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48 1 Profa. Márcia Beatriz Amplatz Aula 6 Fundamentos e Metodologias para a Aquisição do Conhecimento Lógico-Matemático 48 2 Conversa Inicial 48 3 Artigo O Saber Matemático na Vida Cotidiana: um enfoque etnomatemático –Eliane Maria Hoffmann Velho e Isabel Cristina Machado de Lara Organização da aula 48 4 Os diferentes modos de se produzir matemática em distintos grupos culturais 48 5 Contextualização 48 6 Para D’Ambrosio –duas formas de conhecimento matemático: Matemática formal ou acadêmica, ensinada e aprendida nas escolas Matemática informal, praticada por grupos culturais delimitados 48 7 Do conhecimento matemático trabalhado na sala de aula (legitimado) e do conhecimento matemático produzido fora da escola (não legitimado) 48 8 A matemática formal ou acadêmica é uma ciência de números e fórmulas, ganhando, então, um caráter mais rigoroso Na vida cotidiana, a matemática informal é parte da atividade do sujeito, presente desde o ato mais corriqueiro de compra e venda 48 9 A matemática informal se ramifica na diversidade cultural, na mistura de saberes diferenciados provenientes da troca de experiências, muitas vezes fruto da necessidade ou de bagagens culturais repassadas 48 10 Essa concepçãode valorização e reconhecimento das múltiplas culturas matemáticas mostra-se destacada no campo das tendências em educação matemática, denominado etnomatemática 48 11 A etnomatemáticanão substitui conhecimentos produzidos por gerações de pensadores, mas incorpora a esses valores legados à humanidade significados práticos (D’Ambrosio, 2005) 48 12 Etimologicamente, etnomatemáticasignifica: Etno = saberes sociais, cultura Matema = entender, conhecer, saber Tica (Techné) = técnica, fazer 48 13 Na prática, como a etnomatemáticaacontece em sala de aula? 48 14 Na prática 48 15 Pesquisa etnográfica realizada nas comunidades locais Grupo de canoeiros Pesquisa (prof. André Candido Delavy Rodrigues) 48 16 Título: “O olhar etnomatemático na confecção de uma canoa” Disponível em http://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/6211/RodriguesACandido.pdf?sequence=1 48 17 Região Legenda Locais da pesquisa Região do Bananal/Tagaçaba porto da linha Imagem disponível em: http://www.guiageo-parana.com/praias.htm 48 18 1. O corte da árvore Qual é o problema? Tamanho e formas são ideais? Etnomatemática – o canoeiro pensa no tamanho e na forma ideal Processo de confecção da canoa 48 19 Imagem disponível em: http://altamontanha. com/Colunas/4922/rio-dos-patos 48 20 2. Utilizando uma corda/cipó, mede a circunferência do tronco da canoa Canoeiro – medir a espessura do tronco da árvore Etnomatemática –medir a circunferência do tronco 48 21 Fonte: Rodrigues,2005, p. 32 48 22 3. A quarta parte da circunferência deverá ser maior ou igual a 3 palmos Canoeiro – mede a espessura do troncoda árvore Etnomatemática –comprimento da circunferência Canoeiro – mede a circunferência do tronco da árvore 48 23 Fonte: Rodrigues,2005, p. 38 48 24 4. Verificar se a quarta parte é igual ou maior que a medida de três palmos Etnomatemática –Utiliza como medida o palmo “Palmo” 23cm Canoeiro mede 3 palmos para verificar se a árvore pode ser utilizada 48 25 Fonte: Rodrigues,2005, p. 39-40 48 26 Valorização do saber local Resolução de problemas em situações reais Possibilita estratégias diferentes na maneira de interpretar Possibilita discussão sobre as dimensões a respeito da etnomatemática 48 27 Produção didático-pedagógica –aplicando a etnomatemática na cultura africana 48 28 A etnomatemática é concebida por D’ Ambrosio (2005, p. 22) como um programa de investigação em que os conhecimentos, ao serem gerados, organizados, institucionalizados e difundidos, não podem ser fragmentados Contextualização 48 29 Busca por ultrapassar a matemática vista como uma ciência abstrata e formal tem sido apontada por diversos pesquisadores e educadores como uma preocupação no processo de ensino e de aprendizagem 48 30 Para Freire (1997, p. 81), o ato de ensinar não é a simples transmissão do conhecimento em torno do objeto ou do conteúdo. Transmissão que se faz muito mais por meio da pura descrição do conceito do objeto a ser mecanicamente memorizado pelos alunos 48 31 Lara (2001, p. 49) afirma que, com o programa etnomatemática, pretende-se redirecionar os modos de ver a matemática como um conhecimento a-histórico, atemporal, sua aplicabilidade universal e sua intensidade nos currículos escolares 48 32 Segundo Meira (2002, p. 19), a psicologia cognitiva passou a considerar as conexões entre conhecimentos “formais” (supostamente construídos atravésda escolarização) e “informais” (supostamente adquiridos através da experiência diária fora da escola) 48 33 A pesquisa obteve dados empíricos advindos de um estudo de caso realizado com cinco pessoas com baixa escolarização: uma cozinheira, uma zeladora, uma costureira, um marceneiro e um construtor Pesquisa das autoras 48 34 Saberes matemáticos desempenhados pela zeladora: Utiliza muito dos princípios da divisão e, principalmente, a divisão exata Entendimento básico sobre proporção Juros e porcentagem Utiliza calculadora 48 35 Saberes matemáticos desempenhados pela costureira: O domínio das medidas e das noções clarasde tamanho e proporção, alémda utilização dos princípios da matemática financeira Regras de porcentagem 48 36 Resolve com facilidade cálculos orais envolvendo as quatro operações Função de primeiro grau, ou seja, o preço em função do tempo empenhado 48 37 Saberes matemáticos desempenhados pela cozinheira: Domina as operações de soma e subtração Utiliza a soma para resolver cálculosde multiplicação, demonstra noçõesde proporção, quantidades de pesos e medidas, frações 48 38 Princípios básicosda matemática financeira para utilizar em processos de compra e venda 48 39 Saberes matemáticos desempenhados pelo marceneiro: Noções de logística, na parte aritmética de seus cálculos, de geometria, para medir e compor o móvel com simetria, estimativa e coerência entre o idealizado e o concreto 48 40 Matemática financeira para calcular o valor gasto no material, o tempo necessário para a construção e o lucro almejado 48 41 Saberes matemáticos desempenhados pelo construtor: Unidadesde medida Os ângulos,as proporções A geometriaplana e espacial Princípios de finanças 48 42 Saberes matemáticos que se mostram refletidos na resolução de situações-problema, por exemplo, o cálculo total a ser cobrado por um serviço prestado e a estimativa de troco a ser devolvido 48 43 Finalizando 48 44 É importante refletir sobre uma visão utilitária aos conceitos matemáticos a serem abordados com os alunos, objetivando aprendizagens mais significativas nas quais consigam se valer dos saberes 48 45 Aprender matemática não se resume em fórmulas a serem memorizadas ou demonstrações a serem aplicadas, muito menos em estratégias de resolução mecânicas 48 46 O ensino de matemática,nessa perspectiva,é visto como um instrumento para a compreensão, para a investigação, para a formação integral 48 47 Referência 48 48 VELHO,E. M. H. e LARA, I. C. M. O saber matemático na vida cotidiana: um enfoque etnomatemático. Alexandria Revista de Educação em Ciência e Tecnologia, v.4, n.2, nov. 2011, p. 3-30 48 49
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