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MODULO 4 – OCUPAÇÃO DE ÁREAS DE RISCO, EROSÃO E ENCHENTES URBANAS 
 
INTRODUÇÃO 
 
Todo cidadão precisa de condições adequadas e saudáveis no seu dia a dia: ar com baixos índices de poluição, água farta e pura para saciar sua sede e higiene pessoal; uma cidade bonita, limpa e arborizada, com saneamento, segurança e equipamentos para seu lazer, entre outras necessidades que garantam a sua qualidade de vida. Antigamente havia a noção de três tipos de bens: públicos, de uso comum do povo (ruas, praças, estradas, rios e mares) e privados. Havia ideologias envolvidas na dualidade de poder: Estado (partidos de esquerda: socialismo, poder intervencionista do governo nos meios de produção e na sociedade) e Iniciativa Privada (partidos de “direita”: capitalismo, liberdade ilimitada para a iniciativa privada, limitação do poder estatal, mercado regulando os preços). Percebeu-se que além dos bens do Primeiro e Segundo Setor (bens públicos e privados) havia o bem ambiental, primeiro bem, patrimônio social, garantia de uma vida saudável. Os recursos naturais não eram inesgotáveis. Se não houvesse uma relação de equilíbrio com o meio ambiente, os homens estariam ameaçados, assim como nosso planeta. Superou-se a idéia do capitalismo individualista e predador do meio ambiente: a idéia do lucro a qualquer preço. Também foi superada a ideologia do Estado “pai de todos”: o Governo onipresente e solucionador de todas as questões sociais. A evolução e conscientização da sociedade resultaram no conceito de “responsabilidade social”: somos todos responsáveis em nossa sociedade: Estado, iniciativa privada e coletividade. Esta transformação social fez surgir o Terceiro Setor: associações e entidades civis, também conhecidas por ONGs (Organizações não Governamentais: conceito norte americano). Dentro do conceito de responsabilidade social está inserida nossa obrigação em relação ao meio ambiente. A primeira idéia que vem à nossa mente relaciona-se ao meio ambiente natural: ar, água, solo, fauna e flora. Mas, o homem evoluiu, passando a viver em sociedade, construindo cidades, alterando o habitat natural. Mesmo vivendo em meio à natureza, temos recursos artificiais, tais como: energia elétrica, gás, telefonia, etc. Desta forma, além do primeiro conceito de meio ambiente, que é o natural, passamos a conviver com o ambiente artificial, onde há a interferência do homem, contrapondo-se ao primeiro, que é a natureza em si mesma. Uma casa, por mais 
simples, traduz a idéia do meio ambiente artificial: a interferência do homem se fez presente. O homem no seu processo evolutivo passou a cultivar valores importantes para sua identidade cultural: música, danças, artesanato, etc. Cada grupo se identificava e se diferenciava dos demais pelos seus próprios costumes culturais. Temos, assim, o meio ambiente cultural, relacionado às manifestações culturais de um grupo regional ou nação: quando pensamos em determinada nação, intuitivamente lembramos de sua cultura: música, danças, comidas, artes, etc. Como último conceito, também decorrente da evolução humana, há o meio ambiente do trabalho. Onde há esforço físico e/ou intelectual para gerar renda e sustento, existe meio ambiente do trabalho, não importando qual relação jurídica de trabalho: autônomo, avulso, assalariado, cooperado, etc. A Constituição Federal, em seu art. 225, dispõe: “ Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações” O bem ambiental, por ser patrimônio social do povo, é de toda a coletividade, que é detentora do direito de usá-lo de modo responsável, devendo preservá-lo, não podendo destruí-lo, não só para o presente, mas para as futuras gerações. Nem mesmo o Poder Público tem o direito de dispor livremente dos bens ambientais, muito menos destruí-los, a qualquer pretexto, sendo mero gestor deste patrimônio coletivo. 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 
 
Felizmente estão ultrapassados os conceitos do capitalismo e socialismo predadores, nos quais o homem agia de modo irresponsável, no interesse individualista do lucro (capitalismo selvagem) e do poderio do Estado a qualquer preço (socialismo totalitário). Este descontrole predador resultou na degradação da qualidade de vida, em todas as camadas da população, com maior rigor nos pobres. O homem chegou à conclusão óbvia: se preservar e recuperar o meio ambiente, poderá usufruir de forma satisfatória dos recursos naturais, sem esgotá-los, ganhando qualidade de vida. O conceito de desenvolvimento sustentável está compreendido no artigo 225 da Constituição Federal, ao dispor que cabe à coletividade o dever de defender e preservar o meio ambiente para as presentes e futuras gerações. Temos o dever de preservar o meio ambiente também para as futuras gerações. Além da garantia da própria sobrevivência dos seres vivos e do homem, a preservação da natureza é rentável sob o ponto de vista econômico: preservada, ela renderá frutos para o homem e a coletividade, como fonte de vida e recursos 
econômicos, ou seja, precisamos do desenvolvimento sustentável, ao invés do “progresso predador”. Seria praticamente impossível preservar a natureza negando o progresso e a evolução da humanidade, mas também seria condenar todas as formas de vida na Terra se o homem continuasse a utilizar os recursos naturais de forma predadora e incontrolável. O ser humano precisa tornar-se harmônico dentro desse contexto, utilizando a cultura do desperdício, traduzida pelos três erres: reduzir, reutilizar e reciclar. Por outro lado, a atividade industrial e comercial nas cidades tem que minimizar ao máximo o impacto sobre nossos recursos ambientais no controle da emissão de gases poluentes, destinação dos resíduos sólidos, etc. A Lei 9.605/1998, Lei dos Crimes Ambientais, inovou nosso ordenamento jurídico, com a preocupação com o desenvolvimento sustentável, tipificando como crimes ambientais ações predatórias em relação à: flora, fauna, assim como a poluição. Que cada um faça a sua parte para que os benefícios sejam globais. 
IMPACTOS AMBIENTAIS URBANOS 
 
Áreas de risco Áreas de risco são regiões onde é recomendada a não construção de casas ou instalações, pois são muito expostas a desastres naturais, como desabamentos e inundações. Essas regiões vêm crescendo constantemente nos últimos 10 anos, principalmente devido à própria ação humana. No Brasil, vêm sendo realizados vários projetos no sentido de reestruturação de algumas áreas, conscientização da população, etc. As principais áreas de risco são encostas de morros inclinados ou à beira de rios. Existem vários serviços de assistência à população em casos de emergência. A principal instituição responsável pelo monitoramento das áreas de risco é a Defesa Civil. Na prevenção aos desastres naturais, inúmeras medidas podem ser adotadas. Englobam-se em dois grandes grupos: o das medidas estruturais e o das não estruturais. As de maior eficiência, sem dúvida, estão no primeiro grupo, entretanto, a maioria inviabilizada pelo seu alto custo, já que traduzem-se na execução de obras complexas e que exigem alta tecnologia. A tecnologia está disponível no Estado de São Paulo, existindo porém, a barreira dos recursos financeiros. Desmatamentos, retirada e uso intensivo de materiais minerais, mudanças de cursos d’ água, ocupação de várzeas e encostas, queimadas, produção e deposição inadequada de lixo, poluição atmosférica, aplicação de agrotóxicos, explosão de artefatos nucleares estão entre as intervenções humanas sobre o planeta. Portanto, à ação da natureza juntaram-se causas artificiais geradas pela ocupação 
desordenada do solo, pela pobreza social, pela carência de educação e pelos seus muitos efeitos. 
Colaterais do chamado progresso. O grande número de acidentes naturais e os danos por eles provocados forçaram os organismos internacionais a estimularem o estabelecimento de medidascom o objetivo de minimizar as consequências sociais e econômicas. Assim, a ONU (Organização das Nações Unidas), em Assembléia Geral realizada em 22 de dezembro de 1989, aprovou a Resolução 44/236, que considerou 1990 como início da Década Internacional para Redução dos Desastres Naturais (DIRDN), cuja principal finalidade é a de reduzir perdas de vidas, danos e transtornos sócio-econômicos nos países em desenvolvimento, provocados por desastres naturais como escorregamentos, terremotos, erupções vulcânicas, tsunamis, inundações, vendavais, seca e desertificação, incêndios, pragas de gafanhotos, além de outras calamidades de origem natural. Somente nas duas últimas décadas, segundo estimativas da própria ONU, houve três milhões de vítimas e prejuízos econômicos que ultrapassam vinte e três bilhões de dólares. Segundo a mesma fonte, as metas principais da Década Internacional são:  otimizar as condições que cada país possui para minorar, com rapidez e eficácia, as conseqüências dos eventos danosos, dando ênfase à assistência aos países em desenvolvimento, avaliando eventuais danos no caso da ocorrência de desastres naturais, além de criar sistemas de alerta e desenvolver estruturas resistentes a tais desastres;  estabelecer diretrizes e estratégias adequadas à aplicação do corpus técnico-científico já acumulado sobre o assunto, considerando, no entanto, as características culturais e econômicas de cada nação;  estimular atividades científicas e técnicas tendentes a suprir lacunas críticas do conhecimento, e evitar ou reduzir o número de perdas de vida humanas e de bens materiais;  difundir informações técnicas sobre medidas de avaliação, prevenção e diminuição dos efeitos dos desastres naturais existentes, como àquelas que sejam futuramente obtidas;  tomar medidas de avaliação, prevenção e diminuição dos efeitos dos desastres naturais por meio de programas de assistência técnica e transferência de tecnologia, projetos de demonstração e atividades de educação e formação adaptadas ao tipo de desastre e local de sua ocorrência, ao final buscando aferir o alcance e eficácia de tais iniciativas. Dentre os processos naturais mais comuns no Brasil estão os escorregamentos, as enchentes, as erosões e as secas, e destes o escorregamento é aquele que mais preocupa pelo número de vítimas fatais que gerou nas últimas décadas. Não há 
porém, nenhuma perspectiva de que essa situação se modifique, a curto prazo, uma vez que devido à crescente desigualdade sócio-econômica associada ao desemprego, à falta de moradia, à deseducação, etc., a ocupação de encostas sem os cuidados necessários tende a aumentar, levando a um conseqüente aumento do número de acidentes dessa natureza. Com base nesta realidade, é necessária uma atuação preventiva de iniciativa pública ou privada, propiciando às famílias que moram em áreas de risco condições de "conviver com os riscos, em segurança". 
Chuvas e deslizamento de terra O início do período de chuvas aumenta os riscos de inundação, desabamentos de casas e deslizamentos de terra. Existem sinais claros para identificar e evitar as grandes tragédias. Postes, cercas e árvores que começam a inclinar mostram que o terreno está se movendo. Trincas nas paredes ou no chão e degraus, junto aos barrancos, são outro sinal de alerta. 
Como prevenir-se das chuvas nas áreas de risco  Evitar os cortes verticais do talude (terra);  Evitar a plantação de bananeiras, é uma planta pesada e de raiz superficial nas encostas, de preferência ao bambu, plantas mais leves e de raízes profundas;  Não jogar lixo nas encostas, córregos e bocas-de-lobo;  Construir calhas nos telhados, conservando-os limpos;  Construir canaletas no chão para direcionar a água;  Manter limpos os ralos, esgotos, galerias, valas, etc.;  Aterrar buracos que acumulam água;  Reforçar muros e paredes poucos confiáveis;  Providenciar a poda ou corte de árvores com risco de queda;  Incentivar grupos de cooperação entre os moradores em locais de risco;  Não construir às margens de cursos d’água, sobre aterros ou próximas de brejos;  Construir sempre em nível mais elevado que o curso d’água mais próximo;  Observar se as árvores estão ficando inclinadas, se há trincas novas nas paredes das casas ou no chão e se há movimentação do terreno;  Observar se a água da chuva está barrenta e contendo plantas e troncos, pois poderá ser um sinal de inundação; 
Órgãos públicos a serem acionados 
 Corpo de Bombeiros - Tem a função de buscas, salvamento, proteção e resgate de pessoas e objetos em caso de fato consumado ou de consumação eminente.  Defesa Civil Municipal - Realiza vistorias preventivas, remoção e alojamento de pessoas em risco, distribuição de alimentos, lonas e barracas.  Defesa Civil Estadual - Cooperação com as comissões municipais de defesa civil. No Brasil, os escorregamentos destacam-se como o tipo de acidente de origem geológica mais comum que ocorre, principalmente no período das chuvas, quando muitos eventos dessa natureza tem ocorrido, causando acidentes em várias cidades, entre as quais São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Vitória e Recife. Levantamento realizado pelo IPT revela que desde 1988 este tipo de sinistro vitimou mais de novecentas pessoas, nas principais cidades brasileiras. O fato se agrava e se torna mais preocupante em vista do aumento considerável da ocupação de encostas sem os cuidados necessários. Segundo especialistas da Defesa Civil do estado de São Paulo, são diversas as causas principais do desabamento. Dentre elas, destacam-se as seguintes:  Declividade e altura excessiva de cortes: atingindo o solo de alteração e outros fatores condicionantes, a encosta fica suscetível ao desabamento;  Execução inadequada de aterros: pode gerar novas vias de condução de água levando à ruptura do aterro e escorregamentos;  Lançamento e Concentração de águas pluviais: pela ineficiência de sistemas de drenagem, ocorrem infiltrações por trincas e fissuras, diminuindo a resistência do solo e provocando a ruptura de solos e aterros;  Lançamento de águas servidas: infiltração excessiva de água no solo, agravada no período de chuvas;  Vazamento na rede de abastecimento de água: causam saturação de água no solo e redes improvisadas são ainda mais inadequadas;  Fossa sanitária;  Deposição de lixo;  Remoção indiscriminada da cobertura vegetal: diminui a proteção ao impacto e às infiltrações pluviais, e as raízes ajudam a conter o solo. O trabalho da defesa civil se desenvolve em 4 fases: preventiva, socorro, assistencial e recuperativa. Seu sistema tem como objetivos principais planejar e promover a defesa permanente contra desastres, atuar na eminência e em situações de emergência e prevenir ou minimizar danos, socorrer e assistir populações atingidas e recuperar áreas afetadas por desastres. 
Enchentes e inundações A atividade antrópica ( feito pelo ser humano) vêm provocando alterações e impactos no ambiente há muito tempo, existindo uma crescente necessidade de se 
apresentar soluções e estratégias que minimizem e revertam os efeitos da degradação ambiental e do esgotamento dos recursos naturais que se observam com mais freqüência. O problema das inundações em áreas urbanas existe em muitas cidades brasileiras e suas causas são tão variadas como assoreamento do leito dos rios, impermeabilização das áreas de infiltração na bacia de drenagem ou fatores climáticos. O homem por sua vez procura combater os efeitos de uma cheia nos rios, construindo represas, diques, desviando o curso natural dos rios, etc. Mesmo com todo esse esforço, as inundações continuam acontecendo, causando prejuízos de vários tipos. O melhor meio para se evitar grandes transtornos por ocasião de uma inundação é regulamentar o uso do solo, limitando a ocupação de áreas inundáveis a usos que não impeçam o armazenamento natural da água pelo solo e que sofram pequenos danos em caso de inundação. Esse zoneamento pode ser utilizado para promover usos produtivos e menos sujeitos a danos,permitindo a manutenção de áreas de uso social, como áreas livres no centro das cidades, reflorestamento, e certos tipos de uso recreacional. Inundações de áreas ribeirinhas: os rios geralmente possuem dois leitos, o leito menor onde a água escoa na maioria do tempo e o leito maior, que é inundado em média a cada 2 anos. O impacto devido a inundação ocorre quando a população ocupa o leito maior do rio, ficando sujeita a inundação; Inundações devido à urbanização: as enchentes aumentam a sua freqüência e magnitude devido a ocupação do solo com superfícies impermeáveis e rede de condutos de escoamentos. O desenvolvimento urbano pode também produzir obstruções ao escoamento como aterros e pontes, drenagens inadequadas e obstruções ao escoamento junto a condutos e assoreamentos; Estas enchentes ocorrem, principalmente, pelo processo natural no qual o rio ocupa o seu leito maior, de acordo com os eventos chuvosos extremos, em média com tempo de retorno superior a dois anos. Este tipo de enchente, normalmente, ocorre em bacias grandes ( > 500 km2), sendo decorrência de processo natural do ciclo hidrológico. Os impactos sobre a população são causados, principalmente, pela ocupação inadequada do espaço urbano. Essas condições ocorrem, em geral, devido às seguintes ações: como, no Plano Diretor Urbano da quase totalidade das cidades brasileiras, não existe nenhuma restrição quanto ao loteamento de áreas de risco de inundação, a seqüência de anos sem enchentes é razão suficiente para que empresários loteiem áreas inadequadas; invasão de áreas ribeirinhas, que pertencem ao poder público, pela população de baixa renda; ocupação de áreas de médio risco, que são atingidas com freqüência menor, mas que quando o são, sofrem prejuízos significativos. Os principais impactos sobre a população são:  prejuízos de perdas materiais e humanas  interrupção da atividade econômica das áreas inundadas 
 contaminação por doenças de veiculação hídrica como leptospirose, cólera, etc  contaminação da água pela inundação de depósitos de material tóxico, estações de tratamentos entre outros. O gerenciamento atual não incentiva a prevenção destes problemas, já que a medida que ocorre a inundação o município declara calamidade pública e recebe recursos a fundo perdido e não necessita realizar concorrência pública para gastar. Como a maioria das soluções sustentáveis passam por medidas não-estruturais que envolvem restrições a população, dificilmente um prefeito buscará este tipo de solução porque geralmente a população espera por uma obra. Enquanto que, para implementar as medidas não-estruturais, ele teria que interferir em interesses de proprietários de áreas de risco, que politicamente é complexo a nível local. Além disso, quando ocorre a inundação ele dispõe de recursos para gastar sem restrições.Para buscar modificar este cenário é necessário um programa a nível estadual voltado a educação da população, além de atuação junto aos bancos que financiam obras em áreas de risco. 
Impactos devido a urbanização O planejamento urbano, embora envolva fundamentos interdisciplinares, na prática é realizado dentro de um âmbito mais restrito do conhecimento. O planejamento da ocupação do espaço urbano no Brasil não tem considerado aspectos fundamentais que trazem grandes transtornos e custos para a sociedade e para o ambiente. O desenvolvimento urbano brasileiro tem produzido um aumento caótico na freqüência das inundações, na produção de sedimentos e na deterioração da qualidade da água superficial e subterrânea. A medida que a cidade se urbaniza, ocorre o aumento das vazões máximas (em até 7 vezes) devido a impermeabilização e canalização. A produção de sedimentos também aumenta de forma significativa, associada aos resíduos sólidos e a qualidade da água chega a ter 80% da carga de um esgoto doméstico. Estes impactos têm produzido um ambiente degradado, que nas condições atuais da realidade brasileira somente tende a piorar. Este processo infelizmente não está sendo contido, mas está sendo ampliado à medida que os limites urbanos aumentam ou a densidade se torna intensa. A gravidade desse processo ocorre principalmente nas médias e grandes cidades brasileiras. A importância deste impacto está latente através da imprensa e da TV, onde se observam, em diferentes pontos do país, cenas de enchentes associadas a danos materiais e humanos. Considerando ainda, que cerca de 80% da população encontra-se nas cidades, a parcela atingida é significativa. 
O potencial impacto de medidas de planejamento das cidades é fundamental para a minimização desses problemas. No entanto, observa-se hoje que nenhuma cidade brasileira possui um Plano Diretor de Drenagem Urbana. As ações públicas atuais estão indevidamente voltadas para medidas estruturais como a canalização, no entanto esse tipo de obra somente transfere a enchente para a jusante ( parte mais baixa). O prejuízo público é dobrado, já que além de não resolver o problema os recursos são gastos de forma equivocada. Esta situação é ainda mais grave quando se soma o aumento de produção de sedimentos (reduz a capacidade dos condutos e canais) e a qualidade da água pluvial (associada aos resíduos sólidos). Esta situação é decorrente, na maioria dos casos, da falta de consideração dos aspectos hidrológicos quando se formulam os Planos Diretores de Desenvolvimento Urbano. Deste modo são estabelecidos, por exemplo, índices de ocupação do solo incompatíveis com a capacidade da macrodrenagem urbana. 
ILHAS DE CALOR 
 Ilhas de calor é o nome que se dá a um fenômeno climático que ocorre principalmente nas cidades com elevado grau de urbanização. Nestas cidades, a temperatura média costuma ser mais elevada do que nas regiões rurais próximas. Para entendermos melhor este fenômeno climático, podemos usar como exemplo a cidade de São Paulo que é considerada uma ilha de calor. Como esta cidade tem grande concentração de asfalto (ruas, avenidas) e concreto (prédios, casas e outras construções), ela concentra mais calor, fazendo com que a temperatura fique acima da média dos municípios da região. A umidade relativa do ar também fica baixa nestas áreas. Outros fatores que favorecem o aquecimento da temperatura em São Paulo são: pouca quantidade de verde (árvores e plantas) e alto índice de poluição atmosférica, que favorece a elevação da temperatura. A formação e presença de ilhas de calor no mundo são negativas para o meio ambiente, pois favorecem a intensificação do fenômeno do aquecimento global. De maneira geral, as ilhas de calor ocorrem nos centros das grandes cidades devido aos seguintes fatores:  Elevada capacidade de absorção de calor de superfícies urbanas como o asfalto, paredes de tijolo ou concreto, telhas de barro e de amianto;  Falta de áreas revestidas de vegetação, prejudicando o albedo ( o poder refletor de determinada superfície, quanto maior a vegetação, maior é o poder refletor) e logo levando a uma maior absorção de calor;  Impermeabilização dos solos pelo calçamento e desvio da água por bueiros e galerias, o que reduz o processo de evaporação, assim não usando o calor, e sim absorvendo; 
 Concentração de edifícios, que interfere na circulação dos ventos;  Poluição atmosférica que retém a radiação do calor, causando o aquecimento da atmosfera (Efeito Estufa);  Utilização de energia pelos veículos de combustão interna, pelas residências e pelas indústrias, aumentando o aquecimento da atmosfera. Devido a esses fatores, o ar atmosférico na cidade é mais quente que nas áreas que circundam esta cidade. Por exemplo, num campo de cultivo que situa-se nas redondezas de uma grande cidade, há absorção de 75% de calor enquanto no centro dessa cidade a absorção de calor chega a significativos 98%! O nome ilha de calor dá-se pelo fato de uma cidade apresentar em seu centro uma taxa de calor muito alta, enquanto em suas redondezas a taxa de calor é normal. Ou seja, o poder refletor de calor de suas redondezas é muito maior do que no centro dessa cidade. Medidas para evitara formação das ilhas de calor urbanas:  Plantio de árvores em grande quantidade nas grandes cidades.  Criação de parques  Preservação de áreas verdes; Medidas para diminuir a poluição do ar:  diminuição e controle da emissão de gases poluentes pelos veículos  controle de poluentes emitidos por indústrias. 
BIBLIOGRAFIA 
 http://www.unicamp.br/fea/ortega/temas530/ricardo.htm http://ambientes.ambientebrasil.com.br/agua/artigos_aguas_urbanas/enchentes_e_inundacoes.html http://www.geografia.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=244

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