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Frutas Cristalizadas Alunos: Daniele Bonfim Gilberto Omori Wanessa Oliveira Prof°- Neusa Seibel UTFPR - Londrina Frutas cristalizadas DEFINIÇÃO: fruta cristalizada ou glaceadas é o produto preparado com frutas, atendendo as definições deste padrões, nas quais substitui parte da água de sua constituição por açúcar, por meio de tecnologia adequada, recobrindo-as ou não com uma camada de sacarose (BRASIL, 2012). A produção de conservas de frutas : compotas, geleias, doces em barras, frutas cristalizadas Uma solução encontrada pelos produtores rurais para aproveitar os excedentes. 3 Classificação Podem ser classificadas como: Simples: quando preparadas com uma única espécie de fruta; Mista: quando preparadas com duas ou mais espécies de frutas. Conservação desse produto necessita de alguns cuidados como: Qualidade da matéria prima; Tecnologias adequadas para a produção de doces; Aspectos relacionados ao meio ambiente; As instalações, aos equipamentos e utensílios Legislação De acordo com a resolução CNNPA nº 15, de 15 de julho de 1977, (Comissão Nacional de Normas e Padrões para Alimentos) do Decreto-Lei nº 986, de 21 de outubro de 1969, resolve estabelecer o padrão de identidade e qualidade para frutas cristalizadas ou glaceadas. Frutas cristalizadas Entende-se por "fruta“, todas as partes comestíveis de vegetais reconhecidamente apropriados para a obtenção do produto final. A técnica de cristalização alia o cozimento à desidratação, sendo o ponto de saturação o “segredo” do cristalizado. Composição: Partes comestíveis da fruta ( inteiras ou em pedaços); Sacarose (açúcar invertido, lactose, frutose, glicose e especiarias); Cor; Sabor e odor; Forma e tamanho; Ausência de defeitos; Acondicionamento; Teor de umidade final inferior a 25%. Podendo conter aditivos e coadjuvantes como: Acido ascórbico; Sais de cálcio; ácidos orgânicos, pectina e espessantes. Cristalizada ou Glaceada São preparadas como para compotas, cozidas em xarope com teores crescentes de sacarose até alta concentração, limpas e postas em novo xarope. Fruta cristalizada: o xarope possui concentração de 72% de açúcar e cozidas brandamente. Ficando cobertas de pequenos cristais de açúcar. Glaceada Fruta glaceada: o xarope final, é uma mistura de sacarose e glicose, em proporção aproximada de 3:1. A cristalização é mais demorada e forma uma camada contínua de açúcar ao invés de pequenos cristais . Processamento Industrial (Fluxograma) Recebimento da matéria Fonte: http://tropbrasil.com/producao/projetos/ 1ª Lavagem Fonte: http://brasil.acambiode.com/produto_05541594569655058476138007065928.html Seleção Tamanho; Consistência; Manchas escuras; Defeitos 2ª e 3ª Lavagem Após a etapa de seleção, o produto passa por uma 2° lavagem onde é utilizado água clorada (teor do cloro 100 a 150 ppm); Em seguida passa pela terceira lavagem utilizando apenas agua para retirar o cloro. Descascamento Para a realização desse processo é utilizado equipamentos cujo o principio de ação seja a abrasão, também pode ser realizado manualmente. Na cristalização de laranja (Albedo) deve ser realizada uma raspagem, para eliminar a casca superficial, uniformizar a coloração e a espessura. 17 Corte Ameixa: cortadas ao meio e retirado o caroço; - Abacaxi: retirar os pontos pretos e o miolo fibroso do centro e cortar em fatias horizontais de 1,5 cm de espessura; - Cereja: retirar o talo, cortá-las ao meio e desencaroçar; - Maça e Pera: retirar o miolo juntamente com as sementes e cortar em fatias de 1 cm de espessura; Fermentação A fermentação é realizada em tanques a partir de salmoura de 8% de cloreto de sódio. Frutas que podem ser fermentadas antes do açucaramento: figos e cascas de frutas cítricas. Recomenda-se imergir em solução de CaCl2 por determinado tempo. Branqueamento Inicia-se colocando a matéria-prima em um banho de água com temperatura em torno de 90°C. Após o branqueamento a água deve ser trocada imediatamente por água fria para devolver a consistência original da fruta. Preparo do xarope Xarope utilizados para cristalização de frutas, Constituem normalmente por uma solução de sacarose. Características do xarope: Líquidos e transparentes; Sem cristalização, mesmo ao final do processo, quando se tem concentração de 70 a 75 °Brix. Sejam claros e não queimem durante o processo, para evitar o escurecimento da fruta. Não sejam excessivamente doces. O controle do pH do xarope deve ser mantido em torno de 4, podendo ser corrigido com a adição de carbonato de potássio ou bicarbonato de sódio. As frutas são mergulhadas em xarope com 15° Brix a 20° Brix e aquecidas à temperatura de ebulição por 2 a 5 minutos, permanecendo em descanso por 24 h. A cada 24 h o xarope é aumentado de 10° Brix, até a saturação. Nunca abaixo de 6,5° Brix. Cristalização: Consiste na impregnação lenta e gradativa da fruta por xarope, ocorrendo perda de água por parte da fruta e absorção de açúcar. Aspecto observado durante a cristalização - Temperatura do processo: Inversão da sacarose (diminui a viscosidade) e o escurecimento (caramelização) - Viscosidade do xarope: Mais lenta será a velocidade de cristalização. - Superfícies de contato: Quanto maior for a superfície de contato maior será a velocidade de cristalização. - Espessura das fruta: Quanto maior a espessura, mais lenta será a velocidade de cristalização. - Diferença de concentração de açúcar entre a fruta e o xarope: A diferença não deve ser muito alta. Métodos de cristalização Método lento: Processo descontinuo, que consiste na imersão da fruta em um xarope de baixa concentração. Método rápido: Ocorre como o lento, porem o tempo de cozimento diminui. Drenagem do xarope: é realizada quando o xarope atinge 72 ° Brix. Secagem: Pode ser realizado em temperatura ambiente e baixa umidade relativa, ou utilizando ar quente envolta de 50-60°C. Açucaramento (Opcional): pode-se cobrir as frutas com açúcar ou xarope puro de sacarose, de concentração em torno de 90%. Embalagem Fonte:http://www.cpt.com.br/artigos/frutas-cristalizadas-uma-tradicao-rentavel Estocagem Etapa fundamental para a manutenção da qualidade do produto. A estocagem deve ter o menor tempo possível na empresa e quando associada a uma expedição correta e organizada, garantem a entrega do produto com máxima qualidade Controle de estocagem A deterioração, pode ser causada por três tipos de mecanismos: -Organismos vivos; -Atividade bioquímica; -Processos físicos Fonte: http://www.alibec.com.br/?file=kop11.php# Equipamentos Os processos para cozimentos podem ser realizados em tachos à vapor de água. Tacho aberto; Tacho encamisado; Tacho com serpentina; Tacho com injeção direta. Sendo que atualmente, o tacho encamisado é o mais utilizado pela indústria alimentícia para o processo do cozimento de frutas cristalizadas (CAVALHO, JEN; 2004). Tacho Aberto Figura ..- Caracteristica tacho aberto. FONTE:http://www.ufrgs.br/Alimentus/feira/prfruta/geleia/coccao.htm Tacho encamisado ou camisa O cozimento ocorre em três etapas: -1° etapa a mistura atinge 90°C, durante 30 minutos, após o cozimento elimina-se o xarope e adiciona outro xarope com a concentração de 10°Brix. -2° etapa a mistura é submetida a 80°C, durante 20 minutos. -3° etapa a mistura permaneçe a 60°C, por 10 minutos. Figura 1- Caracteristica tacho de encamisado. FONTE: (CARVALHO, JEN, 2004) Tacho serpentina No novo arranjo a ser considerado, uma serpentina será imersa no tacho e a mistura (fruta mais água) receberá, através dessa serpentina, a energia necessária para passar pelo processo de cozimento. Figura 2- Caracteristica tacho de serpentina. FONTE: (CARVALHO, JEN, 2004) Tacho de injeção direta O volume inicial é de 1.016 L, onde 450 L de frutas e 566 L de água. Por existir condensação de vapor o volume da mistura é menor no interiordo tacho. Figura 3- Característica do tacho de injeção direta. Fonte (Carvalho; Jen, 2004) Máquina Universal Candying. VK Esta maquina é universal utilizada para processar produto a granel. Podendo processar diferentes frutos. Figura 4- Maquina Universal Candying. VK Pré – Candying ( Cristalização). PK É constituído por um recipiente cilíndrico com um fundo cônico, com uma capacidade de 7m³, um diâmetro de 2000 mm e uma altura na secção cilíndrica de 2000 mm. O cone está equipado com uma parede dupla filtragem com furos 4 mm de diâmetro. 44 Serpentina de vapor com válvulas automáticas de termorregulação. Electrobomba para bombear água ou xarope. Eletro-ventilador com ar coletor de distribuição. Consumo de vapor a 3 bar: 900 Kg / hr. Controle de qualidade As ferramentas utilizadas como pré requisitos para o controle e identificação dos perigos. APPCC- Analise de Perigos e Pontos Críticos de Controle; BPF- Boas Praticas de Fabricação; PCC- Pontos Críticos de Controle. Sistema de produção integrada Sistema moderno que tem como objetivo garantir a segurança da qualidade dos produtos, aumentar a produtividade e a competitividade, estando em equilíbrio com o meio ambiente, e atender às exigências dos mercados internacionais e à legislação dos países que a adotem. Barreiras Sanitárias e Tratamentos Quarentenários Têm como objetivo garantir a qualidade fitossanitária dos produtos vegetais, mantendo a área livre de pragas. Fumigação; Tratamentos térmicos ; Atmosfera controlada; Irradiação; Controle de microrganismo Os frutos recém-colhidos destinado como matérias-primas devem ser livres de agentes infecciosos, insetos, produtos químicos sintéticos e sujidades antes do processamento e posterior comercialização. Métodos utilizados Uso do frio; Uso do calor; Modificação da Atmosfera (MA); Uso de produtos naturais e biofungicidas não-seletivos. Referências BRAGANÇA, Maria G. L. Processamento artesanal de frutas: frutas cristalizadas abacaxi, figo, mamão. Emater- MG, 2000. Disponível em: <http://www.emater.mg.gov.br/doc/site/serevicoseprodutos/livraria/Agroind%C3%BAstria/Processamento%20Artesanal%20de%20Frutas%20-%20Fruta%20Cristalizada%20(%20abacaxi,%20figo,%20mam%C3%A3o%20).pdf>. Acesso em: 12 mai. 2012. BRASIL. Agencia Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução n° 15, de 15 de Julho de 1977. Comissão Nacional de Normas e Padrões para Alimentos. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/legis/resol/15_77.htm> Acesso em: 15 mai.2012. CRUESS, W. V.; 1973 Produtos Industriais de Frutas e Hortaliças. São Paulo: Edgard Blucher Ltda., v. 1. Apud OLIVEIRA, Lenice F.; SRUR, Armando U. O. S.; VACARI, Fabíola. Aproveitamento do chuchu (Sechium edule, Wartz) pelo processo de saturação com açúcar – uma alternativa alimentar. Revista Universidade Rural, Série Ciências da Vida. V. 22: 09-14. Rio de Janeiro, 2003. CARVALHO, Giovani G.; JEN, Lin C. Estudo Técnico-Econômico de projetos para cozimento de frutas cristalizadas com a utilização de vapor d’água. Exacta. V. 2, p. 69-89. São Paulo: UNINOVE, Nov. 2004 JORGE, José Tadeu. Processamento de furtas e hortaliças. ln:CORTEZ, Luiz A. B; HONORIO, Sylvio L; MORETTI, Celso L. RESFRIAMENTO DE FRUTAS E HORTALIÇAS. Embrapa Informação tecnológica. p.422. Brasília, 2002. MATOS, Eduardo Henrique S. F. Processamento de frutas cristalizadas: Dossiê técnico. Brasília: CDT/UnB, 2007. Senff,Cecília; Laranja Cristalizada. julho de 2001. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/alimentus/feira/prfruta/laracris/fluxogra.htm> Acesso em: 16 de mai de 2012. SRUJANN FENCO FOOD ENGINEERING PVT. LTD. Candyind production line. Disponível em:>http://www.srujannfenco.com/candying-line.html.< Acesso em: 15 de mar de 2013. Obrigado!!
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