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Apontamentos Unidade 1 - Etapas do pensamento sociológico

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SOCIOLOGIA JURÍDICA:
RESUMO UNIDADE 2: ETAPAS DO PENSAMENTO SOCIOLÓGICO
Prof. Sergio Almeida
2.1 Precursores da Sociologia Jurídica:
Se observarmos com atenção a História, perceberemos a evolução que aconteceu dentro das relações entre os homens e a constituição dos grupos em que eles se integram na sociedade. 
Inicialmente, temos os pensadores helênicos. Essas relações vinham sendo encaradas sob a forma de preceitos religiosos e mesmo de teorias de direito. Pensadores helênicos, como Platão (429-341 a.C.) com A República e Aristóteles (384-322 a.C.) com A Política, foram os primeiros a tratar de tais problemas de maneira sistemática e separada da religião, mas não independente dos regimes políticos e econômicos.
Na Idade Média, As cogitações relativas aos grupos sociais tornaram-se fortemente influenciadas pela religião. O Cristianismo, então dominante, traçou diretrizes e normas que os homens deveriam obedecer. 
Já com com o Renascimento, verificamos obras vigorosas em que se propunham normas entrosadas de política e economia onde como exemplo, temos Utopia de Thomas Morus (1478-1535). O desenvolvimento do capitalismo comercial e a própria evolução política em virtude das constantes modificações econômicas, favoreceu o aparecimento de livros, onde embora se cuidasse principalmente das relações de mando, consideravam-se também outros aspectos do convívio entre os homens. Como exemplos temos: O príncipe de Maquiavel (1469-1527), e Leviatã de Hobbes (1588-1679).
Já no século XVIII apareceram obras de grande valor no campo da política, economia e sociologia. Montesquieu (1689-1775) com O espírito das leis, analisou o papel da lei e dos poderes políticos na sociedade. Rosseau (1712-1778), com Contrato Social, teve decisiva influência na revolução democrática e conseqüentemente na história das instituições, uma vez que sua importância também está no fato de representar uma apresentação de uma teoria para fundamentar a legitimidade do poder político.
Somente na Idade Moderna, a partir de Augusto Comte, é que se pode falar verdadeira mente de uma Sociologia do Direito objetiva, com estudos sistematizados. 
2.3 Tese Marxista:
O materialismo histórico constitui uma das teses fundamentais do marxismo e consiste no entendimento de que a estrutura da sociedade é composta pelo fator econômico, pelo conjunto das relações de produção. 
Diferente de Hegel, onde a consciência do homem indicaria seu modo de ser, para Karl Marx, os ser social do homem é quem definia a sua consciência. O Estado é instrumento de pressão que deve ser combatido por todos os meios e finalmente destruído.
A idéia do marxismo é a de que na sociedade capitalista, há uma generalizada relação de domínio e de exploração por parte dos que detêm os meios de produção em relação aos operários. 
O Direito desempenha um papel ideológico, pois sob o pretexto de instrumentalizar a justiça, utiliza-se para conservar a exploração da classe dominante. Através do Direito, o Estado aparece como legal, ou seja, como “Estado de Direito”. O papel do Direito ou das leis é o de fazer com que a dominação não seja tida como uma violência, mas como legal, e por ser legal e não-violenta, deve ser aceita.
A crítica que se faz a Filosofia/Sociologia marxista é a de que ao Direito não trouxe contribuições diretamente. Afinal, é falso afirmar que todo Direito emana do Estado, e que não existe nas sociedades primitivas. 
Qualquer observador é capaz de constatar que muito antes de existir o Estado, muito antes da sociedade se organizar política e juridicamente, já existiam regras disciplinadoras do relacionamento social. Ao sistema sócio-político geral, foi importante ao despertar a consciência ética dos homens quanto ao grau de desigualdade que o sistema capitalista provoca.
2.2 Durkheim e a solidariedade social:
Durkheim, contrariando Marx, sublinha que os que o seguem nem sempre levam em conta que os fatos sociais de natureza jurídica não são meros precipitados de combinações ou reações econômicas; mas também produtos de forças sociais de outras naturezas (psíquicas, raciais, culturais, religiosas, etc.). Entre elas, as que Durkheim chama de solidariedade social. 
Entende-se este processo como os padrões de cooperação interna do grupo e a capacidade de prevenir ou acomodar os conflitos entre seus componentes. A solidariedade social não pode ser mensurada, contada ou pesada, porque é imaterial, ideal, virtual. Para lhe proceder o exame, é preciso substituir o fato interior, pelo fato exterior. O fato exterior é o Direito: símbolo visível, através do qual se manifesta a solidariedade social, por seus efeitos sensíveis. 
Onde essa solidariedade é forte, há uma tendência igualmente forte de os homens se inclinarem uns para os outros, pondo-se em contato social mais freqüente, multiplicando as ocasiões de entrarem, reciprocamente, em relações positivas. Sucede o inverso se a solidariedade é fraca. A solidariedade social se apresenta como:
Solidariedade mecânica – Direito Penal
Solidariedade orgânica – Direito Constitucional, Administrativo e Privado.
Durkheim rejeita as categorias jurídicas clássicas de Direito Público e Direito Privado. Definindo as normas jurídicas como regras de conduta sancionadas, classifica-as segundo as diferentes sanções previstas por elas. 
Certos tipos de sanções consistem essencialmente em dor (sanções repressivas) e se relacionam com o Direito Penal. Outros tipos consistem apenas em repor as coisas no estado anterior em que se encontravam, correspondendo ao Direito Privado e Administrativo. 
Um ato é criminoso quando ofende estados fortes da consciência coletiva, isto é, quando vulnera a solidariedade social, ensejando uma reação organizada: a pena. Nas sociedades em que as relações sociais se cristalizam sem tomar a forma jurídica, as relações ditadas pela solidariedade social são reguladas pelos costumes.
2.4 Weber
O objeto da Sociologia Jurídica, para Weber, consiste na compreensão interpretativa das condutas sociais, baseando-se no método tipológico. 
De acordo com Weber, no processo de evolução do Direito e de procedimentos legais, podem-se identificar quatro etapas fundamentais (idealtipos de direito): criação carismática por “profetas do Direito”; criação do Direito pela jurisconsultos; imposição da lei por poderes teocráticos; elaboração sistemática e especializada do Direito por pessoas com formação técnica e com jurisdição.
As bases que legitimam o Direito são: costumes (para gozar de prestígio devido a sua eficácia, o homem passa a considerá-los sagrados), carisma (dedicação do líder e a confiança nele, garantem a autoridade) e lei (crença na autoridade faz a estrutura do Estado moderno). 
O mérito maior de Weber foi o de distinguir o âmbito de atuação da Dogmática Jurídica e da Sociologia Jurídica, estabelecendo as metodologias utilizadas (lógico-normativa e a empírico-causal) por ambas as ciências para entender seus objetos específicos. 
Para Weber, Sociologia Jurídica é responsável de investigar o comportamento dos indivíduos conforme um ordenamento jurídico posto (vigente) , orientando-se por ele. Não se trata aqui de que esse comportamento é o que se dá observando a lei, na qual se segue ou obedece à norma disposta.
2.5 Escola de frankfurt e Habermas:
A Escola de Frankfurt é uma denominação que se deu ao Instituto de Pesquisa Social, fundado em 1923, pelo economista austríaco Carl Grumberg, editor do Arquivo para a História do Pensamento Operário – os Arquivos de Grumberg, que visavam preencher uma lacuna existente nas ciências sociais: a história do movimento operário e do socialismo. 
A Escola de Frankfurt torna-se conhecida por desenvolver uma “teoria crítica da sociedade”, que é um modo de fazer filosofia integrando os aspectos normativos da reflexão filosófica com as realizações explicativas da sociologia, visto que o objetivo da mesma é fazer a crítica, buscando o entendimento e promovendo a transformação da sociedade. Entretanto, os pressupostosteóricos da Escola de Frankfurt se estenderam a diversas áreas das relações sociais, entre elas a Comunicação Social, o Direito, a Psicologia, a Filosofia, a Antropologia, entre outras.
A dialética constitui no método para entender a sociedade, buscando uma investigação analítica dos fenômenos estudados, relacionando estes fenômenos com as forças sociais que os provocam. 
Um dos pesquisadores de destaque foi Habermas que propõe um nexo interno, não casual, entre a democracia e o Estado de direito. Diante da complexidade da sociedade contemporânea – essencialmente pluralista – legitimação do direito, de uma maneira ideal, só se concebe através do processo democrático, pois apenas esse garante a autonomia privada e pública dos sujeitos do direito. 
Habermas parte da idéia de que o processo democrático permite que os direitos sejam formulados de maneira adequada, uma vez que os afetados pela imposição política desses direitos, foram esclarecidos em discussões públicas sob a sua relevância e esses direitos são conseqüência de um consenso mediatizado por discussões regradas. Assim, cidadãos conscientes e civicamente ativos que agem pelo entendimento solidário e não pelo interesse pessoal. 
Assim, a norma é o produto de um processo evolutivo, um caminhar para a modernidade. Para o pensador, o comprometimento dos cidadãos com as normas constitucionais baseia-se em um projeto formulado por eles próprios, em dado momento histórico e que , por isso, nascem de sua livre vontade, ou seja, não necessitam da imposição de qualquer autoridade externa. 
Ele defende a idéia de que cidadãos conscientes e civicamente ativos que agem pelo entendimento solidário e não pelo interesse pessoal, podem estabelecer as melhores regras de convivência. Para ele, portanto, há a necessidade de repensar a ordem jurídica, pois esta se tornou extremamente fechada e, de certo modo, distante da realidade factual. (Resgatar a dimensão ética do Direito).
Fontes bibliográficas utilizadas:
BRANDÃO, Adelino. Iniciação a sociologia do direito. Juarez de Oliveira, 2003.
CASTRO, Celso A. Pinheiro de. Sociologia Aplicada ao Direito. São Paulo: Atlas, 2001. 
FILHO, Arnaldo Lemos (org.). Sociologia Geral e do Direito. Alínea, 2008.
MACHADO NETO, Antonio Luiz. Sociologia jurídica. 6 ed. São Paulo: Saraiva, 1987.
HABERMAS, Jürgen. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/J%C3%BCrgen Habermas
COSTA, João Paulo de Jesus Severo. Direito e democracia em Habermas. Disponível em http://jusvi.com/artigos/25211

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