Buscar

Workshop de Etnobiologia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 63 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 63 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 63 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
COMISSÃO ORGANIZADORA 
COORDENAÇÃO GERAL 
Dr. Rômulo Romeu da Nóbrega Alves - Presidente 
Dra. Thelma Lúcia Pereira Dias - Vice-Presidente 
Dr. José da Silva Mourão - Secretário 
 
SUBCOMISSÕES 
 
Subcomissão para Inscrições 
Dr. Gindomar Gomes Santana e Dr. Raynner Rilke Duarte Barboza 
 
Subcomissão para Resumos 
Dr. José da Silva Mourão e Dr. Wedson de Medeiros Silva Souto 
 
Subcomissão de Divulgação 
Dr. Rômulo Romeu da Nóbrega Alves, Dra. Thelma Lúcia Pereira Dias, Dr. José da 
Silva Mourão, Dr. Wedson de Medeiros Silva Souto, MSc. Ronnie Enderson M. C. C. 
Oliveira 
 
Subcomissão de padronização visual e webdesign 
MSc. Ronnie Enderson M. C. C. Oliveira e Dr. Wedson de Medeiros Silva Souto 
 
Subcomissão de Infra-estrutura e logística 
Dr. Rômulo Romeu da Nóbrega Alves, Dra. Thelma Lúcia Pereira Dias e Dr. José da 
Silva Mourão 
 
Subcomissão de Credenciamento/Monitores e Recursos humanos 
MSc. Ellori Laíse Silva Mota 
MSc. Macelly Correia Medeiros 
Heliene Mota Pereira 
Iamara S. Policarpo 
Laís da Silva Barrros 
Bruna Monielly C. Araújo 
Márcia Fabíola da Silva Medeiros 
Macilene P. de Araújo 
Wallisson Sylas L. de Oliveira 
Alexsandro Batista Bartolomeu 
Demmya Haryssam Menezes Melo 
Renata Patrícia Fablício da Silva 
Wilma Izabelly Ananias Gomes 
Carlinda Railly Ferreira Medeiros 
Bruna Cariline ferreira de melo 
Monalisa dos Santos Olímpio 
Silvia Yasmin Lustosa Costa 
 
Subcomissão para Certificados 
Dra. Thelma Lúcia Pereira Dias 
Júlio Cézar Pôrto 
MSc. Ellori Laíse Silva Mota 
MSc. Lívia Emanuelle T. Mendonça 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMOS 
 
 
EXTINÇÃO LOCAL PELA PESCA ARTESANAL? O CASO DO 
CAÇÃO-ESPARDATE (Pristis pectinata Latham, 1794) NO 
SUL DA BAHIA 
 
Márcio Luiz Vargas Barbosa Filho1, Eraldo Medeiros Costa Neto2 
1Programa de Pós-Graduação em Zoologia, Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), 2Departamento de 
Ciências Biológicas, Universidade Estadual de Feira de Santana 
Contato: titobiomar@hotmail.com 
 
 
Os espardates (Pristiformes: Pristidae) são raias facilmente reconhecíveis por 
apresentarem uma lâmina rostral que chega a 1,4 metros de comprimento na qual 
estão inseridos dentículos dérmicos que tornam a espécie altamente susceptível à 
pesca acidental por redes de emalhe. Somando-se à degradação dos ambientes onde 
habitam e uma baixa taxa intrínseca de incremento populacional, a pressão 
pesqueira ameaça criticamente este grupo de peixes de extinção. Desse modo, o 
presente trabalho enfocou os conhecimentos de pescadores do sul da Bahia em 
relação às capturas de P. pectinata com o objetivo de diagnosticar preliminarmente 
a situação da população local desta espécie na região. Assim, entrevistas 
semiestruturadas e visualmente estimuladas pela foto de um exemplar foram 
aplicadas a 65 pescadores de Ilhéus, Una e Canavieiras, sendo que os dados foram 
posteriormente analisados por meio de técnicas da estatística descritiva. A análise 
dos conhecimentos dos informantes aponta para um possível caso de shifting baseline 
syndrome na pesca da espécie, uma vez que os entrevistados mais novos (n=46; 
µ=42,7 anos) apenas viram ou escutaram estórias envolvendo o cação-espardate e os 
pescadores mais antigos (n=19; µ=60,6 anos) relataram capturas cada vez mais raras 
e de exemplares cada vez menores nas últimas sete décadas. Segundo estes 
depoimentos, em Canavieiras as capturas cessaram há 30 anos e em Ilhéus há 20 
anos, com um único relato não comprovado de captura há 15 anos. Assim, é bastante 
plausível que, de fato, a população local de P. pectinata esteja ecologicamente 
extinta da área de estudo. Apoio: CNPQ 
 
 
PALAVRAS-CHAVE: Conhecimento ecológico local, elasmobrânquios, Pristidae, 
peixe-serra. 
 
 
 
1 
 
 
O SISTEMA DE PRODUÇÃO E O PERFIL SOCIOECONÔMICO DOS 
PESCADORES DA ASSOCIAÇÃO DA BARRAGEM DE 
BOCAINA/PIAUÍ, BRASIL 
 
Otávia Caracas Câmara1, Francisca Maria Cosme de Carvalho Barbosa1, Carla 
Dlijanne Fortes Silva Macêdo¹, Maria Gracelia Paiva Nascimento1, Maria Sandra 
Carneiro Barreto Campello², Roseli Farias Melo de Barros3. 
1Universidad Federal de Piauí (UFPI), Campus Petrônio Portella, Mestrado em Desenvolvimento e Meio 
Ambiente; Mestre em Produção Animal; 3UFPI, Departamento de Biologia, Mestrado e Doutorado em 
Desenvolvimento e Meio Ambiente. 
Contato: otavia.caracas@hotmail.com. 
 
 
Estudos Etnoecológicos mostram que comunidades locais que dependem da pesca ou 
a utilizam como complementação da renda familiar, adquirem conhecimento pelo 
contato direto com o meio. A piscicultura utiliza três tipos de produção: subsistência, 
artesanal e industrial, a primeira destina-se ao consumo próprio, às demais têm 
caráter comercial. A barragem é uma importante fonte de renda para o município 
de Bocaina/PI. Objetivou-se caracterizar o sistema de produção e o perfil 
socioeconômico da Associação dos Pescadores da Barragem de Bocaina/PI. 
Pressupomos que há uma subutilização da capacidade produtiva da barragem. 
Coletamos dados entre os meses de maio a julho de 2013 com entrevistas utilizamos 
formulários com 27 pescadores da associação, realizamos observações diretas para 
identificação do sistema de produção. Os associados são do gênero masculino entre 
30 e 59 anos; 70% são semialfabetizados; moram em casas sem saneamento, com 
energia elétrica e água fornecida por poço e 20% vivem da comercialização do 
pescado. Não é utiliza a estrutura instalada pela CODESVASF/MI para 
industrialização, sendo esta 100% artesanal. Da produção anual apenas 40% é em 
tanques flutuantes na barragem. A água é utilizada para atividades como lavagem 
de roupa e limpeza do peixe,sem tratamento da água utilizada. O estudo do perfil 
socioeconômico dos pescadores e do sistema de produção da associação mostra um 
elevado índice de não escolarizados. A produção anual é baixa em relação ao 
potencial hídrico. Isso se deve ao sistema produtivo artesanal e a pesca ser uma 
atividade secundária. 
 
 
PALAVRAS-CHAVE: Pesca artesanal, pesqueira, etnoecologia, barragem. 
 
 
2 
 
 
A MULHER E O ASSOCIATIVISMO NA PRODUÇÃO DE PEIXE: 
UMA CONTRIBUIÇÃO PARA SOCIOECONOMIA NO NORDESTE 
BRASILEIRO 
 
Rosilda Alves Magalhães Menezes¹ Tâmara de Almeida e Silva2 Noeme Cabral da 
Silva Santos¹ 
¹Mestranda de Ecologia Humana e Gestão Socioambiental, Programa de Pós- Graduação em Ecologia Humana-
PPGEcoH, Departamento de Educação Campus VIII Universidade do Estado da Bahia (UNEB), ²Docente do 
Programa de Pós- Graduação em Ecologia Humana-PPGEcoH, Departamento de Educação Campus VIII 
Universidade do Estado da Bahia (UNEB). 
Contato:Rosilda_magalhaes@hotmail.com 
 
O município de Jatobá, localizado às margens do rio São Francisco no semiárido 
pernambucano do Nordeste brasileiro, apresenta um relevante potencial para o 
cultivo de peixe, fato esse que leva a possuir em seu entorno várias associações de 
cultivos de tilápia (Oreochromis sp.), das quais participam a mão - de - obra 
feminina. Assim, o objetivo desta pesquisa foi analisar a participação da mulher em 
Associação de Piscicultura. Nesta perspectiva, desmitificar a sua invisibilidade, a 
partir da mão-de-obra, forma de manejo, produção, renda familiar, valores 
associativos, conhecimento, saberes femininos, percepção ambiental, sobretudo das 
relações etnoecológicas. Foram entrevistadas 43 mulheres de 8 associações através 
do uso de formulários semiestruturados. Os resultados mostraram que 100% das 
associações cultivam apenas tilápia (Oreochromis sp.), onde 62,5% dos espaços das 
associações são próprios, todavia, a propriedade do terreno de localização das 
associações está restrita a apenas 12,5%, 100%das associações de Piscicultura têm 
infraestrutura com galpão de armazenamento, da principal atividade de manejo o 
arraçoamento equivale a 64%,100% das mulheres compreenderam a sua relação 
positiva com o rio, a produção de peixe é em média de 13,68 ton./mês e renda média 
mensal de R$ 73.719,00, que é rateada entre as sócias, resultando numa renda 
mensal média de 1.714,000. As mulheres entrevistadas, além de querer mostrar a 
sua visibilidade feminina, estão também preocupadas com o meio ambiente, uma 
vez que o manejo na produção de peixe é delicado e almejam que essa atividade 
seja produtiva e sustentável. Apoio: FAPESB. 
 
 
PALAVRAS-CHAVE: Gênero, economia, recurso natural, etnoecologia. 
 
3 
 
 
INTERAÇÃO DE TARTARUGAS MARINHAS COM A PESCA DE 
ARRASTO DE FUNDO DE CAMARÃO NO MUNICÍPIO DE 
UBATUBA-SP 
 
Moyra Mariano Nogueira1, Rômulo Romeu Nóbrega Alves2 
1 Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente na Universidade Federal da 
Paraíba, 2 Departamento de Biologia, Universidade Estadual da Paraíba,Av. das Baraúnas, 351/Campus 
Universitário, Bodocongó, 58109-753 Campina Grande, Paraíba, Brasil 
Contato: moyramariano@gmail.com 
 
Há cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil, todas presentes na 
Lista Vermelha da IUCN. O estudo da interação de populações humanas costeiras com 
estes quelônios pode fornecer dados importantes para estratégias de conservação. 
Assim, objetivando conhecer melhor o uso e a captura acidental de tartarugas 
marinhas, foram entrevistados pescadores que trabalham no arrasto de camarão em 
Ubatuba-SP. O questionário tratava da captura acidental, utilização de TEDs 
(dispositivo que permite a saída da tartaruga da rede de arrasto) e sobre o 
conhecimento local e usos de tartarugas marinhas. Foram entrevistados 17 
pescadores no ano de 2012, na Barra dos Pescadores, e outros 15 se negaram a 
responder a entrevista. A espécie mais mencionada foi a Chelonia mydas, chamada 
de verde, comum ou míuda. Foram citadas ainda a Eretmochelys imbricata, 
conhecida localmente como tartaruga de pente, a Dermochelys coriacea, como 
negra, preta ou azeiteira e a Caretta caretta, chamada de tartaruga amarela. A 
captura acidental foi reportada por 12 pescadores. Apenas duas mortes de tartarugas 
foram relatadas. Os pescadores conheciam o TED em sua maioria, apesar de 16 deles 
não necessitarem de seu uso. O único que trabalha numa embarcação da qual o uso 
do dispositivo é exigido por lei não conhecia o equipamento. Foram registrados usos 
pretéritos de tartarugas para alimentação e artesanal, em enfeites e como utensílio. 
Atualmente o uso delas é incomum, cinco pescadores afirmaram ainda haver 
consumo da carne, sendo este raro e escondido. Dos entrevistados 13 se mostraram 
favoráveis à proteção das tartarugas marinhas. 
 
 
PALAVRAS-CHAVE: captura acidental, etnozoologia, conhecimento local, TED 
 
4 
 
 
MELIPONICULTURA NAS COMUNIDADES QUILOMBOLAS DE 
IPIRANGA E GURUGI, ESTADO DA PARAÍBA: UMA ABORDAGEM 
ETNOECOLÓGICA 
 
Roberta Monique Amâncio de Carvalho1, Celso Feitosa Martins2, José da Silva 
Mourão3 
1 Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente – PRODEMA, Universidade Federal da Paraíba (UFPB), 2 
Departamento de Sistemática e Ecologia, Universidade Federal da Paraíba (UFPB), 3 Departamento de Biologia, 
Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) 
Contato: robertamonique.a@gmail.com 
 
As comunidades quilombolas de Ipiranga e Gurugi, localizadas na Zona da Mata Sul 
Paraibana, possuem histórias que se entrecruzam ao longo dos tempos. Situadas lado 
a lado, essas comunidades praticam a meliponicultura desde as antigas gerações, 
fazendo parte do cotidiano das famílias e sendo transmitida intergeracionalmente. 
Tal atividade fornece a essas comunidades um elaborado conhecimento ecológico, 
baseado nas abelhas, na flora melífera e nas técnicas de manejo utilizadas. Para o 
estudo do conhecimento ecológico e de como este é compartilhado entre as duas 
comunidades foi utilizado o método da observação participante juntamente à 
realização de entrevistas não estruturadas e semi-estruturadas. Para registrar os 
saberes relacionados à meliponicultura exercida antigamente pelos moradores foi 
empregado o método da história oral. Os resultados demonstram que no total os 
meliponicultores conhecem uma riqueza de doze categorias de abelhas sem ferrão 
(Apidae: Meliponini), suas técnicas de manejo são representadas pela feitura do 
cortiço e a flora melífera é composta de espécies predominantes da Mata Atlântica. 
A partir do registro da memória dos indivíduos foi percebido que um intricado sistema 
de crenças permeia a criação de abelha uruçu boca-de-renda (Melipona scutellaris) 
desde gerações passadas. Visto isso, a criação de meliponíneos nas comunidades 
quilombolas estudadas é compreendida como uma atividade de caráter tradicional, 
que se encontra envolvida numa rede de conhecimentos ecológicos construídos pelas 
diferentes gerações ao longo do tempo, e que vêm passando por um processo de 
transformações e ressignificações dos saberes como pode ser visto principalmente 
nas práticas dos mais jovens. Apoio: CNPq 
 
 
PALAVRAS-CHAVE: Abelhas sem ferrão, comunidades remanescentes de quilombos, 
etnoecologia, uruçu boca-de-renda. 
 
5 
 
 
DIMENSÃO SIMBÓLICA DA CRIAÇÃO DE ABELHAS SEM FERRÃO 
EM COMUNIDADES QUILOMBOLAS DA ZONA DA MATA SUL 
PARAIBANA 
Roberta Monique Amâncio de Carvalho1 
1 Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente – PRODEMA, Universidade Federal da Paraíba (UFPB). 
Contato: robertamonique.a@gmail.com 
 
A sabedoria tradicional pode ser compreendida enquanto um todo complexo 
estabelecido na inter-relação entre corpus (conjunto de conhecimentos e 
percepções), praxis (práticas produtivas) e kosmos (sistema de representações 
simbólicas) presente nas sociedades ditas tradicionais. Tendo em vista a importância 
da dimensão simbólica da ação, ou seja, do kosmos para a interpretação das culturas 
o presente estudo utiliza-se de uma abordagem etnoecológica e antropológica para 
discutir os ritos, crenças e mitos que envolvem a meliponicultura nas comunidades 
quilombolas de Ipiranga e Gurugi, localizadas na Zona da Mata Sul do estado da 
Paraíba. A partir do método da observação participante, juntamente à realização de 
entrevistas não estruturadas e semi-estruturadas com os meliponicultores percebeu-
se que o sistema de crenças envolve especialmente a abelha denominada uruçu boca-
de-renda (Melipona scutellaris) a partir de seu manejo tradicional sob a forma de 
“cortiços”. A criação da uruçu boca-de-renda é permeada por uma simbologia do 
sagrado, visto que ela é considerada pelos meliponicultores como uma “abelha 
sagrada” que mantém a prática de “rezar o ofício” todos os sábados e todo o mês de 
maio. Além disso, os criadores realizam rituais que vão desde a prática de 
abstinência sexual antes da coleta do mel até o tabu da participação feminina nas 
atividades, perpassando ainda por crenças que envolvem a morte do meliponicultor. 
Tais construções simbólicas são aqui compreendidas como instrumentos de 
aprendizagem e de comunicação entre os integrantes do grupo, no estabelecimento 
de uma integração social e na construção dos significados culturais da sua visão de 
mundo. 
 
 
PALAVRAS-CHAVE: Meliponicultura, kosmos, simbologia, crenças, uruçu boca-de-
renda. 
 
6 
 
 
ASPECTOS ALIMENTARES E REPRODUTIVOS DE ANIMAIS 
SILVESTRES CRIADOS EM CATIVEIRO EM UMA ÁREA DO 
SEMIÁRIDO PARAIBANO 
 
Demmya Haryssam Menezes Melo1, Renata Patrícia Fablicio da Silva2, Mauricélia 
Macário Alves3, Fernanda Maria Pinto Araújo4, Rômulo Romeu da Nóbrega Alves5. 
1 Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, Bolsista de Iniciação Científica, UEPB, 2 Curso de Licenciatura 
em Ciências Biológicas, UEPB, 3 Mestrado em Ecologiae Conservação, UEPB, 4 Curso de Licenciatura em 
Ciências Biológicas, UEPB, 5 Departamento de Biologia, Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). 
Contato: demmya@hotmail.com 
 
Os seres humanos desde os tempos remotos estabelecem diversos tipos de relação 
com a fauna silvestre, de harmônicas a conflituosas. Dentre as interações, a 
utilização de animais silvestres como pets é uma das mais comuns e relevantes. 
Visando buscar informações sobre a dieta e a reprodução desses animais silvestres 
criados em cativeiro, este trabalho está sendo realizado no município de Santa Luzia 
– PB em algumas comunidades. Nossos dados preliminares são baseados em 
informações obtidas através de entrevistas livres e questionários aplicados a 
moradores locais. Foram visitadas 643 residências da cidade pesquisada, sendo que 
em 46 delas foram registrados animais silvestres criados como pets. Foram citadas 
36 espécies diferentes pertencentes aos seguintes grupos taxonômicos: aves, repteis 
e mamíferos. A maior parte das espécies eram aves (33 espécies citadas), com 
destaque para o golado (nº de citações 17), galo de campina (nº de citações 16) e o 
concriz (nº de citações 9). Em relação à preferência alimentar, os criadores 
alimentam esses animais principalmente com sementes (nº de citações 25) e ração 
balanceada (nº de citações 24). Sobre a reprodução desses animais em cativeiro, 
unanimemente, os criadores não souberam relatar, pois, os animais geralmente são 
criados solitários nos cativeiros, e não em casais, dificultando o conhecimento sobre 
este aspecto. Nossos resultados revelam que o uso de animais silvestres como pets é 
uma prática comum na área pesquisada e que pesquisas etnozoológicas adicionais 
devem ser realizadas para fornecer subsídios para discussão da temática e alertar 
sobre a necessidade de conservação desta biodiversidade. Apoio: CNPq 
 
 
PALAVRAS-CHAVE: Utilização da fauna silvestre, Pets, Alimentação, Reprodução 
 
 
7 
 
 
CONHECIMENTO TAXONÔMICO DOS PESCADORES 
ARTESANAIS SOBRE OS ANIMAIS MARINHOS NO NORDESTE DO 
BRASIL 
 
Marcia Freire Pinto1, José da Silva Mourão2, Rômulo Romeu Nóbrega Alves3 
1Programa de Pós-Graduação em Etnobiologia e Conservação da Natureza, Universidade Federal Rural de 
Pernambuco (UFRPE), 2,3Departamento de Biologia, UEPB, 3Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas 
(Zoologia), Universidade Federal da Paraíba (UFPB) 
Contato: marcia_freirep@yahoo.com.br 
 
A fauna marinha encontra-se ameaçada devido a impactos antrópicos como 
poluição, destruição dos manguezais e dos recifes, pesca predatória, etc. Torna-se 
de extrema importância identificar os animais marinhos, para que seja possível 
propor estratégias de conservação. Partindo do pressuposto que os pescadores 
artesanais possuem amplo conhecimento sobre o ambiente marinho, a presente 
pesquisa, realizada no litoral do Estado do Ceará (Nordeste do Brasil), objetivou 
registrar o conhecimento taxonômico dos pescadores sobre a fauna marinha. Durante 
o ano de 2011, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 12 pescadores 
artesanais, com mais de 20 anos de pesca. Os pescadores citaram 179 nomes locais 
de animais com habitat marinho, que correspondem a 329 espécies. Foram citados 
156 nomes locais de peixes (292 espécies), 10 crustáceos (11 espécies); 03 moluscos 
(07 espécies); 05 mamíferos (09 espécies); 03 répteis (04 espécies) e 02 
equinodermos (06 espécies). Os critérios de classificação dos animais utilizados pelos 
pescadores basearam-se na morfologia, no comportamento e no hábitat animal, 
como também na importância comercial e nas atividades de pesca. De acordo com o 
modelo berliniano, o sistema de classificação dos pescadores possui cinco níveis 
hierárquicos, que correspondem ao reino, às formas de vida, aos intermediários, aos 
genéricos e aos específicos. A identificação dos animais, na maioria dos casos, foi 
composta por nomes genéricos monotípicos. O conhecimento dos pescadores sobre 
os animais marinhos é de grande importância para a realização de futuros estudos 
em Zoologia e para a elaboração de planos de manejo e gestão dos recursos 
faunísticos. Apoio: Deutscher Akademischer Austauschdienst (DAAD). 
 
 
PALAVRAS-CHAVE: Etnotaxonomia, conservação, etnozoologia. 
 
8 
 
 
USO DA FAUNA SILVESTRE POR POPULAÇÕES HUMANAS EM 
UMA ÁREA DE CAATINGA, NORDESTE DO BRASIL 
 
Eduardo Silva de Oliveira1, Denise de Freitas Torres1, Alexandre Vasconcellos2, 
Rômulo Romeu Nóbrega Alves3 
1Instituto do Conhecimento e Ciências Aplicadas, ICPA/IDEMA, 2Departamento de Sistemática e Ecologia, 
UFPB,3Departamento de Biologia, UEPB 
Contato: edutopiaeco@yahoo.com.br 
 
O uso da fauna continua sendo uma prática fundamental para alguns grupos humanos 
em todo mundo. Este estudo objetivou investigar se fatores socioeconômicos podem 
ser preditores de um maior conhecimento sobre as espécies da fauna silvestre 
utilizadas no semiárido nordestino através de análises estatísticas e ecológicas. O 
estudo foi conduzido em comunidades rurais de Pedro Avelino/RN. Um total de 30 
pessoas foi entrevistado. Estas reconheceram 82 espécies (72 vertebrados e 10 
invertebrados). As categorias analisadas foram: alimentar, estimação, medicinal, 
místico-religioso. Considerou-se também a Multiplicidade de Uso por Informante 
(MUI), que representa a soma das citações para todas as espécies e para todas as 
categorias por informante. Os resultados mostraram que idade e renda não 
influenciaram o conhecimento sobre as espécies úteis. A análise da riqueza de 
espécies úteis mostrou diferenças significativas entre MUI e idade e MUI e 
escolaridade. Entretanto, para a MUI, pessoas mais velhas e com menor escolaridade 
demonstraram um maior conhecimento que os mais jovens e com maior escolaridade, 
respectivamente. Para a diversidade de espécies citadas, os homens apresentaram 
um conhecimento maior que as mulheres para a MUI e para a categoria alimentar. 
Quando a diversidade de espécies foi analisada para os grupos de idade, observou-se 
que pessoas mais velhas possuíam um conhecimento maior que pessoas mais jovens, 
para as categorias alimentar, estimação e MUI. Algumas das espécies citadas também 
constam em listas de espécies ameaçadas. Os resultados mostraram que os fatores 
socioeconômicos influenciam o uso da fauna e evidenciam que estes dados podem 
ser úteis em iniciativas conservacionistas. Apoio: CNPq/ICPA/IDEMA. 
 
 
PALAVRAS-CHAVE: Biodiversidade,caça, conservação, etnozoologia 
 
9 
 
 
CAÇA E USO DA FAUNA CINEGÉTICA POR ESTUDANTES JOVENS 
E ADULTOS DE ENSINO MÉDIO NO SEMIÁRIDO PARAIBANO: 
RESULTADOS PRELIMINARES 
 
Maria da Guia Oliveira dos Santos1, Ayane Emília Dantas dos Santos1, Mirlâdia Karla 
de Macedo Dantas1, Wedson Medeiros Silva Souto2, Maria Franco Trindade Medeiros3 
1Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, Departamento de Biologia, Universidade Federal de Campina 
Grande (UFCG), 2Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas (Zoologia), Universidade Federal da 
Paraíba (UFPB), 3Departamento de Biologia, UFCG. 
Contato: oliveira_guia@hotmail.com 
 
A fauna do bioma Caatinga é explorada pelos residentes locais de várias formas: uso 
alimentício, medicinal e criação em cativeiro. Analisando a questão da atividade 
cinegética, prática popular nesse bioma, desenvolvida de forma predatória 
oferecendo sérios riscos à fauna, comprometendo seu desenvolvimento e até mesmo 
levando determinadas espécies à extinção, desenvolvemos um estudo para 
compreender o atual cenário de ocorrência desta atividade de caça entre estudantes 
jovens e adultos do ensino médio de uma escola no semiárido paraibano. O objetivo 
deste trabalho foi registrar a fauna silvestre capturada e/ou comercializada para fins 
de estimação entre estes estudantes da escola pública do município de Nova 
Palmeira. A pesquisa foirealizada com estudantes do 1º, 2º e 3º ano médios regulares 
e uma turma de EJA (n=26) que praticam/praticaram atividade de caça em algum 
momento da vida, através de entrevistas semiestruturadas auxiliadas por 
questionário com perguntas abertas e fechadas acerca da atividade cinegética. A 
maioria dos alunos (77%, n=20) afirmou ter capturado algum animal silvestre com 
fins de estimação (pets). Apenas 8% (n=2) dos alunos afirmaram ter comercializado 
animais capturados, especialmente aves silvestres. Identificamos os animais mais 
capturados para criação em cativeiro: periquito da caatinga (Eupsittula cactorum - 
Kuhl, 1820) (22%), Psittacidae; golinho (Sporophila albogularis- Spix, 1825) (10%), 
Thraupidae e azulão (Cyanoloxia brissonii - Lichtenstein, 1823) (10%), Cardinalidae. 
Percebemos que a atividade cinegética ainda está vivamente presente entre os 
jovens e adultos sendo preciso uma educação popular de reorientação para a 
conservação da fauna silvestre da caatinga. 
 
 
PALAVRAS-CHAVE: Caatinga, usos da fauna, etnozoologia, atividade cinegética 
 
10 
 
 
VOZES DO MANGUE: ASPECTOS QUALI-QUANTITATIVOS DA 
PESCA ARTESANAL NO ESTURÁRIO DO RIO MAMANGUAPE, 
PARAÍBA, BRASIL 
 
Luana Aires de Souza¹, Josias Henrique Amorim Xavier², 
 Ierecê Maria Lucena Rosa³ 
1Curso Bacharelado em Ciências Biológicas, Departamento de Sistemática e Ecologia, Universidade Federal da 
Paraíba (UFPB); Doutor em Zoologia, Departamento Sistemática e Ecologia, Universidade Federal da Paraíba; 
Pós-doutor em Conservação Marinha, Departamento Sistemática e Ecologia, Universidade Federal da Paraíba 
Laboratório de Peixes: Ecologia e Conservação¹,²,3 
Contato: luana-ayres@hotmail.com 
 
O presente estudo situa a pesca artesanal como porta-voz para confluência de 
diversas áreas do conhecimento, abordando culturas tradicionais como conjunto de 
aptidões mentais. Pescadores das comunidades Barra de Mamanguape e Tramataia, 
situadas no litoral Norte da Paraíba, foram foco da pesquisa. Pescaria e pescado 
foram caracterizados através de acompanhamentos in loco em 2013. Os principais 
instrumentos de avaliação foram entrevistas livres (30 indivíduos), observação direta 
da pesca, registro fotográfico e videográfico. Dentre as pescarias, o arrasto com 
barco foi a prática mais utilizada, porém, outras artes são comuns, variando de 
acordo com faixa etária, gênero e experiência do indivíduo. Os pescadores dividem-
se por especialidade pesqueira (sauneiros, tainheiros, marisqueiros), onde grupos 
familiares são especializados em pelo menos uma estratégia. Quanto ao pescado, a 
sardinha (Opisthonema oglinum) foi a espécie mais relevante, seguida da tainha 
(Mugil sp.) e do xaréu (Caranx sp.). Caracterizados pela baixa renda e baixa 
escolaridade, os pescadores admitiram que a pesca não é uma atividade rentável, 
tampouco é incentivada entre pais e filhos, face ao baixo valor do pescado e à 
decrescente produção dos últimos anos. A pesca artesanal, no entanto, está 
intimamente ligada às tradições humanas, constituindo, portanto, cultura imaterial 
da região, que deve ser preservada. Dessa forma, a incursão de um plano de manejo 
de gestão participativa é uma alternativa para a melhoria das interações congruentes 
entre os sistemas biológicos e culturais na área de estudo, assim como pode ser em 
outras regiões costeiras do Brasil. 
 
 
PALAVRAS-CHAVE: Pescaria, Pescado, Percepção Ambiental, Porta-Voz 
 
11 
 
 
ARTEFATOS DE PESCA CONFECCIONADOS POR UMA 
COMUNIDADE DE PESCADORES ARTESANAIS DO DELTA DO 
RIO PARNAÍBA/PIAUÍ, NORDESTE DO BRASIL 
 
Maria Gracelia Paiva Nascimento1*, Carla Dlijanne Fortes Silva Macêdo1, Francisca 
Maria Cosme de Carvalho Barbosa1, Otávia Caracas Câmara1, Roseli Farias Melo de 
Barros2 
1Universidade Federal do Piauí (UFPI), Campus Petrônio Portella, Mestrado em Desenvolvimento e Meio 
Ambiente; 2 UFPI, Departamento de Biologia, Mestrado e Doutorado em Desenvolvimento e Meio Ambiente. 
Contato: grace.lia@hotmail.com 
 
A Etnobotânica parte da necessidade de conceituar o conhecimento, crenças e 
adaptações desenvolvidas nas diversas sociedades no que se refere à relação homem/ 
plantas. Dentre as diversas atividades realizadas na APA do Delta do Parnaíba, 
encontra-se a pesca, geralmente artesanal, realizada por pescadores que por vezes 
exercem outras atividades econômicas, como o extrativismo vegetal, o artesanato, 
e a agricultura familiar. A retirada do ambiente de material de forma sustentável e 
para subsistência como plantas medicinais, combustível, madeira para construção e 
pesca como fonte de alimento são atividades toleráveis. Objetivou-se realizar um 
estudo Etnobotânico da comunidade Igaraçu, visando levantar as plantas utilizadas 
na confecção de artefatos de pesca, visto a escassez de estudos científicos 
abordando essa temática na região. Foram entrevistados 33 pescadores com idade 
entre 26 e 75 anos. Na análise qualitativa foram levantados dados etnobotânicos e 
socioeconômicos da comunidade, através de entrevistas semiestruturadas e 
estruturadas utilizando previamente o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 
(TCLE). Para a análise quantitativa, calculou-se o valor de uso. Registrou-se 11 
espécies nativas, pertencentes a oito famílias. Quanto ao hábito, 81,82% são 
árvores. Quanto aos artefatos, canoa obteve (41,67%), remo (25,00%), jiqui (12,50%), 
landuar e curral (8,33% cada) e choque (4,17%). As espécies que apresentaram maior 
valor de uso foram Tarenaya spinosa (Jacq.) Raf. e Caryocar coriaceum Wittm. (0,12 
cada). O estudo levantou a flora utilizada na confecção de apetrechos de pesca pelos 
pescadores da comunidade, haja vista que é importante para a geração de 
conhecimento e preservação dos ecossistemas para as futuras gerações. Apoio: 
FAPEPI 
 
 
PALAVRAS-CHAVE: Artefato de pesca, Etnobotânica, canoas, Conhecimento 
tradicional. 
 
12 
 
 
VERTEBRADOS SILVESTRES UTILIZADOS POR CAÇADORES DO 
MUNICÍPIO DE FAGUNDES, PB 
 
Renata Patrícia Fablicio da Silva¹; Demmya Haryssam Menezes Melo²; Francisco 
Siqueira da Silva³; Wallisson Sylas Luna de Oliveira4; Maria Fernanda Pinto Araújo5, 
Rômulo Romeu da Nóbrega Alves6. 
1Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, UEPB, Bolsista de Iniciação Científica do CNPq, 2Curso de 
Licenciatura em Ciências Biológicas, UEPB, Bolsista de Iniciação Científica do CNPq, 3Curso de Licenciatura em 
Ciências Biológicas, UEPB,4Curso de Licenciatura e Bacharelado em Ciências Biológicas, UEPB, 5Curso de 
Licenciatura em Ciências Biológicas, UEPB, 6Departamento de Biologia, UEPB. 
Contato: fablicio_patricia@hotmail.com 
 
Desde os tempos mais remotos é notável a relação dos seres humanos com a natureza 
em especial com a fauna silvestre. Animais são utilizados para diversas finalidades, 
dentre elas, alimentação, zooterápico, usos mágico-religioso, comércio, criação e 
também como fonte de proteína. O objetivo deste trabalho foi identificar a fauna 
silvestre utilizada por caçadores da Zona Rural do Município de Fagundes – PB. Para 
a obtenção de dados foram utilizados questionários semiestruturados. Os animais 
mais citados distribuem-se em três táxons, répteis, mamíferos e aves, os quais estão 
associados a várias modalidades de usos, mas com maior utilização na alimentação. 
As aves foram mais citadas como alvo de caça, sendo consideradas como carnes 
bastante saborosas segundo os entrevistados. Considerando que a caça é uma prática 
comum e que se tornou uma atividade cultural consolidada, os dados obtidos neste 
estudo poderão ser utilizados para subsidiar políticas de manejo e conservação da 
fauna local por meio de programas educativos direcionados as populações usuárias 
destes recursos naturais. Apoio: CNPq 
 
 
PALAVRAS-CHAVE: Animais silvestres, Captura, Usos 
 
13 
 
 
“ESSE TEMPO DA VINDA TÁ PERTO DE VIM,SETE-CASCA, ARU
ÊRA CONTARAM PRA MIM”: AGOUROS EM CANÇÕES DA 
MÚSICA POPULAR BRASILEIRA 
Jerrana Cantarelli 
(Secretarias de Educação Governo do Estado de Pernambuco e Prefeitura do Recife) 
Contato: jerrancantarelli@gmail.com 
 
 
O cancioneiro popular é rico em músicas que tratam do universo nordestino, incluin
do a natureza, as relações dos seres humanos com o ambiente natural, a problemát
ica da seca, a fome e o descaso político. Foram analisadas músicas de três composit
ores-cantores nordestinos e, com o objetivo de resgatar o conhecimento tradicional 
de gerações passadas, pois estas canções remontam há, pelo menos trinta anos, bus
cou-se a citação de agouros que fazem parte do conhecimento tradicional dos que h
abitam o semiárido brasileiro. Foram selecionadas: duas de autoria de Elomar Figue
ira Mello, três de autoria de João Batista do Vale e onze interpretadas e/ou compos
tas por Luiz Gonzaga. A maior parte das referências aos agouros refere-se a sinais in
dicativos de chuva ou seca e estes ‘recados’ são dados por pássaros e árvores da ca
atinga. Há ainda, a referência a prenúncios de casos de azar, de fim de relações am
orosas, de morte e de aviso de chegada de pessoas queridas ou visitas. Quando se fa
z referência a estes agouros, pode ser tanto por conta do comportamento do anima
l, ave ou anfíbio, como também seu canto, sua vocalização. Na música "Uricuri", de 
João Batista do Vale e José Cândido, o conhecimento empírico adquirido pelo ser h
umano na sua relação com a natureza é tão valorizado quanto o saber acadêmico e 
esta canção é, por excelência, um verdadeiro hino em defesa do conhecimento trad
icional do povo sertanejo. 
 
PALAVRAS-CHAVE: Elomar Figueira Mello, João Batista do Vale, Luiz Gonzaga, MPB, 
agouros, literatura, etnobiologia literária. 
 
 
14 
 
 
LEVANTAMENTO ETNOBOTÂNICO DE PLANTAS MEDICINAIS 
UTILIZADAS CONTRA ENFERMIDADES DO TRATO 
GASTRINTESTINAL NA COMUNIDADE DO POVOADO BATINGAS, 
ARAPIRACA – AL 
 
Maíra Lopes da Silva1, Erika Priscilla Lopes Cordeiro1, Flávia Cavalcante Lima¹, 
Diogo dos Santos Silva¹, Washington Soares Ferreira Júnior², Maria Silene da Silva¹ 
1Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL) – Campus I – Grupo de Pesquisa em Etnobotânica e Etnofarmacologia 
(GPET), ²Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) 
Contato: maira_loppes@hotmail.com 
 
Estudos realizados em comunidades tradicionais revelaram um grande número de 
plantas medicinais utilizadas contra enfermidades do trato gastrintestinal. Nesse 
cenário encontra-se o povoado Batingas, município de Arapiraca – AL, com 
aproximadamente 2.000 famílias, estando a prática da medicina popular 
intimamente relacionado à sua cultura. O presente estudo buscou investigar quais 
espécies de plantas são conhecidas e utilizadas, bem como as enfermidades do trato 
gastrintestinal que afetam as pessoas da comunidade. A amostragem foi não-
probabilística e intencional, feita pela técnica da bola-de-neve. Os entrevistados 
assinaram o TCLE, e a coleta dos dados se deu por meio da aplicação de entrevistas 
semiestruturadas e de um formulário socioeconômico. Foram entrevistados 26 
informantes-chave, sendo cinco homens (51 a 87 anos), e vinte e uma mulheres (46 
a 82 anos). Foram indicadas 55 espécies que foram submetidas a análise de saliência 
utilizando-se o software Anthropac 4.0. De acordo com o CID-10 foram detectadas 7 
categorias de doenças que afetam o trato gastrintestinal. As espécies mais salientes 
foram Brassica oleracea var. botrytis (0,417) e Symphytum officinale L. (0,750) para 
gastrite e úlcera respectivamente; Eugenia uniflora L. (0,417) para diarreia; Lippia 
alba (Mill) (0,514) para infecção intestinal; Urtiga sp. (1,000) para câncer no 
intestino; Pimpinella anisum L. (1,000) para refluxo; Punica granatum L. (0,509) para 
inflamação e dor na garganta e Chenopodium ambrosioides L. (0,722) para vermes. 
Observou-se que a comunidade conhece e utiliza diversas plantas para tratar 
enfermidades do trato gastrintestinal, com isso contribuindo para o conhecimento 
tradicional. 
Apoio: FAPEAL 
 
 
PALAVRAS-CHAVE: Análise de Saliência, Conhecimento tradicional, Plantas 
Medicinais, Trato Gastrintestinal 
 
 
15 
 
 
BIOLOGIA FLORAL E VISITANTES FLORAIS EM LIBIDIBIA 
FERREA (MART. EX TUL.) NA ESTAÇÃO ECOLÓGICA – SERIDÓ, 
SERRA NEGRA DO NORTE-RN 
 
Lorena Karla Ferreira de Medeiros¹, Dayanne Támela Soares Nogueira¹, Erllen 
Nadine Silva¹, Nayara Gurgel de Moura¹, Marcicleide Lima do Espírito Santo² 
1Curso de Bacharelado em Ecologia, Departamento de Ciências Animais, Universidade Federal Rural do 
Semiárido (UFERSA), 2Departamento de Ciências Vegetais, (UFERSA) 
Contato:lorennakarlla-20@hotmail.com 
 
 
O jucá (Libidibia ferrea) (Mart. ex Tul.), é uma árvore muito utilizada de forma 
medicinal e em arborização ornamental. Suas inflorescências são compostas por 
flores vistosas, com pétalas amarelas e uma pétala central que possui guias de 
néctar. O objetivo desse trabalho foi identificar os aspectos da biologia floral de L. 
ferrea e suas interações com visitantes florais na Estação Ecológica do Seridó-RN. 
Selecionou-se um espécime de jucá em fenofase de floração. Observações foram 
feitas durante um dia a partir das 5:00 h até o fim do período de visitação floral. 
Avaliou-se os seguintes aspectos da biologia floral: morfologia floral; determinação 
da antese; receptividade do estigma; determinação de visitantes florais e potenciais 
polinizadores. A morfologia floral foi analisada a partir de inflorescências, com 
ênfase na estrutura dos órgãos sexuais. A receptividade do estigma foi testada 
através do peróxido de hidrogênio (H2O2) observada em lupa. Observou-se o 
comportamento dos visitantes florais e coletou-se espécimes para identificação. As 
flores são hermafroditas, as sépalas são dialissépalas, as pétalas são dialipétalas em 
forma de limbo. A inflorescência terminal é pluriflora simples e racimosa em cacho. 
A antese das flores é diurna (5:20 h), a liberação das anteras ocorreu as 5:52 h, o 
estigma apresentou-se receptivo das 06:20 a 16:21 h (fenofase), e os grãos de pólen 
foram liberados após a abertura das flores as 7:40 h. As flores foram visitadas por 
formigas, vespas, abelhas, e beija flor. Todas as espécies iniciaram suas visitações 
em horários diferentes, a espécie de abelha Xylocopa grisescens pode ser 
considerada um provável agente polinizador do jucá. 
 
 
PALAVRAS-CHAVE: Jucá, fenofase, inflorescência, polinizadores. 
 
16 
 
 
PLANTAS ALIMENTÍCIAS E FEIRANTES DA FEIRA-LIVRE NO 
MUNICÍPIO DE CUITÉ, PARAÍBA 
 
Alexandra Pereira da Silva1, Ovídia Kaliandra Costa Santos1, Maria Franco Trindade 
Medeiros2 
1Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, Unidade de Educação, Centro de Educação e Saúde (CES), 
Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), 2Departamento de Biologia, UFCG 
Contato: alexandrapereira670@gmail.com 
 
 
Brasil, país caracterizado pela grande diversidade cultural, traduz peculiaridades em 
cada região. Tratando-se de alimentação, há uma heterogeneidade regional presente 
nas “escolhas” alimentares da população brasileira, quando fatores sociais, 
geográficos e econômicos definem hábitos alimentares. Este trabalho objetivou 
registrar as espécies vegetais alimentícias traçando o perfil socioeconômico dos 
feirantes da Feira-Livre no Município de Cuité, PB. Foram entrevistados 87 feirantes 
(primeiro momento)/ 46 feirantes (segundo momento), selecionados por meio de 
amostra intencional, sendo todos considerados especialistas locais. A coleta de dados 
sobre as espécies se deu por meio da técnica de lista livre (primeiro momento) e 
dados socioeconômicos através de entrevistas semiestruturadas (segundo momento). 
Foram encontradas 75 espécies, pertencentes a 43 gênerose 30 famílias, sendo 
Brassicaceae (11%), Cucurbitaceae (10%), Rosaceae e Solanaceae (8% cada) e 
Amaryllidaceae e Fabaceae (6% cada) as famílias mais representativas. Foram 
consultados 46 feirantes, 31 homens e 15 mulheres, com faixa etária entre 15 a 
80 anos. O nível de escolaridade mais comum entre os entrevistados foi o “1º grau 
incompleto” (1ª à 4ª série do Ensino Fundamental). Para 74% dos homens e 80% das 
mulheres a renda mensal está abaixo de um salário mínimo –2013 A pesquisa aponta 
famílias botânicas que constituem a base da alimentação humana, revelando 
elementos vegetais comuns a uma macrorregião, assim como espécies mais 
particulares, sendo todo o elenco de grande importância na dieta alimentar local. 
Os feirantes, através da feira obtêm sua principal fonte de renda e são os agentes 
promotores da segurança alimentar no semiárido paraibano. 
 
 
PALAVRAS-CHAVE: Feira-livre, alimentação humana, plantas alimentícias, 
etnobotânica 
 
17 
 
 
ETNOBOTÂNICA: UM ESPAÇO NA RÁDIO LAGAR FM 
 
Elvira Bezerra Pessoa¹, Matheus Marley Bezerra Pessoa², Monique Emanuela 
Frutuoso Xavier Barros³ 
1Professora de Biologia e Educação- CEDUC, Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), 2Graduando em 
Farmácia, Universidade Federal da Paraíba (UFPB), ³ Graduanda em Farmácia, UFPB 
Contato: elvirabe@gmail.com 
 
Esta pesquisa foi desenvolvida na Rádio Lagar – FM, localizada no bairro da Malvinas 
em Campina Grande. Esse programa tinha por objetivo fornecer um conhecimento 
etnobotânico para as comunidades do bairro, sobretudo na Malvinas, Pedregal, 
Ramadinha I e II. O programa ficou conhecido por Saúde da Mulher com as Plantas 
Medicinais, ministrada pela professora Elvira Bezerra Pessoa e ia ao ar nas quartas-
feiras, com uma hora de duração no intuito de educar, inventariar, resgatar 
informações sobre uso e finalidades das plantas medicinais. Para tanto, foi 
constituída uma linha de telefone para a população participar ao vivo do programa 
exemplificando suas dúvidas e experiências com as plantas, e para a realização de 
entrevistas com a apresentadora do programa ao vivo. Esse relato empírico perdurou 
por três anos. Observou-se alguns destaques de plantas com indicativo para cura 
como:Alecrim(Rosmarinus officinalis L.) utilizado para má digestão,camomila 
(Matricaria chamomilla) para combater cólicas intestinais e menstruais, alho(Allium 
sativum L.) para gripes e resfriados, boldo (Coleus barbatus Benth) para ressaca 
alcoólica, cefaleia . Queremos, portanto, analisar como a rádio se tornou um 
instrumento importante na formação da consciência, na promoção da pessoa humana 
e na transformação social. Outras iniciativas aconteciam ao mesmo tempo utilizando 
o rádio para promover a educação, saúde da mulher e as questões de gênero. A 
efetuação desse trabalho é trilhada num caminho teórico e metodológico nos nomes 
de Prof.Dr. Leônia Maria Batista (UFPB)e Prof.Dr. Maria de Fatima Vanderlei de 
Souza(UFPB). 
 
 
PALAVRAS-CHAVE:, Gênero, plantas, rádio, saúde 
 
 
18 
 
 
LEVANTAMENTO SOBRE PLANTAS MEDICINAIS 
COMERCIALIZADAS NA FEIRA LIVRE DE CUITÉ – PB 
 
Lysrayane Kerullen David Barroso1, Eduardo Ewerton Dias Sales1, Aline Barbosa 
Silva1, Rodrigo Dias Alves1, Diego Isaias Dias Marques2 
1Curso de Bacharelado em Farmácia, Departamento de Farmácia, Universidade Federal de Campina Grande 
(UFCG), 2Mestre em Engenharia Química pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), 
Professor/Orientador do Centro de Ciências Humanas, Sociais e Agrárias - Campus III - UFPB 
Contato: lysrayane@outlook.com 
 
O Brasil é o país que detém a maior parcela da biodiversidade, entre os elementos 
que constituem essa grande biodiversidade, as plantas medicinais utilizadas em 
comunidades tradicionais, são consideradas a matéria-prima para fabricação de 
fitoterápicos e outros medicamentos. Partindo desse contexto, o presente trabalho 
tem por objetivo caracterizar um levantamento das plantas medicinais 
comercializadas na feira livre da cidade de Cuité-PB, a verificação da utilização e as 
formas de obtenção das mesmas. A coleta de dados foi realizada no período de 
novembro de 2013. A pesquisa teve a participação de doze comerciantes, 
selecionados aleatoriamente, que através de um questionário semiestruturado 
analisou as ervas comercializadas por eles e os seus perspectivos fins. O questionário 
foi composto por 15 perguntas objetivas sobre diversos assuntos relacionados ao 
conhecimento local e a utilização de medicamentos naturais. Após a coleta de dados 
foi feita a identificação através de bibliografia especializada onde se observou a 
existência de 36 plantas citadas, sendo a romã (Punica granatum L), eucalipto 
(Eucalyptus globulus Labill) e a hortelã pimenta (Mentha piperita L.) os mais citados. 
Os comerciantes avaliados costumam indicar fitoterápicos como anti-inflamatório e 
cicatrizante. Com relação às partes das plantas, a mais utilizadas era as folhas (36%) 
e sementes (31%). As formas de preparo mais citadas para essas plantas foram chás 
e xaropes. A partir disso, conclui-se a importância das plantas como terapia 
alternativa, porém se faz necessário um conhecimento sobre as mesmas no que diz 
respeito à preparação, pois nem sempre o processo é o mesmo para plantas 
diferentes. 
 
 
PALAVRAS-CHAVE: Comerciantes, etnobotânica, fitoterapia, medicina tradicional 
 
19 
 
 
CONHECIMENTO TRADICIONAL DE PLANTAS MEDICINAIS 
UTILIZADAS PELO POVO INDÍGENA XUCURU-KARIRI 
 
Kleviton Leandro Alves dos Santos1, Priscilla Cavalcante Rocha¹ 
¹Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL) 
Contato: klevitonl@gmail.com 
 
A etnobotânica permite relacionar os conceitos desenvolvidos por qualquer 
sociedade a respeito do uso de plantas, dessa forma podendo identificar e promover 
a saúde com a utilização das mesmas.O presente trabalho teve como objetivo 
investigar quais as espécies de plantas medicinais são utilizadas pelos moradores da 
reserva Xucuru-Kariri, localizados na Fazenda Boqueirão, município de Palmeira dos 
Índios-AL. A pesquisa foi realizada entre novembro de 2013 a fevereiro de 2014, a 
coleta de dados foi feita através da aplicação de entrevistas estruturadas. Foram 
entrevistados 25 pessoas sendo 11 homens e 14 mulheres, com faixa etária entre 18 
a 79 anos. Foram citadas 17 plantas usadas para fins medicinais, as espécies mais 
comuns entre o conhecimento tradicional dos informantes, foram Amburana claudii, 
umburana indicada para cefaléia e otalgia citada também como um bom defumador, 
banho de descarga, isto é, livra de entidades espirituais; Trattinickia rhoifolia Willd, 
amescla-aroeira anti-inflamatória; Mimosa Hostilis, jurema possui alcalóides psico-
ativos, usado na indução do ritual tore; Ocimum Basilicum, alfavaca analgésica e 
tônica; Pluchea sagittalis, quitoco digestivo e expectorante. As folhas são as partes 
mais utilizadas das plantas e a forma de preparo mais frequente são chás. Essas 
plantas podem ser encontradas nos quintais das residências como também nos 
arredores da reserva. Observou-se que a utilização de plantas fazem parte da cultura 
indígena dos Xucuri-Kariri, os quais mantém uma relação direta com as práticas 
etnomedicinais, porém os resultados também evidenciam a tendência a perda desse 
conhecimento tradicional entre os mais jovens do grupo. 
 
 
PALAVRAS-CHAVE: Conhecimento indígena, plantas medicinais, etnobotânica, 
Xucuru-Kariri 
 
20 
 
 
LEVANTAMENTO ETNOBOTÂNICO DE PLANTAS MEDICINAIS 
COMERCIALIZADAS POR RAIZEIROS EM UMA FEIRA LIVRE NO 
MUNICÍPIO DE SERRA REDONDA-PB 
 
Eduardo Ewerton Dias Sales1, Lysrayane Kerullen David Barroso1, Nara Jane Lima 
Carvalho1, Eveline de Macedo Silva1, Lorena Medeiros da Cunha2,Diego Isaias Dias 
Marques3 
1Curso de Bacharelado em Farmácia, Departamento de Farmácia, Universidade Federal de Campina Grande 
(UFCG), 2 Curso de Bacharelado em Farmácia, Departamento de Farmácia, Universidade Federal do Rio Grande 
do Norte(UFRN), 3Mestre em Engenharia Química pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), 
Professor/Orientador do Centro de Ciências Humanas, Sociais e Agrárias - Campus III - UFPB 
Contato: Eduardohalll@hotmail.com 
 
A utilização de plantas medicinais pelo homem é relatada desde a pré-história, 
porém apresentam valor estritamente regional, podendo ser descobertas através de 
levantamentos etnobotânicos. O presente trabalho consiste em um estudo feito com 
os raizeiros e consumidores de plantas medicinais do município de Serra Redonda em 
abril de 2014, onde foram entrevistados 5 vendedores e 12 consumidores nos pontos 
onde ocorre a comercialização de plantas medicinais localizadas na feira livre do 
referido município. O questionário foi composto por 10 perguntas objetivas com a 
finalidade de descobrir o local, a utilização de medicamentos naturais, ambientes 
de onde as espécies são retiradas, beneficiamento, armazenamento e preparo para 
o uso. Além da caracterização do consumidor, também visou-se o ponto de vista do 
vendedor. Observou-se que nenhum dos vendedores cultiva plantas medicinais e que 
os mesmos adquirem seus produtos na cidade de Campina Grande- PB. As plantas 
medicinais citadas como as mais procuradas foram: Caju roxo Anacardium 
occidentale (Linn), Quixabeira Sideroxylon obtusifolium (Roem. &Schult.), Boldo 
Plectranthus barbatus (Andrews), Erva Cidreira Melissa officinalis (Linn). As partes 
das plantas mais utilizadas na venda e preparações de remédios caseiros foram: 
folhas (35%), cascas (50%) e raízes (15%). As formas de preparo mais citadas foram: 
chás (70 %), garrafada (15%), lambedor (8%), e por fim folhas e raízes utilizadas na 
alimentação (7%). O conhecimento dos comerciantes sobre planas medicinais é 
significativo, porém é necessário ter bastante respaldo cientifico com relação ao 
principio ativo destas plantas, visto que seu uso indiscriminado pode causar reações 
adversas. 
 
 
PALAVRAS-CHAVE: Entrevista, fitoterápicos, medicina tradicional, questionários 
 
21 
 
 
LEVANTAMENTO ETNOBOTÂNICO DE Ziziphus joazeiro Mart. 
NO MUNICÍPIO DE CUITÉ-PB 
 
Eduardo Ewerton Dias Sales1, Lysrayane Kerullen David Barroso1, Nara Jane Lima 
Carvalho1, Eveline de Macedo Silva1, Rodrigo Dias Alves1, Diego Isaias Dias Marques3 
1Curso de Bacharelado em Farmácia, Departamento de Farmácia, Universidade Federal de Campina Grande 
(UFCG), 2 Curso de Bacharelado em Farmácia, Departamento de Farmácia, Universidade Federal do Rio Grande 
do Norte(UFRN), 3Mestre em Engenharia Química pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), 
Professor/Orientador do Centro de Ciências Humanas, Sociais e Agrárias - Campus III - UFPB 
Contato: eduardohalll@hotmail.com 
 
O reconhecimento e a valorização do saber local sobre as plantas medicinais são 
fundamentais em comunidades, pois os remédios caseiros surgem como alternativa 
de cura. A investigação etnobotânica contribuiu para o estudo da flora do município 
de Cuité-PB, objetivando-se verificar o uso e conhecimento que a comunidade faz 
da espécie Ziziphus joazeiro Mart. conhecido popularmente na região por juazeiro. 
A metodologia utilizada para o estudo baseou-se em entrevistas semiestruturadas 
com observações participantes em um universo de 50 informantes (40 do sexo 
feminino e 10 do sexo masculino) onde se apresentou informações sobre partes 
utilizadas na preparação de remédios caseiros, modo de preparo, usos, fonte de 
conhecimento, obtenção da planta e denominações populares. O maior número de 
entrevistados tinha idade que varia entre 40 e 79 anos (54%), onde a maioria foi do 
sexo feminino (72%). O tempo de residência mais frequente variou entre 20 e 59 anos 
(56,5%). O conhecimento sobre o uso de vegetais com fins terapêuticos fora herdados 
dos pais (45%) e avós (30%), tendo sido influenciados, também, pela cultura religiosa 
local (22%). Em relação às partes da planta mais utilizada estão em destaque as 
folhas com 57%, seguidas de casca com 38%. A comunidade utiliza, em maior 
proporção as plantas medicinais do juazeiro a partir de um cultivo próprio (58%), mas 
também recorrem ao seu hábito natural (32%). Os dados obtidos demonstraram que 
a comunidade é portadora de um conhecimento rico na flora medicinal e sujeita a 
estudos etnobotânicos. 
 
 
PALAVRAS-CHAVE: Comunidade, Entrevistas, Fins terapêuticos, Plantas Medicinais 
 
22 
 
 
COMÉRCIO E CONSERVAÇÃO DE PLANTAS MEDICINAIS EM 
MERCADO TRADICIONAL DO SEMIÁRIDO PARAIBANO, 
MUNICÍPIO DE CUITÉ-PB. 
 
Ovídia Kaliandra Costa Santos 1, Alexandra Pereira da Costa¹, Maria Franco 
Trindade Medeiros 2. 
¹Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, Unidade Acadêmica de Educação, Centro de Educação e Saúde, 
Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), ² Departamento de Biologia, UFCG. 
Contato: kaliandra.santos.pb@gmail.com 
 
O resgate e registro dos usos empíricos e da dinâmica de comércio de plantas 
medicinais em mercados tradicionais geram informações que podem fornecer 
subsídios necessários à conservação das espécies. Reconhecendo a importância desta 
prática investigativa, este trabalho buscou responder às seguintes questões: Que 
espécies integram a dinâmica de comércio estabelecida em mercado tradicional do 
semiárido paraibano? Qual parte destas plantas é matéria-prima medicinal? Qual a 
origem deste material? E qual o status de conservação destas espécies? Assim, este 
trabalho propôs realizar um levantamento das espécies vegetais com fins medicinais 
que movimentam o comércio da Feira Livre do município de Cuité, Curimataú do 
estado da Paraíba. A metodologia empregada foi a observação participante, 
conversas informais e formais e entrevistas semiestruturadas, realizadas com 10 
feirantes de ambos os gêneros (8 (M) e 2 (F)). Os dados foram coletados entre Agosto-
Dezembro de 2013. Do total de plantas registradas identificou-se 61 em nível 
específico, as quais estão englobadas em 57 gêneros e 35 famílias. Das plantas 
comercializadas houve aquelas identificadas em nível genérico e ainda uma 
indeterminada. As famílias mais representativas foram: Fabaceae, Asteraceae, 
Lamiaceae. As folhas foram a parte da planta mais representativa. Quanto à origem 
de obtenção das espécies a maioria delas é proveniente de localidades circunvizinhas 
e de outros Estados. Chama-se a atenção para as espécies Amburana cearensis 
(Cumaru), Bowdichia virgilioides (Sucupira), Myracrodruon urundeuva (Aroeira) e 
Sideroxylon obtusifolium (Quixabeira) presentes na lista de espécies ameaçadas de 
extinção, cujo comércio de partes dessas plantas se faz presente na dinâmica da 
farmacopéia local. 
 
 
PALAVRAS-CHAVE: Plantas medicinais, Comércio local, Espécies vulneráveis, 
Etnobotânica. 
 
23 
 
 
MORFOLOGIA E PADRÃO DE DISPERSÃO DE SEMENTES DE 
COMMIPHORA LEPTOPHLOEOS (MART.) GILLETT, NA 
ESTAÇÃO ECOLÓGICA – SERIDÓ, 
SERRA NEGRA DO NORTE – RN 
 
Lorena Karla Ferreira de Medeiros¹, Dayanne Támela Soares Nogueira¹, Erllen 
Nadine Silva¹, Catharina Cristina de Oliveira Silva¹, Marcicleide Lima do Espírito 
Santo² 
1Curso de Bacharelado em Ecologia, Departamento de Ciências Animais, Universidade Federal Rural do 
Semiárido (UFERSA), 2Departamento de Ciências Vegetais, (UFERSA) 
Contato:lorennakarlla-20@hotmail.com 
 
Estudos fenológicos associados ao modo de dispersão das espécies, em diferentes 
formações florestais, vêm sendo desenvolvidos, abordando principalmente o estrato 
arbóreo e arbustivo. O processo de dispersão de sementes é crucial para a 
reprodução das plantas, pois a semente deve chegar a um local propício para suagerminação suficientemente longe de predadores de sementes e plântulas que ficam 
nas suas proximidades. O objetivo desse estudo foi observar a morfologia e dispersão 
de sementes de C. leptophloeos (Mart.) Gillett, na Estação Ecológica – Seridó, Serra 
Negra do Norte, RN. Foram selecionados cinco indivíduos da espécie nativa C. 
leptophloeos espécie nativa, que estava em fenofase de frutificação. Suas sementes 
foram coletadas diretamente do solo, posteriormente obteve-se os dados 
morfométricos das sementes. A distância das sementes em relação à planta mãe foi 
medida através de trena. Os possíveis dispersores foram registrados tanto por câmera 
digital, armadilha fotográfica e armadilha de pegadas, A semente foi caracterizada 
como rígida, rugosa, de coloração preta e com arilo vermelho. As sementes mediram 
em média 1,04 cm de comprimento e desvio padrão de 0,21 cm, largura de 0,55 cm 
e desvio padrão de 0,12 cm, 0,33 cm de espessura e desvio padrão de 0,81 cm. 
Houve uma variação na quantidade média dos frutos dispersos pela distância dos 
raios entre os indivíduos (plantas), sendo à distância de 2 m a que mais se 
encontraram frutos. Provavelmente a dispersão não se dá por anemocoria, a queda 
dos frutos está possivelmente associada à força da gravidade (barocoria). Aves, 
mamíferos de pequeno porte e lagartos foram os visitantes das imburanas 
respectivamente, porém, não encontramos indícios desses animais se alimentando 
dos frutos ou sementes. 
 
 
PALAVRAS-CHAVE: imburana, frutos, fenologia, dispersores. 
 
24 
 
 
TRANSTORNOS CAUSADOS PELA PROLIFERAÇÃO DE 
MACRÓFITAS AQUÁTICAS EM ÁREAS DO ENTORNO DO LAGO 
MOXOTÓ REGIÃO ADJASCENTE DE PAULO AFONSO-BA 
 
Noeme Cabral da Silva Santos¹, Rosilda Alves Magalhães Menezes¹, Eliane Maria de Souza 
Nogueira² 
¹ Discente do Mestrado em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental do Programa de Pós-Graduação em Ecologia Humana-
PPGEcoH, Departamento de Educação Campus VIII Universidade do Estado da Bahia (UNEB). 
² Docente do Programa de Pós-Graduação em Ecologia Humana-PPGEcoH, Departamento de Educação Campus VIII 
Universidade do Estado da Bahia (UNEB). 
Contato: noemi_bio@hotmail.com 
 
Macrófitas aquáticas são plantas que vivem na água, podem ser flutuantes, 
submersas livres ou fixas, possuem um papel ecológico muito importante nos corpos 
de água, mas sua proliferação em reservatórios traz vários transtornos em áreas, 
existentes no seu entorno. O objetivo desse trabalho foi levantar dados sobre os 
transtornos da proliferação dessas plantas aquáticas nas comunidades (Santa Rita, 
Santo Antônio, Canafístula, Volta do Moxotó, no município de Jatobá-PE); São 
Sebastião no município de Delmiro Gouveia-AL; (Prainha Airton Sena, Paulo Afonso–
BA; Torquato no município de Glória-BA). Comunidadesdo entorno do lago Moxotó 
região adjacente de Paulo Afonso – BA, Nordeste do Brasil. Foi realizada revisão 
bibliográfica, aplicação de questionários semiestruturados e registro fotográfico. 
Foram entrevistados 28 atores, 46% mulheres e 54% homens (o critério estabelecido 
foi ser residente na área estudada). Ficou evidente o prejuízo causado pela presença 
dessas plantas aquáticas, nas comunidades estudadas, tanto na saúde como em 
outras atividades uma vez que essa população utiliza a água para consumo humano, 
navegação, pesca e piscicultura. Dos entrevistados 43% apontaram que sofrem de 
distúrbios gastrointestinais, 36% de irritação na pele, e 21% mal estar geral. Atividade 
mais prejudicada 36% afirmam a pesca e navegação, 32% a piscicultura, 18% o banho, 
e 14% a irrigação. Os dados obtidos no levantamento da pesquisa foram suficientes 
para identificar os transtornos causados pela proliferação dessas plantas. O 
enriquecimento com a matéria orgânica nas águas da área estudada permite um 
aumento desordenado de macrófitas, com reflexo negativo nas comunidades 
ribeirinhas. 
 
 
PALAVRAS-CHAVE: Comunidades, Impactos, saúde, atividades. 
 
25 
 
 
PLANTAS MEDICINAIS COMERCIALIZADAS NA FEIRA CENTRAL 
DE CAMPINA GRANDE – PB 
 
Alfredo Rosas de Lima Júnior¹, Adelma Silva Nascimento1, Ana Carolina Bezerra¹, 
Roberta Leal Aguiar¹, Oliveiros de Oliveira Freire1, Camila Firmino de Azevedo². 
1 Graduandos em Agroecologia, Departamento de Agroecologia e Agropecuária, Universidade Estadual da 
Paraíba; 2 Bióloga, Doutora em Agronomia, Professora do Departamento de Agroecologia e Agropecuária, 
Universidade Estadual da Paraíba 
 
O uso de plantas no tratamento e na cura de enfermidades é tão antigo quanto à 
espécie humana. Ainda hoje nas regiões mais pobres do país e até mesmo nas grandes 
cidades brasileiras, as plantas medicinais são comercializadas em feiras livres e 
mercados populares. Diante do exposto, sentiu-se a necessidade de se fazer um 
estudo para identificar as plantas medicinais mais comercializadas na feira central 
de Campina Grande-PB, destacando a parte vegetal vendida, bem como o nome 
científico e o popular. A pesquisa foi conduzida a partir de entrevistas com 9 
comerciantes de plantas medicinais da feira central, localizada no centro de 
Campina Grande-PB. As entrevistas foram realizadas utilizando-se um questionário 
semiestruturado. Inicialmente foi feito um levantamento, onde, foi perguntado para 
os comerciantes quais as espécies que estavam disponíveis para comercialização, e 
em seguida os comerciantes foram questionados sobre quais eram as plantas mais 
comercializadas e qual a parte vegetal mais utilizada. Os vendedores citaram 20 
espécies de plantas, conhecidas pelos nomes populares e utilizada pela população 
como medicinais. Destas, 10 foram mencionadas por todos os entrevistados, sendo 
elas: alecrim (Rosmarinus officinalis L.), aroeira (Myracrodruom), arruda (Ruta 
graveolens), boldo (Peumus boldus), colônia (Alpinia zerumbet), eucalipto 
(Eucalypto globulus), hortelã miúda (Mentha crispa), hortelã graúda (Plectranthus 
ambotricus), manjericão (Ocimum sp) e mastruz (Chenopodium ambrosioides), sendo 
as folhas a parte da planta mais utilizada por parte da população. Dentre as 10 
espécies mais comercializadas na feira central de Campina Grande, destaca-se o 
alecrim, com 100% e a arruda, com 90%. A parte mais utilizada da maioria das plantas 
são as folhas, com exceção da aroeira que são utilizadas as cascas. 
 
 
PALAVRAS-CHAVE: Etnobotânica, etnofarmacologia, identificação, 
comercialização. 
 
26 
 
 
VALIDAÇÃO FARMACOLÓGICA DA ATIVIDADE ANTI-
INFLAMATÓRIA DE HYPTIS MARTIUSII BENTH EM PESQUISA 
ETNODIRECIONADA 
 
Luiz Jardelino de Lacerda Neto1, Andreza Guedes Barbosa Ramos2,Cícera Datiane 
de Morais Oliveira2 , Irwin Rose Alencar Menezes1,2 
1Programa de Pós-Graduação em Etnobiologia e Conservação da Natureza, Universidade Federal Rural de 
Pernambuco (UFRPE), 2Laboratório de Farmacologia e Química Molecular – LFQM, Universidade Regional do 
Cariri (URCA), 
Contato: luizjardelino@gmail.com 
 
A distribuição do gênero Hyptis abrange quase todo o continente americano, 
apresentando aproximadamente 400 espécies. Várias espécies deste gênero 
apresentam alto valor econômico e grande importância farmacológica, sendo 
comumente utilizadas com fim medicinal. No nordeste brasileiro facilmente 
encontra-se a espécie Hyptis martiusii, um arbusto popularmente conhecido por 
“cidreira brava” ou “cidreira do mato” que é tradicionalmente utilizada no 
tratamento de doenças gastrointestinais, atividade antimicrobiana, antitumoral, 
citotóxica e inseticida. A etnofarmacologia fornece evidências sobre o potencial 
terapêuticos de substâncias que podem ser úteis no desenvolvimento de novos 
fármacos. Dentre os recursos utilizados, a validação científica baseada em 
observações feitas por populares contribui para o desenvolvimento de diversas áreas 
como química, bioquímica, botânica, farmacologia e antropologia. Assim a pesquisa 
de uma atividadefarmacológica deve validar ou refutar o conhecimento 
etnofarmacológico, fornecendo novos dados para estudos posteriores. A atividade 
anti-inflamatória sistêmica foi avaliada pelo ensaio de edema de pata induzido por 
carragenina, peritonite, extravasamento vascular e dosagem da mieloperoxidase. No 
ensaio de edema de pata induzido por carragenina, o óleo essencial de Hyptis 
martiusii (OEHM) foi capaz de reduzir significativamente o processo edematogênico 
ocasionado pela carragenina, sendo a dose de 100mg/kg a mais efetiva na redução 
do edema. No modelo de peritonite, o OEHM foi capaz de reduzir o influxo de 
leucócitos totais e neutrófilos para cavidade peritoneal, sendo efetivo também na 
redução da permeabilidade vascular, evidenciando assim uma atividade anti-
inflamatória promovida pelo OEHM, atividade essa que está associada ao tratamento 
de doenças gastrointestinais, corroborando com o conhecimento etnofarmacológico. 
 
 
PALAVRAS-CHAVE: Hyptis martiusii, atividade anti-inflamatória, óleo essencial, 
etnofarmacologia. 
 
27 
 
 
INVESTIGAÇÃO ETNOFARMACOLÓGICA DOS DIFERENTES 
USOS DA ESPÉCIE Annona muricata Linnaeus. (GRAVIOLA): 
ESTUDO COMPARATIVO NA BIORREGIÃO DO ARARIPE 
 
Marta Regina Kerntopf1, Elizângela Beneval Bento1, Izabel Cristina Santiago Lemos1, 
Cristina Kelly de Souza Rodrigues1, Álefe Brito Monteiro1, Irwin Alencar Rose de 
Menezes1. 
1Programa de Pós-Graduação em Bioprospecção Molecular (PPBM), Universidade Regional do Cariri (URCA). 
Contato: martareginakerntopfm@outlook.com 
 
O uso de plantas medicinais na profilaxia e tratamento de diversos tipos de doenças 
é tradicional em todos os momentos históricos da cultura humana. Na Chapada do 
Araripe, raizeiros relatam que fazem uso de aplicações medicinais de diferentes 
espécies, entre elas a Annona muricata L., ou graviola. Dessa maneira, objetivou-se 
realizar uma investigação dos usos etnofarmacológicos da espécie em três Municípios 
da Biorregião do Araripe. Empregou-se um estudo randomizado, desenvolvido na área 
rural dos municípios de Crato-CE e Santana do Cariri-CE, e Exu-PE. A amostra esteve 
representada por 41 informantes que atribuíram valor de uso medicinal para a 
espécie, sendo realizadas entrevistas semi-estruturadas. A análise dos dados ocorreu 
através da estatística descritiva (frequência simples e percentual). Foi ainda 
empregado o Fidelity Level (FL) – Nível de fidelidade e a Relative Frequency of 
Citation (RFC) – Frequência relativa de citação. Entre as indicações medicinais mais 
relatadas estão o câncer e as afecções respiratórias (gripe), apresentando para o 
município de Crato-CE FL de 10,0% e 30,0%, respectivamente. Para o município de 
Santana do Cariri–CE esse foi 6,25% e 31,25%, respectivamente. Para a localidade de 
Exu-PE, o mesmo foi de 60,0% e 80,0%, respectivamente. O uso para processos 
inflamatórios esteve presente em 15,0% e 6,25% para Crato-CE e Santana do Cariri-
CE, respectivamente. O uso para dor e reumatismo foi citado em Crato-CE, 
apresentando FL de 20,0% e 15,0%, respectivamente. Acredita-se que o 
conhecimento etnofarmacológico sobre a referida espécie é relevante e promissor 
para subsidiar pesquisas com vistas a explorar o potencial biológico desta planta. 
 
 
PALAVRAS-CHAVE: Etnofarmacologia, Medicina Tradicional, Annona muricata L., 
Biodiversidade. 
 
28 
 
 
USO DE PLANTAS MEDICINAIS POR LÍDERES DO 
CANDOMBLÉ: UM RESGATE DE SABERES DA MEDICINA 
TRADICIONAL 
 
Marta Regina Kerntopf1, Camila Esmeraldo Paz2, Irwin Rose Alencar de Menezes1, 
Izabel Cristina Santiago Lemos1, Maria Cristina Melo Borges1, George Pimentel 
Fernandes1, 
1Programa de Pós-Graduação em Bioprospecção Molecular (PPBM), Universidade Regional do Cariri (URCA). 
2Secretaria Municipal de Saúde de Assaré. 
Contato: martareginakerntopfm@outlook.com 
 
A medicina popular denota uma constante vinculação com os credos religiosos. No 
Brasil, ainda são raras as pesquisas que avaliam o grau de utilização das plantas como 
medicamentos e sua inserção no âmbito religioso. Esta pesquisa tem como 
finalidades estudar o uso de plantas medicinais pelos integrantes do candomblé, 
identificando as plantas utilizadas com maior frequência e as patologias 
costumeiramente tratadas. Foram entrevistadas 25 pessoas entre eles “pais” e 
“mães” de santo e “mães” das folhas. A pesquisa é descritivo-exploratória, de 
abordagem qualitativa. Como instrumento de coleta de dados utilizou-se a entrevista 
semi-estruturada. A análise dos dados formulou-se através de um estudo temático 
dos discursos obtidos. Realizaram-se transcrições pormenorizadas das falas gravadas 
e em seguida, os dados foram agrupados com a técnica de organização de dados 
denominada análise categorial, sendo processada a partir de um desmembramento 
do texto em unidades de categorias. Em relação às plantas conhecidas pelos 
entrevistados foram citadas 29. Entre elas, Colônia – Alpinia speciosa Schum - (84%), 
Aroeira - Schinus terebinthifolius Raddi - (68%) e Malva do Reino - Malva sylvestris 
Linn - (60%). Para os entrevistados a utilização de plantas medicinais visa à promoção 
da saúde, a prevenção e o tratamento de doenças e de agravos diversos, tais como: 
cefaleia, resfriado comum, problemas gástricos, renais e intestinais, hipertensão, 
inflamações de um modo geral e vertigem. Observou-se que o uso de plantas 
medicinais por líderes do candomblé significa uma renovação de tradições milenares 
e uma expressão de resistência cultural, representando ainda uma relevante 
intervenção em saúde. 
 
 
PALAVRAS-CHAVE: Etnofarmacologia, Medicina Tradicional, Religião, Cultura. 
 
29 
 
 
USO DE PROSOPIS JULIFLORA (Sw.) DC. (Fabaceae) EM UMA 
COMUNIDADE RURAL NO MUNICÍPIO DE SÃO JOÃO DO CARIRI, 
PARAÍBA 
 
Maiara Bezerra Ramos1; Humberto Araújo de Almeida1; Sérgio de Faria Lopes3; 
Fernanda Maria Pinto Araújo1; Raynner Rilke Duarte Barbosa2 
¹Graduandos em Licenciatura Plena em Ciências Biológicas, UEPB; ²Doutor em Ciências Biológicas, Área de 
Concentração Zoologia - UFPB; ³Professor Doutor do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação, 
UEPB 
Contato: maiarabramos@hotmail.com 
 
Prosopis juliflora (Sw.) DC. (algaroba) foi introduzida no nordeste brasileiro com a 
intenção de produzir forragem durante o período de estiagem. Entretanto, essa 
espécie tornou-se invasora devido a sua alta capacidade de exploração de recursos 
e por ser melhor competidora frente às espécies nativas. Devido à alta abundância 
da algaroba no cariri paraibano, o presente estudo buscou conhecer os valores de 
uso de P. juliflora, atribuídos pelos moradores de uma comunidade rural. O estudo 
foi realizado no sítio Sacramento do município de São João do Cariri-PB. Foram 
entrevistados 20 moradores, através de uma conversa informal na qual discutiu-se os 
benefícios e malefícios da algaroba. Os entrevistados enfatizaram a interferência da 
algaroba nas práticas agrícolas, citaram a drenagem da água do subsolo e de 
reservatórios. Acreditam também que Prosopis juliflora elimina as plantas nativas, 
além de danificar construções com suas raízes. Entretanto, também foram atribuídos 
diversos usos, tais como forrageiro; uso energético, como produção de carvão e 
lenha; além de ser usada na construção, e na elaboração de cercas. É importante 
ressaltar que devido à alta abundância, P. juliflora passou a ser mais utilizada que 
outras espécies na região (hipótese aparente) diminuindo, assim, a exploração das 
espécies nativas. A exploração da algaroba movimenta uma cadeia econômica desde 
a sua extração até a comercialização. Apesar de terem sido apontados diversos 
malefícios da espécie para a região, a sua presença possibilita uma importante 
alternativa de forrageio animal durante o período de estiagem, o que afeta 
diretamente a economia local. 
 
 
PALAVRAS-CHAVE: Algaroba; caririparaibano; uso forrageiro; hipótese aparente 
 
30 
 
 
INFLUÊNCIA DA EXPLORAÇÃO DE PRODUTOS FORRAGEIROS 
NA COMUNIDADE ARBÓREA DE UM TRECHO DE MATA CILIAR 
NA BACIA DO RIO TAPEROÁ, SÃO JOÃO DO CARIRI, PB, 
BRASIL 
 
Humberto Araújo de Almeida; Maiara Bezerra Ramos; Sérgio de Faria Lopes; 
Fernanda Maria Pinto de Araújo; Raynner Rilque Duarte Barbosa 
¹Graduandos em Licenciatura Plena em Ciências Biológicas, UEPB; ²Doutor em Ciências Biológicas, Área de 
Concentração Zoologia - UFPB; ³Professor Doutor do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação, 
UEPB 
Contato: humbertoalmeida4@gmail.com 
 
Atualmente existem poucos estudos etnobotânicos realizados em matas ciliares 
principalmente na Caatinga. O estudo objetivou fazer um levantamento das espécies 
arbóreas da mata ciliar da bacia do rio Taperoá que são exploradas para alimentação 
animal, objetiva também fazer um comparativo entre a influência desse uso e a 
diminuição da riqueza de espécies na comunidade arbórea. O estudo foi realizado na 
comunidade Curral do Meio no município de São João do Cariri-PB. A coleta de dados 
foi realizada por meio de um questionário semiestruturado contendo 20 questões, no 
total foram entrevistados 30 pessoas. Foram citadas nove espécies, sendo apenas 
três empregadas atualmente para fim forrageiro As partes das plantas utilizadas 
como forragem são os frutos e as folhas. Entre todas as espécies citadas, Inga sp 
(ingazeira), Prosopis juliflora (algaroba) Ziziphus joazeiro (juazeiro) e Cynophalla 
flexuosa (feijão-bravo) foram citadas por todos moradores. Antes da implantação da 
energia elétrica, dos sistemas de irrigação, e da aquisição de produtos forrageiros 
exóticos para o cultivo, as espécies nativas eram largamente utilizadas durante o 
período de estiagem, para alimentação de caprinos, ovinos e bovinos. Atualmente 
essas espécies vegetais são utilizadas em pequenas escalas devido a introdução de 
tecnologias para a produção de alimentos para os animais. A exploração destas 
espécies podem ter ocasionado a diminuição de algumas populações citadas, visto 
que segundo os entrevistados, algumas dessas espécies são difíceis de ser 
encontradas. 
 
 
PALAVRAS-CHAVE: Prosopis juliflora; Inga sp; rio Taperoá; uso forrageiro 
 
31 
 
 
LEVANTAMENTO DE SEMENTES ENCONTRADAS NA 
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI, CAMPUS HERÓIS 
DO JENIPAPO 
 
Narielle Ibiapina Reinaldo¹, Táyna Tamiris Conrrado Correia¹, Rafael Bruno Ribeiro 
Melo¹, Juliana dos Santos Ibiapina¹, Fabíola da Silva Santos1, Maria Pessoa da 
Silva². 
1Graduandos em Ciências Biológicas/ UESPI – Campo Maior – PI./ 2Departamento de Ciências 
Biológicas/ Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente, Universidade Estadual do Piauí (UESPI). 
Contato: narielle.ibiapina.17@gmail.com 
 
O Campus Heróis do Jenipapo, situada na cidade de Campo Maior – PI (04º 49’ 40” S 
e 42º 10’ 07’’ W), distante 84 km da capital, apresenta uma vasta diversidade da 
vegetação do Bioma Cerrado. Objetivou-se identificar sementes presentes no 
Campus a fim de conhecer os usos oferecidos por estas ao homem. Realizou-se no 
período de agosto à dezembro de 2013, turnê guiada para coleta de dados referentes 
ao uso das sementes e aplicou-se entrevista semiestruturada a 20 acadêmicos dos 
diversos cursos. As sementes foram coletadas diretamente da planta e no solo. Após 
serem colhidas, foram separadas e identificadas de acordo com suas espécies através 
de uma lista livre contendo as informações necessárias para sua identificação. Foram 
coletadas 09 espécies de plantas: Leucaena leucocephala (Lam) de Wit (Leucena) 
com 4.603 amostras; Adenanthera pavonina L. (Brasileirinho) com 869; 
Handroanthus serratifolia (Vahl) S. Grose (Ipê amarelo) com 720; Acacia 
pseudonigrescens Brenan & J. H. Ross (Acácia), com 418; Enterolobium 
contortisiliquem (Vell). Morong (Tamboril), com 230; Copernícia prunífera (Mill.) 
H.E. Moore (carnaúba) com 142 amostras; Anacardium occidentale L. (cajueiro) com 
10 amostras e Paulinia elegans Cambess. (Mata-fome), com 18 amostras, totalizando 
7.010 sementes. Dentre as espécies 57% são nativas. Oito espécies foram alocadas 
em três categorias de uso: medicinal (5sp), alimentação animal (4sp) e alimentícia 
humana (1sp). Constatou-se que 50% dos entrevistados conhecem as espécies 
botânicas com respectivos usos na categoria animal, 40% para categoria medicinal e 
10% para alimentícia humana. Evidenciou-se que foram poucas, as indicações de usos 
para as espécies coletadas. 
 
 
PALAVRAS-CHAVE: Conhecimento acadêmico, usos de sementes, etnobotânica 
 
32 
 
 
SABERES ETNOBOTÂNICOS DE SEMENTES ENCONTRADAS NO 
BAIRRO SÃO LUÍS, CAMPO MAIOR – PI 
 
Antonia Leidna Silva Brito1, Erika Maria Visgueira1, Fabíola da Silva Santos1, Laís 
Lorrane dos Santos Pereira1, Larissa Raylâne Pereira Vieira1, Sâmia Caroline Melo 
Araújo1, Maria Pessoa da Silva2. 
1Graduandos em Ciências Biológicas/ UESPI – Campo Maior – PI./ 2Departamento de Ciências 
Biológicas/ Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente 
 
O município do Campo Maior (04º 49’ 40” S e 42º 10’ 07” W) localizado no Estado do 
Piauí, contempla uma área de transição entre Caatinga e Cerrado com predominância 
de Cerrado. Objetivou-se classificar o conhecimento entre os informantes em nível 
de gênero e as espécies de sementes no bairro São Luís. De agosto à dezembro de 
2013, utilizou-se diário de campo e entrevistadas semiestruturadas com diferentes 
gêneros. As sementes foram: tamboril (Enterolobium contortisiliquum Vell. Morong), 
jucá (Libidibia ferrea (Mart.) L.P. Queiroz), angico-branco (Anadenanthera colubrina 
(Vell.) Brenan), angico-preto (Piptademia macrocarpa Benth), neen (Azadirachta 
indica A. Juss), Falso-pau-brasil (Caesalpinia echinata Lam.), pingo-de-ouro (Duranta 
repens L.), ipê-roxo (Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Mattos.), 
castanhola (Terminalia catappa Linn) e leucena (Leucaena leucocephala Lam. R. de 
Wit). Foram 18 entrevistados, 50% para ambos os gêneros. Observou-se que o maior 
conhecimento sobre o uso de sementes foi do gênero feminino. Para a semente de 
jucá (L. ferrea), tamboril (E. contortisiliquum), angico-branco (A. colubrina), 
angico-preto (P. macrocarpa) e ipê-roxo (H. impetiginosus) os usos relatados foram 
medicinal e forrageiro; neen (A. indica) plantação; para o falso-pau-brasil (C. 
echinata) os usos constituíram decoração, brincadeiras e corante; pingo de ouro (D. 
repens) para atividades artesanais; castanhola (T. catappa) uso como forrageira, 
alimentícia e medicinal. Com relação às sementes de leucena (L. leucocephala) não 
foram indicadas nenhum uso. Percebe-se, portanto, que entre homens e mulheres os 
saberes mostram-se diferenciados. Alguns entrevistados relataram que muitos 
conhecimentos que possuem sobre o uso de sementes, foram adquiridos com os pais 
e outros parentes. 
 
 
PALAVRAS-CHAVE: Conhecimento popular, gênero, diário de campo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
 
COMPARANDO O USO DA FLORA ENTRE POPULAÇÕES 
HUMANAS NA CAATINGA E NA MATA ATLÂNTICA, RIO 
GRANDE DO NORTE, NORDESTE DO BRASIL 
 
Denise de Freitas Torres1, Eduardo Silva de Oliveira1, Alexandre Vasconcellos2, 
Rômulo Romeu Nóbrega Alves3, Jomar Gomes Jardim4 
1Instituto do Conhecimento e Ciências Aplicadas, ICPA/IDEMA, 2Departamento de Sistemática e Ecologia, UFPB, 
3Departamento de Biologia, UEPB, 4Departamento de Botânica, Ecologia e Zoologia, UFRN 
Contato: denise_eco@yahoo.com.br 
 
O uso dos recursos vegetais pode ser influenciado pela disponibilidade ambiental e 
até pelo interesse pessoal por recursos específicos. Este estudo comparou o uso de 
plantas entre duas comunidades localizadas em ambientes distintos (Caatinga e Mata 
Atlântica), objetivando identificar, através de testes estatísticos, as similaridades e 
os principais fatores que influenciam

Outros materiais