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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL ARQUITETURA E URBANISMO Arquitetura e Urbanismo Contemporâneos. Aluno: Tiago Muller Scheffer Professor: João Batista Martin RESENHA DO LIVRO – UMA NOVA AGENDA PARA A ARQUITETURA – Kate Nesbitt. O REGIONALISMO CRITICO – PERSPECTIVA PARA UM REGIONALISMO CRITICO Com o fato da universalização, a massificação cultural, a crítica pós-moderna na arquitetura afeta de maneira direta em uma "resistência à homogeneização do ambiente construído". O termo "Regionalismo Crítico", disseminado por Kenneth Frampton, foi utilizado primeiramente pelo arquiteto Alexander Tzonis e a historiadora Liane Lefaivre, que eram contra ao regionalismo que se consolidou "como resposta aos novos problemas criados pela globalização contemporânea". Um dos grandes problemas está no medo da "perda de região" e corresponde, as misturas de espaços e a perda das características do local, tendo na arquitetura a consequente difusão do uso de elementos do próprio ambiente, os quais lembravam a culturas passadas de forma pura e somente nostálgica. A crítica de Frampton parte da comprovação de que "nem toda cultura pode suportar e absorver o choque da civilização moderna" e se vê em uma contradição: Como ao mesmo tempo modernizar-se e retornar as origens? Frampton que supõe as fontes de uma determinada civilização, são sua razão de existir. O apego e o apreço de uma população a suas raízes culturais, caracteriza o sentimento regionalista e provoca uma reação à descaracterização de seu ambiente. Segundo Frampton, "uma das principais forças motivadoras de uma cultura regionalista é um sentimento ante centrista, isto é, uma aspiração por algum tipo de independência cultural, econômica e política". Além do desejo da independência, a cultura que almeja, ainda, confere a si uma identidade, cria uma base para o desenvolvimento de uma "expressão crítica regional”. Uma das grandes expressões desse sentimento, o ante centrismo, é atribuído por Frampton ao desenvolvimento do Grupo R, no início da década de 1950, como o renascimento do nacionalismo catalão, mas que perdeu espaço com o passar dos anos, e entrou em "decadência", e foi virando se em um "populismo ineficaz". Assim, Frampton também crítica o que vinha sendo chamado de regionalismo, ou, "a evocação simplista de um vernacular sentimental ou irônico" e destaca que "ao contrário do regionalismo, o objetivo central do populismo é funcionar como um signo comunicativo ou instrumental. Esse signo não busca evocar uma percepção crítica da realidade, mas a sublimação do desejo de uma experiência imediata pela prestação de informações". Alexander Tzonis e Liane Lefaivre se inspiraram nas críticas para formular um conceito de Regionalismo Crítico, mas buscam na teoria linguística complemento para suas ideias em relação ao termo. Segundo os autores, "as poéticas do regionalismo crítico realizam sua função auto reflexiva por meio do efeito da "desfamiliarização". Conceito criado por Victor Shklovsky,que afirmava que "o propósito da arte é promover a sensação das coisas como elas são percebidas e não como elas são conhecidas. O objetivo da técnica na arte é tornar os objetos não familiares, fazer as formas difíceis, aumentar a dificuldade e capacidade de percepção porque o processo de percepção na arte tem um fim em si e deve ser prolongado’’. Sugere a utilização da desfamiliarização, com a intenção de tornar a própria e verdadeira linguagem visível, evitando sua leitura automatizada.
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