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P + L Bijuterias

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Introdução
	O estudo de P + L em bijuterias teve por objetivo à disponibilizar e levar as informações que o auxiliarão a integrar o conceito de Produção Mais Limpa (P+L) à gestão de sua empresa, este método tem contribuído para que diversas organizações busquem uma produção mais eficiente, econômica e com menor impacto ambiental.
	O documento P + L bijuterias, também cita entre seus objetivos, demostrar as empresas, indiferente do seu porte, a responsabilidade de cada uma com a degradação ambiental, embora todos de certa forma contribuem com os impactos ambientais. Ressaltando a importância de entender, aceitar e mudar essas atitudes.
	Produção Mais Limpa é um método que visa evitar a geração de poluentes ou buscar alternativas para que o mesmo possa servir de matéria prima à outros processos, sendo que as medidas adotadas para alcançar essas metas são uma série de estratégias, práticas e condutas econômicas, ambientais e técnicas, que evitam ou reduzem a emissão de poluentes no meio ambiente por meio de ações preventivas.
 	O material abordado se refere ao setor de bijuterias, e é composto por empresas da cadeia produtiva do chamado ramo das joias folheadas, que produz peças de metal, em geral ligas de zinco e estanho, recobertas por camadas de metais nobres, como a prata e o ouro.
	Neste setor o Brasil ocupa a 27º lugar no ranking de exportações e importações ambientais, movimentando um valor aproximado de R$ 572,3 milhões anualmente, sendo o município de Limeira, conhecido como “capital do folheado”, o maior produtor, ficando com 37% do valor total da produção (cerca de R$ 211, 75 milhões).
	O porte das empresas são variados, e são classificados de acordo com o faturamento, essas industrias geram cerca de 35 mil empregos ao total. Quanto a localização, as mesmas estão localizadas no sudeste do Brasil, em São Paulo em maior número, seguido do Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
	Limeira, que é o município com maior arrecadação e produção de joias folheadas, abriga cerca de 150 empresas cadastradas como galvânicas, distribuídas entre, 33% de joias folheadas, 47% de fabricação de peças brutas (sem galvanoplastia), e 20% de outros tipos. Essa elevada concentração em Limeira foi um dos fatores que levaram ao estudo de P + L no setor de Bijuterias.
Descrição do processo produtivo
	O setor de bijuterias, envolve uma seria de processos industriais, primeiramente a fabricação da peça bruta e posteriormente o tratamento da superfície, sendo que entre estes processos, existem várias etapas para cada um.
O fluxograma abaixo ilustra a sequência e as etapas em cada processo;
Ligas de Alta Fusão – fundição à altas temperaturas
Processo de Cera Perdida – Fabricação das peças através de molde de cera.
Ligas de Baixa Fusão - fundição realizada à baixas temperaturas.
Fundição a Baixa Fusão – fabricação de moldes de borracha e silicone à baixas temperaturas.
Fotocorrosão – Estamparia na peça com raios UV e corrosão
Estamparia – com o uso de um molde e uma prensa desenvolvesse, pinos, tarraxas, argolas e chapas pequenas.
Rebarbação – etapa em que se retiram as sobras dos produtos produzidos.
Fabricação das Peças
 
 
Processo de Deposição
Processo de Deposição 
 
Processo Produtivo
Desengraxe – limpeza da superfície das peças.
a) Desengraxe Alcalino – limpeza por banhos de pH alcalino.
b) Desengraxe Eletrolítico – banho com aplicação de corrente elétrica
Ativação - soluções acidas de baixa concentração para à remoção de possíveis camada de óxidos.
Cobre Alcalino – deposição de uma camada de cobre alcalino.
Cobre Ácido – deposição de uma camada mais espessa de cobre ácido.
Níquel – banhos que servem para nivelar a superfície das peças.
Ouro - fornece a base de ancoragem para que camadas mais espessas e dão cor as peças.
Folheação – banho com um metal, com uma espessura maior.
Prata – processo igual ao banho de ouro.
Ródio – usado para aplicações técnicas e decorações.
Secagem das Peças – as peças são secas em centrifugas.
				Fonte: Autor 2016
 
Processo de Deposição
Aspectos e impactos da atividade
	Quando as atividades humanas interagem com o meio ambiente, consomem recursos, os quais modificam o meio físico ou geram rejeitos, portanto aspectos ambientais de definem como sendo essas interações. 
	Dessa forma os aspectos ambientais gerados por empresas podem se tornar impactantes ao meio ambiente. 
Para a cadeia produtiva de bijuterias a aplicação da Matriz de Leopold/AIA, seria uma importante medida de avaliação de impactos, pois essa ferramenta nos auxiliaria nas análises e interpretações dos impactos associados ao processo. Mostrando quais etapas as mais impactantes e mostrando os fatores ambientais mais impactados, os meios em que ocorrem e as suas causam.
Com a Matriz de Leopold poderíamos identificar o tempo para a melhoria (curto, médio ou longo prazo), se o impacto age diretamente ou indiretamente no meio e se ele pode ser reversível ou não.
Impactos
 	Processo de fundição: as partículas de metálicas liberadas durante essa etapa são prejudiciais à saúde humana. E o gesso depois de usado não pode ser reaproveitado, tornando-se um resíduo. 
Foram escolhidos dois processo para detalhamento, sendo eles o de fotocorrosão, e galvanoplastia em geral.
Fotocorrosão: o fluxograma abaixo mostra os resíduos da etapa, sendo eles, efluentes ácidos e alcalinos, aguas de enxagues e resíduos de fotolito com emulsão revelada.
	
Fig. 1 Entradas e saídas do processo de fotocorrosão.
Fonte: Bijuterias P + L
Processo de Galvanoplastia: o fluxograma abaixo demostra as entradas e saídas da etapa.
Fig. 2 Entradas e saídas da etapa de Galvanoplastia.
Fonte: Bijuterias P + L.
A atividade de galvanoplastia é a mais impactante de todo o processo, sendo os resíduos em meio liquido, gasoso e também solido. Segue abaixo a relação de resíduos.
4.1 Consumo de água e geração de efluentes
	Devido ao fato dos banhos ser realizados em solução aquosa, a água se torna o principal insumo. Este fator preocupa devido a que a água pode ficar escassa e o seu custo pode ficar elevado, e como consequência do alto uso de água, ocorrera uma alta geração de efluentes aquosos.
Os efluentes gerados podem conter metais, ácido sulfúrico, clorídrico, ácido crômico ou hidróxido de sódio, sais e mateis pesados em solução. Estes podem advir dos banhos ou enxagues.
Estes efluentes são tratados nas ETEs (estação de tratamento de efluentes), sendo descartados em corpos hídricos. Caso não ocorra o tratamento, ou ocorra acidentes durante o mesmo, impactos podem ocorrer. Sendo eles, perda dos microrganismos no tratamento, e o mais impactante, os danos que isso poderia acarretar ao corpo hídrico, como por exemplo, perda da biodiversidade aquática.
4.2 Metais 
Principal impacto são os metais na forma de sais solúveis, os quais não são removidos no processo de tratamento, podem apenas ser precipitados e removidos junto ao lodo, ou ter sua forma original modificada, mas não são totalmente removidos. 
MEDIDAS DE PRODUÇÃO MAIS LIMPA (P + L) 
A preocupação em descartar corretamente os efluentes gerados nas industrias é bastante frequente, porem ao invés de nos preocuparmos em como trata –lo corretamente, por que não nos preocupamos em gerar menos efluentes, ou até mesmo em não gerar? Alternativas como estar vem ganhando força ao longo do tempo, essas alternativos são chamadas de Produção mais Limpa (P + L).
A seguir serão apresentadas medidas de P + L para o processo de fabricação das bijuterias, ressaltando que nem todas as etapas da fabricação é possível adotar tais medidas. Casa empresa adota um critério próprio em relação a implantação dessa medida. 
 	Foram analisadas as medidas para todo o processo de fundição em geral, considerando as mais importantes, e medidas de P + L para o processo de galvanoplastia.
5.1 Processo de fundição
5.1.1 Projeto modelo de cera 
Na construção
do modelo aprimorar a colocação de canais e de arvores, evitando assim a necessidade de cortar pelas, ou poli-las. 
5.1.2 Recuperação da cera do modelo 
Ao retirar a cera do gesso através da queima, parte da cera volatiliza e libera enxofre e cloro, substituir o processo de queima por um processo de retirada da cera por vapor, possibilitando a recuperação da cera, e também devido a temperatura ser menor, ocorrerá menos demanda de energia elétrica.
5.1.3 Fundição 
Manter o metal sobre a condição de fundido, o menor tempo possível, para que assim evite-se a contaminação ou oxidação, causada pelo contado com o ar, assim reduziria o consumo de energia elétrica. 
5.1.4 Centrifugas 
Fixar bem a máquina, para que assim não ocorram perdas em decorrência de tombos, e certificar-se de que a tampa seja fechada antes de ligar a máquina, e também evitar abri-la durante o funcionamento, tais medidas reduziriam a perde de metais.
5.1.5 Reuso da água da rebarbação das campanas
A água usada no polimento final normalmente é descartada, porém a mesma pode ser reutilizada para o polimento de campanas mais grosseiras, algumas empresas constataram redução de 50% de água ao adotarem tal medida.
5.1.6 Troca do tipo de chips utilizados 
A quantidade de lodo gerada nesta etapa pode mudar de acordo com o tipo de chip utilizado. Uma simples troca pode fazer com que se reduza custo e que se tenha um aumento de produção.
5.2 Galvanoplastia 
Essa é a etapa mais impactante, em decorrência disso, muitas medidas de P + L podem ser adotadas para diminuir os impactos gerados, abaixo figura demonstrativa
Fig. 3. Medidas de P + L que podem ser adotadas.
Fonte: Bijuterias P + L
5.2.1 Eliminação ou substituição de materiais tóxicos por menos tóxicos
Nem sempre é possível a substituição, porem existem alguns caos em que se pode substituir por exemplo os banhos de ouro e cianeto por cobre e paládio com metais de liga. Também pode-se substituir os banho de níquel, que traz danos à saúde humana, por bronze. 
 O cianeto é um material extremamente tóxico, por esse motivo, sempre se busca elimina-lo da cadeia produtiva.
5.2.2 Aumento da vida útil dos banhos 
Com o passar do tempo e uso os banhos galvânicos vão perdendo suas capacidades. Pode-se citar como exemplo para isso a acumulação de impurezas as peças, que ficaram aderidas a sua superfície.
5.2.3 Reduzir as perdas por arraste
O arraste acarreta perdas econômicas no processo, pois a solução usada no banho é arrastada para os tanques seguintes do processo, devido à isso, deve-se tentar evitar que ele ocorra, ou reduzi-lo o máximo possível, abaixo algumas medidas que podem ser adotadas;
Desenho de peças – deve evitar-se elaborar peças com muitos detalhes, como cavidades, ´perfurações, pois estás proporcional o arraste superficial. 
Forma de escorrimento das gancheiras – recomenda-se uma inclinação de 45º a 60º para assim evitar que respingo de uma peça não caia sobre outra, e sim volte ao tanque.
Colocação de trilhos ou suporte sobre os tanques – o aumento de tempo no escorrimento, pode fazer com os operados se cansem mais, o uso dos suportes ou trilhos permite que a gancheira fique perdurada, e o operador pode realizar outras tarefas.
5.2.4 Melhorias no enxágue das peças 
Consiste na remoção por diluição do filme aderente no banho de superfície, e substituição por um filme de água;
 Os métodos usados para isto são:
Enxágue estático - a água não é reposta até que os contaminantes do enxágue aumentem em demasia;
Enxágue fluido - nesse tipo de enxágue a água é reposta de acordo com um padrão de qualidade definido para o enxágue;
Enxágue contracorrente - alimentação de água é feita no segundo ou terceiro tanque de enxágue, que por sua vez alimenta o primeiro tanque de enxágue.
Spray - o uso de bicos sobre tanques estáticos permite a reposição do volume perdido por evaporação. É muito eficiente para remover banhos, principalmente em peças planas, a limpeza se faz pela ação mecânica da jato d'água jogada sobre as peças.
Reativo – usar banhos ácidos para enxague de banhos alcalinos, neutralizando a alcalinidade, método pouco usado, pois requer cuidados.
Imersão - usado após banhos em metais preciosos, para recuperar os sais arrastados, consiste em duas etapas, imersão estática, a água é trocada quando a quantidade de contaminantes atinge determinado ponto de concentração, imersão com reposição, há um fluxo de água constante de entrada e saída do tanque.
Abaixo recomendações, que podem ser adotadas em conjunto ou separadamente, elas aumentam a eficiência dos enxágues.
Uso de condutivímetro – o método usado para se trocar a água era observar a cor ou o aparecimento de manchas não peças, porem essas características, podem não ser sinais de que a água precise ser trocada, para isso o uso do condutivímetro é recomendável, pois através deste se saberá se a concentração da água, está ou não está aceitável. 
Uso de chuveirinho – normalmente empresas lavam suas peças com correntes de aguas saindo direto da tubulação, o uso dos chuveirinhos, faria com que se economiza-se grandes volumes de água.
Uso de bicos aspersores - o enxágue com sprays são feitos em tubos de PVCs furados, porem os furos não são uniformes causando dispersão no jato, o sistema com bicos aspersores é mais econômico pois economiza água.
Enxágue em contracorrente – usados em instalações grandes que requerem grandes quantidades de água. A água entra no último tanque de enxágue (na figura, o tanque 3) e seu fluxo vai em direção oposta ao das peças. O primeiro tanque de enxágue (na figura o número 1) é o mais saturado com o arraste, e seu conteúdo vai para o tratamento de efluentes.
A grande vantagem desse sistema é a economia de água que apresenta.
Fig. 4. Demonstração do funcionamento do enxágue em contracorrente.
Fonte: Bijuterias P + L.
Enxágues múltiplos estáticos - existe uma variante do processo acima que não tem entradas e saídas contínuas esquematizada abaixo:
Fig. 5. Enxágue estático em contracorrente.
Fonte: Bijuterias P + L.
As águas do primeiro tanque (na figura, o número 1) são enviadas ao tanque depósito. Parte dessa água retorna ao banho, parte vai para o tratamento de efluentes. O momento da troca é controlado pela qualidade do último enxágue (na figura, o número 3).
Bombeiam-se as águas do penúltimo enxágue (2 na figura) para o primeiro enxágue (número 1) e as do último enxágue (3 na figura) para o penúltimo enxágue (número 2). O último tanque (enxágue 3) recebe água nova. A economia de água é 45% maior que a técnica em contracorrente, se os três tanques receberem água nova.
Normas pertinentes
	 O processo de galvanoplastia gasta muita água e usa bastante metais durante o processo produtivo, esses metais, podem gerar resíduos sólidos, que podem ser classificados de acordo com normas. 
A norma 10004 da ABNT classifica os resíduos sólidos levando em consideração o risco que eles oferecem ao meio ambiente e a saúde humana, para que assim possam ser gerenciados corretamente. A norma nos diz como classificar o resíduo de acordo com parâmetros específicos, como reatividade, corrosividade, entre outros.
	Tem-se também a ABNT 10007, que nos diz os requisitos exigíveis para amostragem desses resíduos sólidos, a norma dividi em categorias as amostras, determina como se faz as amostras, tem-se um passo a passo para cada tipo de amostragem. 
	
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Artigo Bijuterias P + L. Disponível: http://www.crq4.org.br/downloads/bijuterias.pdf
ABNT NORMA 10004. Disponível em: http://analiticaqmc.paginas.ufsc.br/files/2013/07/resíduos-nbr10004.pdf
ABNT NORMA 10007. Disponível em: http://wp.ufpel.edu.br/residuos/files/2014/04/nbr-10007-amostragem-de-resc3adduos-sc3b3lidos.pdf

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