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1 COMISSÃO ORGANIZADORA COORDENAÇÃO GERAL Dr. Rômulo Romeu da Nóbrega Alves - Presidente Dra. Thelma Lúcia Pereira Dias - Vice-Presidente Dr. José da Silva Mourão - Secretário SUBCOMISSÕES Subcomissão para Inscrições Dr. Gindomar Gomes Santana e Dr. Raynner Rilke Duarte Barboza Subcomissão para Resumos Dr. José da Silva Mourão e Dr. Wedson de Medeiros Silva Souto Subcomissão de Divulgação Dr. Rômulo Romeu da Nóbrega Alves, Dra. Thelma Lúcia Pereira Dias, Dr. José da Silva Mourão, Dr. Wedson de Medeiros Silva Souto, MSc. Ronnie Enderson M. C. C. Oliveira Subcomissão de padronização visual e webdesign MSc. Ronnie Enderson M. C. C. Oliveira e Dr. Wedson de Medeiros Silva Souto Subcomissão de Infra-estrutura e logística Dr. Rômulo Romeu da Nóbrega Alves, Dra. Thelma Lúcia Pereira Dias e Dr. José da Silva Mourão Subcomissão de Credenciamento/Monitores e Recursos humanos MSc. Ellori Laíse Silva Mota MSc. Macelly Correia Medeiros Heliene Mota Pereira Iamara S. Policarpo Laís da Silva Barrros Bruna Monielly C. Araújo Márcia Fabíola da Silva Medeiros Macilene P. de Araújo Wallisson Sylas L. de Oliveira Alexsandro Batista Bartolomeu Demmya Haryssam Menezes Melo Renata Patrícia Fablício da Silva Wilma Izabelly Ananias Gomes Carlinda Railly Ferreira Medeiros Bruna Cariline ferreira de melo Monalisa dos Santos Olímpio Silvia Yasmin Lustosa Costa Subcomissão para Certificados Dra. Thelma Lúcia Pereira Dias Júlio Cézar Pôrto MSc. Ellori Laíse Silva Mota MSc. Lívia Emanuelle T. Mendonça RESUMOS EXTINÇÃO LOCAL PELA PESCA ARTESANAL? O CASO DO CAÇÃO-ESPARDATE (Pristis pectinata Latham, 1794) NO SUL DA BAHIA Márcio Luiz Vargas Barbosa Filho1, Eraldo Medeiros Costa Neto2 1Programa de Pós-Graduação em Zoologia, Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), 2Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Estadual de Feira de Santana Contato: titobiomar@hotmail.com Os espardates (Pristiformes: Pristidae) são raias facilmente reconhecíveis por apresentarem uma lâmina rostral que chega a 1,4 metros de comprimento na qual estão inseridos dentículos dérmicos que tornam a espécie altamente susceptível à pesca acidental por redes de emalhe. Somando-se à degradação dos ambientes onde habitam e uma baixa taxa intrínseca de incremento populacional, a pressão pesqueira ameaça criticamente este grupo de peixes de extinção. Desse modo, o presente trabalho enfocou os conhecimentos de pescadores do sul da Bahia em relação às capturas de P. pectinata com o objetivo de diagnosticar preliminarmente a situação da população local desta espécie na região. Assim, entrevistas semiestruturadas e visualmente estimuladas pela foto de um exemplar foram aplicadas a 65 pescadores de Ilhéus, Una e Canavieiras, sendo que os dados foram posteriormente analisados por meio de técnicas da estatística descritiva. A análise dos conhecimentos dos informantes aponta para um possível caso de shifting baseline syndrome na pesca da espécie, uma vez que os entrevistados mais novos (n=46; µ=42,7 anos) apenas viram ou escutaram estórias envolvendo o cação-espardate e os pescadores mais antigos (n=19; µ=60,6 anos) relataram capturas cada vez mais raras e de exemplares cada vez menores nas últimas sete décadas. Segundo estes depoimentos, em Canavieiras as capturas cessaram há 30 anos e em Ilhéus há 20 anos, com um único relato não comprovado de captura há 15 anos. Assim, é bastante plausível que, de fato, a população local de P. pectinata esteja ecologicamente extinta da área de estudo. Apoio: CNPQ PALAVRAS-CHAVE: Conhecimento ecológico local, elasmobrânquios, Pristidae, peixe-serra. 1 O SISTEMA DE PRODUÇÃO E O PERFIL SOCIOECONÔMICO DOS PESCADORES DA ASSOCIAÇÃO DA BARRAGEM DE BOCAINA/PIAUÍ, BRASIL Otávia Caracas Câmara1, Francisca Maria Cosme de Carvalho Barbosa1, Carla Dlijanne Fortes Silva Macêdo¹, Maria Gracelia Paiva Nascimento1, Maria Sandra Carneiro Barreto Campello², Roseli Farias Melo de Barros3. 1Universidad Federal de Piauí (UFPI), Campus Petrônio Portella, Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente; Mestre em Produção Animal; 3UFPI, Departamento de Biologia, Mestrado e Doutorado em Desenvolvimento e Meio Ambiente. Contato: otavia.caracas@hotmail.com. Estudos Etnoecológicos mostram que comunidades locais que dependem da pesca ou a utilizam como complementação da renda familiar, adquirem conhecimento pelo contato direto com o meio. A piscicultura utiliza três tipos de produção: subsistência, artesanal e industrial, a primeira destina-se ao consumo próprio, às demais têm caráter comercial. A barragem é uma importante fonte de renda para o município de Bocaina/PI. Objetivou-se caracterizar o sistema de produção e o perfil socioeconômico da Associação dos Pescadores da Barragem de Bocaina/PI. Pressupomos que há uma subutilização da capacidade produtiva da barragem. Coletamos dados entre os meses de maio a julho de 2013 com entrevistas utilizamos formulários com 27 pescadores da associação, realizamos observações diretas para identificação do sistema de produção. Os associados são do gênero masculino entre 30 e 59 anos; 70% são semialfabetizados; moram em casas sem saneamento, com energia elétrica e água fornecida por poço e 20% vivem da comercialização do pescado. Não é utiliza a estrutura instalada pela CODESVASF/MI para industrialização, sendo esta 100% artesanal. Da produção anual apenas 40% é em tanques flutuantes na barragem. A água é utilizada para atividades como lavagem de roupa e limpeza do peixe,sem tratamento da água utilizada. O estudo do perfil socioeconômico dos pescadores e do sistema de produção da associação mostra um elevado índice de não escolarizados. A produção anual é baixa em relação ao potencial hídrico. Isso se deve ao sistema produtivo artesanal e a pesca ser uma atividade secundária. PALAVRAS-CHAVE: Pesca artesanal, pesqueira, etnoecologia, barragem. 2 A MULHER E O ASSOCIATIVISMO NA PRODUÇÃO DE PEIXE: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA SOCIOECONOMIA NO NORDESTE BRASILEIRO Rosilda Alves Magalhães Menezes¹ Tâmara de Almeida e Silva2 Noeme Cabral da Silva Santos¹ ¹Mestranda de Ecologia Humana e Gestão Socioambiental, Programa de Pós- Graduação em Ecologia Humana- PPGEcoH, Departamento de Educação Campus VIII Universidade do Estado da Bahia (UNEB), ²Docente do Programa de Pós- Graduação em Ecologia Humana-PPGEcoH, Departamento de Educação Campus VIII Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Contato:Rosilda_magalhaes@hotmail.com O município de Jatobá, localizado às margens do rio São Francisco no semiárido pernambucano do Nordeste brasileiro, apresenta um relevante potencial para o cultivo de peixe, fato esse que leva a possuir em seu entorno várias associações de cultivos de tilápia (Oreochromis sp.), das quais participam a mão - de - obra feminina. Assim, o objetivo desta pesquisa foi analisar a participação da mulher em Associação de Piscicultura. Nesta perspectiva, desmitificar a sua invisibilidade, a partir da mão-de-obra, forma de manejo, produção, renda familiar, valores associativos, conhecimento, saberes femininos, percepção ambiental, sobretudo das relações etnoecológicas. Foram entrevistadas 43 mulheres de 8 associações através do uso de formulários semiestruturados. Os resultados mostraram que 100% das associações cultivam apenas tilápia (Oreochromis sp.), onde 62,5% dos espaços das associações são próprios, todavia, a propriedade do terreno de localização das associações está restrita a apenas 12,5%, 100%das associações de Piscicultura têm infraestrutura com galpão de armazenamento, da principal atividade de manejo o arraçoamento equivale a 64%,100% das mulheres compreenderam a sua relação positiva com o rio, a produção de peixe é em média de 13,68 ton./mês e renda média mensal de R$ 73.719,00, que é rateada entre as sócias, resultando numa renda mensal média de 1.714,000. As mulheres entrevistadas, além de querer mostrar a sua visibilidade feminina, estão também preocupadas com o meio ambiente, uma vez que o manejo na produção de peixe é delicado e almejam que essa atividade seja produtiva e sustentável. Apoio: FAPESB. PALAVRAS-CHAVE: Gênero, economia, recurso natural, etnoecologia. 3 INTERAÇÃO DE TARTARUGAS MARINHAS COM A PESCA DE ARRASTO DE FUNDO DE CAMARÃO NO MUNICÍPIO DE UBATUBA-SP Moyra Mariano Nogueira1, Rômulo Romeu Nóbrega Alves2 1 Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente na Universidade Federal da Paraíba, 2 Departamento de Biologia, Universidade Estadual da Paraíba,Av. das Baraúnas, 351/Campus Universitário, Bodocongó, 58109-753 Campina Grande, Paraíba, Brasil Contato: moyramariano@gmail.com Há cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil, todas presentes na Lista Vermelha da IUCN. O estudo da interação de populações humanas costeiras com estes quelônios pode fornecer dados importantes para estratégias de conservação. Assim, objetivando conhecer melhor o uso e a captura acidental de tartarugas marinhas, foram entrevistados pescadores que trabalham no arrasto de camarão em Ubatuba-SP. O questionário tratava da captura acidental, utilização de TEDs (dispositivo que permite a saída da tartaruga da rede de arrasto) e sobre o conhecimento local e usos de tartarugas marinhas. Foram entrevistados 17 pescadores no ano de 2012, na Barra dos Pescadores, e outros 15 se negaram a responder a entrevista. A espécie mais mencionada foi a Chelonia mydas, chamada de verde, comum ou míuda. Foram citadas ainda a Eretmochelys imbricata, conhecida localmente como tartaruga de pente, a Dermochelys coriacea, como negra, preta ou azeiteira e a Caretta caretta, chamada de tartaruga amarela. A captura acidental foi reportada por 12 pescadores. Apenas duas mortes de tartarugas foram relatadas. Os pescadores conheciam o TED em sua maioria, apesar de 16 deles não necessitarem de seu uso. O único que trabalha numa embarcação da qual o uso do dispositivo é exigido por lei não conhecia o equipamento. Foram registrados usos pretéritos de tartarugas para alimentação e artesanal, em enfeites e como utensílio. Atualmente o uso delas é incomum, cinco pescadores afirmaram ainda haver consumo da carne, sendo este raro e escondido. Dos entrevistados 13 se mostraram favoráveis à proteção das tartarugas marinhas. PALAVRAS-CHAVE: captura acidental, etnozoologia, conhecimento local, TED 4 MELIPONICULTURA NAS COMUNIDADES QUILOMBOLAS DE IPIRANGA E GURUGI, ESTADO DA PARAÍBA: UMA ABORDAGEM ETNOECOLÓGICA Roberta Monique Amâncio de Carvalho1, Celso Feitosa Martins2, José da Silva Mourão3 1 Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente – PRODEMA, Universidade Federal da Paraíba (UFPB), 2 Departamento de Sistemática e Ecologia, Universidade Federal da Paraíba (UFPB), 3 Departamento de Biologia, Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) Contato: robertamonique.a@gmail.com As comunidades quilombolas de Ipiranga e Gurugi, localizadas na Zona da Mata Sul Paraibana, possuem histórias que se entrecruzam ao longo dos tempos. Situadas lado a lado, essas comunidades praticam a meliponicultura desde as antigas gerações, fazendo parte do cotidiano das famílias e sendo transmitida intergeracionalmente. Tal atividade fornece a essas comunidades um elaborado conhecimento ecológico, baseado nas abelhas, na flora melífera e nas técnicas de manejo utilizadas. Para o estudo do conhecimento ecológico e de como este é compartilhado entre as duas comunidades foi utilizado o método da observação participante juntamente à realização de entrevistas não estruturadas e semi-estruturadas. Para registrar os saberes relacionados à meliponicultura exercida antigamente pelos moradores foi empregado o método da história oral. Os resultados demonstram que no total os meliponicultores conhecem uma riqueza de doze categorias de abelhas sem ferrão (Apidae: Meliponini), suas técnicas de manejo são representadas pela feitura do cortiço e a flora melífera é composta de espécies predominantes da Mata Atlântica. A partir do registro da memória dos indivíduos foi percebido que um intricado sistema de crenças permeia a criação de abelha uruçu boca-de-renda (Melipona scutellaris) desde gerações passadas. Visto isso, a criação de meliponíneos nas comunidades quilombolas estudadas é compreendida como uma atividade de caráter tradicional, que se encontra envolvida numa rede de conhecimentos ecológicos construídos pelas diferentes gerações ao longo do tempo, e que vêm passando por um processo de transformações e ressignificações dos saberes como pode ser visto principalmente nas práticas dos mais jovens. Apoio: CNPq PALAVRAS-CHAVE: Abelhas sem ferrão, comunidades remanescentes de quilombos, etnoecologia, uruçu boca-de-renda. 5 DIMENSÃO SIMBÓLICA DA CRIAÇÃO DE ABELHAS SEM FERRÃO EM COMUNIDADES QUILOMBOLAS DA ZONA DA MATA SUL PARAIBANA Roberta Monique Amâncio de Carvalho1 1 Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente – PRODEMA, Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Contato: robertamonique.a@gmail.com A sabedoria tradicional pode ser compreendida enquanto um todo complexo estabelecido na inter-relação entre corpus (conjunto de conhecimentos e percepções), praxis (práticas produtivas) e kosmos (sistema de representações simbólicas) presente nas sociedades ditas tradicionais. Tendo em vista a importância da dimensão simbólica da ação, ou seja, do kosmos para a interpretação das culturas o presente estudo utiliza-se de uma abordagem etnoecológica e antropológica para discutir os ritos, crenças e mitos que envolvem a meliponicultura nas comunidades quilombolas de Ipiranga e Gurugi, localizadas na Zona da Mata Sul do estado da Paraíba. A partir do método da observação participante, juntamente à realização de entrevistas não estruturadas e semi-estruturadas com os meliponicultores percebeu- se que o sistema de crenças envolve especialmente a abelha denominada uruçu boca- de-renda (Melipona scutellaris) a partir de seu manejo tradicional sob a forma de “cortiços”. A criação da uruçu boca-de-renda é permeada por uma simbologia do sagrado, visto que ela é considerada pelos meliponicultores como uma “abelha sagrada” que mantém a prática de “rezar o ofício” todos os sábados e todo o mês de maio. Além disso, os criadores realizam rituais que vão desde a prática de abstinência sexual antes da coleta do mel até o tabu da participação feminina nas atividades, perpassando ainda por crenças que envolvem a morte do meliponicultor. Tais construções simbólicas são aqui compreendidas como instrumentos de aprendizagem e de comunicação entre os integrantes do grupo, no estabelecimento de uma integração social e na construção dos significados culturais da sua visão de mundo. PALAVRAS-CHAVE: Meliponicultura, kosmos, simbologia, crenças, uruçu boca-de- renda. 6 ASPECTOS ALIMENTARES E REPRODUTIVOS DE ANIMAIS SILVESTRES CRIADOS EM CATIVEIRO EM UMA ÁREA DO SEMIÁRIDO PARAIBANO Demmya Haryssam Menezes Melo1, Renata Patrícia Fablicio da Silva2, Mauricélia Macário Alves3, Fernanda Maria Pinto Araújo4, Rômulo Romeu da Nóbrega Alves5. 1 Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, Bolsista de Iniciação Científica, UEPB, 2 Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, UEPB, 3 Mestrado em Ecologiae Conservação, UEPB, 4 Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, UEPB, 5 Departamento de Biologia, Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). Contato: demmya@hotmail.com Os seres humanos desde os tempos remotos estabelecem diversos tipos de relação com a fauna silvestre, de harmônicas a conflituosas. Dentre as interações, a utilização de animais silvestres como pets é uma das mais comuns e relevantes. Visando buscar informações sobre a dieta e a reprodução desses animais silvestres criados em cativeiro, este trabalho está sendo realizado no município de Santa Luzia – PB em algumas comunidades. Nossos dados preliminares são baseados em informações obtidas através de entrevistas livres e questionários aplicados a moradores locais. Foram visitadas 643 residências da cidade pesquisada, sendo que em 46 delas foram registrados animais silvestres criados como pets. Foram citadas 36 espécies diferentes pertencentes aos seguintes grupos taxonômicos: aves, repteis e mamíferos. A maior parte das espécies eram aves (33 espécies citadas), com destaque para o golado (nº de citações 17), galo de campina (nº de citações 16) e o concriz (nº de citações 9). Em relação à preferência alimentar, os criadores alimentam esses animais principalmente com sementes (nº de citações 25) e ração balanceada (nº de citações 24). Sobre a reprodução desses animais em cativeiro, unanimemente, os criadores não souberam relatar, pois, os animais geralmente são criados solitários nos cativeiros, e não em casais, dificultando o conhecimento sobre este aspecto. Nossos resultados revelam que o uso de animais silvestres como pets é uma prática comum na área pesquisada e que pesquisas etnozoológicas adicionais devem ser realizadas para fornecer subsídios para discussão da temática e alertar sobre a necessidade de conservação desta biodiversidade. Apoio: CNPq PALAVRAS-CHAVE: Utilização da fauna silvestre, Pets, Alimentação, Reprodução 7 CONHECIMENTO TAXONÔMICO DOS PESCADORES ARTESANAIS SOBRE OS ANIMAIS MARINHOS NO NORDESTE DO BRASIL Marcia Freire Pinto1, José da Silva Mourão2, Rômulo Romeu Nóbrega Alves3 1Programa de Pós-Graduação em Etnobiologia e Conservação da Natureza, Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), 2,3Departamento de Biologia, UEPB, 3Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas (Zoologia), Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Contato: marcia_freirep@yahoo.com.br A fauna marinha encontra-se ameaçada devido a impactos antrópicos como poluição, destruição dos manguezais e dos recifes, pesca predatória, etc. Torna-se de extrema importância identificar os animais marinhos, para que seja possível propor estratégias de conservação. Partindo do pressuposto que os pescadores artesanais possuem amplo conhecimento sobre o ambiente marinho, a presente pesquisa, realizada no litoral do Estado do Ceará (Nordeste do Brasil), objetivou registrar o conhecimento taxonômico dos pescadores sobre a fauna marinha. Durante o ano de 2011, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 12 pescadores artesanais, com mais de 20 anos de pesca. Os pescadores citaram 179 nomes locais de animais com habitat marinho, que correspondem a 329 espécies. Foram citados 156 nomes locais de peixes (292 espécies), 10 crustáceos (11 espécies); 03 moluscos (07 espécies); 05 mamíferos (09 espécies); 03 répteis (04 espécies) e 02 equinodermos (06 espécies). Os critérios de classificação dos animais utilizados pelos pescadores basearam-se na morfologia, no comportamento e no hábitat animal, como também na importância comercial e nas atividades de pesca. De acordo com o modelo berliniano, o sistema de classificação dos pescadores possui cinco níveis hierárquicos, que correspondem ao reino, às formas de vida, aos intermediários, aos genéricos e aos específicos. A identificação dos animais, na maioria dos casos, foi composta por nomes genéricos monotípicos. O conhecimento dos pescadores sobre os animais marinhos é de grande importância para a realização de futuros estudos em Zoologia e para a elaboração de planos de manejo e gestão dos recursos faunísticos. Apoio: Deutscher Akademischer Austauschdienst (DAAD). PALAVRAS-CHAVE: Etnotaxonomia, conservação, etnozoologia. 8 USO DA FAUNA SILVESTRE POR POPULAÇÕES HUMANAS EM UMA ÁREA DE CAATINGA, NORDESTE DO BRASIL Eduardo Silva de Oliveira1, Denise de Freitas Torres1, Alexandre Vasconcellos2, Rômulo Romeu Nóbrega Alves3 1Instituto do Conhecimento e Ciências Aplicadas, ICPA/IDEMA, 2Departamento de Sistemática e Ecologia, UFPB,3Departamento de Biologia, UEPB Contato: edutopiaeco@yahoo.com.br O uso da fauna continua sendo uma prática fundamental para alguns grupos humanos em todo mundo. Este estudo objetivou investigar se fatores socioeconômicos podem ser preditores de um maior conhecimento sobre as espécies da fauna silvestre utilizadas no semiárido nordestino através de análises estatísticas e ecológicas. O estudo foi conduzido em comunidades rurais de Pedro Avelino/RN. Um total de 30 pessoas foi entrevistado. Estas reconheceram 82 espécies (72 vertebrados e 10 invertebrados). As categorias analisadas foram: alimentar, estimação, medicinal, místico-religioso. Considerou-se também a Multiplicidade de Uso por Informante (MUI), que representa a soma das citações para todas as espécies e para todas as categorias por informante. Os resultados mostraram que idade e renda não influenciaram o conhecimento sobre as espécies úteis. A análise da riqueza de espécies úteis mostrou diferenças significativas entre MUI e idade e MUI e escolaridade. Entretanto, para a MUI, pessoas mais velhas e com menor escolaridade demonstraram um maior conhecimento que os mais jovens e com maior escolaridade, respectivamente. Para a diversidade de espécies citadas, os homens apresentaram um conhecimento maior que as mulheres para a MUI e para a categoria alimentar. Quando a diversidade de espécies foi analisada para os grupos de idade, observou-se que pessoas mais velhas possuíam um conhecimento maior que pessoas mais jovens, para as categorias alimentar, estimação e MUI. Algumas das espécies citadas também constam em listas de espécies ameaçadas. Os resultados mostraram que os fatores socioeconômicos influenciam o uso da fauna e evidenciam que estes dados podem ser úteis em iniciativas conservacionistas. Apoio: CNPq/ICPA/IDEMA. PALAVRAS-CHAVE: Biodiversidade,caça, conservação, etnozoologia 9 CAÇA E USO DA FAUNA CINEGÉTICA POR ESTUDANTES JOVENS E ADULTOS DE ENSINO MÉDIO NO SEMIÁRIDO PARAIBANO: RESULTADOS PRELIMINARES Maria da Guia Oliveira dos Santos1, Ayane Emília Dantas dos Santos1, Mirlâdia Karla de Macedo Dantas1, Wedson Medeiros Silva Souto2, Maria Franco Trindade Medeiros3 1Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, Departamento de Biologia, Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), 2Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas (Zoologia), Universidade Federal da Paraíba (UFPB), 3Departamento de Biologia, UFCG. Contato: oliveira_guia@hotmail.com A fauna do bioma Caatinga é explorada pelos residentes locais de várias formas: uso alimentício, medicinal e criação em cativeiro. Analisando a questão da atividade cinegética, prática popular nesse bioma, desenvolvida de forma predatória oferecendo sérios riscos à fauna, comprometendo seu desenvolvimento e até mesmo levando determinadas espécies à extinção, desenvolvemos um estudo para compreender o atual cenário de ocorrência desta atividade de caça entre estudantes jovens e adultos do ensino médio de uma escola no semiárido paraibano. O objetivo deste trabalho foi registrar a fauna silvestre capturada e/ou comercializada para fins de estimação entre estes estudantes da escola pública do município de Nova Palmeira. A pesquisa foirealizada com estudantes do 1º, 2º e 3º ano médios regulares e uma turma de EJA (n=26) que praticam/praticaram atividade de caça em algum momento da vida, através de entrevistas semiestruturadas auxiliadas por questionário com perguntas abertas e fechadas acerca da atividade cinegética. A maioria dos alunos (77%, n=20) afirmou ter capturado algum animal silvestre com fins de estimação (pets). Apenas 8% (n=2) dos alunos afirmaram ter comercializado animais capturados, especialmente aves silvestres. Identificamos os animais mais capturados para criação em cativeiro: periquito da caatinga (Eupsittula cactorum - Kuhl, 1820) (22%), Psittacidae; golinho (Sporophila albogularis- Spix, 1825) (10%), Thraupidae e azulão (Cyanoloxia brissonii - Lichtenstein, 1823) (10%), Cardinalidae. Percebemos que a atividade cinegética ainda está vivamente presente entre os jovens e adultos sendo preciso uma educação popular de reorientação para a conservação da fauna silvestre da caatinga. PALAVRAS-CHAVE: Caatinga, usos da fauna, etnozoologia, atividade cinegética 10 VOZES DO MANGUE: ASPECTOS QUALI-QUANTITATIVOS DA PESCA ARTESANAL NO ESTURÁRIO DO RIO MAMANGUAPE, PARAÍBA, BRASIL Luana Aires de Souza¹, Josias Henrique Amorim Xavier², Ierecê Maria Lucena Rosa³ 1Curso Bacharelado em Ciências Biológicas, Departamento de Sistemática e Ecologia, Universidade Federal da Paraíba (UFPB); Doutor em Zoologia, Departamento Sistemática e Ecologia, Universidade Federal da Paraíba; Pós-doutor em Conservação Marinha, Departamento Sistemática e Ecologia, Universidade Federal da Paraíba Laboratório de Peixes: Ecologia e Conservação¹,²,3 Contato: luana-ayres@hotmail.com O presente estudo situa a pesca artesanal como porta-voz para confluência de diversas áreas do conhecimento, abordando culturas tradicionais como conjunto de aptidões mentais. Pescadores das comunidades Barra de Mamanguape e Tramataia, situadas no litoral Norte da Paraíba, foram foco da pesquisa. Pescaria e pescado foram caracterizados através de acompanhamentos in loco em 2013. Os principais instrumentos de avaliação foram entrevistas livres (30 indivíduos), observação direta da pesca, registro fotográfico e videográfico. Dentre as pescarias, o arrasto com barco foi a prática mais utilizada, porém, outras artes são comuns, variando de acordo com faixa etária, gênero e experiência do indivíduo. Os pescadores dividem- se por especialidade pesqueira (sauneiros, tainheiros, marisqueiros), onde grupos familiares são especializados em pelo menos uma estratégia. Quanto ao pescado, a sardinha (Opisthonema oglinum) foi a espécie mais relevante, seguida da tainha (Mugil sp.) e do xaréu (Caranx sp.). Caracterizados pela baixa renda e baixa escolaridade, os pescadores admitiram que a pesca não é uma atividade rentável, tampouco é incentivada entre pais e filhos, face ao baixo valor do pescado e à decrescente produção dos últimos anos. A pesca artesanal, no entanto, está intimamente ligada às tradições humanas, constituindo, portanto, cultura imaterial da região, que deve ser preservada. Dessa forma, a incursão de um plano de manejo de gestão participativa é uma alternativa para a melhoria das interações congruentes entre os sistemas biológicos e culturais na área de estudo, assim como pode ser em outras regiões costeiras do Brasil. PALAVRAS-CHAVE: Pescaria, Pescado, Percepção Ambiental, Porta-Voz 11 ARTEFATOS DE PESCA CONFECCIONADOS POR UMA COMUNIDADE DE PESCADORES ARTESANAIS DO DELTA DO RIO PARNAÍBA/PIAUÍ, NORDESTE DO BRASIL Maria Gracelia Paiva Nascimento1*, Carla Dlijanne Fortes Silva Macêdo1, Francisca Maria Cosme de Carvalho Barbosa1, Otávia Caracas Câmara1, Roseli Farias Melo de Barros2 1Universidade Federal do Piauí (UFPI), Campus Petrônio Portella, Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente; 2 UFPI, Departamento de Biologia, Mestrado e Doutorado em Desenvolvimento e Meio Ambiente. Contato: grace.lia@hotmail.com A Etnobotânica parte da necessidade de conceituar o conhecimento, crenças e adaptações desenvolvidas nas diversas sociedades no que se refere à relação homem/ plantas. Dentre as diversas atividades realizadas na APA do Delta do Parnaíba, encontra-se a pesca, geralmente artesanal, realizada por pescadores que por vezes exercem outras atividades econômicas, como o extrativismo vegetal, o artesanato, e a agricultura familiar. A retirada do ambiente de material de forma sustentável e para subsistência como plantas medicinais, combustível, madeira para construção e pesca como fonte de alimento são atividades toleráveis. Objetivou-se realizar um estudo Etnobotânico da comunidade Igaraçu, visando levantar as plantas utilizadas na confecção de artefatos de pesca, visto a escassez de estudos científicos abordando essa temática na região. Foram entrevistados 33 pescadores com idade entre 26 e 75 anos. Na análise qualitativa foram levantados dados etnobotânicos e socioeconômicos da comunidade, através de entrevistas semiestruturadas e estruturadas utilizando previamente o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Para a análise quantitativa, calculou-se o valor de uso. Registrou-se 11 espécies nativas, pertencentes a oito famílias. Quanto ao hábito, 81,82% são árvores. Quanto aos artefatos, canoa obteve (41,67%), remo (25,00%), jiqui (12,50%), landuar e curral (8,33% cada) e choque (4,17%). As espécies que apresentaram maior valor de uso foram Tarenaya spinosa (Jacq.) Raf. e Caryocar coriaceum Wittm. (0,12 cada). O estudo levantou a flora utilizada na confecção de apetrechos de pesca pelos pescadores da comunidade, haja vista que é importante para a geração de conhecimento e preservação dos ecossistemas para as futuras gerações. Apoio: FAPEPI PALAVRAS-CHAVE: Artefato de pesca, Etnobotânica, canoas, Conhecimento tradicional. 12 VERTEBRADOS SILVESTRES UTILIZADOS POR CAÇADORES DO MUNICÍPIO DE FAGUNDES, PB Renata Patrícia Fablicio da Silva¹; Demmya Haryssam Menezes Melo²; Francisco Siqueira da Silva³; Wallisson Sylas Luna de Oliveira4; Maria Fernanda Pinto Araújo5, Rômulo Romeu da Nóbrega Alves6. 1Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, UEPB, Bolsista de Iniciação Científica do CNPq, 2Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, UEPB, Bolsista de Iniciação Científica do CNPq, 3Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, UEPB,4Curso de Licenciatura e Bacharelado em Ciências Biológicas, UEPB, 5Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, UEPB, 6Departamento de Biologia, UEPB. Contato: fablicio_patricia@hotmail.com Desde os tempos mais remotos é notável a relação dos seres humanos com a natureza em especial com a fauna silvestre. Animais são utilizados para diversas finalidades, dentre elas, alimentação, zooterápico, usos mágico-religioso, comércio, criação e também como fonte de proteína. O objetivo deste trabalho foi identificar a fauna silvestre utilizada por caçadores da Zona Rural do Município de Fagundes – PB. Para a obtenção de dados foram utilizados questionários semiestruturados. Os animais mais citados distribuem-se em três táxons, répteis, mamíferos e aves, os quais estão associados a várias modalidades de usos, mas com maior utilização na alimentação. As aves foram mais citadas como alvo de caça, sendo consideradas como carnes bastante saborosas segundo os entrevistados. Considerando que a caça é uma prática comum e que se tornou uma atividade cultural consolidada, os dados obtidos neste estudo poderão ser utilizados para subsidiar políticas de manejo e conservação da fauna local por meio de programas educativos direcionados as populações usuárias destes recursos naturais. Apoio: CNPq PALAVRAS-CHAVE: Animais silvestres, Captura, Usos 13 “ESSE TEMPO DA VINDA TÁ PERTO DE VIM,SETE-CASCA, ARU ÊRA CONTARAM PRA MIM”: AGOUROS EM CANÇÕES DA MÚSICA POPULAR BRASILEIRA Jerrana Cantarelli (Secretarias de Educação Governo do Estado de Pernambuco e Prefeitura do Recife) Contato: jerrancantarelli@gmail.com O cancioneiro popular é rico em músicas que tratam do universo nordestino, incluin do a natureza, as relações dos seres humanos com o ambiente natural, a problemát ica da seca, a fome e o descaso político. Foram analisadas músicas de três composit ores-cantores nordestinos e, com o objetivo de resgatar o conhecimento tradicional de gerações passadas, pois estas canções remontam há, pelo menos trinta anos, bus cou-se a citação de agouros que fazem parte do conhecimento tradicional dos que h abitam o semiárido brasileiro. Foram selecionadas: duas de autoria de Elomar Figue ira Mello, três de autoria de João Batista do Vale e onze interpretadas e/ou compos tas por Luiz Gonzaga. A maior parte das referências aos agouros refere-se a sinais in dicativos de chuva ou seca e estes ‘recados’ são dados por pássaros e árvores da ca atinga. Há ainda, a referência a prenúncios de casos de azar, de fim de relações am orosas, de morte e de aviso de chegada de pessoas queridas ou visitas. Quando se fa z referência a estes agouros, pode ser tanto por conta do comportamento do anima l, ave ou anfíbio, como também seu canto, sua vocalização. Na música "Uricuri", de João Batista do Vale e José Cândido, o conhecimento empírico adquirido pelo ser h umano na sua relação com a natureza é tão valorizado quanto o saber acadêmico e esta canção é, por excelência, um verdadeiro hino em defesa do conhecimento trad icional do povo sertanejo. PALAVRAS-CHAVE: Elomar Figueira Mello, João Batista do Vale, Luiz Gonzaga, MPB, agouros, literatura, etnobiologia literária. 14 LEVANTAMENTO ETNOBOTÂNICO DE PLANTAS MEDICINAIS UTILIZADAS CONTRA ENFERMIDADES DO TRATO GASTRINTESTINAL NA COMUNIDADE DO POVOADO BATINGAS, ARAPIRACA – AL Maíra Lopes da Silva1, Erika Priscilla Lopes Cordeiro1, Flávia Cavalcante Lima¹, Diogo dos Santos Silva¹, Washington Soares Ferreira Júnior², Maria Silene da Silva¹ 1Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL) – Campus I – Grupo de Pesquisa em Etnobotânica e Etnofarmacologia (GPET), ²Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) Contato: maira_loppes@hotmail.com Estudos realizados em comunidades tradicionais revelaram um grande número de plantas medicinais utilizadas contra enfermidades do trato gastrintestinal. Nesse cenário encontra-se o povoado Batingas, município de Arapiraca – AL, com aproximadamente 2.000 famílias, estando a prática da medicina popular intimamente relacionado à sua cultura. O presente estudo buscou investigar quais espécies de plantas são conhecidas e utilizadas, bem como as enfermidades do trato gastrintestinal que afetam as pessoas da comunidade. A amostragem foi não- probabilística e intencional, feita pela técnica da bola-de-neve. Os entrevistados assinaram o TCLE, e a coleta dos dados se deu por meio da aplicação de entrevistas semiestruturadas e de um formulário socioeconômico. Foram entrevistados 26 informantes-chave, sendo cinco homens (51 a 87 anos), e vinte e uma mulheres (46 a 82 anos). Foram indicadas 55 espécies que foram submetidas a análise de saliência utilizando-se o software Anthropac 4.0. De acordo com o CID-10 foram detectadas 7 categorias de doenças que afetam o trato gastrintestinal. As espécies mais salientes foram Brassica oleracea var. botrytis (0,417) e Symphytum officinale L. (0,750) para gastrite e úlcera respectivamente; Eugenia uniflora L. (0,417) para diarreia; Lippia alba (Mill) (0,514) para infecção intestinal; Urtiga sp. (1,000) para câncer no intestino; Pimpinella anisum L. (1,000) para refluxo; Punica granatum L. (0,509) para inflamação e dor na garganta e Chenopodium ambrosioides L. (0,722) para vermes. Observou-se que a comunidade conhece e utiliza diversas plantas para tratar enfermidades do trato gastrintestinal, com isso contribuindo para o conhecimento tradicional. Apoio: FAPEAL PALAVRAS-CHAVE: Análise de Saliência, Conhecimento tradicional, Plantas Medicinais, Trato Gastrintestinal 15 BIOLOGIA FLORAL E VISITANTES FLORAIS EM LIBIDIBIA FERREA (MART. EX TUL.) NA ESTAÇÃO ECOLÓGICA – SERIDÓ, SERRA NEGRA DO NORTE-RN Lorena Karla Ferreira de Medeiros¹, Dayanne Támela Soares Nogueira¹, Erllen Nadine Silva¹, Nayara Gurgel de Moura¹, Marcicleide Lima do Espírito Santo² 1Curso de Bacharelado em Ecologia, Departamento de Ciências Animais, Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA), 2Departamento de Ciências Vegetais, (UFERSA) Contato:lorennakarlla-20@hotmail.com O jucá (Libidibia ferrea) (Mart. ex Tul.), é uma árvore muito utilizada de forma medicinal e em arborização ornamental. Suas inflorescências são compostas por flores vistosas, com pétalas amarelas e uma pétala central que possui guias de néctar. O objetivo desse trabalho foi identificar os aspectos da biologia floral de L. ferrea e suas interações com visitantes florais na Estação Ecológica do Seridó-RN. Selecionou-se um espécime de jucá em fenofase de floração. Observações foram feitas durante um dia a partir das 5:00 h até o fim do período de visitação floral. Avaliou-se os seguintes aspectos da biologia floral: morfologia floral; determinação da antese; receptividade do estigma; determinação de visitantes florais e potenciais polinizadores. A morfologia floral foi analisada a partir de inflorescências, com ênfase na estrutura dos órgãos sexuais. A receptividade do estigma foi testada através do peróxido de hidrogênio (H2O2) observada em lupa. Observou-se o comportamento dos visitantes florais e coletou-se espécimes para identificação. As flores são hermafroditas, as sépalas são dialissépalas, as pétalas são dialipétalas em forma de limbo. A inflorescência terminal é pluriflora simples e racimosa em cacho. A antese das flores é diurna (5:20 h), a liberação das anteras ocorreu as 5:52 h, o estigma apresentou-se receptivo das 06:20 a 16:21 h (fenofase), e os grãos de pólen foram liberados após a abertura das flores as 7:40 h. As flores foram visitadas por formigas, vespas, abelhas, e beija flor. Todas as espécies iniciaram suas visitações em horários diferentes, a espécie de abelha Xylocopa grisescens pode ser considerada um provável agente polinizador do jucá. PALAVRAS-CHAVE: Jucá, fenofase, inflorescência, polinizadores. 16 PLANTAS ALIMENTÍCIAS E FEIRANTES DA FEIRA-LIVRE NO MUNICÍPIO DE CUITÉ, PARAÍBA Alexandra Pereira da Silva1, Ovídia Kaliandra Costa Santos1, Maria Franco Trindade Medeiros2 1Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, Unidade de Educação, Centro de Educação e Saúde (CES), Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), 2Departamento de Biologia, UFCG Contato: alexandrapereira670@gmail.com Brasil, país caracterizado pela grande diversidade cultural, traduz peculiaridades em cada região. Tratando-se de alimentação, há uma heterogeneidade regional presente nas “escolhas” alimentares da população brasileira, quando fatores sociais, geográficos e econômicos definem hábitos alimentares. Este trabalho objetivou registrar as espécies vegetais alimentícias traçando o perfil socioeconômico dos feirantes da Feira-Livre no Município de Cuité, PB. Foram entrevistados 87 feirantes (primeiro momento)/ 46 feirantes (segundo momento), selecionados por meio de amostra intencional, sendo todos considerados especialistas locais. A coleta de dados sobre as espécies se deu por meio da técnica de lista livre (primeiro momento) e dados socioeconômicos através de entrevistas semiestruturadas (segundo momento). Foram encontradas 75 espécies, pertencentes a 43 gênerose 30 famílias, sendo Brassicaceae (11%), Cucurbitaceae (10%), Rosaceae e Solanaceae (8% cada) e Amaryllidaceae e Fabaceae (6% cada) as famílias mais representativas. Foram consultados 46 feirantes, 31 homens e 15 mulheres, com faixa etária entre 15 a 80 anos. O nível de escolaridade mais comum entre os entrevistados foi o “1º grau incompleto” (1ª à 4ª série do Ensino Fundamental). Para 74% dos homens e 80% das mulheres a renda mensal está abaixo de um salário mínimo –2013 A pesquisa aponta famílias botânicas que constituem a base da alimentação humana, revelando elementos vegetais comuns a uma macrorregião, assim como espécies mais particulares, sendo todo o elenco de grande importância na dieta alimentar local. Os feirantes, através da feira obtêm sua principal fonte de renda e são os agentes promotores da segurança alimentar no semiárido paraibano. PALAVRAS-CHAVE: Feira-livre, alimentação humana, plantas alimentícias, etnobotânica 17 ETNOBOTÂNICA: UM ESPAÇO NA RÁDIO LAGAR FM Elvira Bezerra Pessoa¹, Matheus Marley Bezerra Pessoa², Monique Emanuela Frutuoso Xavier Barros³ 1Professora de Biologia e Educação- CEDUC, Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), 2Graduando em Farmácia, Universidade Federal da Paraíba (UFPB), ³ Graduanda em Farmácia, UFPB Contato: elvirabe@gmail.com Esta pesquisa foi desenvolvida na Rádio Lagar – FM, localizada no bairro da Malvinas em Campina Grande. Esse programa tinha por objetivo fornecer um conhecimento etnobotânico para as comunidades do bairro, sobretudo na Malvinas, Pedregal, Ramadinha I e II. O programa ficou conhecido por Saúde da Mulher com as Plantas Medicinais, ministrada pela professora Elvira Bezerra Pessoa e ia ao ar nas quartas- feiras, com uma hora de duração no intuito de educar, inventariar, resgatar informações sobre uso e finalidades das plantas medicinais. Para tanto, foi constituída uma linha de telefone para a população participar ao vivo do programa exemplificando suas dúvidas e experiências com as plantas, e para a realização de entrevistas com a apresentadora do programa ao vivo. Esse relato empírico perdurou por três anos. Observou-se alguns destaques de plantas com indicativo para cura como:Alecrim(Rosmarinus officinalis L.) utilizado para má digestão,camomila (Matricaria chamomilla) para combater cólicas intestinais e menstruais, alho(Allium sativum L.) para gripes e resfriados, boldo (Coleus barbatus Benth) para ressaca alcoólica, cefaleia . Queremos, portanto, analisar como a rádio se tornou um instrumento importante na formação da consciência, na promoção da pessoa humana e na transformação social. Outras iniciativas aconteciam ao mesmo tempo utilizando o rádio para promover a educação, saúde da mulher e as questões de gênero. A efetuação desse trabalho é trilhada num caminho teórico e metodológico nos nomes de Prof.Dr. Leônia Maria Batista (UFPB)e Prof.Dr. Maria de Fatima Vanderlei de Souza(UFPB). PALAVRAS-CHAVE:, Gênero, plantas, rádio, saúde 18 LEVANTAMENTO SOBRE PLANTAS MEDICINAIS COMERCIALIZADAS NA FEIRA LIVRE DE CUITÉ – PB Lysrayane Kerullen David Barroso1, Eduardo Ewerton Dias Sales1, Aline Barbosa Silva1, Rodrigo Dias Alves1, Diego Isaias Dias Marques2 1Curso de Bacharelado em Farmácia, Departamento de Farmácia, Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), 2Mestre em Engenharia Química pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Professor/Orientador do Centro de Ciências Humanas, Sociais e Agrárias - Campus III - UFPB Contato: lysrayane@outlook.com O Brasil é o país que detém a maior parcela da biodiversidade, entre os elementos que constituem essa grande biodiversidade, as plantas medicinais utilizadas em comunidades tradicionais, são consideradas a matéria-prima para fabricação de fitoterápicos e outros medicamentos. Partindo desse contexto, o presente trabalho tem por objetivo caracterizar um levantamento das plantas medicinais comercializadas na feira livre da cidade de Cuité-PB, a verificação da utilização e as formas de obtenção das mesmas. A coleta de dados foi realizada no período de novembro de 2013. A pesquisa teve a participação de doze comerciantes, selecionados aleatoriamente, que através de um questionário semiestruturado analisou as ervas comercializadas por eles e os seus perspectivos fins. O questionário foi composto por 15 perguntas objetivas sobre diversos assuntos relacionados ao conhecimento local e a utilização de medicamentos naturais. Após a coleta de dados foi feita a identificação através de bibliografia especializada onde se observou a existência de 36 plantas citadas, sendo a romã (Punica granatum L), eucalipto (Eucalyptus globulus Labill) e a hortelã pimenta (Mentha piperita L.) os mais citados. Os comerciantes avaliados costumam indicar fitoterápicos como anti-inflamatório e cicatrizante. Com relação às partes das plantas, a mais utilizadas era as folhas (36%) e sementes (31%). As formas de preparo mais citadas para essas plantas foram chás e xaropes. A partir disso, conclui-se a importância das plantas como terapia alternativa, porém se faz necessário um conhecimento sobre as mesmas no que diz respeito à preparação, pois nem sempre o processo é o mesmo para plantas diferentes. PALAVRAS-CHAVE: Comerciantes, etnobotânica, fitoterapia, medicina tradicional 19 CONHECIMENTO TRADICIONAL DE PLANTAS MEDICINAIS UTILIZADAS PELO POVO INDÍGENA XUCURU-KARIRI Kleviton Leandro Alves dos Santos1, Priscilla Cavalcante Rocha¹ ¹Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL) Contato: klevitonl@gmail.com A etnobotânica permite relacionar os conceitos desenvolvidos por qualquer sociedade a respeito do uso de plantas, dessa forma podendo identificar e promover a saúde com a utilização das mesmas.O presente trabalho teve como objetivo investigar quais as espécies de plantas medicinais são utilizadas pelos moradores da reserva Xucuru-Kariri, localizados na Fazenda Boqueirão, município de Palmeira dos Índios-AL. A pesquisa foi realizada entre novembro de 2013 a fevereiro de 2014, a coleta de dados foi feita através da aplicação de entrevistas estruturadas. Foram entrevistados 25 pessoas sendo 11 homens e 14 mulheres, com faixa etária entre 18 a 79 anos. Foram citadas 17 plantas usadas para fins medicinais, as espécies mais comuns entre o conhecimento tradicional dos informantes, foram Amburana claudii, umburana indicada para cefaléia e otalgia citada também como um bom defumador, banho de descarga, isto é, livra de entidades espirituais; Trattinickia rhoifolia Willd, amescla-aroeira anti-inflamatória; Mimosa Hostilis, jurema possui alcalóides psico- ativos, usado na indução do ritual tore; Ocimum Basilicum, alfavaca analgésica e tônica; Pluchea sagittalis, quitoco digestivo e expectorante. As folhas são as partes mais utilizadas das plantas e a forma de preparo mais frequente são chás. Essas plantas podem ser encontradas nos quintais das residências como também nos arredores da reserva. Observou-se que a utilização de plantas fazem parte da cultura indígena dos Xucuri-Kariri, os quais mantém uma relação direta com as práticas etnomedicinais, porém os resultados também evidenciam a tendência a perda desse conhecimento tradicional entre os mais jovens do grupo. PALAVRAS-CHAVE: Conhecimento indígena, plantas medicinais, etnobotânica, Xucuru-Kariri 20 LEVANTAMENTO ETNOBOTÂNICO DE PLANTAS MEDICINAIS COMERCIALIZADAS POR RAIZEIROS EM UMA FEIRA LIVRE NO MUNICÍPIO DE SERRA REDONDA-PB Eduardo Ewerton Dias Sales1, Lysrayane Kerullen David Barroso1, Nara Jane Lima Carvalho1, Eveline de Macedo Silva1, Lorena Medeiros da Cunha2,Diego Isaias Dias Marques3 1Curso de Bacharelado em Farmácia, Departamento de Farmácia, Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), 2 Curso de Bacharelado em Farmácia, Departamento de Farmácia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte(UFRN), 3Mestre em Engenharia Química pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Professor/Orientador do Centro de Ciências Humanas, Sociais e Agrárias - Campus III - UFPB Contato: Eduardohalll@hotmail.com A utilização de plantas medicinais pelo homem é relatada desde a pré-história, porém apresentam valor estritamente regional, podendo ser descobertas através de levantamentos etnobotânicos. O presente trabalho consiste em um estudo feito com os raizeiros e consumidores de plantas medicinais do município de Serra Redonda em abril de 2014, onde foram entrevistados 5 vendedores e 12 consumidores nos pontos onde ocorre a comercialização de plantas medicinais localizadas na feira livre do referido município. O questionário foi composto por 10 perguntas objetivas com a finalidade de descobrir o local, a utilização de medicamentos naturais, ambientes de onde as espécies são retiradas, beneficiamento, armazenamento e preparo para o uso. Além da caracterização do consumidor, também visou-se o ponto de vista do vendedor. Observou-se que nenhum dos vendedores cultiva plantas medicinais e que os mesmos adquirem seus produtos na cidade de Campina Grande- PB. As plantas medicinais citadas como as mais procuradas foram: Caju roxo Anacardium occidentale (Linn), Quixabeira Sideroxylon obtusifolium (Roem. &Schult.), Boldo Plectranthus barbatus (Andrews), Erva Cidreira Melissa officinalis (Linn). As partes das plantas mais utilizadas na venda e preparações de remédios caseiros foram: folhas (35%), cascas (50%) e raízes (15%). As formas de preparo mais citadas foram: chás (70 %), garrafada (15%), lambedor (8%), e por fim folhas e raízes utilizadas na alimentação (7%). O conhecimento dos comerciantes sobre planas medicinais é significativo, porém é necessário ter bastante respaldo cientifico com relação ao principio ativo destas plantas, visto que seu uso indiscriminado pode causar reações adversas. PALAVRAS-CHAVE: Entrevista, fitoterápicos, medicina tradicional, questionários 21 LEVANTAMENTO ETNOBOTÂNICO DE Ziziphus joazeiro Mart. NO MUNICÍPIO DE CUITÉ-PB Eduardo Ewerton Dias Sales1, Lysrayane Kerullen David Barroso1, Nara Jane Lima Carvalho1, Eveline de Macedo Silva1, Rodrigo Dias Alves1, Diego Isaias Dias Marques3 1Curso de Bacharelado em Farmácia, Departamento de Farmácia, Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), 2 Curso de Bacharelado em Farmácia, Departamento de Farmácia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte(UFRN), 3Mestre em Engenharia Química pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Professor/Orientador do Centro de Ciências Humanas, Sociais e Agrárias - Campus III - UFPB Contato: eduardohalll@hotmail.com O reconhecimento e a valorização do saber local sobre as plantas medicinais são fundamentais em comunidades, pois os remédios caseiros surgem como alternativa de cura. A investigação etnobotânica contribuiu para o estudo da flora do município de Cuité-PB, objetivando-se verificar o uso e conhecimento que a comunidade faz da espécie Ziziphus joazeiro Mart. conhecido popularmente na região por juazeiro. A metodologia utilizada para o estudo baseou-se em entrevistas semiestruturadas com observações participantes em um universo de 50 informantes (40 do sexo feminino e 10 do sexo masculino) onde se apresentou informações sobre partes utilizadas na preparação de remédios caseiros, modo de preparo, usos, fonte de conhecimento, obtenção da planta e denominações populares. O maior número de entrevistados tinha idade que varia entre 40 e 79 anos (54%), onde a maioria foi do sexo feminino (72%). O tempo de residência mais frequente variou entre 20 e 59 anos (56,5%). O conhecimento sobre o uso de vegetais com fins terapêuticos fora herdados dos pais (45%) e avós (30%), tendo sido influenciados, também, pela cultura religiosa local (22%). Em relação às partes da planta mais utilizada estão em destaque as folhas com 57%, seguidas de casca com 38%. A comunidade utiliza, em maior proporção as plantas medicinais do juazeiro a partir de um cultivo próprio (58%), mas também recorrem ao seu hábito natural (32%). Os dados obtidos demonstraram que a comunidade é portadora de um conhecimento rico na flora medicinal e sujeita a estudos etnobotânicos. PALAVRAS-CHAVE: Comunidade, Entrevistas, Fins terapêuticos, Plantas Medicinais 22 COMÉRCIO E CONSERVAÇÃO DE PLANTAS MEDICINAIS EM MERCADO TRADICIONAL DO SEMIÁRIDO PARAIBANO, MUNICÍPIO DE CUITÉ-PB. Ovídia Kaliandra Costa Santos 1, Alexandra Pereira da Costa¹, Maria Franco Trindade Medeiros 2. ¹Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, Unidade Acadêmica de Educação, Centro de Educação e Saúde, Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), ² Departamento de Biologia, UFCG. Contato: kaliandra.santos.pb@gmail.com O resgate e registro dos usos empíricos e da dinâmica de comércio de plantas medicinais em mercados tradicionais geram informações que podem fornecer subsídios necessários à conservação das espécies. Reconhecendo a importância desta prática investigativa, este trabalho buscou responder às seguintes questões: Que espécies integram a dinâmica de comércio estabelecida em mercado tradicional do semiárido paraibano? Qual parte destas plantas é matéria-prima medicinal? Qual a origem deste material? E qual o status de conservação destas espécies? Assim, este trabalho propôs realizar um levantamento das espécies vegetais com fins medicinais que movimentam o comércio da Feira Livre do município de Cuité, Curimataú do estado da Paraíba. A metodologia empregada foi a observação participante, conversas informais e formais e entrevistas semiestruturadas, realizadas com 10 feirantes de ambos os gêneros (8 (M) e 2 (F)). Os dados foram coletados entre Agosto- Dezembro de 2013. Do total de plantas registradas identificou-se 61 em nível específico, as quais estão englobadas em 57 gêneros e 35 famílias. Das plantas comercializadas houve aquelas identificadas em nível genérico e ainda uma indeterminada. As famílias mais representativas foram: Fabaceae, Asteraceae, Lamiaceae. As folhas foram a parte da planta mais representativa. Quanto à origem de obtenção das espécies a maioria delas é proveniente de localidades circunvizinhas e de outros Estados. Chama-se a atenção para as espécies Amburana cearensis (Cumaru), Bowdichia virgilioides (Sucupira), Myracrodruon urundeuva (Aroeira) e Sideroxylon obtusifolium (Quixabeira) presentes na lista de espécies ameaçadas de extinção, cujo comércio de partes dessas plantas se faz presente na dinâmica da farmacopéia local. PALAVRAS-CHAVE: Plantas medicinais, Comércio local, Espécies vulneráveis, Etnobotânica. 23 MORFOLOGIA E PADRÃO DE DISPERSÃO DE SEMENTES DE COMMIPHORA LEPTOPHLOEOS (MART.) GILLETT, NA ESTAÇÃO ECOLÓGICA – SERIDÓ, SERRA NEGRA DO NORTE – RN Lorena Karla Ferreira de Medeiros¹, Dayanne Támela Soares Nogueira¹, Erllen Nadine Silva¹, Catharina Cristina de Oliveira Silva¹, Marcicleide Lima do Espírito Santo² 1Curso de Bacharelado em Ecologia, Departamento de Ciências Animais, Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA), 2Departamento de Ciências Vegetais, (UFERSA) Contato:lorennakarlla-20@hotmail.com Estudos fenológicos associados ao modo de dispersão das espécies, em diferentes formações florestais, vêm sendo desenvolvidos, abordando principalmente o estrato arbóreo e arbustivo. O processo de dispersão de sementes é crucial para a reprodução das plantas, pois a semente deve chegar a um local propício para suagerminação suficientemente longe de predadores de sementes e plântulas que ficam nas suas proximidades. O objetivo desse estudo foi observar a morfologia e dispersão de sementes de C. leptophloeos (Mart.) Gillett, na Estação Ecológica – Seridó, Serra Negra do Norte, RN. Foram selecionados cinco indivíduos da espécie nativa C. leptophloeos espécie nativa, que estava em fenofase de frutificação. Suas sementes foram coletadas diretamente do solo, posteriormente obteve-se os dados morfométricos das sementes. A distância das sementes em relação à planta mãe foi medida através de trena. Os possíveis dispersores foram registrados tanto por câmera digital, armadilha fotográfica e armadilha de pegadas, A semente foi caracterizada como rígida, rugosa, de coloração preta e com arilo vermelho. As sementes mediram em média 1,04 cm de comprimento e desvio padrão de 0,21 cm, largura de 0,55 cm e desvio padrão de 0,12 cm, 0,33 cm de espessura e desvio padrão de 0,81 cm. Houve uma variação na quantidade média dos frutos dispersos pela distância dos raios entre os indivíduos (plantas), sendo à distância de 2 m a que mais se encontraram frutos. Provavelmente a dispersão não se dá por anemocoria, a queda dos frutos está possivelmente associada à força da gravidade (barocoria). Aves, mamíferos de pequeno porte e lagartos foram os visitantes das imburanas respectivamente, porém, não encontramos indícios desses animais se alimentando dos frutos ou sementes. PALAVRAS-CHAVE: imburana, frutos, fenologia, dispersores. 24 TRANSTORNOS CAUSADOS PELA PROLIFERAÇÃO DE MACRÓFITAS AQUÁTICAS EM ÁREAS DO ENTORNO DO LAGO MOXOTÓ REGIÃO ADJASCENTE DE PAULO AFONSO-BA Noeme Cabral da Silva Santos¹, Rosilda Alves Magalhães Menezes¹, Eliane Maria de Souza Nogueira² ¹ Discente do Mestrado em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental do Programa de Pós-Graduação em Ecologia Humana- PPGEcoH, Departamento de Educação Campus VIII Universidade do Estado da Bahia (UNEB). ² Docente do Programa de Pós-Graduação em Ecologia Humana-PPGEcoH, Departamento de Educação Campus VIII Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Contato: noemi_bio@hotmail.com Macrófitas aquáticas são plantas que vivem na água, podem ser flutuantes, submersas livres ou fixas, possuem um papel ecológico muito importante nos corpos de água, mas sua proliferação em reservatórios traz vários transtornos em áreas, existentes no seu entorno. O objetivo desse trabalho foi levantar dados sobre os transtornos da proliferação dessas plantas aquáticas nas comunidades (Santa Rita, Santo Antônio, Canafístula, Volta do Moxotó, no município de Jatobá-PE); São Sebastião no município de Delmiro Gouveia-AL; (Prainha Airton Sena, Paulo Afonso– BA; Torquato no município de Glória-BA). Comunidadesdo entorno do lago Moxotó região adjacente de Paulo Afonso – BA, Nordeste do Brasil. Foi realizada revisão bibliográfica, aplicação de questionários semiestruturados e registro fotográfico. Foram entrevistados 28 atores, 46% mulheres e 54% homens (o critério estabelecido foi ser residente na área estudada). Ficou evidente o prejuízo causado pela presença dessas plantas aquáticas, nas comunidades estudadas, tanto na saúde como em outras atividades uma vez que essa população utiliza a água para consumo humano, navegação, pesca e piscicultura. Dos entrevistados 43% apontaram que sofrem de distúrbios gastrointestinais, 36% de irritação na pele, e 21% mal estar geral. Atividade mais prejudicada 36% afirmam a pesca e navegação, 32% a piscicultura, 18% o banho, e 14% a irrigação. Os dados obtidos no levantamento da pesquisa foram suficientes para identificar os transtornos causados pela proliferação dessas plantas. O enriquecimento com a matéria orgânica nas águas da área estudada permite um aumento desordenado de macrófitas, com reflexo negativo nas comunidades ribeirinhas. PALAVRAS-CHAVE: Comunidades, Impactos, saúde, atividades. 25 PLANTAS MEDICINAIS COMERCIALIZADAS NA FEIRA CENTRAL DE CAMPINA GRANDE – PB Alfredo Rosas de Lima Júnior¹, Adelma Silva Nascimento1, Ana Carolina Bezerra¹, Roberta Leal Aguiar¹, Oliveiros de Oliveira Freire1, Camila Firmino de Azevedo². 1 Graduandos em Agroecologia, Departamento de Agroecologia e Agropecuária, Universidade Estadual da Paraíba; 2 Bióloga, Doutora em Agronomia, Professora do Departamento de Agroecologia e Agropecuária, Universidade Estadual da Paraíba O uso de plantas no tratamento e na cura de enfermidades é tão antigo quanto à espécie humana. Ainda hoje nas regiões mais pobres do país e até mesmo nas grandes cidades brasileiras, as plantas medicinais são comercializadas em feiras livres e mercados populares. Diante do exposto, sentiu-se a necessidade de se fazer um estudo para identificar as plantas medicinais mais comercializadas na feira central de Campina Grande-PB, destacando a parte vegetal vendida, bem como o nome científico e o popular. A pesquisa foi conduzida a partir de entrevistas com 9 comerciantes de plantas medicinais da feira central, localizada no centro de Campina Grande-PB. As entrevistas foram realizadas utilizando-se um questionário semiestruturado. Inicialmente foi feito um levantamento, onde, foi perguntado para os comerciantes quais as espécies que estavam disponíveis para comercialização, e em seguida os comerciantes foram questionados sobre quais eram as plantas mais comercializadas e qual a parte vegetal mais utilizada. Os vendedores citaram 20 espécies de plantas, conhecidas pelos nomes populares e utilizada pela população como medicinais. Destas, 10 foram mencionadas por todos os entrevistados, sendo elas: alecrim (Rosmarinus officinalis L.), aroeira (Myracrodruom), arruda (Ruta graveolens), boldo (Peumus boldus), colônia (Alpinia zerumbet), eucalipto (Eucalypto globulus), hortelã miúda (Mentha crispa), hortelã graúda (Plectranthus ambotricus), manjericão (Ocimum sp) e mastruz (Chenopodium ambrosioides), sendo as folhas a parte da planta mais utilizada por parte da população. Dentre as 10 espécies mais comercializadas na feira central de Campina Grande, destaca-se o alecrim, com 100% e a arruda, com 90%. A parte mais utilizada da maioria das plantas são as folhas, com exceção da aroeira que são utilizadas as cascas. PALAVRAS-CHAVE: Etnobotânica, etnofarmacologia, identificação, comercialização. 26 VALIDAÇÃO FARMACOLÓGICA DA ATIVIDADE ANTI- INFLAMATÓRIA DE HYPTIS MARTIUSII BENTH EM PESQUISA ETNODIRECIONADA Luiz Jardelino de Lacerda Neto1, Andreza Guedes Barbosa Ramos2,Cícera Datiane de Morais Oliveira2 , Irwin Rose Alencar Menezes1,2 1Programa de Pós-Graduação em Etnobiologia e Conservação da Natureza, Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), 2Laboratório de Farmacologia e Química Molecular – LFQM, Universidade Regional do Cariri (URCA), Contato: luizjardelino@gmail.com A distribuição do gênero Hyptis abrange quase todo o continente americano, apresentando aproximadamente 400 espécies. Várias espécies deste gênero apresentam alto valor econômico e grande importância farmacológica, sendo comumente utilizadas com fim medicinal. No nordeste brasileiro facilmente encontra-se a espécie Hyptis martiusii, um arbusto popularmente conhecido por “cidreira brava” ou “cidreira do mato” que é tradicionalmente utilizada no tratamento de doenças gastrointestinais, atividade antimicrobiana, antitumoral, citotóxica e inseticida. A etnofarmacologia fornece evidências sobre o potencial terapêuticos de substâncias que podem ser úteis no desenvolvimento de novos fármacos. Dentre os recursos utilizados, a validação científica baseada em observações feitas por populares contribui para o desenvolvimento de diversas áreas como química, bioquímica, botânica, farmacologia e antropologia. Assim a pesquisa de uma atividadefarmacológica deve validar ou refutar o conhecimento etnofarmacológico, fornecendo novos dados para estudos posteriores. A atividade anti-inflamatória sistêmica foi avaliada pelo ensaio de edema de pata induzido por carragenina, peritonite, extravasamento vascular e dosagem da mieloperoxidase. No ensaio de edema de pata induzido por carragenina, o óleo essencial de Hyptis martiusii (OEHM) foi capaz de reduzir significativamente o processo edematogênico ocasionado pela carragenina, sendo a dose de 100mg/kg a mais efetiva na redução do edema. No modelo de peritonite, o OEHM foi capaz de reduzir o influxo de leucócitos totais e neutrófilos para cavidade peritoneal, sendo efetivo também na redução da permeabilidade vascular, evidenciando assim uma atividade anti- inflamatória promovida pelo OEHM, atividade essa que está associada ao tratamento de doenças gastrointestinais, corroborando com o conhecimento etnofarmacológico. PALAVRAS-CHAVE: Hyptis martiusii, atividade anti-inflamatória, óleo essencial, etnofarmacologia. 27 INVESTIGAÇÃO ETNOFARMACOLÓGICA DOS DIFERENTES USOS DA ESPÉCIE Annona muricata Linnaeus. (GRAVIOLA): ESTUDO COMPARATIVO NA BIORREGIÃO DO ARARIPE Marta Regina Kerntopf1, Elizângela Beneval Bento1, Izabel Cristina Santiago Lemos1, Cristina Kelly de Souza Rodrigues1, Álefe Brito Monteiro1, Irwin Alencar Rose de Menezes1. 1Programa de Pós-Graduação em Bioprospecção Molecular (PPBM), Universidade Regional do Cariri (URCA). Contato: martareginakerntopfm@outlook.com O uso de plantas medicinais na profilaxia e tratamento de diversos tipos de doenças é tradicional em todos os momentos históricos da cultura humana. Na Chapada do Araripe, raizeiros relatam que fazem uso de aplicações medicinais de diferentes espécies, entre elas a Annona muricata L., ou graviola. Dessa maneira, objetivou-se realizar uma investigação dos usos etnofarmacológicos da espécie em três Municípios da Biorregião do Araripe. Empregou-se um estudo randomizado, desenvolvido na área rural dos municípios de Crato-CE e Santana do Cariri-CE, e Exu-PE. A amostra esteve representada por 41 informantes que atribuíram valor de uso medicinal para a espécie, sendo realizadas entrevistas semi-estruturadas. A análise dos dados ocorreu através da estatística descritiva (frequência simples e percentual). Foi ainda empregado o Fidelity Level (FL) – Nível de fidelidade e a Relative Frequency of Citation (RFC) – Frequência relativa de citação. Entre as indicações medicinais mais relatadas estão o câncer e as afecções respiratórias (gripe), apresentando para o município de Crato-CE FL de 10,0% e 30,0%, respectivamente. Para o município de Santana do Cariri–CE esse foi 6,25% e 31,25%, respectivamente. Para a localidade de Exu-PE, o mesmo foi de 60,0% e 80,0%, respectivamente. O uso para processos inflamatórios esteve presente em 15,0% e 6,25% para Crato-CE e Santana do Cariri- CE, respectivamente. O uso para dor e reumatismo foi citado em Crato-CE, apresentando FL de 20,0% e 15,0%, respectivamente. Acredita-se que o conhecimento etnofarmacológico sobre a referida espécie é relevante e promissor para subsidiar pesquisas com vistas a explorar o potencial biológico desta planta. PALAVRAS-CHAVE: Etnofarmacologia, Medicina Tradicional, Annona muricata L., Biodiversidade. 28 USO DE PLANTAS MEDICINAIS POR LÍDERES DO CANDOMBLÉ: UM RESGATE DE SABERES DA MEDICINA TRADICIONAL Marta Regina Kerntopf1, Camila Esmeraldo Paz2, Irwin Rose Alencar de Menezes1, Izabel Cristina Santiago Lemos1, Maria Cristina Melo Borges1, George Pimentel Fernandes1, 1Programa de Pós-Graduação em Bioprospecção Molecular (PPBM), Universidade Regional do Cariri (URCA). 2Secretaria Municipal de Saúde de Assaré. Contato: martareginakerntopfm@outlook.com A medicina popular denota uma constante vinculação com os credos religiosos. No Brasil, ainda são raras as pesquisas que avaliam o grau de utilização das plantas como medicamentos e sua inserção no âmbito religioso. Esta pesquisa tem como finalidades estudar o uso de plantas medicinais pelos integrantes do candomblé, identificando as plantas utilizadas com maior frequência e as patologias costumeiramente tratadas. Foram entrevistadas 25 pessoas entre eles “pais” e “mães” de santo e “mães” das folhas. A pesquisa é descritivo-exploratória, de abordagem qualitativa. Como instrumento de coleta de dados utilizou-se a entrevista semi-estruturada. A análise dos dados formulou-se através de um estudo temático dos discursos obtidos. Realizaram-se transcrições pormenorizadas das falas gravadas e em seguida, os dados foram agrupados com a técnica de organização de dados denominada análise categorial, sendo processada a partir de um desmembramento do texto em unidades de categorias. Em relação às plantas conhecidas pelos entrevistados foram citadas 29. Entre elas, Colônia – Alpinia speciosa Schum - (84%), Aroeira - Schinus terebinthifolius Raddi - (68%) e Malva do Reino - Malva sylvestris Linn - (60%). Para os entrevistados a utilização de plantas medicinais visa à promoção da saúde, a prevenção e o tratamento de doenças e de agravos diversos, tais como: cefaleia, resfriado comum, problemas gástricos, renais e intestinais, hipertensão, inflamações de um modo geral e vertigem. Observou-se que o uso de plantas medicinais por líderes do candomblé significa uma renovação de tradições milenares e uma expressão de resistência cultural, representando ainda uma relevante intervenção em saúde. PALAVRAS-CHAVE: Etnofarmacologia, Medicina Tradicional, Religião, Cultura. 29 USO DE PROSOPIS JULIFLORA (Sw.) DC. (Fabaceae) EM UMA COMUNIDADE RURAL NO MUNICÍPIO DE SÃO JOÃO DO CARIRI, PARAÍBA Maiara Bezerra Ramos1; Humberto Araújo de Almeida1; Sérgio de Faria Lopes3; Fernanda Maria Pinto Araújo1; Raynner Rilke Duarte Barbosa2 ¹Graduandos em Licenciatura Plena em Ciências Biológicas, UEPB; ²Doutor em Ciências Biológicas, Área de Concentração Zoologia - UFPB; ³Professor Doutor do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação, UEPB Contato: maiarabramos@hotmail.com Prosopis juliflora (Sw.) DC. (algaroba) foi introduzida no nordeste brasileiro com a intenção de produzir forragem durante o período de estiagem. Entretanto, essa espécie tornou-se invasora devido a sua alta capacidade de exploração de recursos e por ser melhor competidora frente às espécies nativas. Devido à alta abundância da algaroba no cariri paraibano, o presente estudo buscou conhecer os valores de uso de P. juliflora, atribuídos pelos moradores de uma comunidade rural. O estudo foi realizado no sítio Sacramento do município de São João do Cariri-PB. Foram entrevistados 20 moradores, através de uma conversa informal na qual discutiu-se os benefícios e malefícios da algaroba. Os entrevistados enfatizaram a interferência da algaroba nas práticas agrícolas, citaram a drenagem da água do subsolo e de reservatórios. Acreditam também que Prosopis juliflora elimina as plantas nativas, além de danificar construções com suas raízes. Entretanto, também foram atribuídos diversos usos, tais como forrageiro; uso energético, como produção de carvão e lenha; além de ser usada na construção, e na elaboração de cercas. É importante ressaltar que devido à alta abundância, P. juliflora passou a ser mais utilizada que outras espécies na região (hipótese aparente) diminuindo, assim, a exploração das espécies nativas. A exploração da algaroba movimenta uma cadeia econômica desde a sua extração até a comercialização. Apesar de terem sido apontados diversos malefícios da espécie para a região, a sua presença possibilita uma importante alternativa de forrageio animal durante o período de estiagem, o que afeta diretamente a economia local. PALAVRAS-CHAVE: Algaroba; caririparaibano; uso forrageiro; hipótese aparente 30 INFLUÊNCIA DA EXPLORAÇÃO DE PRODUTOS FORRAGEIROS NA COMUNIDADE ARBÓREA DE UM TRECHO DE MATA CILIAR NA BACIA DO RIO TAPEROÁ, SÃO JOÃO DO CARIRI, PB, BRASIL Humberto Araújo de Almeida; Maiara Bezerra Ramos; Sérgio de Faria Lopes; Fernanda Maria Pinto de Araújo; Raynner Rilque Duarte Barbosa ¹Graduandos em Licenciatura Plena em Ciências Biológicas, UEPB; ²Doutor em Ciências Biológicas, Área de Concentração Zoologia - UFPB; ³Professor Doutor do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação, UEPB Contato: humbertoalmeida4@gmail.com Atualmente existem poucos estudos etnobotânicos realizados em matas ciliares principalmente na Caatinga. O estudo objetivou fazer um levantamento das espécies arbóreas da mata ciliar da bacia do rio Taperoá que são exploradas para alimentação animal, objetiva também fazer um comparativo entre a influência desse uso e a diminuição da riqueza de espécies na comunidade arbórea. O estudo foi realizado na comunidade Curral do Meio no município de São João do Cariri-PB. A coleta de dados foi realizada por meio de um questionário semiestruturado contendo 20 questões, no total foram entrevistados 30 pessoas. Foram citadas nove espécies, sendo apenas três empregadas atualmente para fim forrageiro As partes das plantas utilizadas como forragem são os frutos e as folhas. Entre todas as espécies citadas, Inga sp (ingazeira), Prosopis juliflora (algaroba) Ziziphus joazeiro (juazeiro) e Cynophalla flexuosa (feijão-bravo) foram citadas por todos moradores. Antes da implantação da energia elétrica, dos sistemas de irrigação, e da aquisição de produtos forrageiros exóticos para o cultivo, as espécies nativas eram largamente utilizadas durante o período de estiagem, para alimentação de caprinos, ovinos e bovinos. Atualmente essas espécies vegetais são utilizadas em pequenas escalas devido a introdução de tecnologias para a produção de alimentos para os animais. A exploração destas espécies podem ter ocasionado a diminuição de algumas populações citadas, visto que segundo os entrevistados, algumas dessas espécies são difíceis de ser encontradas. PALAVRAS-CHAVE: Prosopis juliflora; Inga sp; rio Taperoá; uso forrageiro 31 LEVANTAMENTO DE SEMENTES ENCONTRADAS NA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI, CAMPUS HERÓIS DO JENIPAPO Narielle Ibiapina Reinaldo¹, Táyna Tamiris Conrrado Correia¹, Rafael Bruno Ribeiro Melo¹, Juliana dos Santos Ibiapina¹, Fabíola da Silva Santos1, Maria Pessoa da Silva². 1Graduandos em Ciências Biológicas/ UESPI – Campo Maior – PI./ 2Departamento de Ciências Biológicas/ Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente, Universidade Estadual do Piauí (UESPI). Contato: narielle.ibiapina.17@gmail.com O Campus Heróis do Jenipapo, situada na cidade de Campo Maior – PI (04º 49’ 40” S e 42º 10’ 07’’ W), distante 84 km da capital, apresenta uma vasta diversidade da vegetação do Bioma Cerrado. Objetivou-se identificar sementes presentes no Campus a fim de conhecer os usos oferecidos por estas ao homem. Realizou-se no período de agosto à dezembro de 2013, turnê guiada para coleta de dados referentes ao uso das sementes e aplicou-se entrevista semiestruturada a 20 acadêmicos dos diversos cursos. As sementes foram coletadas diretamente da planta e no solo. Após serem colhidas, foram separadas e identificadas de acordo com suas espécies através de uma lista livre contendo as informações necessárias para sua identificação. Foram coletadas 09 espécies de plantas: Leucaena leucocephala (Lam) de Wit (Leucena) com 4.603 amostras; Adenanthera pavonina L. (Brasileirinho) com 869; Handroanthus serratifolia (Vahl) S. Grose (Ipê amarelo) com 720; Acacia pseudonigrescens Brenan & J. H. Ross (Acácia), com 418; Enterolobium contortisiliquem (Vell). Morong (Tamboril), com 230; Copernícia prunífera (Mill.) H.E. Moore (carnaúba) com 142 amostras; Anacardium occidentale L. (cajueiro) com 10 amostras e Paulinia elegans Cambess. (Mata-fome), com 18 amostras, totalizando 7.010 sementes. Dentre as espécies 57% são nativas. Oito espécies foram alocadas em três categorias de uso: medicinal (5sp), alimentação animal (4sp) e alimentícia humana (1sp). Constatou-se que 50% dos entrevistados conhecem as espécies botânicas com respectivos usos na categoria animal, 40% para categoria medicinal e 10% para alimentícia humana. Evidenciou-se que foram poucas, as indicações de usos para as espécies coletadas. PALAVRAS-CHAVE: Conhecimento acadêmico, usos de sementes, etnobotânica 32 SABERES ETNOBOTÂNICOS DE SEMENTES ENCONTRADAS NO BAIRRO SÃO LUÍS, CAMPO MAIOR – PI Antonia Leidna Silva Brito1, Erika Maria Visgueira1, Fabíola da Silva Santos1, Laís Lorrane dos Santos Pereira1, Larissa Raylâne Pereira Vieira1, Sâmia Caroline Melo Araújo1, Maria Pessoa da Silva2. 1Graduandos em Ciências Biológicas/ UESPI – Campo Maior – PI./ 2Departamento de Ciências Biológicas/ Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente O município do Campo Maior (04º 49’ 40” S e 42º 10’ 07” W) localizado no Estado do Piauí, contempla uma área de transição entre Caatinga e Cerrado com predominância de Cerrado. Objetivou-se classificar o conhecimento entre os informantes em nível de gênero e as espécies de sementes no bairro São Luís. De agosto à dezembro de 2013, utilizou-se diário de campo e entrevistadas semiestruturadas com diferentes gêneros. As sementes foram: tamboril (Enterolobium contortisiliquum Vell. Morong), jucá (Libidibia ferrea (Mart.) L.P. Queiroz), angico-branco (Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan), angico-preto (Piptademia macrocarpa Benth), neen (Azadirachta indica A. Juss), Falso-pau-brasil (Caesalpinia echinata Lam.), pingo-de-ouro (Duranta repens L.), ipê-roxo (Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Mattos.), castanhola (Terminalia catappa Linn) e leucena (Leucaena leucocephala Lam. R. de Wit). Foram 18 entrevistados, 50% para ambos os gêneros. Observou-se que o maior conhecimento sobre o uso de sementes foi do gênero feminino. Para a semente de jucá (L. ferrea), tamboril (E. contortisiliquum), angico-branco (A. colubrina), angico-preto (P. macrocarpa) e ipê-roxo (H. impetiginosus) os usos relatados foram medicinal e forrageiro; neen (A. indica) plantação; para o falso-pau-brasil (C. echinata) os usos constituíram decoração, brincadeiras e corante; pingo de ouro (D. repens) para atividades artesanais; castanhola (T. catappa) uso como forrageira, alimentícia e medicinal. Com relação às sementes de leucena (L. leucocephala) não foram indicadas nenhum uso. Percebe-se, portanto, que entre homens e mulheres os saberes mostram-se diferenciados. Alguns entrevistados relataram que muitos conhecimentos que possuem sobre o uso de sementes, foram adquiridos com os pais e outros parentes. PALAVRAS-CHAVE: Conhecimento popular, gênero, diário de campo. 33 COMPARANDO O USO DA FLORA ENTRE POPULAÇÕES HUMANAS NA CAATINGA E NA MATA ATLÂNTICA, RIO GRANDE DO NORTE, NORDESTE DO BRASIL Denise de Freitas Torres1, Eduardo Silva de Oliveira1, Alexandre Vasconcellos2, Rômulo Romeu Nóbrega Alves3, Jomar Gomes Jardim4 1Instituto do Conhecimento e Ciências Aplicadas, ICPA/IDEMA, 2Departamento de Sistemática e Ecologia, UFPB, 3Departamento de Biologia, UEPB, 4Departamento de Botânica, Ecologia e Zoologia, UFRN Contato: denise_eco@yahoo.com.br O uso dos recursos vegetais pode ser influenciado pela disponibilidade ambiental e até pelo interesse pessoal por recursos específicos. Este estudo comparou o uso de plantas entre duas comunidades localizadas em ambientes distintos (Caatinga e Mata Atlântica), objetivando identificar, através de testes estatísticos, as similaridades e os principais fatores que influenciam
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