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Terraplanagem e Compactação Tatiana Oliveira MECÂNICA DOS SOLOS II TERRAPLENAGEM 1. TERRAPLENAGEM - Definição: procedimento onde há movimentação de solo, através de carga e descarga e compactação do solo. - Objetivo: fazer um aterro, nivelar um terreno, eliminar ondulações ou escavações de uma área ou atingir a cota determinada no projeto. - Manuseio de máquinas pesadas: pá carregadeira, retroescavadeira e compactadoras. Terreno com máquinas fazendo terraplenagem 1. Serviços preliminares - Serviço preliminar: trabalhos iniciais de movimentação de terra. - Início: análise de projeto e definição de serviços e equipamentos. - Pontos analisados: a) Partido a ser executado: partidos diferenciados, influenciando nos tipos de fundações e de formas para se estabilizar o terreno; b) Cotas mais baixas do projeto: edificação construída acima do solo, edificação com subsolos (espaços para garagens). MECÂNICA DOS SOLOS II TERRAPLENAGEM c) Sondagens: determinar a constituição do solo, identificando as camadas de solo, os tipos, a existência de rochas grande ou matacões, o nível de lençol freático, o nível dos terrenos vizinhos; d) Verificação do entorno e suas edificações: sem interferências na estabilidade das edificações; e) Determinação dos tipos de equipamentos e máquinas para a execução dos serviços; f) Escoramento do terreno: placas metálicas e/ou execuções de taludes. g) Estudo do projeto de canteiro: melhora a eficiência dos serviços, indicando o acesso para os equipamentos de terraplenagem. MECÂNICA DOS SOLOS II TERRAPLENAGEM - Procedimentos iniciais para os serviços de terraplenagem: a) Desmatamento: retirada da vegetação de grande porte, usando moto-serra e máquinas pesadas como pá-carregadeira. Atenção: Estudos ambientais – conforto aos usuários. b) Destocamento: retirada do tronco da árvore junto ao chão. - Objetivo: deixar terreno livre de qualquer tipo de resíduo vegetal. Porque retirar as raízes do solo?!?! MECÂNICA DOS SOLOS II TERRAPLENAGEM c) Limpeza e retirada da vegetação rasteira: vegetação composta por arbustos de pequeno porte, como matos e gramíneas. d) Remoção da camada vegetal: geralmente tem a espessura de 20cm e rica em matéria orgânica (sem finalidade para a construção). Máquina passando a lâmina. MECÂNICA DOS SOLOS II TERRAPLENAGEM - Construções de edifícios: serviços de terraplenagem mais simples, sendo movimentação de solo (corte e aterro). - Área pequena: utilização de ferramentas artesanais (“sapos” ou “sapos mecânicos”. MECÂNICA DOS SOLOS II TERRAPLENAGEM Desenho com exemplo de corte * Tipos de movimentação de solo: Corte: só há retirada do solo pra atingir a cota e terraplenar o terreno deixando-o o mais nivelado possível. Executado por máquinas pesadas.’’ MECÂNICA DOS SOLOS II TERRAPLENAGEM Aterro: quando há movimentação de solo, colocando material com máquina e nivelando para atingir a cota necessária. Desenho com exemplo de aterro. MECÂNICA DOS SOLOS II TERRAPLENAGEM Mista: quando se tem movimentação de solo, tanto para corte quanto para aterro, atingindo o nível determinado em projeto. Desenho com corte e aterro simultaneamente. MECÂNICA DOS SOLOS II TERRAPLENAGEM 1.2 Escavações em solos não-rochosos - Escavação: é o serviço de extração do solo para se atingir uma determinada cota e que tem como serviços complementares o transporte do material. 1.2.1 Tipos de escavações em solos não-rochosos a) Escavações de grandes volumes em áreas limitadas: feitas para obras que necessitam da retirada do solo para atingir uma cota inferior, podendo chegar a 10m de profundidade. Material escavado será transportado por caminhões que terão acesso por meios de rampas; MECÂNICA DOS SOLOS II TERRAPLENAGEM 1.2.1 Tipos de escavações em solos não-rochosos – continuação: b) Escavações de grandes volumes em grandes áreas: necessária a construção de rampas suaves, com pouca inclinação, facilitando o acesso de caminhões; c) Escavações de solos não consolidados: solos à margem de rios, lagos, canais e margens marítimas, com grande quantidade de água em sua constituição. O equipamento fica do lado de fora da área escavada; Máquina trabalhando com escavação. MECÂNICA DOS SOLOS II TERRAPLENAGEM 1.2.1 Tipos de escavações em solos não-rochosos – continuação: d) Escavações verticais em áreas limitadas: solo com presença de água e não coesivos (leitos); necessidade de contenção das paredes e equipamento fora da escavação; e) Escavações para abertura de valas: grande dimensão de comprimento e largura e altura pequenas; para trabalhos de drenagem e esgotamento com tubulações. Pode necessitar de contenção das paredes laterais; f) Escavações para abertura de túneis: necessidade de vencer e ultrapassar uma barreira para união de dois pontos; MECÂNICA DOS SOLOS II TERRAPLENAGEM 1.2.1 Tipos de escavações em solos não-rochosos – continuação: g) Escavações por dragagem: escavação no fundo do leito, com retirada do material através de sucção por dragas. Solo com consistência pastosa (lama). Draga executando escavação. MECÂNICA DOS SOLOS II TERRAPLENAGEM Empolamento: é o acréscimo de volume (inchamento) por ter sido o mesmo submetido a um removimento. FINALIDADE: a obtenção do orçamento de transporte de terra, ou seja, saber o custo do volume de solo transportado através da porcentagem de empolamento. Também se calcula produtividade. PORCENTAGEM DE EMPOLAMENTO: porcentagem do acréscimo de volume do solo em relação ao seu volume compacto. MECÂNICA DOS SOLOS II TERRAPLENAGEM Exemplo: ao escavar o solo, a terra fica solta e passa a ocupar mais espaço. Expresso em porcentagem. Se ao escavar 1 m³ de solo ele aumenta para 1,3 m³, o empolamento é de 30%. Assim, se o volume de corte do solo for 100 m³, o total a ser transportado será de 130 m³. MECÂNICA DOS SOLOS II TERRAPLENAGEM TAXA DE EMPOLAMENTO Segundo o livro “Como Preparar Orçamentos de Obras”, de Aldo Dórea Mattos, publicado pela Editora PINI, cada tipo de solo possui uma taxa de empolamento. MATERIAL EMPOLAMENTO % Rocha Detonada 50% Solo argiloso 40% Terra comum 25% Solo arenoso seco 12% MECÂNICA DOS SOLOS II TERRAPLENAGEM CÁLCULO PRÁTICO DO EMPOLAMENTO 1. Uma obra necessita escavar 50 m³ de terra, medida pelo serviço de topografia. Descubra o Vs (volume de terra solta) para definir o transporte, considerando que "Vc" é o volume medido no corte e "E" é o empolamento. Vs = Vc (1 + E) Se a terra é comum, a taxa de empolamento é de 25% = 0,25. Logo: Vs = 50 (1 + 0,25) Vs = 50 x 1,25 Volume de terra solta = 62,5 m³ Resultado: depois da escavação, o volume de terra, que era de 50 m³ no corte, aumentará para 62,5 m³. MECÂNICA DOS SOLOS II TERRAPLENAGEM 1.3 Escavações de rochas - Etapas: a) Limpeza do terreno; b) Remoção das rochas menores; c) Remoção de rochas fissuradas – desmonte (equipamentos maiores); MECÂNICA DOS SOLOS II TERRAPLENAGEM - Execução do desmonte: a) Perfuração: sucessivos furos na rocha feitos manualmente com equipamentos menores ou mecanicamente com equipamentos mais pesados (perfuratrizes). Furos com diferentes tamanhos de diâmetro ealtura, diferenciados quanto à disposição, quantidade e distância entre eles. Rochas menores: perfuratriz manuseada pelo próprio operário. Perfuratriz MECÂNICA DOS SOLOS II TERRAPLENAGEM b) Carga: instalação de material explosivo dentro dos furos feitos na rocha, que fragmentam em menores tamanhos. Cuidados especiais: manuseio do explosivo, armazenagem, instalação e, na hora da explosão, atenção com a segurança dos operários e do entorno. Explosivo usado nas escavações de rochas. MECÂNICA DOS SOLOS II TERRAPLENAGEM c) Detonação: acionamento do explosivo colocado nos furos feitos na rocha através dos acessórios. Dispositivos mais usados: espoletas comuns e elétricas, cordel detonante e acendedores. Alguns detonadores possibilitam várias detonações em intervalos programados. d) Remoção de rochas: depois da explosão das cargas, recolhimento das rochas fragmentadas. MECÂNICA DOS SOLOS II TERRAPLENAGEM 1.4 Equipamentos utilizados nas escavações de solos não-rochosos a) Escavadeira de colher: máquina montada tanto sobre esteiras quanto sobre pneus. Esteiras: vantagens por ser mais estáveis na hora do serviço, sem apresentar sobrecarga no solo e facilita o vencimento de rampas. Pneus: maior velocidade, mas perdem a estabilidade no momento do giro da pá para escavar e ao carregar o caminhão com o material escavado. A concha executa o trabalho de baixo para cima, facilitando o corte vertical do solo, sendo favorável para escavações de grande profundidade. MECÂNICA DOS SOLOS II TERRAPLENAGEM Desvantagem: não usá-la em solos não coesivos (areia), sendo ideal para solos mais coesos. Utilização: escavações de grandes volumes em áreas limitadas com acesso por rampas. Escavadeira de colher MECÂNICA DOS SOLOS II TERRAPLENAGEM b) Escavo-carregadeira: usado em quase todos os tipos de solos, tanto argilosos como arenosos, com pá que serve para escavar e carregar o material. Utilização: escavações com profundidade menor que 2,0m e sempre dentro da própria área da escavação, para grandes volumes em áreas limitadas. Montagem: sobre pneus, facilitando o serviço de carregamento. Desvantagem: sem sistema de giro vertical para facilitar a escavação e o carregamento é diferente da escavadeira de colher. MECÂNICA DOS SOLOS II TERRAPLENAGEM c) Retroescavadeira: de grande versatilidade e facilidade de execução de serviços de escavação. Desvantagem: não apresenta giro vertical em cima da base e dificuldade para carregamento do material em caminhões (formato da concha). Utilização: escavações lineares (valas e canais), em quase todos os tipos de solos, sendo restrito a pequenas escavações. Usado em escavações de grandes áreas limitadas. Retroescavadeira Fonte: DREAMSTIME, 2011. MECÂNICA DOS SOLOS II TERRAPLENAGEM d) Pás de arrasto ou draglines: menos usual e formado por uma concha chamada de pá. Utilização: escavação com pequena profundidade, como aberturas de canais, valas e trincheiras. Draglines. MECÂNICA DOS SOLOS II TERRAPLENAGEM e) Escavadeira de concha ou clamshell: para escavações em solos com água e solos compactos de características argilosas. Equipamento: duas conchas em forma de mandíbula. Utilização: escavações verticais em áreas limitadas e o equipamento sempre fora da área de escavação. Escavadeira clamshell Fonte: DREAMSTIME, 2012. MECÂNICA DOS SOLOS II TERRAPLENAGEM 1.5 Plataformas horizontais - Definição: nivelam e planificam as superfícies irregulares, através de corte, aterro ou sistema misto. Desenho de uma plataforma com aterros e cortes do terreno. MECÂNICA DOS SOLOS II TERRAPLENAGEM - Depois da escavação: necessária a compactação do solo - material empolado. - Plataformas: em construções de rodovias, respeitando as cotas e todas as inclinações necessárias para a execução de uma estrada. Tem processos de compactação bem definidos para suportar as cargas dos veículos. Desenho representando plataforma para estrada MECÂNICA DOS SOLOS II TERRAPLENAGEM PRESENÇA E IMPORTÂNCIA DA ÁGUA NOS SOLOS - Grande percentual de água nos solos: movimentação - diferenças de potenciais. - Fenômenos de fluxo de água em solos: considerados na Engenharia Civil. * Recalque, estabilidade dos solos, cálculo de vazões, erosão, etc. MECÂNICA DOS SOLOS II IMPORTÂNCIA DA ÁGUA - Lei de Darcy - Verificou que fatores geométricos influenciavam na vazão da água. - Determinação da velocidade de percolação. - Válido somente para fluxo laminar (descolamento da água em planos paralelos. Permeâmetro MECÂNICA DOS SOLOS II IMPORTÂNCIA DA ÁGUA Permeabilidade: propriedade que permite o escoamento de água através dos seus vazios. Considera-se o coeficiente de permeabilidade. Determinação: 1) Indiretamente: a) Da curva granulométrica: Equação de Hazen (areias e pedregulho). b) Do ensaio de adensamento (solos finos) c) Do uso de permeâmetros: ensaios de laboratório mais utilizados. d) De ensaios de campo: furos de sondagens, poços ou cavas. Ainda por ensaio de infiltração e bombeamento. MECÂNICA DOS SOLOS II IMPORTÂNCIA DA ÁGUA MECÂNICA DOS SOLOS PRESENÇA E IMPORTÂNCIA DA ÁGUA NOS SOLOS 34 2) Diretamente a) Permeâmetro de carga constante: medição da permeabilidade dos solos granulares (razoável quantidade de areia e/ou pedregulho) - valores elevados. - Dois reservatórios de níveis de água constantes. - Mede-se a quantidade de água que atravessa a amostra de solo com a altura de carga (h) constante, em um determinado intervalo de tempo (t), sendo A a área da seção transversal da amostra e L, a sua altura (comprimento ao longo do qual a carga h é dissipada). - A água que atravessa a amostra é recolhida num recipiente e depois medida. MECÂNICA DOS SOLOS PRESENÇA E IMPORTÂNCIA DA ÁGUA NOS SOLOS Permeâmetro de carga constante 36 b) Permeâmetro de carga variável: utilizado para solos finos, onde o tempo de percolação é bem grande. - Coeficiente de permeabilidade muito baixo - Determinação pelo permeâmetro de carga constante é pouco precisa. Permeâmetro de Carga Variável MECÂNICA DOS SOLOS II IMPORTÂNCIA DA ÁGUA 37 c) Ensaio de bombeamento: determinação em campo da permeabilidade de camadas de areia ou pedregulho - abaixo do nível da água. O princípio do método consiste em esgotar a água até o estabelecimento de um escoamento uniforme, medir a descarga do poço e observar a variação do nível d’água em piezômetros colocados nas proximidades. Ensaio de bombeamento MECÂNICA DOS SOLOS II IMPORTÂNCIA DA ÁGUA * Fatores que influem no coeficiente de permeabilidade do solo - Estrutura do solo; - Estratificação do terreno; - Grau de saturação; e - Índice de vazios. MECÂNICA DOS SOLOS II IMPORTÂNCIA DA ÁGUA * Intervalos de variação do coeficiente de permeabilidade - Solos impermeáveis: k = 1,3 x 10-8 cm/s. - Valores típicos: argilas - k 10-9 cm/s siltes - 10-9 k 10-6 m/s areias argilosas – k 10-7 m/s areias finas – k 10-5 m/s areias médias – k 10-4 m/s areias grossas – k 10-3 m/s MECÂNICA DOS SOLOS II IMPORTÂNCIA DA ÁGUA Compactação dos solos - Definição: processo manual ou mecânico quevisa reduzir volume de seus vazios, aumentando a resistência do solo e tornando-se mais estável. - Benefícios: a) Aumento da capacidade de resistência à carga; b) Evitar recalque do solo e dano por congelamento; c) Estabilidade; d) Redução da infiltração de água (permeabilidade), dilatação e contração; e) Redução sedimentação do solo; f) Aumento mecânico da densidade/peso específico do solo - depende da energia despendida e do teor de umidade. MECÂNICA DOS SOLOS II Compactação do Solo www.multiquip.com.br - Engenheiro Ralph Proctor: em 1933 demonstrou que a compactação é função de: a) Peso especifico seco; b) Umidade; c) Energia de compactação; d) Tipo de solo. MECÂNICA DOS SOLOS II Compactação do Solo DIFERENÇAS ENTRE COMPACTAÇÃO E ADENSAMENTO MECÂNICA DOS SOLOS II Compactação do Solo COMPACTAÇÃO Diminuição dos vazios do solo por expulsão do ar contido nos vazios. Cargas de natureza dinâmica e com efeito imediato. ADENSAMENTO Ocorre a expulsão de água dos interstícios do solo. Processo lento e depende do tipo de solo, com cargas estáticas. X Compactação dos solos - Curva de compactação: relaciona massa específica e umidade. γmáx – hótima - São diferentes para cada tipo de solo. MECÂNICA DOS SOLOS II Compactação do Solo Compactação dos solos - Continuação - Estudo de jazidas: solo com características que a obra necessita. - Reagem sob as fundações e atuam sobre os arrimos e coberturas, deformam-se e resistem a esforços nos aterros e taludes, influenciando as obras segundo suas propriedades e comportamento. - Compactação em bases de estradas: aumentar da capacidade de carga. MECÂNICA DOS SOLOS II Compactação do Solo Tipos de compactação: Há quatro tipos de esforço de compactação: a) Vibração b) Impacto c) Amassamento d) Pressão Forças de compactação: estático e vibratório. - Força estática: peso próprio da máquina aplicando força para baixo sobre a superfície do solo (compressão das partículas). A força de compactação só pode ser alterada retirando ou acrescentando peso ao compactador. Restrita a camadas superiores do solo e limitada a determinada profundidade. Ex: Amassamento e pressão. MECÂNICA DOS SOLOS II Compactação do Solo - Força vibratória: mecanismo, geralmente motorizado, que cria uma força descendente em acréscimo ao peso estático da máquina. Pode ser um peso giratório ou combinação de pistão/mola(em compactadores). Através de “pancadas” na superfície, afetam as camadas superficiais e as mais profundas. OBS: A constituição de um solo determina o melhor método de compactação. Os grupos básico de solo são: coesivo e granular. MECÂNICA DOS SOLOS II Compactação do Solo Fonte: www.multiquip.com.br MECÂNICA DOS SOLOS II Compactação do Solo Relação entre tipos de solos e a característica do compactador - Análise simplificada (desconsidera textura das partículas e umidade): a) solos não coesivos (granulares): compactados por placas vibratórias - rearranjo de partículas. b) solos coesivos: compactados por compactadores à percussão (impacto) – “quebrar” resistência entre as partículas. c) solos mistos: através da composição, decide-se que equipamento será utilizado. OBS: Quantidade de água é determinante na compactação, pois atua como lubrificante, redistribuindo as partículas – Redução de atrito. MECÂNICA DOS SOLOS II Compactação do Solo TESTES DE DENSIDADE DO SOLO: - Ensaios de laboratório e em campo a) Ensaio de compactação em laboratório: - Proctor ou AASHO: ABNT MN-33. - Compacta-se uma amostra dentro de um cilindro: 1000cm³ - 3 camadas sucessivas - 25 golpes com um soquete - Peso do soquete: 2,5 kg - Queda: 30 cm - Energia de compactação: 6 kg.cm/cm³ - Repete-se para vários teores de umidade - Determinação dos pesos espécíficos: mínimo 5 MECÂNICA DOS SOLOS II Compactação do Solo MECÂNICA DOS SOLOS COMPACTAÇÃO DOS SOLOS - Proctor MODIFICADO - Compacta-se uma amostra dentro de um cilindro: 1000cm³ - 5 camadas sucessivas - 25 golpes com um soquete - Peso do soquete: 4,5 kg - Queda: 45 cm - Energia de compactação: 25 kg.cm/cm³ - Repete-se para vários teores de umidade - Determinação dos pesos espécíficos: mínimo 5 OBS: Pode-se fazer ensaios de resistência, com penetração de agulha padrão – dinamômetro. MECÂNICA DOS SOLOS II Compactação do Solo TESTES DE DENSIDADE DO SOLO – Continuação: b) Teste da mão: método rápido para determinar o teor de umidade. - Ao apertar um punhado de terra, este deve adquirir a forma da mão. Caso contrário, material é muito seco. - Quantidade certa de umidade: terra moldável e se fragmenta em apenas dois pedaços quando derrubada – compactação adequada. - Muita umidade para compactação: terra plástica, deixa poucos vestígios de umidade nos dedos e permanece em um pedaço quando derrubada. MECÂNICA DOS SOLOS II Compactação do Solo Fonte: www.multiquip.com.br MECÂNICA DOS SOLOS II Compactação do Solo APLICAÇÕES: a) Solos coesivos: argila, onde as partículas se aderem umas às outras – necessário força de alto impacto, forçando a saída do ar e organizando as partículas. - Indicação: compactador de percussão ou compactador de rolo vibratório pé de carneiro. MECÂNICA DOS SOLOS II Compactação do Solo Soquetes: utilizados em locais de difícil acesso para os rolos compressores, como em valas, trincheiras, etc. Peso mínimo de 15 Kgfc, podendo ser manuais ou mecânicos (sapos). A camada compactada deve ter 10 a 15 cm para o caso dos solos finos e em torno de 15 cm para o caso dos solos grossos. MECÂNICA DOS SOLOS II Compactação do Solo MECÂNICA DOS SOLOS COMPACTAÇÃO DOS SOLOS b) Solos granulares: as partículas requerem uma agitação ou ação vibratória para movê-las. - Indicação: placas vibratórias(unidirecionais). - Placas Reversíveis e Rolos Vibratórios Lisos. OBS: Quanto menor a partícula, maior a freqüência necessária para movê-la. - Partículas maiores: equipamento maior com freqüência mais baixa e forças de compactação maiores. c) Rolos pneumáticos: para qualquer tipo de solo. MECÂNICA DOS SOLOS II Compactação do Solo MECÂNICA DOS SOLOS II Compactação do Solo TIPO DE ROLO PESO MÁXIMO (toneladas) ALTURA DA CAMADA UNIFORMIDADE DA CAMADA TIPO DE SOLO Pé de carneiro estático 20 40 cm Boa Argilas e siltes Pé de carneiro vibratório 30 40 cm Boa Misturas de areia com silte e argila Pneumático leve 15 15 cm Boa Misturas de areia com silte e argila Pneumático pesado 35 35 cm Muito boa Praticamente todos Vibratório com rodas metálicas lisas 30 50 cm Muito boa Areias, cascalhos, material granular Liso metálico estático, 3 rodas 20 10 cm Regular Materiais granulares, brita Rolo de grade ou malha 20 20 cm Boa Materiais granulares ou em blocos Combinados 20 20 cm Boa Praticamente todos Escolha do rolo compactador MECÂNICA DOS SOLOS II Compactação do Solo Compactador de grade MECÂNICA DOS SOLOS II Compactação do Solo Para obter maiores graus de adensamento, deve-se PELA ORDEM, tentar: - aumentar o peso (P) do rolo; - aumentar o número (N) de passadas; - diminuira velocidade (v) do equipamento de compactação; - reduzir a espessura (e) da camada. NUMERO DE PASSADAS: - Grau de compactação: aumenta nas primeiras passadas e as seguintes não contribuem para essa elevação. - nº excessivo de passadas: super compactação superficial - Aumentar o nº de passadas pode produzir perda no grau de compactação, destruindo uma estrutura que acabou de ser formada, além de perda de produção e desgaste do equipamento. - Solução: aumentar o peso e/ou diminuir a velocidade, e adotar número de passadas entre 6 e 12 . MECÂNICA DOS SOLOS II Compactação do Solo ESPESSURA DA CAMADA: - Altura: determinada pelo material, tipo do equipamento e finalidade do aterro. - Adotar espessura menor que a das faixas ("Escolha do rolo compactador“): para garantir compactação uniforme em toda a altura da camada. - Obras rodoviárias: espessura máxima de 30 cm na primeira camada e as demais de 20 cm, para garantir a homogeneidade. - Materiais granulares: máximo 20 cm compactados. HOMOGENEIZAÇÃO DA CAMADA: - Uso de motoniveladoras, grades e arados especiais. - Camada solta bem pulverizada, sem torrões muito secos, blocos ou fragmentos de rocha, antes da compactação, principalmente se for necessário aumentar o teor de umidade. - Aumento da umidade: caminhões “pipa”. MECÂNICA DOS SOLOS II Compactação do Solo MÉTODOS DE CONTROLE DE COMPACTAÇÃO: a) Determinação da umidade: para construção de estradas usa-se muito o "Speedy Moisture Test“. Principalmente no trabalho com solos finos, necessita calibração por comparação com o método da estufa. b) Determinação do Grau de Compactação (G): Depende da determinação da massa específica aparente "in situ". O método eleito é função do tipo de solo compactado. Os mais utilizados são: - óleo grosso: solos coesivos com pedregulho - frasco de areia: qualquer caso - cilindro de cravação: solos com coesão e sem pedregulhos. Grau de compactação de campo é definido por: G% = 100 . gs (campo) / gs(maximo), onde gs = Ps / V e Ps = 100.P / (100 + h) e h a umidade média do solo. MECÂNICA DOS SOLOS II Compactação do Solo CONTRAÇÃO - Contração: quando, através da compactação, o volume final é inferior ao que havia no corte. Se 1 m³ de solo (medido no corte) contrai para 0,9 m³ no aterro após compactação, a redução volumétrica é de 10%. - Exempo: determinar quanto de terra será necessário cortar para fazer um aterro com 50 m³, considerando redução volumétrica de 10%. Vc = Va/C Onde: Vc = Volume de terra medido no corte Va = Volume compactado no aterro C = Contração (para redução volumétrica de 10%, a contração é de 90% - 0,90) Vc = 50/0,90 Vc = 55,55 m³ MECÂNICA DOS SOLOS II Compactação do Solo - Para saber o volume de terra solta a ser transportada, considerando taxa de empolamento de 25%: Vs = Vc (1 + E) Vs = 55,55 m³ (1 + 0,25) Vs = 55,55 m³ x 1,25 Volume de terra solta = 69,4 m³ Assim, para fazer um aterro com volume final de 50 m³ é necessário escavar 55,55 m³ e transportar 69,4 m³ de terra. MECÂNICA DOS SOLOS II Compactação do Solo MATERIAL Kg/m3 (CORTE) Empolamento (multiplicar) Fator de conversão (peso) Kg/m3 (SOLTO) Argila 1720 1,4 0,72 1140 Argila c/ pedregulho, seca 1780 1,4 0,72 1300 Argila c/ pedregulho, molhada 2200 1,4 9,72 1580 Carvão – antracítico 1450 1,35 0,74 1070 Carvão – betuminoso 1280 1,35 0,74 950 Terra comum, seca 1550 1,25 0,8 1250 Terra comum, molhada 2000 1,25 0.8 1600 Pedregulho(1-5 cm), molhado 2000 1,12 0,89 1780 Pedregulho(1-5 cm), seco 1840 1,12 0,89 1640 Hematita 3180 1,18 0,85 2700 Magnetita 3280 1,18 0,85 2780 Calcáreo 2620 1,67 0,6 1570 Areia seca, solta 1780 1,12 0,89 1580 Areia molhada, compacta 2100 1,12 0,89 1870 Arenito 2410 1,54 0,65 1570 Escória de fundição 1600 1,23 0,81 1300 OBS: Peso, empolamento e fc variam com tamanho das partículas, componentes, conteúdo de umidade, grau de compacidade, etc. MECÂNICA DOS SOLOS II Compactação do Solo 1.6 Capacidade de produção - Produção de terraplenagem: aumento com o uso das novas tecnologias e com a vantagem de redução do número de operários para executar a mesma quantidade de serviço. - Produção: manual ou mecanizada. a) Manual: executada por operários e instrumentos manuais (pá, picaretas, enxadas e sapos). b) Mecanizada: executada por tratores, escavadeiras e carregadeiras. - Alto investimento x agilidade, quantidade de serviços e redução de custos finais. MECÂNICA DOS SOLOS II Capacidade de produção A capacidade produtiva depende de alguns fatores: a) Planejamento: elaboração de um projeto que será executado, avaliando-se o tipo de solo, de equipamento e o tempo necessário para a execução. b) Mão-de-obra especializada: operador capacitado e devidamente treinado para manobrar os equipamentos. c) Equipamentos adequados: escolher máquina mais eficiente considerando o tipo de solo, projeto, a dimensão da área e o volume da obra. MECÂNICA DOS SOLOS II Capacidade de produção - Máquinas adaptáveis: adaptar colheres e pás de tamanhos variados - facilita a produtividade da escavação. Retroescavadeira executando escavação e depositando solo na caçamba Fonte: DREAMSTIME, 2012. MECÂNICA DOS SOLOS II Capacidade de produção d) Tipos de solos: Solo não-rochoso: não apresenta resistência à escavação, mas encharcado pode deslizar ou desmoronar. Menos complexo que rochoso. Solo rochoso: além da escavação e do carregamento, existe a perfuração e explosões. e) Tipos de projetos: tamanho da obra e complexidade influenciam na produtividade – mais máquinas. * Cronograma é fator predominante: interfere nos custos da obra. MECÂNICA DOS SOLOS II Capacidade de produção 1.7 Normalização técnica - Normas referentes ao canteiro de obras e itens de segurança do trabalho e meio ambiente. - Meio ambiente: normas regulamentares, leis ou códigos municipais, estabelecidas a partir de leis federais e estaduais. - NBR 9061/1985: escavações, termos empregados, condições gerais, projetos, tipos de escavações, proteções de escavações e proteções de operários. - NR 19/1978c: explosivos – fabricação, manuseio, armazenamento e utilização. MECÂNICA DOS SOLOS II Normalização Técnica
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