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Primeiros Socorros U2

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Primeiros socorros
Unidade II
5 FRATURAS
Fratura é a perda de solução de continuidade de um osso ou cartilagem. Também definida como 
lesão das extremidades, é uma interrupção da continuidade de um osso (BRUNNER; SUDDARTH, 1998).
 Observação
É relevante dar atenção ao estado geral do acidentado. Isso é feito 
de diversos modos: verificando a presença de dificuldade respiratória, 
mantendo as vias áreas permeáveis; removendo a roupa sobre o local do 
ferimento; controlando o sangramento; e imobilizando os locais suspeitos 
de fraturas.
Figura 10
5.1 Tipos de fraturas
As fraturas se dividem em dois grupos: o das abertas (compostas), em que a parte terminal do 
osso fraturado atravessa a pele; e o das fechadas (simples), nas quais não há comunicação com 
o exterior.
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Unidade II
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Sobre os sinais e sintomas, deve-se desconfiar de fratura sempre que a parte suspeita não possuir 
aparência ou função normais, ou quando houver:
• dor no local atingido; 
• incapacidade de movimentar o membro; 
• posição anormal do membro;
• sensação de atrito no local suspeito. 
Como socorrer
Em caso de fratura fechada, deve-se:
• verificar circulação, tato e movimentos dos membros;
• imobilizar, usando talas e ataduras para impedir movimentos.
Em caso de fratura aberta:
• não se deve tocar no osso;
• deve-se cobrir o local com pano limpo.
Em caso de fratura de coluna, deve-se:
• verificar os sinais vitais SSVV;
• deixar a vítima na mesma posição;
• imobilizar todo o corpo;
• mover a vítima apenas se você for treinado;
• discar 193.
Em caso de estiramento, contusão e entorse, deve-se:
• aplicar gelo picado envolvido por toalha ou saco plástico;
• comprimir com atadura elástica sem apertar;
• elevar o local afetado acima do nível do coração;
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Primeiros socorros
• não aplicar calor até 48 horas após a lesão.
Em caso de luxação:
• checar circulação;
• checar temperatura;
• checar sensibilidade;
• imobilizar articulação.
 Observação
As lesões nos nervos e vasos sanguíneos que nutrem a pele e as 
extremidades são as complicações mais comuns das fraturas e das luxações. 
Por isso, a avaliação da sensibilidade e da circulação (pulso, função motora 
e sensorial) distal nas fraturas é muito importante.
Metas para a atenção básica
As lesões dos pés causadas por queda de sapatos de grandes saltos com frequência têm lesões 
associadas à coluna lombar. Qualquer lesão dos joelhos quando a vítima está sentada pode ser associada 
à lesão dos quadris. De maneira parecida, as lesões dos quadris podem ter dor irradiada até o joelho. Os 
quadris estão intimamente ligados e devem ser avaliados paralelamente.
As quedas sobre os punhos das mãos frequentemente provocam lesão no antebraço. O mesmo 
acontece com o tornozelo e com a parte próxima à tíbia no lado externo da perna. Qualquer lesão 
que pareça afetar o ombro deve ser examinada de forma cuidadosa, pois pode facilmente envolver o 
pescoço e o tórax, além do ombro. As fraturas de pelve normalmente se associam a grandes perdas de 
sangue, e deve-se sempre suspeitar que houve o choque.
 Observação
Não desloque ou arraste a vítima até que a região suspeita de fratura 
tenha sido imobilizada – a menos que a vítima se encontre em iminente 
perigo. 
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5.2 Queimaduras
Figura 11
Para que você possa compreender melhor as queimaduras, é importante que você conheça melhor 
algumas características da pele. São funções da pele:
• proteção;
• síntese de vitamina D;
• manutenção da temperatura (termorregulação);
• impedir perda excessiva de líquidos;
• fazer a comunicação com o meio, já que é o órgão dos sentidos.
Considerações gerais sobre a pele:
• é o maior órgão do corpo humano;
• compõe 16% do peso corpóreo total;
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Primeiros socorros
• possui uma área aproximada de 20.000 cm2;
• possui um volume de 4000 ml;
• 30% do sangue circulante se encontra nos vasos cutâneos. 
Sobre a anatomia e fisiologia da pele, afirma-se que:
• a pele é composta por três diferentes partes:
— epiderme: superficial;
— derme: intermediária;
— hipoderme: profunda (subcutânea).
• ela possui anexos: pêlos, unhas e glândulas.
Lesões nos tecidos que envolvem as diversas camadas do corpo, como pele, cabelos, pelos, tecido 
subcutâneo, músculos e olhos, são geralmente causadas pelo contato direto com objetos quentes, 
como fogo, brasa, água fervente ou vapor, agentes ou substâncias químicas (ácidos e soda cáustica), 
corrente elétrica (choque elétrico) ou radiações ultravioleta ou infravermelho (solares). São os acidentes 
domésticos mais comuns.
Elas são classificadas de acordo com a profundidade e a extensão da lesão causada à pele. A 
gravidade depende mais da extensão do que da profundidade. Uma queimadura de primeiro ou 
segundo grau em todo o corpo é mais grave do que uma queimadura de terceiro grau de pequena 
extensão. 
5.3 Classificações das queimaduras
Queimaduras de 1º, 2º e 3º graus podem se apresentar no mesmo paciente, e é muito importante 
saber diferenciar a queimadura para que os primeiros cuidados sejam efetuados corretamente.
• Primeiro grau: lesão das camadas superficiais da pele, com vermelhidão, inchaço e dor local 
suportável. Não há formação de bolhas. Na evolução não surgem cicatrizes, mas podem deixar 
a pele um pouco escura no início, tendendo a se resolver por completo com o tempo. Exemplos: 
queimaduras causadas pelos raios solares.
• Segundo grau: lesão das camadas mais profundas da pele (epiderme e derme). Há formação de 
bolhas e flictenas (bolhas maiores), desprendimento de camadas da pele, dor e ardência locais de 
intensidade variável. A recuperação dos tecidos é mais lenta e pode deixar cicatrizes e manchas 
claras ou escuras. 
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• Terceiro grau: lesão de todas as camadas da pele, podendo o local pode ficar esbranquiçado ou 
carbonizado (escuro). A dor é geralmente pequena, pois a queimadura é tão profunda que chega 
a danificar as terminações nervosas da pele. Pode ser muito grave e até fatal, dependendo da 
porcentagem de área corporal afetada. Na evolução, sempre deixam cicatrizes, podendo necessitar 
de tratamento cirúrgico e fisioterápico posterior para retirada de lesões e aderências que afetem a 
movimentação. Tardiamente, algumas cicatrizes podem ser foco de carcinomas de pele, e por isso 
o acompanhamento de tais lesões é fundamental. 
 Observação
O risco de morte é maior nos grandes queimados, com em crianças com 
mais de 10% ou adulto com mais de 15% de área corporal queimada.
 Lembrete
Saber diferenciar a queimadura é muito importante para que os 
primeiros cuidados sejam efetuados corretamente. 
5.4 Cuidados com queimaduras 
1) Prevenir o estado de choque (hipovolêmico, devido à perda de líquidos). 
2) Controlar a dor. 
3) Evitar a contaminação (a queimadura é uma lesão estéril, por isso tenha cuidado ao manuseá-la 
e evite ao máximo contaminá-la).
Queimaduras térmicas (por calor) 
Figura 12
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Primeiros socorrosO que não fazer:
• não toque a área afetada;
• nunca fure as bolhas;
• não tente retirar pedaços de roupa grudados na pele – se necessário, recorte em volta da roupa 
que está sobre a região afetada;
• não use manteiga, pomada, creme dental ou qualquer outro produto doméstico sobre a 
queimadura;
• não cubra a queimadura com algodão;
• não use gelo ou água gelada para resfriar a região.
O que fazer:
• tente remover anéis, cintos, sapatos e roupas antes que o corpo inche;
• se a queimadura for de pouca extensão, resfrie o local com água fria imediatamente;
• seque o local delicadamente com um pano limpo ou chumaços de gaze;
• cubra o ferimento com compressas de gaze;
• em queimaduras de 2º grau, aplique água fria e cubra a área afetada com compressas de gaze 
embebida em vaselina estéril;
• mantenha a região queimada mais elevada do que o resto do corpo, para diminuir o inchaço;
• dê bastante líquido para a pessoa ingerir e, se houver muita dor, um analgésico;
• se a queimadura for extensa ou de 3º grau, procure um médico imediatamente.
Queimaduras químicas
O que fazer:
• como as queimaduras químicas são sempre graves, retire as roupas da vítima rapidamente, tendo 
o cuidado de não queimar as próprias mãos;
• lave o local com água corrente por 10 minutos (se forem os olhos, 15 minutos);
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• enxugue-o delicadamente e cubra-o com um curativo limpo e seco;
• procure ajuda médica imediata.
Queimaduras solares
O que fazer:
• refresque a pele com compressas frias;
• faça a pessoa ingerir bastante líquido;
• mantenha-a na sombra, em local fresco e ventilado;
• procure ajuda médica.
Figura 13
Queimaduras elétricas 
Com a vítima ainda em contato com a rede elétrica:
• não tocar na vítima;
• desligar a eletricidade na caixa de fusíveis ou chave geral;
• ligar para a companhia de eletricidade vir desligar a rede;
• estando a vítima na rua, afastar o fio elétrico com um pedaço de pau;
• chamar o resgate (Corpo de Bombeiros).
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6 ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC)
Distúrbios vasculares cerebrais é um termo genérico que se refere a qualquer anormalidade 
funcional do sistema nervoso central (SNC) que acontece quando o suprimento sanguíneo normal para 
o cérebro é prejudicado, sendo o acidente vascular cerebral (AVC) o principal desses distúrbios. Embora 
os esforços de prevenção tenham gerado um declínio contínuo na incidência durante os últimos anos, 
o acidente vascular encefálico ainda é a terceira causa principal de mortes. Aproximadamente 500.000 
pessoas experimentam o acidente vascular cerebral inicial, 100.000 sofrem acidente vascular encefálico 
recorrente e aproximadamente 160.000 morrem por acidente vascular encefálico a cada ano. Com mais 
de 4 milhões de sobreviventes (2,2 milhões de homens e 2,3 milhões de mulheres), o acidente vascular 
cerebral é a causa principal de incapacidade grave e em longo prazo (BRASIL, 2008).
O risco de AVC aumenta com a idade, sobretudo após os 55 anos. O aparecimento da doença em 
pessoas mais jovens está mais associado a alterações genéticas. Pessoas negras e com histórico familiar 
de doenças cardiovasculares também têm mais chances de ter um derrame. 
No Brasil são registradas cerca de 68 mil mortes por AVC anualmente, um número ligeiramente 
inferior ao registrado no ano anterior (68,9 mil). A doença representa a primeira causa de morte e 
incapacidade no país, o que gera grande impacto econômico e social.
Por isso, o Governo Federal prioriza o combate à doença com foco na prevenção, uma vez que 90% 
dos casos podem ser evitados. Caso ocorra, o paciente pode ser tratado, se chegar rápido a um hospital 
preparado para dar o atendimento imediato.
Como consequência, foi elaborada a linha de cuidado do AVC na rede de atenção às urgências. Ela 
deve incluir: rede básica de saúde, Samu, unidades hospitalares de emergência e leitos de retaguarda, 
reabilitação ambulatorial e programas de atenção domiciliar, entre outros aspectos.
Quando o paciente sobrevive ao acidente, muitas vezes fica com dificuldades na fala, na compreensão 
e até na locomoção. Depois de instalado o AVC, 30% dos pacientes morrem, 30% ficam com sequelas 
graves, 20% ficam com sequelas leves e 20% ficam sem sequelas.
Levar uma vida saudável, cuidar da alimentação e praticar exercícios físicos regularmente são 
medidas que podem ser tomadas para evitar que esse problema aconteça.
Considerações para o atendimento básico
Segundo Brunner e Suddarth (2005), o acidente vascular cerebral, popularmente conhecido como 
derrame cerebral, é um nome carregado de significado. Acidente quer dizer acontecimento inesperado, 
o que, na maioria das vezes, envolve dano e sofrimento. Vascular refere-se a vasos, e esse acidente 
se chama vascular encefálico porque acomete uma das artérias que irrigam o cérebro, danificando a 
área por ela irrigada. Existem dois grandes grupos de acidentes vasculares cerebrais: os isquêmicos e os 
hemorrágicos.
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O primeiro tipo (e o mais comum deles) se dá devido à falta de irrigação sanguínea num determinado 
território cerebral, causando morte de tecido cerebral. Este é o AVC isquêmico.
O AIT ou ataque isquêmico transitório clinicamente corresponde a uma isquemia passageira, que 
não chega a constituir uma lesão neurológica definitiva e não deixa sequela. É um episódio súbito de 
déficit sanguíneo em uma região do cérebro com manifestações neurológicas, que se recuperam em 
minutos ou em até 24 horas. Constitui um fator de risco muito importante, visto que uma elevada 
porcentagem dos pacientes com AIT apresentam um AVC nos dias subsequentes.
O AVC hemorrágico é menos comum, mas não menos grave, e ocorre pela ruptura de um vaso 
sanguíneo intracraniano, levando à formação de um coágulo que afeta determinada função cerebral.
Como identificar o acidente vascular cerebral:
• pedir, em primeiro lugar, para que a pessoa sorria. Se ela mover sua face só para um dos lados, 
pode estar tendo um AVE;
• pedir para que ela levante os braços. Caso haja dificuldades para levantar um deles ou, após 
levantar os dois, um deles caia, procure socorro médico.
Como devem ser os primeiros socorros:
• acalmar e repousar a vítima;
• transportá-la em decúbito lateral;
• transportá-la ao hospital no menor tempo possível!
 Lembrete
O tratamento mais eficaz para esta doença é a prevenção, ou seja, 
identificar os fatores de risco na população e combatê-los. Os principais 
fatores de risco para a doença cerebrovascular são: hipertensão arterial, 
diabetes mellitus, sedentarismo, tabagismo e obesidade. 
7 EMERGÊNCIAS CARDIOVASCULARES
As síndromes coronarianas agudas podem assumir três formas clínicas principais:
• angina instável; 
• infarto sem supradesnível do segmento ST (IAM sem supra);
• infarto com supradesnível do segmento ST (IAM).
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Essas síndromes representam um aspecto dinâmico da doença e são parte de um processo 
contínuo. Desse modo, pacientes com angina instável e IAM sem supra, caso não sejam conduzidos 
adequadamente, progridem para IAM ou óbito. 
7.1 IAM (Infarto Agudo do Miocárdio)
O infarto agudo do miocárdio se refere à morte de parte do músculo cardíaco (miocárdio), 
o que ocorre de forma rápida (ou aguda) devido à obstrução do fluxo sanguíneo das artérias 
coronárias para o coração. Trata-se de uma doençaonde há a deposição de placas de gordura 
por dentro das paredes das artérias coronárias (as artérias coronárias são vasos sanguíneos que 
irrigam o coração). Quando tais placas de gordura causam obstrução ao fluxo sanguíneo das 
coronárias para o coração, o músculo cardíaco sofre pela falta de sangue/oxigênio e começa a 
morrer. Por isso, o tratamento deve ser feito rapidamente, no sentido de desobstruir as artérias 
coronárias e evitar a morte do músculo cardíaco. 
 Observação
Embora não se saiba ao certo o que causa o espasmo das artérias 
coronárias, muitas vezes essa condição está relacionada a:
• uso de determinadas drogas, como a cocaína;
• dor intensa ou estresse emocional;
• exposição ao frio extremo;
• hábito de fumar cigarro.
Sinais e sintomas do IAM
Os sinais e sintomas do infarto podem variar de pessoa para pessoa. Dor no peito ou desconforto 
torácico são os sintomas mais comuns do infarto. A dor ou desconforto ocorrem geralmente no 
centro do peito, com características do tipo pressão ou aperto, de grau moderado a intenso. 
Geralmente, a dor pode durar vários minutos ou parar e voltar novamente. Em alguns casos, a dor 
do infarto pode parecer com um tipo de indigestão, queimação no estômago ou azia.
Sensação de desconforto nos ombros, braços, dorso (costas), pescoço, mandíbula ou estômago 
também é sintoma. Algumas pessoas podem ainda ter uma sensação de dor tipo aperto nos braços e 
incômodo na língua ou no queixo.
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Tratamento
O tratamento precoce pode prevenir e limitar os danos causados ao músculo cardíaco. O importante 
é agir rápido diante dos primeiros sintomas de infarto agudo do miocárdio, procurando um atendimento 
médico prontamente. 
As doenças cardiovasculares, entre elas o infarto agudo do miocárdio, são as principais causas de 
morte no Brasil. Segundo dados do Datasus, cerca de 66.000 pessoas morrem todos os anos devido ao 
infarto do coração em nosso país. Cerca de 60% dos óbitos por infarto acontecem na primeira hora após 
o início dos sintomas.
Diante disso, vale a pena ressaltar que o rápido reconhecimento dos sintomas, bem como o pronto 
atendimento médico, são de fundamental importância para um melhor tratamento da doença, bem 
como para evitar complicações e mortes prematuras.
 Observação
O socorrista, ao abordar uma vítima com suspeita de IAM, deve seguir 
os passos do CBA, bem como ter conhecimento dos ritmos letais que levam 
à parada cardíaca e das complicações no caso de edema agudo de pulmão 
ocasionado por insuficiência ventricular esquerda – um quadro bastante 
comum que acompanha o infarto.
7.2 Diretrizes de Ressucitação Cardiopulmonar (RCP) 2010
A morte súbita é a principal causa de óbitos no Brasil, e essas mortes estão relacionadas com os 
problemas cardiovasculares. A doença cardíaca coronariana é responsável por cerca de 330.000 óbitos 
anualmente nos EUA, e estima-se que 250.000 deles ocorram no ambiente pré-hospitalar.
Em primeira análise do ritmo cardíaco, cerca de 40% das vítimas de parada cardiorrespiratória (PCR) 
no ambiente pré-hospitalar demonstram fibrilação ventricular (FV), que é caracterizada por um ritmo 
cardíaco de rápidas despolarizações e repolarizações, provocando a incapacidade de ejeção de sangue 
pelo coração.
Muitas vítimas de PCR podem sobreviver caso os socorristas ajam imediatamente, enquanto a FV 
ainda está presente, mas o sucesso da reanimação é menor quando o ritmo de FV passa para assistolia. O 
tratamento para PCR com FV é reanimação cardiopulmonar (RCP) e desfibrilação imediata. O mecanismo 
de parada cardiorrespiratória em vítimas de trauma, overdose por drogas e afogamento, assim como na 
maioria das crianças, é asfixia; portanto, RCP-padrão (compressões torácicas, vias aéreas e respiração) 
em adultos, crianças e bebês, excluindo-se os recém-nascidos, é essencial para essas vítimas.
Tendo em vista que na maioria das situações de PCR as vítimas estão em estado de FV e TV (sendo que 
o rápido bombeamento de sangue pode reverter a situação), desde outubro de 2010 houve a publicação 
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das diretrizes da American Heart Association (AHA) para ressucitação cardiopulmonar e atendimento 
cardiovascular de emergência. Ela foi desenvolvida para que os profissionais e os instrutores possam se 
concentrar na ciência da ressucitação.
Considerações para o atendimento básico
A ressuscitação cardiopulmonar é o tratamento inicial em casos de morte súbita. Ela, que tem o 
objetivo de manter a viabilidade cerebral até a chegada de socorro especializado ou recuperação do 
paciente, evita a morte e restabelece a circulação e a oxigenação, já que o atendimento imediato da 
vítima reduz as chances de lesões cerebrais por falta de circulação e oxigenação cerebral.
É importante reconhecer o motivo da parada cardiorrespiratória para poder reverter a sua causa 
base. A RCP pode ocorrer por parada cardíaca e parada respiratória (veja o quadro a seguir). A parada 
respiratória ocorre imediatamente após a parada cardíaca; entretanto, se a parada respiratória ocorrer 
primeiro, o coração pode continuar a bater por mais alguns minutos, levando à necessidade apenas da 
respiração de resgate.
Quadro 1
Parada cardíaca Parada respiratória
Inconsciência Inconsciência
Pulso carotídeo ausente Ausência do movimento respiratório
Não há resposta aos chamados Cianose (arroxeamento dos lábios e extremidade dos membros)
Ausência de movimentos respiratórios Pupilas dilatadas
Pele fria e amarelada Pulso carotídeo ainda presente nos primeiros minutos
Pupilas dilatadas
Para que a manobra de RCP seja eficiente, a vítima deve estar em decúbito dorsal (com as costas 
apoiadas no chão) sobre uma superfície dura, firme e plana. Se a vítima estiver em decúbito lateral ou 
ventral, o socorrista deve virá-la em bloco de modo que a cabeça, o pescoço e os ombros movam-se 
simultaneamente, sem provocar torções. O socorrista deve se colocar ao nível dos ombros da vítima e se 
ajoelhar quando ela estiver no solo.
Caso a vítima esteja na rua caída e inconsciente, a primeira etapa básica na prestação de primeiros 
socorros é a avaliação do local do acidente. Ao chegar ao local onde se encontra a vítima, o socorrista 
deve assumir o controle da situação e proceder de maneira clara e segura, fazendo uma avaliação do 
local.
 Observação
Antes de chegar até a vítima, observe se existe perigo para ela ou para 
o socorrista no local, como fios elétricos soltos e desencapados, vazamento 
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de gás e tráfego de veículos. Evite pânico e procure colaboradores, dando 
ordens breves, claras, objetivas e concisas. Afaste os curiosos, evitando 
confusão e abrindo espaço para que se possa trabalhar da melhor maneira 
possível. A ressucitação cardiorrespiratória deve iniciar-se até 4 minutos 
após a PCR.
Parada cardiorrespiratória: princípios básicos no atendimento de emergência
Conforme preconiza a AHA, os princípios básicos no atendimento de emergência em caso de parada 
cardiorrespiratória baseiam-se no suporte básico de vida (CBA).
 Saiba mais
Para melhor entendimento das mudanças preconizadas pela AHA, sugiro 
que o aluno proceda à leitura na íntegra do Guidelines for cardiopulmonary 
resuscitation and emergency cardiovascular care, disponível no site <http://
circ.ahajournals.org/content/122/18_suppl_3.toc>.
Ocorreram mudanças relacionadas também à avaliação da respiração: o ver, ouvir e sentir não é 
mais preconizado segundo as novas diretrizes da AHA, e a reanimação deve ser iniciadaprimeiramente 
por meio das compressões torácicas, que foram alteradas de aproximadamente 100 por minuto para no 
mínimo 100 por minuto e 2 polegadas de intensidade.
Estudos apontam uma taxa de sobrevivência três vezes maior em pessoas submetidas apenas às 
compressões contínuas no peito até a chegada do socorro. Por esse motivo, a Ilcor (Aliança Internacional 
dos Comitês de Ressucitação, na sigla em inglês), entidade que reúne as principais associações de 
cardiologia, mudou em outubro de 2010 as diretrizes para procedimentos de emergência em parada 
cardíaca. De acordo com a nova orientação, somente a massagem cardíaca pode ser aplicada pelo leigo.
Quando o coração para, o mais importante é manter o fluxo sanguíneo com a compressão. A 
respiração boca a boca é uma das causas que levam à diminuição do fluxo. O leigo deve esquecer 
a respiração boca a boca e aplicar somente a compressão. Essa é uma das maiores descobertas de 
emergência cardiovascular dos últimos tempos. Para profissionais de saúde, a orientação é que a 
massagem deve ser prioridade, antes de se preocupar com choque, medicamentos etc. Tal consenso tem 
sido publicado em periódicos internacionais de cardiologia desde outubro de 2010.
8 INTOXICAÇÃO E ENVENENAMENTO
Intoxicação consiste em uma série de efeitos sintomáticos produzidos quando uma substância tóxica 
é ingerida ou entra em contato com a pele, olhos ou membranas mucosas, ou ainda caso seja inalada 
ou injetada (BRAZ; SANTORO, 2011). De acordo com o Manual de Primeiros Socorros do Ministério da 
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Saúde (BRASIL, 2003), em intoxicações deve-se dar prioridade à parada cardiorrespiratória. Não se deve 
fazer a respiração boca a boca caso o acidentado tenha ingerido o produto – para esses casos utiliza-se 
máscara ou outro sistema de respiração adequado.
Entre os mais de 12 milhões de produtos químicos conhecidos, menos de 3.000 causam a maioria 
das intoxicações acidentais ou premeditadas. Contudo, praticamente qualquer substância ingerida 
em grande quantidade pode ser tóxica e configurar envenenamento. Podem ser fontes comuns: 
produtos domésticos, agrícolas, químicos e industriais, plantas, substâncias alimentícias, alimentos mal 
condicionados e medicamentos.
A identificação do produto tóxico e a avaliação exata do perigo envolvido são fundamentais para 
um tratamento eficaz. A intoxicação pode ser um acidente ou uma tentativa de assassinato ou suicídio. 
As crianças, especialmente aquelas com menos de 3 anos de idade, são particularmente vulneráveis 
à intoxicação acidental, assim como as pessoas idosas (porque se confundem em relação aos seus 
medicamentos) e os trabalhadores da indústria (pela exposição a produtos químicos tóxicos).
 Saiba mais
Todas as informações sobre o tratamento de intoxicações por várias 
substâncias podem ser obtidas no Centro de Controle de Intoxicações mais 
próximo, cujo número telefônico encontra-se no catálogo local ou pode 
ser obtido com o auxílio da telefonista. É também possível telefonar para 
0800-772-6001. A ligação é gratuita e o usuário é atendido por uma das 
36 unidades da Rede Nacional de Centros de Informação e Assistência 
Toxicológica (Renaciat).
Considerações para o atendimento básico
Toda vez que estiver frente a um caso de alguém com intoxicação, procure manter a calma e verificar:
• Quem é a vítima?
• O que foi tomado, inalado ou entrou contato com a pele?
• Qual a quantidade?
• Quanto tempo ela se expôs ao produto?
• Qual a história da vítima?
• Qual o local onde foi encontrada a vítima e o que já foi feito com ela?
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Os objetivos dos primeiros socorros nessas situações são:
• suporte às funções vitais (circulação e respiração);
• diminuição do contato (atuando com medidas gerais de desintoxicação);
• aquecimento da vítima;
• prevenção de novos agravos (convulsões e estados de agitação).
Como proceder em uma situação de intoxicação:
• cheque a segurança da cena;
• identifique o veneno e a forma de administração;
• faça a abordagem primária;
• realize a CBA, com atenção para as vias aéreas livres;
• se a vítima ainda está consciente:
— coloque-a em posição semissentada e em repouso;
— ofereça água em quantidade moderada, exceto em caso de ingestão por soda cáustica e 
derivados do petróleo, cuidando para não provocar engasgamento (não dê leite);
— induza o vômito em crianças até 1 hora após a ingestão e até 3 horas em adultos.
• se inconsciente ou sonolenta:
— coloque-a na posição lateralizada para evitar aspiração de vômitos;
— não dê líquidos e não induza o vômito.
• mantenha a vítima aquecida;
• se possível, recolha parte do vômito para análise da causa da intoxicação;
• chame pelo atendimento pré-hospitalar da sua cidade (Samu ou bombeiros) para transportar a 
vítima rapidamente para um hospital, levando quaisquer materiais ou frascos que você suspeite 
ser a causa da intoxicação.
Sintomas
Os sintomas de intoxicação dependem do produto tóxico, da quantidade de tempo de exposição e 
de certas características da pessoa que o ingeriu (fatores genéticos, idade, doenças preexistentes e a 
tolerância individual).
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Os sintomas podem ser pouco importantes, mas desagradáveis (por exemplo, prurido, boca seca, 
visão borrada e dor), ou podem ser graves (por exemplo, confusão mental, coma, arritmias cardíacas, 
dificuldade respiratória e agitação intensa). Alguns produtos tóxicos causam poucos sintomas evidentes 
até que tenham provocado uma lesão permanente na função de órgãos vitais (por exemplo, fígado ou 
rins). Por essa razão, os sintomas de intoxicação são tão numerosos quanto a quantidade de produtos 
tóxicos existentes.
Na intoxicação alimentar, os sintomas ocorrem após a ingestão de alimentos contaminados por 
micro-organismos. O botulismo é uma forma grave de intoxicação alimentar, devendo haver vigilância 
contínua.
Sinais e sintomas mais comuns
• Queimaduras ou manchas em mucosas, ou sensação de queimação.
• Hálito com cheiro de veneno.
• Salivação excessiva ou espuma pela boca, com dificuldade para engolir.
• Dor na boca e/ou vômito.
• Respiração anormal e pulso alterado.
• Suor acentuado.
• Tremores, agitação ou apatia.
• Dor de cabeça (cefaleia).
• Alteração de consciência; alterações das pupilas.
• Convulsão.
• Choque.
Quadro 2 – Sinais e sintomas dos principais agentes
Composto Via de absorção Sinais e sintomas
Anticoagulante Oral Vômitos iniciais, hemorragias nasal e gástrica, hematúria e enterorragia
Alimentar Oral Enjoo, dor abdominal, diarreia, sudorese excessiva, palidez e febre
Brometo de metila (inseticida) Dérmica e respiratória
Irritação cutânea com formação de vesículas e 
irritação ocular, do trato respiratório e pulmonar
Clorofenóis (agrotóxicos) Oral, dérmica e inalante
Fraqueza, mal-estar, miose, vômitos e 
dificuldades respiratórias
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Clorados orgânicos Oral, dérmica e inalante
Cefaleia persistente, contrações musculares, 
tremores e convulsões
Monóxido de carbono Oral, dérmica e inalante
Sudorese, sialorreia, hipersecreção brônquica e 
depressão dos centros respiratórios
Depressores do sistema nervoso 
central (álcool, barbitúricos, sedativos, 
tranquilizantes, inalantes ou solventes)
Oral, injetável e 
inalante
Sonolência, alteração de comportamento, 
depressão respiratória, broncoespasmoe pupilas 
reagindo lentamente à luz
Estimulantes do sistema nervoso central 
(cocaína, crack, anfetaminas, heroína)
Oral, injetável e 
inalante
Náuseas, dor abdominal, sudorese, hipertermia, 
rubor facial, taquipneia e distúrbios 
cardiovasculares
Alucinógenos (LSD, ectasy e maconha) Oral e inalante
Alteração de comportamento, alucinações, 
taquicardia, náuseas, suor intenso e desidratação, 
convulsões e coma
Metas para a atenção básica
• Em casos de intoxicação por contaminação da pele e mucosas, o local deve ser lavado 
abundantemente com água corrente.
• Guarde material de limpeza fora do alcance de crianças. 
• Identifique as caixas dos medicamentos e mantenha-as em local fechado e seguro.
• Mantenha os alimentos nas condições de refrigeração indicada pelo fabricante e despreze o que 
estiver fora da validade.
• Não use produtos cujas latas estejam amassadas, velhas ou estufadas.
• Não coma frutos do mar se não conhecer a procedência.
• Não reutilize embalagens. 
• Utilize sempre alimentos frescos.
• Feche o gás do botijão ou aquecedor todas as noites.
• Ao utilizar produtos de limpeza, mantenha portas e janelas abertas; não misture produtos de 
limpeza (principalmente cloro e amônia).
• Não deixe o carro ligado em ambientes fechados.
 Observação
Se você suspeita que a vítima inalou um veneno, aproxime-se dela 
atentamente, caso contrário você poderá se intoxicar também. Observe se 
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a roupa da vítima está molhada, pois muitos venenos inalatórios (sprays) 
não têm cheiro e podem ainda estar sendo absorvidos pela pele.
Para provocar o vômito, podem ser utilizados o carvão ativado e o xarope de ipeca, encontrados à 
venda nas farmácias e drogarias. Lembre-se que não se deve utilizar qualquer tipo de carvão, como o 
de churrasco.
Jamais provoque vômitos:
• em crianças menores de 6 meses ou em idosos;
• em vítimas inconscientes e/ou em convulsões, pelo perigo de aspiração de secreções e 
engasgamentos;
• em vítimas com sangramento oral;
• em vítimas com forte dor, sensação de ardência ou queimação na boca e/ou garganta;
• em vítimas que ingeriram: 
— derivados de petróleo; 
— alvejantes de uso doméstico (água sanitária); 
— soda cáustica; 
— ácidos em geral; 
— amônia ou Iodo.
Reações alérgicas (incluindo reações adversas aos anestésicos locais)
A reação alérgica é uma manifestação do organismo devido ao contato com determinada substância, 
geralmente inofensiva, que desencadeia uma série de reações químicas envolvendo o aparelho imune e 
implica o surgimento de alterações nos diversos sistemas do nosso corpo.
As reações podem ser causadas por qualquer substância, dependendo da suscetibilidade de cada 
pessoa ao contato com os diferentes tipos de sólidos, líquidos, gases e até radiação, como luz elétrica e 
solar. Também podem ser causadas pelo contato com animais ou ingestão de determinados alimentos 
e medicamentos.
Por se tratar de uma situação potencialmente grave, abordaremos as principais manifestações 
alérgicas e sua classificação, assim como o tratamento e a prevenção para elas.
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Considerações para o atendimento básico
Podemos dividir didaticamente as reações alérgicas em três grupos, de acordo com sua gravidade. 
As reações leves são aquelas nas quais o contato da substância com a pele provoca alterações 
cutâneas locais. Entre elas, temos:
• vermelhidão (eritema);
• inchaço (edema);
• coceira (prurido);
• aumento da temperatura na região;
• dor local.
As reações moderadas são aquelas em que ocorre contato com a substância, seja por ingestão, 
inoculação (em caso de animais) ou contato com a pele. Após o contato, ocorre uma resposta orgânica 
que pode afetar diversos órgãos. Podemos definir os sintomas a partir dos sistemas que a reação alérgica 
afeta:
• pele: eritema, edema e prurido difuso pelo corpo, principalmente em região anterior do tórax e 
pescoço;
• sistema digestivo: náuseas, vômitos, cólicas e diarreia;
• sistema nervoso: tonteira e vertigem;
• sistema cardiovascular: taquicardia e aumento da pressão arterial.
Geralmente as reações moderadas afetam apenas um dos sistemas mencionados e têm uma boa 
evolução, sendo o quadro revertido após a retirada do contato com o agente alergênico causal.
As reações graves são aquelas onde ocorre uma evolução rápida e progressiva de uma reação 
moderada, podendo atingir meios de um sistema em poucos minutos. Essa situação é agravada por 
um edema das vias aéreas com posterior obstrução; além disso, ocorre uma queda abrupta da pressão 
arterial que pode levar ao choque e, em alguns casos, a uma redução do nível de consciência e parada 
cardiorrespiratória. Essa grave e letal situação é chamada de anafilaxia, que pode evoluir para sua 
forma mais grave, o choque anafilático.
É importante ressaltar que as reações alérgicas moderadas a determinadas substâncias podem, em 
exposições posteriores, desencadear reações anafiláticas. Isso ocorre pois, após o primeiro contato com o 
alérgeno, o sistema imune intensifica e aprimora o grau de resposta à substância, levando a um quadro 
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grave de exposições subsequentes. Reconhecer os agentes alergênicos de cada indivíduo é de grande 
importância para a saúde.
Quadro 3 – Principais substâncias que podem causar reações alérgicas
Contato com a pele Ingestão Inalação
Plantas venenosas Camarão e frutos do mar Poeira
Arranhaduras de animais Pólen Mofo
Pólen Amendoim Pelos de animais
Látex de luvas Medicamentos -
Metais Contrastes para exames -
Inoculação de vespas e abelhas. - -
Anestésicos locais (prilocaína, 
articaína e benzocaína) - -
Reações alérgicas relacionadas ao uso de anestésicos locais, principalmente em consultórios 
dentários
Grande parte dos eventos considerados alérgicos decorre de reações tóxicas aos anestésicos locais 
diretamente nos sistemas nervoso central (SNC) e cardiovascular. Os anestésicos locais podem desencadear 
reações alérgicas dos tipos I (hipersensibilidade imediata) e IV (dermatite de contato). As manifestações 
clínicas sugestivas de hipersensibilidade incluem prurido, urticária, broncoespasmo e angioedema. Na 
maioria dos casos, esses eventos ocorrem até uma hora após a exposição. Outras ocorrências, tais como 
dispneia, hipertensão arterial ou síncope também podem estar presentes; entretanto, podem envolver 
outros mecanismos.
Deve-se ter cuidado com os pacientes asmáticos alérgicos, principalmente aqueles dependentes de 
corticosteroides, pois geralmente apresentam alergia aos sulfitos encontrados nas soluções contendo 
aminas simpatomiméticas (sendo nesse caso indicado soluções com felipressina).
Uma reação adversa, que pode acontecer com o paciente quando do uso dos anestésicos 
locais e que os cirurgiões-dentistas não estão habituados a lidar e observar como rotina, é a 
meta-hemoglobinemia. Trata-se de uma cianose que ocorre na ausência de anormalidades 
cardíacas e/ou respiratórias, podendo ser congênita ou adquirida. Os anestésicos que mais causam 
a meta-hemoglobinemia são a prilocaína, a articaína e a benzocaína (uso tópico), os quais devem 
ser evitados em grandes cirurgias, em portadores de insuficiência cardíaca e respiratória ou 
doenças metabólicas e em gestantes, por causa do risco de o feto vir a contrair a doença. O 
paciente se apresenta letárgico, com os leitos ungueais e as mucosas cianóticas, dificuldades 
respiratórias e a pele em tom cinza pálido. O seu tratamento se dá pormeio da administração 
intravenosa de azul de metileno a 1% (1,5 mg/kg), podendo a dose ser repetida a cada 4 horas até 
que a cianose seja debelada.
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Condutas 
O tratamento das reações alérgicas pode ser dividido de acordo com a classificação vista 
anteriormente. Independentemente da gravidade, o primeiro passo é identificar o agente causador e 
afastá-lo imediatamente do contato com o paciente.
Nos casos de reações alérgicas leves, a maioria dos casos cessa sem maiores complicações apenas 
com a primeira medida. Entretanto, se não houver melhora ou ocorrer piora dos sintomas após a retirada 
do agente, deve-se procurar atendimento médico.
Nas reações moderadas, o atendimento médico é necessário para o alívio dos sintomas. Apesar de 
normalmente haver uma melhora rápida após a exposição, há risco de evoluir para formas mais graves.
Em reações graves, a procura pela unidade de saúde deve ser imediata devido à evolução rápida e 
potencialmente fatal desses eventos, podendo levar ao choque, coma e morte.
Metas para a atenção básica
O mais importante é a prevenção de novos episódios de reação alérgica. Para isso, deve-se evitar 
o contato com o agente causador quando este é conhecido. Outra medida importante é a utilização 
de cartões ou braceletes identificando as substâncias que causam alergia e o que deve ser feito nesses 
casos. A identificação deve estar sempre em posse do paciente, o que é importante porque, em situações 
nas quais esses indivíduos sejam encontrados apresentando um quadro de reação alérgica, as medidas 
iniciais podem ser tomadas até que haja atendimento médico especializado.
Nesses casos, a vítima terá consigo orientações sobre a conduta inicial a ser estabelecida; ela deve 
ser seguida e, posteriormente, a pessoa deve ser levada a uma unidade de saúde ou uma ambulância 
deve ser acionada.
8.1 Acidentes com animais peçonhentos
Animais peçonhentos se caracterizam por produzir substâncias e apresentar uma estrutura ou 
aparelho especializado para inoculação dessas substâncias (o veneno), com glândulas que se comunicam 
com dentes ocos (ou ferrões, ou aguilhões) por onde o veneno passa ativamente.
 Observação
Animais peçonhentos habitam tanto zonas rurais como urbanas. Nessas 
últimas, principalmente áreas de reserva florestal ou bosques.
Abordaremos a seguir os três animais de maior relevância para a saúde púbica: serpentes (jararaca, 
cascavel, surucucu e coral verdadeira), escorpiões (amarelo e preto) e aranhas (armadeira, marrom 
e viúva-negra). Para melhor compreensão dos temas citados, apresentaremos os animais e suas 
características distintas em forma de quadros.
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Quadro 4 – Serpentes
Serpentes Nome científico Locais mais frequentes
Jararaca Bothrops sp Todo o território nacional
Cascavel Crotalus sp Territórios abertos
Surucucu Lachesis sp Floresta Amazônica
Coral verdadeira Micrurus sp Litoral Sul da Bahia e Mata Atlântica
Figura 14 – Cobra
Quadro 5 – Aranhas
Aranhas Nome científico Locais mais frequentes
Aranha-marrom Loxosceles sp Região Sul
Aranha-armadeira Phoneutria sp Região Sudeste
Viúva-negra Latrodectus sp Litoral do Nordeste
Figura 15 – Aranha
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Quadro 6 – Escorpiões
Escorpiões Nome científico Locais mais frequentes
Escorpião-amarelo Tityus serrulatus Região Sudeste
Escorpião-negro Tityus bahiensis Sul, Sudeste e Centro-Oeste
Figura 16 – Escorpião
Os acidentes com animais peçonhentos ocorrem principalmente no verão, época de calor e chuvas, 
pois é quando os animais estão em maior atividade, coincidindo com o período de plantio e colheita 
agrícola. A maioria dos acidentes (em torno de 90%) é causada pela jararaca.
Nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, os meses de dezembro a março concentram a grande 
maioria dos casos, enquanto no inverno o número de acidentes diminui bastante. No Nordeste, o pico 
coincide com os meses de abril a junho. Na região Norte, apesar de os casos serem mais frequentes 
também nos três primeiros meses do ano, não há uma variação tão grande como nas demais partes do 
país.
 Lembrete
As medidas preventivas são extremamente eficazes na redução de 
acidentes com animais peçonhentos.
Os sintomas da picada desses animais variam desde dor – de leve a forte intensidade – a alterações 
fisiológicas orgânicas devido aos efeitos neurotóxicos e anticoagulantes do veneno de algumas espécies.
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Considerações para o atendimento básico
Qualquer pessoa que tenha sido vítima de acidente com animal peçonhento deve receber os cuidados 
iniciais, que podem ser executados por ela mesma ou por outra pessoa, leiga ou não. 
 Observação
Se estiver na dúvida se o animal é peçonhento ou não, encare-o como 
animal peçonhento e tome as atitudes cabíveis à situação.
São medidas extremamente simples que auxiliam até a chegada a um centro de saúde mais próximo. 
Dentre elas, as fundamentais são:
1) Lavar o local da picada com bastante água e sabão.
2) Manter a vítima deitada e evitar que ela se movimente, a fim de dificultar a absorção do veneno.
3) Manter o membro ou região afetada em uma posição mais elevada (atentando para a imobilização 
adequada, conforme preconizam as diretrizes da AHA 2010).
4) Levar a vítima o mais rapidamente possível ao centro de saúde mais próximo para receber o soro 
a tempo.
5) Compressas com água morna podem ser aplicadas sobre o local e analgésicos para o alívio da dor 
podem ser administrados até a chegada ao centro hospitalar (ressalta-se que a administração de 
medicamentos somente deverá ser realizada por meio de prescrição médica).
6) Descrever ao profissional de saúde, se possível, as características do animal agressor, facilitando 
o diagnóstico.
 Observação
Existem ainda algumas medidas, realizadas erroneamente, que podem 
agravar o quadro, devido ao desconhecimento da população leiga e até 
mesmo de profissionais de saúde. Portanto, não se deve: 
• fazer torniquetes impedindo a circulação, pois pode causar gangrena 
ou necrose, resultando até mesmo na perda do membro afetado. Além 
disso, os torniquetes não impedem que o veneno seja absorvido;
• furar, cortar, queimar, espremer ou chupar o local da ferida, nem 
aplicar folhas, pó de café ou terra sobre ela para não causar infecção;
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• dar à vítima pinga, querosene ou fumo, como é de costume em 
algumas regiões do país.
É importante ressaltar que a vítima sempre deve ser levada para um centro hospitalar para que 
os profissionais de saúde avaliem a necessidade do uso do soro ou não. O soro não é vendido em 
farmácias, e somente o encontramos em alguns centros hospitalares. Não é recomendado o seu uso fora 
do ambiente hospitalar. Ele é o único tratamento eficaz contra a picada de serpentes e é específico para 
cada gênero (tipo) desse animal. Seu uso contra aranhas e escorpiões deve ser julgado se necessário ou 
não pelo profissional de saúde que atender a vítima no centro hospitalar.
8.2 Picadas de cobra
Caso ocorra a picada de uma cobra, deve-se aplicar uma imobilização com atadura por pressão, 
sendo esta entre 40 e 70 mmHg na extremidade superior e 55 e 70 mmHg na extremidade inferior da 
região afetada, com o objetivo de minimizar a disseminação do veneno, jáque tal medida visa a retardar 
o fluxo linfático. 
Metas para a atenção básica: prevenção contra acidentes com ofídios (serpentes)
• Evitar andar descalço. Utilizar sapatos, botinas sem elástico, botas e perneiras.
• Olhar sempre com atenção os caminhos por onde andar e os locais de trabalho.
• Usar luvas de couro em atividades rurais e de jardinagem; nunca colocar a mão dentro de buracos 
na terra, cupinzeiros, tocos de árvores, entre espaços situados em montes de lenha ou entre 
pedras.
• Não depositar ou acumular material inútil junto à habitação rural, como lixo, entulhos e materiais 
de construção; manter sempre a calçada limpa ao redor da casa.
• Evitar trepadeiras muito encostadas na casa, folhagens entrando pelo telhado ou mesmo pelo 
forro.
• Controlar o número de roedores na casa, pois evita a aproximação de serpentes venenosas que 
deles se alimentam.
• Não montar acampamento junto a plantações, pastos ou matos denominados “sujos”, pois são 
regiões de provável existência de roedores e, consequentemente, serpentes.
• Não fazer piqueniques às margens de rios (deve-se manter distância segura deles) e não se 
encostar a barrancos durante a pescaria.
• Não manusear serpentes, a não ser que seja pessoa treinada e com aptidão para o ofício. Evitar 
manusear serpentes mesmo que estejam mortas, devido ao risco de ferimento com suas presas 
venenosas.
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• Em chácaras, sítios e fazendas, ao entardecer ou amanhecer, evitar a aproximação de vegetação 
próxima ao chão, gramados ou jardins, pois esse é o período de maior atividade das serpentes.
• Evitar o extermínio de predadores naturais de serpentes, como emas, gaviões, gambás e cangambás. 
Manter animais domésticos, como galinhas e gansos, próximos às habitações, já que afastam 
serpentes.
Prevenção contra acidentes com aranhas e escorpiões:
• Examinar calçados e roupas pessoais, de cama e de banho antes de utilizá-los.
• Afastar camas das paredes e evitar pendurar roupas fora de armários.
• Não acumular lixo orgânico, entulhos ou materiais de construção.
• Limpar regularmente cantos de parede, cortina, quadros e móveis.
• Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos, forros e rodapés. Utilizar telas, materiais vedantes 
ou grãos de areia em portas, janelas e ralos.
• Combater a proliferação de insetos, principalmente baratas e cupins, pois deles se alimentam 
aranhas e escorpiões.
• Preservar predadores naturais de aranhas e escorpiões, como seriemas, corujas, sapos, lagartixas e 
galinhas.
• Limpar terrenos baldios na faixa de um a dois metros, pelo menos, junto ao muro ou cercas.
• Não colocar as mãos ou pés em cupinzeiros, montes de pedras, lenha ou tronco podres.
 Lembrete
Em caso de acidente, faça a limpeza do local com água e sabão, 
mantenha a região afetada mais elevada e procure imediatamente um 
centro de saúde.
8.3 Ferroadas de água-viva
Ao mencionar animais peçonhentos – aqueles que inoculam seu veneno na vítima, prejudicando-a 
–, a maioria das pessoas recorda-se de cobras, aranhas e escorpiões.
Contudo, não são somente esses animais que apresentam riscos aos humanos. Devemos nos 
recordar também dos himenópteros (abelhas, vespas-amarelas, vespões, marimbondos e formigas); 
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dos lepidópteros (lagartas ou taturanas e mariposas); dos coleópteros (besouros); dos peixes e dos 
celenterados (anêmonas, hidras, caravelas e medusas, popularmente conhecidas como águas-vivas).
Figura 17 – Água-viva
O filo Coelenterata é composto por animais simples, de estrutura radial, apresentando tentáculos que 
se inserem em volta da cavidade oral. Esses tentáculos capturam presas e apresentam células portadoras 
de um minúsculo corpo oval chamado nematocisto, capaz de injetar veneno por um microaguilhão que 
dispara quando a célula é tocada. Ele compreende três classes:
• classe Anthozoa: anêmonas e corais. As anêmonas lembram flores aquáticas;
• classe Hydrozoa: são as hidras (pólipos fixos) e as colônias de pólipos de diferenciação maior 
(caravelas);
• classe Scyphozoa: medusas, formas livres popularmente conhecidas como águas-vivas.
Acidentes com anêmonas e corais são pouco frequentes e de pouca gravidade; o contato é rápido 
e existem poucos nematocistos. Os acidentes mais relevantes ocorrem com as caravelas e águas-vivas. 
As primeiras apresentam um balão flutuador de coloração azul-purpúrica, de onde partem inúmeros 
tentáculos. 
A frequência dos acidentes é maior no verão, quando podem atingir a praia em grande número, 
provocando centenas de ocorrências. A caravela é sem dúvida a responsável pelo maior número dos 
acidentes e por aqueles de maior gravidade desse gênero no Brasil. As medusas (águas-vivas) também 
provocam acidentes. Elas preferem águas de fundo arenoso e estuários de rios, recolhendo-se em águas 
profundas nas horas mais quentes do dia.
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Primeiros socorros
Procedimentos
• Repouso do segmento afetado e retirada de tentáculos aderidos: não usar água doce para lavar o 
local ou esfregar panos secos. Os tentáculos devem ser retirados suavemente, levantando-os com 
a mão enluvada, pinça ou bordo de faca. O local deve ser lavado com água morna (se possível). 
• Inativação do veneno: o uso de ácido acético a 5% (vinagre comum), aplicado na região por no 
mínimo 30 segundos, inativa o veneno local. 
• Retirada de nematocistos remanescentes: deve-se aplicar uma pasta de bicarbonato de sódio, 
talco e água do mar no local, esperar secar e retirar com o bordo de uma faca. Aplicar também 
bolsa de gelo ou compressas de água morna por 5 a 10 minutos. Deve-se ir ao médico, visto que 
ele receitará medicamentos para alívio prolongado da dor e dos sintomas.
Lembrete: para inativar a carga de veneno e impedir mais envenenamento, as ferroadas de água-viva 
devem ser lavadas abundantemente com ácido acético de 4% a 6% (vinagre) tão logo possível e por no 
mínimo 30 segundos. Após a remoção ou desativação dos nematocistos, a dor das ferroadas de água 
viva deve ser tratadas com imersão em água quente, tão logo seja possível.
Há duas ações necessárias para o tratamento das ferroadas de água-viva: prevenir mais descarga de 
nematocistos e aliviar a dor. Diversos tratamentos tópicos têm sido usados, mas uma avaliação criteriosa 
da literatura mostra que o vinagre é o mais eficaz para inativar os nematocistos. Imersão em água 
quente, o máximo que se possa tolerar (cerca de 20 minutos), é o tratamento mais eficaz para a dor.
 Resumo
Nesta unidade foi possível constatar que cuidados adequados e 
específicos para cada situação de emergência e com os profissionais de 
saúde devidamente preparados e constantemente atualizados não só 
auxiliam em minimizar os problemas decorrentes de situações de urgência 
como também podem salvar vidas.
Estudamos os tipos de fraturas e as queimaduras, sua classificação e 
os cuidados que podem ser tomados para evitá-las. Em seguida, vimos 
o que são os Acidentes Vasculares Encefálicos (AVE) e os Acidentes 
Vasculares Cerebrais (AVC), além de conhecermos melhor as emergências 
cardiovasculares.
Encerramos a unidade com o estudo da intoxicação e do envenenamento, 
abordando o atendimento básico às vítimas e os sinais e sintomas dos 
principais agentes. Quanto ao envenenamento por animais peçonhentos, 
foram estudados os três animais de maior relevância para a saúde púbica 
(serpentes, escorpiões e aranhas), além de outros menos recorrentes, como 
a água-viva.
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Unidade II
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 Exercícios
Questão 1. (TRE-RN 2005) Fratura é a perda de solução de continuidade de um osso ou cartilagem. 
Também definida como lesão das extremidades, é uma interrupção da continuidade de um osso. No 
atendimento a uma vítima de fratura exposta na perna, um dos procedimentos de primeiros socorros é: 
A) Recolocar o osso no lugar.
B) Colocar solução antisséptica no local do osso exposto.
C) Imobilizar o braço fraturado, após proteger o ferimento com gaze ou pano limpo.
D) Fazer uso da tipoia para manter a perna imobilizada.
E) Tentar colocar o braço na posição correta, quando existe desvio de posição maior que 90 graus.
Resposta correta: alternativa C.
Análise das alternativas
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: não se deve tocar no osso.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: deve-se cobrir o local com um pano limpo.
C) Alternativa correta.
Justificativa: é preciso imobilizar o osso fraturado, usando talas e ataduras para impedir movimentos.
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: não se deve fazer uso da tipoia para manter a perna imobilizada.
E) Afirmativa incorreta.
Justificativa: é necessário deixar a vítima na mesma posição. 
Questão 2. (TRE – PR 2012) Após um incêndio em local fechado, um trabalhador não responsivo 
apresenta sinais de inalação de fumaça, vibrissas chamuscadas, dispneia, queimadura de 2º grau em face 
e membros superiores. Nesse caso, nas ações de primeiros socorros são prioridades: 
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Primeiros socorros
A) Resfriar as regiões queimadas com soro fisiológico gelado e realizar o curativo compressivo das 
lesões.
B) Assegurar a permeabilidade de vias aéreas e preparar o material de oxigenoterapia.
C) Obter acesso venoso calibroso e iniciar infusão de fluidos e hemocomponentes.
D) Monitorizar o paciente e aferir a pressão arterial.
E) Preparar material para escarotomia imediata da região queimada e observar sinais de mioglobinúria.
Resolução desta questão na plataforma.
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FIGURAS E ILUSTRAÇÕES
Figura 1
SAMU-20120105-171317.JPG. Disponível em: <http://www.anapolis.go.gov.br/portal/arquivos/noticias/
samu-20120105-171317.JPG>. Acesso em: 22 fev. 2013.
Figura 2
IMGP6673.JPG. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/display/769127>. Acesso em: 
22 fev. 2013.
Figura 3
BLOOD_PRESSURE.JPG. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/display/57678>. Acesso 
em: 22 fev. 2013.
Figura 4
DSCF2650M.JPG. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/display/76426>. Acesso em: 
22 fev. 2013.
Figura 5
DSCN2676.JPG. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/display/164351>. Acesso em: 
22 fev. 2013.
Figura 6
PICS 055.JPG. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/display/595283>. Acesso em: 
22 fev. 2013.
Figura 7
MASSAGEM.JPG. Disponível em: <http://www.marica.rj.gov.br/defesa/massagem.php>. Acesso em: 
22 fev. 2013.
Figura 8
SIZE0-ARMY.MIL-72807-2010-05-07-160517.JPG. Disponível em: <http://usarmy.vo.llnwd.
net/e2/-images/2010/05/07/72807/size0-army.mil-72807-2010-05-07-160517.jpg>. Acesso 
em: 22 fev. 2013.
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Figura 9
KNEESCN9694.JPG. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/display/45444>. Acesso 
em: 22 fev. 2013.
Figura 10
BROKEN_FINGERS_4765 (3).JPG. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/display/682155>. 
Acesso em: 22 fev. 2013.
Figura 11
_MG_2855.JPG. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/display/785607>. Acesso em: 
22 fev. 2013.
Figura 12
SW_HANDAPPROACHESBURNER_CS4282.JPG. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/
display/178793>. Acesso em: 22 fev. 2013.
Figura 13
SUNBURN.JPG. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/display/829313>. Acesso em: 
22 fev. 2013.
Figura 14
SNAKE_IN_WATER_100403.JPG. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/display/118637>. 
Acesso em: 22 fev. 2013.
Figura 15
COHDRANKNBLKWDW6.JPG. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/display/622968>. 
Acesso em: 22 fev. 2013.
Figura 16
MF629.JPG. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/display/759575>. Acesso em: 
22 fev. 2013.
Figura 17
DSC_2956.JPG. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/display/81235>. Acesso em: 22 
fev. 2013.
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REFERêNCIAS
Textuais
AMERICAN HEART ASSOCIATION. Guidelines for cardiopulmonary resuscitation and emergency 
cardiovascular care. 2010. Disponível em: <http://circ.ahajournals.org/content/122/18_suppl_3.toc>. 
Acesso em: 20 fev. 2013.
BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolos da unidade de emergência/hospital: São Rafael – Monte 
Tabor. 10. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2002.
___. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância à Saúde. Diretrizes e recomendações para o 
cuidado integral de doenças crônicas não transmissíveis: promoção da saúde, vigilância, prevenção e 
assistência. Brasília: Ministério da Saúde, 2008. 
___. Conselho Federal de Medicina (CFM). Resolução 1451/95. Disponível em <http://www.
portaldomedico.org.br/novoportal/index5.asp>. Acesso em: 18 fev. 2013.
___. Ministério da Saúde. Manual de primeiros socorros. 2003. Disponível em <http://www.anvisa.gov.
br/reblas/manual_primeiros_socorros.pdf>. Acesso em: 18 fev. 2013.
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emergência: manual de condutas práticas. Rio de Janeiro: Águia Dourada, 2011. p. 249-254.
BRUNNER, L. S.; SUDDARTH, D. Moderna prática de enfermagem. v. 3. Rio de Janeiro: Interamericana, 
1998.
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pdic 2005/biblioteca/Importânci_Primeiros_Socorros.asp>. Acesso em: 19 fev. 2013.
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Exercícios
Unidade I – Questão 1: SECRETARIA DE ESTADO DA ADMINISTRAÇÃO E DA PREVIDÊNCIA (SEAP). 
Concurso Público 2004: Agente Profissional – Médico Un. de Sup. Avançado de Vida. Questão 22. 
Disponível em: <http://www.nc.ufpr.br/seap/saude/provas/MS_gab.doc>. Acesso em: 17 dez. 2014.
Unidade I − Questão 2: FUNDAÇÃO DE AMPARO E DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA (FADESP). 
Concurso Público − Prefeitura Municipal de Castanhal 2012. Cargo Enfermeiro. Questão 44. Disponível 
em: <http://concursos.fadesp.org.br/castanhal2012/files/provas/ENFERMEIRO.pdf>. Acesso em: 17 dez. 
2014.
Unidade II − Questão 1: TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO RIO GRANDE DO NORTE (TRE − RN). 
Concurso Público 2005. Técnico Judiciário − Área Serviços Gerais Especialidade Segurança Judiciária. 
Questão 53. Disponível em: <http://qcon-assets-production.s3.amazonaws.com/prova/arquivo_
prova/17586/fcc-2005-tre-rn-tecnico-judiciario-seguranca-judiciaria-prova.pdf>. Acesso em: 17 dez. 
2014.
Unidade II − Questão 2: TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO PARANÁ (TRE − PR). Concurso público 
2012. Técnico Judiciário - Área Apoio Especializado Especialidade Enfermagem. Questão 40. Disponível 
em: <http://qcon-assets-production.s3.amazonaws.com/prova/arquivo_prova/25670/fcc-2012-tre-pr-
tecnico-de-enfermagem-prova.pdf>. Acesso em: 17 dez. 2014.
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Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000

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