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Hermenêutica Jurídica e sua Importância

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Introdução 
 A hermenêutica tem origem grega, dada por deus grego Hermes, trata se de uma forma da arte da interpretação. No lado jurídico ela é usada para que seja adequada a norma ao fato ocorrido e assim proporcione uma responsável aplicação do Direito. Tendo em vista que a Hermenêutica Jurídica divide-se em interpretação, integração e aplicação do Direito. É muito importante hermenêutica para o campo jurídico, vale ressaltar que cada pessoa tem um tipo de intepretação diferente.
Hermenêutica Jurídica
Sobre a hermenêutica no campo jurídico é empregada para dizer o meio e o modo por que se devem interpretar as leis, para que dessa forma se obtenham o exato sentido ou o fiel pensamento do legislador. Dessa forma, ela está encarregada de elucidar a respeito da compreensão exata da regra jurídica a ser aplicada aos fatos concretos, ou seja, é responsável pelo estudo e sistematização dos processos aplicáveis para determinar o sentido e o alcance das expressões do Direito, como explica Maximiliano. 8
Para realizar efetivamente a interpretação, que é uma arte, faz-se necessário seguir princípios e regras, que ao passar dos tempos e com o desenvolvimento da sociedade fizeram desabrochar as doutrinas jurídicas. Passando a hermenêutica, pelos três aspectos: científico, filosófico e social. Desse modo, Maximiliano relata que a arte ficou subordinada ao Direito obediente, este por sua vez à Sociologia, aproveitando então a hermenêutica das conclusões filosóficas e com elas desenvolvendo novos processos de interpretação, enfeixando-os num sistema e assim promovendo um modernismo à arte.9
Ao falar das regras de hermenêutica, são classificadas em legais, de jurisprudência e científicas. 10
As legais encontradas nos art. 5º, 6º e 7º da LICC dispõem:
“Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum” (art. 5º) 11
“A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada” (art. 6º) 12
“A lei do país em que for domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família” (art. 7º) 13
As regras de jurisprudência citadas por Washington de Barros Monteiro são: na interpretação deve-se preferir a inteligência que faz sentido e que melhor atenda a tradição do direito; deve ser afastada a exegese que conduz ao contraditório; deve-se ter em vista o que ocorre no meio social; onde a lei não distingue, o intérprete não deve distinguir; todas as leis especiais ou excepcionais devem ser interpretadas restritivamente; tratando-se de interpretar leis sociais, faz-se necessário incutir à alma do jurista uma certa dose de espírito social, para não correr o risco de sacrificar a verdade à lógica. 14
Olhando a hermenêutica no âmbito lato sensu podemos encontrá-la nas seguintes divisões: interpretação (determinar o sentido da lei), integração (suprimento das lacunas dos sistemas jurídicos) e aplicação do Direito (adaptação das normas aos fatos). 15
3- Considerações Finais
Observamos que, desde a antiguidade grega até os dias atuais e utilizada em qualquer campo, a Hermenêutica é a grande arte de interpretar. Dessa forma, podemos tocar na essencial e necessária importância para o Direito, onde é classificada de Hermenêutica Jurídica e responsável pela leal e fidedigna transmissão do que propõem as leis e jurisprudências, para facilitar a aplicação do Direito na sociedade, obtendo dessa forma a harmonia geral.
Hermenêutica - Conceitos e Características
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Publicado por Nathalia Stagliano
há 2 anos
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1. INTRODUÇÃO
Preliminarmente, devemos esclarecer que hermenêutica não é o mesmo que interpretação. Ora, termos como hermenêutica, exegese, interpretação, dentre outros, é muito comum no vocabulário jurídico, porém cada expressão tem seu significado e aplicação.
Vejamos, hermenêutica – do grego, provém do verbo hermeneuein(interpretar) e do substantivo hermeneia (interpretação). Alguns autores especam que a origem do termo advém da figura mitológica Hermes, filho de Zeus, responsável por interpretar e traduzir as mensagens do mundo dos Deuses, tornando-as acessíveis ao intelecto humano.
Exegese, etimologicamente, se origina a partir do grego exégésis, que significa interpretação, tradução ou expor os fatos. Normalmente, a exegese é utilizada para a interpretação e explicação crítica de obras artísticas e literárias de cunho religioso.
Interpretação, por sua vez, nasce da palavra latina interpres, que significa a pessoa apta a prever acontecimentos futuros pelo exame das condições presentes.
Visto isto, passamos a análise aprofundada do objeto desta pesquisa, qual seja, hermenêutica.
2. CONCEITO DE HERMENÊUTICA
Como visto anteriormente, hermenêutica tem sua origem associada ao Deus Hermes. Em outras palavras, podemos conceituar hermenêutica como sendo o conjunto de teorias voltadas para a interpretação de algo, não somente um texto escrito, mas de tudo o qual se possa atribuir significado e sentido.
Compreende-se, portanto, que hermenêutica é a ciência para a aplicação da interpretação. No âmbito jurídico, podemos dizer que, por meio da hermenêutica é possível interpretas normas e textos jurídicos, retirando-lhes o sentido objetivamente válido e determinando seus alcances.
Para Carlos Maximiliano, a hermenêutica tem por objeto “o estudo e a sistematização dos processos aplicáveis para determinar o sentido e o alcance das expressões do direito.”[1]
Tecendo, resumidamente, temos que interpretar, significaria buscar a relação entre o texto abstrato, já que as leis positivas são formuladas em termos gerais, e o caso concreto, para tanto, seria necessário “descobrir e fixar o sentido verdadeiro da regra positiva; e, logo depois, o respectivo alcance, a sua extensão”.[2]
Ainda nas palavras de Carlos Maximiliano,
“A hermenêutica se aproveita das conclusões da filosofia jurídica, criando novos processos de interpretação e organizando-os de forma sistemática. A interpretação é a aplicação da hermenêutica. A hermenêutica descobre e fixa os princípios que regem a interpretação.”[3]
Com isso, percebe-se que o termo hermenêutica, refere-se à ciência da interpretação, enquanto interpretação significaria determinar o sentido e o alcance da norma jurídica.
3. HERMENÊUTICA CLÁSSICA E HERMENÊUTICA CONTEMPORÂNEA
3.1. Hermenêutica Clássica
A hermenêutica clássica teve origem na França – com a Escola da Exegese, juntamente com a Escola Dogmática, oriunda da Alemanha.
Na hermenêutica clássica temos como pensamento dominante que a interpretação e a aplicação do Direito são etapas distintas, esta precedendo aquela. Assim, extrai-se, primeiramente, o sentido da norma, para depois aplicá-la ao caso concreto.
Savigny, jurista alemão do século XIX, estabeleceu um sistema interpretativo, baseado em alguns métodos, quais sejam:
i. Método Gramatical – consiste na busca do sentido literal ou textual da norma jurídica;
ii. Método Sistemático – consiste na correlação de todos os dispositivos normativos de um texto jurídico. Hodiernamente, para o neoconstitucionalismo, tal técnica denomina-se Filtragem Hermenêutica;
iii. Método Histórico – consiste na busca do passado para compreender o sentido atual da norma. Ou seja, trata-se da identificação de momentos e fatos históricos que interferiram na criação da norma jurídica;
iv. Método Sociológico – tal método se baseia na eficácia social, ou seja, analisa-se a norma de tal modo a não haver uma injustiça social; e
v. Método Teleológico ou Finalista – consiste na busca da finalidade da norma. Assim, supera-se a realidade escrita da norma, embasando-a por princípios.
Savigny estabeleceu métodos complementares de interpretação, desta forma, o intérprete deve aplicar todos os procedimentos para que ocorra a hermenêutica da norma jurídica.
3.2. Hermenêutica Contemporânea
A questão hermenêutica passa de um simples problema de correta subsunção do fato a norma, para
transformar-se um ideal de conformação política dos fatos, ou seja, transformação da norma segundo um primado ideológico.
Maria da Conceição Ferreira Magalhães acerta ao dizer que “a Hermenêutica não se refere somente à lei, mas ao direito; seu escopo é compreender o conteúdo das formas de expressão do direito.”[4]
A ampliação dos métodos interpretativos e sua flexibilização baseados na transformação histórico-cultural da sociedade dão o marco da hermenêutica contemporânea.
Podemos exemplificar a hermenêutica contemporânea com o surgimento dos seguintes métodos interpretativos, quais sejam:
i. Método Tópico-problemático – criado por Viehweg – pensador alemão da segunda metade do século XX. Tal método inicia-se com a análise do caso concreto para depois buscar a melhor norma jurídica. Método contrário ao positivismo jurídico;
ii. Método Hermenêutico-concretizador – criado por Konrad Hesse – autor da obra A força Normativa da Constituição. Este método seria conduzido pelo que ele denomina de pré-compreensão – conjunto de valores, visões de mundo, crenças que o intérprete incorpora na sua própria consciência dentro de seu espaço interpretador, mergulhado numa cultura, num conjunto de valores num dado contexto histórico-cultural. Assim, além dos elementos objetivos, devem-se somar elementos subjetivos para a aplicação da norma;
iii. Método Científico-cultural – método criado por Rudolph Smend, busca apaziguar conflitos sociais por meio da conciliação. Assim, o interprete deve-se atentar às medidas conciliatórias para aplicar a melhor solução jurídica ao caso; e
iv. Método Normativo-estruturante – criado por Müller, defende-se que o conceito de norma abarca uma dúplice perspectiva, a de norma constitucional como texto normativo e, a de norma constitucional com âmbito normativo. Assim, a norma jurídica deve ser, também, instrumento do cidadão para que este evite abusos do Poder Público.
Diante do exposto, podemos inferir que a hermenêutica contemporânea preocupa-se com o perfeito ajuste das normas jurídicas às complexas necessidades sociais.
4. CONCLUSÃO
Por todo o absorvido nesta pesquisa podemos concluir que a hermenêutica jurídica tradicional era voltada à formulação de regras para uma atividade interpretativa que se exauria na plenitude do ordenamento jurídico, pela simples subsunção dos fatos às normas.
No atual contexto, o da hermenêutica jurídica contemporânea, o sentido da norma não é mais descoberto, mas construído pela interpretação. A interpretação existe na incidência de um caso concreto que demanda solução.

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