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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA DE AGRONOMIA DEPARTAMENTO DE FITOTECNIA APOSTILA DE BOTÃNICA SISTEMÁTICA Iº FASCÍCULO: GINOSPERMAS E MONOCOTILEDÔNEAS Eng° Agr° ANTÔNIO JOSÉ DA CONCEIÇÃO Prof. Titular do Dep. de Fitotecnia Cruz das Almas – Bahia 1986 UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA DE AGRONOMIA DEPARTAMENTO DE FITOTECNIA APOSTILA DE BOTÂNICA SISTEMÁTICA Iº FASCÍCULO: GINOSPERMAS E MONOCOTILEDÔNEAS Antônio José da Conceição Prof. Titular do Depatº de Fitotecnia Cruz das Almas Bahia 1986 ÍNDICE Apresentação....................................................................................................................................iv-v Introdução.............................................................................................................................................1 1. SISTEMÁTICA................................................................................................................................2 1.1 – Unidades Taxionômicas...............................................................................................................2 1.2 – Regras de Nomenclatura..........................................................................................................2-4 2. SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO................................................................................................4 2.1 – Histórico dos Sistemas de Classificação.....................................................................................5 2.1.1 – Período I: Classificações baseadas no “hábitos” das plantas..................................................5 2.1.2 – Período II: Sistemas Artificiais baseados em caracteres numéricos........................................6 2.1.3 – Período III: Sistemas baseados na formação de relação entre plantas.................................6-8 2.1.4 – Período IV: Sistemas baseados em Filogenia...................................................................8-11 2.1.5 – Desenvolvimento da Botânica no Brasil................................................................................12 3. FANERÓGAMAS OU ESPERMATÓTIFAS................................................................................13 3.1 – Caracteres florais das Angiospermas...................................................................................13-15 3.2 – Diferença entre Gimnospermas e Angiospermas.....................................................................16 3.3 – Diferenças entre Monocotiledônea e Dicotiledôneas................................................................17 4. GIMINOSPERMAS.......................................................................................................................18 4.1 – Sub-divisão Coniferophytina....................................................................................................18 4.1.1 – Classe Ginkgoatae..................................................................................................................18 4.1.2 – Classe Pinatae.........................................................................................................................18 4.1.2.1 - - Ordem Pinales....................................................................................................................18 4.1.2.1.1 – Família Araucariaceae......................................................................................................18 4.1.2.1.2 – Família Pinaceae...............................................................................................................19 4.1.2.1.3- Família Taxodiaceae.....................................................................................................19-20 4.1.2.1.4 – Família Cupressaceae.......................................................................................................20 4.1.2.1.5 – Família Podocarpaceae.....................................................................................................20 4.2 – Sub-divisão Cycadophytina.......................................................................................................20 4.2.2 – Classe Gnetatae......................................................................................................................21 4.2.2.1 – Ordem Gnetales...................................................................................................................21 4.2.2.1.1 – Família Gnetaceae............................................................................................................21 4.2.2.2.2 – Ordem Ephedrales............................................................................................................21 5. ANGIOSPERMAS – Monocotiledôneas e Dicotiledôneas..........................................................21 5.1 – MONOCOTILEDONEA (CLASSE LILIATAE )..............................................................21-22 5.1.1 – Sub – classe Liliadae..............................................................................................................22 5.1.1.1 – Ordem Liliales ( Liliiflorso )...............................................................................................22 5.1.1.1.1 – Família Liliaceae.........................................................................................................22-24 5.1.1.1.2 – Família Agavaceae….................................................................................................25- 27 5.1.1.1.3 – Família Amaryllidaceae..............................................................................................27-28 5.1.1.1.4 – Família Iridaceae..............................................................................................................28 5.1.1.1.5 – Família Dioscoreaceae................................................................................................28-29 5.1.1.1.6 – Família Pontederiaceae...............................................................................................29-30 5.1.1.1.7 – Família Velloziaceae...................................................................................................30-34 5.1.1.2 – Ordem Orchidales...............................................................................................................30 5.1.1.2.1 – Família Orchidaceae...................................................................................................30-34 5.1.1.3 – Ordem Bromeliales..............................................................................................................34 5.1.1.3.1 – Família Bromeliaceae..................................................................................................34-35 5.1.1.4 – Ordem Zingiberales ( Scitaminae )......................................................................................36 5.1.1.4.1 – Família Musaceae........................................................................................................36-38 5.1.1.4.2 – Família Zingiberaceae.................................................................................................38-39 5.1.1.4.3 – Família Cannaceae............................................................................................................39 5.1.1.4.4 – Família Maranthaceae.................................................................................................39-40 5.1.1.5 – Ordem Pandanales...............................................................................................................405.1.1.5.1 – Família Pandanaceae........................................................................................................40 5.1.1.5.2 – Família Typhaceae.......................................................................................................40-41 5.1.1.6 – Ordem Cyparales.................................................................................................................41 5.1.1.6.1 – Família Cyperaceae.....................................................................................................41-42 5.1.1.7 – Ordem Commelinales..........................................................................................................42 5.1.1.7.1 – Família Comelinaceae.................................................................................................42-43 5.1.1.8 – Ordem Poales (Glumiflorae ).............................................................................................43 4.2.1 – Classe Cycadatae....................................................................................................................20 4.2.1.1 – Família Zamiaceae...............................................................................................................20 4.2.1.2 – Família Cycadaceae.............................................................................................................21 5.1.1.8.1 – Família Poaceae ( Graminae ).....................................................................................43-59 5.1.2 – Sub-classe Arecidae................................................................................................................60 5.1.2.1 – Ordem Aracales (Pincipes)................................................................................................60 5.1.2.1.1 – Família Aracaceae (Palmae)........................................................................................60-68 5.1.2.2 – Ordem Arales (Spatiflorae)................................................................................................69 5.1.2.2.1 – Família Araceae...........................................................................................................69-71 6. Chave para identificação de famílias de Ginospermas...................................................................72 7. Chave para identificação de famílias de Monocotiledôneas.....................................................73-76 8. Glossário...................................................................................................................................77-88 9. Agradecimentos..............................................................................................................................88 10. Bibliografia...................................................................................................................................89 APRESENTAÇÃO Existem, no Brasil, duas correntes nitidamente opostas, de opiniões, sobre a convivência do uso das apostilas nas Escolas. Uns as consideram o elemento de contenção do preparo do estudante, bitolando-o em face de novas fontes de informação que poderiam ou deveriam ser consultadas. Outros, pelo contrário, encaram-nas como importante fonte bibliográfica, adrede preparada e devidamente atualizada, podendo servi de livro texto nas unidades universitárias, onde o material bibliográfico é escasso ou não existe o suficiente na língua vernácula, como séria de desejar. Preferimos não entrar na discussão do assunto. Apostila ou apostilha seriam o mesmo, no dizer de Cândido de Figueiredo. O ilustre professor de língua portuguesa da Universidade de São Paulo, Luiz Antônio Saccori considera formas variantes – Apostila ou apostilha ou postilha, considerando-as sinônimas e sorretas. No entanto, o nosso Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, na A2ª. Edição do “pequeno Dicionário Brasileiro de Língua Portuguesa” - 1977, portanto atualíssimo, distingue: “apostila- adição ou anotação a um escrito”. -”Apostilha – pontos ou materiais de aulas publicadas em avulsos para uso de alunos”. São cousas de Linguísticas que nem por sonho nos cabe analisar. Vale a pena o registro. Cabe-nos apreciar, no entanto, as “APOSTILAS DE BOTÂNICA SISTEMÁTICA I FASCÍCULO: Gimnospermas e Monocotiledôneas”, do Prof. Antônio José da Conceição, conceituado mestre, Prof. Do Departamento de Fitotecnia da Escola de Agronomia da UFBA, autor de obra de vulto: “A MANDIOCA”. O conteúdo do presente trabalho parece-nos excelente, porque, além de fazer considerações sobre “SISTEMÁTICA”, “UNIDADES TAXIONÔMICAS E REGRAS DE NOMENCLATURA”, aborda os SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO e seus históricos, dos de Theophrastus (370 a.C) que classificou os vegetais em árvores, arbustos, sub-arbustos e ervas – termos até Rolf. Dahlgren (1975) que apresentou Sistema, baseado em um sem número de caracteres químicos, embriológicos, anatômicos, citológicos, etc.... dentro das famílias botânicas. Faz referência ao “DESENVOLVIMENTO DA BOTÂNICA NO BRASIL”, citando, como botânicos brasileiros, Frei José Mariano da Conceição Veloso, com sua monumental obra em 11 volumes sobre “Flora Fluminense”, João Barbosa Rodrigues com seus “Certum Plantarum Brasilianum” e “Iconografia de Orquídeas”, Manoel Pio Correia com “Dicionário das Plantas úteis do Brasil e das Exóticas cultivadas”, sem esquecer eminentes botânicos de porte internacional, como Alexandre Humbolnt, Von Martins e outros. No capítulo “FANEROGRAMAS OU ESPERMATOFITAS” distingue os caracteres que qualificam as Gimnospermas e as Angiospermas e mostra as diferenças entre Monocotiledôneas e os Dicotiledôneas. Enfoca a família ARAUCARIACEAE, tendo como principal espécie a Araucária brasiliensis, hoje Araucári angustifolia – Pinheiro-do-Paraná – lamentavelmente em vias de extinção, como pude verificar no Estado que lhe dera o nome. Discorre habilmente sobre MONOCOTILEDÔNEAS, enfatizando Subclasses, Ordens e Famílias e se detém na Família GRAMINEAE, hoje POACEAE, dando-lhe a importância econômica que tem merecido por todo esse mundo afora. Fala das palmeiras, Família ARECACEAE, antiga PALMACEAE, de que o Brasil é tão rico. E é tão rico o Brasil em palmáceas que, por isso, é chamado, pelas gentes ando-peruanas e pampianas, de Pindorama, o que quer dizer: “País das palmeiras”. Não esqueceu o mestre de anexar uma “CHAVE PARA IDENTIFICAÇÃO DE FAMÍLIAS DE “GIMNOSPERMAS” e uma “CHAVE PARA IDENTIFICAÇÃO DE FAMÍLIAS MONOCOTILEDONEAS”, além de um “GLOSSÁRIO” que esclarecerá ao estudante os termos de significação mais obscura. O presente trabalho do Prof. Conceição – aluno que foi do eminente Professor Geraldo Carlos Pereira Pinto, nos idos de 1945/46, com alguns complementos, poderá servir de livro texto àqueles que pretendem estudar Botânica Sistemática na língua prática, sem as dúvidas ou percalços que ocorrem em casos semelhantes, pois, a experiências do Mestre é uma das marcas do Autor. Considero-o excelente. Cruz das Almas, julho de 1981 Zinaldo Figueirôa de Sena Prof. Titular do Dept° de Engenharia Agrícola INTRODUÇÃO Temos a grata satisfação de oferecer aos estudantes de Agronomia e aos de outras Escolas, as presentes APOSTILAS DE BOTÂNICA SISTEMÁTICA – I º FASCÍCULO: GIMNOSPERMAS E MONOCOTILEDÔNEAS – augurando colaborar com o ensino de tão importante disciplina para a sua formação universitária. Procuramos desenvolver o conteúdo desde modesto trabalho em linguagem acessível e atraente,visando motivar o estudante a ter na Botânica Sistemática um alicerce para outras disciplinas curriculares e mesmo para ser um especialista no futuro. Consideramos Classes, Ordens e Famílias com base na terminologia atual, reportando-nos a antiga – à títulos de compatibilização – consultando autores nacionais, o que, por certo, facilitará a aprendizagem. Um outro nosso intuito, foi facultar o estudante não ter a preocupação de tomar apontamentos em aula, fato que, indutivamente, desvia sua atenção, ficando agora à sua disposição apontamentos corrigidos pelo professor, que satisfazem o conteúdo programático da Disciplina da EAUFBA. Focalizamos os assuntos levando em consideração, sobretudo, as espécies de maior interesse para o Nordeste e a sua importância econômica, sob múltiplos aspectos. O Autor, na oportunidade em que lança este fascículo, pede escusas à todos aqueles que dele fizerem uso – pelas falhas encontradas, aceita sugestões para melhorar futuras edições, ao tempo em que compromete-se lanças, em breve, o fascículo sobre Dicotiledôneas. Cruz das Almas, julho de 1981 Antônio José da Conceição Prof. Titular do Deptº de Fitotecnia. APOSTILHA DE BOTÂNICA SISTEMATICA – I° FASCÍCULO Antônio José da Conceição* 1. SISTEMÁTICA É a ciência ou parte da Botânica, que estuda a classificação, a identificação e a nomenclatura das plantas. Há aqueles que preferem o termo Taxonomia, palavra derivada do grego – taxis e nomos – significado “dispor segundo uma lei” ou “um princípio” (Joly, 1977). Gantchújnicov (1967) define Taxonomia como “parte da Botânica que se ocupa com o conhecimento de indivíduos, seu agrupamento em respectivas unidades e nomenclaturação desta”. Tais unidades ou categorias taxonômicas são denominadas TAXON (pl. TAXA ou TAXONS). Essa autora sugere que Sistemática seja o estudo filogenético da hierarquia dos taxa, na base de semelhança (parentesco) e diferença entre organismos vivos. BARROSO (1978) considera Taxonomia como a ciência que elabora as leis da classificação, enquanto a Sistemática cuida das classificação dos seres vivos, ciência baseada, fundamentalmente, na morfologia, compreendendo a identificação, a nomenclatura e a classificação. 1.1 – UNIDADES TAXONÔMICAS A unidade básica é a espécie: “um agrupamento de gerações procedente de um ancestral comum, que no decorrer da seleção natural, sob a influência do ambiente e luta pela existência, adquiriu características que o diferenciam de todos os outros seres viventes” (KOMAROV). O conjunto de espécies constitui o GÊNERO; gêneros afins se reúnem em FAMÍLIAS, famílias em ORDENS; ordens em CLASSES; Classes em SUBDIVISÕES; Subdivisões em DIVISÕES; divisões em REINOS. Há ainda categorias intermediárias como subfamília, subclasse, tribo, série, variedade, etc. 1.2 – REGRAS DE NOMENCLATURA O Reino Vegetal compreende Divisões, táxon este que varia nos diferentes sistemas de classificação. A Divisão Spermatophyta, a que interessa ao curso, se caracteriza pela predominância da geração esporofítica. A reprodução das plantas subordinadas a essa divisão está confiada à estruturas denominadas sementes. As regras do Código Internacional de Nomenclatura Botânica estabelecem que uma (*) Prof. Titular do Departamento de Fitotecnia da EAUFBA categoria de plantas pode subdividir-se em categorias intermediárias e hierarquia mais baixa, acrescentando-se ao seu nome o prefixo sub, para designá-las. Assim, a divisão Sparmatophyta tem duas Subdivisões: Angiospermar (Magnoliophytina) e Gimnospermae. Os nomes aplicados a todas as categorias taxionômicas (táxons) são latinos. A terminação para o nome classe é ae (Dicotyledoneae) ou atae (Magnoliatae). Cada classe se divide em Sub-classe, com a terminação idae (Rosidae). As sub-classes constituem Ordens, com a terminação em ales (Fabales, Glumiflorales). Há exceção como Tubiflorae, Labiatae, Controtae, etc. Modernamente, adota-se o nome de um dos gêneros mais representativos com a terminação em ales. Uma ordem engloba uma ou mais famílias, com a terminação em aceae (Moraceae, Solanaceae). A família pode ser subdividida em Subfamília, com a terminação em oideae (Panicoideae). A família ou a subfamília pode se subdividir em tribos, com a terminação em eae (Melinidaea, Cloradeae). O nome científico da espécie é escrito com duas palavras (Nomenclatura Binomial de Lineu): A primeira representa o gênero e a segunda a espécie. O nome genérico é um substantivo ou latinizado e escrito com letra inicial maiúscula (Zea). O nome de espécie é escrito com letras inicial minúscula (Zea mays). O nome específico deve ser acompanhado do nome do gênero, isto é: Zea mays e não dizer-se ou escrever-se: O milho é do gênero Zea e pertence à espécie mays. É, portanto, permitido mencionar-se o gênero e nunca a espécie sem gênero. O nome de uma espécie não seria completo sem a abreviação do nome do autor que identificou a espécie pela primeira vez. Muitas espécies foram identificadas por Lineu. Assim, após o nome Binário, aparece L maiúsculo seguido de ponto, por exemplo: Zea mays L. = milho. Quando são dois os autores da espécie, indicam-se os nomes ou as abreviaturas dos dois, por exemplo: Cuphea balsamona Cham. et Schlechtd. Quando uma espécie foi identificada por um autor após um outro, o nome do primeiro é posto entre parêntese e o do segundo, em seguida, por exemplo: Ipomoes batatas ((L.) Lam.). EXEMPLO Milho duro Reino Vegetalia Divisão Spermatophyta Subdivisão Angiospermae (Magnoliophytina) Classe Monocotyledonae (Liliatae) Ordem Glumiflorales (Glimifloraes) (Poales) Família Graminae (Graminaceae) (Poeceae) Subfamília Panicoideae Tribo Maydeae Gênero Zea Espécie Zea mays Variedade Z. mays L. var. indurata 2. SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO Compreende três tipos principais: o artificial, o natural e o filogenético O Sistema Artificial se baseava num único caráter da planta. O Sistema artificial clássico é o chamado sistema sexual de Lineu, fundamentado no número e disposição dos estames. Neste sistema, plantas inteiramente diferentes eram ordenadas na mesma classe, só porque apresentavam o mesmo número de estames. Podia acontecer que espécies do mesmo gênero, com número diferente de estames, fosse enquadradas em classes diferentes. O Sistema Natural está baseado na afinidade natural das plantas. Essas afinidades não podem depender de uma só característica, mas de toda a organização do vegetal, de tal modo que cada planta fique situada ao lado da que com elas se pareça. O primeiro sistema natural foi o de Jussieu. Ele procurou ordenar as plantas levando em consideração o número de cotilédones, a estrutura da semente e uma soma de caracteres vegetativos. O Sistema Filogenético está baseado na variabilidade das espécies; cuida de suas relações genéticas, levando, em consideração tanto os vegetais atuais, como os da outra eras geológicas. Em suma, ele se firma na teoria da evolução. 2.1 HISTÓRICO DOS SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO Os Sistemas de classificação comportam quatro períodos, descritos resumidamente a seguir. 2.1.1 Período I. Classificação baseadas no “habitus” das plantas Theophratus (370 a.C) Classificou os vegetais como árvores, arbustos, subarbustos e ervas (anuais, bianuais e perenes), e nos tipos de inflorescências (centrípetas ou indefinidas). Reconheceu diferenças na posição do ovário das flores e nas corolas polipétalas e gamopétalas.Em sua História Plantarum classificou e descreveu cerca de 500 plantas e deu informações sobre suas aplicações medicinais e supostas virtudes. Albertus Magnus (1193-1280) é considerado o primeiro a reconhecer as diferenças entre dicotiledôneas e monocotiledôneas, com base na estrutura do caule. Otto Brunfels (1464-1534) foi um dos primeiros herbaristas a descrever e ilustrar plantas conhecidas na época, com o intuito de reconhecer as propriedades medicinais das espécies, contribuindo assim para a difusão da fase descritiva de vegetais. Andrea Cesalpino (1519-1603) é considerado o primeiro taxionomista vegetal, por seu importante trabalho De plantis, publicado em 1583. A creditava que as folhas se tivessem formado com a finalidade de proteger as gemas, flores e frutos; negou a existência de sexo nas flores; classificou as plantas primeiro na base do hábito e nos tipos de frutos e sementes; depois reconheceu e usou as características da posição do ovário e do número de lóculos, da ausência ou presença de bulbos e de sucos aquosos ou leitosos. Ainda são desse período Jean Bauhin (1541-1631), lembrado como o primeiro botânico a distinguir categorias de gênero e espécie. A primeira nomenclatura binominal fora usada por ele, há cem anos antes de Lineu. John Ray (1628-1705) foi o primeiro a reconhecer a importância do embrião em Sistemática e a presença de 1-2 cotilédoneas nas sementes. Joseph Pitton de Tournefort (1656-1708). Seu sistema de classificação, baseado na forma das corolas, e artificial e inferior as de Ray. Foi um dos primeiros a dar uma definição à categoria de gênero. Muitos dos nomes genéricos por eles criados são usados ainda hoje, como, por exemplo, Salix, Populos, Betua, Lathyrus, Acer, Verbena etc. 2.1.2 Período II. Sistemas artificiais baseados em caracteres numéricos Carolus Linnaeus ou Carl Linné (Lineu) (1707-1778). Considerado o pai da taxionomia vegetal e zoológica, foi o sistema mais extraordinário de todos os tempos. Em 1730 publicou Hortus Uplandicus que constava de uma lista de nomes de plantas do Jardim Botânico de Upsala, ordenadas de acordo com o sistema de classificação de Tournerfort. Em 1737 publicava seu Systema Nature, um trabalho que dava as bases para a classificação de vegetais, animais e minerais. Depois publicou Genera Plantarum e a Flora Lapponica. Mas, foi Species Plantarum seu trabalho que serviu de ponto de partida para o sistema de classificação binomial. O sistema de classificação de Lineu consta de 24 classes, distintas pelo número de estames e pela sua posição na flor. As classes são divididas em ordens, baseadas no número de estiletes do ovário. Visto que o Sistema de Claddificação de Lineu fundamenta-se em características do androceu e do gineceu, é chamado, também, Sistema Sexual. 2.1.3 Período III. Sistemas baseados na forma de relação entre plantas Na metade do século XVIII, grande número de excursionistas, procedentes de todos os Continentes, retornaram aos grandes centros botânicos da Europa, trazendo um grande número de plantas vivas, sementes e coleções herbarizadas, sendo que parte delas, constituídas de espécies novas para a Ciência e que tinham de ser classificadas. Surgiram ai pelos fins do século XVIII mudanças revolucionárias nos sistemas de classificação de classificação de plantas. Os novos sistemas foram chamados de naturais; as plantas eram organizadas em grupos afins, pela existência de caracteres comuns. Dentre os sistemas de classificação destacam-se os seguintes: Michel Adanson (1727-1806). Publicou Histoire Naturalle du Senegal, substituindo as artificiais pelo sistema natural, e, a descrição de taxa, mais ou menos equivalentes à atuais ordens e famílias, contidas no seu trabalho Families des Plantes, publicado em 2 volumes. Jean B. A. P. M. de Lamarck (1744-1829). Conhecido por sua Flora Françoise, escrita sob a forma de uma chave artificial, para ajudar a identificação de plantas na França. Na introdução de seu trabalho, expôs os princípios de seu conceito de uma classificação natural. Lamarck é conhecido por sua teoria de que “modificações ambientais provocam modificações na estrutura do órgão, e que essas modificações têm caráter hereditário”. De Jussieu: Antoine (1686-1776), Bernard (1699-1776) e Joseph (1704-1799). Filhos de Lião (Fr), eram botânicos. O mais novo veio para a América do Sul. Em 1759, Bernanrd e Jussueu, reorganizou os Jardins do Trianon, arrumando as plantas de acordo com o sistema idealizado, mais ou menos, por ele, mas que se assemelhava muito ao de Lineu. Pela primeira vez, porém, as plantas foram reunidas num sistema que não tinha o conceito aristotélico de hábito, nem era tão artificial quanto o de Lineu. Jussieu dividiu as plantas de flores em monocotiledôneas e dicotiledôneas e resultou, as posições do ovário, a presença e ausência de pétalas e a concrescência delas. Em 1764, publicou sua Exposition d’um Nouvel Ordre de Plantas, na qual propôs a classificação das plantas em acotiledôneas, monocotiledôneas e dicotiledôneas, subdividindo o ultimo grupo em cinco outros, na base dos caracteres de corola, chamando-os de apetalae, petalae, monopetalae, polipetalae e dicline. Foi no sistema de Jussieu que apareceram os termos hipógino, epígino, e perígino, que persistiu até nossos dias. Jusseeu foi o fundador do Museu de História Naturalle de Paris. De Candolle. Três gerações de Candolle contribuíram para o progresso das Sistemática Vegetal. O primeiro deles, Augustin Pyrame de Candolle (1778-1841), nasceu na Suiça e recebeu seu treinamento em Paris. Públicou sua importante Théorie Elementaire, na qual acentuou que anatomia, e não fisiologia, deveria ser a base da classificação de plantas. Nos últimos anos de sua vida publicou sal monumental obra Prodromus Systematicis Naturalis Regni Vegetabilis. No período de 1825-1845, cerca de 24 sistemas de classificação foram propostos, e que representavam, apenas, modificações dos já apresentados. Entre eles ressaltam-se os que se seguem: Stephan Ladislau Endlicher (1804-1849). Dividiu o Reino Vegetal em Talófitos e Cormófitos. Seu sistema foi amplamente usado na Europa, mas não adotado nem por ingleses, nem por americanos. Esse sistema faz parte de seu Genera Plantarum (1836-1840) e nele são tratados 6,835 gêneros de plantas. Adolphe Theodore Brongniart (1801-1876). Botânico francês que dividiu o Reino Vegetal em Phanerogamae e Crypnogamae. Johan Lindley (1799-1865). Propôs um sistema com estruturas mais firmes que os de seus antecessores, mas não foi uma revisão importante. Publicou muitas Obras, sobretudo com respeito às Orquidáceas. George Bentham (1800-1884). Um inglês de independência econômica que se dedicou à Sistemática. Antes da publicação de Genera Plantarum, tendo Hooker como colaborador, Bentham publicou várias monografias de diversas famílias e foi autor da Flora da Austrália, publicada em sete volumes. Sir Joseph Dalton Hooker (1817-1911). Foi mais explorador e fitogeográfico que Bentham e devotou grande parte de seu tempo à administração do Royal Botanic Gardens, em Kew. O sistema de classificação de Bentham e Hooker foi baseado, diretamente, no de A. de Candolle, sendo dotado de descrições mais completas. O sistema não apresentava um esquema filogenético, pois os botânicos da época firmavam-se no dogma da imutabilidade e da constância da matéria. Depois da publicação das teorias da evolução e origem das espécies de Darwin, Bentham e Hooker reformularam seu sistema de classificação. Foi a publicação das teorias de Wallace e Darwin que fecharam esse período na história dos sistemas de classificação. 2.1.4 Período IV. Sistemas baseadosem Filogenia A difusão rápida e a pronta aceitação das teorias de Darwin, demonstraram a insatisfação que existia entre os pesquisadores a respeito dos diversos sistemas de classificação. A maioria dos sistemas desses quatro período basea-se na Teorias da Evolução das Espécies, tendo a classificar plantas partindo do simples para o complexo, reconhecendo, porém, que há condições simples que representam reduções de condições ancestrais mais complexas. A maioria desses sistemas tem-se empenhado em estabelecer as relações genéticas entre plantas. Pelo fato de que muitos sistemas tem sido propostos e que um verdadeiro sistema filogenético ainda não apareceu, fica patente que a filogenia de plantas vasculares está ainda nos seus primeiros estágios. Entre os sistemas filogenéticos mais conhecidos, citam-se os seguintes: August Wilhelm Eichler (1839-1887). Propôs, em 1875, o esboço do primeiro sistema baseado em relação genéticas entre as plantas. Não foi um sistema filogenético no sentido moderno, mas Eichler aceitou o conceito de evolução. Dividiu o Reino Vegetal em Phanerogamae e Cryptogame; tratou as algas separadamente dos fungos, dividindo-as em quatro grupos distintos (Cyanophyceae, Chlorophyceae, Pheophyceae e Rhodophyceae) separou as Bryophyta em Musgos e Hepáticas, os Pteridophita em Equissetinae, Lycopodinas e Felicinae, e as Phanerogamae em Angiospermae e Gimnospermae. Adolph Engler (1844-1930). Publicou, em 1892, como parte de uma quia do Jardim Botânico de Breslau, uma classificação baseada na de Eichler, da qual diferiu, porém, mais em detalhes de nomenclatura das categorias maiores que na filosofia básica ou nos conceitos fundamentais. O sistema de classificação de Engler subdivide as Angiospermas em duas classes, baseando-se no embrião dicotoledônar ou monocotiledônar, na persistência da raiz principal, na nervação das folhas, na presença ou ausência de bainha foliar e no número de segmentos do cálice e da corola. Na edição do Syllabus (ultima) as Monocotiledôneas são tratadas depois das Dicotiledôneas. Engler dividiu as Dicotiledôneas em duas subclasses: Archychlamideae e Sympetalae. À primeira subclasse subordinou todas as Dicotiledôneas de perigônio monoclamídio ou diclamídio, de pétalas livres entre si; também considerou, na subclasse, as espécies apétalas, em consequência de uma redução. Na segunda subclasse – Sympetalae – englobou as espécies que têm perianto heteroclamídio. Uma razão para a ampla aceitação do sistema de Engler foi que ele o aplicou as plantas, em geral, no seu trabalho Die Naturlichen der Pflanzenfamilien, publicado em dez volumes. Charles Bessey (1845-1915). Sua classificação foi original, em muitos pontos. Dividiu as Angiospermas em duas classes: Opositifólia e Alternifólia, levando em consideração a posição dos cotiledônes. Considerou as Ranales a ordem mais primitiva, tendo se derivado delas as Monocotiledôneas e Dicotiledôneas. Sua classificação baseou-se em vinte e dois princípios, apresentados a seguir. 1. A evolução tanto pode ser uma progressão como uma regressão dos caracteres. 2. A evolução não abrange todos os órgãos ao mesmo tempo. 3. De um modo geral, árvores e arbustos são mais primitivos que ervas. 4. Árvores e arbustos são mais primitivos que trepadeiras. 5. Ervas perenes são mais antigas que anuais. 6. Plantas aquáticas derivaram-se de ancestrais e as epífitas, saprófitas e parasitas são mais recentes que plantas de hábito normal. 7. Dicotiledôneas são mais primitivas que monocotiledôneas. 8. Folhas simples são mais primitivas que compostas. 9. Flores unissexuadas são mais avançadas que as andróginas; plantas dioicas são mais recentes que monóicas. 10. Disposição espiraladas é mais primitiva que a cíclica. 11. Flores solitárias mais antigas que as inflorescências. 12. Tipos de prefloração de contorcidos a imbricados e valvar. 13. Flores apétalas derivadas derivaram-se de petalíferas. 14. Polipetalia é mais antiga que gamopetalia. 15. Flor actinomorfa é mais primitiva que zigomorfa. 16. Hipoginia é mais antiga que periginina e epiginina a mais avançada. 17. Apocarpia mais primitiva que sincarpia. 18. Gineceu de muitos carpelos procedeu o de poucos carpelos. 19. Sementes com endosperma e embrião pequenos são mais primitivos que sementes sem endosperma, com embrião bem desenvolvido. 20. Numerosos estames indicam maior primitividade que um androceu de poucos estames. 21. Anteras livres indicam mais primitividade que anteras ou filetes concrescidos. 22. Fruto cápsula precede a baga ou a drupa. John Hutchinson (1884-1972), do Royal Botanic Gardens, Kew. Seu sistema traça uma linha de evolução predominantemente lenhosa, a partir das Magnoliales e a outra predominante herbácea, a partir das Ranales. Cronpist, Tahkjan e Zimmermann (1966). Classificaram as Cormófitas em oito divisões, a saber: 1. Rynophite (Psilophyta); 2. Bryophyta; 3. Psylotophyla; 4. Lycopodiophyta; 5. Equisetophyla; 6. Polypodiophyta; 7. Pinophyta; 8. Magnoliophyta. Armen Tahktajan (1961). Apresentou um sistema de classificação para as Magnoliophyta, dividindo-as em duas classes: Magniliatae e Liliatae. Nesse sistema, as classes se subdividem em onze subclasses (7 Magnoliatae e 4 Liliatae) 20 superordens e 94 ordens. Arthur Cronquist (1968). Apresentou um sistema de classificação das Magnoliophyta, tomando por base a de Tahktajan, com leves modificações. Para esse agrupamento, levou em consideração caracteres anatômicos, presença ou ausência de endosperma, composição química, morfologia dos órgãos reprodutores, etc. Procurou comparar e interpretar estruturas, que considerou primitivas e, assim, dividiu as Magnoliphyta em Magnoliatae e Liliatae. Subdividia as Magnoliatae em seis subclasses, a saber: Magnolidae, Hammameliceae, Caryophyllidae, Dilenidae, Rosidae e Asteridae, subordinado à elas 56 ordens e 295 famílias relacionadas, num total aproximado de 165,000 espécie, o as Liliatae, em quatro subclasses: Alismatiidae, Arecidae, Commelinidae e Liliidae, compreendendo 18 ordens, 61 famílias e cerca de 55,000 espécies. Rolf Dahlgren (1975). Apresentou um sistema de classificação das Angiospermas, que serve para demonstrar a distribuição de caracteres. Sistema compreende 34 superordens (27 dicotiledôneas e 7 monocotiledôneas) e 96 ordens. É representando graficamente como uma árvore filética, em seção transversal, cujos ramos constituem as ordens de tal sistema de classificação. A posição relativa dos ordens doi determinada pelo número de características afins dos seus componentes. O sistema está baseado na distribuição de um número considerável de caracteres químicos, embriológicos anatômicos, citológicos, palinológicos, morfológicos, dentro das famílias. 2.1.5 – DESENVOLVIMENTO DA BOTÂNICA NO BRASIL Desde a época do Descobrimento, o novo continente despertou grande interesse entre os europeus, infelizmente, na maioria, comerciantes e aventureiros e não homens de ciência. Já entre os anos de 1501 a 1514, o pau-Brasil foi exportado em proporções tais que passou a figurar em contratos de arrendamentos. Jean Léri, que esteve no Brasil fazendo parte da Expedição de Nicolau Villegagnon, em seu livro intitulado “História da Viagem em Terra do Brasil” – 1578 - , descreveu as exuberantes matas da Costa Atlântica. I° Na época do domínio holandês, sob auspícios de Naurício de Nassau, o naturalista Georg Naregraf e o médico holandês Willem Piso, realizaram a primeira expedição científica, de 1637 a 1640. O primeiro botânico brasileiro, Frei José Mariano da Conceição Veloso, nasceu em 1742, em Rio das Nortes, sua obra monumental “Flora Fluminense”concluída em 1790, consta de 11 volumes de descrição botânica munidas de magníficas ilustrações. Em 1800, Alexandre Humboldt viajou pelo Norte do Brasil. A invasão de Portugal por Napoleão, em 1807, em decreto da extinção da dinastia de Bragança, abriram os portos do Brasil, vindos para cá a família real de D. João VI. Veio como Cônsul General do Império Russo, Georg von Langsdorff, que permaneceu de 1813 a 1820, tendo publicado, além de outras obras, “Flora Brasiliae Neridionalis”. D. João VI foi o, propugnador da criação do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Em 1817, chage ao Brasil o jovem cientista bávaro Carl Frieddrich Philipp von Nartius, criador e primeiro diretor da maior obra do século, a “Flora Brasiliensis”. Após a morte de Martius (1868), ele é substituída por August Vilhelm Eichler, e, por morte deste (1887), a direção passa à Ignatius Urban, terceiro e último diretor da “Flora Brasiliensis”. João Barbosa Rodrigues, naturalista mineiro, publicou “Certum Plantarum Brasilianum” e “Tconografia de Orquídeas”. Na mesma época da elaboração da “Flora Brasiliensis”, foi criada a primeira obra de Ecologia Vegetal, baseada no estudo da vegetação da localidade Lagoa Santa (Estado de Minas Gerais), escrita por Johann Eugen Warming. Em 1840, o cientista sueco Frederik Anders Regnell veio para o Brasil, onde subvenciou a vinda de cientistas, como Lindman, autor de destacada obra “A Vegetaçaõ do Rio Grande do Sul”. Em 1874, adido à expedição de Hjalmar Mosén, veio para o Brasil Albert Lofgren, sueco de origem, que se radicou no Brasil e se naturalizou brasileiro. Trabalhou com o botânico do Serviço Geológico e Geográfico do Estado de São Paulo e da Inspetoria de Obras Contas as Secas. Nesta última, trabalhou junto a Ph. Von Lutzelburg, autor da obra “Flora do Nordeste”. Traduziu para o português obras de botânicos estrageiros. Confeccionou Mapa Botânico do Estado do Ceará e esboçou a classificação da vegetação do Nordeste. Em 1898, nas proximidades do Estado de São Paulo, fundou o Horto da Cantareira, mais tarde transformado em Horto Florestal. Em 1926, inicia-se a publicação da priemira obra brasileira de Botânica Aplicada, o “Dicionário das Plantas Úteis do Brasil e das Exóticas Cultivadas”, da autoria do ilustre botânico brasileiro Manoel Pio Corrêa. Em 1929, foi criado, pelo Dr. F. C. Hoehne, idealizador da “Flora Brasílica”, o Jardim Botânico do Estado de São Paulo. Consta este Jardim de um parque de quase 100 alqueires, um museu e um orquidário organizado com gosto artístico. 3. FANERÓGAMAS OU ZEFERMARFITAS 3.1 – Caracteres florais das Angiospermas Fanerógamas ou Antófitas são as plantas dotadas de flor, aparelho de reprodução visível, originário de profundas modificações das folhas. Flor completa é aquele que apresenta quatro verticilos: cálice, corola, androceu e gineceu. De fora para dentro da flor, o cálice é o verticilo mais externo, constituído de folhas modificadas chamadas sépalas; segue-se a corola, formada de pétalas, geralmente coloridas, mais para dentro o androceu, constituído de estames e, finalmente, o gineceu, formado de carpelos. O cálice e a corola são considerados verticilios protetores de androceu e gineceu, servindo ainda para atrir agentes polinizadores, enquanto o androceu e o gineceu são verticilos reprodutores. Ao conjunto cálice + corola dá-se o nome de perianto. A corola sendo diferenciada do cálice empresta à flor a designação de heteroclamídea: não havendo diferenciação nítida, a flor é homoclamídea. Neste caso, as peças protetoras tomam o nome de pétalas e o envoltório protetor de perigônio. Ainda, a flor pode apresentar-se sem perianto (aclamídea); ser somente provida de cálice (monoclamídea), ou, finalmente, ter cálice e corola, quando toma o nome de diclamídea. Tanto o cálice como a corola podem apresentar seus componentes livres (sem concrescência) ou soldados (concrescidos). Daí classificar-se o cálice em dialissépalo e gamossépalo, e a corola em dialipétala ou arquiolamídea e gamapétala ou metaclamídea, respectivamente. Quando a flor apresenta androceu e gineceu – verticilos essenciais – mesmo faltando os verticilos protetores, é chamada flor perfeita (Gramíneas), ficando a proteção ao encargo de brácteas, que, no casa das Gramíneas, tomam o nome de glumas e glumelas. Havendo, pois, androceu e gineceu, a flor é também chamada hermafrodita ou andrógina. Toda flor completa é andrógina e perfeita. A flor incompleta seria aquela que não tivesse um ou mais verticilos. Pode existir apenas o androceu ou o gineceu na flor, neste caso é unissexuada ou diclina, e imperfeita. Concitamos os alunos fazerem uma revisão geral dos assuntos de organografia, isto é, de raíz, caule, folha, flor, fruto e semente, como elementos indispensáveis ao curso de Sistemática. Um detalhe importante em Sistemática é o que diz respeito ao numero de estames em relação ao número de pétalas apresentado pela flor. Quando o número de estames é inferior ao de pétalas, a flor, o androceu ou a planta é chamada oligostêmone; quando o número de estames é igual ao de pétalas, isostêmone; sendo o dobro, diplostêmone, e mais que o dobro polistêmone. Há casos em que uma flor apresenta 4 pétalas e 6 estames e ela é também considerada polistêmone. Ainda, dá-se importância capital à posição do ovário, que pode ser súpero, ínfero e semi- ínfero. Súpero ou livre quando se apresenta sem aderência aos demais componentes da flor. Ínfero quando se acha aderente aos demais componentes da flor, principalmente ao cálice e corola, colocando-se em plano inferior. Semi-ínfero são os tipos intermediários, isto é, quando a aderência é parcial. EXEMPLO 1 – Suponhamos uma flor de uma dicotiledônea, que tenha cálice e corola; corola de 5 pétalas livres; ovário súpero e 5 estames. - Isto quer dizer que a planta é Dicotiledônea, diclamídea, arquiclamídea, superovariada, isostêmone. EXEMPLO 2 – K5 C5 A10 G5 – Formula floral -Flor de cálice constituído de 5 sépalas livres, corola de 5 pétalas concrescidas, androceu formado de 10 estames livres e gineceu de ovário ínfero formado de 5 carpelos concrescidos. -Ou Dicotiledônea, metaclamídea, diclamídea, inferovariadas, diplostêmone. No interior do ovário se implantam os óvulos. Da fecundação do óvulo forma-se a célula ovo, que evolui para semente. Pois bem: as plantas que possuem sementes são chamadas Espermatófitas, sinônimo de fanerógamas. As paredes do ovário, após a fecundação, se desenvolvem e constituem o fruto, estrutura que abriga que abriga e protege a semente. As Espermatófitas se dividem em Gimnospermas (plantas que semente nua) e Angiospermas (plantas que têm sementes em fruto). 3.2 – Diferenças entre Gimnospermas e Angiospermas GIMNOSPERMAS ANGIOSPERMAS 1. Flores aperiantadas e unissexuadas. 2. Os megasporófilos (carpelos) não sofrem concrescência, não formando ovário; os óvulos e as sementes são, por isso, nus, donde o nome (gymnos = nu; sperma = semente). 3. Os esporofilos encontram-se eem geral agrupados em estróbilos, uns masculinos outros femininos. 4. Os macrosporângios (óvulos) possuem verdadeiros arquegônios e, alguns representantes do grupo, como Cicadíneas e Ginkgoíneas, possuem microgametos móveis, o que demonstra haver relações filogenéticas com as Pteridófitas. 5. As duas flores são desprovidas de nect´rio, de modo que a polinização é 1. Flores em geral periantadas, umas unissexuadas e outras andróginas. 2. Os megasporófilos sofrem enrolamento (concrescência), formando ovário que se transforma em fruto, onde ficam alojadas as sementes (angios, vaso, urna,sperma, semente). 3. Os estróbilos são representados pela flor. 4. Os macrosporângios não possuem arquegônios, mas apenas vestígios – as sinérgidas e antípodas do saco embrionário, assim como são desprovidas de mocrigametos móveis. 5. As flores em geral possuem nectários, de modo que atraem insetos e pássaros, caindo o grão de pólen no sempre pelo vento, caindo o pólen diretamente no interior do óvulo, numa câmara polínica onde germina e desenvolve os tubos polínicos, que levam os microgametas para os macrogametas. 6. A fecundação é simples, porquanto há apenas uma oosfera no interior do arquegônio. 7. O albumen ou endosperma (parênquima de reserva) origina-se diretamente do protalo. 8. Não possuindo ovário, não dão verdadeiros frutos. estigma do carpelo, onde germina e se desenvolve o tubo polínico, que levou os microgametos para a macrogameto. 6. Verifica-se dupla fecundação, portanto um microgameto une-se com a oosfera e o outro com o mesocisto (núcleos polares). 7. O albumen origina-se do núcleo polar fecundado, isto é, do zigoto triploide. 8. Possuindo ovário, dão verdadeiros frutos. 3.2 Diferenças entre Monocotiledôneas e Dicotiledôneas MONOCOTILEDÔNEAS DICOTILEDÔNEAS 1. Plântula – um único cotilédone. 2. Raiz – numerosas são as espécies portadoras de raízes fasciculadas. 3. Caule – os feixes apresentam-se em disposição difusa (estrutura atactostélica); em geral, não há estrutura secundária – ausência de câmbio. 4. Folha – Inserção oblíqua, são comuns as folhas paralelinérveas. Estruturas simétrica presença de parênquima paliçádico nas duas faces, como também de estômatos. 5. Flor – São do tipo trímero, isto é, possuem 3 sépalas, 3 pétalas, 3 a 6 estames, 3 carpelos concrescidos. 6. Semente – Possuem albumen. 1. Plântula – dois cotilédones. 2. Raiz – Predomina as outras variedades da raiz. 3. Caule – Os feixes apresentam-se em anel, o liber envolvendo o lenho (comumente, estruturas sifonostélica e eutélica); possui estrutura secund- aria-câmbio presente. 4. Inserção as folhas peninérveas. Estrutura geralmente assimétrica, presença de parênquima paliçádico abaixo da epiderme da face ventral e presença de estômatos na face dorsal. 5. Flor – As flores são do tipo tetrâmero ou pentâmero, isto é, possuem 4 ou 5 elementos em cada verticilo. 6. Semente - Comumente são desprovidas de albumen ou endosperma. Observação: Rever exemplo de monocotiledôneas e de dicotiledôneas. 4. GIMNOSPERMAS 4.1 – SUB-DIVISÃO CONIFEROPHYTINA 4.1.1 – CLASSES GINKGOATAE A classe é representada, atualmente, por uma única espécie, Ginkgobiloba, encontrada em estado silvestre nas montanhas da China Ocidental. É cultivada desde a antiguidade na China e Japão, tenho sido introduzida na Europa em 1727, onde é cultivada nos parques e jardins, devido à elegância e porte, além da coloração amarelo-dourada das folhas no outono. É uma árvore majestosa que alcança até 40 metros de altura, com abundante ramificação e de folhagem caduca. 4.1.2 – CLASSE PINATAE 4.1.2.1 – ORDEM PINALES 4.1.2.1.1 – FAMÍLIA ARAUCARIACEAE Apresenta árvores dioicas com folhas sempre verdes. Estão distribuídas, preferentemente, no Hemisfério Sul. Não possuem canais resiníferos. Principais espécies: Araucaria angustifólia – (Araucaria brasiliensis). Pinheiro-do-Paraná. Árvore de grande porte, com ramificação característica umbeliforme no alto do tronco. Ainda, em 1930, grandes maciços de florestas de pinheiro do Paraná se extendiam desde a Serra da Bocaina até fronteiras do Paraguai, é produtora de madeira branca para tábuas, pasta celulósica para papel, palitos de fósforo e etc. Devido à beleza da árvore, é frequentemente usada como ornamental. Araucaria excelsa – Pinheiro-de-Norfolk. Árvore alta e esguia, com ramificação verticilada. Introduzida da Austrália, é frequentemente cultivada no Brasil como ornamental. As plantas jovens são parecidas com árvores de Natal. A copa é cônica da base para o ápice. 4.1.2.1.2 – FAMÍLIA PINACEAE Plantas arbóreas, de grande porte. Têm grande importância econômica, pois são fornecedoras de madeira, matéria prima para o fabricação de papel, tábuas, resinas e outros produtos. Os pinheiros vivem em associação simbiótica com micorrizas. Principais Espécies: Abies balsamea – Abeto. Árvore da qual se estrai o bálsamo do Canadá, empregado em micromenipulação e em outros fins. São plantas monóicas, de folhas macias, relativamente finas, dispostas em expostas em espiral. Ocorre na América do Norte, desde o Canadá. Pinus silvestris – Pinheiro europeu, pinheiro de Riga. Ocupa enormes extensões no Hemisfério Norte. Produz madeira branca, pasta celulósica para papel, resina, essência e etc. Pinus canariensis – Procedente da Ilha de Tenerife. Produtora de madeira. Pinus elliottii – Árvore maior que a anterior. É planta monóica. Está sendo usada em reflorestamentos, havendo interesse pela madeira branca que produz, sendo transformada em pasta para papel. Pinus caribaea var. caribaea – De Cuba – Pinheiro Pinus carinaea var. bahamensis – Das Bahamas – Pinheiro Pinus caribaea var. hondurensis – De Honduras – Pinheiro São variedades adaptadas aos trópicos, cuja madeira tem a mesma utilização da dos Pinus anteriores. Cedrus libani – Cedro verdadeiro. Originário do Líbano, produtor de boa madeira e de óleo de cedro. Picea excelsa – Pinheiro-da-Noroega – É a árvore de Natal dos europeus. Madeireira. 4.1.2.1.3 – FAMÍLIA TAXODIACEA – Árvores desprovida de canais resiníferos. Espécies: Sequoiadendron giganteus – Sequoia. Ocorre na Califórnia, em Sierra Nevada e em montanhas dos Estados Unidos. A árvore pode alcançar mais de 100 m de altura, supondo-se viver de 4.000 a 5.000 anos. Madeireira. A General Sherman, mede 83,2 m de altura, 25,5 m de diâmetro a 1,37 m do solo, pesendo, calculadamente, 900 toneladas. Espécies: Cryptomeria japônica – Cedro japonês. Folhas subuladas. Ornamental. Segundo alguns, é uma das poucas Gimnospermas que se propaga por estacas. Ornamental. 4.1.2.1.4 – FAMÍLIA CUPRESSACEAE – Arbustos ou árvores abundantemente ramificados. Folhas geralmente escamiformes, pequenas, imbricadas. A família está dividida em três sub-famílias, segundo as características dos estróbilos femininos. SUB-FAMÍLIA CUPRESSOIDEAE Espécie: Cupressus lusitânica – Cipreste português. Ornamental. Espécie: Cupressus sempervirens var. stricta – Cipreste. Ornamental. Os ciprestes são cultivados no Sul da Europa com árvores madeireiras. SUB-FAMÍLIA THUJOIDEAE Espécie: Thuia oceidentalis – Tuia. Árvore originaria da América do Norte. Ornamental e medicinal. Espécie: Thuia orientalis – Tuia. Arbusto muito ramificado, frequentemente cultivada no Brasil como ornamental e para a formação de cercas vivas (sebes). SUB-FAMÍLIA JUNIPEROIDEAE Espécie: Juniperus communis – Zimbo. Arbusto ramificado, dióico. As bagas têm medicinais para os aparelhos urinários e respiratório. 4.1.2.1.5 – FAMÍLIA PODOCARPACEAE Árvores grandes e frondosas e arbustos, às vezes raptantes. Não possuem canas resiníferos. Há o gênero Podocarpus, com algumas espécies ornamentais. 4.2 SUB-DIVISÃO CYCADOPHYTINA 4.2.1 – CLASSE CYCADATAE – Família Zamiaceae – (4.2.1.1) Espécie: Zamia ulei; Z. boliviana; Z. brongniarti. Três espécies espontâneas no Brasil, da Bacia Amazônica até os Andes Bolivianos. Estas e outras espéciessão cultivadas como ornamentais. 4.2.1.2 – FAMÍLIA CYCADACEAE Árvore de porte médio, podendo algumas alcançar até 8 m de altura. Principais espécies: Cycas revoluta – Cica. O tronco estipiforme pode alcançar 5 a 8 m de altura, sustentado uma coroa de folhas. O parênquima da medula do tronco fornece matéria prima para preparação de sagu. Altamente ornamental, é cultivada em larga escala em países de clima tropical e subtropical. Nas raízes, vivem em simbiose algas cianofíceas. Cycas circinalis – Originária da Índia. É mais rara, sendo utilizada para os menos fins da espécie anterior. 4.2.2 – CLASSE GNETATAE 4.2.2.1 – ORDEM GNATALES 4.2.2.1.1 – FAMÍLIA GNATACEAE Apresenta um único gênero – Gnetum. Principais espécies: Gnetum amazonicum – Toá. Trepadeira grande, com folhas longo-elíticas, acuminadas. Dióica. Inflorescência em forma de amentilhos, com envoltóris vermelho. Gnetum gnemon – Árvore pequena procedente das Ilhas Molucas. Fornece sementes comestíveis. 4.2.2.2 – ORDEM EPHEDRALES 4.2.2.2.1 – FAMÍLIA EPHEDRACEAE Apresenta um único gênero – Ephedra. São apreciadas como ornamentais as plantas desse gênero. Das espécies abaixo mencionadas, extrae-se o alcaloide efedrina, usado em medicina sob a forma de gotas e xaropes. Espécies: Ephedra tweediana; E.distachia; E. chennangiana. 5. ANGIOSPERMAS – Monocotiledônes e Dicotiledôneas 5.1 – CLASSE MONOCOTILEDÔNEA (Liliatae) Em geral, são ervas, muito poucos representantes são árvores (palmeiras). Possuem um cotilédone em posição lateral em relação ao embrião. Sistema radicular fasciculado a superficial, não apresentado crescimento secundário em espessura (fasciculado e superficial, não apresentando crescimento secundário em espessura ausência de câmbio e felogênio). Caules dos tipos colmo, estipe, haste, rizoma e bulbo, também sem estrutura secundária. Os vasas são dispostos sem formar cilindro (estrutura atactastélica). Folhas geralmente inteiras, paralelinervérveas ou pinatoparalelinérveas, bordos geralmente inteiras, podendo o limbo apresentar recortes reentrantes até a raquis, principalmente nas palmáceas, estruturas isobilateral, recebendo praticamente a mesma quantidade de luz em ambas as faces, por ser de inserção, por ser de inserção oblíqua. Flores geralmente trímeras: 3 sépalas, 3 pétalas, 3 ou 6 estames e 3 carpelos concrescidos. Ovário súpero, tribocular. Fruto aquênio, cariopse, capsula e baga. Semente geralmente albuminada. Este grupo é relativamente pequeno em relação às Dicotiledôneas. No Brasil existem cerca de 30 famílias de interesse. (BARROSO, 1978) publica que as Liliatae compreendem 18 ordens, 61 famílias e cerca de 55.000 espécies. 5.1.1 – SUB-CLASSE LILIDAE 5.1.1.1 – ORDEM LILIALES (Liliflorae) As famílias de interesse para o Brasil, na ordem Liliales, são as seguintes: Liliaceae, Agavaceae, Amaryllidaceae, Iridaceae, Dioscoreaceae, Pontederiaceae e Velloziaceae. 5.1.1.1.1 – FAMÍLIA LILIACEAE A grande maioria de plantas desta família são ervas, possuindo caule do tipo rizoma (Aspargo) ou bulbo (cebola, alho), perenes. As formas semi-arborescentes ou arbustivas encontram- se no gênero Alce e poucas outras. Folhas simples, lineares ou lanceoladas, muitas vezes carnosas; apenas as espécies trepadeiras (Ron.Smilax) apresentam folhas mais ou menos cordiformes. Flores frequentementes vistosas, homoclamídeas, com perigônio corolino, hermafroditas. Ovário súpero, trilocular, tricarpelar; fruto cápsula, às vezes baciforme (Smilax e Asparagus). (*) Magliaphyta. Principais Espécies Lilium candidum – Lírio. Altamente ornamental. Reproduz-se por meio de bulbos. Tem flores alvas. L. jongiflorum – Há Lírios brancos, como a espécie em questão, vermelhos e híbridos muito apreciados pela beleza de suas flores. L. margaton Allium cepa – Cebola. Plantas nos climas temperados normalmente bienal. É condimentar e nutritiva, possuindo um bulbo tunicado de reserva. É conhecida e cultivada em quase todo o mundo civilizado. Existem muitas variedades diferentes tanto no forma quanto na cor e paladar. As variedades mais comuns entre nós são: ‘pera’ do Rio Grande, ‘Amarela Chata das Canárias’ e ‘Roxa’. A polinização é entomófila, efetuada principalmente por moscas. Fruto cápsula. A pátria da cebola supõe-se ser a Ásia Central. Allium sativum – Alho. Planta anual com bulbo escamoso, escamas chamadas “dentes”, muito carnosas, contendo cada uma, uma gema. É a parte usada como condimento e para a “semeadura”. Além de condimentar, é empregado em medicina caseira. Os países que não o produzem iportam de outros mercados. Allium schcenoparsum – Cebolinha. Planta perene, pequena, não bulbífera. Folhas cilíndricas, finas, são usadas como condimento. Allium porrum – Alho porro. A parte formada pelas bainhas é justamente o produto comercial. Tem cheiro e sabor parecido com o alho comum. Aspargus officinalis – Aspargo ou Espargo. Planta perene de rizoma munido de escamas, emitindo numerosas raízes adventícias fasciculadas e caules que chegam a atingir 150 cm de altura. A parte comestível é cinstituida de caules tenros chamados taviões ou aspargos. Este, obtêm-se plantando o aspargo no fundo de valetas com terra fofa e bem adubada, cobrindo-lhe na altura de aproximadamente 50 cm. Os brotos novos colhem-se antes de emergirem na superfície da terra, para não adquirirem a cor verde por formação de clorofila. Aspargus plumosus – Milindre ou bambu-chinês: ornamental, de caule escandente, muito apreciada pelos floricultores para fazerem arranjos florais, como palmas, coroas, etc. Alce vera – Áloe, babosa. Todas as espécies possuem folhas mais ou menos carnosas, ricas em mucilagens, espinescentes ou não, dispostas em rosetas ou nos caules em nós abreviados. É plantada tida como de origem africana, que vegeta em solos pedregosos, hábito xerófito. É também cultivada como ornamental. A mucilagem é usada como de efeito sabre a caspa e queda de cabelo, é bastante amarga e tem efeitos purgativos e gástricos. Phormium tenax – fórmico, linho ou cânhamo da Nova Zelândia. Planta perene que fornece fobras muito resistentes para cordoalhas e tecidos grosseiros. Smilax médica, S. officinalis, S. áspera – Salsaparrilha. São espécies de porte escandente, folhas mais ou menos cordiformes. Algumas armadas de acúleos. Todas as espécies são consideradas medicinais, com virtude antirreumáticas, diuréticas e sudoríferas. Colchicum antumnale – cólchico. Planta originária da Europa, fornecedora do alcalóide colchicina, usada como vaso dilatador e aplicado por geneticistas para induzir poliploidia em plantas. 5.1.1.1.2 - FAMÍLIA AGAVACEAE Geralmente vegetais herbáceos de grande porte. Quando possuem tronco ou caule, este é lenhoso e em forma de estipe, não se ramificando, e com tendência à engrossamento em espessura. Algumas espécies produzem fibras resistentes que se prestam para tecelagem. Principais Espécies: Agave sisalana Perriene – Sisal. Planta de origem mexicana, apresentando folhas de espinho apical. Foi introduzida na Região Nordeste do Brasil, como excepcional opção para mudar a fisionomia da exploração agrícola da zona seca, produzindo fibra têxtil resistente, de largo emprego industrial em cordoalha, estofamentos, tapetes, atividade artesanal, etc. O resíduo de extração da fibra é forrageiro e o suco da folha é rico em corticosterol. África, Madagascar e Indonésia são grandes produtores de sisal, dando-lhes lugar de competidores com o sisal brasileiro, dado a melhor qualidade do produto. Agaveamericana, A. fourcroyodes – Henequens. São, também, produtoras de fibras. A primeira espécie é inerme e a segunda apresenta acúleos nas margens da folha. As plantas do gênero Agave são também apreciadas como ornamentais. A espécie Agave cantala fornece inflorescência da qual os mexicanos fabricam uma bebida chamada “pulpe”. Ecurcroya gigantea – Piteira, pita. Produz fibras menos resistentes que Agave, utilizadas em estofaria, como matéria prima para industria de papel, etc. A haste floral produz tecido corticoso. As espécies de Agave e Fourcroya desenvolvem nas inflorescências, ao lado das flores, e, em alguns casos, em maior abundância, os bolbilhos, que servem para a propagação vegetativa. Yuca gloriosa, Y. filamentosa, Y. aloelifolia – Vela-dalpureza. Produzem uma inflorescência muito bonita, alva, na primavera. Produzem fibra e são cultivadas como ornamentais. Sansevieria zeylanica – Espada-de-São-Jorge, Espada-de-Ogum. Plantas erbáceas de folhas zebradas, verde e creme, caule rizomatoso. A espécie Sansevieria cylindrica é chamada Lança-de-São-Jorge, tem folhas erectas. Todas são ornamentais, podem produzir fibras e fazem parte do sincretismo religioso africano. Cordyline terminalis – Coqueiro-de-Venos. Tronco (estipeforme) mais ou menos reto, até cerca de 3 m de altura. Corôa de folhas no ápice. O colorida e estrias das folhas variam conforme as variedades, que são diversas. É muito ornamental e tida como medicinal. Dracena spp. São numerosas espécies de um gênero exótico, amplamente cultivadas no Brasil como ornamentais, algumas das quais são chamadas de Mãe-d’água. As folhas são de colorido, tamanho e formas variadas, inserindo-se no ápice do estipe, em forma de corôa. Dracena draco – Sangue-de-Dragão. Árvore de grande porte, com coroa de folhas nos ápices dos ramos. Atingem considerável altura e idade de centenas de anos. É originárias das Canárias. Polianthes tuberosa. Angélica. Tuberosa dos europeus. Planta herbácea de 50-80 cm de altura, inflorescência branca, em cacho terminal composto de flores homoclamídeas, aromáticas. É originária do México. Muito ornamental e bastante preferida para diversas solenidades. Há variedades de flores dobradas que alcançam elevado preço no mercado. Produz óleo essencial para perfumaria. 5.1.1.1.2 – FAMÍLIA AMARYLIDACEAE Flores andróginas, inferovariadas, trímeras, simetria não totalmente actinomorfa. Sementes aladas, porém propagadas por órgãos bulbíferos. Principais Espécies: Amaryllis belladona – Contém alcalóide bellamarina que em dose de 0,2 g por kg de peso vivo é mortal. Crinum erubescens – Açucena branca. Ornamental. Hippeastrum spp. – São espécies ornamentais também conhecidas como açucanes. A espécie H. aulicum é a açucena vermelha, muito comum entre nós, bastante perfumada, principalmente à noite. Ornamentais. Eucharis grandiflora – Estrela-do-Norte. Flores alvas, suavemente aromáticas. Ornamental. Bomaria sp. – Espécie ornamental dotada de inflorescência em umbela simples. Haemanthus sp. – Bastão do Imperador. Muito ornamental. 5.1.1.1.3 – FAMÍLIA IRIDACEAE Apresenta numerosas espécies de interesse ornamental muito preferidas pelos floricultores, principalmente as do gênero Glandiolus. São ervas, raramente subarbustos, com folhas alternas, sésseis, paralelinérveas, estreitas. /flores trímeras, pronunciadamente zigomorfas, com apenas um verticilo de estames. Inferovariadas, fruto cápsula. Principais Espécies: Iris germânica – Iris. Flores lindamente azuladas protegidas por uma espata. Tem três tépalas e externas recurvadas para baixo; três internas variegadas, recurvadas para cima, formado uma espécie de cúpula em cima do pistilo. Ornamental. Gladiolus spp. – São várias espécies conhecidas como Palmade-Santa-Rita. Ornamentais, flores simples ou dobradas, alcançando bom preço no mercado florífero. Há espécies e variedades de flores brancas, amarelas, vermelhas, brique, rosa, etc. Obtidas por hibridação de espécies sulafricanas. Propagam-se por meio de bulbos. Grocus sativus – Açafrão. Planta européia, de bulbo sólido e uma rede de raízes adventícias brancas. Dos estigmas extrae-se açafrão, cujo princípio ativo é a safranina, corante vermelho usado em microtécnica, confeitaria e laticínios. 5.1.1.1.4 – FAMÍLIA DIOSCOREACEAE Plantas de caules herbáceos, geralmente escandentes, com sistema radicular em geral rizomático, frequentemente provido de turbérculos. Folhas parecidas, na forma, com as de plantas dicotiledôneas. Algumas espécies formam na axila da folha tubérculos, que são gemas axilares hipertrofiadas, contendo substâncias de reserva. Flores trímeras. Fruto cápsula, com sementes aladas. Principais Espécies: Dioscorea batatas, D. cayenensis; D. aculeata – Inhames (N e NE), Cará-do-Pará (Centro Sul e Sul do Brasil). São trepadeiras glabas, com caule aéreo cilíndrico, provido de pequenos acúleos, folhas cordiformes. Tubérculos cilíndricos a ovóides, ricos de fécula e vitamina B. A época de plantio no Nordeste coincide com os meses de novembro/dezembro, plantando-se segmentos capilares do tubérculo em valetas ou em “covas-viradas”, em solo fofo e adubado com esterco, sendo necessário elevar as covas cerca de 50 cm. É importante tutorar as plantas, usando garranchos ou varas. O ciclo é de cerca de 10 meses a um ano. Alcançam bom preço e é produto de exportação, principalmente através o porto de Recife. Dioscorea alata, D. esculenta, D. adenocarpa, D. bulbifera – Também são chamadas de inhames, Iam. As espécies D. alata e D. bulbifera são também conhecidas como ‘cará do ar’ ou ‘inhame fígado’, porque produzem tubérculos aéreos e devido à sua forma parecida com a do fígado. 5.1.1.1.5 – FAMÍLIA PONTEDERIACEAE Pequena família de plantas aquáticas, de folhas pecioladas. Flores com perigônio diferenciado em cálice e corola, trímeras, ovário súpero, trilocular, com 2 carpelos estéreis. Inflorescência em espiga, fruto cápsula ou aquênio. Principais Espécies: Eichoinia crassipes – Baroneza, Aguapé. É muito decorativa, porém tornou-se invasora de açudes e aguadas, infestando também canais de irrigação e pequenos rios, provocando estagnação da água e formação de brejos em locais inadequados, podendo até dificultar a navegação fluvial. Os pecíolos são dotados de estrutura aeroquimática, servindo de bóia. É de difícil controle. São removidas ou controladas com gerbicidas. Eichornia azurea – Aguapé. Caule mais comprido que o da espécie anterior e quase rastejante. As baronezas produzem muitas quantidades de sementes, daí a sua elevada capacidade proliferativa, cobrindo extensas áreas. Atualmente, são utilizadas como matéria para produzir biogás. 5.1.1.1.6 – FAMÍLIA VELLOZIACEAE São plantas perenes e sublenhosas ou arbustivas, de ramificação dicótoma. Apresentam escaras nítidas no caule, cobertas pelas bainhas das folhas. As folhas são reunidas na extremidade dos ramos. As folhas são muito vistosas, inferovariadas. São plantas típicas dos cerrados e de regiões secas. A espécie mais importante é Vellozia compacta, conhecida como canela-de-ema, usada como bracha de caiação, um pedaço de caule com uma das extremidades amassadas, á guisa de pincel. 5.1.1.2 – ORDEM ORCHIDALES (MICROSPERMAE) 5.1.1.2.1 – FAMÍLIA ORCHIDACEAE É constituída de vegetais perenes, de clima tropical e temperado, herbáceos, nunca lenhosos. São frequentemente epífitas, especialmente as espécies tropicais – havendo espécies terrestres, como as de clima temperado, possuidorasde caule bulboso (pseudo-bulbo). As folhas são simples, de bordos lisos, geralmente carnosas. O caule é herbáceo, de pequena grossura. As formas epífitas possuem raízes aéreas, clorofiladas, revestidas de um tecido esbranquiçado, esponjoso – chamado velame – como ainda certas espécies podem apresentar pseudo-bulbos. Tais estruturas são responsáveis pelo acumulo de reservas de água. As flores são trímeras, fortemente zigmorfas, apresentando perigônio corolino, com três sépalas, em algumas espécies de aspecto variegado, e três pétalas, duas iguais chamadas asas, e uma diferenciada, maior, conhecida por labelo, de colorido que contrasta com as demais. O labelo envolve uma coluna chamada ginostêmio, formada pela soldadura de dois ou apenas um estame fértil, cujo filete é concrescido ao estilete. O ginostêmio tem um lóbulo que serve de barreira, impedindo a polinização direta. Tal lódulo é o rostelo e a não observância da autogamia chama-se hercogamia. Este último fenômeno é ainda mais assegurado pelo fato do pólen se apresentar aglutinado e compactado, formando a polínia, característica da família. Cada polínia é, pois, uma bolinha de pólen localizada na extremidade de uma delicada haste bifurcada em Y, denominada caudículo, que se insere por sua extremidade inferior numa base chamada retináculo. A polinização natural é feita por insetos, especialmente formigas (mirmesofilia). Interessante é que a formiga de enxerto do cacaueiro (Azteca paraensis var. bondari) mantém simbiose com orquídeas, semeando-se sobre seus ninhos. As espécies do gênero Catasetum têm as polínias ligadas a uma estrutura, à maneira de catapulta, que, ao toque do inseto, dispara e faz com que a polínia adira a seu corpo, que a transporta até o estigma de outra flor. O ovário é ínfero, trilocular, tricarpelar, retorcido, com inúmeros óvulos, que fecundados, asseguram um grande número de minúsculas sementes. Do ponto de vista biológico, as orquídeas são muito importantes, pois permitem esclarecer aos evolucionistas uma série de elos do desenvolvimento da escala dos vegetais superiores. A sua importância econômica se prende ao fato de serem plantas ornamentais de elevado valor comercial. Há espécies raras que são comercializadas por elevados preços, mormente quando as flores e espécimes são acondicionadas em embalagens e arranjos sofisticados. Do ponto de vista industrial, destaca-se o gênero Vanilla (baunilha), como produtor de essência de elevado valor como condimento em confeitaria. Para a germinação das minúsculas sementes, é necessário o emprego de técnicas especiais, inclusive os orquidiocultores empregam meios apropriados, onde figuram fungos do gênero Rhizoctomia, que mantêm associação simbiótica com essas plantas e/ou substâncias estimulantes. Também são dispensados cuidados especiais no transplante e seleção, bem como na manutenção dos “seedlings”. Dada a grande percentagem de polinização cruzada, hoje já se fazem culturas de meristema para assegurar as características varietais. As orquídeas são cultivadas em substratos constituídos de fibras de coco, pedaços de telha, etc, em cestos de arame, de plástico ou de alumínio. A administração de soluções nutritivas garante um bom desenvolvimento das plantas. Principais Espécies: A família contem cerca de 20.000 espécies das quais aproximadamente 3.000 ocorrem no Brasil. É fornecedora dos mais belos exemplares de nossa flora. As mais lindas orquídeas brasileiras são as dos gêneros Laelia e Cattleya. Laelia p. Laelia purpurata – palma de chicote no Rio Grande do Sul. Epifita, formando touceiras. Folhas lineares obilongas, até 40 cm de comprimento. É também encontrada em Santa Catarina. As flores estão contidas em inflorescências racemosas, brancas ou róseaas, com labelo de cor púrpura. Na Bahia são encontradas as seguintes espécies: L. grandis, L. tenebrosa e L. crispa. Cattleya labiata – Folhas oblongas, muito comum em Pernambuco, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Tem flores grandes, de 15 a 18 cm de diâmetro, roxo-claras. Tem servido como espécie para hibridar com outras do mesmo gênero ou de diferentes. Há até tri-hibridos. As Laelias cruzadas com Cattleyas dão híbridos “Laelia-Cattleya”. Na Bahia á duas espécies de Cattleya muito apreciadas que são: C. ametistho - glossa e C. aclandiae. Na Amazônia ocorre C. violacea. Oncidium varicosum – Chuva de ouro. Geralmente epífitas, cultivadas em vasos. As flores são de tonalidade amarela, frequentemente manchadas de marrom e estão reunidas em panículas. Na zona cacaueira da Bahia ocorrem as espécies O. barbatum e O. lanceanum. Habenaria fastor – Terrestre. Caules anuais, rijos, de 60 a 120 cm de altura. Flores grandes, brancas, protegidas por brácteas. Vanilla planifólia – Baunilha. A espécie é grimpante e produtora de cápsulas de muita aceitação mundial como condimento de confeitaria. Pode ser cultivada nas regiões tropicais e sub-tropicais onde não há geadas. É uma cultura extremamente istensiva, com grande rendimento por unidade de superfície. O custo da cultura é aumentado pela polinização artificial efetuada manualmente flor a flor. Supõe-se originária do México, apresentando flores amarelo-esverdeadas, que dão origem a frutos que são colhidos perto da maturidade. Este são colocados em recipientes para sofrerem uma fermentação enzimática, para dispertar o aroma. No Brasil há algumas espécies do gênero Vanilla que não merecem as técnicas empregadas no México. A essência de baunilha é vendida cristalizada, havendo também a baunilha sintética que tem o nome de baunilha. Nos supermercados encontra-se a essência líquida para bolos e caramelos. Catasetum fimbriatum – Cola de sapateiro. Tem flores unissexuais e andrógenas. 5.1.1.3 ORDEM BROMELIALES 5.1.1.3.1 – FAMÍLIA BROMELIACEAE Plantas geralmente acuales e herbáceas. Inflorescências espici-capituliformes ou paniculadas. As flores são protegidas por bactérias, às vezes lindamente coloridas. Fruto seco (cápsula) ou baciforme, às vezes sincarpo. Frequentemente epífitas. As plantas desta família formam um grupo de vegetais importantes do ponto de vista biológico. Compreendem os gravatás, plantas características pelo seu aspecto e estrutura morfológica. São dotadas de folhas sulcadas em forma de calha e dispostas na planta sob a forma de roseta (folhas rosuladas), que formam uma espécie de tanque mediano que se enche de água. São plantas adaptadas à absorver nutrientes através de pêlos existentes na bainha das folhas, por isso, os fertilizantes químicos podem ser colocados na axila destas. Principais Espécies: Ananas cummosus, A. sativus – Abacaxi. Nativa da América do Sul, tendo imigrado para outras partes do Mundo. As flores são reunidas em uma espiga atarracada em eixo grosso, carnoso, cônico- oval. As pétalas desprendem-se depois da floração, mas as sépalas são persistentes, tornam-se carnosas, sucosas, formam sincarpo cilíndrico juntamente com os ovários e os eixos florais. O fruto individual é uma baga e o conjunto é uma infrutescência ou fruto composto. Devido à forma de propagação vegetativa por meio de bolbilhos, a espécie raramente se reproduz por via seminífera. No Hawaii o abacaxi constitui na segunda cultura econômica. Em vista de ser restrita a época da safra do abacaxi, a teonica agronômica descobriu a utilização de estímulos fisiológicos que induzem a frutificação durante todo o ano, permitindo assim a industrialização permanente da fruta. Trata-se da aplicação de fithormônios, do qual o mais usado é o ácido naftalenoacético na segunda concentração: ANA 0,08 %, álcool 40.00 % e água 60,00 % aplicado a partir dos 45 dias do plantio. Ananas bracteatus
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