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Instrumentacao, Contraste Paramagnetico e Seguranca em Ressonancia Magnetica

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Brasília-DF. 
Instrumentação, Contraste ParamagnétICo 
e segurança em ressonânCIa magnétICa
Elaboração
Marcelo Queiroz
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 4
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA .................................................................... 5
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7
UNIDADE I
INSTRUMENTAÇÃO ............................................................................................................................... 13
CAPÍTULO 1
Introdução ............................................................................................................................ 13
UNIDADE II
CONTRASTE PARAMAGNÉTICO E BIOSSEGURANÇA .............................................................................. 44
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 44
CAPÍTULO 2
BIOSSEGURANÇA ................................................................................................................... 59
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 76
4
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se 
entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. 
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela 
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da 
Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos 
conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos 
da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao profissional 
que busca a formação continuada para vencer os desafios que a evolução científico-
tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo 
a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na 
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno 
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em 
capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos 
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar 
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para 
aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de 
Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita 
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante 
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As 
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Praticando
Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de fortalecer 
o processo de aprendizagem do aluno.
6
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Exercício de fixação
Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não 
há registro de menção).
Avaliação Final
Questionário com 10 questões objetivas, baseadas nos objetivos do curso, 
que visam verificar a aprendizagem do curso (há registro de menção). É a única 
atividade do curso que vale nota, ou seja, é a atividade que o aluno fará para saber 
se pode ou não receber a certificação.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem 
ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
7
Introdução
Este Caderno trata do método de diagnóstico por imagem mais recente, que é a 
ressonância magnética (RM). As imagens de RM constituem representações das 
intensidades de sinais eletromagnéticos dos núcleos dos átomos de hidrogênio no 
paciente. Estes sinais resultam de uma interação de ressonância entre os núcleos, e 
os campos magnéticos aplicados externamente podem ser codificados espacialmente 
de modo a fornecer um mapeamento detalhado da região da imagem em duas ou três 
dimensões.
A intensidade do sinal depende da densidade e do ambiente magnético dos núcleos 
de hidrogênio (prótons). Os componentes mais importantes da RM são basicamente 
prótons, um campo magnético externo, a interação dos prótons com o campo magnético 
e a excitação por pulsos de radiofrequência e de gradientes.
A RM tem alguma semelhança com a tomografia computadorizada, uma vez que também 
realiza cortes das estruturas corporais, porém com maior nível de detalhamento e 
nitidez. Exceto para os pacientes portadores de marca-passo cardíaco, alguns tipos de 
clipes ou próteses, é um exame totalmente isento de riscos. Não há emissão de radiação. 
A Ressonância Magnética é conhecida desde 1940, inventada por Purcell e Bloch, 
laureados com o Prêmio Nobel de Física em 1952. Tomando por base a possibilidade 
de exposição à radiação ionizante, a ressonância magnética, por não utilizá-la, é um 
método mais inócuo que os raios-X tradicionais ou que a tomografia computadorizada.
Nesta etapa, estudaremos os tipos de equipamentos, sua constituição, seu funcionamento 
e métodos de segurança sobre o manuseio da ressonância magnética.
Objetivos
 » Promover a capacitação dos alunos para identificar os diversos tipos de 
aparelhos de ressonância magnética.
 » Reconhecer os principais acessórios e instrumentos.
 » Compreender a utilização do contraste paramagnético.
 » Respeitar as normas de segurança e biossegurança utilizada na realização 
dos exames de ressonância magnética.
8
Terminologia – ressonância magnética 
Abreviaturas
Um resumo das abreviaturas comuns usadas no campo da RM ao longo desta apostila 
é fornecido a seguir:
A: Anterior
AC: Número de aquisições
AIT: Ataque isquêmico transitório
ARM: Angiografia por ressonância magnética
ARM-PC: ARM de contraste e fase
ARM-TOF: ARM time of flight
ATM: Articulação temporomandibular
AVC: Acidente vascular cerebral
BOLD: Dependente do nível de oxigenação sanguínea 
CE FAST: Fast Contrastado
CIAS: Crista ilíaca anterossuperior
CPRM: Colangiopancreatografia por ressonância magnética
CR: Compensação respiratória
CSE: Spin eco convencional
Curtas: Técnicas de repetição curtas
D: Direito
DE prep: Preparação de magnetização dirigidapara equilíbrio
DWI: Imagens ponderadas em difusão
E: Esquerdo
EAD: Encefalomielite aguda disseminada
E curto: Técnica de repetição curta baseada em eco
9
ECG: Ecocardiograma
ELT: Epilepsia de lobo temporal
EM: Esclerose múltipla 
EPI: Imagem eco planar
ETL: Comprimento de trem de eco
FAST: Fourier acguired steady state
FAST SAT: Saturação de gordura
FC: Compensação de fluxo
F curto: Técnica de repetição curta baseada no decaimento livre de indução
FDA: Foods and Drugs Administration
FFE: Fast field echo
FID: Free indution decay – Decaimento livre de indução 
FISP: Imagem rápida com precessão estável – Fast imaging with steady precession
FLAG: Gradientes ajustados por fluxo
FLAIR: Inversão/recuperação atenuada por líquido
FLASH: Tomada com angulação pequena (Fast low angle shot)
FOV: Campo de visão 
FREEZE: Seleção respiratória de fase codificando etapas
FSE: Fast spin eco
GFE: Gradient field echo
GFEC: Gradient field echo com contraste
GMN: Anulação do momento gradiente
GMR: Refasamento do momento gradiente
GR: Refasamento do gradiente
GRASS: Gradient recalled acquisition in the steady state
10
GRE: Gradiente eco
GRE-EPI: Gradiente eco EPI
HASTE: Tomada única de aquisição turbo SE pela metade_Half acquisition single 
shot turbo SE
I: Inferior
IM: Intramuscular
IR: Inversão /recuperação 
IR-FSE: Inversão /recuperação _ FSE
IRM: Imagem por ressonância magnética
IR prep: Preparação de magnetização para inversão/ recuperação 
IV: Intravenoso
LCE: Líquido cerebroespinhal
LCQ: Luxação congênita do quadril
MAI: Meato acústico interno
MAST: Supressão de artefato de movimento 
MAV: Malformação arteriovenosa
MEMP: Multieco multiplanar
MPGR: GRASS multiplanar
MPIR: Inversão/ recuperação multiplanar
MP RAGE: Gradiente eco rápido preparado por magnetização 
MT: Transferência de magnetização 
NAV: Necrose avascular
NEX: Número de excitações
NSA: Número de médias de sinal 
P: Posterior
11
PC: Contraste de fase
PD: Densidade de prótons
Pe: Periférico
PEAR: Redução de artefatos codificadores de fase
PRIZE: Seleção respiratória de etapas de codificação de fase
PSIF: FISP reverso
RAM FAST: Aquisição rápida de matriz Fast
RCR: Relação contraste-ruído 
REST: Técnica de saturação regional
RF: Radiofrequência 
RF spoiled FAST: Radiofrequências spoiled Fast
RM: Ressonância magnética
RMf: RM funcional
ROI: Região de interesse 
RR: Intervalo R-R
RSR: Relação sinal-ruído
S: Superior
SAR: Taxa de absorção específica 
SAT: Saturação 
SE: Spin eco
SE-EPI: Spin eco EPI
SMART: Técnica de redução de artefatos de movimentação Shimadzu
SMASH: Tomada com angulação mínima curta 
SNC: Sistema nervoso central
SPAMM: Modulação espacial da magnetização 
12
SPGR: GRASS spoiled
SPIR: Inversão/ recuperação seletiva para o espectro
SS: Tomada única
SS-EPI: Tomada única de EPI
SSFP: Steady state free precession - Precessão livre em estado de estabilidade
SS-FSE: FSE em tomada única 
STAGE: Small tip angle gradient echo - Gradiente eco com pequeno ângulo de 
extremidade
STERF: Steady state technique with refocused FID - Técnica de estado de estabilidade 
com FID refocado
STILL: Compensação de movimento de fluxo
STIR: Inversão /recuperação com TI curto
TC: Tomografia computadorizada
TE: Tempo de eco
TFE: Turbo field echo
TI: Tempo de inversão 
TOF: Time of flight
TR: Tempo de repetição
TSE: Turbo spin echo
VCI: Veia cava inferior 
VEMP: Eco multiplanar variável
VENC: Codificação de velocidade
13
UNIDADE IINSTRUMENTAÇÃO
CAPÍTULO 1
Introdução
Definição
O exame de ressonância magnética (RM) é realizado com os princípios do magnetismo 
nuclear. Cada elemento do nosso corpo é um pequeno ímã e, quando colocado sob 
ação de um campo magnético mais intenso, o equipamento permite que um sinal seja 
gerado, coletado e transformado em imagem. 
Os equipamentos de RM, chamados de magnetos, possuem uma intensidade de campo 
magnético cerca de 30 mil vezes maior que a do campo magnético terrestre. Essa alta 
intensidade de campo magnético é capaz de atrair metais livres facilmente, interferir no 
funcionamento de equipamentos eletromagnéticos e desmagnetizar cartões de crédito, 
por exemplo.
Durante o exame, o paciente é orientado a deixar todos os seus pertences em um 
local seguro fora da sala de exames para evitar que problemas, como os mencionados 
anteriormente, ocorram.
O exame pode se tornar desconfortável para pacientes claustrofóbicos devido ao grande 
comprimento de algumas máquinas (até 2 metros) e o pequeno diâmetro do túnel onde 
ele é posicionado. Outro fator que pode influenciar no desconforto é o fato de o exame, 
dependendo do número de segmentos a ser estudado, ser relativamente longo, podendo 
durar mais de uma hora.
No mercado, existem equipamentos de RM de 0,3 até 3,0 tesla, os equipamentos de 
campo aberto e campo fechado. Devido às características destes equipamentos, como 
o alto campo magnético e gradientes rápidos, os disponíveis possibilitam aquisições 
volumétricas com cortes submilimétricos de determinadas estruturas, recurso 
14
UNIDADE I │ INSTRUMENTAÇÃO
utilizado para planejamentos cirúrgicos, visualização anatômica em três dimensões e 
detalhamento de lesões pequenas.
Os equipamentos contam ainda com sistemas específicos de aquisição de imagem 
para exames osteomusculares (joelho, ombro, punho, mão, articulação coxofemural) e 
neurológicos (crânio, coluna cervical, coluna dorsal, coluna lombar e sacral) permitindo 
grande detalhamento de algumas estruturas não observadas de maneira precisa em 
outras técnicas de imagem.
As inovações tecnológicas sempre buscam melhorar ainda mais o diagnóstico por 
imagem, possibilitando que o alcance das imagens seja feito em menor tempo e com 
maior resolução.
Outra característica importante é referente ao conforto do paciente. Pela necessidade 
de realizar exames em pacientes obesos há equipamentos que possuem uma abertura 
grande de suas extremidades (72 cm) seu comprimento é curto (1,52m) e suporta 
pacientes de até 250 kg.
Há diversos softwares de reconstruções que facilitam o diagnóstico e a precisão dos 
laudos.
Em relação a outros meios de diagnóstico por imagem, a RM garante excelente definição 
de imagem, o equipamento de alto campo, oferece maior precisão de diagnósticos e 
contribui para que os procedimentos ganhem também em agilidade, pois não é preciso 
reposicionar pacientes nem bobinas durante a aquisição de imagens. A dimensão 
reduzida do magneto é outra característica que se traduz em um duplo benefício.
Além disso, a RM, em relação à TC, proporciona maior conforto aos pacientes, 
especialmente àqueles que sofrem de claustrofobia, pois a aquisição de imagens em sua 
grande maioria pode ser realizada posicionando o paciente com a cabeça para fora do 
magneto.
Contraindicações
As seguintes condições e materiais contraindicam a realização do exame de RM:
 » clipes de aneurisma (verificar com o cirurgião o material utilizado e 
quando foi feita a colocação, em alguns casos não inviabiliza a realização 
do exame);
 » implantes e aparelhos oculares (exceto lentes intraoculares para catarata);
15
INSTRUMENTAÇÃO │ UNIDADE I
 » implantes de ouvido (cocleares);
 » marca-passo cardíaco;
 » fixadores ortopédicos externos;
 » gestantes com menos de 12 semanas de gestação (contraindicação 
relativa).
As seguintes condições e materiais são permitidos no exame de RM:
 » clipes utilizados em cirurgias de vesícula biliar;
 » próteses valvares cardíacas (mesmo as metálicas);
 » implantes ortopédicos, como próteses, pinos, parafusos e hastes (exceto 
os fixadores externos);
 » derivação ventriculoperitoneal;» dispositivo intrauterino (DIU);
 » stents intravasculares: por exemplo, stent coronariano é permitido para 
a realização do exame somente após 8 (oito) semanas de sua colocação.
Exames realizados com maior frequência 
em RM
 » Ângio RM
 » Ângio RM Abdome Superior
 » Ângio RM Abdome Total
 » Ângio RM Aorta Abdominal
 » Ângio RM Aorta Torácica
 » Colângio RM 
 » RM Abdome Superior
 » RM Abdome Total
 » RM Antebraço
16
UNIDADE I │ INSTRUMENTAÇÃO
 » RM Articulação Coxofemoral (unilateral/bilateral)
 » RM Articulação Sacroilíacas
 » RM Articulação Temporomandibular (ATM)
 » RM Bacia (Quadril)
 » RM Base do Crânio
 » RM Bolsa Escrotal
 » RM Braço
 » RM Calcâneo
 » RM Canal Retal
 » RM Clavícula
 » RM Coluna Cervical
 » RM Coluna Dorsal
 » RM Coluna Lombossacra
 » RM Aorta
 » RM Costelas
 » RM Cotovelo
 » RM Coxa
 » RM Crânio
 » RM Dedo
 » RM Conduto Auditivo
 » RM Faringe
 » RM Fetal
 » RM Fluxo Liquórico
 » RM Fossas Nasais
17
INSTRUMENTAÇÃO │ UNIDADE I
 » RM Hipófise (Sela Turca)
 » RM Joelho
 » RM Laringe
 » RM Mamária
 » RM Mão
 » RM Mastoides (ouvido)
 » RM Maxilar
 » RM Membro Superior
 » RM Ombro
 » RM Órbitas
 » RM Ouvido
 » RM Pé
 » RM Pelve
 » RM Peniana
 » RM Perna
 » RM Pescoço
 » RM Plexo Braquial
 » RM Próstata Endorretal com Espectroscopia
 » RM Punho
 » RM Quadril
 » RM Região Glútea
 » RM Renal (Abdome Superior)
 » RM Sacrocóccix
 » RM Sacroilíacas
18
UNIDADE I │ INSTRUMENTAÇÃO
 » RM Segmento Apendicular
 » RM Seios da Face (SAF)
 » RM Sínfise Púbica
 » RM Tendão de Aquiles
 » RM Tórax
 » RM Tornozelo
Aparelho de RM 
Os aparelhos de RM têm um design básico, na maioria deles um cubo gigante. O cubo 
de um aparelho comum deve ter 2m de altura x 2m de largura x 3m de comprimento, 
embora os modelos atuais estejam diminuindo as dimensões.
Há um tubo horizontal que atravessa o magneto (ímã) da parte dianteira até a traseira. 
Esse tubo é uma espécie de vão do magneto.
O paciente, deitado de costas, desliza para dentro do vão por meio de uma mesa especial. 
O que vai determinar se o paciente vai entrar primeiro com a cabeça ou com os pés ou 
até onde o magneto irá é o tipo de exame que será realizado.
Embora os aparelhos venham em tamanhos e formatos diferentes, e os novos modelos 
possam ter certa abertura nas laterais, o design básico é o mesmo.
Assim que a parte do corpo que deve ser examinada atinge o centro exato, ou isocentro, 
do campo magnético, o exame começa.
O aparelho de RM percorre cada ponto do corpo do paciente, construindo um mapa 
em 2D ou 3D dos tipos de tecido. Então, ele junta todas essas informações para criar 
imagens em 2D ou modelos em 3D.
Os aparelhos de RF usam pulsos de radiofrequência (RF) direcionados somente ao 
hidrogênio. O aparelho direciona este pulso para a área do corpo que o médico deseja 
examinar no paciente. Este pulso faz com que os prótons naquela área absorvam a 
energia necessária para que se movam numa direção diferente. 
É este o fato que faz com que se faça referência à palavra «ressonância» do termo 
RM. O pulso de RF força os prótons (somente 1 ou 2 que não se anularam em cada 
milhão) a girarem com uma frequência e direção específicas. A frequência específica de 
19
INSTRUMENTAÇÃO │ UNIDADE I
ressonância é chamada de frequência de Larmour e é calculada com base no tecido cuja 
imagem vai ser gerada e na intensidade do campo magnético principal.
Geralmente, estes pulsos de RF são aplicados por meio de uma bobina. 
Os aparelhos de ressonância magnética vêm com diferentes bobinas projetadas para 
diferentes partes do corpo:
 » joelhos;
 » ombros;
 » pulsos;
 » cabeça;
 » pescoço.
Essas bobinas geralmente adaptam-se ao contorno da parte do corpo cuja imagem 
vai ser gerada, ou pelo menos ficam muito próximas destas partes do corpo durante o 
exame.
Quase que ao mesmo tempo, os três magnetos gradientes entram em ação, organizados 
de tal maneira dentro do magneto principal que, ao serem ligados e desligados 
rapidamente e de maneiras determinadas, alteram o campo magnético principal em 
um nível bem-localizado. E isto significa qual será a opção de escolha quanto à área que 
queremos analisar e obter em uma imagem de diagnóstico.
Em termos técnicos, estas áreas são apelidadas de fatias. É possível fatiar qualquer 
parte do corpo em qualquer direção, existindo uma grande vantagem sobre qualquer 
outro tipo de exame de diagnóstico de imagens. E, além disso, não é necessário mover 
o aparelho para obter uma imagem com uma direção diferente, pois este consegue 
manipular tudo com os magnetos gradientes. Quando o pulso de RF é desligado, os 
prótons de hidrogênio começam a retornar lentamente (em termos relativos) os seus 
alinhamentos naturais dentro do campo magnético e libertam o excesso de energia 
armazenada.
Ao fazê-lo, os prótons emitem um sinal que a bobina recebe e envia para o 
computador. Esses dados matemáticos são convertidos por meio de uma 
transformação de Fourier em uma imagem. E é por isso que falamos tanto que este 
é um exame de «imagens».
20
UNIDADE I │ INSTRUMENTAÇÃO
Figura 1. Ressonância magnética campo fechado.
Fonte: <intropsi.blogspot.com.br>.
Equipamento de campo aberto
Considerado um dos exames diagnósticos mais modernos à disposição da Medicina, a 
RM possibilita a visualização de várias regiões e órgãos do corpo humano, diferenciando, 
inclusive, tipos de tecidos, sem a necessidade de expor o paciente ao raio-X ou a outros 
tipos de radiação ionizante.
As imagens obtidas pelo aparelho permitem ao médico radiologista investigar diversas 
doenças e suas origens. A RM de campo aberto é um conforto a mais para o paciente 
portador de claustrofobia (medo de estar em lugares fechados ou de tamanho reduzido), 
uma vez que ele não desliza para dentro do aparelho como acontece em equipamentos 
de campo fechado. Por esse motivo, somente os pacientes muito agitados precisam de 
sedação ou anestesia. O exame costuma durar cerca de 20 a 30 minutos, podendo levar 
mais tempo apenas em casos mais complexos.
Figura 2. A RM de campo aberto com alto campo de potência
Fonte: <med-rad.med.br>. 
21
INSTRUMENTAÇÃO │ UNIDADE I
<http://www.youtube.com/watch?v=yAZRl2m0ED0>.
<https://www.youtube.com/watch?v=tV3UIxWJfxA>.
Equipamento de campo aberto (alto campo)
Há equipamentos no mercado que apresentam o sistema de RM aberta de alto campo 
de 1,0 a 1.5 T com gradientes versão. Isto representa superior qualidade de imagem, 
flexibilidade técnica, conforto ao paciente, produtividade e um rápido retorno do 
investimento.
Especialmente projetada para extremidades, a RM com campo aberto tem um design 
ergonômico que reduz a necessidade de se repetir exames, proporcionando maior fluxo 
de trabalho e muito mais conforto para os pacientes.
As RMs de campo aberto têm as seguintes vantagens:
 » reduz o tempo de espera dos pacientes;
 » mais rápida e silenciosa;
 » design não claustrofóbico;
 » elimina totalmente a necessidade de sedação;
 » confortável em todos os tipos de exames.
Os exames de RM de extremidades representam hoje de 30 a 50% do total de 
procedimentos realizados. Pela necessidade de mercado, as empresas vêm evoluindo 
esses aparelhos, reduzindo o seu tamanho e aumentado sua qualidade. A RM de campo 
aberto quase se apresenta como um aparelho portátil, possuindo as características de:
 » gradiente 2 vezes mais potente, melhor visualização de cartilagens;
 » mais precisão no diagnóstico;
 » posicionamento isocêntrico mais eficiente;
 » totalmente aberta, excelência clínica com alta performance de 1.5T;
 » baixo custo operacional e instalação em menos de 24m;
 » plataformaWindows, compatível com DICOM 3.0;
22
UNIDADE I │ INSTRUMENTAÇÃO
 » leve: 350 kg;
 » fácil operação;
 » exames de extremidades das ressonâncias de corpo inteiro;
 » extensa gama de bobinas de RF e maior sensibilidade para cada tipo de 
extremidade examinada.
A extensa gama de bobinas permite exames com melhor qualidade de imagem e maior 
precisão, porque possibilita o uso da bobina ideal de acordo com o tipo de extremidade 
examinada, anatomia e peso do paciente (mão, punho, cotovelo, braço, pé, tornozelo, 
joelho). Isso possibilita um rápido posicionamento, reduz ruídos, elimina movimentos 
e permite que a área examinada fique no isocentro do magneto.
Figura 3
Fonte: <pyramidmedical.com.br>.
Figura 4
Fonte: <pyramidmedical.com.br>.
23
INSTRUMENTAÇÃO │ UNIDADE I
<http://www.youtube.com/watch?v=ThVFK2qzA3A>.
<http://www.youtube.com/watch?v=Q7N_e2vvg_o>.
Figura 5
Fonte: <osbatidoresdeumagrandemergencia.blogspot.com.br>.
Estrutura do ressonador
À primeira vista, o aparelho de RM é muito semelhante a um aparelho de TC. A sala, os 
vários monitores, a mesa motorizada, o portal. Porém as semelhanças não passam do 
aspecto físico.
Por trás daquele enorme portal existe um sistema completamente diferente do TC. Em 
primeiro lugar, vale lembrar que a RM não utiliza qualquer tipo de radiação ionizante, 
o que quer dizer que o exame de RM não acarreta nenhum dano ao paciente ou ao 
operador.
Em segundo lugar, não há partes móveis dentro do portal, ou seja, não existem 
componentes que giram ao redor do paciente. E, por fim, a imagem é obtida por meio 
de uma sequência de ações na qual o corpo humano participa ativamente, ao contrário 
da forma passiva de atenuação dos raios-X.
24
UNIDADE I │ INSTRUMENTAÇÃO
Dessa forma, veremos a seguir que um sistema de RM possui 6 componentes 
fundamentais para o seu funcionamento:
 » Magneto
 » Bobinas de gradiente
 » Bobinas de RF
 » Suporte eletrônico
 » Computador
 » Console
Magnetos
O componente mais visível e provavelmente mais discutido do sistema de RM é 
o magneto. O magneto produz o potente campo magnético estático (intensidade 
constante) ao redor do qual os prótons estão em precessão. Atualmente, há três tipos 
de magnetos no sistema de RM. Nenhum dos três pode ser considerado superior aos 
outros. Cada um possui características próprias, entretanto, compartilha um objetivo 
comum, a criação do campo magnético que é medido em teslas.
Magnetos resistivos
O magneto resistivo funciona segundo o princípio do eletromagneto, no qual um campo 
magnético pode ser criado passando-se uma corrente elétrica através de uma bobina de 
fios. Magnetos resistivos exigem grandes quantidades de energia elétrica, muitas vezes 
maior que aquela necessária para equipamentos radiológicos, a fim de fornecer as altas 
correntes necessárias para a produção de campos magnéticos de grande intensidade. O 
custo desta energia deve ser contabilizado como parte do custo do exame.
Além disso, as elevadas correntes elétricas produzem calor, que deve ser dissipado com 
um sistema eficiente de resfriamento. O calor é produzido pela resistência do próprio 
fio por meio do efeito Joule. Sistemas resistivos típicos produzem campos magnéticos 
de até 1,5 tesla.
Os custos elevados de operação associados aos outros tipos de magnetos, a energia 
elétrica e o criogênio para refrigeração, não existem no magneto permanente.
Determinados materiais na natureza podem adquirir propriedades magnéticas 
permanentes. Um exemplo de magneto permanente são aqueles ímãs de geladeira. 
25
INSTRUMENTAÇÃO │ UNIDADE I
Para uso em RM, determinados magnetos permanentes podem ser construídos em 
grandes tamanhos e obter-se desta forma intensidade de campos de até 0,3 tesla. Alguns 
equipamentos de RM são construídos com forma de placas paralelas sustentadas por 
quatro pilares onde se empregam os magnetos permanentes.
Este tipo de equipamento é conhecido popularmente como ressonância aberta. O custo 
de aquisição de um equipamento a magneto permanente situa-se entre os dois outros 
tipos. No entanto, o custo operacional é muito reduzido, pois não necessita de energia 
elétrica nem refrigeração.
Entretanto, possui a desvantagem de ser impossível de desligar a força do campo 
magnético, o que dificulta inclusive a manutenção. Se objetos metálicos ficarem presos 
no orifício central do magneto, estes terão de ser arrancados com uma força física capaz 
de vencer a força total do campo magnético. Além disso, os magnetos não podem ser 
transportados em caminhões metálicos comuns.
Última novidade em termos de RM, o magneto construído com supercondutor 
também utiliza o princípio do eletromagneto. Além disso, utiliza uma propriedade 
que é apresentada por alguns materiais em temperaturas extremamente baixas, a 
característica da supercondutividade. 
Um material supercondutor é aquele que perdeu toda a resistência à passagem da 
corrente elétrica. Quando isso ocorre, correntes elétricas muito grandes podem ser 
mantidas com pouco dispêndio de energia elétrica. Assim, o custo elétrico de operação 
do magneto é mínimo.
Por outro lado, o custo do sistema de refrigeração para manter o supercondutor em 
temperaturas muito baixas é alto. Os materiais utilizados na refrigeração, chamados 
de criogênios, são o nitrogênio líquido (-196°C) e o hélio líquido (-268°C). O custo de 
manter este sistema de resfriamento intensivo é da mesma grandeza ou maior que o 
custo da energia elétrica para magnetos resistivos.
Há de se levar em conta o custo do refrigerante. Por exemplo: RMs de 0,5 tesla 
necessitam em trono de 1.000 litros de hélio para sua refrigeração. No entanto, no uso 
diário, são consumidos em torno de 2 litros. Ao final de 6 meses, o consumo será de 400 
litros, que deverão ser repostos num dia de manutenção preventiva do equipamento. 
A vantagem deste tipo de tecnologia, apesar do alto custo inicial, é a capacidade de se 
atingir campos magnéticos de até 2 teslas.
<http://www.youtube.com/watch?v=eCBT10bJH4k>.
26
UNIDADE I │ INSTRUMENTAÇÃO
Bobinas de gradiente
Além dos potentes magnetos, um importante componente do sistema de RM é a bobina 
de gradiente. A presença de um gradiente magnético ao longo do corpo do paciente 
causa a precessão dos prótons em velocidades ligeiramente diferentes, em diferentes 
localizações do paciente, permitindo que o computador determine a localização no 
paciente da qual se originou o sinal de RM recebido. Esta informação é, obviamente, 
fundamental para a reconstrução de imagens do paciente. Os gradientes são muito 
mais fracos que o campo magnético estático e podem ser produzidos por bobinas de fio 
relativamente simples.
Figura 6
Fonte: <http://rle.dainf.ct.utfpr.edu.br>.
<http://www.youtube.com/watch?v=eCBT10bJH4k>.
Bobinas de gradiente para cada uma das três direções
Uma configuração típica das bobinas de gradiente é mostrada na Figura 7. Um sistema 
de RM pode conter três grupos de bobinas de gradiente permitindo a aplicação de um 
gradiente em qualquer das três direções ortogonais x, y e z.
Estas bobinas, denominadas bobinas de gradiente x, y e z, estão localizadas dentro do 
orifício do magneto do sistema principal.
Mediante o ajuste eletrônico da quantidade de corrente nestes três grupos de bobinas, 
é possível obter um gradiente em qualquer direção. Esta flexibilidade permite que 
o sistema de imagem por RM obtenha imagens em qualquer orientação dentro do 
paciente.
27
INSTRUMENTAÇÃO │ UNIDADE I
Figura 7
Fonte: <tecnologiayciencia.es>.
Suporte eletrônico
Os sistemas de suporte eletrônico que constituem outro componente do sistema de RM 
podem ser divididos em duas partes.
A primeira parte, o suprimento de energia, fornece tensão e corrente para todas as 
partes do sistemade RM, como as bobinas de gradiente, o sistema de resfriamento, o 
magneto e o computador. O uso e a quantidade de energia elétrica variam para cada 
sistema de RM. Por exemplo: as necessidades do sistema de resfriamento e magnetos 
são mínimas em equipamentos com magneto permanente, mas representam os maiores 
consumidores de energia nos equipamentos com magnetos resistivos. Assim, o consumo 
de energia pode variar de 25 kW até 150 kW entre cada um dos sistemas citados.
Figuras 8 e 9
 
Fonte: <www.ebah.com.br>.
28
UNIDADE I │ INSTRUMENTAÇÃO
A segunda parte principal do sistema de suporte eletrônico é a etapa de recepção e 
transmissão de RF. Esta parte do sistema realiza as mesmas funções que os transmissores 
e receptores de comunicação de uma estação de rádio AM ou FM; envia os pulsos de 
onda de rádio para o paciente e recebe os sinais de RM do paciente através das bobinas 
de RF descritas anteriormente. O receptor de RF também contém amplificadores que 
aumentam a intensidade de sinais de RF relativamente fracos recebidos do paciente 
dentro do magneto.
Computador
O computador também é um componente de um sistema de RM e que pode ser 
considerado fundamental neste tipo de equipamento. É o computador quem comanda 
e processa as informações de todas as partes do sistema de RM. Durante o exame, 
controla o tempo dos pulsos para coincidir com alterações das intensidades do campo 
de gradiente. Após o exame, ele reconstrói a imagem do paciente utilizando técnicas 
como a transformada de Fourier, semelhante àquelas usadas em TC.
O computador contém dispositivos de memória internos e externos. A memória interna 
permite que ele manipule os milhões de bits de informações para gerar a imagem do 
paciente. A memória externa, disco rígido ou CD-ROM regravável (disco óptico), serve 
para armazenar as imagens para uso futuro.
Console de comando
Outro componente do sistema de RM é a estação de trabalho do operador ou console 
de comando, onde o técnico poderá comandar toda a operação e visualizar a imagem 
reconstruída. Na estação de trabalho central, estão localizados os controles usados pelo 
técnico para selecionar sequências de pulsos, estabelecer os vários parâmetros ajustáveis 
como número de médias de sinal e tempos TR e TE, além de dar os comandos de iniciar 
e terminar o exame. Também poderão ser dados ajustes na imagem obtida, como brilho 
e contraste, além dos comandos de arquivamento e recuperação desta imagem.
Estações de exibição independentes (estações de trabalho) localizadas distante da 
estação de exibição central, que geralmente é junto à sala de diagnóstico, frequentemente 
são incluídas para permitir a visualização de imagens enquanto outros pacientes estão 
sendo examinados.
Isto facilita e melhora a qualidade do laudo médico, pois o radiologista poderá buscar 
imagens não impressas no filme para avalizar seu diagnóstico. Inclusive, poderá 
solicitar ao computador que realize novos cortes, a partir das imagens adquiridas, em 
ângulos ou planos diferentes dos realizados durante o exame, e até mesmo solicitar 
reconstruções tridimensionais.
29
INSTRUMENTAÇÃO │ UNIDADE I
Figuras 10 e 11
 
Fonte: <www.ebah.com.br>.
Bobinas de RF
Um componente fundamental do sistema de RM é a bobina de RF ou bobina de emissão 
e recepção. Estas bobinas de RF atuam como antenas para produzir e detectar as 
ondas de rádio que são denominadas de sinal de RM. Uma bobina de RF típica está 
encerrada no portal do magneto e, assim, não é especificamente visível. Estas bobinas 
de RF encobertas, algumas vezes denominadas de bobinas corporais, circundam 
completamente o paciente, incluindo a mesa sobre a qual ele está deitado.
Algumas bobinas de volume integral circunferenciais e bobinas de superfície:
 » bobina para membro;
 » bobina para pescoço;
 » bobina de superfície plana;
 » bobina para cabeça;
 » bobina para ATM (lateral);
 » bobina para ombro;
 » bobina para punho;
 » bobina para coluna.
Os desenhos das bobinas de RF variam desde uma grande bobina corporal embutida 
no próprio portal até bobinas de volume integral circunferenciais menores e separadas, 
que também circundam a parte examinada. Algumas bobinas de superfície, como a 
bobina para ombro, são colocadas sobre a área a ser examinada. Geralmente, este 
30
UNIDADE I │ INSTRUMENTAÇÃO
tipo de bobina é usado para visualização de estruturas mais superficiais. Outro tipo de 
bobina de RF usada frequentemente é a bobina de arranjo de fase.
Estas consistem em múltiplas bobinas e receptores agrupados juntos. Cada bobina 
é independente da outra e tem seu próprio receptor, que permite grande campo de 
cobertura de visão para uso no estudo da coluna vertebral.
Bobinas receptoras e transmissoras de RF ou sistema de RF
A bobina de RF tem como objetivo potencializar o sinal da bobina do gradiente. Se 
imaginarmos que os magnetos possuem a bobina de gradiente, que abrange toda área 
do grantry, o sinal de RF perde sua potência. Pensando nisso, foram desenvolvidos 
vários tipos de bobinas que amplificam esse sinal. Há vários tipos usados atualmente 
na aquisição de imagens de RM.
Podemos destacar o uso cada vez mais intenso de bobinas de múltiplos elementos com 
arranjo de fase. As bobinas de arranjo de fase são compostas por múltiplas pequenas 
bobinas ou elementos, cada uma com um circuito próprio de detecção que se sobrepõem 
e envolverão a anatomia de interesse.
Até bem pouco tempo atrás a única bobina do tipo arranjo de fase era a bobina de 
coluna, porém, atualmente, o conceito vem sendo aplicado para todas as bobinas. 
Utilizar bobinas com múltiplos elementos permite o uso das técnicas de imagens 
paralelas (SENSE, GRAPPA, ARC etc.) que vão utilizar a informação da distribuição 
espacial do padrão de sinal gerado pela bobina em cada paciente e economizar etapas 
da codificação de sinal, permitindo assim um ganho expressivo de tempo e novas 
possibilidades de utilização da RM, especialmente onde a velocidade é determinante.
Seguem as bobinas de gradientes mais utilizadas na realização dos exames RM.
Bobina de cabeça
Figura 12. 8/16 Canais RAPID, Crânio
 
Fonte: <rle.dainf.ct.utfpr.edu.br>.
31
INSTRUMENTAÇÃO │ UNIDADE I
Figura 13
Fonte: Durá (2008)
Benefícios de qualidade de imagem e fluxo de trabalho são obtidos com a bobina de 
crânio Echelon altamente sensível. O conforto do paciente é assegurado pelo espelho 
e almofadas personalizadas, enquanto o design multicanal provê imagem cerebral 
ultrarrápida e de alta resolução.
Bobina cardíaca
Figura 14
Fonte: <medical.philips.com>.
Figura 15
Fonte: <medical.philips.com>.
32
UNIDADE I │ INSTRUMENTAÇÃO
Figura 16
Fonte: <milton.com.br>.
Bobina Sense torso/ cardiac de 32 elementos
Bobina Phased array flexível dedicada de alta resolução com altos fatores de aceleração. 
Cobertura do coração e dos vasos coronários. Requer plataforma de RF de 32 canais.
Bobina de coluna
Figura 17. 8/10 Canais RAPID, CTL
Fonte: <www.megaimagem.com.br>.
Figura 18
Fonte: <www.hitachimedica.com.br>.
33
INSTRUMENTAÇÃO │ UNIDADE I
As bobinas é optimizada para fornecer a uniformidade e a relação sinal/ruído que são 
essenciais para as imagens de alta qualidade da coluna
Figura 19
Fonte: <www.megaimagem.com.br>.
Figura 20. Ressonância magnética de coluna total/neuroeixo
Fonte: <www.megaimagem.com.br>.
34
UNIDADE I │ INSTRUMENTAÇÃO
Bobina de coluna cervical
Figura 21. 8 Canais, Neuro Vascular
Fonte: <clinicadralexandrecruzeiro.webnode.com.br>.
Proporciona a flexibilidade necessária para aquisição de imagem crânio-cervical. 
Aplicações de bobina múltipla incluem crânio, cervical e cabeça/pescoço, minimizando 
o reposicionamento do paciente.
Bobina de abdome
A TC e a RM (exame chamado enterorressonânciamagnética, no qual se coloca contraste 
no intestino para avaliar patologias do intestino delgado) pode avaliar o espessamento 
da parede gástrica em processos inflamatórios e em tumores para melhor planejamento 
do tratamento.
Figura 22. 8/16 Canais RAPID, Corpo.
Fonte: <www.megaimagem.com.br>.
35
INSTRUMENTAÇÃO │ UNIDADE I
O design multicanal e suporte 3D RAPID permitem qualidade de imagem com grande 
FOV em aplicações desde dinâmico com apneia para abdome até estudo cardíaco.
Figura 23.
Fonte: <www.megaimagem.com.br>.
Bobina de punho
Proporciona imagens que permitem a detecção praticamente completa de todas as 
lesões musculoesqueléticas do punho. 
Figura 24. Bobina específica de punho 4 canais, punho.
 
Fonte: <www.megaimagem.com.br>.
Grande o suficiente para suportar ampla gama de pacientes, a bobina de punho oferece 
alta resolução espacial com alta relação sinal/ruído.
36
UNIDADE I │ INSTRUMENTAÇÃO
Podem ser usados com o braço do paciente elevado acima da cabeça ou posicionado na 
lateral do corpo, na posição vertical ou horizontal.
Seu desenho é de uma peça ovoide articulada para facilitar o posicionamento do 
paciente.
A placa da base rígida fixa a bobina e reduz aos artefatos causados por movimentos do 
paciente.
Requer plataforma de RF de 4 canais ou mais.
Par de bobinas de uso geral
Figura 25
Fonte: <www.hitachimedica.com.br>.
Figura 26
 
Fonte: <www.milton.com.br>.
37
INSTRUMENTAÇÃO │ UNIDADE I
O design de duas bobinas é ideal para regiões anatômicas de difícil posicionamento, 
como cotovelo e antebraço. A dupla bobina oferece versatilidade para melhor qualidade 
de imagem, mantendo o conforto ao paciente.
Bobina de ombro
A imagem possui RM com bobina específica multicanal de ombro em aparelho de alto 
campo (1,5 ou 3 tesla), proporcionando imagens que permitem a detecção praticamente 
completa de todas as lesões musculoesqueléticas do ombro:
 » Lesões do manguito rotador: que é um grupo de músculos e seus tendões 
que estabilizam e movimentam o ombro.
 » Pode avaliar causas de dores e perda de função, como a tendinite e 
rupturas do músculo bíceps, depósitos de cálcio secundários a doenças 
sistêmicas, doenças inflamatórias da articulação e tumores.
 » Quando o paciente tem dor ou perda de função e o exame é normal, reforça 
para o médico o diagnóstico da síndrome miofascial dolorosa, causa 
frequente de ausência no trabalho, permitindo o tratamento específico 
(que é totalmente diferente de tendinite e outras alterações inflamatórias, 
permitindo uma recuperação mais rápida do paciente).
 » É o principal e melhor método no diagnóstico e na avaliação da instabilidade 
glenoumeral, que é causada por lesões ósseas e/ou ligamentares 
decorrentes de trauma, levando ao deslocamento do ombro (geralmente 
anterior). São os casos em que o paciente diz que o ombro sai do lugar.
Figura 27. 
 
Fonte: <www.megaimagem.com.br>.
38
UNIDADE I │ INSTRUMENTAÇÃO
Bobina de tornozelo/pé
Figura 28. 8 canais, pé e tornozelo
 
Fonte: <www.megaimagem.com.br>.
Esta bobina de alta performance complementa as vantagens da echelon em imagens 
ortopédicas, oferecendo alta resolução e alta uniformidade das estruturas da parte 
inferior da perna, do pé e do tornozelo. Seu design oferece fácil posicionamento, ótima 
cobertura, movimento reduzido e conforto ao paciente.
A RM com bobina específica multicanal de tornozelo e pé em aparelho de alto campo 
(1,5 tesla ou 3 tesla), proporciona avaliação complementar em lesões que, muitas vezes, 
o raio-X simples não é suficiente para avaliação. Portanto, a RM e a TC são necessárias 
para mais detalhes.
As lesões incluem contusões, fraturas ocultas e fraturas de estresse. As fraturas de 
estresse são secundárias aos esforços repetitivos de uma atividade geralmente nova ou 
diferente, o que leva a uma hipertrofia do músculo que força o osso, levando a fraturas.
Também podem ocorrer as fraturas por insuficiência, como quando o osso esta frágil, 
por exemplo, no caso da osteoporose.
Em algumas situações em que há acometimento ósseo, a TC também pode ser 
utilizada.
39
INSTRUMENTAÇÃO │ UNIDADE I
Bobina de joelho
Figura 29.
Fonte: <www.megaimagem.com.br>.
Figura 30
Fonte: <www.imi.pt>.
Esta bobina única suporta acelerada aquisição de imagem com alta resolução e ainda 
conforto ao paciente.
Sua grande abertura é ideal para imagens de pacientes maiores, sem comprometer a 
relação sinal/ruído.
40
UNIDADE I │ INSTRUMENTAÇÃO
Bobina de mama
Figura 31. Equipamento RM 1,5 tesla com bobina específica multicanal de mama.
Fonte: <www.megaimagem.com.br>.
Figura 32
Fonte: <www.megaimagem.com.br>.
Figura 33
RM para avaliação de silicone. RM de mama com contraste e difusão.
Fonte: <www.megaimagem.com.br>.
41
INSTRUMENTAÇÃO │ UNIDADE I
Bomba injetora para RM
Pela necessidade do meio de contraste chegar no momento certo da aquisição da 
imagem, desenvolveu-se tanto para TC como para RM um equipamento muito aplicado 
no auxílio da injeção do meio de contraste: a bomba injetota.
Há vários modelos e sistemas diferenciados de bombas injetoras disponiveis e elas são 
adquiridas de acordo como a necessidade que o setor diagnóstico exige.
Conceitualmente, a velocidade de injeção ideal na RM é aquela que garante a presença 
homogênea do meio de contraste no território arterial sob investigação durante 
a aquisição do espaço k central. Com a aquisição do espaço k de padrão central, a 
prioridade deve ser dada em obter um bolo mais compacto (utilizando maior velocidade 
de injeção), de modo que o platô de realce arterial seja mais curto e concomitante com 
a aquisição do espaço k central.
Sabe-se que a intensidade do sinal vascular aumenta proporcionalmente à velocidade 
de injeção até o valor de 1,5 a 2 ml/s. Por outro lado, dados da literatura reforçam que 
a dose dupla de contraste (0,2 mmol/kg) administrada a uma velocidade de 2 a 3 ml/s 
apresenta bons resultados na grande maioria dos pacientes.
A injeção deve ser feita por meio de bomba mecânica, por oferecer um fluxo mais 
constante e padronizado. Porém, muitas instituições não dispõem de bombas mecânicas 
e apresentam bons resultados com injeção manual em mãos experientes. De qualquer 
modo, todo bolo injetado deve ser seguido por um volume de 15 a 20 ml de solução 
salina, para garantir a entrada vascular de todo o meio de contraste e aumentar o fluxo 
venoso do braço após a injeção.
Figura 34
Fonte: <www.cmsmedical.com.br>.
42
UNIDADE I │ INSTRUMENTAÇÃO
Características e benefícios da bomba injetora para RM
 » Exclusiva parada mecânica para minimizar o risco de injeção excessiva.
 » Múltiplas configurações da seringa (60/150 ml – 150/150 ml – 200/200 
ml) ajustam o tamanho correto da seringa com o paciente e o procedimento.
 » Um toque habilita o controle de velocidade variável para fácil carregamento 
da seringa.
 » Disponível em duas configurações
 » Sistema de pedestal integrado:
 › o braço articulado estende-se para alcançar e ser facilmente posicionado 
próximo do paciente;
 › altura do braço ajustável para maior facilidade no carregamento da 
seringa. O painel de controle rotativo é facilmente visualizado e pronto 
para qualquer posição na sala;
 › sistema de montagem do rack;
 › piso, mesa, teto, parede, ou opções de montagem da parede e 
flexibilidade. Painel de controle é fácil de aprender e operar.
 » Múltiplos níveis de proteção. Microprocessador programado ajuda a 
proteger contra:
 › o excesso de volume;
 › o excesso de fluxo;
 › o excesso de pressão.
 » Exclusiva parada mecânica:
 › ajusta automaticamente e bloqueia fisicamente o limite de volume 
selecionado de injeção;
 › não é afetado pela interrupção elétrica;› aposição ajustada é verificada por leds na parte superior da injetora.
43
INSTRUMENTAÇÃO │ UNIDADE I
 » O exame de ressonância magnética é realizado com os princípios do 
magnetismo nuclear. Cada elemento do nosso corpo é um pequeno 
ímã que quando colocado sob ação de um campo magnético mais 
intenso – o equipamento – permite que um sinal seja gerado, coletado 
e transformado em imagem.
 » Os equipamentos de ressonância magnética, chamados de magnetos, 
possuem uma intensidade de campo magnético cerca de 30 mil vezes 
maior que a do campo magnético terrestre.
 » No mercado existem equipamentos de ressonância magnética de 0,3 
até 3,0 tesla e são equipamentos de campo aberto e campo fechado 
devido às características destes equipamentos, como o alto campo 
magnético e gradientes rápidos.
 » A ressonância magnética de campo aberto é um conforto a mais 
para o paciente portador de claustrofobia (medo de estar em lugares 
fechados ou de tamanho reduzido), uma vez que ele não desliza para 
dentro do aparelho como acontece em equipamentos de campo 
fechado.
 » Componente de sistema de ressonância magnética:
 › magneto;
 › bobinas de gradiente;
 › sistemas de suporte eletrônico;
 › computador e monitor;
 › bobinas de radiofrequência.
 » A bobina de radiofrequência tem como objetivo potencializar o 
sinal da bobina do gradiente, se imaginarmos que os magnetos 
possuem a bobina de gradiente, onde abrange toda área do grantry, 
o sinal de radiofrequência perde sua potencia. Pensando nisso foram 
desenvolvidos vários tipos de bobinas que amplificam esse sinal.
44
UNIDADE II
CONTRASTE 
PARAMAGNÉTICO E 
BIOSSEGURANÇA
CAPÍTULO 1
Introdução
Contraste
Complicações do uso intravenoso de agentes de 
contraste 
A maioria dos agentes de contraste utilizados para exames de RM é à base de quelatos 
do íon paramagnético gadolínio (Gd) que vem sendo utilizado desde o final da década 
de 1980. Algumas estimativas não oficiais mostram que aproximadamente mais de 90 
milhões de doses já foram administradas no mundo todo.
Os tipos de contraste à base de Gd que existem no mercado, atualmente, podem ser 
divididos em duas categorias, extracelular inespecífico e intracelular específico, sendo 
que a principal diferença está na molécula quelante que carrega o Gd. De modo geral, 
considera-se que os agentes de contraste à base de Gd são muito mais seguros que o 
contraste iodado utilizado na radiologia convencional e nos exames de TC, no entanto, 
existem complicações, as quais devem ser reconhecidas para tratamento adequado e 
para orientação antes e após a realização do exame.
Apresentaremos uma descrição sucinta dos tipos de meios de contraste à base de Gd, 
possíveis complicações e medidas para prevenção e tratamento destas.
Considerações gerais sobre o uso dos agentes de 
contraste intravenoso para RM e tipos de meios de 
contraste à base de Gd
Na natureza, o Gd é encontrado como uma terra rara, elemento químico de difícil 
extração da rocha que o contém, e apresenta-se como um cristal branco prateado. 
45
CONTRASTE PARAMAGNÉTICO E BIOSSEGURANÇA │ UNIDADE II
Em temperatura ambiente é um dos poucos metais que apresenta propriedades 
ferromagnéticas. O Gd tem aplicações em fornos de micro-ondas, aparelhos de televisão 
e outros componentes eletrônicos. Na Medicina, o Gd é utilizado apenas na forma de 
soluções compostas para realce em exames de imagem.
O efeito desejado e, consequentemente, o mais importante do Gd como meio de contraste 
para RM é a redução do tempo de relaxamento T1 nos tecidos em que se encontra o 
composto. É interessante notar que as imagens de RM não mostram o Gd propriamente 
dito, mas sim seu efeito paramagnético sobre os tecidos ao seu redor. De modo geral, 
a maioria dos meios de contraste à base de Gd tem distribuição pelo corpo semelhante 
àquela apresentada pelo contraste iodado. Contudo, a sensibilidade da RM ao Gd é 
comprovadamente maior que a da TC ao contraste iodado. Usualmente, o volume médio 
de contraste administrado por via intravenosa nos exames de RM varia entre 10 ml e 
20 ml. Este volume é 5 a 15 vezes menor do que o utilizado com os contrastes iodados 
na TC e com certeza é um dos motivos pelo qual o uso do Gd é mais seguro. Além do 
fator relacionado ao volume de injeção, outros fatores são extremamente importantes 
na avaliação da segurança de um agente de contraste e estão relacionados à toxicidade 
inerente do composto, à sua estabilidade na circulação e ao seu grau de depuração no 
corpo humano. 
O íon Gd, quando livre na circulação, é bastante tóxico, com meia-vida biológica 
de algumas semanas, ou seja, muito maior do que a apresentada pelos compostos 
quelados de Gd, que é por volta de 1,5 hora. O íon Gd, quando quelado a uma molécula, 
tem sua farmacocinética alterada, acelerando sua depuração e, portanto, reduzindo 
acentuadamente a sua toxicidade relativa. A quelação do Gd possibilita aumento de até 
500 vezes na taxa de excreção renal do composto. O agente quelante é o que diferencia 
os diversos meios de contraste à base de Gd encontrados no mercado.
Outras características que também afetam diretamente a segurança desses agentes são: 
estrutura molecular iônica versus não iônica (a não iônica é preferível), osmolalidade 
(quanto menor a osmolalidade, melhor) e viscosidade (baixa viscosidade é preferível e 
influência na velocidade com que o contraste pode ser injetado).
Pode-se dizer que a estrutura molecular e a osmolalidade têm importância menor na 
questão de segurança quando se compara o Gd aos contrastes iodados devido ao menor 
volume de injeção utilizado na RM. 
Ainda em relação à segurança dos meios de contraste paramagnéticos, o fator 
mais importante é a estabilidade, ou seja, a resistência à quebra do agente em seus 
componentes com liberação do íon Gd na circulação.
46
UNIDADE II │ CONTRASTE PARAMAGNÉTICO E BIOSSEGURANÇA
Atualmente, os dois quelantes de Gd mais estáveis são o Magnevist® e o MultiHance®, 
sendo que o Magnevist é o com maior tempo em uso e, portanto, o mais testado 
clinicamente.
Relatos mais antigos descrevem a segurança do Magnevist em diferentes populações, 
incluindo pacientes com insuficiência renal crônica e pacientes pediátricos. O agente 
MultiHance tem aproximadamente duas vezes o tempo de relaxação T1 dos outros 
quelantes, o que significa que meia dose tem o mesmo efeito que os outros agentes e 
pode ser uma alternativa para a redução de volume de contraste injetado quando for de 
interesse. Já o Primovist® causa redução do tempo de relaxação num grau ainda maior 
que o MultiHance®, no entanto, trata-se de um agente de contraste relativamente novo 
no mercado europeu e ainda não foi aprovado para uso nos Estados Unidos.
Tanto o MultiHance® quanto o Primovist® são agentes mistos, ou seja, são excretados 
por via renal e hepática sendo que a excreção pelos hepatócitos determina importante 
efeito na caracterização de lesões hepáticas, porém sem excluir seu uso para o estudo 
dinâmico de outros órgãos após injeção rápida.
Complicações dos meios de contraste à base de Gd
As reações adversas agudas ao Gd podem ser divididas entre maiores ou graves e 
menores e entre gerais e locais. A incidência total de reações adversas aos meios de 
contraste em RM varia, aproximadamente, entre 2% e 4%.
As reações menores gerais mais comuns são náuseas, vômitos, urticária e cefaleia, 
enquanto as locais são irritação, ardor e sensação de frio.
Pode ocorrer aumento transitório nos níveis séricos de bilirrubina (Magnevist® 3% a 
4% dos pacientes) e de ferro (com o Magnevist® e OmniscanTM, regride completamente 
em 24–48 horas).
A passagem de contraste à base de Gd pela placenta em gestantes e para o leite em 
mulheres na lactação já foi demonstrada. De maneira geral,recomenda-se a não 
utilização deste meio de contraste nestas situações.
Casos de reações adversas agudas maiores ao Gd, como laringoespasmo e choque 
anafilático, são raros. Descreve-se incidência de 0,01% de reações anafilatoides com o 
uso de Gd, enquanto para o contraste iodado iônico chega a 0,17%.
Reações adversas após a injeção intravenosa de Gd são mais frequentes em pacientes 
que já tiveram reações prévias a qualquer tipo de contraste de uso interno, quer seja Gd 
ou o contraste iodado. Dezesseis entre 75 (21%) pacientes que tiveram reação alérgica 
47
CONTRASTE PARAMAGNÉTICO E BIOSSEGURANÇA │ UNIDADE II
ao Gd apresentaram nova reação em injeções subsequentes. Pacientes com história de 
reação prévia ao contraste iodado têm mais que o dobro de chance de apresentar reação 
alérgica ao Gd, com incidência de 6,3% em um estudo com 857 pacientes.
Pacientes com asma também têm maior probabilidade de reação adversa ao Gd. 
Pacientes com história de alergias, de modo geral, têm risco aumentado de 2 a 3,7 vezes 
maior que pacientes sem história de alergia.
Pacientes com história prévia de alergia a qualquer tipo de contraste intravenoso ou de 
outras alergias podem se beneficiar do uso de esquema de medicação antes do exame 
com corticosteroides, e anti-histamínicos devem ser seguidos mais de perto durante 
a injeção do Gd, bem como ficar em observação por mais tempo após a injeção do 
contraste paramagnético. É importante notar, porém, que a validade do uso da 
pré-medicação é controversa, mesmo para o caso de contrastes iodados.
Em relação à incidência de complicações menores, também existe diferença relativamente 
grande, sendo quantitativa e qualitativamente maior com os contrastes iodados da TC. 
No entanto, as complicações com o uso do Gd existem e mais recentemente uma possível 
associação entre seu uso e uma doença dermatológica rara que ocorre em pacientes 
com insuficiência renal foi descrita.
Esta associação foi tema de um anúncio público oficial pela agência americana de 
regulação de drogas, a Food and Drug Administration (FDA) e esta já recomendou 
aos fabricantes de agentes de contraste à base de Gd adicionar uma tarja de aviso sobre 
a fibrose nefrogênica sistêmica. O que a princípio mostrava-se um problema menor e 
restrito, parece cada vez mais se configurar como um problema real e que deverá alterar 
a conduta de uso destes agentes. Maior discussão sobre esse assunto é relatada a seguir. 
Dermopatia fibrosante nefrogênica (DFN)/ fibrose 
nefrogênica sistêmica (FNS) e agentes de contraste à 
base de Gd em pacientes com doença renal grave
Recentemente, foi relatado que, num período de quatro anos, vinte pacientes na 
Dinamarca e cinco na Áustria desenvolveram uma rara doença que é vista somente 
em pacientes com função renal gravemente diminuída. Todos os pacientes receberam 
Omniscan para exame de angiografia por RM poucas semanas ou meses antes do início 
da doença. Por volta de 17.500 pacientes são examinados com Omniscan por ano na 
Dinamarca. Desde janeiro de 2002, cerca de 400 pacientes com insuficiência renal 
foram examinados, dos quais 20 (5%) desenvolveram (DFN) dermopatia fibrosante 
nefrogênica.
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UNIDADE II │ CONTRASTE PARAMAGNÉTICO E BIOSSEGURANÇA
A DFN, agora mais conhecida como FNS, foi primeiramente diagnosticada em 1997 e 
formalmente descrita em 2000. É associada ao aumento da deposição tecidual de colágeno, 
ocasionando espessamento e endurecimento da pele (envolve predominantemente as 
extremidades distais, mas ocasionalmente pode envolver o tronco) e fibrose que pode 
acometer outras partes do corpo, incluindo diafragma, coração, vasculatura pulmonar 
e músculos das coxas.
Não há cura definitiva, embora existam alguns relatos esparsos de resposta parcial a 
vários tratamentos como plasmaforese, fotoforese extracorpórea e talidomina. Existem 
dados que sugerem retardo ou mesmo reversão dos sintomas quando ocorre melhora 
da função renal. A doença é progressiva e pode ser fulminante em cerca de 5% dos 
casos, podendo levar o paciente ao óbito.
Um artigo publicado por Grobner descreve o desenvolvimento da FNS associado ao uso 
de Omniscan em cinco pacientes com insuficiência renal. Pacientes com esta doença 
progressiva, e até onde se sabe irreversível, desenvolvem fibrose em vários órgãos, 
podendo manifestar graves contraturas das articulações secundárias à fibrose da pele. Os 
pacientes descritos no artigo citado apresentavam insuficiência renal crônica, estavam 
em acidose metabólica e foram submetidos a angiografia por RM, provavelmente com 
injeção de grande volume de contraste paramagnético. Em seguida, outro artigo foi 
publicado descrevendo a ocorrência da FNS em um grupo semelhante de 13 pacientes, 
também após a administração de Omniscan.
Os aspectos clínicos salientados no aviso emitido pela FDA são a presença de insuficiência 
renal crônica e o uso de altas doses de Gd.
FDA (Food and Drug Administration) é o órgão governamental americano responsável 
pelo controle de medicamentos (humano e animal), equipamentos médicos, materiais 
biológicos e produtos derivados do sangue humano.
A FDA comunica que estará avaliando todos os meios de contraste à base de Gd e 
não somente o Omniscan, apesar de todos os relatos serem específicos para este 
agente de contraste. Até o momento, não se sabe se outras medicações que os 
pacientes estavam utilizando podem ter interagido com o Omniscan. Casos ainda 
não publicados de várias instituições americanas sugerem que o desenvolvimento de 
FNS secundária ao quelante de Gd não é raro e, até o momento, está exclusivamente 
relacionado com a injeção de Omniscan. O início do quadro ocorre tipicamente 16 
dias após a injeção do contraste, e este tempo prolongado pode explicar por que esta 
relação não tenha sido descrita anteriormente. Até que surjam mais dados é prudente 
evitar o uso de Omniscan em pacientes com insuficiência renal crônica em qualquer 
dosagem, apesar de que, provavelmente, os exames aos quais estes pacientes tenham 
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CONTRASTE PARAMAGNÉTICO E BIOSSEGURANÇA │ UNIDADE II
sido submetidos foram angiografias por RM com alta dosagem de Gd (este exame 
não é aprovado pela FDA).
Administração de meios de contraste para RM em 
pacientes com insuficiência renal 
Após a administração intravenosa de meios de contraste à base de Gd, o cobre e 
o zinco intravasculares (encontrados normalmente em pequenas quantidades na 
corrente sanguínea), que têm afinidade competitiva pelo quelato, deslocam parte do 
Gd da molécula quelante, como o ácido dietil triamino pentacético (DTPA), liberando 
o íon Gd livre (Gd+3). Embora o Gd seja uma substância muito tóxica, normalmente 
a concentração total do Gd livre é muito baixa e é eliminada com grande rapidez, 
possibilitando a manutenção de baixa concentração do íon livre. De fato, em pacientes 
com função renal normal, a taxa de dissociação é menor do que a taxa de depuração, 
impedindo a ocorrência de qualquer fenômeno de acúmulo. Acredita-se também que as 
moléculas macrocíclicas tendem a fixar o Gd mais firmemente que as lineares.
À medida que novas fontes fisiológicas de íons de cobre e zinco vazam para o espaço 
intravascular, na tentativa de restabelecer o equilíbrio de sua concentração, elas 
também deslocam mais Gd do que quelato. Este ciclo continua até que todo o Gd 
quelado seja eliminado do corpo pelos rins, pela filtração glomerular. Por esta razão, há 
uma preocupação potencial quanto ao nível do íon Gd livre em casos de insuficiência 
renal, assim como em pacientes com menor taxa de depuração renal de todas essas 
substâncias do corpo. Não está muito bem estabelecida a segurança da administração 
de meios de contraste à base de Gd em pacientes com distúrbios da função renal ou 
insuficiência renal fraca. Alguns estudossugerem que eles são bem tolerados. 
O Magnevist pode ser dialisado, com mais de 95% da dose administrada sendo removida 
ao terceiro tratamento de diálise.
Outros efeitos adversos colaterais dos contrastes 
paramagnéticos
Pseudo-hipocalcemia tem sido descrita com o emprego de agentes de contraste menos 
estáveis, como o Omniscan e o OptiMARK®, mas não com agentes mais estáveis, como 
o Magnevist e o MultiHance, embora existam mais pesquisas em progresso sobre este 
assunto.
É importante entender que a pseudo-hipocalcemia não é uma hipocalcemia real, pois 
só é observada nos exames laboratoriais (calorimétricos), ocorrendo somente dentro de 
24 horas após a administração do contraste. A importância do reconhecimento deste 
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UNIDADE II │ CONTRASTE PARAMAGNÉTICO E BIOSSEGURANÇA
problema está na possibilidade de que a pseudo-hipocalcemia seja interpretada como 
hipocalcemia real e o paciente seja tratado com reposição de cálcio, o que já foi causa 
de morte em pelo menos um caso.
Ao contrário do ferro, ou mesmo do manganês, outros elementos também utilizados 
como contraste paramagnético, o Gd livre não é uma substância que faça parte 
normalmente do corpo humano e é extremamente tóxico.
O Gd livre é análogo do cálcio e pode ser depositado no osso que está em desenvolvimento, 
no caso, o mais preocupante é com as crianças e com fetos em desenvolvimento. Os 
efeitos em longo prazo da deposição de Gd durante a gestação não são conhecidos, 
mas ainda assim é algo que deve causar preocupação. Na bula do Omniscan existe a 
descrição da ocorrência de malformações esqueléticas em fetos de ratos no segundo 
trimestre de gestação muito provavelmente devido à toxicidade materna.
O quelante livre pode “quelar” outros cátions, além do cálcio, como o zinco, em 
um processo descrito como transmetalização. A transmetalização pode levar ao 
desenvolvimento de doenças graves em modelos animais, mas ainda não está claro qual 
o impacto em humanos nas doses relativamente pequenas usualmente utilizadas.
Precauções atuais na prescrição de agentes de contraste 
à base de Gd para uso interno
1. Evitar o uso em pacientes com insuficiência renal, pelo menos até que seja 
esclarecida qual a real participação destes agentes no desenvolvimento 
da FNS. Para isso, é necessário identificar quais os pacientes de risco para 
a FNS, de acordo com a recomendação da FDA:
 › insuficiência renal grave aguda ou crônica (taxa de filtração glomerular 
< 30 ml/min/1,73 m2);
 › disfunção renal aguda relacionada à síndrome hepatorrenal ou no 
período pré-operatório de transplante hepático. Os meios de contraste 
a serem evitados são: Omniscan, Magnevist e OptiMARK.
 Todavia é prudente considerar todos os agentes à base de Gd até que 
novas evidências apareçam. Caso seja necessária a realização de RM com 
injeção de contraste nesses pacientes, deve-se considerar que seja utilizado 
o menor volume possível e que eles sejam submetidos à hemodiálise logo 
após o procedimento. O ideal seriam três seções de hemodiálise em dias 
seguidos.
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CONTRASTE PARAMAGNÉTICO E BIOSSEGURANÇA │ UNIDADE II
2. Não utilizar o Gd como substituto de contraste iodado, exceto se 
extremamente necessário e após monitoração do nível de creatinina, com 
programação de hemodiálises repetidas, caso necessário.
3. Evitar o uso em gestantes e crianças.
4. Considerar a possibilidade de pré-medicação com corticosteroide e 
anti-histamínicos em pacientes com história prévia de reação alérgica a 
contrastes de qualquer tipo ou história de alergia grave.
Por fim, é importante diferenciar os agentes à base de Gd daqueles à base de partículas 
de ferro e à base de manganês, os quais têm indicações mais restritas, apresentam outros 
tipos de complicações e são muito menos utilizados na rotina diária dos serviços de RM 
em todo o mundo. No Brasil, inclusive, tais contrastes ou não foram introduzidos ou 
têm seu uso muito restrito, devido ao alto custo.
Histórico
Bloch (1948) – uso de sal paramagnético (nitrato férrico) para encurtar os tempos de 
relaxamento dos prótons de água.
Blombergen, Solomom (1948-1955) – teoria padrão relacionando taxas de relaxamento 
de solventes na presença de substâncias paramagnéticos dissolvidas.
Eisinger (1961) – ligação de íons metálicos á macromoléculas (DNA) aumentando 
a eficiência do relaxamento do próton de água (alongando o tempo de correlação 
rotacional), utilizado no estudo da hidratação e estrutura metaloenzimas.
Lauterbur (1973) – imagem por ressonância.
Lauterbur (1977) – utilizou em cães sal de manganês (Mn) para diferenciar miocárdio 
normal de área de enfarto (o Mn se localiza preferencialmente no miocárdio normal).
Lauterbur (1978) – uso de agentes paramagnéticos para diferenciar tecidos com base 
em diferentes tempos de relaxamento da água.
Young (1981) – primeiro estudo com agente paramagnético cloreto férrico via oral para 
realçar gastrointestinal.
Carr (1984) – gadopentetato de dimeglumina (Gd-DTPA) intravenoso para tumor 
cerebral.
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UNIDADE II │ CONTRASTE PARAMAGNÉTICO E BIOSSEGURANÇA
<https://www.youtube.com/watch?v=gxQIDDID5Pk>.
Pré-requisito de meio de contraste para RM
 » Deve alterar a intensidade de sinal.
 » Mínima concentração possível para minimizar toxicidade.
 » Especificidade tissular in vivo para que tenha maior concentração no 
tecido-alvo do que em outras áreas do organismo.
 » Deve permanecer no tecido-alvo um tempo adequado para realização do 
exame.
 » Deve ser eliminado do tecido-avo em um tempo razoável para se evitar 
toxidade crônica e deve ser excretado do organismo (em geral por via ou 
hepatobiliar).
 » Deve ter baixa toxidade e ser estável in vivo ao ser administrado em doses 
que causem alteração de sinal na imagem de RM.
 » Deve ter tempo de armazenamento longo.
Mecanismo de contraste (MC) em RM
O primeiro e de mais fácil compreensão: densidade de spins refere-se à fração de 
prótons que existe por voxel do tecido a ser estudado e determina o potencial máximo 
de intensidade de sinal de RM que pode ser obtido daquele voxel.
O segundo é a relaxatividade composta por dois parâmetros, T1 e T2, que são 
caraterísticos de cada tecido. Os MCs que alteram a relaxatividade podem ser divididos 
em dois tipos:
 » os MCs que alteram T1, chamados de agentes de relaxamentos positivo, 
pois encurtam o T1 resultando em aumento da intensidade de sinal nas 
séries pesadas em T1;
 » os MCs que alteram T2, chamados de agentes de relaxamento 
negativo, pois reduz T2, levando á redução da intensidade de sinal em 
série pesadas em T2.
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CONTRASTE PARAMAGNÉTICO E BIOSSEGURANÇA │ UNIDADE II
O terceiro mecanismo é a susceptibilidade magnética, que é a capacidade de uma 
substância de se tornar mais ou menos magnetizada sob a influência de um campo 
magnetizado externo.
Toda substância se magnetiza quando coloca em um campo magnético em graus 
variáveis. A susceptibilidade magnética de uma substância é a medida de quanto ela 
fica magnetizada, ou seja, é a medida de magnetibilidade de uma substância e depende 
do número de elétrons não pareados na eletrosfera do átomo. Uma substância é dita 
DIAMAGNÉTICA quando não possui elétrons orbitas não pareados. 
Quando colocada em um campo magnético externo, um campo magnético fraco é 
induzido no sentido oposto do externo. Sua susceptibilidade magnética é pequena e 
negativa (x<0), o que a torna basicamente não magnética constituindo a maior parte 
dos tecidos do corpo.
As substâncias PARAMAGNÉTICAS possuem elétrons orbitais não pareados que se 
tornam magnetizadas quando submetidas a um campo magnético externo e se tornam 
desmagnetizadas quando o campo externo é desligado.
Elas induzem o campo magnético no mesmo sentido do campo magnético externo, 
causando aumento do campo magnéticoefetivo. Possuem uma susceptibilidade 
magnética pequena e positiva (x>0) e são fracamente atraídas pelo campo magnético 
externo.
Reações adversas
Se nos basearmos em todas as marcas de contrastes paramagnéticos presentes no 
mercado, a taxa de reações adversas após a injeção venosa do quelato de Gd é de cerca 
de 3% a 5%. A maioria das reações é leve, apresentada principalmente por náuseas 
e urticária. Vômitos são observados em cercas de 0,3% das injeções em bolo. Outras 
reações que podem ser observadas são: dificuldade respiratório edema periorbitário, 
tontura, alteração do paladar, ansiedade, dor e sensação de frio no local a injeção. 
Reações moderadas ou graves ocorrem em menos de 1%. Reações anafilactoides podem 
ocorrer, porém são raras (1 em 350.000 a 500.000).
Fatores de risco
Constituem fatores e risco: história de reação prévia ao Gd, alergias a medicamentos; 
contrastes iodados e alimentos, bem como asma. A frequência de reações adversas é 
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UNIDADE II │ CONTRASTE PARAMAGNÉTICO E BIOSSEGURANÇA
cerca de 2,3 a 3,7 vezes maior em pacientes com história de reação a contrastes iodados 
e cerca de 8 vezes mais alta em pacientes com reação prévia ao Gd.
Pré-medicação
Não há nenhuma evidência na literatura favorecendo a utilização de pré-medicação 
como medida profilática. O manual sobre meios de contraste do ACR (Amererican 
College of Radiology) indica que a pré-medicação com corticoides e anti-histamínicos 
antes da administração de Gd pode ser particularmente útil em pacientes com história 
de reação aos meios de contraste moderada e severa. O protocolo de pré-medicação é 
semelhante ao utilizado para os contrastes iodados.
Pré-medicação
Drogas Período Dosagem Pediátrica Adulto
PREDNISONA 13,7 E 1 HORA ANTES DO EXAME 0,55-0,7 mg/Kg via oral (até 50 
mg) 
50 mg via oral 
DIFENIDRAMINA 1 HORA ANTES DO EXAME 1,25 mg/Kg via oral (até 50 mg) 50 mg via oral
Extravasamento
A incidência de extravasamento em uma série de 28.000 doses foi de 0,05%. Estudos 
laboratoriais em animais têm demostrado que tanto o gadopentetato de dimeglumina 
como o gadoteriodol são muito tóxicos para a pele e tecidos subcutâneos do que iguais 
volumes de contrastes iodados.
Outras aplicações do GD
Com a utilização de altas doses de MC no SNC (0,2 2 0,3 mmmol/kg) tem sido 
observado maior realce das lesões do que com doses habituais, bem como detecção de 
maior número de lesões. O uso de altas doses também permite avalição da perfusão 
tissular e a realização de angiografia por RM.
A transferência de magnetização é uma técnica que permite melhor visualização 
de zonas de realce por saturação dos tecidos sem realce. Entretanto, a melhora na 
visualização do realce é inferior àquela observada com o uso de dose tripla de MC.
Estudos de primeira passagem do meio de contraste podem ser feitos com aparelhos 
convencionais de 1,5T. A passagem do bolo de MC pelo cérebro permite a avaliação do 
volume sanguíneo cerebral e da perfusão cerebral e são observados os efeitos T2 do MC.
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CONTRASTE PARAMAGNÉTICO E BIOSSEGURANÇA │ UNIDADE II
A angiografia por RM com altas doses de MC é uma das técnicas atuais de maior 
impacto, sendo realizada em curtos espaços de tempo e sem o inconveniente de perda 
de sinal em áreas de fluxo turbulento muito rápido, como observado na angiografia 
convencional (sem contraste) por RM.
Outros MCs
Os agentes de contraste em RM para avaliação hepática podem ser divididos em 5 classes: 
agentes extracelulares, já descritos; agentes reticuloendoteliais; agentes hepatobiliares; 
agentes de “pool’’ sanguíneo e agentes combinados.
Quelatos de Dysprósio (Dy) têm sido empregados em estudos de primeira passagem do 
MC, com maior alteração e sinal do que a observada com quelatos de Gd, graças à maior 
relaxatividade T2 e efeito de susceptibilidade magnética do íon de Dy.
MCs hepatobiliares, como o Gd-BOPTA (Multihance®) e Gd-EOD-DTA (Primovist®), 
apresentam excreção hepatobiliar e causam realce do fígado normal nas séries pesadas 
em T1.
Estes agentes são compostos paramagnéticos que aumentam a intensidade de sinal 
do fígado, dos ductos biliares e algumas lesões que contêm hepatócitos nas imagens 
ponderadas em T1. O Mn-DPDP (mangafodipir trissódico-Teslascan®) representa 
o protótipo dos agentes hepatobiliares e também causa realce em T1 do parênquima 
hepático. O manganês é moderadamente paramagnético e encurta os tempos de 
relaxamento T1 e T2 dos prótons de água. A dose recomendada do mangafodipir é 5 
umol/kg de peso, que corresponde a 0,05 ml/kg.
A dose deve ser administrada lentamente por 10-20 minutos. O realce hepático começa 
pouco depois da administração com pico em 15 minutos e persiste por várias horas. A 
eliminação ocorre pelo sistema biliar (59% eliminado com 5 dias) e pelos rins (15% em 24 
horas). Excreção renal pode ocorrer preferencialmente em pacientes com insuficiência 
hepática. A excreção biliar é inicialmente visível 15 minutos após a injeção. A definição 
completa do sistema biliar pode requerer mais que 15 minutos.
MCs de “pool” sanguíneo estão em fase inicial de estudos. Como exemplo, temos o MS-
325 que se liga reversivelmente à albumina plástica causando um aumento significativo 
da magnitude e duração do realce do “pool” sanguíneo. Os agentes de “pool” sanguíneo 
permanecem no espaço intravascular muito mais tempo que os agentes extracelulares. 
Consequentemente, estes agentes estão em investigação atualmente para o uso em 
angiografia que poderia ser realizado na fase de equilíbrio.
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Estes MCs podem ser classificados em três categorias:
 » o óxido de ferro nanocoloide (óxido de ferro supermagnético ultrapequeno 
USPIO);
 » agentes que se ligam reversivelmente a proteínas plasmáticas e 
macromoléculas;
 » agentes combinados são MCs que apresentam mais de um tipo de 
comportamento. O Gadobenato de Dimeglumina (Multihance®) é um 
contraste que demostra comportamento extracelular, hepatobiliar e de 
“pool” sanguíneo.
O mecanismo de ação é semelhante aos quelatos de Gd com duas diferenças: produz 
ligação proteica transitória e é captado pelos hepatócitos e excertadona bile.
Permanece mais tempo no espaço intravascular e encurta o T1 produzido hipersinal. 
Este MC pode ser útil na distinção de tumores que contêm ductos biliares como 
hiperplasia nodular focal e carcinoma hepatocelular bem diferenciado.
Agentes particulares de várias dimensões têm sido avaliados como MC para RM e 
em geral, apresentam maiores taxas de reações adversas que os quelatos de Gd. O 
óxido de ferro superparamagnético é um MC do sistema reticuloendotelial que causa 
diminuição de sinal no fígado e baço em séries pesadas em T2. A dose recomeda do 
SPIO (superparagmatic íon oxide) é 0,56 mg/kg de peso ou 0,05 ml/kg. O fabricante 
recomenda a diluição da dose em 100 ml de uma solução de dextrose a 5% e infusão 
intravenosa por 30-60 minutos.
A imagem tipicamente é obtida 1 a 4 horas após a infusão. A eliminação ocorre por meio 
do metabolismo intrínseco de ferro. O fígado se apresenta mais hipointenso em imagens 
ponderadas em T2 (gradiente-eco) ou T2 nas primeiras 24 horas após a infusão do 
ferromoxido. O metabolismo completo requer 14 a 28 dias, mas a intensidade de sinal 
do fígado tipicamente retorna ao nível normal com 7 a 14 dias.
A magnetita é uma nova fórmula de óxido de ferro superparagmática com partículas 
menores e menos reações adversas que o anterior. O óxido de ferro nanocoloide (óxido 
de ferro superparagmagnético ultrapequeno) apresenta efeito T2 com redução da 
intensidade de sinal em órgãos com grande perfuração sanguínea e no “pool” sanguíneo. 
Tem sido utilizado na avaliação do fígado e linfonodos.
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