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FICHAMENTO ANTROPOLOGIA

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PROJETO DE EXTENSÃO BASE 
	Período Letivo: 2014.1
Disciplina: Antropologia
Professor (a): Patrícia
Aluno (a): Raphaela Caldas Queiroz
	Tópicos (títulos):
Tópico 1; O campo e a abordagem antropológicos.
Tópico 2; A pré- história da Antropologia.
Tópico 3; Racismo.
Tópico 4; Da natureza da Cultura ou da natureza à cultura.
	Referências Bibliográficas:
 (CAVALLI-SFORZA, Luigi Luca. Genes, Povos e Línguas. São Paulo: Companhia das Letras, 2003. ISBN 85-359-0324-0 página 47). 
( LAPLATINE, François)
(OLIVEIRA, Marina Notari Pimenta) 
O campo e a abordagem antropológicos.
“O homem, desde o início de sua existência, sempre questionou sobre si. A reflexão do homem sobre ele mesmo e a criação de um saber são antigos, porém a ciência que os estuda, a antropologia, é um projeto recente, por volta do século XVIII, quando pela primeira vez se pensou em ir a fundo nas questões que envolviam o ser humano . O que antes era um pensamento filosófico e teológico passou a ser visto cientificamente, porém não havia como existir um estudo complexo sobre os conceitos de homem se as regiões da humanidade eram praticamente inexploradas.
As primeiras sociedades a serem estudadas foram àquelas consideradas exóticas e qualificadas como “simples”, que com o passar do tempo foram sumindo. 
Sobre a terceira e última via citada anteriormente, aborda-se o estudo do homem por inteiro, em todas as sociedades, de todos os modos e em todas as épocas. Através dessas ideias traçam-se cinco áreas distintas que servem de ajuda nos estudos relacionados ao homem: antropologia biológica, antropologia pré-histórica, antropologia linguística, antropologia psicológica e antropologia cultural e social (ou etnologia). Durante esse estudo é possível reconhecer a vasta diversidade e as várias culturas que geram “estranhamento”, fenômeno referente à perplexidade diante do choque de culturas que nos leva a uma mudança no modo de se enxergar. O fenômeno do estranhamento leva o antropólogo a praticar a alteridade, ou seja, utilizar-se de um olhar antropológico e colocar-se no lugar do outro..”
A pré- história da Antropologia.
A pré-história da antropologia ocorreu no séc. XVI através das viagens marítimas e da descoberta de novos povos. Apesar de alguns considerarem que a antropologia existe desde quando o homem buscou respostas de quem era através do espelho do ‘outro’. Isso remontaria a Grécia na Antiguidade Clássica. Para entendermos isso, precisamos conceituar a ideia de antropologia. A antropologia é o estudo do homem, em todos os seus meios, sociedade, cultura, relação com a natureza e etc. Como dito antes, a Grécia Clássica lançou os primeiros passos da antropologia, disfarçada na filosofia, porém somente no séc. XVIII com o Iluminismo e sua grande revolução cultural, nasceu à antropologia como ciência. Por isso a definição de antropologia pré-histórica remete as viagens marítimas, o europeu religioso e civilizado tem contato com culturas totalmente desconhecidas e consideradas “selvagens”. Alguns questionamentos surgem como: o selvagem tem alma? Eles, que acabaram de ser descobertos, pertencem à humanidade? O pecado original também remete a eles? Las Casas e Sepulvera discordaram, enquanto o primeiro os considerava humanos e com uma organização política superior ao dos europeus, o segundo acreditava que eles não passavam de selvagens e que deveriam ser dominados por culturas cultas e esclarecidas. Criando uma discussão que só começaria a ser respondida dois séculos mais tarde, no Iluminismo. (LAPLANTINE, François)
Racismo
O racismo é a tendência do pensamento, ou do modo de pensar em que se dá grande importância à noção da existência de raças humanas distintas e superiores umas às outras. Onde existe a convicção de que alguns indivíduos e sua relação entre características físicas hereditárias, e determinados traços de caráter e inteligência ou manifestações culturais, são superiores a outros. O racismo não é uma teoria científica, mas um conjunto de opiniões pré-concebidas onde a principal função é valorizar as diferenças biológicas entre os seres humanos, em que alguns acreditam serem superiores aos outros de acordo com sua matriz racial. A crença da existência de raças superiores e inferiores foram utilizadas muitas vezes para justificar a escravidão, o domínio de determinados povos por outros, e os genocídios que ocorreram durante toda a história da humanidade. O racismo pode ser também qualquer teoria ou doutrina que considera que as características culturais humanas são determinadas hereditariamente, pressupondo a existência de algum tipo de correlação entre as características ditas “raciais” (isto é, físicas e morfológicas) e aquelas culturais (inclusive atributos mentais, morais, etc.) dos indivíduos, grupos sociais ou populações. É qualquer doutrina que sustenta a superioridade biológica, cultural e/ou moral de determinada raça, ou de determinada população, povo ou grupo social considerado como raça. Diversos autores, seguindo critérios distintos de classificação, propuseram diferentes classificações da humanidade em termos raciais. A mais básica e difundida é a das três grandes subdivisões: caucasóide (raça “branca”), negróide (raça “negra”) e mongolóide (raça “amarela”). Como conceito antropológico, sofreu numerosas e fortes críticas, pois a diversidade genética da humanidade parece apresentar-se num contínuo, e não com uma distribuição em grupos isoláveis, e as explicações que recorrem à noção de raça não respondem satisfatoriamente às questões colocadas pelas variações culturais. Nos últimos anos assistimos ao desenvolvimento de uma pletora de estudos genéticos que culminaram, por parte de quase todos os biólogos, na rejeição do conceito de raça na espécie humana. O desejo de domínio, controle e opressão que gerou absurdos históricos como a escravidão, o holocausto, o apartheid, além de grupos de extermínio especializados em promover genocídios e aniquilar pessoas, baseados na falsa crença de que existem raças superiores e inferiores de seres humanos, não é coisa do milênio passado. Em pleno século XXI, a intolerância e a dificuldade de lidar com diferenças constituem grandes desafios para a construção de uma cultura de paz. Como disse o maior físico do mundo "Triste época em que vivemos, na qual é mais fácil desintegrar um átomo do que quebrar um preconceito." (Albert Einstein). Apesar de muitos progressos conquistados pela militância dos participantes do Movimento Negro, e de outros grupos historicamente discriminados, seria hipócrita afirmar que o Brasil é um país onde o racismo não existe. Existe, é crime, se revela em situações cotidianas, é um comportamento que pode ser extremamente sutil e violento e deve ser combatido. Existe uma série de mecanismos legais, nacionais e internacionais, que podem ser instrumentos úteis nessa batalha. A Declaração Universal dos Direitos Humanos defende que todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades: “sem distinção alguma de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra situação”.
O Estatuto da Criança e do Adolescente reafirma o conteúdo da Declaração e garante o direito à integridade e o direito à liberdade que, compreendem o direito que toda criança e adolescente têm a: “participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação” (Art.16). Também vale destacar a Lei 9.459, que complementou a Lei 7.716, definindo punições para crimes de racismo. De acordo com a legislação, recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, negando-se a servir, atender ou receber cliente ou comprador; recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso de aluno em estabelecimento de ensino público ou privado de qualquer grau; impedir o acesso ou recusar atendimento em restaurantes, bares, confeitarias, ou locais semelhantes abertos ao público; impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públicos ou residenciais e elevadoresou escada de acesso aos mesmos; impedir o acesso ou uso de transportes públicos, como aviões, navios barcas, barcos, ônibus, trens, metrô ou qualquer outro meio de transporte concedido, por motivos de raça, cor ou crença – são crimes! O preconceito racial, ou racismo, é uma violação aos direitos humanos, visto que fora utilizado para justificar a escravidão, o domínio de alguns povos sobre outros e as atrocidades que ocorreram ao longo da história.
Da natureza da Cultura ou da natureza à cultura.
Discussão de um dilema: a conciliação da unidade biológica e a grande diversidade cultural da espécie humana. Confúcio(IV a.C): "A natureza dos homens é a mesma, são os seus hábitos que os mantém separados." Antes da aceitação do monogenismo(doutrina antropológica segundo a qual todas as raças humanas procedem um tipo primitivo únco), os homens se preocupavam com a diversidade de modos de comportamentos existentes entre os diferentes povos. Heródoto(484-424 a.C), o grande historiador grego, preocupou-se com o tema quando descreveu o sistema social dos lícios: "Eles têm um costume singular pelo qual diferem de todas as outras nações do mundo. Tomam o nome da mãe, e não o do pai. Além disso, se uma mulher livre desposa um homem escravo, seus filhos são cidadãos integrais; mas, se um homem livre desposa uma mulher estrangeira, ou vive com uma concubina, embora seja ele a primeira pessoa do Estado, os filhos não terão qualquer direito à cidadania." Ao considerar o costume do lícios diferentes de todas as outras nações do mundo, Heródoto estava agindo de uma maneira etnocêntrica. Se oferecêssemos aos homens a escolha de todos os costumes do mundo, aqueles que lhe parecessem melhor, eles examinariam a totalidade e acabariam preferindo os seus próprios costumes, tão convencidos estão de que estes são melhores do que todos os outros. Tácito, cidadão romano, em relação às tribos germânicas: "O casamento na Alemanha é austero, não há aspecto de sua moral que mereça maior elogio. Por se satisfazerem com uma mulher para cada. Não há questão de paixão sexual. O dote é dado pelo marido à mulher, e não por esta àquele." Marco Polo, o legendário viajante italiano que visitou a China e outras partes da Ásia, descreveu sobre os tártaros: "Têm casas circulares, de madeira e cobertas de feltro, que levam consigo onde vão, em carroças de quatro rodas... As mulheres compram, vendem e fazem tudo o que é necessário para seus maridos e suas casas. Os homens não se têm de se preocupar com coisa alguma, exceto a caça, a guerra e a falcoaria... Não têm objeções a que se coma a carne de cavalos e cães, e se tome o leite de égua... Coisa alguma no mundo os faria tocar na mulher do outro: têm extrema consciência de que isto é um erro e uma desgraça." O padre José de Anchieta, ao contrário de Heródoto, se surpreendeu com os costumes patrilineares dos índios Tupinambás: "O parentesco verdadeiro vem pela parte dos pais, as mães não são mais que uns sacos, em que se criam as crianças, e por esta causa os filhos dos pais, posto que sejam havidos de escravas e contrárias cativas são sempre livres e tão estimados como os outros; e os filhos das fêmeas, se são filhos de cativos, os têm por escravos e os vendem, e às vezes matam e comem, ainda que sejam seus netos, filhos de suas filhas, e por isso também usam das filhas das irmãs." Montaigne procurou não se espantar em demasia com os costumes dos Tupinambá: "Na verdade, cada qual considera bárbaro o que não se pratica em sua terra." "Estimo que é mais bárbaro comer um homem vivo do que o comer depois de morto; e é pior esquartejar um homem entre suplícios e tormentos e o queimar aos poucos, ou entregá-lo a cães e porcos, a pretexto de devoção e fé."
Desde a Antiguidade, foram comuns as tentativas de explicar as diferenças de comportamento entre os homens, a partir das variações dos ambientes físicos. Marcus V. Pollio, arquiteto romano: "Os povos do sul têm uma inteligência aguda, devido à raridade da atmosfera e ao calor; enquanto os das nações do norte, tendo se desenvolvido numa atmosfera densa e esfriados pelos vapores dos ares carregados, têm uma inteligência preguiçosa." Khaldun, filósofo árabe, acreditava que os habitantes dos climas quentes tinham uma natureza passional, enquanto aos dos climas frios faltava a vivacidade. Jean Bodin, filósofo francês, achava que os nórdicos são fiéis, leais aos governantes, cruéis e pouco interessados sexualmente; enquanto os do sul são maliciosos, engenhosos, abertos, orientados para as ciências, mas mal adaptados para as atividades políticas. Todos estes exemplos e os que se seguem, servem para mostrar que as diferenças de comportamento entre os homens não podem ser explicadas através das diversidades sematológicas (do corpo) ou mesológicas(do meio ambiente). Tanto o determinismo geográfico como o determinismo biológico, foram incapazes de resolver o dilema proposto. (Mariana Notari Pimenta de Oliveira.)
“A justiça é a vingança do homem em sociedade, como a vingança é a justiça do homem em estado selvagem”. (Epicuro)

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