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Aula 2: Equac¸o˜es Diferenciais Gerais Disciplina: Equac¸o˜es diferenciais To´pico: Equac¸o˜es diferenciais de 1a ordem Professora: Luiza Vidigal Gonc¸alves Uma equac¸a˜o diferencial e´ aquela que conte´m uma func¸a˜o desconhecida e uma ou mais de suas derivadas. - Classificac¸a˜o das equac¸o˜es diferenciais: 1. quanto ao tipo: Uma das classificac¸o˜es e´ baseada em se descobrir se a func¸a˜o desconhecida ou inco´gnita depende de uma u´nica varia´vel independente ou de diversas varia´veis independentes. No primeiro caso, a equac¸a˜o diferencial e´ dita ordina´ria, no segundo caso e´ dita parcial. 2. quanto a ordem: Uma equac¸a˜o diferencial pode ser de 1a, 2a, · · · , n−e´sima ordem dependendo da derivada de maior ordem presente na equac¸a˜o, isto e´, a ordem de uma equac¸a˜o diferencial e´ a ordem da derivada mais alta que ocorre na equac¸a˜o. Assim a equac¸a˜o dada no exemplo da aula passada dP dt = kP e´ de 1a ordem e ordina´ria, pois so´ tem uma varia´vel independente. Neste exemplo a varia´vel independente t representou o tempo, mas em geral, a varia´vel independente na˜o precisa representar o tempo. 3. quanto a linearidade: As equac¸o˜es diferenciais podem ser linear ou na˜o linear. Elas sa˜o linear se as inco´gnitas e suas derivadas aparecem de forma linear na sua equac¸a˜o, isto e´, se as inco´gnitas e suas derivadas aparecem em uma soma em que cada parcela e´ um produto de alguma derivada das inco´gnitas com uma func¸a˜o que na˜o depende das inco´gnitas. Uma 1 equac¸a˜o diferencial ordina´ria linear de ordem n e´ uma equac¸a˜o que pode ser escrita como: a0(t)y + a1(t) dy dt + a2(t) d2y dt2 + · · ·+ an(t)d ny dtn = f(t) As equac¸o˜es que na˜o sa˜o desta forma sa˜o ditas na˜o lineares. Exemplo de equac¸a˜o diferencial linear: x2y′′ + bxy′ + cy = 0 Exemplo de equac¸a˜o diferencial na˜o linear: y′′′ + 2ety′′ + yy′ = t4, na˜o e´ linear devido ao termo yy′ Soluc¸a˜o de uma equac¸a˜o diferencial Uma func¸a˜o f e´ denominada soluc¸a˜o de uma equac¸a˜o diferencial se a equac¸a˜o e´ satisfeita quando y = f(x) e suas derivadas sa˜o substitu´ıdas na equac¸a˜o. Assim, por exemplo, f(x) e´ soluc¸a˜o de y′ = xy se f ′(x) = xf(x) para todos os valores de x em algum intervalo. Quando nos pedem para resolver uma equac¸a˜o diferencial, espera-se que en- contremos todas as soluc¸o˜es poss´ıveis da equac¸a˜o. Ja´ sabemos resolver algu- mas equac¸o˜es difenciais simples, a saber as da forma: y′ = f(x). Por exemplo, y′ = x3 e´ uma equac¸a˜o diferencial e neste caso sabemos que y(x) = x4 4 + c, onde c e´ uma constante e´ soluc¸a˜o geral desta equac¸a˜o diferen- cial. Mas em geral na˜o e´ ta˜o simples resolver uma equac¸a˜o diferencial. Na˜o ha´ te´cnicas para resolver todas as equac¸o˜es diferenciais. Mas vamos aprender a resolver algumas. Exemplo: 2 Mostre que todo membro da famı´lia de func¸o˜es y = 1 + cet 1− cet e´ uma soluc¸a˜o da equac¸a˜o diferencial y′ = 1 2 (y2 − 1) Derivando y = 1 + cet 1− cet pela regra do quociente: y′ = (cet)(1− cet)− (−cet)(1 + cet) (1− cet)2 y′ = cet − c2e2t + cet + c2e2t (1− cet)2 = 2cet (1− cet)2 Como y′ = 1 2 (y2 − 1), para garantir que y = 1 + ce t 1− cet e´ uma soluc¸a˜o da equac¸a˜o diferencial y′ = 1 2 (y2 − 1) temos de verificar se 1 2 (y2 − 1) e´ igual ao y′ encontrado. Assim: 1 2 (y2 − 1) = 1 2 [( 1 + cet 1− cet )2 − 1 ] = 1 2 ( 1 + 2cet + c2e2t 1− 2cet + c2e2t − 1 ) = = 1 2 ( 1 + 2cet + c2e2t − 1 + 2cet − c2e2t 1− 2cet + c2e2t ) = 1 2 4cet (1− cet)2 = 2cet (1− cet)2 Logo para todo valor de c, a func¸a˜o dada e´ soluc¸a˜o da equac¸a˜o diferencial. Quando resolvemos as equac¸o˜es diferenciais, geralmente na˜o queremos en- contrar uma famı´lia de soluc¸o˜es (a soluc¸a˜o geral) mas sim uma soluc¸a˜o que satisfac¸a algumas condic¸o˜es adicionais. Em muitos problemas f´ısicos quere- mos encontrar uma soluc¸a˜o particular que satisfac¸a uma condic¸a˜o do tipo y(t0) = y0. Esta e´ chamada condic¸a˜o inicial e o problema de achar uma soluc¸a˜o da equac¸a˜o diferencial que satisfac¸a a condic¸a˜o inicial e´ denominado problema de valor inicial (PVI). Exemplo: Encontre uma soluc¸a˜o da equac¸a˜o diferencial y′ = 1 2 (y2 − 1) que satisfac¸a a condic¸a˜o inicial y(0) = 2 3 Substituido os valores t = 0 e y = 2 em y = 1 + cet 1− cet obtemos: 2 = 1 + c 1− c ⇒ 1 + c = 2− 2c ⇒ 3c = 1 ⇒ c = 1 3 Enta˜o a soluc¸a˜o do problema de valor inicial dado e´: y = 1 + 1 3 et 1− 1 3 et = 3 + et 3 3− et 3 = 3 + et 3 · 3 3− et = 3 + et 3− et 4
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