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LEI 6938-81 - POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBI ENTE

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LEI 6938/81 - POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
Art 1º - Esta lei, com fundamento nos incisos VI e VII do art. 23 e no art. 235 da Constituição, estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, constitui o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) e institui o Cadastro de Defesa Ambiental.
Art. 2º. A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócio econômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios:
PRINCÍPIOS
I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo;
II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;
III - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;
 IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas; 
V - controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras;
VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais;
VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental;
VIII - recuperação de áreas degradadas;
IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação;
 X - educação ambiental a todos os níveis do ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente.
  
CONCEITOS
Art. 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:
I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas;
II - degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa das características do meio ambiente;
III - poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente:
        a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
        b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
        c) afetem desfavoravelmente a biota;
        d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
        e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos;
        
Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1º Se o crime é culposo:
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
IV - poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental;
V - recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora 
DOS OBJETIVOS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
Art 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará: 
 I - à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico; 
 II - à definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios; 
(Critérios de conveniência e oportunidade administrativas. Interesses, necessidades identificados pelo juízo discricionário dos administradores como prioridades administrativas)
III - ao estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais; 
(Racionalização e critérios sustentáveis da utilização dos recursos)
IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o uso racional de recursos ambientais; 
(Estímulos para promover a conservação e maior eficiência na utilização dos recursos)
V - à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de dados e informações ambientais e à formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico; 
(Mecanismos para envolver a sociedade; ampla divulgação dos instrumentos para utilização sustentável dos recursos naturais)
VI - à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida; 
(Condições de vida dentro dos padrões de saúde e salubridade adequados)
VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos. (Princípio do poluidor pagador)
DIRETRIZES DA PNMA
Art 5º - As diretrizes da Política Nacional do Meio Ambiente serão formuladas em normas e planos, destinados a orientar a ação dos Governos da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios no que se relaciona com a preservação da qualidade ambiental e manutenção do equilíbrio ecológico, observados os princípios estabelecidos no art. 2º desta Lei. 
Parágrafo único - As atividades empresariais públicas ou privadas serão exercidas em consonância com as diretrizes da Política Nacional do Meio Ambiente. 
(Orientação – obrigação: proteção)
DO SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
Art. 6º Os órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, bem como as fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental, constituirão o Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, assim estruturado:
I - órgão superior: o Conselho de Governo, com a função de assessorar o Presidente da República na formulação da política nacional e nas diretrizes governamentais para o meio ambiente e os recursos ambientais;  
II - órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), com a finalidade de assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida; 
III - órgão central: a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República, com a finalidade de planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal, a política nacional e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente; 
IV - órgão executor: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, com a finalidade de executar e fazer executar, como órgão federal, a política e diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente;  
V - Órgãos Seccionais : os órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução de programas, projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a degradação ambiental; 
VI - Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e fiscalização dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições;      
ESTRUTURA FUNCIONAL DA POLÍTICA DE MEIO AMBIENTE NO BRASIL
Organograma – SISNAMA
Órgão superior: Conselho de Governo - assessorar o Presidente da República na formulação da política nacional e nas diretrizes governamentais para o meio ambiente e os recursos ambientais. 
Órgão consultivo e deliberativo: Conselho Nacional do Meio Ambiente - assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua competência.
Órgão central: Ministério do Meio Ambiente - formular, planejar, coordenar,supervisionar e controlar a política nacional e as diretrizes governamentais para o meio ambiente.
Órgão executor: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBAMA - executar e fazer executar as políticas e diretrizes governamentais definidas para o meio ambiente.
Órgãos seccionais: os órgãos ou entidades da Administração Pública Federal direta ou indireta - proteção da qualidade ambiental ou as de disciplinamento do uso dos recursos ambientais. 
Órgãos locais: os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e fiscalização dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições. 
§ 1º Os Estados, na esfera de suas competências e nas áreas de sua jurisdição, elaboração normas supletivas e complementares e padrões relacionados com o meio ambiente, observados os que forem estabelecidos pelo CONAMA.
§ 2º O s Municípios, observadas as normas e os padrões federais e estaduais, também poderão elaborar as normas mencionadas no parágrafo anterior.
      
Normas e padrões SUPLEMENTARES são aqueles que não existem no arsenal normativo
Federal e que, em função da realidade local, os estados e municípios são obrigados a tratar.
COMPLEMENTARES são as normas e padrões que, embora existentes em nível federal, não atendem às características locais e, portanto, os estados e municípios necessitam editar normas adequadas às suas realidades. 
REPARTIÇÃO DAS COMPETÊNCIAS EM MATÉRIA AMBIENTAL
REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS
O quadro de competências desenhado pela Constituição Federal discrimina as atribuições conferidas a cada ente federado.
As competências desdobram em dois segmentos: 
COMPETÊNCIAS ADMINISTRATIVAS
Material (ou de execução de tarefas), que conferem ao poder público, aos diversos entes da administração pública o desempenho de atividades concretas, através do exercício do seu poder de polícia. 
COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS OU PRIVATIVAS 
Tratam do poder outorgado a cada ente federado para a elaboração das leis e atos normativos. 
Competência privativa de legislar da União exclui a intervenção legislativa dos outros entes federados. 
Aos Estados a permissão para legislar sobre águas somente se dará através de autorização indicada por Lei Complementar.
Competência Exclusiva da União
Art. 21. Compete à União:
IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social;
XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos;
XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso;
Competência Material Exclusiva
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos;
XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições: (...)
Competência Legislativa Privativa
Art. 22 - Compete privativamente à União legislar sobre:
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;
X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial;
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;
XIV - populações indígenas;
XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais;
XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;
Parágrafo único - Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.
Competência Comum (cooperação administrativa)
Art. 23 - É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural;
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
Competência Comum
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico;
X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social dos setores desfavorecidos;
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios;
Parágrafo único - Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.
Competência Legislativa Concorrente
Art. 24 - Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;
Esta competência determina um eixo, ao redor do qual se construirá a legislação dos diversos Estados-Membros.
Competência Legislativa Suplementar 
Art. 24 (...)
§ 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.
§ 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.
§ 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.
§ 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.
Competência Legislativa Exclusiva
Art. 25 - Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição.
§ 1º - São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição.
§ 2º - Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação.
Competência Legislativa dos Municípios
Art. 30 - Compete aos Municípios:
I - legislar sobre assuntos de interesse local;
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.
O Município, em matéria ambiental, exerce competência administrativa em comum com a União e o Estado, e tem competência legislativa concorrente, ou seja,suplementar.
Suas normas devem conformar-se com as de União e do Estado, não podendo ignorá-las ou dispor contrariamente a elas.
UNIÃO – legislará e atuará em face de questões de interesse nacional, 
Os ESTADOS o farão diante de problemas regionais, e 
MUNICÍPIOS temas de interesse estritamente local.
Art. 8º Compete ao CONAMA:
I - estabelecer, mediante proposta do IBAMA, normas e critérios para o licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras, a ser concedido pelos Estados e supervisionado pelo IBAMA; 
II - determinar, quando julgar necessário, a realização de estudos das alternativas e das possíveis conseqüências ambientais de projetos públicos ou privados, requisitando aos órgãos federais, estaduais e municipais, bem assim a entidades privadas, as informações indispensáveis para apreciação dos estudos de impacto ambiental, erespectivos relatórios, no caso de obras ou atividades de significativa degradação ambiental, especialmente nas áreas consideradas patrimônio nacional. 
(Órgão de revisão do licenciamento ambiental. Através da requisição
de estudos ambientais examina a qualidade dos projetos públicos e privados)
VI - estabelecer, privativamente, normas e padrões nacionais de controle da poluição por veículos automotores, aeronaves e embarcações, mediante audiência dos Ministérios competentes;
VII - estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente com vistas ao uso racional dos recursos ambientais, principalmente os hídricos.
DOS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
Art. 9º - São Instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente:
I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental
Padrão representa o valor limite adotado como requisito normativo de um parâmetro de qualidade.
Estes padrões são estabelecidos por Resoluções do CONAMA e dizem respeito às emissões de poluentes na atmosfera e nos corpos hídricos.
Poluente é qualquer substância que pela sua concentração torna o ar impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde, inconveniente ao bem público, danoso à fauna e à flora ou prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e às atividades normais da comunidade.
Padrões de qualidade ambiental são leis federais que informam o que é considerado ou não agressivo ao meio ambiente, ou seja, o que afeta ou não a saúde do ser humano e o que compromete a fauna e a flora.
Diretrizes Gerais e Específicas:
atividades adequadas a cada zona, de acordo com sua fragilidade ecológica, capacidade de suporte ambiental e potencialidades.
III - a avaliação de impactos ambientais
É o estudo multidisciplinar sobre o impacto ambiental para amenização das atividades. 
A avaliação de impactos ambientais é um dos mais importantes instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente, dele resultam o Estudo e o Relatório de Impacto Ambiental, documentos essenciais para a instalação e operação de empreendimentos que gerem impactos ambientais. 
EIA / RIMAEIA (Estudo de Impacto Ambiental)
É UM RELATÓRIO TÉCNICO, ELABORADO POR EQUIPE MULTIDISCIPLINAR, INDEPENDENTE DO EMPREENDEDOR, PROFISSIONAL E TECNICAMENTE HABILITADA PARA ANALISAR OS ASPECTOS FÍSICO, BIOLÓGICO E SÓCIO-ECONÔMICO DO AMBIENTE.
RIMA (Relatório de Impacto Ambiental)
É UM RELATÓRIO RESUMO DO EIA, APRESENTADO DE FORMA OBJETIVA E ADEQUADA À SUA COMPREENSÃO, COM INFORMAÇÕES TRADUZIDAS COM TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO VISUAL E LINGUAGEM ACESSÍVEL A PESSOAS NÃO-TÉCNICAS.
Ele traz uma avaliação valorativa que indentifique se o projeto é ou não nocivo ao meio ambiente e em que grau.
ATIVIDADES GERALMENTE SUJEITAS AO EIA/RIMA
Atividades Industriais;
Atividades de Extração e
Tratamento de Minerais;
Sistemas de Tratamento 
e/ou Disposição Final de 
Resíduos ou Materiais 
Sólidos, Líquidos ou 
Gasosos;
Atividades Agropecuárias;
Instalações e/ou 
Construção de Barragens
Aeroportos; 
Geração de Energia; 
Vias de Transporte; 
Outras atividades 
consideradas com 
potencial de impacto.
QUEM FAZ O EIA/RIMA: EQUIPE MULTIDISCIPLINAR COMPOSTA DE QUÍMICOS GEÓLOGOS, FÍSICOS, BIÓLOGOS, ECONOMISTAS, SOCIÓLOGOS, ADVOGADOS, ENGENHEIROS E OUTROS PROFISSIONAIS.
O CONAMA define impacto ambiental como “qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos recursos ambientais”.
IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras;
Possui íntima ligação com a avaliação de impactos ambientais. 
Procedimento administrativo que verifica a possibilidade para construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, considerados efetiva e potencialmente poluidores, de causar degradação ambiental.
Este procedimento possui três fases: licença prévia, licença de instalação e licença de operação.
Procedimento do licenciamento:
LICENÇA PRÉVIA: ato que aprova a localização, concepção do empreendimento e estabelece os requisitos básicos a serem atendidos nas próximas fases; trata-se de licença ligada à fase preliminar de planejamento da atividade, já que traça diretrizes relacionadas à localização e instalação do empreendimento. Tem validade de até 5 anos.
LICENÇA DE INSTALAÇÃO: ato que autoriza a implantação do empreendimento, de acordo com o projeto executivo aprovado. Depende da demonstração de possibilidade de efetivação do empreendimento, analisando o projeto executivo e eventual estudo de impacto ambiental. Tem validade de até 6 anos
LICENÇA DE OPERAÇÃO: ato que autoriza o início da atividade e o funcionamento de seus equipamentos de controle de poluição, nos termos das licenças anteriores. Aqui o empreendimento já está pronto e pode funcionar. A licença de operação é concedida se for constado o respeito às licenças anteriores. Sua validade é de 4 a 10 anos.
Observações:
 1- A Licença Ambiental é sempre temporária e não gera direito adquirido.
 2- Para não perder a licença, deve solicitar a renovação com 120 dias de antecedência. Se perder a licença, suspendem-se todas as atividades e inicia-se após o vencimento de todo procedimento.
V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental;
Visa reduzir a incidência de tributos, criar incentivos governamentais e estimular a adoção de medidas adequadas para as empresas modificarem os procedimentos adotados em relação ao meio ambiente. 
Política “Produção Mais Limpa”, inovação tecnológica através de práticas mais preventivas para o meio ambiente.
Estímulo à redução ou eliminação de poluentes na fonte geradora.
VI - a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público federal, estadual e municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas Protegidos pela questão do zoneamento.
O Brasi tem avançado na seleção de áreas a serem submetidas ao regime de proteção especial. (SNUC)
VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente; (SINIMA)
Advém da garantia constitucional da publicidade e das informações. 
Decorre de uma rede de comunicação de dados com alcance nacional, tendo como objetivo maior interligar as diversas unidades descentralizadoras do IBAMA.
Através deste sistema, o Estado, em todas as suas esferas, coordena, o processo de coleta, arquivamento, organização, avaliação, recuperação e utilização de dados (ambientais, demográficos, de desenvolvimento etc) sua transformação em informação útil e sua difusão, alcançando o maior número de pessoas e entidades.
VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental;
É uma espécie de censo ambiental destinado a conhecer os profissionais, sua habilitação técnica e as tecnologias de controle da poluição.
Arrolamento de informações sobre consultoria e profissionais que se dedicam aos diferentes aspectos da proteção ambiental.
Embora fique provado, através de entrega de documentação, a experiência e formação do prestador de serviços, não confere idoneidade ou qualidade técnica aos profissionais. Instrumento burocrático.
IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental. 
Sanções administrativas, também são formas de proteção ao meio ambiente. 
X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA; 
Tem como objetivo fornecer à população um inventário do nívelem que se encontra o meio ambiente no país, indicar medidas para corrigir os problemas e estabelecer metas futuras. 
Informações, tais como: animais em extinção, rios poluídos ou não, produção de lixo, etc.
XI - a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obrigando-se o Poder Público a produzi-las, quando inexistentes;
Decorre da garantia constitucional da publicidade e das informações.
Sem informação não podem existir políticas públicas capazes de enfrentar os problemas ambientais.
XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais. 
Tem por objetivo um arrolamento das atividades que se utilizam de recursos ambientais no território brasileiro.
XIII - instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental, seguro ambiental e outros.
O governo cria formas de proteção ao Meio Ambiente:
SERVIDÃO AMBIENTAL
Consiste na renúncia voluntária do proprietário rural ao direito de uso, exploração ou supressão dos recursos naturais existentes em sua propriedade. 
Ex: RPPN – Reserva Particular do Patrimônio Natural
SERVIDÃO FLORESTAL
Servidão Florestal foi instituída pela Medida Provisória 2166-67/2001
Servidão Ambiental foi criada pela Lei 11.284/2006
PARA QUE SERVE UMA RPPN E PORQUE CRIAR UMA?
Uma RPPN é criada para proteger a fauna, a flora e os aspectos naturais existentes em uma propriedade ou parte dela sem comprometer a posse do proprietário sobre o local e sua utilização de forma sustentável.
Contribui também para o aumento do número de áreas preservadas no país e a manutenção dos chamados corredores ecológicos. 
Algumas ainda protegem espécies endêmicas da flora e da fauna ou a preservação de áreas naturais especiais como cavernas e cachoeiras.
O proprietário ainda poderá contar com os seguintes benefícios: 
Preservação de seu direito de propriedade;
Isenção do ITR (Imposto sobre Propriedade Territorial Rural) sobre a área preservada;
Prioridade na análise de projetos pelo Fundo Nacional de Meio Ambiente (FNMA);
Preferência na análise de pedidos de concessão de crédito agrícola, junto às instituições oficiais de crédito, para projetos a serem implementados em propriedades que contiverem RPPN em seus perímetros;
Possibilidade de cooperação com Ong’s e entidades privadas e públicas na proteção, gestão e manejo da RPPN inclusive com apoio financeiro;
Não existem incentivos fiscais para a manutenção das áreas de Reserva Legal e Áreas de Preservação Permanente que são obrigatórias. Mas se elas forem incluídas na RPPN terão os mesmos benefícios que estas.;
Em alguns Estados parte do ICMS Ecológico arrecadado pelos municípios pode ser repassado para os proprietários de RPPN’s;
Depois de criada a RPPN o proprietário poderá, a seu critério, desenvolver atividades de pesquisa científica ou visitação com objetivos turísticos (ecoturismo), recreativos e educacionais no local da reserva. 
Para isso, basta que o proprietário elabore um Plano de Manejo ou de Proteção e Gestão da Unidade de Conservação, que pode ser feito com a ajuda do órgão ambiental e/ou de Ong’s e entidades privadas.
Não podem ser realizadas na RPPN qualquer atividade extrativista ou que comprometa sua preservação. 
Atividades como a piscicultura, apicultura, construção de um viveiro, venda de artesanatos e outros podem ser realizados desde que contemplados no Plano de Manejo da reserva. 
Obras de infra-estrutura devem obter a autorização do órgão ambiental. 
Art.9º- A O proprietário ou possuidor de imóvel, pessoa natural ou jurídica, pode, por instrumento público ou particular ou por termo administrativo firmado perante órgão integrante do Sisnama, limitar o uso de toda a sua propriedade ou de parte dela para preservar, conservar ou recuperar os recursos ambientais existentes, instituindo servidão ambiental. 
§ 1º - O instrumento ou termo de instituição da servidão ambiental deve incluir, no mínimo, os seguintes itens: 
I - memorial descritivo da área da servidão ambiental, contendo pelo menos um ponto de amarração georreferenciado; 
II - objeto da servidão ambiental; 
III - direitos e deveres do proprietário ou possuidor instituidor; 
§ 2º A servidão ambiental não se aplica às Áreas de Preservação Permanente e à Reserva Legal mínima exigida. 
§ 3ºA restrição ao uso ou à exploração da vegetação da área sob servidão ambiental deve ser, no mínimo, a mesma estabelecida para a Reserva Legal. 
§ 4º Devem ser objeto de averbação na matrícula do imóvel no registro de imóveis competente: 
I- o instrumento ou termo de instituição da servidão ambiental;
II- o contrato de alienação, cessão ou transferência da servidão ambiental. 
§ 5º Na hipótese de compensação de Reserva Legal, a servidão ambiental deve ser averbada na matrícula de todos os imóveis envolvidos. 
§ 6º É vedada, durante o prazo de vigência da servidão ambiental, a alteração da destinação da área, nos casos de transmissão do imóvel a qualquer título, de desmembramento ou de retificação dos limites do imóvel. 
§ 7º As áreas que tenham sido instituídas na forma de servidão florestal, nos termos do art. 44-A da Lei no 4.771, de 15 de setembro de 1965, passam a ser consideradas, pelo efeito desta Lei, como de servidão ambiental." 
Art. 9º - B A servidão ambiental poderá ser onerosa ou gratuita, temporária ou perpétua. 
§ 1º O prazo mínimo da servidão ambiental temporária é de 15 (quinze) anos. 
§ 2º A servidão ambiental perpétua equivale, para fins creditícios, tributários e de acesso aos recursos de fundos públicos, à Reserva Particular do Patrimônio Natural - RPPN, definida no art. 21 da Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000. 
§ 3º O detentor da servidão ambiental poderá aliená-la, cedê-la ou transferi-la, total ou parcialmente, por prazo determinado ou em caráter definitivo, em favor de outro proprietário ou de entidade pública ou privada que tenha a conservação ambiental como fim social.
Art. 9º C O contrato de alienação, cessão ou transferência da servidão ambiental deve ser averbado na matrícula do imóvel.
§ 1º O contrato referido no caput deve conter, no mínimo, os seguintes itens: 
I - a delimitação da área submetida a preservação, conservação ou recuperação ambiental; 
II - o objeto da servidão ambiental; 
III - os direitos e deveres do proprietário instituidor e dos futuros adquirentes ou sucessores; 
IV - os direitos e deveres do detentor da servidão ambiental; 
V - os benefícios de ordem econômica do instituidor e do detentor da servidão ambiental; 
VI - a previsão legal para garantir o seu cumprimento, inclusive medidas judiciais necessárias, em caso de ser descumprido. 
§ 2º São deveres do proprietário do imóvel serviente, entre outras obrigações estipuladas no contrato: 
I - manter a área sob servidão ambiental; 
II - prestar contas ao detentor da servidão ambiental sobre as condições dos recursos naturais ou artificiais; 
III - permitir a inspeção e a fiscalização da área pelo detentor da servidão ambiental; 
IV - defender a posse da área serviente, por todos os meios em direito admitidos. 
§ 3º São deveres do detentor da servidão ambiental, entre outras obrigações estipuladas no contrato: 
I documentar as características ambientais da propriedade; 
II monitorar periodicamente a propriedade para verificar se a servidão ambiental está sendo mantida; 
III prestar informações necessárias a quaisquer interessados na aquisição ou aos sucessores da propriedade; 
IV manter relatórios e arquivos atualizados com as atividades da área objeto da servidão; 
V defender judicialmente a servidão ambiental.
Art. 10 A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, considerados efetiva e potencialmente poluidores, bem como os capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento ambiental. 
Art. 10 - A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais,considerados efetiva e potencialmente poluidores, bem como os capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento de órgão estadual competente, integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, em caráter supletivo, sem prejuízo de outras licenças exigíveis. 
Art 14 - Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal, estadual e municipal, o não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes e danos causados pela degradação da qualidade ambiental sujeitará os transgressores: 
 § 1º - Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente.

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