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MECÂNICA DOS SOLOS II Tatiana Oliveira Objetivos: - Promover a aquisição de fundamentos técnicos e científicos referentes à identificação dos diferentes tipos de solo, suas propriedades e comportamentos mecânicos; - Reconhecer os tipos de contenções, formas de execução e características; ; - Conhecer os principais métodos para prospecção, ensaios do solo, boletins de sondagem e resultados de ensaios. Carga horária: 60 horas. Horários / Regras de boa convivência MECÂNICA DOS SOLOS II INFORMAÇÕES GERAIS 1. IMPORTÂNCIA DA MECÂNICA DOS SOLOS: - Reconhecimento do solo para determinação da fundação mais apropriada; - Reconhecimento do solo para melhor utilizá-lo como material de construção: aterros rodoviários, as bases para pavimentos de aeroportos e as barragens de terra. Corte esquemático com diversas aplicações do solo Fonte: Google Imagens. MECÂNICA DOS SOLOS II INTRODUÇÃO MECÂNICA DOS SOLOS ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SOLOS 2. ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SOLOS E DAS ROCHAS Ciência do solo Edafologia Pedologia Solo como um corpo natural (intemperismo) Solo como o local natural para os vegetais - NBR 6502/1995: conceitos e terminologias que são aplicados aos solos e rochas. - Pedologia: ciência na qual se estuda a formação dos solos e a sua origem a partir do estudo das camadas mais superficiais da crosta terrestre. MECÂNICA DOS SOLOS ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SOLOS Rocha: pela sua formação pode ser: a) Magmáticas ou Ígnea: formadas de magma(lava derretida); b) Sedimentares: formadas pela deposição de sedimentos originários de outras rochas que sofreram intemperismo e posterior compressão; c) Metamórficas: formada por qualquer uma das duas categorias e modificadas pelos efeitos de temperatura e pressão (metamorfismo). - Fóssil: material orgânico entre as rochas. a) Rocha magmática ou ígneas - Resultados da solidificação e consolidação do magma/lava. - Origem das primeiras rochas do planeta. Ex. granito. - Rocha extrusiva ou vulcânica: expulsão do magma, com rápido resfriamento ao atingir a superfície, passando do estado líquido ou gasoso num pequeno intervalo de tempo. Estrutura vítrea em função da rapidez da solidificação, que impede a cristalização dos minerais. Exemplos: basalto e obsidiana. MECÂNICA DOS SOLOS ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SOLOS - Rocha intrusiva ou plutônica: resfriamento lento, originando cristais e rochas mais resistentes (mais densas). Exemplos: granito e diorito. Basalto (extrusiva) Granito (intrusiva) MECÂNICA DOS SOLOS ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SOLOS MECÂNICA DOS SOLOS ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SOLOS - Exemplos: Granito, Basalto, Obsidiana, Granodiorito, Sienito, Gabro, Diorito, Riólito, Andesito. Basalto Sienito Gabro Obsidiana MECÂNICA DOS SOLOS ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SOLOS b) Rocha sedimentar - Constituem 75% da superfície dos continentes; - Formada pelo acúmulo de detritos (orgânicos ou gerados por outras rochas); - Região de maior localização de material fóssil; - Processos principais de formação: a) Deposição (sedimentação) das partículas formadas pela erosão de outras rochas; b) Precipitação de substâncias em solução; e c) Deposição dos materiais de origem biológica. MECÂNICA DOS SOLOS ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SOLOS Tipos de rochas: a) Consolidadas: os detritos são ligados por um cimento (brechas); b) Não consolidadas: os detritos não estão ligados entre si (dunas). FORMAÇÃO: Pressão exercida sobre as partículas de sedimentos carregados e depositados pela ação do ar (vento), gelo ou água. Os sedimentos se acumulam, sofrendo cada vez mais pressão, se solidificando – LITIFICAÇÃO (formação rochosa) e os fluidos originais são "expulsos". MECÂNICA DOS SOLOS ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SOLOS Ex.: granito desintegra-se e deposita-se no fundo do mar pré- histórico cimenta-se e forma o arenito. Outros exemplos: Calcário, Dolomita, Siltito. MECÂNICA DOS SOLOS ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SOLOS Arenito Dolomita Siltito Tilito MECÂNICA DOS SOLOS ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SOLOS c) Rocha metamórfica - Formadas da transformação de qualquer tipo de rocha levada a um ambiente de condições físicas (pressão e temperatura) muito distintas daquelas onde a rocha se formou; - Estudo das rochas metamórficas: identificação de grandes eventos geotectônicos ocorridos no passado (entendimento da atual configuração dos continentes); - Ocorrência: principalmente no interior de cadeias de montanhas (Andes, Alpes, Himalaias) são grandes enrugamentos da crosta terrestre, causados pelas colisões de placas tectônicas. MECÂNICA DOS SOLOS ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SOLOS Exemplos: Mármore, Ardósia, Pedra-sabão OBS: Grau de antiguidade das rochas: - magmáticas, - metamórficas - sedimentares. MECÂNICA DOS SOLOS ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SOLOS Quartzito ferruginoso Quartzito maciço Micaxisto Itabirito Gnaisse Pedra-sabão MECÂNICA DOS SOLOS ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SOLOS POROSIDADE: Propriedade das rochas em conter espaços vazios (relação entre o volume dos vazios e o volume total da rocha). a) Tipo de rocha: · sedimentares: grande volume de vazios dando-lhes maior porosidade mas, quanto cimentadas, a porosidade diminui; · ígneas: extrusivas possuem maior porosidade que as intrusivas; · metamórficas: baixa porosidade e varia com o grau de metamorfismo, sendo que, quanto mais intenso, mais porosa é a rocha. MECÂNICA DOS SOLOS ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SOLOS OBSERVAÇÃO: Porosidade x resistência · rocha porosa com vazios isolados diminui a densidade real, enquanto que, se interligados, a densidade real será maior; · rochas muito porosas são de baixa densidade; · resistência à compressão cresce com a densidade; · resistência ao desgaste cresce com a densidade; · dificuldade de corte cresce com a densidade. MECÂNICA DOS SOLOS ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SOLOS Exercício 1: 1. Qual a importância da Mecânica dos Solos para a Construção Civil? 2. Explique a diferença entre rochas intrusivas e extrusivas. 3. Como ocorre a formação das rochas sedimentares? 4. O que é porosidade? 5. A porosidade é a mesma para todo tipo de rocha? 6. Qual a influência da porosidade na resistências das rochas? MECÂNICA DOS SOLOS ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SOLOS 3. DECOMPOSIÇÃO / INTEMPERISMO / METEORIZAÇÃO Definição: Conjunto de processos físicos e químicos que desintegram e decompõem as rochas e os minerais, formando o regolito (intermediário entre rocha e solo) e este, os solos. - Clima: influi sobre a predominância da desintegração (aridez) em relação a decomposição (umidade). - Processos: tendem a acontecer simultaneamente, onde um tipo de intemperismo auxilia o outro na transformação rocha-solo. MECÂNICA DOS SOLOS INTEMPERISMO a) Mecânica ou física: se origina pelo movimento da água, pela ação das raízes das árvores, pela temperatura, pelas geleiras e pelo vento. - reduz o tamanho das partículas, aumentando sua área de superfície e facilitando o trabalho do intemperismo químico. Imagem exibindo erosão da rocha pela água Fonte: DREAMSTIME, 2012. MECÂNICA DOS SOLOS INTEMPERISMO - Principais agentes: Variação de temperatura (tensõesdiferenciais); Água (poder erosivo e transporte) Gelo (peso e variação de temperatura) Vento (transporte e ação abrasiva) Vegetais (raízes e rachaduras) Alívio de tensões (retirada de maciço de terra) MECÂNICA DOS SOLOS INTEMPERISMO - Resultado da decomposição das rochas: 3 tipos a partir do tamanho das partículas: a) Pedregulhos e areias: solos constituídos de partículas grossas; b) Siltes: solos constituídos de partículas de tamanhos intermediários; c) Argila: solos com partículas finas, é o menor grão. MECÂNICA DOS SOLOS INTEMPERISMO b) Químico: processos químicos que alteram, solubilizam e depositam os minerais das rochas transformando-a em solo; mais importante agente modificador, permitindo a oxidação, hidratação e os efeitos químico-biológicos. - Oxidação: quando a rocha em contato com a água provoca uma reação com o oxigênio e, dessa reação, resulta uma cor avermelhada ou amarelada. - Hidrólise: reação química que gera uma mudança na estrutura do mineral. - Químico-biológicos: reações provocadas por ataques de microorganismos (fungos que alteram a estrutura do mineral). MECÂNICA DOS SOLOS INTEMPERISMO - Ocorre em climas quentes e úmidos mais comum no Brasil. - Água: presente em quase todos os processos como dissolvente; - Mais comuns: Hidrólise (quebra da molécula de água); Hidratação (água penetra nos minerais); Carbonatação (calcita+água=bicarbonato de cálcio); Oxidação (oxigênio na rocha). MECÂNICA DOS SOLOS INTEMPERISMO Biológico: processo em que a decomposição da rocha ocorre por esforços mecânicos produzidos por vegetais por meio de raízes, escavação de roedores, da atividade de minhocas ou pela ação do próprio homem, ou por uma combinação destes fatores. MECÂNICA DOS SOLOS INTEMPERISMO Influência do intemperismo no tipo de solo - Intemperismo químico: poder de desagregação da rocha muito maior do que o intemperismo físico. * Predominância do intemperismo químico: solos mais profundos e mais finos do que os formados em locais de predominância do intemperismo físico. * Solos originados de intemperismo físico: composição química semelhante à da rocha mãe. MECÂNICA DOS SOLOS INTEMPERISMO Influência do intemperismo no tipo de solo - Tipos de intemperismo x intensidade: diferentes tipos de solo. - Classificação genética: dois grandes grupos - sedimentares e residuais, dependendo da existência ou não de um agente de transporte na sua formação, respectivamente. - Principais agentes de transporte na formação dos solos sedimentares: água, vento e gravidade. MECÂNICA DOS SOLOS INTEMPERISMO FORMAÇÃO DOS SOLOS ESQUEMA DO PERFIL Solo Horizonte A Subsolo Horizonte B Regolito Horizonte C Rocha Material primário – Litosfera Acima do solo pode existir uma camada de material orgânico em decomposição – Camada O (Húmus). MECÂNICA DOS SOLOS INTEMPERISMO Ciclo das rochas ou Ciclo Petrogênico MECÂNICA DOS SOLOS INTEMPERISMO MECÂNICA DOS SOLOS CLASSIFICAÇÃO 4. CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS 4.1 Classificação do solo quanto a sua origem a) Solo residual: resultado da decomposição rápida da rocha-mãe e que se encontra no mesmo local de sua origem; a velocidade de decomposição é maior que a de transporte do solo. - Velocidade de decomposição: depende de fatores como temperatura, regime de chuvas e vegetação. - Regiões tropicais: favoráveis a degradações mais rápidas da rocha - centro sul do Brasil; b) Solo sedimentar ou transportado: solo formado pelo resultado da decomposição da rocha-mãe, sendo transportado do local de origem para outra área. - Agente de transporte: seleciona os grãos que transporta com maior ou menor facilidade, determina as características do solo e sua denominação. - Agentes de transporte por ordem decrescente de seletividade : ♣ Ventos (Solos Eólicos) ♣ Águas (Solos Aluvionares) ♣ Água dos Oceanos e Mares (Solos Marinhos) ♣ Água dos Rios (Solos Fluviais) ♣ Água de Chuvas (Solos Pluviais) ♣ Geleiras (Solos Glaciais) ♣ Gravidade (Solos Coluvionares) MECÂNICA DOS SOLOS CLASSIFICAÇÃO Assim, dividem-se em 4 grupos: b.1) Transportados pela água: b.1.1) Solos aluvionares: solos depositados, com textura variando conforme velocidade de transporte; camadas com granulometrias distintas (época de deposição), mais grossos que os eólicos e sem coesão. - Características: - Viscosidade: água tem uma capacidade de transporte maior, transportando grãos de tamanhos diversos. - Velocidade e Direção: roteiro mais estável que o vento; - Classificação: origem pluvial, fluvial ou deltaico MECÂNICA DOS SOLOS CLASSIFICAÇÃO b.1.2) Solos fluviais: - Rios mais jovens: transportam mais matéria sólida do que os rios mais velhos. - Rios: quanto mais distantes da nascente, menor a inclinação e a velocidade. b.1.3) Solos lacustres: são os solos resultantes do depósito no leito de lagos; b.1.4) Solos marinhos: são os solos resultantes de depósitos em leito do mar; ondas atingem as praias com um pequeno ângulo em relação ao continente, deslocando a areia ao longo da praia. MECÂNICA DOS SOLOS CLASSIFICAÇÃO Tamanho e formato dos grãos x Distância de transporte Fonte: Dinâmica Geológica MECÂNICA DOS SOLOS CLASSIFICAÇÃO b.2) Transportados pelos ventos: transportados pelo vento, adquirindo forma arredondada das partículas pelo constante atrito. - grãos com forma arredondada; - transporte de areias e siltes. - grãos de aproximadamente mesmo diâmetro, apresentando uma curva granulométrica denominada de uniforme. - Ex.: dunas (barreira) e solos vegetais. MECÂNICA DOS SOLOS CLASSIFICAÇÃO b.3) Transportados pela gravidade: chamados de coluvionares; ou de talus quando são blocos de pedras na base da encosta e solo colúvio quando se dá o escorregamento de massa de solo da encosta. - grande variedade de tamanhos das partículas. - Ex.: talus - sul da Bahia, Cidade baixa; Salvador, Chapada diamantina – Bahia. MECÂNICA DOS SOLOS CLASSIFICAÇÃO b.4) Transportados pela ação de geleiras: geleiras deslocadas por gravidade (drifts). - Formação: correntes de gelo escorrem de pontos elevados, levando partículas de solo e rocha e aumentando o desgaste do terreno. - Detritos depositados nas áreas de degelo: grande gama de tamanho de partículas transportadas, formando solos heterogêneos. MECÂNICA DOS SOLOS CLASSIFICAÇÃO Desenho representando solo transportado e solo residual. MECÂNICA DOS SOLOS CLASSIFICAÇÃO 4.1. Solo orgânico: caracterizado por material proveniente da decomposição de vegetais e animais. Identificado pelo odor e cor que são bem característicos. - Brasil: ocorre nas faixas litorâneas e em regiões de várzeas de rios e córregos. - Característica física: grande quantidade de vazios entre as suas partículas - grande deformidade/recalques. - Turfas: solo fibrilar comgrande quantidade de caules e folhas. Ocorrência na Bahia, Sergipe, Rio Grande do Sul. MECÂNICA DOS SOLOS CLASSIFICAÇÃO Quando os sedimentos apresentam todos aproximadamente o mesmo tamanho classificam-se como sedimentos bem calibrados. Caso contrário, classificam-se como sedimentos mal calibrados. Fonte: Dinâmica Geológica http://dinamica-geologica.blogspot.com.br/2012/01/transporte.html MECÂNICA DOS SOLOS CLASSIFICAÇÃO Solos tropicais vermelhos – Evolução pedogênica - Denominação: lateríticos; - Evolução no seu local de formação ou deposição; - Formação: alternância entre saturação e secagem do solo original, aumentando a concentração de óxido de ferro e alumina na parte superior. MECÂNICA DOS SOLOS CLASSIFICAÇÃO Solo-Paisagem Imagem da ação combinada dos fatores de formação do solo, tais como o relevo, os organismos, o material de origem e o clima ao longo do tempo. MECÂNICA DOS SOLOS CLASSIFICAÇÃO 4.3 Classificação por granulometria: de acordo com as medidas dos tamanhos das partículas do solo, classificadas conforme a NBR 6502/1995. Tabela de granulometria MECÂNICA DOS SOLOS CLASSIFICAÇÃO - Análise granulométrica: 2 processos – peneiramento e sedimentação, segundo NBR 7181/1984. Peneiramento: feito com uma amostra de solo, seca previamente em estufa, e depois depositada num conjunto de peneiras de malhas diferentes, obtendo-se uma distribuição do material. Ensaio utilizado para pedregulhos e areias. MECÂNICA DOS SOLOS CLASSIFICAÇÃO MALHAS DAS PENEIRAS MECÂNICA DOS SOLOS CLASSIFICAÇÃO Série Normal Série Intermediária Os agregados Graudos ficam retidos na peneira 4,8 mm. Os agregados Miúdos passam pela peneira 4,8 mm. MECÂNICA DOS SOLOS CLASSIFICAÇÃO ANÁLISE GRANULOMÉTRICA: determinação dos diâmetros das partículas constituintes do solo e das respectivas percentagens relativas com que esses diâmetros se distribuem na massa desse solo. Representação: gráfico com a “Curva Granulométrica”. - Base do ensaio de granulometria: a) Peneiramento: partículas com diâmetros superiores a 0,074mm (peneira 200); b) Sedimentação: partículas com diâmetros inferiores a 0,2mm. - Equipamentos: jogo de peneiras, balança, estufa, destorroador, quarteador, bandejas, proveta, termômetro, densímetro, cronômetro, dispersor, defloculante, etc. MECÂNICA DOS SOLOS CLASSIFICAÇÃO MECÂNICA DOS SOLOS CLASSIFICAÇÃO - Preparação das amostras: processos de secagem ao ar, quarteamento, destorroamento (NBR 9941). Solos grossos: 1000g; Solos finos: 200g. Peneiramento: Retira-se 50 a 100g da quantidade que passa na peneira de #200 e prepara-se o material para a sedimentação. MECÂNICA DOS SOLOS CLASSIFICAÇÃO Três parâmetros são utilizados para dar uma informação sobre a curva granulométrica: - Diâmetro Efetivo - Coeficiente de Uniformidade - Coeficiente de Curvatura a) Diâmetro Efetivo - D10: ponto característico da curva granulométrica para medir a finura do solo, que corresponde ao ponto de 10%, tal que 10% das partículas do solo possuem diâmetro inferiores a ele. Esse parâmetro fornece uma indicação sobre a permeabilidade das areias. MECÂNICA DOS SOLOS CLASSIFICAÇÃO b) Coeficiente de Uniformidade – Cu: dá uma ideia da distribuição do tamanho das partículas do solo; valores próximos de 1 indicam curva granulométrica quase vertical, com os diâmetros variando em um intervalo pequeno, enquanto que, para valores maiores a curva granulométrica irá se abatendo e aumentando o intervalo de variação dos diâmetros. Da mesma foram que foi definido D10, define-se D60. D60 = diâmetro através do qual 60% do total do solo passa. Quando: Cu < 5 → solo muito uniforme 5 < Cu < 15 → solo com uniformidade média Cu > 15 → solo desuniforme MECÂNICA DOS SOLOS CLASSIFICAÇÃO c) Coeficiente de Curvatura – Cc: fornece uma medida da forma e da simetria da curva granulométrica e é igual a: Para um solo bem graduado, o valor do coeficiente de curvatura, deverá estar entre 1 e 3. 1 < Cc < 3 → solos bem graduados. A distribuição do tamanho de partículas é proporcional, de forma que os espaços deixados pelas partículas maiores são ocupados pelas menores. Nos solos granulares há interesse no conhecimento do tamanho das partículas, porque algumas de suas propriedades estão relacionadas com os mesmos, o que não ocorre com os solos finos. D30 = diâmetro correspondente a 30% MECÂNICA DOS SOLOS CLASSIFICAÇÃO Sedimentação: feita em meio líquido onde se calcula o tempo que o material fino (siltes e argilas) sedimenta (velocidade em que o material chega ao fundo do recipiente), determinando-se o diâmetro das partículas. Baseado na LEI DE STOKES, que analisa a relação do movimento de um corpo em baixa velocidade num meio fluido. Lei de Stokes - a velocidade de queda, V, de uma partícula esférica, em um meio viscoso infinito, é proporcional ao quadrado do diâmetro da partícula. MECÂNICA DOS SOLOS CLASSIFICAÇÃO 4.4. CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DO SOLO - Identificação do solo: através da textura e da compacidade. 4.4.1 Textura: analisada depois da análise granulométrica do solo, chegando a dois conceitos: a) Solo grosso: se observa que mais de 50% do material é visível a olho nu, ou seja, sendo formado por areia e pedregulhos; b) Solo fino: se observa que mais de 50% do material não será visível a olho nu. - Distinção de 3 tipos de solo com relação a sua distribuição dos grãos. MECÂNICA DOS SOLOS CLASSIFICAÇÃO a) Solo graduado: existe uma variação uniforme do tamanho do grão; b) Solo uniforme: não tem variação de tamanho; c) Solo de graduação aberta: não existe continuidade dos tamanhos. Ilustração da distribuição dos grãos em uma Fonte: SENAI, 2012. MECÂNICA DOS SOLOS CLASSIFICAÇÃO TIPOS DE GRANULOMETRIAS MECÂNICA DOS SOLOS CLASSIFICAÇÃO TIPOS DE GRANULOMETRIAS MECÂNICA DOS SOLOS CLASSIFICAÇÃO Classificação quanto à granulometria a) Solos arenosos - partículas classificadas na fração areia, entre 2mm e 0,05mm; - formação: cristais de quartzo e minerais primários; - características: boa aeração e capacidade de infiltração de água. AERAÇÃO??? INFILTRAÇÃO/PERMEABILIDADE??? MECÂNICA DOS SOLOS CLASSIFICAÇÃO b) Solos siltosos - partículas classificadas na fração silte, entre 0,05 e 0,002mm; - muito erosíveis; - não se agrega como as argilas; - partículas são muito pequenas e leves. MECÂNICA DOS SOLOS CLASSIFICAÇÃO c) Solos argilosos - partículas de argila, tamanho menor que 0,002mm, parecem pó de café; - quando bem estruturados, armazenam mais água; - menos permeáveis; - composição: boa quantidade de óxidos de alumínio (gibbsita) e de ferro (hematita). MECÂNICA DOS SOLOS CLASSIFICAÇÃO d) Latossolo - 3 horizontes bem definidos e resistentes a erosões; - solos muito profundos (acima de 2 m), bem desenvolvidos - velhos; - localizados em terrenos planos ou pouco ondulados, com textura granular e coloração de amarela a vermelha escura; - abundante no Brasil; - grande permeabilidade. MECÂNICA DOS SOLOS CLASSIFICAÇÃO e) Solo lixiviado - grande quantidade de chuva carrega seusnutrientes (solo pobre de potássio e nitrogênio); - solo mais ácido. - Exemplo: solos amazônicos. f) Solos negros das Planícies e das Pradarias - ricos em matéria orgânica. g) Solo Árido - pela ausência de chuva, não desenvolvem seu solo. MECÂNICA DOS SOLOS CLASSIFICAÇÃO - Pedra Cariri: pedra fria usada em pisos e revestimentos, principalmente em bordas de piscinas – Rocha sedimentar. - Pedra Itacolomy: rocha flexível, antiderrapante, muito absorvente e que não propaga calor. Diversas cores: de tons azuis aos avermelhados. Cor predominate: Branco. Aplicação: Pisos de áreas externas, muros, fachadas, pergolados, deck de piscina, jardins, passarelas, pisos de áreas internas, áreas de lazer. Pedra fria, de alta resistência. Característica geológica é igual a do mármore (rocha metamórfica). MECÂNICA DOS SOLOS CLASSIFICAÇÃO - Pedra Portuguesa: geralmente de calcário, com várias cores: branco, preto, vermelho, amarelo e verde. Utilizadas em decoração de casas, passeios, jardins e praças públicas, suas qualidades perpassam pela alta resistência e baixo custo. - Pedra Castelo: caracteriza-se pela rusticidade, é um material anti-derrapante muito utilizado em pisos e revestimentos. MECÂNICA DOS SOLOS CLASSIFICAÇÃO Exercício 2: 1. O que é intemperismo? 2. Que tipos de intemperismo existem? Que ação eles tem nos solos? 3. Cite alguns agentes de transporte do solo sedimentar. 4. Comente sobre o ensaio granulométrico e sua importância. 5. Fale sobre os tipos de distribuição dos grãos num ensaio granulométrico. 6. Qual a influência da granulometria nas características dos solos? 7. Qual a principal característica das argilas? 8. Classifique os solos quanto a sua origem. MECÂNICA DOS SOLOS CLASSIFICAÇÃO
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