Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
MEMBRANA PLASMÁTICA OU CELULAR Prof. Liana Lisboa Fernandez MEMBRANA PLASMÁTICA OU CELULAR Localiza-se na porção mais externa do citoplasma e separa a célula do meio externo, contribuindo para manter constante o meio interno. MEMBRANA PLASMÁTICA OU CELULAR Localiza-se na porção mais externa do citoplasma e separa a célula do meio externo, contribuindo para manter constante o meio interno. É uma estrutura TRILAMINAR, 7-10nm de espessura e só pode ser vista no microscópio eletrônico como duas linhas escuras separadas por uma linha central clara chamada UNIDADE DE MEMBRANA OU MEMBRANA UNITÁRIA MEMBRANA PLASMÁTICA OU CELULAR As UNIDADES DE MEMBRANA são bicamadas lipídicas formadas principalmente por FOSFOLIPÍDIOS contendo uma quantidade variável de MOLÉCULAS PROTÉICAS que fazem saliência numa face da membrana ou nas duas. Distinguem-se proteínas PERIFÉRICAS e as INTEGRAIS da membrana conforme a maior ou menor facilidade de extração. As que atravessam toda espessura da membrana chamam-se TRANSMEMBRANA Distinguem-se proteínas PERIFÉRICAS e as INTEGRAIS da membrana conforme a maior ou menor facilidade de extração. As que atravessam toda espessura da membrana chamam-se TRANSMEMBRANA As proteínas podem ser deslocadas no plano da membrana, por atividade do CITOESQUELETO (microtúbulos e filamentos de actina) Fonte: Alberts, Biologia Molecular da Célula, 4 ed.. 2004. 1- α-hélice única 2- múltiplas α –hélices 3- folha β-pregueada (barril β) 4- ancoradas à superfície citoplasmática – anfipática 5- ligadas covalentemente à monocamada por uma cadeia lipídica 6- ligadas ao oligossacarídeo na monocamada não citoplasmática 7 e 8 – interações não covalentes Os LIPÍDIOS das membranas são moléculas longas com uma extremidade HIDROFÍLICA (sol. água) e uma cadeia HIDROFÓBICA (sol. lipídios) MOLÉCULAS ANFIPÁTICAS. As cadeias apolares (hidrofóbicas) estão colocadas no interior da membrana enquanto as polares (hidrofílicas), voltadas para superfícies da membrana. Entre os lipídios encontram-se FOSFOGLICERÍDEOS (fosfatidilcolina PC, fosfatidiletanolamina PE, fosfatidilserina PS e fosfatidiltreonina), ESFINGOLIPÍDIOS e COLESTEROL, assim como GLICOLIPÍDIOS (principalmente glicoesfingolipídios GS) MEMBRANA PLASMÁTICA OU CELULAR Apesar de morfologicamente parecidas, as unidades de membrana não são iguais nem na composição química nem nas suas funções (propriedades biológicas). Ex: membrana da mielina tem papel isolante elétrico e constitui-se 80% de lipídios enquanto as membranas mitocondriais, metabolicamente muito ativas são compostas predominantemente de proteína e 25% lipídios. MEMBRANA PLASMÁTICA OU CELULAR Existe nítida assimetria entre as duas faces da membrana plasmática. A FACE EXTERNA é rica em GLICOPROTEÍNAS receptoras enquanto a FACE INTERNA (citoplasmática), possui proteínas que se ligam de modo reversível aos filamentos de citoesqueleto. MEMBRANA PLASMÁTICA OU CELULAR AÇÚCARES ligados a PROTEÍNA, a GLICOSAMINOGLICANAS e a LÍPÍDIOS da face externa de membrana formam uma camada contínua, de espessura variável, em volta das células: GLICOCÁLICE. Dentre as GLICOPROTEÍNAS secretadas que passam a fazer parte do glicocálice uma das mais abundantes é a FIBRONECTINA. Ela possui regiões que se combinam com MOLÉCULAS EXTRACELULARES e da superfície de OUTRAS CÉLULAS. Faz a continuidade do CITOESQUELETO e o MEIO EXTERNO. Microfilamentos proteína prot. Intrínseca FIBRONECTINA Actina VINCULINA membrana glicocálice prot.extracelulares Ex: colágeno FIBRONEXUS é o elo de união funcional, dinâmico entre o citoesqueleto de uma célula com outra ou com a matriz extracelular Para que as células cresçam e se multipliquem é necessário que as substâncias adequadas sejam selecionadas e transferidas para dentro da célula e as substâncias desnecessárias sejam impedidas de penetrar, ou então, eliminadas do citoplasma. Enzimas bomba Na e K, proteínas carreadoras transmembrana, canais iônicos seletivos e uma grande variedade de receptores exercem estas funções. Graças a seus RECEPTORES específicos, a membrana tem a capacidade de reconhecer outras células e diversos tipos de moléculas. É dotada de especificidade permitindo o estabelecimento de certos tipos de relacionamento. INIBIÇÃO POR CONTATO: células cultivadas de um tecido quando encontram-se com células de outro grupo cessam as mitoses. As proteínas da membrana são IMUNOGÊNICAS, e promovem resposta imunitária frente um organismo estranho. O mecanismo para distinguir o que é próprio do que é estranho depende de um grupo de glicoproteínas que fazem saliência na face externa da membrana: COMPLEXO PRINCIPAL DE HISTOCOMPATIBILIDADE MHC (major histocompatibility complex) O reconhecimento, pela ligação de uma molécula específica (SINAL QUÍMICO ou LIGANTE) com o receptor de membrana, desencadeia uma resposta que varia conforme a célula e o estímulo recebido. Pode ser: CONTRAÇÃO, MOVIMENTO CELULAR, INIBIÇÃO ou ESTIMULAÇÃO da SECREÇÃO, SÍNTESE de ANTICORPOS, PROLIFERAÇÃO MITÓTICA, etc... Considerando-se principalmente a distância percorrida pela MOLÉCULA SINALIZADORA e as características de seu trajeto, distinguem-se 3 tipos de comunicação: 1) COMUNICAÇÃO HORMONAL: sinalizadores são transportados pelo sangue e vão agir a distância sobre CÉLULAS-ALVO ( com receptores específicos) 2) COMUNICAÇÃO PARÁCRINA: molécula sinal difunde-se alguns milímetros ou centímetros no meio extracelular atuando em células próximas. 3) COMUNICAÇÃO POR NEUROTRANSMISSORES: Ocorre nas sinapses. Estruturas muito especializadas conectam funcionalmente um neurônio com outro, ou com células musculares ou ganglionares. O axônio (prolongamento do neurônio pré-sináptico), conduz as moléculas neurotransmissoras e as libera na fenda sináptica. A membrana da célula pós-sináptica possui receptores para o sinal e encontra-se a 20nm da membrana do terminal axônico. ADERÊNCIA ENTRE AS CÉLULAS: As glicoproteínas da membrana responsáveis pela aderência entre as células são chamadas CAMs (cell adhesion molecules). As CAMs são receptores da superfície especializados em reconhecer outras células e a elas aderir, para constituir os tecidos e órgãos.Todas as CAMs são glicoproteínas integrais transmembrana. As IgCAMs lembram as moléculas dos anticorpos ou imunoglobulinas. Existem C-CAM (hepatócitos), Ng-CAM (neurônios e glia), N-CAM (neurônios), I-CAM (diversas células ex: leucócitos). Outro grupo de CAMs são as CADERINAS, que são dependentes dos íons Ca2+, ou seja, mantém a adesão celular nas concentrações normais de Ca2+ extracelular. JUNÇÕES CELULARES: Muitas vezes, as células acham-se unidas umas às outras e à matriz extracelular graças a ESTRUTURAS JUNCIONAIS, que podem ser divididas em 3 grupos: 1) DESMOSSOMAS e JUNÇÕES ADERENTES: função principal é unir fortemente as células umas às outras ou à matriz extracelular. 2) ZÔNULA OCLUSIVA: estrutura que promove vedação entre as células. 3) NEXOS, JUNÇÃO COMUNICANTE ou GAP JUNCTION : estrutura que estabelece comunicação entre uma célula e outra. JUNÇÕES CELULARES: Gap Junction oclusiva DESMOSSOMOS: Placa arredondada, constituída pelas membranas de células vizinhas, com 15-20nm de espaço entre elas e com uma camada eletro-densa na face citoplasmática de cada membrana PLACA DO DESMOSSOMO. Nesta placa se inserem FILAMENTOS INTERMEDIÁRIOS (Queratina, Vimentina) que se aprofundam no interior da célula formando elo de ligação do citoesqueleto de células vizinhas. A capacidade de adesãodos desmossomas depende de CADERINAS (concentração de Ca+2 extracelular). Estão presentes em células que sofre trações: língua, esôfago, coração, epiderme. DESMOCOLINAS (caderinas) DESMOGLEÍNAS Composição molecular DESMOPLAQUÍNAS I II (placa) DESMOCALMINA (prot.que ligam QUERATOCALMINA filamentos a placas) Patologia: Pênfigo http://www.uv.es/derma/CLindex/CLampollosas/desmo1.htm O Pênfigo Vulgar (PV) é uma doença vesicobolhosa crônica de natureza auto- imune. Acomete pele e mucosas e caracteriza-se pela presença de anticorpos contra proteínas desmossômicas encontrado nas junções epiteliais dos tecidos de revestimento. A faixa etária mais acometida encontra-se entre a 5a e 6a décadas de vida, sendo menos freqüente após os 70 anos e em crianças. http://www.apcdguarulhos.org.br/conteudo/fique-por-dentro/noticias/noticia.php?cod=88 Pênfigo VulgarPênfigo Vulgar http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.uaq.mx/medicina/mediuaq/especialidades/dermatologia/penfigo3.jpg&imgrefurl=http://www.uaq.mx/medicina/mediuaq/especialidades/dermat BR%26sa%3DN http://www.conganat.org/iicongreso/comunic/037/iconogr2.htm HEMIDESMOSSOMA: Localiza-se na face das células epiteliais em contato com lâmina basal. Corresponde a meio desmossoma. Tem DESMOPLAQUINAS e não tem DESMOGLEÍNAS. JUNÇÃO ADERENTE: Circunda a parte apical das células como um cinto contínuo ZÔNULA ADERENTE especialmente no epitélio colunar simples com borda ciliada da mucosa do intestino. Apresenta PLACAS de inserção filamentos menos compactas que desmossomo.É também sensível níveis de Ca+2. No intestino promove adesão e apoio para que os filamentos penetrem nos microvilos. ZÔNULA OCLUSIVA: Também chamada JUNÇÃO OCLUSIVA ou TIGHT JUNCTIONS promove a vedação entre as células. É uma faixa contínua em torno porção apical de certas células que veda totalmente ou parcialmente o trânsito de íons e moléculas. Permite a existência de potenciais elétricos diferentes entre as duas faces da camada epitelial. COMPLEXO JUNCIONAL: Formado pela ZÔNULA OCLUSIVA, ZÔNULA ADERENTE E DESMOSSOMO em vários epitélios próximo a extremidade celular livre.No intestino, junto ao complexo juncional existe uma condensação de filamentos de actina, miosina e outros TRAMA TERMINAL NEXOS, JUNÇÃO COMUNICANTE ou GAP JUNCTION: Estruturas que estabelecem comunicação entre uma célula e outra. Presentes em células epitélio de revestimento, epitélio glandular, células musculares lisas, cardíacas e nervosas. As membranas estão separadas por apenas 2nm. Tem forma circular e são constituídos de tubos paralelos que atravessam as duas membranas. Cada tubo é formando pela aposição de 2 tubos menores pertencentes a cada célula vizinha CONEXONS. O conexon é constituído por 6 unidades protéicas que formam um PORO ou CANAL HIDROFÍLICO que permite a passagem de moléculas (nucleotídeos, aminoácidos, íons, AMPc. Podem coordenar e ampliar resposta de grupos celulares a estímulos fisiológicos. TRANSPORTE ATRAVÉS DA MEMBRANA: De um modo geral, compostos HIDROFÓBICOS (solúveis em lipídios: ÁCIDOS GRAXOS, HORMÔNIOS ESTERÓIDES, ANESTÉSICOS) passam facilmente a membrana. Substâncias HIDROFÍLICAS (insolúveis em lipídios) penetram nas células com mais dificuldade. TRANSPORTE ATRAVÉS DA MEMBRANA: 1) PERMEABILIDADE À ÁGUA: A membrana é permeável à água e certas substâncias hidrofílicas (URÉIA, GLICEROL) graças a moléculas protéicas que atravessam a espessura da membrana POROS FUNCIONAIS. 2) DIFUSÃO PASSIVA: A distribuição do soluto tende a ser uniforme no solvente. O soluto penetra na célula quando sua concentração intracelular é menor que no meio externo e sai caso contrário. A força que impulsiona o soluto é a agitação térmica das moléculas. A difusão passiva não gasta energia. É um processo físico a favor de um gradiente. 3) TRANSPORTE ATIVO: Há consumo de energia fornecida por ATP e o soluto é transportado CONTRA um GRADIENTE. http://highered.mcgraw- hill.com/sites/0072437316/student_view0/chapter45/animations.html# 4) DIFUSÃO FACILITADA: Substâncias como a glicose e alguns aminoácidos penetram por difusão facilitada que se processa a favor de um gradiente, sem gasto de energia, porém em velocidade maior que a difusão passiva. A substância penetrante combina-se com uma PROTEÍNA TRANSPORTADORA ou PERMEASE localizada na membrana plasmática. 5) TRANSPORTE IMPULSIONADO POR GRADIENTES IÔNICOS: Ocorre a utilização da energia fornecida pelo gradiente na entrada de um íon para o CO-TRANSPORTE de uma molécula contra um gradiente. Ex Na+ entra na célula a favor de um gradiente liberando energia para impulsionar a entrada de glicose contra um gradiente. CO-TRANSPORTE mesmo sentido SIMPORTE CO-TRANSPORTE em sentido oposto ANTIPORTE 6) TRANSPORTE EM QUANTIDADE: É a transferência de macromoléculas em quantidade para dentro da célula ENDOCITOSE É feita por FAGOCITOSE: pseudópodos englobam partículas sólidas que se fixam no glicocálice. Ex: partículas estranhas englobadas pelos macrófagos. PINOCITOSE NÃO-SELETIVA: englobamento de qualquer partícula líquida PINOCITOSE SELETIVA: englobamento de substâncias que se aderem a receptores. Ex transferrina O trânsito para fora de célula EXOCITOSE (células secretoras) Transferrina FAGOCITOSE PINOCITOSE Vesículas da endocitose ENDOSSOMAS (precoces e tardios) Podem fundir-se com LISOSSOMAS (digestão macromoléculas) ou voltam com suas proteínas para superfície membrana RECICLAGEM DA MEMBRANA. Após a digestão de macromoléculas nos lisossomas podem restar resíduos do processo digestivo CORPOS RESIDUAIS que se acumulam nas células de vida longa GRÂNULOS DE FUSCINA. Outras enzimas lisossômicas podem participar de digestão extracelular Ex: eosinófilos em certos tipos de infecção. O s lisossomas são responsáveis pelo processo de destruição de organelas alteradas AUTOFAGIA formando AUTOFAGOSSOMOS. Muitas células animais apresentam expansões digitiformes da superfície MICROVILOS ou MICROVILOSIDADES, que aumentam a superfície celular estando presentes nas células especializadas em absorção (intestino, túblos contorcidos proximais). As microvilosidades apresentam glicocálice mais desenvolvido que no resto da célula. Os microvilos do epitélio intestinal são paralelos formando uma camada visível ao microscópio óptico BORDA ESTRIADA Alguns microvilos possuem moléculas especiais Ex: ENZIMAS DISSACARIDASES E DIPEPTIDASES no intestino (digerem hidratos de carbono e proteínas) ESTEREOCÍLIOS São expansões longas e filiformes da superfície livre de certas células epiteliais. São flexuosos mas não tem a capacidade de movimentos dos cílios verdadeiros. São semelhantes as microvilosidades porém maiores e com ramificações. Facilitam transporte de água e outras moléculas.Ex epidídimo e ductos aparelho genital masculino
Compartilhar