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PROVAS PIAGETIANAS

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ANDRE LUIZ FERREIRA PRASDO
ELCILENE MARTINS DE SOUSA
GLEIDES APARECIDA RAMOS RIBEIRO
LILYANE PIRES DE MORAIS
PAMELA RODRIGUES DA ROCHA LEITE
SÔNIA DOS SANTOS
PROVAS PIAGETIANAS
 
Goiânia 2014
UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA
ANDRE LUIZ FERREIRA PRASDO
ELCILENE MARTINS DE SOUSA
GLEIDES APARECIDA RAMOS RIBEIRO
LILYANE PIRES DE MORAIS
SÔNIA DOS SANTOS
PAMELA RODRIGUES DA ROCHA LEITE
PROVAS PIAGETIANAS
Trabalho, elaborado como pré-requisito para obtenção de nota na disciplina de Psicologia Construtivista. Orientador: Prof(a). Luciene Falcão. 
Goiânia 2014
1. INTRODUÇÃO
O desenvolvimento humano, segundo Piaget (1975), é orientado por dois princípios básicos, a organização e a adaptação. Segundo esta ideia, ele afirma que as crianças organizam a sua experiência em estruturas cognitivas, como a operação, uma manipulação de ideias que pode ser realizada de forma reversível. Isto permite que, perante novas experiências resultantes da interação com o meio, adote essas mesmas estruturas. Nesse processo de adaptação, existem dois conceitos fundamentais para a sua ocorrência, a assimilação e a acomodação. A assimilação envolve os esforços de cada indivíduo para se relacionar com o ambiente, fazendo com que ele se ajuste às estruturas já presentes no organismo. A acomodação complementa a assimilação, ocorrendo quando as qualidades do ambiente não se ajustam com os conceitos já existentes. 
Graças à acomodação, os conceitos são alterados em resposta às exigências ambientais (Piaget, 1975).
Piaget propôs provas, onde se incluem as tarefas de correspondência termo a termo e de conservação de substância, através dos quais se pode avaliar em que estágio de desenvolvimento se encontra a criança.
1.1 OBJETIVO GERAL 
O principal objetivo desse trabalho foi avaliar, analisar e treinar, a realização das provas Piagetianas realizando com crianças a partir de quatro anos de idade, proporcionando um maior aprendizado e fixação das provas Piagetianas, no qual é o fator principal da matéria de Psicologia Construtivista, do terceiro período da graduação de Psicologia.
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Fazer fundamentação teórica sobre o tema; 
- Perceber as diferenças entre os estágios;
- O objetivo desse trabalho é conhecer e treinar a aplicação de provas piagetianas, proporcionando assim um maior aprendizado e fixação das teorias do autor. 
2. MÉTODO 
Participantes: 
Nesta experiência participaram 6 crianças. Pedro (6 meses), Rebeca (11 meses), Nilson Neto (4anos), Fernanda (6anos), Afonso (9 anos), Elias (12 anos).
Material: 
Nesta avaliação foram utilizadas as seguintes provas piagetianas, nomeadamente; a noção de objeto permanente, Constância da forma, Conservação de quantidade de massa, Conservação de quantidade de volume, Conservação do comprimento, Conservação da quantidade de liquido, Conservação de peso, Compensação simples, Conservação da superfície, Experiência pictórica, Classificação aditiva visual, Classificação aditiva tátil-cinestésica, Prova de inclusão de classes (frutas).
Procedimento: 
Solicitamos aos respectivos pais, a permissão para efetuarmos a referente avaliação, através do consentimento informado e, quando adquirido, procedemos à sua realização. As provas piagetianas foram aplicadas nas residências das próprias crianças, no dia 21 e 22 de Abril de 2014 em Goiânia – Goiás;
Ao darmos início à avaliação, esclarecemos às crianças que lhes iríamos solicitar a realização de algumas provas, requerendo respostas às perguntas efetuadas, com a finalidade destas permanecerem descontraídas e não enviesarem os resultados. 
3. ESTÁGIOS DO DESENVOVIMENTO
De acordo com Piaget (1975), o desenvolvimento cognitivo é um processo de sucessivas mudanças qualitativas e quantitativas das estruturas cognitivas derivando cada estrutura de estruturas precedentes. Ou seja, o indivíduo constrói e reconstrói continuamente as estruturas que o tornam cada vez mais apto ao equilíbrio.
Essas construções seguem um padrão denominado por Piaget de estágios que seguem idades mais ou menos determinadas. Todavia, o importante é a ordem dos estágios e não a idade de aparição destes.
Para Piaget (1975), a aprendizagem se dá através dos processos de assimilação, acomodação e os esquemas. Jean Piaget iniciou seus estudos experimentais sobre a mente humana tentando nos explicar como se desenvolve a inteligência nos seres humanos. Entre as suas teorias mais importantes temos; epistemologia Genética e Estágios de Desenvolvimento começaram a pesquisar também sobre o desenvolvimento das habilidades cognitivas Piaget desenvolveu diversos estudos científicos: a psicologia do desenvolvimento, a teoria cognitiva e a epistemologia genética, onde ele tinha objetivo de entender como o conhecimento evolui. Em seus estudos sobre crianças, Piaget descobriu que elas não raciocinam como os adultos. Ele modificou a teoria pedagógica, que até então, era vista que a mente de uma criança era vazia, e devia ser preenchida por conhecimento.
3.1 ESQUEMA
Segundo Piaget (1975), esquemas são as estruturas mentais ou cognitivas pelas quais os indivíduos intelectualmente organizam o meio. São estruturas que se modificam com o desenvolvimento mental e que se tornam cada vez mais refinadas na medida em que a criança torna-se mais apta a generalizar os estímulos.
Por este motivo, os esquemas cognitivos do adulto são derivados dos esquemas sensório-motores da criança e os processos responsáveis por essas mudanças nas estruturas cognitivas são assimilação e acomodação.
3.2 ASSIMILAÇÃO
É o processo cognitivo de colocar (classificar) novos eventos em esquemas existentes. Em outras palavras, é o processo pelo qual o indivíduo cognitivamente capta o ambiente e o organiza possibilitando, assim, a ampliação de seus esquemas. Na assimilação o indivíduo usa as estruturas que já possui.
3.3 ACOMODAÇÃO
É a modificação de um esquema ou de uma estrutura em função das particularidades do objeto a ser assimilado. A acomodação pode ser de duas formas, visto que se podem ter duas alternativas: Criar um novo esquema no qual se possa encaixar o novo estímulo, ou modificar um já existente de modo que o estímulo possa ser incluído.
Após ter havido a acomodação, a criança tenta novamente encaixar o estímulo no esquema e aí ocorre a assimilação. Por isso, a acomodação não é determinada pelo objeto e sim pela atividade do sujeito sobre esse, para tentar assimilá-lo. O balanço entre assimilação e acomodação é chamado de adaptação.
3.4 EQUILIBRAÇÃO
É o processo da passagem de uma situação de menor equilíbrio para uma de maior equilíbrio. Uma fonte de desequilíbrio ocorre quando se espera que uma situação ocorra de determinada maneira e esta não acontece.
3.5 ESTÁGIOS 
Piaget (1975) considera então 4 períodos no processo evolutivo da espécie humana que são caracterizados "por aquilo que o indivíduo consegue fazer melhor" no decorrer das diversas faixas etárias ao longo do seu processo de desenvolvimento.
O desenvolvimento passa pelos seguintes estágios de desenvolvimento de acordo com Piaget (1975):
- Sensorial-motor (0 - 2 anos)
Ao nascer, o bebe tem padrões inatos de comportamento, como agarrar, sugar e atividades grosseiras do organismo, segundo Piaget (1975). As modificações e o desenvolvimento do comportamento ocorrem como resultado da interação desses padrões inatos (semelhantes a reflexos) com o meio ambiente. O bebê então começa a construir esquemas para assimilar o ambiente. Nesse estágio, seu conhecimento é privado e não tocado pela experiência de outras pessoas (o mundo é ele).
- Pré-operações (2 – 7 anos)
O período pré – operatório abrange a idade de 2 a 7 anos e é dividido em dois períodos: o da Inteligência Simbólica (dos 2 aos 4 anos) e o período Intuitivo (dos 4 aos 7 anos). Também chamado de estágio da Inteligência Simbólica. Caracteriza-se, principalmente,
pela interiorização de esquemas de ação construídos no estágio anterior (sensório-motor). Para Piaget (1975), o que marca a passagem do período sensório-motor para o pré-operatório é o aparecimento da função simbólica ou semiótica, ou seja, é a emergência da linguagem. Nessa concepção, a inteligência é anterior à emergência da linguagem e por isso mesmo "não se pode atribuir à linguagem a origem da lógica, que constitui o núcleo do pensamento racional". Na linha piagetiana, desse modo, a linguagem é considerada como uma condição necessária, mas não suficiente ao desenvolvimento, pois existe um trabalho de reorganização da ação cognitiva que não é dado pela linguagem. Em uma palavra, isso implica entender que o desenvolvimento da linguagem depende do desenvolvimento da inteligência.
- Operações concretas (7 - 12 anos) 
Neste período o egocentrismo intelectual e social (incapacidade de se colocar no ponto de vista de outros) que caracteriza a fase anterior dá lugar à emergência da capacidade da criança de estabelecer relações e coordenar pontos de vista diferentes  (próprios e de outrem) e de integrá-los de modo lógico e coerente. Outro aspecto importante neste estágio refere-se ao aparecimento da capacidade da criança de interiorizar as ações, ou seja, ela começa a realizar operações mentalmente e não mais apenas através de ações físicas típicas da inteligência sensório-motor (se lhe perguntarem, por exemplo, qual é a vareta maior, entre várias, ela será capaz de responder acertadamente comparando-as mediante a ação mental, ou seja, sem precisar medi-las usando a ação física).
Contudo, embora a criança consiga raciocinar de forma coerente, tanto os esquemas conceituais como as ações executadas mentalmente se referem, nesta fase, a objetos ou situações passíveis de serem manipuladas ou imaginadas de forma concreta. A criança desenvolve noções de tempo, espaço, velocidade, ordem, casualidade e já sendo capaz de relacionar diferentes aspectos e abstrair dados da realidade. Não se limita a uma representação imediata, mas ainda depende do mundo concreto para chegar à abstração. Isso desenvolve a capacidade de representar uma ação no sentido inverso de uma anterior, anulando a transformação observada (reversibilidade). 
- Operações formais (12 – 15 anos)
No período formal as estruturas cognitivas da criança alcançam seu nível mais elevado de desenvolvimento, e tornam-se aptas a aplicar o raciocínio lógico a todas as classes de problemas. Enfim, é a abertura para todos os possíveis. De acordo com a tese piagetiana, ao atingir esta fase, o indivíduo adquire a sua forma final de equilíbrio, ou seja, ele consegue alcançar o padrão intelectual que persistirá durante a idade adulta. Isso não quer dizer que ocorra uma estagnação das funções cognitivas, a partir do ápice adquirido na adolescência, como enfatiza Rappaport (1981), esta será a forma predominante de raciocínio utilizada pelo adulto. Seu desenvolvimento posterior consistirá numa ampliação de conhecimentos tanto em extensão como em profundidade, mas não na aquisição de novos modos de funcionamento mental.
4. PIAGET E O DESENVOLVIMENTO MORAL NA CRIANÇA
Jean Piaget (1994), a partir de observações minuciosas de seus próprios filhos e de várias outras crianças concluiu que estas, ao contrário do que se pensava na época, não pensam como os adultos: certas habilidades ainda não foram desenvolvidas.
Para ele, os valores morais são construídos a partir da interação do sujeito com os diversos ambientes sociais e será durante a convivência diária, principalmente com o adulto, que ela irá construir seus valores, princípios e normas morais. Para que estas interações aconteçam, há a ocorrência de processos de organização interna e adaptação e essa ocorre na interação de processos denominados assimilação e acomodação.
Piaget (1994), ainda, argumenta que o desenvolvimento da moral abrange três fases, denominadas:
- Anomia (crianças até 5 anos): geralmente a moral não se coloca, com as normas de conduta sendo determinadas pelas necessidades básicas. Porém, quando as regras são obedecidas, são seguidas pelo hábito e não por uma consciência do que se é certo ou errado. Um bebê que chora até que seja alimentado é um exemplo dessa fase.
- Heteronomia (crianças até 9, 10 anos de idade): O certo é o cumprimento da regra e qualquer interpretação diferente desta não corresponde a uma atitude correta. Um homem pobre que roubou um remédio da farmácia para salvar a vida de sua esposa está tão errado quanto um outro que assassinou a esposa, seguindo o raciocínio heteronômico.
- Autonomia: legitimação das regras. O respeito a regras é gerado por meio de acordos mútuos. É a última fase do desenvolvimento da moral.
Segundo Piaget (1994). a heteronomia é a fase mais predominante do desenvolvimento, mas autonomia é a meta do desenvolvimento moral. A moral autônoma é uma superação da moral heterônoma, por isso uma não exclui à outra, ambas são essenciais para o desenvolvimento moral das crianças. Ou seja, a criança só chega ao estágio da autonomia após passar pelo estágio da heteronomia.
5. AVALIAÇÃO DO DESENVOVIMENTO COGNITIVO COM BASE NAS EXPERIÊNCIAS PIAGETIANAS
5.1 PEDRO – 6 MESES - SENSÓRIO MOTOR
PROVA 01: A NOÇÃO DO OBJETO PERMANENTE
Material: Carrinho e uma toalha.
Entrevistador: Lilyane Pires de Morais
Mostrei a Pedro um carrinho novo e deixei ele brincar por alguns instantes, após ele ficar bem entusiasmado com o novo brinquedo o cobri com uma toalha. Pedro ficou inerte por alguns instantes e depois chorou muito tempo.
Conclusões: De acordo com Piaget (1975), Pedro si encontra no estagio sensório motor, onde ele não dispõe da função simbólica e não apresenta uma fórmula de pensamento ou afetividade definida, que lhe permita evocar pessoas ou objetos nas ausências deles. Pedro não teve noção de objeto permanente, espaço, tempo e causalidade.
5.2 REBECA – 11 MESES – SENSÓRIO MOTOR
PROVA 01: CONSTÃNCIA DA FORMA
Material: Mamadeira, leite e um pano.
Entrevistador: Lilyane Pires de Morais
Mostrei a Rebeca com fome uma, mamadeira, de modo que não estava visível o bico, apenas a parte branca, posteriormente cheguei à mamadeira ao alcance de sua mão e ela prontamente a pegou. Rebeca reconheceu que a parte branca da mamadeira era a própria mamadeira com leite, pois ela toma habitualmente mamadeira antes de dormir. Logo após pegá-la, descobriu prontamente o bico, que estava coberto por um pano, brincou por pouco tempo com ela, com as bonecas, deitou-se e tomou a mamadeira.
Conclusões: Nessa experiência as respostas prováveis de Piaget estão em consonância com as respostas Rebeca, uma vez que Piaget (1975), fala que a criança, a partir do décimo mês, identifica a mamadeira, mesmo que só veja a parte branca. A constância da forma é a percepção que se tem da forma habitual de um objeto independente de seu próprio aspecto. Durante a fase da formação desta constante, entretanto, o esquema sensório-motor está interligado, pois a criança procura pela forma conhecida do objeto manuseando-o.
5.3 NILSON NETO – 4 ANOS - ESTÁGIO PRÉ OPERATÓRIO
PROVA 01: CONSERVAÇAO DE QUANTIDADE DA MASSA
Material: Massa de modelar de duas cores.
Entrevistador: Gleides Aparecida Ramos Ribeiro
Foi apresentada a Nilson Neto a caixa de massinha de modelar mostrando que as unidades eram do mesmo tamanho. Pedi a ele que escolhesse duas cores, onde foi escolhida a cor vermelha e azul. 
Entrevistador: Nilson Neto há diferença entre essas duas massinhas?
Entrevistado: Pensa um pouco, quer pegar nas massinhas e responde: Sim vovó, uma é vermelha e outro é azul.
Entrevistador: Parabéns!
Transformação do instrumento Experimental. Foi pego as duas massinhas e feito duas bolinhas iguais.
Entrevistador: Nilson Neto, qual das bolinhas tem mais massas?
Entrevistado: Nenhuma.
Entrevistador: Por quê? 
Entrevistado: Porque não.
Deixei a massinha vermelha em forma de bola e massinha azul em forma de cobrinha e perguntei:
Entrevistador: Nilson Neto qual das duas massinhas
é maior?
Entrevistado: A cobrinha!
Entrevistador: E qual você acha que tem mais massa?
Entrevistado: A cobrinha.
Entrevistador: Por quê?
Entrevistado: Porque a cobrinha é comprida.
Conclusões: Nessa primeira prova piagetiana, Nilson Neto não conseguiu acompanhar as transformações respondeu as perguntas que foram impostas mesmo que durante a realização do trabalho, deparamos com algumas dificuldades na aplicação uma vez que a criança se mostrou ansiosa, impaciente e querendo brincar ao invés de responder as perguntas. Mas acabou se envolvendo bem com a prova. Foi identificado que Nilson Neto está no estágio pré-operatório, pois ele não tem noção de quantidade de massa quando admite que a quantidade de massa se altere quando a bolinha é transformada.
Segundo Piaget (1975) a criança nesta idade não consegue pensar sobre o próprio pensamento. Ela tem dificuldades de reconhecer a ordem em que mais de dois ou três eventos ocorrem e não possui o conceito de número. Assimilam os aspectos aparentes que mais chamam a sua atenção, e atem-se a um estado do objeto e não a transformação deste, portanto o pensamento é estático e imóvel. Ainda não pode ordenar, nem formar com coerência o mundo que a cerca. Não há tentativa de esquematizar ou refazer.
PROVA 02: CONSERVAÇÃO DE QUANTIDADE DE VOLUME
Material: Dois copos iguais com água e outro copo cumprido e fino, mas que corresponde à mesma quantidade de água dos anteriores.
Objetivo: Fazer com que a criança note que a quantidade de água é a mesma, mesmo que um dos copos pareça maior por ser comprido. 
São colocados dois copos iguais sobre a mesa, uma jarra com água e outro copo, comprido, fino, mas que corresponde à mesma quantidade de água dos outros copos anteriores. Foi colocado água nos dois copos iguais.
Entrevistador: Os dois copos estão cheios e iguais?
Entrevistado: Tá. (Ele olha mais uma vez e diz): Nos dois copos tá igual.
Então foi pego um dos copos com água e colocado no outro copo comprido e fino a água e voltei a perguntar: 
Entrevistador: E agora, os dois copos têm a mesma quantidade de água?
Ele responde apontando para o copo que é de formato comprido e fino:
Entrevistado: Não, esse tem mais.
Entrevistador: Por quê?
Entrevistado: Porque sim. 
Conclusões: O que se consegue observar nesta atividade é que, conforme Piaget (1975), a criança neste estágio, ou seja, Nilson Neto ainda não tem a capacidade de associar dois fatores (comprimento e largura) ao mesmo tempo. Ele não é capaz de descentralizar. A conservação do volume é uma noção alcançada quando a criança compreende que alterações de forma, posição, diferenças de peso não estão necessariamente, associadas às variações de volume.
5.4 FERNANDA – 6 ANOS - ESTÁGIO PRÉ OPERATÓRIO
PROVA 01: CONSERVAÇÃO DO COMPRIMENTO
Material: Cartolina cola e tesoura.
Entrevistador: Eucilene Martins de Sousa
 
Foi recortado a cartolina em formato de régua ambas de mesmo tamanho e mais 4 Vs com largura de 1 cm colocando nas extremidades das réguas.
Entrevistador: Qual das 2 é maior?
Entrevistado: Tia a de baixo É maior. ( Régua com as extremidades Vs abertas)
Conclusões: Observando os resultados apresentado pela criança conclui-se que ela correspondeu às ideias do autor Jean Piaget para sua idade e estágio em que se encontra, a percepção é globalística, ela não é capaz de observar que os Vs podem ser invertidos ela percebe os estados, mas não as transformações.
PROVA 02: CONSERVAÇÃO DE QUANTIDADE DE LÍQUIDO
Material utilizado: 2 copos de tamanho iguais 1 copo mais cumprido e 1 copo mais largo. 
Entrevistador: Vou colocar neste copo um pouco de suco e você põe no outro copo igual ao meu a mesma quantidade de suco tá? 
Entrevistado: sim.
Entrevistador: Está igual o suco nos dois copos? 
Entrevistado: sim está. 
Entrevistador: ok, agora eu quero que você coloque este suco que você colocou neste copo mais cumprido.
Entrevistador: E agora Fernanda onde tem mais e o porquê?
Entrevistado: Neste copo cumprido. Porque esse aqui é maior e esse tem menos.
Entrevistador: Por quê?
Entrevistado: Porque é menor, tem mais espaço embaixo, e o outro tem mais espaço em cima é por isso que está maior. 
Entrevistador: E o suco que tem dentro?
Entrevistado: É a mesma quantidade 
Entrevistador: Hum, porque que tem a mesma quantidade? 
Entrevistado: Porque olha só, se eu devolver para este copo do mesmo tamanho será a mesma quantidade. 
Entrevistador: E se você por neste outro cumprido? 
Entrevistado: Ainda é mesma quantidade, pois fica muito espaço em cima por isso parece maior. 
Entrevistador: Então qualquer copo que eu por, vai ser sempre a mesma coisa? 
Entrevistado: Sim. 
Entrevistador: Ok! Fernanda obrigada! 
Conclusões: A Conservação é uma noção pré-operatória que permite a criança compreender que as alterações da forma não causam alterações na quantidade, peso ou volume. Com base na teoria de Piaget (1975), esta criança se encontra no nível Pré-operatório, raciocinam apenas sobre o estados ou configuração desprezando as transformações, por isso elas observam o resultado final (estado) do suco no copo e na taça e desprezam a transformação.
PROVA 03: CLASSIFICAÇÃO ADITIVA VISUAL
Material: Cartolina
Objetivo: Identificar e separar figuras geométricas de acordo com conceitos simples de tamanho, cor e forma.
Num primeiro momento, Fernanda sentada à mesa foram colocadas na sua frente às formas geométricas e explicada a primeira atividade: eram oito quadrados e oito círculos, dentre eles, pequenos e grandes, azuis e vermelhos. Foi esclarecido à Fernanda que deveria inicialmente dizer quais eram as formas, tendo ela prontamente apontado todos os quadrados e depois todos os círculos. Da mesma maneira, identificou as cores e os tamanhos. Num segundo momento foi pedido a ela que separasse todas as figuras geométricas pela forma, e assim o fez: colocou-se primeiro todos os círculos do seu lado esquerdo e depois todos os quadrados do seu lado direito. Depois foi pedido que separasse pelo tamanho e posteriormente pelas cores, e ele separou corretamente em figuras grandes e pequenas, e figuras azuis e vermelhas, respectivamente.
Conclusões: De acordo com Piaget (1998), a classificação é uma operação lógica graças à qual se organizam objetos em grupos, de acordo com um ou mais atributos comuns a eles. No caso de Fernanda com seis anos, sua classificação aditiva visual está dentro do esperado.
PROVA 04: CLASSIFICAÇÃO ADITIVA TÁTIL-CINESTÉSICA
Material: Venda para cobrir os olhos, cubos e paralelepípedos, de dois tamanhos diferentes.
Objetivo: Identificar e classificar objetos através do tato de acordo com conceitos simples de forma e tamanho.
Procedimento: Com os olhos já vendados, foram colocados os objetos a sua frente e pedido que ela dissesse quais eram suas formas, ela pegou um por um respondendo: “este é um quadrado”; “este é um retângulo”. Ainda sem a ideia de formas geométricas tridimensionais, ela respondeu “corretamente”. Ao perguntar-se sobre os tamanhos, todos os cubos grandes, ela definiu como grandes, e todos os outros objetos, como pequenos, inclusive os paralelepípedos grandes, pois estes eram menores que os cubos grandes. Assim, da mesma maneira, separou-os primeiro de acordo com a forma e depois de acordo com o tamanho.
Conclusões: Fernanda está de acordo com sua fase de desenvolvimento atual, pois já consegue distinguir objetos com base em um atributo por vez.
PROVA 05: PROVA DE INCLUSÃO DE CLASSES (FRUTAS)
Material: 7 frutas naturais sendo: 5 maçãs e 2 bananas.
Procedimento: Foi apresentado as 7 frutas perguntando: 
Entrevistador: O que é isto?
Entrevistado: São frutas
Entrevistador: Apontei para as frutas e perguntei: -“O que você está vendo aqui sobre a mesa?”. 
Entrevistado: Frutas
Entrevistador: Estas como se chamam?(Perguntei apontando para as maçãs).
Entrevistado: Frutas, bananas e maçãs.
Entrevistador: Aqui na mesa tem mais maçãs ou tem mais frutas? Por quê?
Entrevistado: Tem mais frutas, porque tanto maças como bananas são frutas.
Conclusões: Fernanda domina os conceitos de identidade, descentração e reversibilidade, a que recorre como argumentos para justificar os seus raciocínios. 
5.5 AFONSO – 9 ANOS – ESTÁGIO DAS OPERAÇÕES CONCRETAS
PROVA 01: CONSERVAÇÃO DE PESO
Material utilizado: Balança e Massa Plástica.
Entrevistador: Sônia dos Santos
 Igualdade inicial: Uma balança de 2 braços e uma porção de massa plástica.
Situação proposta: Na presença de Afonso foi dividida a massinha em duas porções iguais em forma de bolinhas e colocado uma em cada braço da balança. Afonso percebeu o equilíbrio da balança pelo fato das bolas terem o mesmo peso:
Entrevistador: Na presença da criança foram retiradas da balança as bolinhas e questionado:
Entrevistador: Afonso você acha que as bolinhas têm o mesmo peso?
Afonso: Sim
Entrevistador: Você tem certeza?
Afonso: Tenho sim.
Entrevistador: Por que, consegue explicar?
Afonso: Uai por que se uma fosse mais pesada que a outra a balança não se equilibrava.
Transformação do instrumento Experimental. (Transformei uma das bolas em salsicha).
Entrevistador: e agora Afonso, você acha que continuam com o mesmo peso ou uma pesa mais que a outra?
Afonso: Sim continuam.
Entrevistador: Tem certeza?
Afonso: Sim tenho.
Entrevistador: E se eu dividir a massinha em forma de salsicha e colocar em um lado da balança e a outra bolinha permanecerem do mesmo jeito vai mudar o peso ou vão continuar com o mesmo peso?
Afonso: Sim vão continuar.
Entrevistador: Porque você consegue explicar?
Afonso: Porque você mudou somente o formato da massinha e não aumentou o peso.
PROVA 02: CONSERVAÇÃO DO COMPRIMENTO
Material: 3 lápis de cor do mesmo comprimento.
Foram colocados três lápis de mesmo comprimento para Afonso analisar, ele também chegou à conclusão de que os três lápis tinham o mesmo comprimento, depois de o último lápis ser colocado a uns 5 cm dos outros, e lhe perguntado se os três lápis ainda permaneciam do mesmo comprimento ele respondeu que sim. Disse que o lápis que estava mais a frente eram do mesmo comprimento e que só estava um pouco a frente dos outros.
Conclusões: Nas provas realizadas Afonso respondeu todas as perguntas corretamente, sem se deixar levar pelos contras argumentos de acordo com Piaget a conservação de peso é uma noção graças a qual a criança compreende que alterando a forma ou posições de um objeto experimental não altera o peso, pois a criança neste estágio já tem noção de tempo, espaço, reversibilidade, peso. Na segunda prova Afonso apresentou a resposta e a justificou.
PROVA 03: CONSERVAÇÃO DO VOLUME
Material utilizado: 2 copos D´água e massa plástica.
Situação proposta. Na presença de Afonso peguei dois copos e coloquei água.
Entrevistador: Afonso tem a mesma quantidade de água nos dois copos?
Afonso: Sim tem.
Entrevistador: Tem certeza?
Afonso: Sim tenho.
Entrevistador: Então põe essas massinhas dentro de cada copo e me diga se a água ta igual para os dois copos?
Afonso: Sim está.
Entrevistador: Tem certeza Afonso?
Afonso: Sim.
Transformação do instrumento experimental (aumentei uma das massinhas em forma de biscoito).
Entrevistador: Afonso e agora se eu por essa massinha nesse copo vai aumentar igual no outro?
Afonso: Sim vai aumentar.
Entrevistador: Por quê? 
Afonso: Porque se colocar uma coisa na água vai aumentar o volume, e como a deste copo já está aumentado o outro vai aumentar no mesmo nível porque são as mesmas coisas.
Conclusões: Afonso respondeu todas as perguntas propostas corretamente, e percebeu que o que fez a água subir foi o espaço que a bolinha ocupou e que existia o mesmo volume nos dois copos mesmo depois de modificar uma das massinhas, não mudou de opinião mesmo com as argumentações. Percebe-se que a mesmo se encontra na transição do período operatório concreto para operatório formal, segundo Piaget (1975), o desenvolvimento cognitivo, neste período, se caracteriza pela emergência de duas ordens de operações: as operações lógicas-matemáticas e as operações infralógicas.
PROVA 04: EXPERIÊNCIA PICTÓRICA
Material: Folha de papel A4 e uma caneta.
No primeiro momento, foram entregues as atividades à Afonso, e ele, ao observar o enunciado e ler a questão, foi respondendo. A primeira atividade tratava-se em comparar o crescimento de duas árvores A e B, e dizer qual crescia mais rapidamente, e qual mais devagar, além de responder se cresceu na mesma proporção. O enunciado era o seguinte, segundo Piaget (1998): sabendo que a árvore A cresce 80 cm em um ano e que a árvore B cresce 200 cm em dois anos, responda se elas cresceram na mesma proporção, se a árvore A cresceu mais rapidamente que a árvore B, ou se a árvore B cresceu mais rapidamente que a árvore A. Afonso respondeu rapidamente que sim a árvore B cresceu mais rapidamente que a árvore A, porquê, a árvore B cresceu 200 cm em um ano, e por causa disto, ela havia crescido mais rapidamente que a árvore A, que crescia a 80 cm ao ano.
5.6 ELIAS – 12 ANOS – OPERAÇÕES FORMAIS
PROVA 01: COMPENSAÇÃO SIMPLES
Material utilizado: Balança com dois braços, 2 pratos de alumínio e 3 cubos.
Situação proposta: Na presença da Criança Elias foi colocado um cubo em cada prato. Posteriormente foi colocado mais um dos cubos do lado direito para causar desequilíbrio. 
Entrevistador: Pamela Rodrigues Da Rocha Leite e Andre Luis Ferreira Prasdo
Entrevistador: Como equilibrar a balança?
Entrevistado: Basta adicionar mais um cubo do lado esquerdo ou retirar o que adicionado do lado direito para que se mantenha o equilíbrio.
PROVA 02: CONSERVAÇÃO DA SUPERFÍCIE
Material: Cartolina e duas vaquinhas de brinquedo.
Foram apresentados á Elias dois quadrados de cartolina representando dois pastos, sendo-lhe dito que uma vaca iria comer um pasto e outra iria comer o outro pasto.
Foram utilizadas 8 peças quadradas de cartolina, colocadas, uma a uma, em cada um dos pastos e em diferentes posições (4 em cada). Em um dos pastos, as peças ficaram bem próximas umas das outras e no outro, bem separadas. 
Entrevistador: Elias as vacas ainda teriam a mesmo quantidade de pasto para comer nos dois locais?
Entrevistado: Sim, porque por mais que deste lado às peças estejam em posições diferentes do que da outra parte elas ocupam o mesmo espaço.
PROVA 03: COMPENSAÇÃO COMPLEXA
Material: Folha de papel A4 e dez desenhos de peixes de cartolina.
Foi usada uma figura representando dois aquários interligados e dez peixes entre eles. Dois peixes estavam no aquário A e oito no aquário B. Foi explicado à Elias que os peixes fogem da água fria e procuram comida. 
Entrevistador: Se os peixes do aquário B estão saciados, o que posso fazer para manter o mesmo número de peixes nos dois aquários?
Entrevistado: Basta aquecer a água do aquário A.
Entrevistador: Se o aquário A está muito frio, o que posso fazer para manter o mesmo número de peixes nos dois aquários? 
Entrevistado: Manter a temperatura dos dois aquários e manter a mesma quantidade de comida, para manter certo equilíbrio.
PROVA 04: COMBINAÇÃO DE OBJETOS
Material: 4 garrafas pet transparentes e sucos de diferentes cores. 
Foram apresentadas 4 garrafas de diferentes cores de sucos, laranja, roxo, vermelho e verde claro Elias, teria que fazer diferentes misturas com as cores. Ele fez combinações de acordo com as possibilidades, realizou todas as associações possíveis, combinando os conteúdos inicialmente 2 a 2, depois 3 a 3, 4 a 4, etc. 
PROVA 05: CONCEITO DE ORDEM
Material: 2 arames e 11 bolinhas de cores variadas.
Em relação ao conceito de ordem, foram dados dois arames e 11 bolinhas de cores diferentes. Ele teria que recolocar, em um dos arames, as bolinhas na mesma ordem que o entrevistador havia colocado e no segundo, na ordem inversa. Nesta prova Elias olhou a sequência em que o experimentador pegava as bolinhas da mesa e no primeiro arame ele colocou as bolas coloridas na mesma ordem e no segundo arame ele as colocou em ordem inversa. 
Conclusões: Segundo Piaget (1975), Elias esta no estágio das operações formais, pois
apresenta como característica essencial á distinção entre o real e o possível. O pensamento se torna livre das limitações da realidade concreta, a criança se torna capaz de racionar logicamente ocorrendo à libertação do pensamento e das amarras do mundo concreto permitindo o adolescente pensar e trabalhar não só com a realidade concreta, mas, também com a realidade possível.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esse trabalho foi muito importante para o grupo, pois tivemos contato maior com as teorias Piagetianas, e através deste experimento pudemos colocar em pratica o que aprendemos nas aulas, e acabamos percebendo que os experimentos se encaixavam com á pratica.
Concluímos também que trabalhar com crianças requer da nossa parte um cuidado especial, pois elas estão em pleno desenvolvimento cognitivo, e é claro que vão apresentar uma visão e comportamento diferentes dos nossos, portanto temos que saber como lidar com elas, tem que saber fazer com que elas se divirtam e se interessem pelos experimentos, para que o próprio saia da melhor maneira possível de acordo com a resposta da criança. Enfim, concluímos que foi muito bom trabalhar com a criança, que se apresentou bastante presente e interessado no experimento, e percebemos que tanto ele como nós acabamos nós divertindo e aprendendo ao mesmo tempo.
REFERÊNCIAS
FURTADO, O.; BOCK,A.M.B;  TEIXEIRA, M.L.T. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. 13.ed. São Paulo: Saraiva, 1999
PIAGET, J. A formação do símbolo na criança. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1975.
PIAGET, J. Seis estudos de psicologia. Editora Forense, (1975)
PIAGET, J. Os procedimentos da educação moral. In: Macedo, Lino de (org) Cinco estudos de educação moral. São Paulo: Casa do psicólogo, (1996).
PIAGET, Jean. O Juízo Moral na Criança. 3ª. Ed. São Paulo: Summus, (1994).
RAPPAPORT, C.R. Modelo piagetiano. In RAPPAPORT; FIORI; DAVIS. Teorias do Desenvolvimento: conceitos fundamentais - Vol. 1. EPU, (1981).

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