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ÉTICA E EPISTEMOLOGIA APLICADA FMU 2014 ●Semiótica Jurídica: »A Linguagem do Direito A Semiótica ou Semiologia é a teoria ou ciência geral dos sinais, sejam eles línguas, códigos, sinalizações, etc. É a maneira de ver o sinal. Locke utiliza o termo semiótica em seu Ensaio sobre o entendimento humano (1690) para o estudo da relação entre as palavras como signos das ideias, e das ideias como signos das coisas. Signo ou sinal é o elemento que indica outro. É todo o fenômeno sensível atual destinado a evocar a ideia de outro fenômeno ausente ou inacessível aos sentidos. A linguagem é o sistema de sinais voluntariamente empregados a fim de exprimir o pensamento. A semiótica tem um papel importante no estudo da realidade jurídica. O direito, enquanto conjunto de normas dirigidas a toda a coletividade, apresenta-se primordialmente como um aspecto de comunicação. Entende-se que Direito é uma manifestação da linguagem humana. Logo, o conhecimento e a realização do ordenamento jurídico exigem o uso apropriado dos instrumentos linguísticos da semiótica. O direito tem uma linguagem. Mais do que isso, o direito é, de certa forma, um sistema de linguagem e comunicação. Entretanto, cabe ressaltar que o direito não é só um fenômeno linguístico. »Partes da Semiótica Jurídica 3 partes fundamentais: Semântica: tem por objeto de estudo a relação entre o sinal e o objeto. No plano linguístico a semântica é o estudo do significado das palavras. Sintática: tem por objeto de estudo as relações estruturais, isto é, a concatenação dos sinais entre si. No plano linguístico, a sintática é o estudo relativo à sintaxe, que é a parte da gramática que estuda a disposição das palavras na frase e das frases no discurso. Assim, a sintática é o estudo da relação dos signos entre si. Pragmática: tem por objeto de estudo a relação entre os sinais e as pessoas que o utilizam, o emissor e o receptor. A investigação sintática consiste em estudar a concatenação entre os elementos da linguagem jurídica. É realizada em dois planos: 1. A concatenação interna entre os elementos da norma; 2. A concatenação ou coerência do sistema jurídico. A investigação pragmática consiste em estudar as relações entre as normas e seus destinatários. Em toda a linguagem jurídica há um emissor e um receptor. A pragmática se ocupa da comunicação entre o emissor e o receptor. Ocupa-se naturalmente das expressões do direito e suas relações com os que as enunciam e aquelas a quem são dirigidas. Indubitavelmente, os operadores do direito devem se ocupar com a relação entre o emissor e o receptor da norma. »Espécies de linguagem jurídica A linguagem, de maneira geral, pode ser classificada, tomando-se como critério: a origem, a função e o nível. No que se refere à origem, a linguagem pode ser: natural, artificial e mista. Linguagem Natural: surge espontaneamente pela evolução social, ou seja, a língua de um determinado povo. Linguagem Artificial: é formalizada por determinada ciência. É a própria linguagem técnica ou científica. Linguagem Mista: formada por expressões técnicas ou simbólicas e por expressões naturais. O direito apresenta uma linguagem mista. Ainda, alguns vocábulos de uso comum do povo integram a linguagem jurídica, ganhando sentido técnico-jurídico, como a palavra competência. Conforme suas funções ou usos, a linguagem pode se apresentar sob diferentes modalidades: descritiva, diretiva, operativa e expressiva. Ling. Descritiva: enuncia ou descreve os fatos ou situações. Ling. Diretiva: enuncia uma conduta a ser seguida. Semântica Sintática Pragmática ÉTICA E EPISTEMOLOGIA APLICADA FMU 2014 Ling. Operativa: tem por finalidade operar ou produzir efeitos concretos. Ling. Expressiva: tem por finalidade despertar expressões, emoções, sentimentos ou valores. Quanto ao nível ou plano em que se situa, a linguagem pode ser assim considerada: linguagem objeto ou metalinguagem. Ling. Objeto: é a linguagem estudada, descrita ou observada em primeiro plano. Metalinguagem: é a linguagem utilizada pelos estudiosos e legisladores para descrever a linguagem objeto. A linguagem jurídica possui modalidades ou níveis de linguagem, sendo classificada, neste aspecto, de acordo com as fontes do direito, em: Ling. Legal: é aquela utilizada pelo legislador. *Lei Complementar n. 95, de 26 de fevereiro de 1998, traça regras e técnicas para formulação de textos legais. Ling. Costumeira: é aquela utilizada pelo direito espontâneo que surge no seio da comunidade. Ling. Jurisprudencial: é aquela que surge das atividades dos juízes, que se utilizam de uma linguagem técnica na formulação de sentenças e acórdãos. Ling. da Doutrina: é aquela que surge da atividade dos cientistas, juristas ou estudiosos do direito, que ao formularem pareceres e artigos criam uma linguagem filosófica, científica e técnica. A linguagem legal ou costumeira são linguagens do objeto. A linguagem doutrinária e jurisprudencial são consideradas metalinguagens.
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