Buscar

TextoComplementar Crescimento e desenvolvimento Humano

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Filogênese e ontogênese no desenvolvimento humano: o caso das meninas-lobo. 
Acompanhe um trecho da história das meninas indianas que foram criadas por uma 
família de lobos e encontradas em 1922 por missionários que as levaram para conviver 
com outros seres humanos: 
“Uma das meninas tinha oito anos e a outra cinco. A menor morreu pouco tempo depois 
de encontrada e a maior sobreviveu cerca de dez anos (...). (...) as meninas não sabiam 
caminhar sobre os pés e se movimentavam rapidamente de quatro. Não falavam e tinham 
rostos inexpressivos. Só queriam comer carne crua e tinham hábitos noturnos. (...) A 
menina que sobreviveu dez anos acabou mudando seus hábitos alimentares e (...) 
aprendeu a andar sobre os dois pés, embora sempre recorresse à corrida de quatro em 
situações urgentes. Nunca chegou propriamente a falar, embora usasse algumas palavras. 
A família do missionário anglicano que a resgatou e cuidou dela, bem como outras 
pessoas que a conheceram com alguma intimidade, jamais a sentiram como 
verdadeiramente humana. (Trecho extraído de MATURANA, H. R.; VARELA, F. J. A 
árvore do conhecimento: as bases biológicas da compreensão humana. São Paulo: Palas 
Athena, 2001, p.143-146). 
A situação descrita nesse texto é inusitada, por vários motivos: (a) lobos apresentam um 
considerável instinto assassino e tendem a atacar e matar um ser humano que deles se 
aproxime, contudo, não foi o que aconteceu em relação às meninas; (b) as meninas, 
quando encontradas, mostraram-se fisicamente saudáveis; (c) elas apresentaram padrões 
motores de postura e locomoção próprios de lobos, com dificuldade de manipular 
objetos (por exemplo, para se alimentarem), indicando que não haviam convivido com 
humanos; (d) não desenvolveram minimamente a linguagem humana (considerando-se 
suas respectivas idades), fosse pela quase total ausência de fala, fosse pela ausência de 
expressões faciais significativas.

Outros materiais