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RAS _ Vol. 5, Nº 17 – Out-Dez, 2002 9 ARTIGO ORIGINAL OLÍMPIO J. NOGUEIRA V. BITTAR1 Instrumentos gerenciais para tornar eficiente o financiamento dos Hospitais de Ensino RESUMO Os 156 hospitais de ensino representam apenas 2,4% dos 6.504 hospitais do País, cuja importância é destaca- da pela responsabilidade na formação dos profissionais da área de saúde. O estudo das melhores formas de gestão dos recursos financeiros é imprescindível para se obter eficiência destas unidades. O objetivo é apre- sentar instrumentos de gestão ao poder público e aos hospitais de ensino para que melhorem a eficiência do financiamento de programas e serviços. As formas jurí- dicas e os problemas relacionados à gestão dificultam o financiamento destas unidades. São sugeridos instru- mentos para as partes, os quais são baseados na mu- dança da legislação, na postura dos administradores e dos profissionais de saúde para que possam atingir me- lhores níveis de utilização dos recursos, efetiva gestão do sistema de informações, da regionalização, da pa- dronização dos recursos humanos e materiais, e da in- clusão de programas e serviços que variam de novas formas de atendimento à coibição do desperdício. To- dos eles são possíveis desde que haja a colaboração do executivo, do legislativo, do judiciário e da sociedade em geral, partindo-se para uma visão global da situa- ção, uma atuação regional dos programas e serviços e uma gestão focal no nível terciário de atenção. Palavras-chavePalavras-chavePalavras-chavePalavras-chavePalavras-chave – Financiamento de saúde. Hospitais universitários. Hospitais públicos. ABSTRACT Management tools for morManagement tools for morManagement tools for morManagement tools for morManagement tools for more efe efe efe efe efficient financing officient financing officient financing officient financing officient financing of teaching hospitalsteaching hospitalsteaching hospitalsteaching hospitalsteaching hospitals Teaching hospitals represent only 2.4% of the 6,504 hospitals in Brazil, however their importance stands out as they are responsible for the education of healthcare professionals. The study of financial resources manage- ment is indispensable for greater efficiency of those units. The purpose of this study is to present manage- ment tools to the government and to teaching hospitals so that they can gain efficiency in the financing of pro- grams and services efficiently. Legal aspects and prob- lems related to management add to the difficulties to finance such hospitals. A suggestion is presented of tools based on legislation changes, on a new posture on the part of managers and healthcare professionals in order to achieve better levels of resource utilization, ef- fective IT management, regionalization, bring standards to human and non-human resources, and include new programs and services ranging from new forms of healthcare to waste prevention. The suggestions are possible, if they depend on the cooperation of the exec- utive, legislative, and judiciary power, and of society as a whole, starting with an overall view of the current sit- uation, regional programs and services, and with focus on tertiary healthcare. Key worKey worKey worKey worKey wordsdsdsdsds – Health financing. University hospitals. Pub- lic hospitals. 1. Médico especialista em administração de serviços de saúde e políticas de saúde. Professor Doutor com Livre-docência em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública – USP. Endereço para correspondência: Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, Av. Dr. Dante Pazzanese, 500 – 04012-180 – São Paulo, SP. E-mail: bittar@usp.br 10 RAS _ Vol. 5, Nº 17 – Out-Dez, 2002 INTRODUÇÃO O financiamento dos hospitais de ensino é um processo importante para a saúde pública de qualquer país, pois está sob sua responsabili- dade a formação dos profissionais de saúde que atuarão na rede bási- ca e nos hospitais públicos e priva- dos. Por Hospitais de Ensino (HE)(16) entende-se Hospital Universitário de propriedade ou gestão de universi- dade pública ou privada, ou a elas vinculado por regime de comodato ou cessão de uso, devidamente for- malizados; Hospital-Escola, de pro- priedade ou gestão das escolas médicas isoladas públicas ou priva- das, ou a elas vinculadas por regi- me de comodato ou cessão de uso devidamente formalizados; Hospital Auxiliar de Ensino, aquele que não sendo de propriedade ou gestão de universidade ou escola médica iso- lada, que desenvolvem programas de treinamento em serviço, de cur- so de graduação ou pós-graduação na área de saúde, devidamente con- veniado com uma instituição de en- sino superior, conforme classifica- ção adotada pelo MEC. Os recursos públicos para a área da saúde são disputados dentro da própria área e de outras, como sa- neamento do meio ambiente, edu- cação, agricultura, indústria, além daqueles destinados ao pagamento de dívidas públicas, internas e ex- ternas. Os HE são representados por 156 unidades, distribuídas pelos 26 Es- tados e Distrito Federal, responden- do pela graduação e pós-graduação dos profissionais de saúde (Tabela 1). A importância destas unidades pode ser visualizada na Tabela 2, que apresenta números dos hospitais em valores absolutos e percentuais, do mês de março de 2001. Um pequeno número de HE pos- sui 9,5% dos leitos instalados no País, representando 13% das inter- nações, que significam 22% do to- tal repassado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Além desses números, aproximadamente 10.000 médicos e inúmeros outros profissionais de saúde são formados anualmente e boa parte da pesquisa tecnológica na área tem nesses hospitais o seu apoio. O objetivo é apresentar instru- mentos de gestão a serem imple- mentados ou melhor utilizados pelo poder público e pelos HE visando a eficiência no financiamento de pro- gramas e serviços assistenciais, de ensino e de pesquisa, que permita maior qualidade, alta produtividade e menores custos. SITUAÇÃO ATUAL Os HE, de acordo com a forma ju- rídica, podem ser públicos ou priva- dos. No caso dos públicos, podem Tabela 1 – Distribuição dos Hospitais Universitários e Ensino pelos Estados Brasileiros – janeiro 2002 Estado Nº hospitais Estado Nº hospitais Acre – Paraíba 2 Alagoas 1 Paraná 8 Amapá – Pernambuco 8 Amazonas 2 Piauí 5 Bahia 12 Rio de Janeiro 13 Ceará 9 Rio Grande do Norte 3 Distrito Federal 6 Rio Grande do Sul 22 Espirito Santo 3 Rondônia – Goiás 1 Roraima 1 Maranhão 1 Santa Catarina 10 Mato Grosso 1 São Paulo 26 Mato Grosso Sul 2 Sergipe 2 Minas Gerais 16 Tocantins – Pará 2 – – Fonte: Associação Brasileira de Hospitais Universitários e de Ensino (ABRAHUE). Tabela 2 – Números sobre os Hospitais Universitários e de Ensino (março de 2001) – 156 hospitais = 2,4% dos 6.504 hospitais brasileiros – 46.512 leitos = 9,5% dos 487.705 do total de leitos – 133.344 AIHs* pagas = 12,9% das 1.031.647 AIHs (22% do total pago em Reais pelo SUS) – 130.648 internações = 13,2% das 988.976 internações – AIH média = R$ 687,61 = 130,2% maior do que a média de R$ 298,74 – Média de permanência = 7,4 dias = 21,3% maior do que a média de 6,1 dias – Mortalidade = 4,77 = 79,3 maior do que a média 2,66 Fonte: Associação Brasileira de Hospitais Universitários e de Ensino (ABRAHUE). * Autorização de Internação Hospitalar. RAS _ Vol. 5, Nº 17 – Out-Dez, 2002 11 pertencer à administração direta dos governos federal, estaduais ou mu- nicipais ou à administração indireta desses governos, estando vincula- dos a uma fundação de direito pú- blico, autarquia ou empresa pública, que são estruturas paralelas à estru- tura estatal. Quando privados, são entidades sem fins lucrativos, filan- trópicos, como por exemplo as San- tas Casas de Misericórdia e as fun- dações de apoio, de direito privado, sem fins lucrativos, que dão supor- te a hospitais públicosde ensino, que, embora sujeitas a todos os ti- pos de controles do poder público, vêm sendo a solução para a agiliza- ção de processos e sobrevivência desses hospitais. Entretanto, essa autonomia muitas vezes não repre- senta boa administração, já que existe no País, como um todo, uma carência da profissionalização da ad- ministração hospitalar. O grau de autonomia conferido aos hospitais públicos da adminis- tração direta é extremamente limi- tado, fazendo com que a admissão, administração e demissão de pes- soal seja um processo penoso, len- to, com dificuldades na seleção e manutenção de bons profissionais; processos de compras são moro- sos, pouca agilidade nos pagamen- tos levando a um encarecimento do processo e do produto. O financiamento dos HE é realiza- do através de múltiplas fontes, de- pendendo de onde está enquadra- do o hospital quanto à sua forma jurídica. Os HE públicos se mantêm com recursos dos orçamentos pú- blico federal, estadual ou municipal, acrescidos de recursos de transfe- rências públicas conveniais (custeio ou investimento de reformas, am- pliações, compra de equipamentos e outros) e o pagamento de sua pro- dução, feitos com recursos do SUS e ainda recursos provenientes de fontes privadas, como aqueles re- sultantes de serviços prestados pelo atendimento de pacientes cobertos pela medicina de grupo, cooperati- va médica, seguro saúde, autoges- tão e, em alguns raríssimos casos, de pacientes particulares. de origem fiscal (impostos) e de con- tribuições sociais (sobre a folha de pessoal, sobre o lucro, sobre o fatu- ramento e mais recentemente so- bre a movimentação financeira). As discussões sobre financiamen- to giram a cada ano em torno das propostas orçamentárias e suas emendas. Além disso, existe possi- bilidade de emendas à Constituição Federal(3), o que é feito via Projeto de Emenda à Constituição, sendo a mais recente delas aprovada em 2000, a EC 29, que comprometeu recursos da União, Estados e Muni- cípios para os anos de 2000 a 2004. Estas questões do financiamen- to, valores, emendas ao orçamento, legislação, entre outros aspectos, são bastante debatidas por Jaeger e Carvalho(10), Mendes e Marques(12) e Piola et al.(15). Recentemente, Carvalho(7) elabo- rou tese sobre o assunto, em que apresenta diagnóstico da situação e retrata com fidedignidade e riqueza de detalhes o que a legislação pres- creve e a real situação do financia- mento na área da saúde, no período de 1988 a 2001. Somada às difíceis negociações no Congresso, sobre o financiamen- to, podemos destacar outras dificul- dades por que passam estes HE, como: 1) tabela de pagamentos por pro- cedimentos defasada em seus va- lores; 2) preços crescentes de materiais médico-hospitalares, incluindo-se ór- teses e próteses, na sua maioria importados, sem a devida correção de valores; 3) materiais e medicamentos ne- cessários, cientificamente aceitos e ainda não inclusos na rotina de pa- gamento; O grau de autonomia conferido aos hospitais públicos da administração direta é extremamente limitado Os privados sem fins lucrativos se mantém com recursos de suas man- tenedoras, com os de prestação de serviços ao SUS, ou de outras fon- tes. O pagamento por produção ao SUS segue uma tabela de remuneração por procedimentos que, no que diz respeito à internação, pode ser acres- cida de até 75% do valor, mediante critério denominado de FIDEPS (fator de incentivo ao desenvolvimento do ensino e pesquisa em saúde). Desse modo configura-se que o grande financiador dos HE são os governos federal, estaduais e mu- nicipais, os quais alocam recursos em seus orçamentos para esses hospitais e/ou fazem pagamentos por produção ou convênios especí- ficos para custeio ou investimentos. As fontes de financiamento público federal são oriundas de percentual da Seguridade Social como recursos 12 RAS _ Vol. 5, Nº 17 – Out-Dez, 2002 4) estabelecimento de tetos fi- nanceiros rígidos, como limite de produção, sem limite de clientela (supressão da demanda) mas com limite de pagamento dos serviços prestados; e 5) prática de glosa de pagamen- tos de serviços realmente presta- dos. Não menos importante, mas não objeto desta análise, é o fato dos compradores privados de serviços médico-hospitalares adotarem prá- ticas semelhantes às do SUS, quan- to à defasagem de valores dos procedimentos e prazos de paga- mentos. Na luta pelos recursos, existe ain- da a competição com outros hospi- tais públicos e privados e mesmo com outras áreas ligadas ou não à saúde, implicando a garantia do di- reito à vida e à saúde, compromis- so que não é só público. O resultado é que o recurso dis- ponível é insuficiente para as neces- sidades de custeio e novos investi- mentos nestes hospitais, bem como para o ensino e pesquisa, o que é evidenciado em documentos desen- volvidos por entidades representa- tivas deste segmento, como a As- sociação Brasileira de Hospitais Universitários e de Ensino, Confe- deração das Misericórdias do Bra- sil, e outras entidades, como a Fe- deração Brasileira de Hospitais, entidades estaduais, sindicatos das corporações e também da mídia. Uma nova realidade deverá ser construída, baseada também na uti- lização de instrumentos de gestão, pelos financiadores e financiados, fixando bases para uma expansão do atendimento à comunidade, bem como para o ensino e a pesquisa. Isso só será possível com uma ad- ministração profissional, um dimen- sionamento das ações, de acordo com as reais necessidades regionais e locais, a inexistência de desperdí- cio de recursos e com a manuten- ção de recursos humanos motiva- dos, intelectualmente preparados e com a formação de profissionais engajados em novos conhecimen- tos técnicos e administrativos. PROPOSTA PARA FINANCIADORES & FINANCIADOS Visando a dar o melhor valor para cada real financiado, por meio de um atendimento de qualidade, com maior produtividade e menor custo, a um maior número de clientes/pa- cientes e a formar profissionais de saúde com visão para a realização de atos e atitudes voltados à racio- nalização do uso dos recursos, pro- pomos os seguintes instrumentos: I. Relativos ao poder público 1. Buscar recursos financeiros É de fato responsabilidade do po- der público, assim como é também dele a responsabilidade de contro- lar o gasto destes recursos, o que já vem sendo feito inclusive com a Lei de Responsabilidade Fiscal e outros instrumentos legais. Mas, a liberdade ao financiado de procurar novas fontes de recursos deve ser uma preocupação do financiador, já que será impossível a ele financiar todas as necessidades da comuni- dade, e para isto deve existir a flexi- bilização da legislação, como é o caso da aprovação de um percen- tual de leitos para pacientes priva- dos (projeto de lei do Senador Lúcio Alcântara que destina 25% dos lei- tos para pacientes privados). Deve- se estender esta ação ao atendi- mento ambulatorial e complemen- tar de diagnóstico e terapêutica. Ressalte-se que existe controvérsia entre os técnicos sobre a destina- ção de leitos ou serviços em hospi- tais públicos para pacientes particu- lares. A pesquisa também deve ser fi- nanciada, não só por entidades pú- blicas como pela captação de recur- sos junto a entidades privadas, compradoras de pesquisa. 2. Sistema de informações re- gionais e locais Aprimoramento, aprofundamento e difusão do sistema de informa- ções públicas que contemple as in- formações demográficas, geográfi- cas, epidemiológicas, econômicas, socioculturais, educacionais, núme- ro e localização de unidades de saú- de, sua resolubilidade incluindo pro- dução/produtividade, qualidade, custos, impacto e que permitam o estabelecimento de parâmetros que facilitem o trabalho com metas. Es- tas informações deverão incluir sé- ries históricase principalmente sua divulgação em níveis nacional, regio- nal e local. Um sistema de informa- ções, que seja baseado no geopro- cessamento de dados, com todas as variáveis acima, poderá atuar na montagem de programas e serviços de promoção da saúde e prevenção da doença, que certamente impor- tarão na melhoria da qualidade de vida das comunidades. A regulação do sistema só se faz com um siste- ma de informações adequado. 3. Financiamento de programas de qualidade Ultimamente a questão do finan- ciamento, vista do ângulo tratado RAS _ Vol. 5, Nº 17 – Out-Dez, 2002 13 neste artigo, foi pouco discutida, existindo um sucateamento em an- damento nas unidades de saúde, fi- cando as mesmas impossibilitadas de investimentos e, conseqüente- mente, da renovação do material permanente utilizado para desenvol- vimento dos seus programas e ser- viços. Muitos destes equipamentos são aparelhos que necessitam de calibração para o seu trabalho, atua- lização, manutenção preditiva, pre- ventiva e corretiva, o que só se faz com recursos. Além disso, grande parte das áreas físicas destas uni- dades encontram-se defasadas das normas vigentes em relação à cons- trução (portaria 1884/94)(5). Estes fa- tos impossibilitam as unidades de se habilitarem ao nível 1 do Manual de Acreditação Hospitalar da Organiza- ção Nacional de Acreditação(11), o que é inaceitável para entidades de atendimento e formadoras de recur- sos humanos para a saúde. O inves- timento inicial em programas de qualidade pode ser alto, mas a lon- go prazo terá repercussões no aten- dimento, na qualidade e na quanti- dade, evitando-se atos inseguros ou desnecessários ou mesmo aciden- tes que oneram os financiadores e prestadores de serviços. 4. Novos métodos de auditoria A auditoria é um processo salu- tar, indispensável para validação dos atos de instituições, públicas ou pri- vadas, principalmente num regime democrático, porém, deve-se dedi- car mais à educação para prevenção das glosas e revisão ágil de casos excepcionais do que para a punição. Novas formas de auditoria, do rela- cionamento entre auditor e audita- do devem ser trabalhadas, fazendo da auditoria um processo de ne- gociação, onde todos possam ga- nhar. Neste processo, insere-se a dis- cussão ampla da atualização de va- lores e inclusão de novos procedi- mentos, o que deve ser realizado de maneira ágil. Há que se resolver o impasse das glosas por superação do teto finan- ceiro, possivelmente avançando-se na regionalização onde o conheci- mento prévio da clientela possibili- tará a fixação do mesmo. 5. Contratos de gestão Deve-se buscar um novo relacio- namento comprador-prestador que não seja o simples pagamento por produção. Sugere-se a prática hoje inovadora que são os contratos de gestão. O trabalho com indicadores qualitativos e quantitativos para as- sistência, para o ensino e pesquisa, a criação de parâmetros e conse- qüentemente o estabelecimento de metas, além de indicadores de imagem com os clientes internos e externos, desenvolvimento dos re- cursos humanos técnicos e adminis- trativos, a previsão de economia de escala permitirão a elaboração de contratos de gestão que darão maior controle, tanto para financiadores como para financiados, na decisão da aplicação dos recursos. É a bus- ca de resultados, ou como vem sen- do chamada de cidadania de resul- tados, o que poderá ser avaliado, também, pelo Tribunal de Contas e por auditorias independentes. O contrato de gestão somente será efetivo se existir autonomia, o que representa uma forma de dar responsabilidade aos dirigentes des- tas unidades. A utilização de indica- dores é fundamental para os contra- tos, podendo-se utilizar dos mesmos para a estrutura, processos e resul- tados, como mostra Bittar(2). 6. Diferenciação de hospitais por nível de atenção Os HE necessitam de uma diferen- ciação do valor repassado pelos pro- cedimentos realizados, em virtude dos custos maiores frente ao ensi- no e pesquisas desenvolvidos, que inevitavelmente são maiores em função de maiores gastos com mé- dias de permanência maiores, maior quantidade de exames complemen- tares e técnicas mais complexas para o nível terciário de atendimen- to. Isso já vem acontecendo com o Fator de Incentivo ao Desenvolvimen- to de Ensino e Pesquisa (FIDEPS), embora o mesmo venha perdendo valor devido a seu congelamento a partir de janeiro de 2000. Além dos contratos de gestão, a discussão de novas formas de com- pra de serviços e de pagamento segundo o nível de complexidade deve ser um fator de inovação no relacionamento com estes hospi- tais, formas estas que possam ser repassadas para outros níveis de relacionamento, após testadas. O contrato de gestão somente será efetivo se existir autonomia, o que representa uma forma de dar responsabilidade aos dirigentes destas unidades 14 RAS _ Vol. 5, Nº 17 – Out-Dez, 2002 7. Regionalização A Norma Operacional de Assistên- cia à Saúde (NOAS 2002)(6), com seu objetivo maior de buscar a eqüida- de, melhorando o acesso e integra- lidade das ações com hierarquização e regionalização, trata com bastan- te cuidado, entre outros aspectos, a questão da referência e contra-re- ferência, que é um fator fundamen- tal para o bom sucesso do atendi- mento às comunidades. Os HE cooperam com a regionali- zação formando profissionais e os distribuem para as diferentes re- giões, restando ao governo dar con- dições e estimular a fixação deles nestas regiões. Na questão do finan- ciamento, isso passa a ser funda- mental, à medida em que os casos são resolvidos local ou regionalmen- te, evitando-se gastos extra-saúde para resolução dos mesmos. É mais fácil legislar e executar ações sobre as condições sanitárias em nível re- gional do que nacional. 8. Investimento na rede básica e nos hospitais secundários O aumento da resolubilidade da rede básica e dos hospitais secun- dários, principalmente públicos, o que não significa exclusão dos pri- vados não lucrativos e lucrativos, é fator preponderante no processo de regionalização. Os clientes/pacien- tes têm uma tendência a procurar os hospitais terciários, pela maior oportunidade de solução de seus problemas nestas unidades, conges- tionando as emergências e prontos atendimentos dos mesmos, deslo- cando-se, na maioria das vezes, para locais distantes quando poderiam obter atendimento próximo à sua residência. O investimento a ser fei- to é em qualidade e quantidade de recursos humanos, materiais e no desenvolvimento de uma cultura organizacional para o trabalho em módulos de saúde. Um outro aspecto levantado por Schramm(16) é que o sistema com muitos provedores, trabalhando mais ou menos independentemen- te, com pouco mecanismo formal de coordenação da provisão de cuida- dos de saúde, é ineficiente. 9. Revisão da legislação É necessário se fazer uma atuali- zação da legislação referente aos HE públicos estatais. Algumas palavras podem definir a situação dos hospi- tais face à legislação atual: falta de autonomia, de flexibilização e de negociação. Há necessidade de se lutar por novas normas jurídicas de regulamentação dos hospitais, que permitam novas formas de gestão e de avaliação por metas a partir da demanda. Esta nova regulamenta- ção atuaria basicamente em duas frentes: recursos humanos e mate- riais, que deverão ser resolvidas com a participação efetiva das uni- dades hospitalares. Hoje, começan- do pela Constituição Federal(3) (arti- go 37 inciso 2), torna-se impossível terceirizar grupos profissionais, no caso médicos, que atuam em ativi- dades-fins. Uma nova legislação permitiria outras formas de gestão dos hospi- tais, diminuindo gastos adminis- trativos que proporcionariam um melhor aporte aos programas e ser- viços. A legislação, referente aos HE pú- blicos estatais, da maneiracomo está, também não permite o esta- belecimento de uma política de re- cursos humanos adequada à reali- dade e às necessidades. O recrutamento de pessoal para estes HE estatais, por meio de sele- ção via concurso público é um pro- cesso demorado, que demanda lon- go tempo para a admissão do servidor, criando dificuldades para o pronto atendimento, bem como para uma boa prestação de serviços à comunidade. A administração de pessoal, in- cluindo-se o seu dimensionamento, é amarrada, lenta, trazendo descon- tentamentos. Cargos, salários e be- nefícios são rigidamente colocados de cima para baixo, impedindo estí- mulos que permitam a fixação do profissional por um período de tem- po maior na instituição e o seu com- prometimento com a mesma. Trei- namento e desenvolvimento nos seus aspectos comportamental, administrativo e técnico, são barra- dos pela falta de recursos ou pela falta de autonomia para o gerencia- mento dos poucos recursos existen- tes. O investimento na carreira acadê- mica, com profissionais que possam ter dedicação integral, e remunera- ção adequada, será fundamental para formação de pessoal com me- lhor visão das questões epidemio- lógicas, sociais, econômicas e cul- turais da comunidade. Neste aspecto da formação, os administradores de hospitais univer- sitários merecem uma atenção es- pecial, já que a complexidade assim o exige. A avaliação periódica dos profis- sionais, utilizando-se de técnicas atuais e a participação nos resulta- dos, poderiam servir de estímulo para o crescimento profissional e um maior retorno produtivo e financei- ro às unidades. RAS _ Vol. 5, Nº 17 – Out-Dez, 2002 15 Com relação aos recursos mate- riais, existe a necessidade de auto- nomia, que permita a flexibilização de regras rígidas e possibilitem ne- gociações. A Lei 8666/93(4), que es- tabelece as regras para compras de bens, serviços e contratação de obras, é rígida, está baseada em pra- zos longos, além de permitir que empresas entrem com inúmeros recursos, dificultando a aquisição, o que leva à interrupção de programas e serviços com prejuízos aos pacien- tes e profissionais. A utilização de regulamentos e regimentos internos é uma saída da qual se têm valido as diferentes or- ganizações não governamentais para a aquisição de recursos mate- riais. Os estudos sobre padroniza- ção e utilização de registro de pre- ços devem ser uma constante para facilitar a vida dos administradores de HE. A incorporação de tecnologia deve vir acompanhada de mecanis- mos de controle. 10. Influência sobre o mercado O número de escolas médicas, o número de médicos formados anual- mente, em torno de 10.000, a escas- sa formação de generalistas, trazem implicações financeiras imediatas e a longo prazo. Petersdorf(14) já aler- tava sobre “a pouca disponibilidade de médicos para atenção primária (médicos de família, clínicos gerais e pediatras gerais) que deveriam prover cuidados a preços mais bai- xos para os cidadãos, do que espe- cialistas e subespecialistas”. É es- sencial a indução da formação de médicos generalistas e o compro- misso negociado, de contratação destes profissionais, entre o gran- de contratador de serviços, o Esta- do, e o aparelho formador, em que um dos representantes são os HE. 11. Revisão dos tetos físico e fi- nanceiro A fixação de tetos físico e finan- ceiro (número máximo de procedi- mentos e valor máximo da fatura SIA/ SIH/SUS) para os HE tem trazido uma redução nos repasses do SUS, bem como um aumento no endividamen- to dos hospitais, já que de qualquer forma o atendimento ao paciente tem que ser realizado. Um sistema de informações adequado, isto é, que cubra todo o leque de informa- ções declinadas anteriormente, em termos regionais, tornará o sistema mais justo à medida que estes hos- pitais passem a atender no nível de complexidade que a eles é reserva- do, evitando-se casos que deverão ser retidos na rede básica e nos hos- pitais públicos e privados de nível se- cundário. 12. Regulação com participação da sociedade A constituição de Conselhos de Saúde em cada esfera de governo foi o grande salto nestes últimos anos. Estes conselhos têm uma fun- ção essencial na formatação da po- lítica de saúde (regulação e plano) e no controle do executado, inclusive do econômico e do financeiro. Acon- tece que nem todos os conselhei- ros indicados têm conhecimento, poder político, ou mesmo interesse em participar ativamente dos mes- mos, dando opiniões e sugestões para a melhoria do sistema. É ne- cessário que pessoas com conheci- mento e interesse em participar, e também de entender as informa- ções emanadas dos níveis regional e local, façam parte dos mesmos, colaborando, fiscalizando para a melhoria da qualidade da atenção. II. Relativo aos hospitais 1. Recursos humanos Repetir aqui a questão dos recur- sos humanos serve para dar a ênfa- se que a questão merece. A adequa- ção e preparo dos mesmos é uma responsabilidade dos HE. O treina- mento comportamental, técnico e administrativo deve ser prioridade de cada unidade. Movimentos atuais como Universidades Corporativas, a Organização que Aprende, devem ser incentivados criando-se clima organizacional propício ao desenvol- vimento de pessoas, de maneira constante e ágil, acompanhando-se o desenvolvimento tecnológico, ine- rente a este tipo de organização. O correto dimensionamento de funcio- nários/leitos e camas, a relação pro- dução/funcionários das áreas são bons indicadores para medir a pro- dutividade institucional, além da in- clusão de indicadores de produção em pesquisa e ensino. Novamente, há que se valer de um sistema de informação que possa trazer parâ- metros gerenciais. 2. Sistema de informações (in- terno/ externo) O desenho do sistema de infor- mações que possibilite cruzar as in- A incorporação de tecnologia deve vir acompanhada de mecanismos de controle 16 RAS _ Vol. 5, Nº 17 – Out-Dez, 2002 formações internas com as exter- nas, providas pelo nível regional, será imprescindível para um traba- lho com indicadores, permitindo uti- lização de técnicas como o “bench- marking” e o marcador balanceado (balanced scorecard), muito embo- ra, como já previam Friedman e Shortell(9), estudos nestes tipos de instituições sejam difíceis, em face da diversidade de casos e procedi- mentos atendidos, estruturas orga- nizacionais diferentes, influências regionais e locais distintos. O outro aspecto do banco de da- dos é a catalogação das pesquisas em andamento, que, divulgada, per- mitirá o conhecimento do que se faz, aproveitar oportunidades, ganhar tempo e recursos na troca de expe- riências já testadas. 3. Contabilidade de custos A elaboração do orçamento, a decisão do preço só podem ser ba- seadas no custo. Baptist(1) descre- ve quatro razões para trabalhar com contabilidade de custos, que são: a) desenvolver dados acurados para serviços individuais que estarão dis- poníveis para desenvolvimento dos preços; b) prover a administração com informação necessária para modificar preços de procedimentos, quando apropriado; c) alimentar o custo por procedimento na cesta de produtos do sistema, para obter maior precisão nos custos e lucro por paciente, diagnóstico, linha de produto, por médico ou fonte paga- dora, e d) prover os diretores com informações necessárias para alcan- çar grande eficiência e produtivida- de nas suas áreas/subáreas. A transparência na prestação de contas, o gerenciamento de áreas e subáreas ocorrerão com maior fide- dignidade com o conhecimento dos custos. 4. Relacionamento com a rede básica e hospitais secundários A formação de parcerias com a rede de hospitais públicos e priva- dos, em todos os níveis de atenção e com entidades afins, levará à cor- reta distribuição do atendimento e possivelmente a alcançar economia de escala.5. Captação de recursos finan- ceiros para pesquisa Fontes alternativas de recursos objetivando não sobrecarregar o custo assistencial com os gastos gerados pela pesquisa e o ensino deve fazer parte do dia-a-dia da uni- dade e do exercício da administra- ção. 6. Gerenciamento de materiais Novos controles de materiais e insumos, novas formas de comprar (incluindo-se o uso da internet) e estocar deverão fazer parte do ge- renciamento de materiais, partindo- se para a padronização, novas téc- nicas de logística como o “just in time”, evitando-se desperdícios e perdas financeiras com manutenção de estoques desnecessários ou a sua falta. 7. Novos programas e serviços A introdução de programas de assistência domiciliar, utilização do ambulatório também para cirurgias e outros procedimentos de média complexidade, visando rodar mais rapidamente os leitos e a necessi- dade de uma menor quantidade des- tes levará a uma contenção de des- pesas e possibilitará a educação dos profissionais de saúde que poderão utilizar-se destas alternativas nas regiões onde futuramente exerce- rão sua profissão. O que acontece atualmente é que o ambulatório não é utilizado como deveria ser, bastan- do-se comparar a lista de procedi- mentos passíveis de serem realiza- dos, disponíveis na literatura, e aqueles que os dirigentes hospita- lares catalogam como procedimen- tos de média complexidade realiza- das ambulatorialmente. Ênfase deve ser dada a um pro- grama que permita conscientizar os profissionais e estudantes na coibi- ção do desperdício de exames com- plementares. Estudo de exames complementares poderão levar a surpresas de encontrar entre 50% a 95% de exames negativos, mui- tos dos quais não deveriam ser soli- citados. Ainda, em relação a este item, a utilização de “kits” de labo- ratório, equipamentos e outros insu- mos para pesquisa, com recursos da assistência e que após o término serão desprezados é uma constan- te na área. Schramm(16) enfatiza o desenvol- vimento de protocolos clínicos e ci- rúrgicos, para obter eficiência. Nes- te contexto, é importante ler o artigo de Costa et al.(8) sobre as mudanças ocorridas no Reino Unido. Na área de recursos materiais, as padronizações de materiais de con- sumo e de medicamentos, além de atentarem para a normalização de procedimentos operacionais nas áreas administrativas, certamente levarão à economia, redução do des- perdício e melhor aproveitamento de materiais e tempo dos funcioná- rios. Investimento em tecnologia administrativa deverá ser a base de programas na infra-estrutura, já que esta área concentra algo em torno RAS _ Vol. 5, Nº 17 – Out-Dez, 2002 17 de 50% dos funcionários de um hos- pital, justamente aqueles que não têm contato direto com os pacien- tes. Embora o foco da atenção dos hospitais terciários deva ser concen- trado no atendimento em nível ter- ciário, programas de atenção primá- ria, como aspectos voltados à promoção da saúde e prevenção da doença deverão ser trabalhados. Neste caso, a associação com a rede básica e mesmo com organi- zações não governamentais deverão ser apoiados. Economia de gases medicinais, energia elétrica, água/esgoto, tele- fone, deverá ser motivo de progra- mas estruturados, acompanhados pelas informações advindas de ór- gãos regionais, permitindo um “ben- chmarking”. Programas visando a vigilância sobre reações adversas de sangue, medicamentos, materiais, alimentos e resíduos líquidos e sólidos, neces- sitarão ser ativados e servir de mo- delo para a comunidade. Quanto aos problemas relativos aos resíduos e outras formas de poluição do meio ambiente, deverão ser divulgados para a comunidade, como mais uma forma de educação e proteção da mesma. A residência médica deverá ser estabelecida com limites decisórios regulados no processo assistencial, evitando-se procedimentos fora de protocolos. Programas de qualidade e acredi- tação não devem ser considerados como a panacéia para todos os ma- les da administração dos HE, mas como forma de manter a equipe unida em torno das metas e méto- dos. 8. Novas estruturas organiza- cionais e novas formas de ad- ministração Como nos mostra Mintzberg(13), organizações do tipo hospitalar são organizações complexas com poder emanando da base, isto é, médicos, enfermeiros, biomédicos, entre ou- tros profissionais, são responsáveis pela decisão sobre o que comprar tanto em termos de equipamentos como de materiais de consumo, medicamentos e outros insumos necessários aos cuidados. Isso se torna uma verdadeira torre de Ba- bel, à medida que profissionais for- mados em diferentes faculdades assimilam a cultura desses locais, utilizando diferentes insumos e pro- cedimentos para situações seme- lhantes. Gerenciamento de leitos e pacien- tes, gerenciamento de filas, redese- nho dos fluxos internos e externos devem fazer parte desta nova admi- nistração. Essa complexidade, entre outras dificuldades inerentes ao tipo de tra- balho desenvolvido, traz a necessi- dade de uma administração própria, diferente do tradicional existente para outros tipos de instituições de serviços, mais moderna, empresa- rial, aliada a pessoal diferenciado na sua formação. Um outro componente da admi- nistração é o Conselho de Adminis- tração ou Consultivo, que necessita ser revisado. Hoje, os conselhos são voltados para dentro destas institui- ções. O que é necessário é um con- selho que enxergue o HE de fora para dentro, que possa opinar politica- mente, tecnicamente e administra- tivamente, que seja constituído de cidadãos que conheçam saúde e gestão empresarial, que represen- tem politicamente a comunidade. CONSIDERAÇÕES FINAIS Existe a necessidade de melho- rar o rendimento dos HE, tanto no que diz respeito à sua produção e qualidade do atendimento como também aos seus custos. O finan- ciamento é uma das chaves para a obtenção dessa melhora, porém, uma série de instrumentos geren- ciais deve ser utilizada para que não somente o recebimento de recursos seja agilizado, facilitado e de boa monta, como a saída, o gasto des- tes recursos sejam flexibilizados, propiciando facilidades mas ao mes- mo tempo controle de como são realizadas as operações. A legislação atual é um grande entrave para a viabilidade destas unidades, já que as suas mudanças são lentas e a dinâmica do mercado é rápida, deixando nesta defasagem uma perda financeira e motivacional das equipes responsáveis pelos cui- dados. É necessário um conselho que enxergue o HE de fora para dentro, que possa opinar politicamente, tecnicamente e administrativamente 18 RAS _ Vol. 5, Nº 17 – Out-Dez, 2002 Conflito de interesse: nenhum declarado. Fontes de fomento: Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia Data de recebimento do artigo: 6/9/2002. Data da aprovação: 28/11/2002. Para que tal aconteça, inovação, criatividade técnica e administrativa, investimento em atendimento hu- manizado merecem ser enfocados. O caminho é o início de uma dis- cussão entre os poderes executivo, legislativo, judiciário e a sociedade, sobre financiamento e administra- ção dos HE, ancorado em uma visão global, com atuação regional e ges- tão focal, voltada para situações e soluções de nível terciário, que per- mitam a racionalização dos recursos em programas e serviços hospitala- res, considerando-se assistência, ensino e pesquisa. REFERÊNCIAS 1. Baptist AJ. A general approach to cost- ing procedures in ancillary departments. General approach to costing procedures 1987; 13(4): 32-47. 2. Bittar OJNV. Indicadores de qualidade e quantidade em saúde. Rev Adm Saúde 2001; 3 (12): 21-28. 3. BRASIL. Constituição da República Fede- rativa do Brasil 1988: IMESP, 1988. 4. BRASIL. Licitações e contratos. Lei no 8.666 de 8 de junho de 1994. Estabelece normas gerais sobre licitações e contra-tos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, com- pras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. São Paulo, IMESP, 1994. 5. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência a Saúde – Normas para projetos físicos de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde. Brasília, 1994. 6. BRASIL. Ministério da Saúde, SAS, Por- taria no 373 de 27 de fevereiro de 2002. Norma operacional de Assistência à Saú- de 01/2002. NOAS-SUS 01/2002). Diário Oficial da União n. 40 de 28 de fevereiro de 2002. Disponível em http:\\www.cns. org.br em 28 de junho de 2002. 7. Carvalho, GCM. O financiamento públi- co do Sistema Único de Saúde – 1988- 2001. Tese (Doutorado). USP – Faculdade de Saúde Pública. Departamento de Saú- de Materno, 2002. 8. Costa NR, Silva PLB, Ribeiro JM. Inova- ções organizacionais de financiamento: experiências a partir do cenário institu- cional. In: Brasil: radiografia da saúde. Campinas, Unicamp, 2001. p 291-305. 9. Friedman B; Shortell S. The financial per- formance of selected investor-owned and not-for-profit system hospitals before and after medicare prospective payment. Health Services Research 1988; 23(2): 237-67. 10. Jaeger ML, Carvalho G. A questão do fi- nanciamento suficiente, definido e defi- nitivo para a saúde. 1998. /Digitado/ 11. Organização Nacional de Acreditação – ONA. Manual de acreditação hospitalar. 3a ed. ONA, 2001. 12. Mendes A; Marques RM. Financiamen- to: a doença crônica da saúde pública brasileira. Associação Brasileira de Eco- nomia da Saúde. Anais. 5. Encontro Na- cional de Economia da Saúde. Salvador 28 e 29 de novembro de 1999. P. 231- 38. 13. Mintzberg H. The structuring of Organi- zations. Englewood Cliffs: Prentice Hall, 1979. 14. Petersdorf RG. Financing medical educa- tion. 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