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Resenha do Livro "A Arte de Fazer um Jornal Diario"

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Resenha do Livro: “A ARTE DE FAZER UM JORNAL DIÁRIO”
Autor: RICARDO NOBLAT
Disciplina: Fundamentos e Evolução do Jornalismo - Lucia Schmidt
“A imprensa existe para satisfazer os aflitos e afligir os satisfeitos” (Ricardo Noblat)
CAPITULO 01: Assim é, se lhe parece
Ricardo Noblat, com seus mais de 35 anos de experiência, escreveu esse livro propondo uma discussão e uma reflexão sobre o futuro dos jornais. O livro começa com a discussão entre um cidadão e um jornalista, onde o cidadão questiona o jornalista sobre o interesse dos jovens pelo jornal impresso.
“É feia a crise. Estou convencido de que os donos de jornal e jornalistas compartilham o firme propósito de acabar com os jornais. [...] Até admito que acabar com os jornais não seja a real intenção [...] até porque os donos ficariam sem seus negócios e os jornalistas, sem seus empregos. ”
O autor nos mostra que, empresários e jornalistas investem cada vez menos em um modelo de jornal que agrade a população. Disponibilizando dados importantes sobre investimentos em publicidade e vendas dos jornais nos mostra como houve uma grande queda na circulação e como o preço das campanhas publicitárias aumentaram significativamente nos últimos anos.
“Jovens, principalmente eles, fogem da leitura dos jornais e preferem informar-se por outros meios. Ou simplesmente não se informam. Uma fatia crescente deles adere à internet”
Como pode-se observar no trecho acima, Noblat também cita outras formas de se informar. Pesquisas feitas com jovens entre 18 e 24 anos mostram que 75 % dos jovens preferem receber as notícias através da internet. A preferência pela internet cresce a cada ano, e assim os meios de comunicação como jornais impressos, TV, e rádio perdem consideravelmente sua audiência. 
A internet vem também ocupando espaço na publicidade com o chamado “marketing dirigido”, assim é possível chegar ao cliente com seus interesses particulares, enquanto a publicidade impressa ou para rádio e TV acaba sendo para o público em geral.
Os jornais impressos não vêm realizando adaptação nenhuma a esse novo público. Muitos jornais tem o mesmo modelo de apresentação e de edição há mais de 50 anos. Os leitores modernos se queixam dos erros de ortografia, da tinta usada para a impressão, das páginas que se soltam e do excesso de páginas dos jornais. 
“A direção do The New York Times descobriu em 2001 que seus leitores mais fiéis só liam 10% do jornal. ”
“Os leitores acham que o cardápio de assuntos dos jornais está mais de acordo com o gosto dos jornalistas do que de acordo com o deles. E que a visão que os jornalistas têm da vida é muito distante da visão que eles têm. Nada disso, porém, parece abalar jornalistas e donos de jornal. ”
Noblat cita ainda o caso do Brasil, que é crescente as cobranças por jornais mais baratos, pois a maioria não está disposto a pagar por eles. Com mais de 50 milhões abaixo da linha de pobreza e muitas delas analfabetas, no Brasil se vende 44 exemplares para cada grupo de mil pessoas. 
“Como vender muitos jornais em um país que é pentacampeão mundial de futebol e semifinalista no quesito pior distribuição de renda do mundo? ”
O alto custo do jornal brasileiro é atribuído aos papéis usados e a outros insumos (muitos são importados), e a inflação sobe a cada ano, tornando assim, os preços cada vez mais elevados. 
CAPITULO 02: Sem olhar para a TV (Reflexões sobre ética, valores e vida privada)
“Um jornal não é apenas um prédio cheio de gente e de maquinas capaz de produzir a cada expediente um número variável de folhas com um apreciável número de informações. ”
Explicar o que é um jornal não é lá muito simples. O bom jornalismo é feito por redatores, mas também pelos leitores, pois é o espelho da consciência crítica de uma comunidade que deveria ser ampliado. A única coisa que não se pode fazer é deixar de evoluir junto com seus leitores, “a democracia depende de cidadãos bem informados”, e isso significa que os jornalistas devem transmitir a verdade de uma forma cada vez de mais fácil entendimento. Hoje em dia quase todos os “impérios das comunicações” são comandados por corporações fora do ramo, interessados em política, já que pelos meios de comunicação é mais fácil formar opiniões e obter mais lucro. E isso é perigoso. Jornalismo deve ser feito por jornalistas, e tomar o partido do povo.
A liberdade de ir e vir muitas vezes não se aplicam aos jornalistas. Como no caso de Tim Lopes, que pretendia filmar a exploração sexual de menores em bailes promovidos por organizações criminosas. Movido pela “paixão insaciável” ao jornalismo, morreu tentando denunciar a omissão do Estado, subindo o morro com uma câmera escondida para conseguir notícias de “interesse público”. Mas será que só por que somos jornalistas podemos nos valer de qualquer recurso para conseguir uma matéria? Violar leis, arriscar a própria vida, roubar documentos e fazer gravações não autorizadas? Somos aqueles que levamos notícias, e temos que ser confiáveis, respeitados, mas para isso também precisamos respeitar as regras.
Antes da televisão, os fatos só “aconteciam” se fossem publicados pelos jornais, e só ganhavam importância se alguns determinados jornais publicassem. Com a chegada da TV, esse pensamento mudou. Agora não temos “produtores de fatos”, a TV passa a ser comercial, manipulando notícias de forma que traga audiência antes da informação. Os assuntos são esquecidos pela mídia, ou simplesmente deixados de lado, se não atraem os olhos do público. 
CAPITULO 03: Sobre a arte de apurar
Neste capitulo, Noblat inicia falando sobre a necessidade que os novos jornalistas têm de ser um “profissional completo”, ou seja, estarem aptos a fazer atividades que deveriam ser divididas entre mais pessoas. Um bom jornalista, nos dias de hoje, deve conhecer um número significativo de ferramentas que possibilite acrescentar dados aos seus trabalhos, sendo que na maioria das vezes recorrem ao recurso visual. É preciso saber apurar, escrever e editar toda sua produção. 
A pressa também é outra inimiga na busca da perfeição dos produtos jornalísticos. Um texto bem redigido, editado, demanda tempo até se tornar uma “boa notícia”. Para ele, as notícias em tempo real devem ficar a cargo dos rádios, TV e internet, e que cabe aos jornais impressos a veiculação da informação completa e com qualidade, buscando a maior compreensão do conteúdo por parte do leitor.
“A pressa é a culpada, nas redações, pelo aniquilamento de muitas verdades, pela qualidade vergonhosa de pequenos e grandes erros que borram as páginas dos jornais e pela superficialidade de textos que desestimulam a reflexão. ”
O autor também aborda a questão da semelhança entre os jornais, no que diz respeito ao conteúdo de notícias publicadas diariamente. São, na maioria das vezes, as mesmas notícias, com uma leve alteração na abordagem. Esse momento se deve a crise mundial em que a imprensa se encontra, e as redações se veem obrigadas a reduzir suas equipes. Assim, os jornalistas deixam de sair em busca de novos conteúdos a serem publicados, e os jornais perdem a qualidade.
A recomendação do autor aos novos e experientes jornalistas é que não tenham preguiça de apurar os fatos, pois isso será muito útil na construção de um conteúdo com credibilidade, detalhes levam a um convencimento maior por parte do leitor. O jornalista tem que estar a tento a tudo, e tem que saber identificar cada detalhe a sua volta, em todas as situações, mesmo que corriqueiras. Sem um bom trabalho de investigação não se alcança um jornalismo de qualidade. E sem persistência e determinação, não se tem uma boa investigação.
É necessário também que o jornalista saiba até que ponto pode prosseguir, a hora certa de encerrar as apurações e investigações e começar a escrever a matéria, lembrando sempre que o excesso de informação compromete a qualidade da notícia. O jornalista deve ser um bom investigador, para transmitir uma notícia eficiente sem deixar dúvidas para os leitores. Cabe ao autor ouvir os dois lados do fato, mas nãodeve publicar versões contraditórias, de difícil entendimento. 
Deve-se também, o jornal, ter a sensibilidade de não aceitar a primeira versão de um fato, nem mesmo a segunda, seja ela qual for. É preciso que se duvide de todos, e não confiar somente em sua memória. A apuração é necessária até que não sobre nenhuma brecha para dúvidas. 
Noblat também cita a raiva que os jornalistas causam aos seus leitores ao começarem a publicar uma série de notícias sobre determinado fato, e de repente param suas publicações, deixando os leitores sem saber o desfecho da história. É importante que tenhamos um bom relacionamento com nossas fontes, e que cuidemos dela, mesmo que com uma conversa simples, para manter a amizade e o contato. Dessa forma não perderemos os desfechos, e não perderemos nossa credibilidade junto aos leitores. 
Outro recurso que se deve manter é a entrevista em Off, caso contrário, seria impossível realizar alguns trabalhos. Mas também não se deve usá-lo com frequência, ou de forma com que possa estar passando informações erradas ao público. 
No fim do capítulo o autor ainda chama atenção para o fato de que, em uma entrevista, o entrevistado deve chamar atenção dos leitores, e não o jornalista. As perguntas devem ser feitas de forma que não irrite o entrevistado, e se caso acontecer, mudar de assunto até que o mesmo esteja mais calmo. Não se deve sair de uma entrevista sem conseguir saber o necessário para se escrever uma boa matéria.
CAPITULO 04: Sobre a arte de escrever
Neste capitulo, o autor destaca alguns importantes aspectos para a produção de notícias. O primeiro diz respeito ao conhecimento e domínio da língua, como uma obrigação do profissional. O autor também fala sobre a importância de ter habilidade com a escrita, que deve ser fruto de emprenho e dedicação árdua de um jornalista. Talvez a melhor opção a ser seguida é a da leitura, ler muito, de tudo e sempre. Outro ponto importante é saber estruturar a notícia de forma com que o maior número de pessoas possíveis possam entender.
O uso de adjetivos deve ser evitado, cabendo somente nos comentários, opiniões, artigos e editoriais. Também atenta para o fato de que o texto pode ser melhorado, ou até reescrito, para se ter um material de boa qualidade e menos redundante. Ler o que se escreve em voz alta é uma boa opção para se terminar uma matéria. 
O fato é que o jornalista só tem uma chance de prender a atenção de seus leitores, e isso significa que tudo o que ele fizer tem que ser bem feito, pois precisa da atenção do leitor até o fim da notícia. Para isso é necessário que o escritor saiba lidar com o público alvo e coloque as respostas das curiosidades sobre o caso para que se detenha essa atenção. Buscar boas ideias para construir a abordagem e deixar o texto mais leve e fluido, são as dicas do autor para os jornalistas. 
CAPITULO 05: Sobre tantas outras artes
Neste capitulo, Noblat aborda mais uma vez a função dos jornalistas e faz um alerta. “Ter muitas informações é diferente de ser bem informado. Excesso de informação, desinforma. ” Para o autor a grande diferença entre o jornal e outros veículos de informação é poder dar relevância ao que for realmente consistente, porém poucos impressos fazem isso.
O dilema clássico entre os jornalistas é a exigência de interpretação de algumas notícias, que deve ser a mesma, ou quase a mesma, entre todos os leitores. Daí é importante saber que interpretar é diferente de opinar, a opinião do jornalista não deve vir expostas nos textos noticiosos, e sim em seções reservadas para elas.
Os jornalistas não devem aceitar todo tipo de convite e favores das empresas privadas ou do governo, ou isso poderá comprometer o exercício do jornalismo livre e crítico, e também podem causar danos à imagem do profissional. Também é perigoso se estabelecer laços de amizades com fontes de informação, pois isso prejudicará posteriormente quando for necessário que se fale sobre essa fonte em publicações, e isso pode gerar constrangimentos e mágoas eternas.
CAPITULO 06: Em louvor do Frei Damião
Neste capítulo pode-se acompanhar os bastidores de uma reportagem realizada pelo autor. Nela são reveladas seus bastidores e suas experiências. 
CAPITULO 07: A reinvenção de um jornal (A história da reforma do Correio Braziliense)
O capitulo tem início com apresentação dos concorrentes do Correio Braziliense no DF no ano de 1993. Mesmo possuindo o maior número de leitores, o aumento do número de concorrentes se mostrou como o momento certo para realizar mudanças no jornal, que de acordo com os leitores, era de caráter conservador. 
Essa reforma teve início em 1994, mas de acordo com o autor pode ser dividida em outras duas datas, abril de 1996 e julho de 2000. Os principais pontos da reforma foram jornal local, jornal de referência nacional, rigor na seleção de notícias, aposta em grandes reportagens, uso maior dos recursos visuais e prestação de serviços ao leitor. 
CAPITULO 08: De Gutenberg aos nossos dias
Neste último capitulo o autor faz a construção de uma “linha do tempo”, onde estão presentes as principais datas na história da imprensa brasileira e mundial, e da vida do jornalismo.
CONCLUSÃO E OPINIÃO: 
O livro “A Arte de Fazer um Jornal Diário”, escrito pelo experiente jornalista Ricardo Noblat, nos traz uma ampla visão do dia-a-dia da profissão, e nos dá uma ótima base de como nos portar diante das várias dificuldades e desafios da profissão. Atende bem a estudantes, recém-formados e profissionais experientes na área, pois não trata somente da questão do aprendizado, e sim de um ampliamento da base teórica somada as atividades práticas. 
A intenção do autor foi, fazer com que sua obra chamasse atenção para a importância do jornalismo impresso em uma sociedade que já não utiliza tanto desse meio.
O autor nos faz refletir sobre a ideia do fim dos impressos, sobre a proposta das redações de jornais, sobre os formatos e até mesmo sobre a forma com que as notícias são transmitidas.

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