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1 ELETRICIDADE AULA 6 TÉCNICAS DE RESOLUÇÃO DE CIRCUITOS Prof.: Jean Tel.: 8621-2857 WWW.escoladoeletrotecnico.com.br www.facebook.com/escoladoeletrotecnico curso.cpce@yahoo.com.br CURSO PREPARATÓRIO PARA CONCURSOS EM ELETROTÉCNICA – CPCE 2 6- TÉCNICAS DE RESOLUÇÃO DE CIRCUITOS 6.1 – Divisor de tensão Ele é aplicado em circuitos de uma malha onde os elementos passivos estão em série para calcular a QUEDA DE TENSÃO sobre um dos elementos em série a partir do valor da tensão aplicada sobre todos os elementos em série e dos seus valores em ohm. 1 321 1 .RRRR VVR 2 321 2 .RRRR VVR 3 321 3 .RRRR VVR Exemplo: Calcule a queda de tensão no resistor de 3 do circuito abaixo. Solução: VV 93.33. 14 423. 1031 42 3 ou 3 6.2 – Divisor de corrente Ele é aplicado em circuitos de duas malhas onde os elementos passivos estão em paralelo para calcular a CORRENTE em um dos elementos em paralelo a partir do valor da corrente total que alimenta os elementos em paralelo e dos seus valores em ohm. I RR RI R . 21 2 1 I RR RI R . 21 1 2 Exemplo: Calcule a corrente que flui pelo resistor de 10 e de 5 Solução: AIAI 1015. 15 1015. 510 10515. 15 515. 510 5 510 6.3 – Teorema de superposição: Ele é usado para calcular tensão ou corrente sobre um dado elemento quando o circuito tem duas ou mais fontes ativas. Neste caso, o problema é resolvido calculando a contribuição de cada fonte, por vez, (as demais fontes devem ser desativadas e podem ser desativada da seguinte forma: Fonte de tensão: chave fechada; Fonte de corrente: chave aberta.) A corrente ou a tensão procurada será a soma (a soma deve ser feita observando as polaridades das tensões e o sentido das correntes) das contribuições de cada uma das fontes. Obs: Tensão: => Soma = V1 - V2 OU V1 V2 V1 V2 4 => Soma = V1 + V2 Corrente: => Soma = I1 - I2 => Soma = I1 + I2 Exemplo 3: Calcule a corrente I3 no resistor R3 aplicando o teorema de superposição. Fig. 16 Solução: Contribuição da fonte de tensão V = 10 V: Fig. 17 Como a fonte de tensão enxerga R1 em série com R3 , logo ARR VIV 5,24 10 31 Contribuição da fonte de corrente de 1A: Fig. 18 I1 I2 I1 I2 5 Para calcular ICb pode-se aplicar a técnica do divisor de corrente, pois R1 e R3 estão em paralelo. A RR RICb 5,01.22 21. 31 1 Determinação da corrente I3 a partir da contribuição de cada fonte: Fig. 19 I3 = ICb – ICa = 0,5 – 2,5 = - 2 A O sinal negativo na corrente I3 indica que o sentido real do fluxo de corrente pelo resistor R3 é contrário ao indicado (sobe, em vez de descer, pois Ica é maior que Icb). Exercício de fixação: Usando a teoria da superposição calcule IR2 e diga se o sentido indicado de IR2 está correto. Resposta: - 4,5A Solução 6.4 – Leis de Kirchhoff 6.4.1 – Lei de Kirchhoff para tensão (LKT) 6 Essa lei é também conhecida como a lei das malhas e afirma que a soma das tensões (observando os sinais das tensões) em uma malha fechada é NULA. Obs.: O sentido das quedas de tensões é contrário a o da corrente, nos elementos passivos. A malha é qualquer caminho fechado de um circuito independentemente do caminho conter ou não fonte de tensão ou de corrente. A LKT pode ser aplicada tanto para CORRENTE CONTÍNUA como para CORRENTE ALTERNADA . Aplicando a LKT: V1 – VR1 – V2 –VR2 + V3 – VR3 = 0 A partir da equação da LKT acima, pode-se calcular o valor de uma das seis tensões se cinco delas foram conhecidas. Exemplo: Calcule a tensão V no circuito da figura abaixo. Solução: LKT: 15 – (1 . 1) – V – (1 . 2) + 8 – (1 . 5) = 0 15 – 1 – V – 2 + 8 – 5 = 0 - V = - 15 + 1 + 2 – 8 + 5 - V = - 15 V = 15 V 7 6.4.2 – Lei de Kirchhoff para corrente (LKC) Essa lei é também conhecida como a lei dos nós e afirma que a soma das correntes que entram em um nó é igual à soma das correntes que saem desse nó. Aplicando a LKC no nó A: I1 = I2 + I3 + I4 Aplicando a LKC no nó B: I3 + I4 = I5 Aplicando a LKC no nó C: I2 + I5 = I1 Exemplo: Calcule a corrente IR5 Solução: LKC no nó B: I3 + 3 = I5, para determinar I5, tem que calcular I3 primeiro. LKC no nó A: 10 = 3 + I3 + 5 => I3 = 10 -3 -5 = 2 A, logo, Nó B: 2 + 3 = I5, I5 = 5A 6.5 – Análise das tensões nodais Nesse método, é possível determinar o valor da tensão em algum nó ou fonte de tensão e correntes no circuito se foram conhecidos os valores dos elementos passivos do circuito e de algumas fontes de tensão. 8 Os nós B e T são nós principais (são nós que têm três ou mais conexões). O nó T é o nó de referência, pois é aterrado. VA é a tensão entre o nó A e a referência T VB é a tensão entre o nó B e o T VC é a tensão entre o nó C e o T A tensão entre os nós A e B, (VA-VB) é a queda de tensão sobre o resistor R1, VA-VB = VR1 A tensão entre os nós C e B, (VC-VB) é a queda de tensão sobre o resistor R2, VC-VB = VR2 A tensão entre os nós B e T, (VB-VT = VB, pois VT = 0 V) é a queda de tensão sobre o resistor R3 , VB = VR3 sendo assim, 33 3 3 22 2 2 11 1 1 R V R VI R VV R VI R VV R VI BRRBCRRBARR Os sentidos das correntes foram escolhidos arbitrariamente. Agora, pode-se escrever a Lei de Kirchhoff para corrente (LKC), em função das tensões e resistências, em qualquer nó desejado. Exemplo: Calcule as três correntes mostradas no circuito abaixo usando a analise das tensões nodais Solução: a) Determinação da tensão VB Aplicando a LKC no nó B: IR1 + IR2 = IR3 IR3 = IR1 + IR2 3R VB = 1R VV BA + 2R VV BC , onde VA= 58V, VC = 10 V 9 3 BV = 4 58 BV + 2 10 BV Multiplicando cada termo por 12, tem-se: 3 12 BVx = 4 )58(12 BVx + 2 )10(12 BVx BV.4 = )10.(6)58.(3 BB VV 4VB = 174 – 3VB + 60 – 6VB 13VB = 234 VB = 18 V b) Determinação das quedas de tensão VR1 = VA – VB = 58 – 18 = 40 V VR2 = VC – VB = 10 – 18 = - 8 V VR3 = VB = 18 V c) Determinação das correntes A R VI RR 104 40 1 1 1 A R VI RR 42 8 2 2 2 A R VI RR 63 18 3 3 3 Obs.: O sinal negativo da corrente IR2 é devido ao fato do sentido adotado para esta corrente (sentido para a esquerda) não é o correto (o certo seria o sentido para a direita). Exercício de fixação: Usando a teoria das tensões nodais calcule IR2 e diga se o sentido indicado de IR2 está correto. 10 Resposta: - 4,5A Dicas: Identifique nominalmente cada nó, por exemplo identifique o sentido da corrente entre os nós V1 e VB. escreva a equação da lei de Kirchhoff no nó VB e calcule o valor de VB. Atente-se para a polaridade de V2 em relação ao terra. Solução PETROBRAS – TÉCNICO DE MANUTENÇÃO I – ELÉTRICA 2005 CESGRANRIO De acordo com a lei das correntes de Kirchhoff, a soma das correntes que chegam a um determinado nó do circuito deve ser igual à soma das correntes que partem desse mesmo nó 11 Escreva a equação que resulta da aplicação dessa lei sobre o nó 2 (V2), no circuito ilustrado acima. Dicas: arbitrar o sentido da corrente que flui entre V1 e V2 e entre V2 e V3 escrever a equação da LKC no nó 2 em função de IL e IC, não precisa resolver essa equação. E- TRANSPETRO – ELETRICISTA ESPECIALIZADO JUN 2006 CESGRANRIO No circuito mostrado acima, sabendo-se que a tensão no nó A é de 12V, calcule a tensão da fonte E, em Volts. Resposta = 25,6V 6.6 – Teorema de Thévenin Atenção!!! Esta técnica de resolução de circuito é de suma importância, portanto, os alunos devem se empenhar ao máximo para apreendê-la. Ele permite reduzir um circuito de várias malhas (circ. Complexo, fig1), visto entre dois pontosquaisquer (a e b, por exemplo), em um circuito de apenas uma malha, fig2. Se quisermos determinar a corrente I no resistor de 6 da fig. 1, seu cálculo será mais fácil se usarmos o circuito equivalente de Thévenin. Para determinar o circuito equivalente de Thévenin, basta calcular a tensão de Thévenin (VTh) e a resistência de Thévenin (RTh). Fig.1: Circuito original Fig. 2: Circuito equivalente de Thévenin (várias malhas) (o circ. de várias malhas vira o de uma só malha) 6.6.1 – Regras para determinar VTh e RTh As regras serão apresentadas resolvendo o exemplo a seguir. Exemplo1: Calcule a corrente I no circuito abaixo. => 12 Fig. 3 Determinação de VTh Olhando para o circuito, observa-se que os pontos a e b devem estar sobre o resistor de 10 Fig. 4 1ª regra: O elemento, passivo ou ativo, entre a e b (se houver) deve ser retirado. Fig. 5 2ª regra: Nesta nova configuração, calcular a tensão entre a e b, e ela será a VTh (Vab = VTh) Fig. 6 Solução: A tensão entre a e b é a queda de tensão sobre o resistor de 40 (V40), a qual pode ser calculada aplicando a técnica do divisor de tensão, pois os dois resistores estão em série. VVVV abTh 2,4340.4010 54 40 VTh = 43,2 V Determinação de RTh 13 1ª regra: O elemento, passivo ou ativo, entre a e b (se houver) deve ser retirada. Fig. 7 2ª Regra: Todas as fontes independentes de tensão e de corrente devem ser desativadas Para desativar uma fonte de tensão: Coloque uma chave fechada no seu lugar. Para desativar uma fonte de corrente: Coloque uma chave aberta no seu lugar. Continuando na resolução do problema Fig. 8 3ª Regra: Calcule a Req vista por uma fonte de tensão imaginária inserida entre os nós a e b, Rab = RTh Aplicando esta regra, temos: Os dois resistores estão em paralelo. 8 4010 4010xRR Thab RTh = 8 14 Circuito equivalente de Thévenin encontrado: Fig. 9 A R V I Th Th 4,2 108 2,43 10 (Que facilidade, ném ????) Faz de tudo para apreender esta técnica pois é de grande uso. Obs.: Toda fonte de tensão real é um circuito equivalente de Thevenin. Exercício de fixação: Usando a teoria Thevenin calcule IR2 e diga se o sentido indicado de IR2 está correto. Resposta: - 4,5 A Dicas: 15 Para calcular a tensão de Thevenin, calcule o potencia nos pontos a e b, depois, VTH = Va - Vb Observe que para calcular o potencial do ponto a, temos dois caminhos sendo que um dos dois é inviável para o calculo de Va por conter variável desconhecida. Para calcular Vb, preste atenção na polaridade de V2 em relação ao terra. Solução 6.7 – Teorema de Norton Ele permite reduzir um circuito de várias malhas (circ. Complexo, fig1), visto entre dois pontos quaisquer a e b, por exemplo, em um circuito de duas malhas, fig10. Onde, IN é a corrente de Norton e RN a resistência de Norton. A corrente entre os pontos a e b poderá ser calculada aplicando a técnica de divisor de corrente. Fig. 10: Circuito equivalente de Norton do circ. da fig.1 Obs.: Existe uma relação entre o teorema de Thévenin e o de Norton. Conhecendo um, conhece o outro. Toda fonte real de corrente é um circuito equivalente de Norton 16 6.8- Relação entre Thevenin e Norton. Fig. 11: Modelo de Thévenin Fig. 12: Modelo de Norton Obs: A corrente de Norton (IN) é também conhecida como CORRENTE DE CURTO-CIRCUITO (Icc ou Isc), pois pode ser determinada colocando os terminais a e b em curto e a corrente de curto entre a e b, nessa condição de curto, será a de Norton (IN). Resolvendo o circuito da fig. 4 pelo teorema de Norton: Exemplo 2: Calcule a corrente sobre o resistor de 10 no circuito abaixo. Fig. 13 Solução: Usando os valor de RTh e de VTh obtidos anteriormente (no item 6.6.1), temos: RN = RTh = 8 IN = VTh/RTh = 43,2/8 = 5,4 A, ou se quisermos obter IN através do calculo da corrente de curto- circuito, temos: Fig. 14 ICC = IN = 54/10 = 5,4 A 17 Fig. 15 Aplicando o divisor de corrente: AIR R I N N N 4,24,5. 108 8. 10 6.9 – Teorema de Millman: Duas ou mais fontes de tensão iguais em paralelo podem ser substituídas por uma única fonte como mostra o exemplo abaixo Para calcular os valores de Req e Veq, vamos transformar as fontes reais de tensão em fontes reais de corrente Reorganizando o circuito 18 TeqeqeqT IRVRRRRRR RRRRRRR R V R V R VIIII . .. ..//// 133221 321 321 3 3 2 2 1 1 321 Exercício de fixação : Calcule a potência dissipada na carga do circuito abaixo. Resposta: 1,7 W Solução: 6.10 – Teorema da substituição: Esse teorema afirma que um ramo contido entre dois pontos a e b com tensão contínua V e percorrido por uma corrente I pode ser substituído por um outro qualquer que tenha a mesma tensão V e percorrido por uma corrente de mesmo valor I. Veja o exemplo a seguir. 19 O ramo 3 pode ser substituído por qualquer um dos ramos 3a, 3b e 3c. Esse teorema não pode ser aplicado a circuitos com duas ou mais fontes que não esteja em série ou em paralelo. Para ser aplicado, é necessário conhecer previamente através de um dos métodos vistos anteriormente o valor da tensão V ou da corrente I, veja o exemplo a seguir. Substituição da tensão V 20 Substituição da corrente I 6.11 – Transferência máxima de potência: Uma fonte real (que tem uma resistência interna Rint diferente de zero) só fornecerá a potência máxima a uma carga resistiva R conectada a ela através dos terminais a e b, se R = Rint. Quando a impedância interna é puramente resistiva, Zint = Rint Observação: Toda fonte real (Rint diferente de zero) pode ser representada pelo modelo equivalente de Thevenin. Em um dado circuito, a fonte ou as fontes só fornecerão a máxima potência à carga R, se Rcarga = RTh do circ. equivalente de Thevenin do circ. original. O valor dessa potência máxima transferida para a carga pode ser calculado pela fórmula a seguir: ac ab ac ac Th ac R VIR R VP arg 2 2 arg arg 2 arg *.4 21 Exemplo 1: Calcule o valor do resistor R do circuito a seguir para que a fonte transfira a máxima potência possível à carga R e calcule o valor dessa potência. Solução: Com auxílio do exemplo 1, sabemos que o circuito equivalente de Thévenin do circ. acima entre os pontos a e b produz uma tensão VTh = 43,2 V e RTh = 8 Para que a fonte de tensão forneça a potência máxima ao resistor R, R deve ser igual a RTh, ou seja R = 8. Neste caso, a potência em questão será obtida da seguinte forma: WIRPA RR V I máx Th Th 32,58)7,2.(8.7,2 88 2,43 22 Quando a impedância interna da fonte é indutiva, Zint = Rint + jXint Circuito original Circuito equivalente de Thevenin da fonte Obs: Neste caso, em particular, o circuito original já é um circuito equivalente de Thevenin. Como toda fonte real (Rint diferente de zero) pode ser representada pelo modelo equivalente de Thevenin, como mostrado acima, então, V = VTh e Zint = ZTh. Neste caso, para que haja a máxima transferência de potência da fonte para a carga, é necessário que a impedância da carga seja igual ao conjugado da impedância de Thevenin do circuito equivalente. 22 Zcarga = Z*Th Rcarga + j Xcarga = RTh + j X*Th Rcarga = RTh Xcarga = X*Th = - XTh Isto é, se ZTh = RTh + jXTh Z*Th = RTh – jXTh Z*Th é o conjugado de ZTh Em outras palavras, se ZTh for uma impedância indutiva, Z*Th será uma impedância capacitiva, vice versa. A idéia principal é determinar o valor de Xcarga de modo a zerar o reativo total do circuito (forçar uma ressonância série) e de Rcarga de modo a ser igual a RTh Exemplo: Aproveitando o circuito original acima, se V = 100V, Rint = 5Ω e Xint = 8Ω, qual deveser o valor de Zcarga para que haja a máxima transferência de potência da fonte para a carga? E calcule o valor dessa potência. Solução: Zint = Zth = 5 + j8Ω, logo, para que haja a máxima transferência de potência para a carga, Zcarga = 5 – j 8Ω Pcarga = Rcarga.I2 I = A1055 100 , logo Pcarga = 5. 102 = 500 W ou WP ac 5005.4 1002 arg 23 Quando a impedância interna é capacitiva, Zint = Rint - jXint Usar o mesmo raciocínio do caso anterior. Exercício de fixação 1: Se V = 100V, Zint =5 - j8 Ω, qual deve ser o valor de Zcarga para que haja a máxima transferência de potência da fonte para a carga? E calcule o valor dessa potência Solução: Exercício de fixação 2: Calcule a máxima potência que as três fontes podem fornecer para R2. Resposta: 40,5 W Dicas: Usar Thevenin. Solução: 24 RESUMO 1º caso: Zint resistiva => Zcarga resistiva 2º caso: Zint indutiva => Zcarga capacitiva 3º caso: Zint capacitiva => Zcarga indutiva Observe que os dois primeiros casos consistem em provocar uma ressonância série para que haja a máxima transferência de potência
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