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HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Guia de Utilização de Anti-infecciosos e Recomendações para a Prevenção de Infecções Hospitalares Elaboração Grupo e Subcomissões de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital das Clínicas - FMUSP Manual aprovado em reunião da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP São Paulo 2007 - 2008 GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO Governador Dr. José Serra SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE Secretário Dr. Luiz Roberto Barradas Barata HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - 2007 Presidente do Conselho Deliberativo Prof.Dr. Marcos Boulos Diretor Clínico Prof.Dr. José Otávio Costa Auler Superintendente Dr. José Manuel Camargo Teixeira Chefe de Gabinete Dr. Haino Burmester COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR Gestão 2007 - 2010 Prof. Dr. Antonio Alci Barone Presidente Enfa. Adriana Pereira de Paula Dr. Alfio Rossi Junior Dra. Ana Lucia L. M. Lima Dra. Anna Sara Shafferman Levin Dra. Aurora Rosária P. Waetge Enfa. Carla Renata Couto Dra. Denise Schout Dr. Erasmo Simão da Silva Dra. Flávia Rossi Dr. Haino Burmester Dr. José Ulysses Amigo Filho Enfa. Maria Emília Ferraz de Campos Profa. Maria Aparecida Shikanai Yasuda Dra. Maria Paula Siqueira de Melo Peres Dra. Maristela Pinheiro Freire Dr. Pedro Takanori Sakane Dra. Silvia Figueiredo Costa Dra. Sônia Lucena Cipriano Dra. Tânia Mara V. Strabelli Dr. Wladimir Alves Pereira Tratamento de Infecções 44444 EQUIPE TÉCNICA DE TRABALHO Coordenação Profa. Dra. Anna Sara S. Levin Dra. M. Beatriz G. Souza Dias Colaboradores Dr. Adriano Rotger Armelin Enf. Adriana Pereira Paula Ft. Adriana Sayuri Hirota Dra. Aléia Faustina Campos Dra. Alessandra Carvalho Goulart Dra. Alessandra Saito Regatieri Dr. Alexandre Suzuki Horie Dr. Alfio Rossi Júnior Dra. Alice Tung Wan Song Enfa. Amanda Maciel Dra. Ana Carolina Posada Dra. Ana Lúcia Munhoz Dra. Ana Marli Christovan Sartori Dra. Ana Paola Castagnari Dra. Ana Paula Volpato Dra. Ana Paula Matos Porto Dra. Ana Silvia de Andrade Dra. Ana Paula da Silva Herbella Dra. Andréa Remígio Oliveira Leite Dra. Ângela Carvalho Freitas Dr. Brenno A. A. Falção Enfa. Carla Renata Couto Dr. Carlos Alberto Maganha Dr. Carlos Diêgoli Dra. Christiane Takeda Dra Christina T. Gallafrio Dra. Cinthia Yukie Kuga Dra. Claudia Mangini Aux.Enf. Cleide Roque dos Santos Dr. Cleyton Gregory Dra. Cilmara Polido Garcia Dr. Cornelius Mitteldorf Dra Daniela Mayumi Matsuoka Enf. Daiane Cais Dr. Danilo Duarte Prof. Dr. David Everson Uip Enfa. Doris Aoshima Dr. Edison Manrique Dr. Edson Abdalla Dr. Edson Carvalho de Melo Prof. Dr. Eduardo Alexandrino S. de Medeiros Dra. Maura Salaroli de Oliveira Enfa. Renata Desordi Lobo Dr. Eduardo Moreira Dra. Eliana Battaggia Gutierrez Dra. Emy Akiyama Gouvea Dra. Érika Ferrari Dra. Evelyne Santana Girão Prof. Dr. Evandro Baldacci Dr. Fabiano R. Maximino Dr.Francisco Torgller Filho Dra. Fernanda Maffei Dr. Fernando de Paula Machado Dr. Frederico Leon Fernandes Dra. Gisele Duboc Dra. Gladys Villas-Boas de Prado Dra. Gláucia F. Varkulja Dr. Gustavo L. Guimarães Dra. Heloise M. Camilotti Codo Dr. Ícaro Bszczowski Dr. João Carlos Pereira Gomes Dr. João Nóbrega de Almeida Jr. Dr. José Jukemura Dr. José Mauro Vieira Júnior Dra. Josefina Eugênia Xavier de Lucena Dr. Julio Croda Dra. Karina T. Miyagi Dr. Karim Yakub Ibrahim Dra. Lara Gurgel Távora Enfa. Laura Maria B. Gomes Dra. Ligia Pierrotti Dr. Luciano Bello Costa Dra. Luciana Moura Gori Dr. Marcelo Magri Dr. Marcos Cyrilo de Brito Dra. Maria Aparecida S. Teixeira Dra. Maria Ivete Boulos Enfa. Maria Rosa Cursino Dra. Maria Silvia Biagioni Santos Dra. Mariana Garcia Croda Enfa. Marion Elke S. Araya Dra. Marília Miranda Franco Dra. Marisol M. M. Santos Tratamento de Infecções 55555 Apoio administrativo Sueli Ferreira Sena - e-mail: gcih@hcnet.usp.br - Fone/Fax:(11) 3069-7066 Grupo de Interconsulta do Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da FMUSP Enfa. Mariusa Basso Enfa. Marlene Seiko I. Oshiro Profa. Dra. Marta Heloisa Lopes Dra. Melissa Mascheretti Dra. Mônica Velhote Enfa. Nilza Martins Ravazoli Brito Dra. Patrícia Bonazi Dra. Paula Resende Marques da Silva Dr. Paulo Afonso Martins Abati Dr. Pedro Paulo Pereira Dr. Pedro Takanori Dra. Priscila R. D. Oliveira Dra. Rachel Russo Leite Dr. Rafael Said dos Reis Dr. Rafael da Silva Dra. Regina C.R.M. Abdulkader Dra. Renata Maronna Praça Dr. Ronaldo C. B. Gryschek Prof. Dr. Roberto Eduardo Bittar Dr. Rogério Zeigler Dra. Rosana Richtman Dra. Rosilene de Mata Elios Enfa. Satiko Gobara Dra. Sílvia Figueiredo Costa Dra. Sílvia Vidal Campos Dra. Tânia Mara V. Strabelli Dr. Tálib M. Moussallem Dra. Tatiana S. Goldbaum Enfa. Viviane Resende Enfa. Walquíria Barcelos de Figueiredo Tratamento de Infecções 66666 Apresentação Mais uma edição, atualizada para o biênio 2007-2008 do nosso Guia de Utilização de Anti-Infecciosos e Recomendações para a Prevenção de Infecções Hospitalares está sendo oferecida para os nossos profissionais da área da saúde, não só do Complexo HC-FMUSP, mas também para outros centros do Estado de São Paulo e do Brasil. Ela representa o esforço de um grande grupo de profissionais de diferentes áreas de atuação, mas com o interesse comum em doenças infecciosas e parasitárias e no controle das infecções hospitalares. O uso adequado dos anti-infecciosos e a observação de princípios básicos no controle das infecções hospitalares interessa a todos os profissionais que militam nessa área. A importância desses parâmetros faz com que eles sejam pontos fundamentais no credenciamento e na categorização dos diferentes estabelecimentos que se dedicam aos cuidados com a saúde. Considerando a nossa posição entre os centros de excelência na assistência aos pacientes, na formação de recursos humanos e na produção de novos conhecimentos, é obrigação do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo oferecer a sua experiência para outros centros além de manter, sempre atualizados, os conhecimentos e as padronizações para atuação na área tão complexa dos antimicrobianos e do controle das infecções hospitalares. Mais uma vez, acreditamos que este manual será de extrema utilidade para todos e que a expectativa de seu lançamento será amplamente atingida entre os que dedicam suas vidas aos cuidados de seus semelhantes, em todas as áreas da saúde. Antonio Alci Barone Presidente da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do HC-FMUSP Professor Titular - Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina da USP Tratamento de Infecções 77777 Introdução O surgimento de resistência bacteriana aos antimicrobianos tem como um de seus principais fatores de risco o próprio uso desse medicamento. Os antimicrobianos são muito importantes, têm contribuído para salvar vidas, porém não sem ter seu preço “ecológico”. Assim, devem ser utilizados somente quando necessário e de modo adequado em termos de dose, posologia e duração de tratamento. O Complexo Hospital das Clínicas alberga pacientes com condições clínicas diversas, frequentemente muito grave. O uso de antimicrobianos pode ser fundamental para a sobrevida desses pacientes. Através do Guia de Utilização de Anti-infecciosos e Recomendações para a Prevenção de Infecções Hospitalares esperamos orientar a escolha do tratamento e a profilaxia em diversas situações clínicas. A elaboração deste manual envolveu um grande número de profissionais das diversas especialidades médicas, o que contribui para melhorar a qualidade das informações aqui reunidas. As condutas foram discutidas com as diferentes especialidades e lastreadasem evidências da literatura disponível da melhor qualidade. Em algumas situações clínicas, sobre as quais não há registro de estudo, a discussão entre a CCIH e a especialidade envolvida, com respaldo dos príncipios gerais de uso adequado de antimicrobianos, orientou a conduta aqui sugerida. A primeira parte do manual contém as recomendações para tratamento, seguida das orientações para profilaxia antimicrobiana. A última parte apresenta recomendações para a prevenção de infecções hospitalares, que são de interesse médico geral. Ao final encontram-se as orientações de como encaminhar propostas de inserção ou modificação das condutas. Para esta segunda edição, foram revisados e atualizados alguns tópicos, devido às mudanças no conhecimento médico. Também se incluíram várias novas seções, como pneumonias hospitalar e aspirativa, tratamento de parasitoses intestinais, correção de drogas para função renal alterada, etc. No interesse do pequeno espaço disponível as fontes de informação e a bibliografia não foram citadas no texto, mas estão à disposição no GCIH. Tratamento de Infecções 88888 Sumário TRATAMENTO DE INFECÇÕES Abdome Agudo Inflamatório .............................................................................. 11 Aspergilose Invasiva ............................................................................................ 12 Candida spp. - Infecções Invasivas .................................................................... 14 Infecções Cutâneo-mucosas ...................................................... 15 Cateter Venoso Central - Óstio ........................................................................... 18 Túnel ........................................................................... 19 Bacteremia primária ..................................................... 20 Coleta de Hemocultura ................................................ 22 Clostridium difficile .............................................................................................24 Criptococose ...................................................................................................... 25 Diarréia Aguda ................................................................................................... 28 Endocardite em valva protética ........................................................................... 30 Endocardite em valva nativa ............................................................................... 31 Ginecologia (DIP) ............................................................................................... 35 Grande Queimados ............................................................................................ 36 Hemodiálise ....................................................................................................... 39 Herpes simples ................................................................................................... 42 Meningites em Pediatria ..................................................................................... 43 Meningites em Adultos ....................................................................................... 45 Neutropenia Febril em Adulto ............................................................................. 46 Neutropenia Febril em Pediatria .......................................................................... 48 Obstetrícia - Infecção do Sítio Cirúrgico ............................................................. 52 M. ovular ....................................................................................... 53 I. Puerperal .................................................................................... 53 Abortamento ................................................................................. 53 Mastite .......................................................................................... 54 Ortopedia ........................................................................................................... 55 Otorrinolaringologia (Amigdalite, Otite, Sinusite) ................................................ 56 Parasitoses Intestinais ......................................................................................... 57 Pâncreas e Vias Biliares ....................................................................................... 63 Partes moles: Infecções de Pele ........................................................................... 64 Infecções Necrotizantes ................................................................. 65 Pé diabético .................................................................................. 68 Peritonite Bacteriana Espontânea (PBE) ............................................................... 71 Pneumonia Comunitária do Adulto ..................................................................... 72 Pneumonia Comunitária em Pediatria ................................................................. 76 Pneumonia Hospitalar do Adulto ........................................................................ 78 Pneumopatia por Aspiração (adulto) ................................................................... 79 Tratamento de Infecções 99999 Trato Urinário: .................................................................................................... 80 Candidúria .................................................................................... 84 Urologia ............................................................................................................. 85 Vírus Sincicial Respiratório .................................................................................. 86 PROFILAXIA Cirúrgica Antibioticoprofilaxia - Princípios Gerais ............................................................... 87 C. Cabeça e Pescoço ........................................................................................... 88 C. Cardiovascular ................................................................................................ 89 C. Gastrointestinal e Hérnia ................................................................................ 90 C. Ginecológica .................................................................................................. 92 C. Neurológica ................................................................................................... 93 C. Obstétrica ...................................................................................................... 94 C. Oftalmológicas ............................................................................................... 95 C. Ortopédica ..................................................................................................... 96 C. Otorrinolaringológica ..................................................................................... 97 C. Plástica ........................................................................................................... 98 C. de Tórax ......................................................................................................... 99 C. em Urologia e procedimentos ......................................................................... 101 C. Vascular ......................................................................................................... 103 Cirurgias por vídeo ............................................................................................. 104 Transplante de Órgãos Sólidos ............................................................................ 105 Trauma ............................................................................................................... 106 Não Cirúrgica Acidente Ocupacional com Risco Biológico (Infecção por HIV/HBV) ..................... 107 Endocardite Bacteriana ....................................................................................... 111 MordeduraHumana e de Animais ...................................................................... 114 Procedimentos Endoscópicos .............................................................................. 115 Profilaxia de Fungos em Pacientes Neutropênicos ................................................ 116 Profilaxia de Fungos em Pacientes Críticos ........................................................... 116 Tétano ................................................................................................................ 117 Streptococcus Grupo B em RN ............................................................................ 118 Vítimas de violência sexual .................................................................................. 119 RECOMENDAÇÕES PARA PREVENÇÃO DE INFECÇÃO HOSPITALAR Microorganismos Multirresistentes: Critérios para início e retirada de isolamento de contato e investigaçãode contactantes ... 120 Precaução para Clostridium difficile .................................................................... 128 Tratamento de Infecções 1010101010 Precaução para isolamento Precaução padrão ......................................................................................... 129 Precaução de contato ................................................................................... 131 Precaução respiratória com aerossóis ............................................................ 132 Precaução respiratória com gotícula .............................................................. 133 Tabela de infecções/microorganismos e tipo de isolamento ........................... 134 Prevenção de Infecções do Trato Urinário associado a Cateter Vesical de Demora ............................................................................ 143 Cateterismo Vesical Intermitente Hospitalar ................................................... 145 Cateterismo Vesical Intermitente Domiciliar ................................................... 146 Prevenção de infecção associada a cateteres intravasculares ................................ 147 Prevenção de infecção respiratória ...................................................................... 152 Cuidados com equipamentos de assistência respiratória ................................ 154 Prevenção de infecção do sítio cirúrgico .............................................................. 158 Uso de anti-sépticos ........................................................................................... 162 Tuberculose - Biossegurança e Precaução Respiratória ......................................... 164 Vacinação de profissionais de saúde ................................................................... 166 DOSES DE ANTIMICROBIANOS Função Renal Normal (Adultos e Pediatria) .......................................................... 170 Função Renal Alterada ........................................................................................ 172 Função Hepática Alterada ................................................................................... 177 Uso de Anti-infecciosos na gestação ................................................................... 178 PROPOSTA DE MODIFICAÇÃO / INSERÇÃO DE CONDUTAS .........................185 FICHA CATALOGRÁFICA ...............................................................................186 ÍNDICE REMISSIVO ......................................................................................187 Tratamento de Infecções 1111111111 DURAÇÃOTIPO ANTIMICROBIANO DOSE AO DIAGNÓSTICO INTERVALO Apendicite edematosa ou úlcero – flegmonosa Cefoxitina ou 2 g 1 g 6/6h Cloranfenicol ou 2 g 1 g 6/6h Metronidazol + 0,5g + 0,5 g 8/8 h + Gentamicina* 240 mg 3-5 mg/Kg IV d.u. diária 24h > 5 dias e 72 h sem sinais de infecção ∗∗ Apendicite perfurada, abscesso local ou peritonite Metronidazol ou 0,5 g 0,5 g 8/8h Cloranfenicol 2 g 1 g 6/6h + Gentamicina* 240 mg 3-5 mg/Kg IV d.u. diáriaDiverticulite Ampicilina 2 g 2 g IV 6/6h Fazer cobertura para, Enterococcus se houver: • Gram da coleção ou bacteremia por cocos Gram positivos • Má resposta ao tratamento clínico de diverticulite • Desenvolvimento de coleção intra- abdominal • Peritonite terciária Até o esclarecimento do diagnóstico microbiológico Abdome Agudo Inflamatório * Usar ceftriaxone (2 g seguido de 1 g 12/12h) se insuficiência renal ou alto risco de insuficiência renal ∗∗ para suspensão do antimicrobiano: leucograma normal e apirexia > 72h d.u. - dose única TRATAMENTO DE INFECÇÕES Tratamento de Infecções 1212121212 Aspergilose Invasiva A abordagem diagnóstica e terapêutica da aspergilose é complexa e deverá ser acompanhada por um infectologista experiente. Critérios Clínico-Radiológicos Trato Respiratório Inferior Maiores → → → → → qualquer dos seguintes sinais na tomografia de tórax: sinal do halo, sinal do ar crescente, cavitação Menores →→→→→ sintomas de infecção do trato respiratório inferior (tosse, dor torácica, hemoptise, dispnéia), atrito pleural, derrame pleural, infiltrado pulmonar que não preencha critérios maiores. Sinusite Maiores →→→→→ sinais radiológicos de infecção invasiva nos seios (p. ex. erosões da parede dos seios, extensão da infecção para estruturas vizinhas, destruição da base do crânio). Menores →→→→→ sinais de infecção do trato respiratório superior (coriza), úlcera da mucosa nasal, epistaxe, edema periorbital, lesões necróticas ou perfuração do palato duro. Sistema Nervoso Central Maiores →→→→→ evidência radiológica de infecção do sistema nervoso central (mastoidite ou outro foco parameníngeo, empiema extradural, lesão de massa no parênquima cerebral ou na medula espinhal). Menores →→→→→ sintomas e sinais neurológicos focais (p. ex. convulsões, hemiparesia, paralisia dos pares cranianos), alteração do nível de consciência, alterações liquóricas. Critérios do Hospedeiro Neutropenia (N<500) por tempo >10 dias. Febre persistente por >96 h em paciente de alto risco (transplante de medula óssea, indução de leucemia mielóide aguda, mieloma múltiplo, transplante de órgãos sólidos) com ATM de largo espectro. Temperatura >38 ou <36 e uma destas condições predisponentes: neutropenia prolongada (>10 dias) nos 60 dias prévios, uso atual ou nos 30 dias anteriores de imunossupressores, infecção provável ou comprovada em episódio anterior de neutropenia, Aids. Tratamento de Infecções 1313131313 Doença do enxerto versus hospedeiro. Uso de corticóides por >3 semanas nos 60 dias prévios. Iniciar terapêutica na: Aspergilose possível: pelo menos 1 critério do hospedeiro + - Cultura ou micológico direto positivo, ou um critério clínico-radiológico maior ou 2 critérios menores. Aspergilose provável: pelo menos 1 critério do hospedeiro + cultura ou micológico direto positivo + - Um critério clínico-radiológico maior ou 2 critérios clínicos menores. Aspergilose confirmada: evidência histológica de dano tecidual, com ou sem cultura positiva. Tratamento de eleição Anfotericina B deoxicolato: 1-1,5 mg/kg/dia Se houver intolerância incontornável, o caso deverá ser discutido com o especialista, devido à existência de outras opções terapêuticas: formulações lipídicas da anfotericina, voriconazol e caspofungina. Após resolução de sinais radiológicos ou estabilização da doença, manter o tratamento VO: - Voriconazol 200mg 12/12 h ou - Itraconazol 10 mg/kg/dia Duração do tratamento É incerta. Depende da extensão da doença, da resposta terapêutica e da situação da doença de base. Sugere-se continuar o tratamento por, no mínimo, 3 a 6 meses. Conduta diante de nova Quimioterapia ou Transplante de Medula Óssea Deve-se considerar continuação do tratamento antifúngico ou reinício do mesmo para pacientes cuja infecçãoesteja aparentemente resolvida. Tratamento de Infecções 1414141414 ANTIFÚNGICO DOSE OBSERVAÇÃO - Pré medicar com SF 500 ml e 2 ml de dipirona Anfotericina B 0,6 - 1 mg/kg/dia - Diluir em SG 5% 500 ml e infundir em 4-24h - Não usar em Candida guilliermondii e C. lusitaniae - IV nos primeiros 7 dias seguido de Fluconazol 400 mg/dia ou VO ou IV 6 mg/kg/dia - Não usar em C. krusei ou C. glabrata - Experiência limitada em neutropênico 70 mg IV no - Custo elevado Caspofungina primeiro dia seguida - Experiência limitada em por 50 mg/dia IV neutropênico* Formulações 3 mg/kg/dia - Custo elevado * lipídicas Candida spp. - Infecções Invasivas * Indicação - Intolerância aguda não-controlável à formulação clássica da anfotericina, esgotadas as medidas de controle com utilização de dipirona, acetaminofem, hidrocortisona, prometazina e meperidina - Toxicidade renal com aumento de creatinina sérica acima de 2 vezes o limite superior ao valor normal para a idade. - Para infecções nas quais a formulação clássica parece ter falhado, incluindo dose acumulada acima de 500 mg. Tratamento de Infecções 1515151515 Candida spp. - Infecções cutâneo-mucosas 1. Candidíase oral 1.1. Pacientes com infecção por HIV ou com outras patologias (exceto neutropênicos) Nistatina (pastilhas) ou 1 a 4 ml 4x/dia por 14 dias tempo contato >2 minutos Recidiva Sem resposta Repetir tratamento Fluconazol 200 mg no D1 e Se recuperação 100 mg/diapor 14 dias 7-14 dias (após imunológica prevista melhora clínica) Itraconazol 200 mg/dia por 14 dias ou Cetoconazol 200 mg/dia por 14 dias 1.2. Quadro extenso de candidíase oral: • Fluconazol 200 mg no primeiro dia seguido de 100 mg/dia 7-14 dias (após melhora clínica) • Itraconazol 200 mg/dia (14 dias) ou • Refratária ou fluconazol ou intolerância ao fluconazol: - Anfotericina B EV 0,3 - 0,5 mg/kg por 7-14 dias - Caspofungina 50 mg/dia EV por 14 dias 2. Candidíase vaginal 2.1. Gestante → tratamento tópico 2.2. Mulheres não-gestantes Tratamento Tópico: • Clotrimazol - 500 mg 1x/dia em dose única ou - 200 mg 1x/dia por 3 dias ou - 100 mg 1x/dia por 6 a 14 dias ou Tratamento de Infecções 1616161616 • Miconazol - 5 g creme 1x/dia por 7 dias ou - 200 mg em susp. vaginal por 3 dias ou • Tioconazol creme 6,5% aplicação única Tratamento Oral: • Fluconazol 150 mg V.O. 2 doses com intervalo de 3 dias (casos graves) ou • Cetoconazol 200 mg 12/12h por 5 dias ou • Itraconazol 200 mg 1x/dia por 3 dias Obs.: • A nistatina não deve ser utilizada no tratamento da candidíase vaginal. • Não é necessário tratar o marido assintomático. 2.3. Candidíase vaginal grave e recorrente • Clotrimazol tópico 1 vez por semana ou • Cetoconazol 100 mg/dia VO ou • Cetoconazol 400 mg/dia VO nos 5 primeiros dias do ciclo menstrual (se menstruação fator de risco). • Fluconazol 150 mg V.O. 1x/semana por 6 meses 3. Candidíase Esofágica Diagnóstico clínico - realiza tratamento empírico. Se não houver melhora clínica em 72 horas ou suspeitar de candidíase refratária, realizar endoscopia digestiva alta. Cultura e teste de sensibilidade devem ser realizados em caso de candidíase refratária. • Fluconazol 200 mg/dia VO por 21 dias ou • Itraconazol 200 – 400 mg VO por 14 dias • Anfotericina B 0,3 - 0,5 mg/kg/dia por 14 - 21 dias • Caspofungina 50 mg/dia por 14 - 21 dias Obs: • Pacientes com Aids antes do uso de anti-retrovirais apresentam 90% de recidiva. • A profilaxia é controversa e não deve ser indicada como rotina. • O uso de itraconazol em solução oral diminui os problemas de absorção com hipocloridria e ingestão de alimentos (não-disponível no Brasil). Tratamento de Infecções 1717171717 4. Onicomicose • Terbinafina 250mg/dia, uso contínuo por 4 a 6 meses ou • Itraconazol 400mg/dia durante 1 semana a cada 4 semanas (pulsoterapia) ou • Itraconazol 200mg/dia, uso contínuo - Pés: até 6 meses - Mãos: até 4 meses 5. Dermatofitoses Utilizar preferencialmente o tratamento tópico. Indicações de tratamento sistêmico: Doença extensa Falha da terapia tópica Intolerância ao uso tópico Tinea capitis Comprometimento palmar ou plantar extenso Imunossupressão 5.1. Tinea pedis • Itraconazol − 400 mg/dia por 7 dias • Fluconazol − 150 mg/semana por 4 semanas • Cetoconazol − 200 mg/dia por 2 a 6 semanas alternadas • Terbinafina − 250 mg/dia por 3 semanas 5.2. Tinea capitis • Griseofulvina − 500 mg/dia por 6-12 semanas • Itraconazol − 100 mg/dia por 6 semanas • Terbinafina − Peso<20Kg - 125 mg/dia Peso 20-40Kg - 250 mg/dia Peso>40Kg - 500 mg/dia Até cura clínica e micológica 5.3. Tinea corporis • Itraconazol − 100 mg/dia por 14 dias • Terbinafina − 250 mg/dia por 3 semanas • Fluconazol − 150 mg/semana por 4 a 6 semanas Tratamento de Infecções 1818181818 Cateter Venoso Central (CVC) As complicações infecciosas relacionadas a CVC podem ser tanto locais (infecções do óstio ou do túnel) como sistêmicas (bacteremias). 1. Infecção do óstio do CVC: 1.1. CVC de curta permanência: a) Suspeita: presença de secreção purulenta no óstio do CVC ou celulite. b) Como proceder: retirar o CVC, mandar ponta para cultura e providenciar dois pares de hemoculturas de sangue periférico. Caso o paciente ainda necessite de acesso venoso, instalar novo CVC em outro local. c) Interpretação dos resultados: Se ponta de cateter positiva* e hemoculturas negativas em paciente sem sinais sistêmicos de infecção: não tratar, apenas observar evolução. Em pacientes com doença valvar ou neutropenia e colonização do CVC por Staphylococus aureus ou Candida spp.: monitorizar para sinais de infecção e repetir hemoculturas se necessário. Se ponta de cateter positiva* e hemoculturas negativas em paciente com sinais sistêmicos de infecção e sem outro foco: completar sete dias de antimicrobiano sistêmico baseado no antibiograma Se ponta de cateter positiva* e hemoculturas positivas: ver tratamento de bacteremia. 1.2. CVC de longa permanência: a) Suspeita: presença de secreção purulenta no óstio do CVC ou celulite. b) Como proceder: não remover o CVC. Colher dois pares de hemoculturas de sangue periférico e cultura de secreção pericateter. Iniciar tratamento empírico com vancomicina. c) Interpretação dos resultados: Hemoculturas negativas e cultura de secreção pericateter positiva: completar sete dias de ATB sistêmico baseado no antibiograma. Hemoculturas positivas: ver tratamento de bacteremias. OBS: não recomendamos colher de rotina hemoculturas pelo CVC, principalmente se houver secreção purulenta ou celulite do óstio. *Somente considerar positivas as culturas de ponta de catéter semi-quantitativas com crescimento de microorganismo único e acima de 15 ufc. Tratamento de Infecções 1919191919 2. Infecção do túnel ou bolso a) Suspeita: presença de eritema, edema e dor que se estende por mais de 2 cm no trajeto do túnel a partir do óstio do CVC. b) Como proceder: retirar CVC; se houver coleção drenável, colher material para cultura e colher dois pares de hemoculturas de sangue periférico. Iniciar tratamento empírico com vancomicina. c) Interpretação dos resultados: Hemoculturas negativas: completar sete dias de antimicrobiano sistêmico com base no resultado do antibiograma. Hemoculturas positivas: ver tratamento de bacteremia. 3. Infecção da corrente sanguínea Paciente com CVC de curta permanência e episódio febril agudo Doença pouco ou não grave (sem hipotensão ou falência de órgãos) Iniciar ATM Considerar ATM Hemocultura (-) e CVC não-cultivado Hemocultura (-) e cultura ponta CVC (-) Hemocultura (-) e cultura ponta CVC > 15 ufc Hemocultura (+) e cultura ponta CVC > 15 ufc Febre mantida e sem outro foco: remover e cultivar CVC Investigar outros focos Em pacientes com doença valvar ou neutropeniae colonização do CVC por S. aureus ou levedura →→→→→ monitorizar para sinais de infecção e repetir hemoculturas se necessário Ver abaixo tratamento de bacteremia relacionada a CVC de curta permanência ATM - Antimicrobiano Doença grave (hipotensão, hipoperfusão, falência de órgãos) • Hemoculturas, 2 pares (periféricos) • Foco da febre não identificado: remover CVC e inserir por outra punção ou trocá- lo sobre fio-guia se não houver sinais de infecção local • Cultivar ponta do CVC Tratamento de Infecções 2020202020 3a. Paciente com bacteremia relacionada a CVC de curta permanência Complicada Não-complicada Trombose séptica, endocardite, osteomielite, etc Remover CVC e tratar com ATM sistêmico por 4-6 semanas; 6-8 semanas para osteomielite • Excluir contaminação • Remover CVC e tratar com ATM sistêmico por 5-7 dias • Se CVC mantido, tratar com ATM sistêmico + “selo“ de ATM no CVC por 10-14 dias • Remover CVC e tratar com ATM sistêmico até paciente afebril por 7 dias • Eco trans- esofágico (+), prolongar ATM sistêmico por 4-6 semanas Remover CVC e tratar com ATM sistêmico até paciente afebril por 7 dias Remover CVC e tratar com antifúngicos* até paciente afebril por 7 dias Staphylococcus coagulase- negativo Staphylococcus aureus Bacilos Gram- negativos Candida spp. * Ver Tratamento de infecção invasiva Candida spp. ATM - Antimicrobianos CVC - Cateter Venoso Central Tratamento de Infecções 2121212121 3b. Pa ci en te c o m b ac te re m ia r el ac io n ad a a C V C t u n el iz ad o o u i m p la n tá ve l ( p o rt ) Co m pl ic ad a N ão c om pl ic ad a Tr om bo se s ép tic a, en do ca rd ite , os te om ie lit e et c Re m ov er C V C e tr at ar c om A TM IV po r 4- 6 se m an as ; 6- 8 se m an as p ar a os te om ie lit e • Ex cl ui r co nt am i- na çã o • M an te r CV C e tr at ar c om A TM IV po r 7 di as + “ se lo “ de A TM n o CV C po r 10 - 14 d ia s • Re m ov er C V C se ho uv er p io ra cl ín ic a, b ac te re m ia pe rs is te nt e ou re ci di va • Re m ov er C V C e tr at ar c om A TM IV po r 14 d ia s se e co tr an se so fá gi co (- ) • P ar a te nt ar s al va r CV C, s e ec o tr an s- es of ág ic o (- ), tr at ar co m A TM IV + “s el o“ d e A TM n o CV C po r 14 d ia s • Re m ov er C V C se pi or a cl ín ic a, ba ct er em ia pe rs is te nt e ou re ci di va • Re m ov er C V C e tr at ar c om A TM IV a té p ac ie nt e af eb ril p or 7 d ia s • Pa ra t en ta r sa lv ar C V C, t ra ta r co m A TM IV + “s el o“ d e A TM n o CV C po r 14 d ia s • Se n ão h ou ve r re sp os ta , re m ov er C V C e tr at ar c om A TM IV a té p ac ie nt e af eb ril p or 7 d ia s Re m ov er C V C e tr at ar c om an tif ún gi co s* at é pa ci en te af eb ril p or 7 di as St ap hy lo co cc us co ag ul as e ne ga tiv o St ap hy lo co cc us au re us Ba ci lo s G ra m ne ga tiv os C an di da s pp . In fe cç ão d o tú ne l o u bo ls a Re m ov er C V C e tr at ar c om A TM po r 10 -1 4 di as * Ve r Tr at ra m en to d e In fe cç ão in va si va p or C an di da s pp . A TM - A nt im ic ro bi an os CV C - Ca te te r Ve no so C en tr al IV - In tr av en os o Tratamento de Infecções 2222222222 Coleta de Hemocultura A contaminação da hemocultura, devido à coleta inadequada é freqüente, levando ao diagnóstico incorreto e uso desnecessário de antibiótico. Portanto a padronização da técnica de coleta é fundamental. Indicações e momento da coleta: Para sepse ou bacteremia de origem indeterminada obter 2 punções venosas de locais diferentes. Para suspeita de endocardite e febre de origem indeterminada colher de 2 a 3 pares de frascos com intervalos de 20 a 30 minutos. Para pacientes em uso de antibiótico e com indicação de coleta de hemocultura, esta deve ser colhida antes da próxima dose de antibiótico. Nota: Se mais de uma hemocultura já tiver sido coletada antes da introdução de antibioticoterapia, coleta de múltiplas amostras após início de terapêutica para investigação do mesmo episódio febril deve ser desencorajada. Para diagnóstico de infecção relacionada a cateter através de hemoculturas pareadas são os 2 métodos mais estudados são: Diferença do tempo de positivação: Este método compara os registros do tempo de crescimento de microorganismos isolados em hemocultura periférica e colhida através do cateter. Por esta técnica é considerada infecção relacionada a cateter quando a hemocultura colhida através do cateter positiva duas horas ou mais antes da amostra periférica. A desvantagem desse método é que a maioria dos pacientes tem resultado indeterminado, pois somente um dos pares é positivo. Quando o exame é conclusivo, a sensibilidade chega a 85% e a especificidade a 81%. Culturas Quantitativas: Por esta técnica, considera-se infecção relacionada a cateter quando a quantidade de microorganismos isolados na via do acesso for de três a cinco vezes maior que a isolada na amostra periférica. Esta técnica não é disponível no Hospital das Clínicas. Ainda não existem estudos que corroborem o uso destas técnicas para cateter venoso central de curta permanência. Técnica de coleta de hemocultura periférica: 1. Higienizar as mãos; 2. Colocar as luvas de procedimento; 3. Garrotear o membro do paciente e localizar a veia; 4. Realizar a anti-sepsia local com solução de clorexidina alcoólica a 0,5%; 5. Aplicar o anti-séptico em um único sentido; Tratamento de Infecções 2323232323 6. Esperar secar; 7. Após a anti-sepsia, realizar a punção sem colocar a mão no local. Caso seja necessário, usar luvas estéreis; 8. Volume de sangue a ser aspirado: • Adultos:10-20 ml, divididos em dois frascos, respeitando o volume máximo de cada frasco. • Neonatos até 1 ano : 0,5 a 1,5 ml, preferencialmente > 1 ml. • Crianças: : : : : 1 ml/ano, divididos em 2 frascos, respeitando o volume máximo de cada frasco (por exemplo: 6 anos: coletar 6 ml e distribuir 3ml em cada frasco pediátrico) Acima de 8ml, utilizar frasco aeróbio (8 a 10 ml) 9. Não é necessário trocar de agulha para inoculação nos frascos; 10. Inocular primeiro o sangue no frasco aeróbio; 11. Misturar o conteúdo dos frascos por inversão. Técnica de coleta de hemocultura por cateter venoso central: 1. Identificar no frasco a coleta realizada pelo cateter e a coleta pelo acesso periférico; 2. Higienizar as mãos; 3. Colocar as luvas de procedimento; 4. Limpar com álcool 70% a conexão e extremidade distal do cateter. Esperar secar 30 a 60s; 5. Aspirar e desprezar 3ml de sangue do cateter em adultos ou 0,2 ml emcrianças; 6. Colher amostra de todos os lúmens do cateter, contendo mesmo volume de sangue; 7. Utilizando nova seringa, coletar volume de sangue desejado; 8. Inocular o sangue no frasco de hemocultura, respeitando o volume máximo de cada frasco; 9. Misturar o conteúdo dos frascos por inversão. Observações: Evitar coleta de sangue 1 hora após término de infusão de antibiótico; Para suspeita de infecção por fungos filamentosos,Histoplasma e micobactérias utilizar o frasco especifico Myco F. Coletar apenas 1 amostra, em volume máximo de 5 ml. Para amostras pareadas, o volume coletado por via central deverá ser o mesmo do coletado por via periférica; A coleta através do cateter deve ser sempre pareada com a hemocultura periférica; O intervalo de tempo entre a coleta pelo cateter e periférica não deve ultrapassar 15 minutos; Tratamento de Infecções 2424242424 Clostridium difficile Episódio inicial: Parar antimicrobianos, se possível. Metronidazol 250 mg VO 6/6h ou 500 mg VO 8/8h (pode ser IV). Em casos graves, confirmados por colonoscopia e não responsivos a metronidazol, usar vancomicina 125 a 500 mg VO 6/6h (não pode ser IV). Duração 10 - 14 dias ou até 7 dias após a suspensão dos antimicrobianos. Não usar antiperistálticos, devido ao risco de megacólon tóxico. Recorrência: Metronidazol 250 mg VO 6/6h ou 500 mg VO 8/8h por 10 - 14 dias. Após o 3º ou o 4º episódio, vancomicina 125 mg VO 6/6h por 10 - 14 dias. Tratamento de Infecções 2525252525 Criptococose C ri p to co co se e m H IV -P o si ti vo s A TA Q U E: • 1ª o pç ão : A nf ot er ic in a B (0 ,7 - 1 m g/ kg /d ia ) + 5 -f lu ci to si na (1 00 -1 50 m g/ Kg /d ia ) p or 2 s em an as • 2ª o pç ão : A nf ot er ic in a B (0 ,7 - 1 m g/ kg /d ia ) p or 3 -4 s em an as Co lh er lí qu or d e co nt ro le c om c ul tu ra p ar a fu ng os 1) D o en ça n o S N C : Pa ci en te e m B EG (m el ho ra c lín ic a) e cu ltu ra s ne ga tiv as Pa ci en te e m R EG o u cu ltu ra s + M an te r do se d e at aq ue a té cu ltu ra n eg at iv a no lí qu or * C O N SO LI D A Ç Ã O Fl uc on az ol 4 00 -8 00 m g/ di a po r 8 - 10 s em an as M A N U TE N Ç Ã O Fl uc on az ol 2 00 m g/ di a in de fin id am en te o u at é CD 4 > 1 00 -2 00 p or 6 m es es * Pa ra c as os r ef ra tá rio s co ns id er ar a nf ot er ic in a in tr at ec al O ut ra s op çõ es d e A TA Q U E: • A nf ot er ic in a B 0, 7- 1m g/ kg /d ia + 5 -f lu ci to si na 1 00 -1 50 m g/ kg /d ia p or 6 -1 0 se m . • Fl uc on az ol 4 00 -8 00 m g/ di a + 5 -f lu ci to si na 1 00 -1 50 m g/ kg /d ia p or 1 0 se m . • Fl uc on az ol 4 00 -8 00 m g/ di a po r 10 s em . • Fo rm ul aç ão li pí di ca (A m bi so m e) 4 m g/ kg /d p or 6 -1 0 se m . N ão é n ec es sá ria a CO N SO LI D A ÇÃ O . F az er M A N U TE N ÇÃ O c om flu co na zo l Tratamento de Infecções 2626262626 C ri p to co co se e m H IV -P o si ti vo s 2) D o en ça p u lm o n ar e o u tr o s sí ti o s: Cr ip to co co m a pu lm on ar > 3 c m < 3 c m A bo rd ag em c irú rg ic a ap en as Co ns id er ar s om en te t ra ta m en to c lín ic o: A ss in to m át ic os /S in to m as le ve s ou m od er ad os : • Fl uc on az ol 2 00 -4 00 m g/ di a po r 6 a 1 2 m es es Si nt om as g ra ve s/ pr og re ss iv os • A nf ot er ic in a B (0 ,7 - 1 m g/ kg /d ia ) a té a m el ho ra d os s in to m as , s eg ui do d e flu co na zo l Tratamento de Infecções 2727272727 C ri p to co co se e m H IV -N eg at iv o s A ta qu e: • 1ª o pç ão : A nf ot er ic in a B (0 ,7 - 1 m g/ kg /d ia ) a ss oc ia do a 5 -f lu ci to si na (1 00 -1 50 m g/ kg /d ia ) p or 2 s em an as • 2ª o pç ão : A nf ot er ic in a B (0 ,7 - 1 m g/ Kg /d ia ) p or 3 s em an as Co lh er lí qu or d e co nt ro le c om c ul tu ra p ar a fu ng os 1) D oe nç a em S N C : Pa ci en te e m B EG (m el ho ra c lín ic a) M an te r at aq ue a té c ul tu ra n eg at iv a no lí qu or * Fl uc on az ol 4 00 m g/ di a po r 8 - 10 s em an as Fl uc on az ol 2 00 -4 00 m g/ di a po r 6 - 12 m es es Tr at ar t od os o s im un oc om pr om et id os * Pa ra c as os r ef ra tá rio s co ns id er ar o u so d e an fo te ric in a in tr a- te ca l Pa ci en te e m R EG o u im un oc om pr om et id o 2) D oe nç a pu lm on ar e o ut ro s sí ti os : Cr ip to co co m a pu lm on ar > 3 cm < 3 cm A bo rd ag em c irú rg ic a ap en as (n os im un oc om pr om et id os , a ss oc ia r tr at am en to c lín ic o) Co ns id er ar a pe na s tr at am en to c lín ic o (a ci m a) Tratamento de Infecções 2828282828 Diarréia Aguda Com febre > 38ºCSem febre Hidratação Evitar antidiarréicos Observar Duração <72 horas Duração >72 horas Sem indicação de internação Sem indicação de internação: Hidratação Evitar antidiarréicos norfloxacino 400 mg VO 12/12h Com indicação de internação: Colher coprocultura Evitar antidiarréicos Iniciar*: Ciprofloxacino 400 mg IV 12/12h ou Ceftriaxona 2 g por dia * A diarréia provocada por E. coli êntero-hemorrágica não deve ser tratada com antimicrobianos devido ao risco de síndrome hemolítico-urêmica. Adulto hígido Extremos idade imunossuprimido Tratamento de Infecções 2929292929 Diarréia Aguda Patógeno Tratamento Duração Shigella spp. TMP-SMZ 160-800 mg VO 12/12 h Ciprofloxacino 500 mg VO 12/12 h 3-5 dias Ceftriaxona 2 g por dia IV Salmonella não-typhi* TMP-SMZ 160-800 mg VO 12/12 h Ciprofloxacino 500 mg VO 12/12 h 5-7 dias Ceftriaxona 2 g por dia IV Campylobacter Eritromicina 500 mg 12/12 h 5 dias Escherichia coli spp.** TMP-SMZ 160-800 mg VO 12/12 h Ciprofloxacino 500 mg VO 12/12 h 3 diasCeftriaxona 2 g por dia IV Yersinia spp.*** TMP-SMZ 160-800 mg VO 12/12 h Ciprofloxacino 500 mg VO 12/12 h Clostridium difficile toxigênico Metronidazol 500 mg VO ou IV 8/8 h 10 dias Giardia Metronidazol 250-750 mg VO ou IV 8/8 h 7-10 dias * Tratar somente casos graves ou pacientes com menos de 6 anos ou mais de 50 anos, doença valvar, aterosclerose grave, neoplasia ou uremia. ** Não tratar E. coli êntero-hemorrágica. *** Tratar somente casos graves ou associados a bacteremia. Tratamento de Infecções 3030303030 Endocardite em valva protética Suspeita de endocardite em prótese valvar (ocorre até um ano após a troca valvar): • Após coleta de três pares de hemocultura com intervalo de pelo menos 20 minutos iniciar: - vancomicina (40 a 60 mg/kg/dia) e - amicacina (15 mg/kg/dia) ou cefalosporina (cefepima) em pacientes com insuficiência renal (Cr>2,5 mg/dl). • Após isolamento do agente etiológico, ajustar a antibioticoterapia, que deverá ser mantida por 6 a 8 semanas. Quando há indicação de trocar a prótese valvar, manter pelo menos 4 semanas de terapêutica após a troca valvar. Tratamento de Infecções 3131313131 Endocartite em valva nativa ETIOLOGIA ANTIMICROBIANO DOSE DURAÇÃO COMENTÁRIOS Streptococcus Penicilina cristalina 12-18 milhões 4 sem. Preferível em pacientes viridans U 24h EV >65 anos ou pacientes sensível a ououououou com lesão renal ou penicilina e Ceftriaxone 2 g /24 h EV/IM 4 sem. auditiva Streptococcus Penicilina cristalina 12-18 milhões 2 sem. Duração de 2 sem. não bovis ououououou U 24h EV se aplica a pacientes com abscessos Ceftriaxone 2 g /24 h EV/IM 2 sem. cardíacos ou extra- associados à 3 mg/kg IM/EV 2 sem. cardíacos ou pacientes Gentamicina dividido 3x/dia com ClCr<20ml/min, prejuízo do 8º par Vancomicina 30 mg/kg 24h EV 4 sem. Apenas nos intolerantes dividido 2x/dia à penicilina ou (máx 2g/dia, a ceftriaxone (níveis não ser que indicados: pico 30- concentração 45 mcg/ml e vale sérica baixa) 10-15 mcg/ml Streptococcus Penicilina cristalina 24 milhões U 24h 4 sem. Pac. com cepas viridans e EV contínuo ou resistentes à penicilina Streptococcus em 4-6 doses (MIC> 0,5 mcg/ml) bovis ououououou devem ser tratados relativamnete Ceftriaxone 2 g /24 h EV/IM 4 sem. com o esquema resistentes à associados a 3 mg/kg IM/EV 2 sem. recomendado para penicilina Gentamicina dividido 3x/dia Enterococcus spp. (0,12mcg/ml< Vancomicina 30 mg/kg 24h EV 4 sem. Apenas nos intolerantes MIC < dividido 2x/dia à penicilina ou 0,5 mcg/ml) (máx 2g/dia, ceftriaxone (níveis a não ser que indicados: pico 30-45 concentração mcg/ml e vale sérica baixa) 10-15 mcg/ml Tratamento de Infecções 3232323232 ETIOLOGIA ANTIMICROBIANO DOSE DURAÇÃO COMENTÁRIOS Enterococcus spp. Ampicilina 12 g/24h 4-6 sem. 6 sem. em pacientes sensível à ououououou em 6 doses EV com sintomas > penicilina, Penicilina 18-30 milhões 4-6 sem. 3 meses gentamicina e U 24 h contínuo vancomicina ou em 6 doses associados à 3 mg/kg/24 h EV 4-6 sem. Gentamicina em 3 doses Vancomicina 30 mg/kg 24h EV 6 sem. Apenas nos intolerantes associada a dividido 2x/dia a penicilina ou Gentamicina (máx 2g/dia, a ampicilina não ser que [sérica] baixa) 3 mg/kg/24 h EV 6 sem. 6 sem de vanco em 3 doses recomendadas por sua atividade menor contra enterococcus Enterococcus spp. Ampicilina 12 g/24h em 4-6 sem. 6 sem em pacientes sensível a ououououou 6 doses EV com sintomas > penicilina, Penicilina 24 milhões 4-6 sem. 3 meses estreptomicina U/24 h contínuo e vancomicina ou em 6 doses EV e resistente a associados a 15 mg/kg/24 h 4-6 sem. gentamicina Estreptomicina IM/EV em 2 doses Vancomicina 30 mg/kg 24h EV 6 sem. Apenas nos intolerantes dividido 2x/dia a penicilina ou (máx 2g/dia, a ampicilina não ser que [sérica] baixa) associada a 15 mg/kg/24 h 6 sem. Estreptomicina IM/EV em 2 doses Tratamento de Infecções 3333333333 ETIOLOGIA ANTIMICROBIANO DOSE DURAÇÃO COMENTÁRIOS Enterococcus spp. Cepa produtora de ß - lactamase resistente a Ampicilina- 12 g/24h EV 6 sem. Se cepa R agenta, usar penicilina e sulbactam em 4 doses > 6 sem de susceptível associada a 3 mg/kg/24 h 6 sem . ampi-sulbactam a aminogli- Gentamicina IV/IM em 3 doses cosídeo Vancomicina 30 mg/kg/24 h 6 sem. Apenas nos intolerantes e vancomicina em 2 doses a ampicilina-sulbactam associada a 3 mg/kg/24 h 6 sem. Gentamicina IV/IM em 3 doses Resistência intrínseca a penicilina Vancomicina 30 mg/kg 24h EV 6 sem. Consulta a dividido 2x/dia infectologista recomendada associada a Gentamicina 3 mg/kg/24 h 6 sem. EV/IM em 3 doses Enterococcus Linezolida 1200 mg/24 h > 8 sem. Atenção a faecium R a peni, EV/VO em 2 doses palquetopenia após aminoglicosídeos 2 semanas e vanco Enterococcus Imipenem 2 g/24 h EV > 8 sem. faecalis R a peni, associado à em 4 doses aminoglicosídeos Ampicilina 12 g/24 h > 8 sem. e vanco em 6 doses EV Ceftriaxone 4 g /24 h > 8 sem. associado à em 2 doses EV/IM Ampicilina 12 g/24 h > 8 sem. em 6 doses EV HACEK Ceftriaxone ou 2g/24h EV/IM 4 sem. Cefotaxime ou outra (H. influenzae, em 1 dose cefalo 3ª/4ª podem H. aphrophilis, ser usados Actnobacillus, Ampicilina ou 12 g/24 h 4 sem. Cardiobacterium, em 4 doses EV Eikenella e Ciprofloxacino 1 g/24 h VO 4 sem. Fluoroquinolonas Kingella) ou 800 mg/24 h apenas para pacientes EV em 2 doses não tolerantes a cefalosporina ou ampicilina Tratamento de Infecções 3434343434 ETIOLOGIA ANTIMICROBIANO DOSE DURAÇÃO COMENTÁRIOS Staphylo- Oxacilina 12g/24h em 6 sem. coccus spp opcionalmente 6 doses EV Sensível a associada à oxacilina Gentamicina ou 3 mg/kg/24 h 3-5 dias EV/IM em 3 doses Cefazolina 6g/24h em 6 sem. Para pacientes com opcionalmente 3 doses EV reações alérgicas não associada à graves a penicilina Gentamicina ou 3 mg/kg/24 h 3-5 dias EV/IM em 3 doses Vancomicina 30 mg/kg/24 h 6 sem. Para pacientes com em 2 doses EV reações alérgicas graves a penicilina Resistente à Vancomicina 30 mg/kg/24 h 6 sem. oxacilina em 2 doses EV Dose pediatrica: 40mg/kg em 2 ou 3 doses EV Streptococcus Penicilina ou 12-18 milhões 4 sem. Alguns especialistas pneumoniae, UI /24h EV recomendam a adição Streptococcus de gentamicina (a dos grupos A, B, Ceftriaxone ou 2 g /24 h EV/IM 4 sem. penicilina e ceftriaxone) C e G por 2 a 6 semanas para tratamento de endocardite causada por Streptococcus do grupo B, C e G Vancomicina 30 mg/kg/24 h 4 sem. Apenas em intolerantes em 2 doses EV a ß-lactâmicos Tratamento de Infecções 3535353535 G IN EC O LO G IA D O EN Ç A IN FL A M A TÓ R IA P ÉL V IC A – D IP D O EN Ç A A G EN TE S M A IS C O M U N S TR A TA M EN TO I N IC IA L D E ES C O LH A TR A TA M EN TO I N IC IA L A LT ER N A TI V O TR A TA M EN TO A M B U LA TO R IA L C O M EN TÁ R IO S D IP N ei ss er ia g on or rh oe ae C hl am yd ia t ra ch om at is U re ap la sm a ur ea ly tic um M yc op la sm a ho m in is St re pt oc oc cu s ag al ac tia e H ae m op hi lu s in flu en za e Pe pt oc oc cu s sp p; Pe pt os tr ep to co cc us s pp Ba ct er ói de s sp p 1) C ef o xi ti n a 2 g IV 6 /6 h (c on tin ua r po r 24 a 4 8h ap ós m el ho ra c lín ic a) se gu id os d e D o xi ci cl in a 10 0 m g V O 1 2/ 12 h (c on tin ua r po r 14 d ia s e as so ci ar c ob er tu ra p ar a an aeró bi os p or 1 4 di as se h ou ve r ab sc es so t ub o ov ar ia no ) 2) P en ic ili n a cr is ta lin a 4m ilh õe s U I I V 4 /4 h + G en ta m ic in a 3- 5 m g/ kg d .u . d iá ria IM o u IV (c on tin ua r at é 48 h ap ós m el ho ra c lín ic a) s eg ui da de D o xi ci cl in a 10 0 m g V O 1 2/ 12 h (p or 1 4 di as ; e as so ci ar c ob er tu ra pa ra a na er ób io s du ra nt e 14 d ia s se h ou ve r ab sc es so t ub o ov ar ia no ) 1) C ip ro fl o xa ci n o 20 0 m g IV 1 2/ 12 h + D o xi ci cl in a 10 0 m g V O 1 2/ 12 h + M et ro n id az o l 5 00 m g IV 8 /8 h du ra nt e 14 d ia s ou C ef tr ia xo n a 25 0 m g IV o u IM do se ú ni ca + D o xi ci cl in a 10 0 m g V O 1 2/ 12 h - 14 d ia s + M et ro n id az o l 5 00 m g IV o u V O 8 /8 h du ra nt e 14 d ia s A M BU LA TO RI A L O fl o xa ci n o 4 00 m g V O 1 2/ 12 h + M et ro n id az o l 40 0 m g V O 8 /8 h du ra nt e 14 d ia s • Co ns id er ar a ab or da ge m c irú rg ic a se n ec es sá ria . • Cr ité rio s de in te rn aç ão : di ag nó st ic o in ce rt o e di fe re nc ia l c om ap en di ci te o u gr av id ez e ct óp ic a, ab sc es so p él vi co , ad ol es ce nt e, H IV / A ID S, f al ha n o tr at am en to am bu la to ria l. d. u. - d os e ún ic a Tratamento de Infecções 3636363636 Grande Queimado À INTERNAÇÃO CULTURA DE LESÃO CULTURA DE NASOFARINGE (pesquisa de Streptococcus do Grupo A)***** repetir cultura semanalmente AOS CURATIVOS SEM SINAIS DE INFECÇÃO COM SINAIS DE INFECÇÃO Celulite ou Aprofundamento do grau da cultura de swabs de ferida queimadura ou Febre ou hipotermia ou Instabilidade hemodinâmica ou Leucopenia colonização Colher hemocultura e e e e e ver critérios para terapêutica empírica OBSERVAR* Rediscutir Antimicrobiano de acordo tratamento com antibiograma (+)(-) cultura (+) * Pacientes com culturas de vigilância positivas para S. pyogenes: Iniciar penicilina G cristalina 200.000 - 300.000 unidades/kg divididas com intervalo de 4 horas por 4 dias. Manter o paciente em isolamento durante esse período. Recomendamos adiar a enxertia até término do curso de penicilina. Pacientes com infecção por S. pyogenes: Primeira escolha: penicilina G cristalina 200.000 - 300.000 unidades/kg divididas com intervalo de 4 horas por 10 a 14 dias. Manter o paciente em isolamento de contato durante esse período. Recomendamos adiar a enxertia até término do curso de penicilina. Tratamento de Infecções 3737373737 Grande Queimado Critérios para Terapêutica Empírica Sistêmica Iniciar antimicrobiano sistêmico quando se observarem dois dos critérios abaixo: 1. Leucopenia (< 2500/mm3) 2. Aprofundamento do grau da queimadura (exceto em queimadura elétrica) ou febre (> 38,5o C) ou hipotermia (<36oC) 3. Instabilidade hemodinâmica após correção hidroeletrolítica 4. Celulite 5. Confusão mental (sem outra causa) ou hiperglicemia (>150 mg/dl sem diabetes prévia) Indicações de uso tópico de antimicrobianos 1. PROFILÁTICO em paciente proveniente de outro hospital. 2. PROFILÁTICO após escarotomia ou fasciotomia. 3. PROFILÁTICO em queimaduras extensas (criança >10% e adulto >20% de superfície corpórea). 4. ASSOCIADO a antibioticoterapia sistêmica, quando houver indicação de tratamento de infecção. Tratamento de Infecções 3838383838 Grande Queimado Esquema Terapêutico Empírico para Infecções ATÉ 72 HORAS DE INTERNAÇÃO E SEM USO PRÉVIO DE ANTIMICROBIANO Oxacilina + Ciprofloxacina APÓS 72 HORAS DE INTERNAÇÃO OU USO PRÉVIO DE ANTIMICROBIANO Reavaliação após 72h ou piora importante Vancomicina + Ciprofloxacina Reavaliação após 48h ou piora importante Vancomicina + Imipenem Reavaliação após 48h ou piora importante Associar anfotericina B ou fluconazol IV Tratamento de Infecções 3939393939 Hemodiálise Infecção de Via de Acesso Venoso Pacientes com infecção no acesso (excluídos outros focos) Sinais de infecção local Colher 2 pares de hemoculturas de sangue periférico e cultura da secreção pericateter Cefalosporina 1ª Geração* 1-2 g cada 24-48h (suplemento 0,5 g - 1 g pós-diálise) por 1 a 2 semanas Bacteremia Colher 2 pares de hemoculturas de sangue periférico e cultura da secreção pericateter (se houver) Vancomicina*/** 1 g cada 4 a 7 dias (checar nível sérico) Infecção resolvida Infecção não-resolvida Observar Medidas cirúrgicas Troca de cateter Antimicrobiano* Infecção resolvida Infecção não-resolvida Observar Pesquisar outros focos Presente Ausente Tratamento Específico Medidas cirúrgicas Troca de cateter Antimicrobiano*/** * Ajustar o tratamento de acordo com o agente isolado. Se S. aureus fazer ECO transesofágico: se endocardite, tratar por 4 a 6 semanas. **Manter antimicrobiano até o paciente permanecer 7 dias afebril . Tratamento de Infecções 4040404040 Hemodiálise Infecções Relacionadas a Cateter Venoso Central (CVC) 1. CVC de longa permanência: a) Suspeita: presença de secreção purulenta no óstio do CVC ou celulite. b) Como proceder: não remover o CVC. Colher 2 pares de hemoculturas de sangue periférico e cultura da secreção pericateter. Iniciar vancomicina empiricamente. c) Interpretação dos resultados: Hemoculturas negativas e cultura da secreção pericateter positiva: completar 7 dias de ATM sistêmico com base no antibiograma. Hemoculturas positivas: ver tratamento de bacteremias. Obs: não recomendamos colher hemoculturas pelo CVC de rotina, principalmente se houver secreção purulenta ou celulite do óstio. 2. Infecção do túnel ou bolso a) Suspeita: presença de eritema, edema e dor que se estende por mais de 2cm no trajeto do túnel a partir do óstio do CVC. b) Como proceder: retirar CVC, se houver coleção drenável, colher material para cultura e colher 2 pares de hemoculturas de sangue periférico. Iniciar tratamento empírico com vancomicina. c) Interpretação dos resultados: Hemoculturas negativas: completar 7 dias de ATM sistêmico com base no antibiograma. Hemoculturas positivas: ver tratamento de bacteremia. 3. Bacteremias a) Suspeita: Presença de febre ou síndrome séptica sem outro foco. Sinais de sépsis se instalam abruptamente após a infusão de fluidos ou medicação IV pelo CVC. b) Como proceder: não remover o CVC e colher 2 pares de hemoculturas; dá-se preferência a coleta de sangue periférico. c) Interpretação dos resultados: Hemoculturas positivas: iniciar tratamento com antimicrobiano sistêmico pelo CVC e fazer “selo” do CVC com ATM com base no antibiograma. Tratamento de Infecções 4141414141 Obs: Para organismos potencialmente contaminantes da pele (p. ex: Staphylococcus não-aureus) são necessárias 2 amostras de hemocultura positivas para o mesmo organismo; para patogênicos (p. ex: S. aureus) uma amostra de de hemocultura positiva é suficiente para iniciar tratamento. Hemoculturas positivaspara fungos: retirar CVC e iniciar tratamento com antifúngicos (anfotericina B). Duração do tratamento: Tratar por até 7 dias após o paciente ficar afebril. *Obs: realizar acompanhamento do paciente para o diagnóstico de possíveis complicações como endocardite infecciosa, osteomielite e abscessos metastáticos. ATM - Antimicrobiano CVC - Cateter Venoso Central Tratamento de Infecções 4242424242 Herpes genital Droga/dose Duração Imunocompetente Aciclovir 400 mg VO 8/8 h ou Primeiro episódio Fanciclovir 250 mg VO 8/8 h ou 7-10 dias Valaciclovir 1 g VO 12/12 h Imunocompetente Aciclovir 400 mg VO 8/8 h ou Episódios recorrentes Fanciclovir 125 mg VO 12/12 h ou 5 dias Valaciclovir 500 mg VO 12/12 h Supressão Indicações: Aciclovir 400 mg VO 12/12 h ou - recorrências freqüentes Fanciclovir 250 mg VO 12/12 h ou (>6 episódios/ano) Valaciclovir 0,5–1 g VO 1 x/dia 6-12 m - recorrências graves - pródromos graves - ? transmissão - ? problemas psicossexuais Imunossuprimido Aciclovir 400 mg VO 8/8 h ou Primeiro episódio Fanciclovir 500 mg VO 8/8 h ou 7-10 dias Valaciclovir 1 g VO 12/12 h Imunossuprimido Aciclovir 400-800 mg VO 8/8 h ou Supressão Fanciclovir 500 mg VO 12/12 h ou Valaciclovir 500 mg VO 12/12 h Herpes Simples (genital e oral) - Tratamento Herpes oral Droga/dose Duração Recorrência Podem ser usados a partir do pródromo: Diminui a duração dos sintomas Aciclovir em creme a 5% 3/3 h ou 4 dias Aciclovir 400 mg VO 4/4 h 5x/dia ou 5 dias Valaciclovir 2 g 12/12 h 1 dia Profilaxia Pode ser considerada em: Aciclovir 400 mg 12/12 h, 7 dias - recorrências freqüentes iniciar 12 h pré-exposição (ou (>6 episódios/ano) enquanto - HSV associado a eritema durar a multiforme exposição ao - Cirurgia em gânglio trigeminal fator de - Cirurgia peroral ou intra-oral risco) - Estresse: exposição ao sol ou compromissos profissionais - Profissionais de saúde selecionados (? transmissão) - Imunocomprometidos Tratamento de Infecções 4343434343 Meningites em Pediatria Etiologia da meningite de acordo com a faixa etária Menores que 2 meses De 3 meses a 3 anos Maiores que 3 anos Trauma Cranioencefálico aberto e após Neurocirurgia Antibioticoterapia empírica Obs: Corticóide (dexametasona 0,4 mg/kg/dose 20 minutos antes do ATM, de12/12h por 2 dias se H. influenzae) Meningococo Pneumococo Bacilos entéricos Gram-negativos (principalmente Escherichia coli) Estreptococo do grupo B Listeria monocitogenes Estafilococos Haemophilus influenzae Meningococo Pneumococo S. aureus S. pneumoniae Bacilos Gram-negativos não fermentadores Derivação ventrículo peritoneal Estafilococo coagulase negativo < 2 meses FFFFFaixa etáriaaixa etáriaaixa etáriaaixa etáriaaixa etária Antimicrobiano (1ª escolha)Antimicrobiano (1ª escolha)Antimicrobiano (1ª escolha)Antimicrobiano (1ª escolha)Antimicrobiano (1ª escolha) Antimicrobiano (2ª escolha)Antimicrobiano (2ª escolha)Antimicrobiano (2ª escolha)Antimicrobiano (2ª escolha)Antimicrobiano (2ª escolha) 2 meses a 5 anos >5 anos Trauma ou neurocirurgia Cefalosporina de 3ª geração (cefotaxima ou ceftriaxona) + ampicilina Ampicilina + aminoglicosídeo (gentamicina ou amicacina) Ceftriaxona Cloranfenicol Ceftriaxona Penicilina ou cloranfenicol Vancomicina + cefalosporina antipseudomonas Vancomicina + meropenem Tratamento de Infecções 4444444444 Antibioticoterapia específica Agentes Antibióticos Doses Intervalos Duração do Tratamento Neisseria Penicilina 250-400.000 UI/kg/dia 4/4h meningitidis G. cristalina * até 24.000.000UI/dia 7 dias ou Ampicilina 200-400 mg/Kg/dia 6/6h até 12 g/dia Haemophilus spp. Cloranfenicol 75-100 mg/Kg/dia 6/6h ou até 6 g/dia 7 a 10 dias Ceftriaxona 80-100 mg/kg/dia 12/12h ou até 4 g/dia 24/24h Pneumococo** Penicilina G 250-400.000 UI/kg/dia 4/4h 10 a 14 dias cristalina* até 24.000.000UI/dia Estafilococo Oxacilina ou 200 mg/kg/dia 8/8h Vancomicina até 12 g/dia 21 dias 40-60 mg/kg/dia 6/6h até 2-4 g/dia Enterobactérias Ceftriaxona ou 80 - 100 mg/kg/dia 12/12h ou até 4 g/dia 24/24h 14 a Cefotaxima 200 mg/kg/dia 6/6h 21 dias até 12 g/dia * Em caso de alergia à penicilina, usar cloranfenicol. ** Se isolado pneumococo parcialmente sensível usar ceftriaxona ou vancomicina. Se pneumococo R (MIC > 2 mcg/ml) usar ceftriaxona + vancomicina Obs: O uso de corticóide na criança não altera a penetração da vancomicina. Tratamento de Infecções 4545454545 Meningites em Adultos Etiologia da meningite de acordo com a circunstância clínica Circunstância clínica Etiologia usual Tratamento empírico inicial* Adultos sem fator de risco Pneumococo (>80%) Ceftriaxona 1-2 g IV 12/ Meningococo 12h por 10-14 dias Trauma cranioencefálico Staphylococcus aureus Vancomicina 1-2 g IV 12/ penetrante, neurocirurgia ou coagulase-negativo 12h + Cefepime 2g IV ou válvula de derivação Pseudomonas aeruginosa 8/8h por 10-14 dias* Acinetobacter baumannii Fístula liquórica Pneumococo Ceftriaxona 1-2 g IV 12/ 12h por 10-14 dias* Obs: Alguns estudos sugerem que o uso de corticóide (dexametasona 0,15 mg/kg/dose de 6/6h por 4 dias) possa melhorar o prognóstico da meningite por S. pneumoniae. Se o corticóide for utilizado, a vancomicina deverá ser evitada, pois sua penetração no líquor estará diminuída. *Ajustar terapêutica de acordo com o agente isolado. Gestantes Adultos > 50 anos Portadores de HIV Acrescentar ampicilina ao esquema, devido à possibilidade de infecção por Listeria. Tratamento de Infecções 4646464646 Neutropenia Febril em Adulto 1. Definições A neutropenia febril é definida como a presença de : Febre: temperatura axilar> 38,0°C em uma medição ou > 37,8°C mantida por uma hora, não relacionada a infusão de hemoderivados; Neutropenia: número de granulócitos < 500/mm3 ou entre 500 e 1000/mm3 com tendência a queda. Classificação de acordo com o risco de infecção: Baixo Risco: Neutrófilos >100/mm3 ou <100/mm3 com plaquetas >75.000/mm3 Doença de base em remissão Intervalo entre quimioterapia e neutropenia maior que 10 dias Paciente em bom estado geral Ausência de hipotensão ou disfunção de orgãos Ausência de co-morbidade: mucosite grave, diarréia, infecção perianal, celulite ou pneumonia Alto Risco: Paciente que não preencha os critérios descritos acima 2. Exames iniciais Hemograma Uréia /creatinina Radiografia de tórax Hemocultura (2 pares) Urocultura Cultura de qualquer outro sítio potencialmente envolvido na infecção 3. Princípios básicos da terapêutica empírica para neutropenia febril Iniciar prontamente antimicrobiano de amplo espectro Levar em conta na escolha, a epidemiologia local (agentes mais frequentes e perfil de sensibilidade desses agentes) e observar a somatória dos efeitos colaterais Avaliação diária cuidadosa, com atenção aos detalhes da evolução Insistir no diagnóstico etiológico Qualquer que seja o esquema empregado, deve-se usar por 3 dias consecutivos para avaliação dos resultados Tratamento de Infecções 4747474747 Esquema Empírico para neutropenia Febril para Adultos Paciente com >48h de hospitalização Alto-risco Paciente proveniente da comunidade Baixo-risco CEFFEPIMA* CEFEPIMA* Hemocultura (-)(-)(-)(-)(-)Hemocultura (+)(+)(+)(+)(+) ou Foco clinicamente definido Após 48h, reavaliar Reajustar de acordo com antibiograma Tratar pelo tempo recomendado para o sítio em questão No caso do uso de anfotericina B interromper se forem observadas: • recuperação de granulócitos • resolução dos sintomas e sinais clínicos • resolução radiológica • negativação das culturas Cobertura para anaeróbio se abscesso perianal, intra-abdominal ou gengivite Afebril Febril Instável**Estável Aguardar +24h VANCOMICINA+IMIPENEM/ MEROPENEM Persistência de febre** IMIPENEM/MEROPENEM* Persistência da febre após 24h** VANCOMICINA Persistência da febre após 24 horas** Suspeita ou colonização Aspergillus? Risco de Candida glabrata/krusei? Uso recente de fluconazol? TMO alogênico? Alto-risco Neutrófilos>500/mm3 por > 2dias Parar após 5 dias de tratamento Neutrófilos <500/mm3 Completar 2 semanas * Indicações para utilização precoce de Vancomicina: - Mucosite grave - Evidente infecção relacionada a cateter venoso central - Colonização por S.aureus resistente a oxacilina ou S.pneumoniae resistente a penicilina - Instabilidade hemodinâmica Baixo-risco Completar 3-5 dias de ATM IV Alta com ATM VO ATM - antimicrobiano** Reavaliação clínica e laboratorial Anfo B 0,5-1 mg/kg Fluconazol 400-800 mg/dia ou anfo B 0,5 -1 mg/kg SIM NÃO Tratamento de Infecções 4848484848 Neutropenia Febril em Pediatria As orientações contidas na parte inicial desta norma se referem a pacientes neutropênicos que desenvolverem febre sem que seja identificado o foco do processo infeccioso na avaliação inicial. As normas relativas aos antimicrobianos indicados nas diferentes situações foram elaboradas com base na análise da sensibilidade dos principais agentes causadores de infecções em neutropênicos do Instituto da Criança. Estas normas serão periodicamente revistas. Definições: Neutropenia: Contagem total de neutrófilos periféricos <1000 / mm3 com perspectiva de queda em 72 horas. Febre: : : : : Dois ou mais episódios de t >37,8oC em 24 horas ou um episódio de t >38,5oC. Avaliação laboratorial inicial: Hemograma, hemoculturas (veia periférica +/- cateter), RX Torax, urina tipo 1 + urocultura, proteína C reativa. Antibioticoterapia inicial Esquema 1- monoterapia Cefepima (50 mg/kg/dose de 8/8h) Deve ser introduzido para todas as crianças neutropênicas febris à admissão, exceto quando houver indicação dos Esquemas 2 ou 3. Esquema 2 - esquema duplo Cefepima (50 mg/kg/dose de 8/8h) MAIS Vancomicina (1200 mg/m2/dia de 6/6h) Deve ser utilizado sempre que houver evidência de infecção por germes Gram- positivos: presença de hiperemia ou secreção purulenta em túnel de cateter vascular implantado hemocultura exibindo crescimento de cocos Gram-positivos, ainda sem identificação e testes de sensibilidade evidência clínica e/ou radiológica de pneumonia presença de flebite, celulite ou erisipela Tratamento de Infecções 4949494949 Esquema 3 - esquema triplo Cefepima (50 mg/kg/dose de 8/8h) MAIS Vancomicina (1200 mg/m2/dia de 6/6h) MAIS Amicacina (15 mg/kg/dia 1 vez) Deve ser utilizado para crianças que à admissão estiverem em mau estado geral, apresentando sinais de sepse franca, instabilidade hemodinâmica, hipotensão e/ou choque. Reavaliação da terapêutica empírica inicial Sempre que os resultados de culturas indicarem o agente responsável pelo processo infeccioso atual, a antibioticoterapia deve ser adequada ao perfil de sensibilidade desse agente. Enquanto o paciente se mantiver febril, neutropênico, com culturas negativas, sem foco aparente de infecção, deverão ser colhidas hemoculturas diariamente, preferencialmente durante o pico febril. A reavaliação do paciente a fim de definir a resposta à terapêutica instituída deve incluir, além do exame físico completo, a verificação da situação dos locais de inserção de cateter; dos resultados de culturas coletadas à admissão, a coleta de novas culturas e a realização de outros exames de investigação, como radiografias do tórax e dos seios da face. Quando possível, deve-se mensurar os níveis séricos dos antimicrobianos utilizados, em especial da vancomicina e aminoglicosídeos. Caso os achados clínicos sejam sugestivos, devem ser coletados exames para diagnóstico de infecções pouco frequentes, como as causadas por Toxoplasma gondii, herpes simples, citomegalovírus, EBV, Mycobacterium tuberculosis, outras micobactérias e Chlamydia pneumoniae. Quando houver suspeita de infecção fúngica, complementar a investigação diagnóstica com exames tomográficos. A resposta clínica ao tratamento empírico inicial (esquemas 1, 2 ou 3) deve ser avaliada após 72 horas: a) Pacientes que estejam recebendo o esquema 1 e que se tornarem afebris, embora neutropênicos, sem que haja evidência de localização do foco infeccioso Tratamento de Infecções 5050505050 e sem resultados de culturas positivas, desde que mantendo bom estado geral e com perspectiva de recuperação medular breve, devem ter a antibioticoterapia suspensa após um período afebril de 24 horas. Essa conduta não se aplica a pacientes portadores de cateter venoso central e àqueles com comprometimento medular (em fase de indução ou recidivas). b) Pacientes que estejam sendo tratados com o esquema 1 e que se mantenham febris e neutropênicos sem que haja evidência de localização do foco infeccioso, sem culturas positivas e com estado geral preservado devem continuar recebendo o mesmo esquema (1), que será reavaliado em 48 horas. Caso se mantenham tais condições clínicas, devem iniciar o esquema 3. c) Pacientes que estejam recebendo o esquema 1 e que se mantenham febris e neutropênicos sem que haja evidência de localização do foco infeccioso e sem resultados de culturas positivas mas apresentando deterioração clínica evidente devem iniciar o esquema 3. d) Pacientes que desenvolverem quadro diarréico e outros sinais de infecção intestinal deverão receber Metronidazol (30 mg/kg/dia de 6/6h) em associação ao esquema em uso. e) Pacientes tratados com o esquema 1 que se mantenham febris e neutropênicos, sem resultados de culturas positivas, e apresentarem evidências de infecção por bactérias Gram-positivas, devem iniciar o esquema 2. f) Pacientes que estejam recebendo os esquemas 1 ou o 2 que apresentem indícios de infecção de pele causada por Pseudomonas spp. devem iniciar o esquema 3. g) Pacientes em tratamento com qualquer dos esquemas anteriores e que se mantenham febris e neutropênicos, sem sinais de localização da infecção e sem culturas positivas entre o 5o e o 7o dia de tratamento, devem receber anfotericina B (1 mg/kg/dia) em associação ao esquema utilizado. Caso seja diagnosticada uma infecção fúngica, o tratamento deve ser orientado de acordo com o agente causal, a localização e extensão da doença. Caso não seja diagnosticada nenhuma infecção fúngica, a anfotericina B poderá ser suspensa após o período de administração de duas semanas, assim como os demais antimicrobianos. h) Caso o esquema terapêutico inclua a vancomicina, o paciente se mantenha febril após 72 horas de tratamento e as culturas colhidas à admissão não revelem crescimento de bactérias Gram-positivas, deverá ser considerada a retirada deste antimicrobiano, a fim de minimizar o surgimento de cepas de bactérias resistentes a eles. Tratamento de Infecções 5151515151 i) Justifica-se o uso de drogas antivirais nos pacientes que apresentam infecções clinicamente aparentes pelos vírus herpes simples, varicella-zoster ou citomegalovírus (esta apenas quando laboratorialmente documentada através de antigenemia e/ou PCR). O uso empírico de drogas antivirais não deve ser indicado. O uso profilático de antivirais deve ser reservado a situações específicas, como por exemplo, nos protocolos de transplante de medula. Observações: 1. Pacientes que, a qualquer tempo durante a internação, deixem de estar neutropênicos (neutrófilos periféricos >1.000/mm3) mas se mantenham febris devem ser reavaliados e ter sua antibioticoterapia revista e adequada à nova condição. Dessa forma, caso não haja localização da infecção, os antimicrobianos podem ser suspensos 4 a 5 dias após o término da neutropenia. 2. Em pacientes que estejam recebendo o esquema 3 e se mantenham febris após um período de 72 horas de tratamento,
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