Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
INTRODUÇÃO AO BEHAVIORISMO Behaviorismo Metodológico X Radical Causalidade e explicação no Behaviorismo Radical Aula 1 – Professora Raíssa Montenegro Contexto e Surgimento No século XIX, alguns Psicólogos estavam incomodados com a introspecção como método científico Psicologia “Ciência da Mente” John Broadus Watson (1879-1958) – 1913 Propôs o Behaviorismo Metodológico “O Manifesto Behaviorista” Criticou a introspecção como método, a falta de replicabilidade, e a responsabilização direcionado aos sujeitos, diante de resultados diferentes; Propôs a definição de Psicologia como “Ciência do Comportamento” BAUM, (2006); HÜBNER E MOREIRA (2012) Behaviorismo Pós – Watson Burrhus Frederic Skinner (1904-1990) propôs o Behaviorismo Radical Psicologia “Ciência do Comportamento” Nítido contraste com a proposta de Watson, o Behaviorismo Metodológico BAUM, W. M. (2006) Behaviorismo Metodológico Behaviorismo Radical REALISMO X PRAGMATISMO BAUM, W. M. (2006) “Para os realistas, as explicações diferem de meras descrições. A descrição só nos conta a aparência das coisas na superfície – quando se descobre a verdade escondida no modo de funcionamento das coisas, então os eventos que percebemos estão explicados.” (p.36) A força da investigação científica advém do que ela nos permite fazer (daí a nomenclatura pragmatismo, da mesma raiz de prático). Diferente do realismo, que busca a explicação baseada na realidade além da experiência. Realismo x Pragmatismo O realismo leva a um visão dualista das pessoas, que é incompatível com uma ciência do comportamento proposta por Skinner. O Behaviorismo Metodológico baseava-se no realismo, aceitando o dualismo mente – corpo, porém como acreditavam que a ciência lidava apenas com o mundo objetivo, rejeitaram o estudo do mundo interior (mente, consciência). O Behaviorismo Radical rejeita o dualismo mente-corpo e por isso adota o pragmatismo, que enfatiza a descrição em oposição aos métodos. BAUM, W. M. (2006) Behaviorismo Radical O Behaviorismo Radical, não adotando a classificação tradicional de eventos internos (mentais, consciência) e externos. Apresenta um outra perspectiva, os eventos públicos e privados. B. F. Skinner adota o termo mentalismo para caracterizar a prática de invocar ficções mentais para tentar explicar o comportamento. Mente, vontade, ego são ficções explanatórias, porque supostamente explicam e por fim não explicam aquilo que se propõem. BAUM, W. M. (2006) Behaviorismo Radical Apenas uma pessoa pode relatar: Pensamentos, sentimentos e sensações; Se tornam públicos ao serem relatados. Eventos Privados Podem ser relatados por mais de uma pessoa. Eventos Públicos A distinção tem pouco significado, pois a única diferença entre eventos públicos e privados é o número de pessoas que podem relatá-los. São do mesmo tipo, possuem a mesma propriedade. BAUM, (2006); HÜBNER E MOREIRA (2012) Behaviorismo Metodológico J. B. Watson Realismo; Dualista; Apesar de não estudar os eventos privados concede-os caráter não físico e causal. Behaviorismo Radical B. F. Skinner Pragmatismo; Radical, por buscar a raiz do comportamento; Monista; Nega a causalidade mental e defende que os eventos privados sejam explicados da mesma forma que os públicos. HÜBNER E MOREIRA (2012); MOREIRA E MEDEIROS (2007) Behaviorismo Radical Livre arbítrio Capacidade de escolha Defende que apesar da hereditariedade e de fatores ambientais, o indivíduo DECIDE como comportar-se. Determinismo Probabilístico Descreve regularidades probabilísticas. Comportamento é ordenado, pode ser explicado, pode ser previsto desde que se tenham os dados necessários e pode ser controlado desde que se tenham os meios necessários. BAUM, W. M. (2006) Behaviorismo Radical Radical em dois sentidos: por negar radicalmente (i.e., negar absolutamente) a existência de algo que escapa ao mundo físico, que não tenha uma existência identificável no espaço e no tempo (mente, consciência, cognição); e por radicalmente aceitar (i.e., aceitar integralmente) todos os fenômenos comportamentais. MATOS, MARIA (1995) Comunicação oral Modelos Explicativos Refere-se, de maneira geral, ao modo como se explicam e se apontam as causas de um dado fenômeno. Existem diversos modelos explicativos na psicologia, inclusive conflitantes. Behaviorismo Radical Como explicar o comportamento humano? Seleção pelas Consequências Analogia com a Seleção Natural de Charles Darwin; Se na seleção natural é produzido as diferenças entre as espécies, as mudanças ocorridas (selecionadas) ao longo de milhares de anos; Na seleção operante (operar no ambiente) estabelece as diferenças comportamentais individuais. Na seleção cultural, mudanças culturais selecionadas por suas consequências para o grupo. Filogênese – Seleção natural Ontogênese – Seleção operante Cultura – Seleção cultural HÜBNER E MOREIRA (2012) E A HEREDITARIEDADE? Skinner critica a ênfase na hereditariedade para explicar comportamentos complexos: Se a “causa” for hereditária a pessoa estaria condenada a ser pelo resto da vida, por ex.: tímida, passiva, agressiva, machista, preconceituosa...etc E aposta as fichas na interação e aprendizagem (Ontogênese – seleção operante). Âmbito do psicólogo. CRÍTICA ÀS CAUSAS INTERNAS CAUSAS NEURAIS “fulano está deprimido porque seus níveis de serotonina estão baixos” O sistema nervoso não causa o comportamento, e sim é parte dele. O psicólogo vai buscar na interação do indivíduo com o ambiente as causas para a classe de comportamentos chamados de “Depressão” CAUSAS INTERNAS PSÍQUICAS OU CONCEITUAIS “personalidade desordenada”, “(...) porque é inteligente”, “ São “explicações” circulares, não explicam de fato Indica um agente interno que habita o indivíduo: “Consciência”, “mente”. Fuma demais É viciado Modelo explicativo As causas dos comportamentos não devem ser atribuídas a processos ou estruturas internas. As explicações para o que as pessoas fazem, falam, pensam ou sentem devem ser buscadas na sua história de interações com seu ambiente, sobretudo interações com outras pessoas. Seleção pelas consequências Seleção pelas consequências Filogênese – Seleção natural explica as características fisiológicas e anatômicas da espécie, oferece os reflexos e padrões fixos de ação, e a sensibilidade ao condicionamento respondente e operante (são a base para aprender novos comportamentos). Ontogênese – Seleção operante – estabelece os repertórios comportamentais específicos de cada individuo. Cultura – Seleção de práticas culturais. A seleção por consequências explica o surgimento, manutenção, mudança ou extinção do comportamento. Concepção de Homem no Behaviorismo Radical “Os homens agem sobre o mundo, modificando-o, e, por sua vez, são modificados pelas consequências de sua ação” (Skinner, 1957/1978, p. 15) Concepção de Homem no Behaviorismo Radical Os homens agem sobre o seu mundo Os homens modificam seu mundo (essas modificações são descritas como as consequências de suas ações) Os homens são modificados pelas consequências de suas ações Concepção de Homem no Behaviorismo Radical O homem é histórico, inerentemente social e multideterminado. Mesmas consequências provocam modificações diferentes, isto é, selecionam comportamentos diferentes Ex.: Diante da mesma consequência, comportamentos diferentes A explicação de porque essas pessoas agiram de modo diferente, devem ser buscadas na na história de interações de cada uma. Nota baixa Pessoa A diz: “Vou me esforçar mais da próxima vez”. Pessoa B diz: “Essa matéria é muito difícil, vou “trancar” a disciplina”. Objeto de Estudo da Análise do Comportamento Ciências diferentes, possuem objeto de estudo diferentes. Na psicologia, não há consenso sobre o objeto de estudo. Cada abordagem psicológica, elege o seu objeto de estudo. O objeto de estudo da Análise do comportamento é “COMPORTAMENTO” que significa: INTERAÇÕES DO ORGANISMO COM O AMBIENTE “Onde há pessoas se comportando, há espaço para o psicólogo” Objeto de Estudo da Análise do Comportamento Implicações da adoção desse objeto de estudo: Importante considerar não apenas a ação do indivíduo, mas essa ação contextualizada, as condições em que ocorrem a ação e as consequências destas. Unidade de Análise Para a Análise do comportamento, qualquer fenômeno psicológico deve ser analisado a partir de relações entre eventos. A unidade básica de análise que descreve e relaciona esses eventos chama-se contingência: Se... então Tarefa do analista do comportamento é: Identificar as relações e modifica-las Identificação dessas relações entre o organismo e ambiente recebe o nome de ANÁLISE FUNCIONAL ou análise de contingências. Unidade de Análise Contingência de três termos 1) a ocasião na qual ocorreu a resposta, 2) a própria resposta e 3) as consequências. Análise de contingências Esta é a essência da análise de contingências: identificar o comportamento e as consequências; alterar as consequências; ver se o comportamento muda. É um tipo de experimentação ( sem tanto controle como no laboratório). Previsão e Controle O conhecimento útil é aquele que permite previsão e controle Ex.: Prevenção em suicídio, prevenção em uso abusivo de drogas, prevenção de envolvimento com a criminalidade, e etc. A filosofia da Análise do comportamento vai sustentar que é possível prever e controlar o comportamento. Previsão e Controle PREVISÃO DO COMPORTAMENTO Tentativa de identificar os fatores que alteram sua probabilidade de ocorrência. Fazemos previsões sobre o comportamento (que são eventos) baseados em outros eventos. O psicólogo realizará essa ‘previsão’ a partir da investigação das variáveis. Previsão e Controle CONTROLE DO COMPORTAMENTO Não possui conotação “ruim”. Controle deve ser entendido como influência. Do momento em que acordamos até o momento em que vamos dormir estamos o tempo todo influenciando o comportamento dos outros, e os outros estão exercendo controle sobre o nosso comportamento. Previsão e Controle A partir do momento em que nos tornamos capazes de identificar regularidades no comportamento, ou seja, quando encontramos as variáveis (pelo menos algumas) das quais um dado comportamento é função, tornamo-nos também, mais capazes de controlar esse comportamento alterando as variáveis que o controlam. É complexo, por existir uma grande quantidade de variáveis que controlam o comportamento. É tarefa do psicólogo analista do comportamento. REFERÊNCIA BAUM, Willian M. Behaviorismo: definição e história. In: BAUM, Willian M. Compreender o Behaviorismo: Comportamento, cultura e evolução. Porto Alegre: Artmed, 2006. P.18-31 MOREIRA, Márcio; HANNA, Elenice. Bases Filosóficas e Noção de Ciência em Análise do Comportamento. In: HÜBNER, M. M. C.; MOREIRA, M. B.(Org.). Temas Clássicos da Psicologia sob a ótica da Análise do Comportamento. Rio de Janeiro: Guanabara, 2012. P. 1- 19 MOREIRA, M. B.; MEDEIROS, C. A. B. F. Skinner, Análise do Comportamento e o Behaviorismo Radical. In: MOREIRA, M. B.; MEDEIROS, C. A. B. F. Princípios básicos de análise do comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2007. P. 211-221 MANUSCRITO – LEGÍVEL O que é Behaviorismo Radical e quais as suas características? Quais as características do Behaviorismo Metodológico? Qual o modelo de causalidade adotado por Skinner em substituição a noção de causalidade mecânica? Explique qual modelo explicativo adotado pelo Behaviorismo Radical. Quais são os três níveis de seleção pelas consequências que Skinner propõe? Descreva cada um. Exercício I - Avaliativo Exercício I Qual a unidade de análise que a ciência Análise do Comportamento adota? Qual a conduta de um psicólogo analista do comportamento, ao ser solicitado a explicar o comportamento de uma determinada pessoa? Justifique sua resposta. A) ( ) Investigar quais traumas psíquicos influenciam a mente do indivíduo e consequentemente o seu modo de agir. B) ( ) Investigar a história de interação desse individuo com o ambiente passado e atual.
Compartilhar