre crime de dano quando há efetiva lesão do bem jurídico 
tutelado. Exemplo (art. 121, CP), homicídio. Já o perigo é a possibilidade de 
dano ou a probabilidade de lesão, ou seja, é aquela espécie de injusto penal 
que se satisfaz/se consuma com a mera ameaça de lesão (ou perigo de 
lesão) ao bem jurídico tutelado. Exemplo (art. 132, CP), perigo para a vida ou 
 
 
a saúde de outrem. Porém dentro do crime de perigo podemos dividi – ló em: 
Individual, no qual a exposição a perigo de lesão se dirige ao bem ou ao 
interesse de uma só pessoa ou a número determinado de pessoas (risco de 
dano à bem jurídico individual ou plural limitado); alcança pessoa certa ou 
grupo limitado. Da periclitarão da vida e da saúde (arts. 130 a 136, CP). 
Exemplo perigo de contágio venéreo (art. 130, CP). 
Crime de perigo comum ou coletivo, onde a exposição a perigo 
de lesão se dirige ao bem ou ao interesse de toda a coletividade ou a número 
indeterminado de pessoas (risco de dano à bem jurídico coletivo ou plural 
ilimitado), previstos nos (arts. 250 a 259, CP), exemplo o incêndio 
(art. 250, CP). 
Crimes de perigo presumido ou abstrato é o perigo já 
considerado pela lei (de maneira presumida) pela simples prática da conduta 
típica. O tipo penal se limita a descrever a conduta, sem qualquer referência a 
resultado naturalístico, justamente por isso foram batizados pela doutrina (em 
geral) como “crimes de mera conduta”. Trata-se de presunção legal absoluta 
(“juris et de jure”) de perigo. Independe de prova. Exemplo crime de quadrilha 
ou bando (art. 288, CP), tráfico de drogas (lei n. 11.343/06), perigo para a 
saúde pública, porte de arma (art. 14 da lei n. 10.826/03). E os crimes de 
perigo concreto e o perigo que necessita de efetiva comprovação no caso 
concreto mediante atividade probatória regular, não há qualquer presunção 
legal, a configuração do crime depende da prova concreta do risco de lesão 
ao bem jurídico protegido. Exemplo o crime de perigo para a vida ou a saúde 
de outrem (art. 132, CP), prova do perigo direto e iminente (perigo real), crime 
de explosão (art. 251, CP), prova do risco de ofensa ao bem jurídico vida ou 
integridade física ou patrimônio de outrem. 
 
5.7. Crime simples, complexo, qualificado e privilegiado 
 
 
Crime simples é o que possui tipo penal único, protegendo 
apenas um bem jurídico. Podemos citar como exemplo o crime de homicídio, 
que protege o bem jurídico vida. Como por exemplo podemos citar o caso 
concreto conhecido como caso “ Caso Russo, PM e condenado por homicidio 
simples”: 
Após doze horas de julgamento presidido pelo juiz Edmar 
Pereira, os jurados do 1º Tribunal do Júri de Belém 
condenaram por homicídio simples (pena prevista de 06 a 20 
anos de prisão) o policial militar Marcelo Ferreira Zeferino, pela 
morte de Lucivaldo Cunha Ferreira, acatando parcialmente a 
tese da acusação. Em relação ao homicídio que vitimou o 
produtor de eventos Gustavo Maia Russo, o réu foi absolvido 
por maioria dos votos dos jurados, que acolheram as teses da 
defesa. Com base na decisão dos jurados, o juiz aplicou a 
pena de 12 anos de prisão, que o réu terá que cumprir em 
regime inicialmente fechado. Na sentença o juiz concedeu ao 
réu o direito de recorrer da decisão em liberdade, por ter 
respondido o processo em liberdade, ser primário, ter emprego 
e residência fixa. O militar respondeu por duplo homicídio ao 
participar de uma perseguição policial a um suspeito, que 
resultou nas mortes do promotor de eventos Gustavo Maia 
Russo e de Lucivaldo Ferreira, que mantinha refém o produtor 
ao fugir da Polícia, 10/01/ 2005. Este é o segundo júri do 
militar. No primeiro realizado em 2008 o militar foi absolvido, 
mas, o julgamento foi anulado pelo Tribunal de Justiça que deu 
provimento ao recurso da promotoria, e considerou que os 
jurados votaram contrários às provas contidas no processo. 
 
 
Durante toda a manhã foram ouvidas quatro testemunhas 
requisitadas pela promotoria. Representada pelos promotores 
de justiça Arnaldo Azevedo e Mario Brasil. Também ouvidas no 
julgamento outras três testemunhas apresentadas pela defesa 
do réu promovida pelos advogados Rodrigo Santana e Marilda 
Cantal. Em seguida houve o interrogatório do réu e debates 
das teses. Os advogados de defesa sustentaram as tese da 
legítima defesa, ou estrito cumprimento do dever e 
inexigibilidade de conduta adversa, ao efetuar os disparos 
contra o suspeito Lucivaldo Ferreira, atingindo Gustavo Maia, 
mantido como refém do primeiro. 
Em interrogatório prestado o réu confessou que atirou na 
direção do suspeito que por estar fardado foi abordado por dois 
policiais procurou fugir, primeiro a pé e depois no carro do 
produtor de eventos, que estava parado fazendo um 
telefonema. Conforme o depoente, os policiais acionaram uma 
viatura e depois mais outra iniciando uma perseguição que 
terminou quando o carro do refém se chocou com uma 
camionete, obrigando-o a parar. 
Conforme a versão apresentada pelo réu, o suspeito saiu do 
veículopelo vidro frontal do carro estava armado o que fez os 
policiais atirarem contra o suspeito. Em relação ao produtor de 
eventos este continuou no interior do veículo, sendo atingido 
pelos disparos e morreu no interior do próprio carro. Os 
advogados sustentaram as tese da legítima defesa, ou estrito 
cumprimento do dever e inexigibilidade de conduta adversa, ao 
efetuar os disparos contra o suspeito Lucivaldo Ferreira, 
atingindo Gustavo Maia Russo mantido como refém do 
primeiro. 
Durante o dia os jurados ouviram no total sete depoimentos, 
entre eles a mãe do produtor e o de um perito do Centro de 
Perícias Científicas Renato Chaves, especializado em balística. 
Ele prestou informações sobre a trajetória da bala para os 
jurados. Outro depoimento prestado foi o da mãe do produtor, 
que contou como o filho foi rendido pelo suspeito e feito refém 
no próprio carro, em frente a vila onde morava. 
 
 
O suspeito estava trajando fardamento de policial e o filho fora 
obrigado a dirigir para o suspeito que estava fugindo de 
policiais. Durante o depoimento a mãe do produtor disse que 
não quer vingança, mas justiça. Ela revelou que considera a 
PM importante e mesmo o filho tendo sido vítima de militares 
respeita e considera importante a corporação. 
O crime ocorreu em 10 de janeiro de 2005 quando o produtor 
de eventos Gustavo Maia Russo falava ao celular, no interior 
de seu veículo, na Avenida João Paulo II, quando foi rendido, 
com arma de fogo, por Lucivaldo Cunha Ferreira, que o obrigou 
a iniciar a fuga. Lucivaldo era suspeito de assalto e fugia após 
ser abordado a pé por dois policiais que passaram a persegui-
lo. 
Duas viaturas da Polícia Militar se juntaram à perseguição. 
Consta na denúncia, formulada pelo Ministério Público, que, 
com o carro da vítima colidiu com outro veiculo pondo fim à 
fuga. A promotoria narrou que o carro já estava parado, e que o 
suspeito saiu do interior do veiculo, sendo alvejado pelos 
policiais com sete tiros. Outros sete disparos teriam sido 
desferidos na direção do refém, que morreu dentro do próprio 
carro. Oito policiais que participaram da perseguição foram 
denunciados, sendo um deles impronunciado e 04 condenados 
e três absolvidos. 
 
Crime complexo é a fusão de dois ou mais tipos penais, 
protegendo dois ou mais bens jurídicos. O latrocínio é um exemplo de crime 
complexo, pois protege os bens jurídicos patrimônio e vida. 
Crime qualificado é aquele em que ao tipo básico a lei acrescenta 
circunstância que agrava a sua natureza, elevando os limites da pena. Não 
surge a formação de um novo tipo penal, mas apenas uma forma mais grave 
de ilícito. Chama-se homicídio qualificado, por exemplo, aquele praticado 
‘’mediante paga ou promessa de recompensa ou por outro motivo torpe’’ (art. 
121, 2º, I, CP); denomina-se furto qualificado o praticado ‘’com destruição ou 
rompimento de obstáculo à subtração da coisa’’ (art. 155, 4º, I, CP); considera-
 
 
se qualificado o delito de injúria consistente em violência ou vias de fato (art. 
140, 2º, primeira parte, CP) e etc. 
Crime privilegiado quando ao tipo básico a lei acrescentada 
circunstância que o torna menos grave, diminuindo, em consequência, suas 
sanções. São crimes privilegiados, por exemplo, o homicídio praticado por 
relevante valor moral (eutanásia), previsto (art. 121, 1º,CP) o furto de pequeno 
valor praticado por agente primário (art. 155, 2º, CP); o estelionato que causa 
pequeno prejuízo, desde que primário o autor (art.171, 1º, CP) e etc. Nessas 
hipóteses, as circunstancias que envolvem o fato típico fazem com que o crime 
seja menos severamente apenado. Os tipos qualificados e privilegiados são, 
em contraposição aos tipos básicos, tipos derivados. Mirabete e Fabbrini (2013, 
pg.116). 
 
5.8. Crime plurissubjetivo e unissubjetivo 
 
Os crimes plurissubjetivos (ou de concurso necessário) são 
aqueles que exigem dois ou mais agentes para a prática do delito em virtude 
de sua conceituação típica. Eles subdividem-se em três espécies de acordo 
com o modus operandi. Crimes de condutas paralelas, quando há colaboração 
nas ações dos sujeitos, crimes de condutas convergentes, onde as condutas 
encontram-se somente após o início da execução do delito pois partem de 
pontos opostos e crimes de condutas contrapostas onde as condutas 
desenvolvem-se umas contra as outras. Exemplos de crimes plurissubjetivos, 
associação criminosa (art. 288, CP), organização criminosa (lei 12850/13), 
bigamia (art. 235, 1º, CP) e rixa (art. 35, CP). 
Os crimes unissubjetivos (ou monossubjetivos, ou de concurso 
eventual) são aqueles que podem ser praticados por apenas um sujeito, 
entretanto, admite-se a co-autoria e a participação. 
 
5.9. Crime comissivo e omissivo 
 
Crimes comissivos são aqueles que necessitam de uma ação 
positiva do agente, como o homicídio, onde o criminoso precisa matar a vítima. 
Os crimes omissivos próprios ou puros são aqueles que pressupõem uma 
 
 
conduta negativa, um “não fazer” o que a lei determina como o crime de 
omissão de socorro. Já nos comissivos por omissão, ocorre uma transgressão 
do dever legal de impedir o resultado. Como por exemplo, um médico que 
deixa de prestar socorro a um indivíduo que necessita de socorro médico. 
Sendo assim, quando se trata da ação do agente, os crimes podem ser 
comissivos, omissivos ou comissivo por omissão. 
Pode se acrescentar sobre o tema acima a jurisprudência: 
 
REVISÃO CRIMINAL. DECISÃO CONTRÁRIA AO TEXTO DE 
LEI. ESTUPRO. VIOLÊNCIA PRESUMIDA. GENITORA. 
OMISSÃO. CRIME OMISSIVO IMPRÓPRIO. FIGURA DO 
"GARANTIDOR". PARTICIPAÇÃO POR OMISSÃO. CIÊNCIA 
INEQUÍVOCA DO ABUSO. INÉRCIA CONFIGURADA. A 
omissão pode constituir elemento do tipo penal (crime omissivo 
próprio ou puro) ou apenas forma de alcançar o resultado 
previsto em um crime comissivo (crime omissivo impróprio ou 
comissivo por omissão). Nestes casos, a conduta descrita no 
tipo é comissiva, mas o resultado ocorre por não o ter impedido 
o sujeito ativo. No crime omissivo impróprio o resultado pode 
ser atribuído ao omitente tanto por uma inércia dolosa quanto 
culposa (desde que também punível a título de culpa). A 
omissão só é "penalmente relevante quando o omitente devia e 
podia agir para evitar o resultado" (CP, art. 13, § 2.º), 
colocando-se na figura do "garantidor". Este tem o dever de 
engendrar esforços para, ao menos, tentar evitar o resultado. 
São distintas as figuras da omissão imprópria e da participação 
por omissão. Enquanto na primeira o "garantidor" age como 
verdadeiro autor da omissão, da qual decorre o resultado, na 
segunda o partícipe, desejando resultado, limita-se a se omitir 
para auxiliar a sua consecução. Somente nesta pode-se cogitar 
da participação de menor importância. Age com verdadeira 
omissão dolosa a mãe que - "garantidora" legal do dever de 
cuidado, zelo e proteção da prole (CP, art. 13, § 2.º, a)- flagra o 
companheiro abusando sexualmente da filha e a abandona 
sem tomar qualquer providência. PEDIDO IMPROCEDENTE. 
 
 
 
5.10. Crime unissubsistente e plurissubsistente 
 
O crime unissubsistente admite a prática através de um único ato 
para a concretização do crime. Por exemplo desacato, injúria, violação de 
segredo profissional, etc. Enquanto que o crime plurissubsistente é praticado 
por mais de um ato. Exemplo, o crime de roubo é formado pela subtração de 
coisa alheia mais grave ameaça ou lesão, logo deve haver mais de um ato 
para caracterizar o referido crime. No estelionato é formado pela obtenção da 
vantagem mais induzimento ao erro mais emprego de meio fraudulento, logo, 
há um conjunto de atosa serem praticados para que o crime seja iniciado. 
 
5.11. Crime habitual 
 
Crime habitual é a reiteração da mesma conduta reprovável, de 
forma a constituir um estilo ou hábito de vida. Quando o agente pratica ações 
com intenção de lucro, fala-se em crime profissional. Segue jurisprudência que 
trata do conceito retratado acima: 
 
AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. GESTÃO 
FRAUDULENTA. CRIME HABITUAL IMPRÓPRIO. CONDUTA 
QUE SE MANTEVE POR MAIS DE DOIS ANOS. AUMENTO 
DA PENA-BASE. MAIOR REPROVABILIDADE DA CONDUTA. 
POSSIBILIDADE. ESCOLHA DA FRAÇÃO DE MAJORAÇÃO 
DA PENA-BASE. EXAME DO CASO CONCRETO. 1. O crime 
de gestão fraudulenta é considerado delito habitual impróprio, 
em que uma só ação tem relevância para configurar o tipo, 
ainda que a sua reiteração não configure pluralidade de crimes. 
2. Assim, sendo incontroverso que as condutas da recorrida se 
estenderam por período superior a dois anos, mostra-se justa e 
adequada a valoração negativa de sua culpabilidade e, logo, a 
a majoração da sanção inicial. 3. No caso, embora a Corte de 
origem, ao estabelecer a fração de aumento da pena inicial, 
não tenha observado a orientação consolidada no âmbito do 
STJ no sentido de que a ponderação das circunstâncias 
judiciais do artigo 59 do Código Penal não é uma mera 
 
 
operação aritmética, adotando critério cuja natureza é 
puramente objetiva, não se verifica, à luz do caso concreto, a 
necessidade de imposição de uma fração de aumento superior 
àquela adotada na instância ordinária. 4. Agravo regimental a 
que se dá parcial provimento apenas para restabelecer a 
consideração negativa da culpabilidade da agravada, 
readequando-se a pena que lhe foi aplicada. Acórdão - Vistos, 
relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da 
Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade 
dos votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, 
dar parcial provimento ao agravo regimental, nos termos do 
voto do Sr. Ministro Relator" Os Srs. Ministros Gurgel de Faria, 
Newton Trisotto (Desembargador convocado do TJ/SC), 
Leopoldo de Arruda Raposo (Desembargador convocado do 
TJ/PE) e Felix Fischer votaram com o Sr. Ministro Relator. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6. REFERÊNCIAS 
CUNHA, Rogério Sanches, Manual de direito penal: parte geral, 4. ed. 
Salvador,Juspodivm, 2016. 
GONÇALVES, Victor Eduardo Rios, Direito Penal Esquematizado: parte 
especial, 1. ed. São Paulo, Saraiva, 2011. 
PRADO, Luiz Régis, Curso de Direito Penal Brasileiro: parte geral. 13. ed. 
São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014. 
CAPEZ, Fernando, Curso de Direito Penal: parte geral. 15. ed. São Paulo, 
Saraiva, 2011. 
JÚNIOR, Paulo José Costa, Curso de Direito Penal. 12. ed. São Paulo, 
Saraiva, 2010. 
MIRABETE. Julio Fabbrini; FABBRINI, Renato N., Manual de direito penal: 
volume 1, 30. ed. São Paulo: Atlas, 2014. 
MASSON, Cleber Rogério, Direito Penal Esquematizado: parte geral. volume 
1, 4. ed. Rio de Janeiro: Metodo, 2011.

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