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Aula 1 a 5 _Supervisão e Orientação - Teoria e Prática

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Aula 1: A Supervisão Pedagógica: conceitos e especificidades
Antes de começar nossa aula, sugerimos que você pesquise em um dicionário o significado das palavras supervisão, coordenação e orientação e registre em seu caderno de notas.
Buscando estabelecer relação teoria e prática, no tocante a atuação do Supervisor e Orientador Pedagógico, busque em seu caderno de notas as anotações registradas como respostas à pergunta: O que faz um Supervisor e Orientador Pedagógico na escola?  Trabalhe as respostas de forma a identificar as funções que foram mais vezes citadas.
Faça um paralelo com os conteúdos da aula e não esqueça, registre em seu caderno de notas suas conclusões.  
Conversando sobre as diversas denominações
Até o final da década de 90 foram diversos os modos de identificar a ação supervisora, tanto nos Estados (como nomenclatura para designar o cargo), como nas escolas. Incluem-se nessas terminologias as expressões: supervisão, supervisão educacional, supervisão escolar, supervisão pedagógica, coordenação, coordenação pedagógica, coordenação de turno, coordenação de área ou de disciplinas, orientação pedagógica, entre outras.
Observando esses tantos termos:
Supervisão escolar – supõe-se supervisão tanto dos serviços administrativos como pedagógicos, confundindo as ações com as do Diretor (gestor).
Coordenação – pode-se dizer que é uma das condutas supervisoras, significa trabalhar para que os elementos funcionem de modo articulado. Quando a nomenclatura se refere a turno, está abordando o caráter administrativo e pedagógico de um determinado turno. Quando se trata de uma área ou disciplina, está se referindo às articulações possíveis entre conteúdos e métodos de ensino no âmbito de uma determinada área ou disciplina. Sem discriminar as outras funções, elegemos a expressão Supervisão Pedagógica por considerar a abrangência e especificidade da ação do Supervisor Pedagógico, que entendemos ficar, assim, melhor contemplado.
Supervisão educacional – o termo propõe que as atividades extrapolem as atividades da escola, alcançando os aspectos estruturais e sistêmicos da educação.
E o que significa o termo supervisão?
Vamos analisar a epistemologia do nome supervisão:
O prefixo “super” unindo-se à “visão” designa o ato de ver o geral ou seja, visão ampla, superior, não em termos de hierarquia, mas em perspectiva de ângulo de visão, para que o Supervisor possa “olhar” o conjunto dos elementos e seus elos articuladores nas ações específicas da escola.
Segundo Rangel (2008, p. 77) “O qualificativo ‘pedagógico’ tem como significante o estudo da prática educativa, o que reforça o estudo como núcleo da orientação supervisora.”
A Supervisão pedagógica, então, supõe a supervisão dos processos pedagógicos na escola, remetendo a uma perspectiva de movimento. Ressaltamos, dessa forma, que todo serviço pedagógico é também educativo.
Para qualificar o entendimento das especificidades da atuação do Supervisor Pedagógico, precisamos fazer a junção dos significados de todos esses termos pois:
- O uso do termo Supervisão pedagógica refere-se à abrangência da função, cujo “olhar sobre” o pedagógico oferece condições de coordenação e orientação.
Segundo Hass (2000) apud Batista (2009) “(...) a ação do supervisor pedagógico pressupõe uma disponibilidade para transitar entre os diferentes cenários e espaços, encontrando projetos diversos (às vezes antagônicos), construindo caminhos de aproximação, negociação, diálogo e troca, entendendo os constituintes do grupo coordenado como pares legítimos e, institucionalmente, os partícipes de um dado projeto político pedagógico.”
Nota importante:
A ação da Supervisão e Orientação Pedagógica pode se configurar como uma prática social:
- Caracterizada pela mediação técnico-pedagógica;
- Traduzindo a consideração pelos sujeitos envolvidos e sua história;
- Com o compromisso com um projeto educativo que esteja sintonizado com o diálogo com e entre os diferentes;
- Que assume o trabalho coletivo como importante estratégia de trabalho;
- Que investe em um processo de planejamento baseado na cooperação e na troca de saberes e experiências.
A Supervisão e Orientação Pedagógica é o lugar, também, do sujeito que se forma ao participar da formação de outros sujeitos.
Essa é a premissa básica do trabalho da supervisão pedagógica:
Trabalhar na formação continuada dos professores e equipe, como atores do processo ensino e aprendizagem.
O objeto da ação supervisora
O objeto específico da supervisão escolar na escola é o processo de ensino-aprendizagem e, desta forma inclui:
currículo;
programas;
planejamento;
métodos de ensino;
avaliação;
recuperação.
Nesses processos observamos os procedimentos da supervisão pedagógica buscando a integração e orientação, através de estudos, com troca de significados.
Vale lembrar:
Especificidades da ação do Supervisor Pedagógico:
a) constitui-se liderança técnico-pedagógica;
b) pauta-se pelo desenvolvimento de ações democráticas;
c) produção e articulação da crítica entre contexto, teoria e prática educativa;
d) construção de caminhos de aproximação, negociação, diálogo e troca entre os professores na escola;
e) assunção da formação como processo contínuo;
f) parceria político-pedagógica com professores e equipe.
Atenção: Nesta etapa de nossos estudos, acreditamos que é importante que você leia cada uma dessas especificidades e busque traduzir os conceitos contidos nelas com as suas palavras. Não se esqueça de registrar em seu caderno de notas, pois essas observações serão úteis na hora da revisão da aula.
Não podemos nos esquecer de que a escola também é um espaço de pesquisa e que devemos aproveitar seus objetos para reconstruí-los à luz dos fundamentos teóricos. Dessa forma, a supervisão pedagógica também incorpora a coordenação de pesquisa que, de algum modo, são suscitados pelos problemas do cotidiano, acabando por envolver estudos sistematizados.
Através da pesquisa o Supervisor Pedagógico pode motivar, mobilizar e aproximar os professores, assim como outros setores da escola, no sentido de buscar análise conjunta, crítica e sistemática dos casos e experiências do cotidiano.
Então, vamos comparar esses conceitos fazendo análise da realidade (pesquisa realizada) e também dos conceitos teóricos. Podemos observar se o conhecimento que as pessoas trazem sobre o que é o fazer da supervisão e orientação pedagógica está próximo dos conceitos teóricos.
Na próxima aula vamos aprofundar mais um pouco nossa visão, observando o contexto histórico da atuação supervisora na educação.
Buscando estabelecer relação teoria e prática, no tocante a atuação do Supervisor e Orientador Pedagógico, faça uma sondagem, pergunte a colegas e parentes sobre o que entendem que são as funções do Supervisor pedagógico na escola. Faça a seguinte pergunta: O que faz um Supervisor pedagógico na escola?
Trabalhe as respostas de forma a identificar as funções que foram mais vezes citadas.
Faça um paralelo com os conteúdos da aula e não esqueça, registre em seu caderno de notas suas conclusões.
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Aula 2: Perspectiva Histórica e Política da Supervisão e Orientação Pedagógica
Vamos buscar com Saviani (2008), vestígios da Supervisão pedagógica desde as comunidades primitivas. Lá a educação coincidia com a vida, os adultos educavam de forma indireta, por meio de uma vigilância discreta, protegendo e orientando as crianças pelos exemplo e, algumas vezes, com palavras, em resumo, supervisionando-as.
No período antigo e medieval, a escola se constituía por uma estrutura simples e limitada na relação dos mestres com os discípulos e, desta forma, não havia ainda a função supervisora. O mestre realizava por inteiro o trabalho de formação de seus discípulos.
Essa constatação não significa que a função supervisora não se fazia presente. Ela acontecia, claramente, na ação do mestre através do controle,conformação, fiscalização e, até mesmo de coerção, expressa nas punições e castigos físicos ( A função supervisora na Grécia era encontrada na figura do pedagogo – escravo que tomava conta das crianças e os conduzia até o mestre – sua função era vigiar, controlar, supervisionar todos os atos das crianças).
A função supervisora também se fazia presente na educação dos trabalhadores (escravos) por intermédio do intendente ou capataz.
A época Moderna, com suas transformações, inclusive com a incorporação da ciência ao processo produtivo, passa a ter necessidade de generalização da escola. A cultura não é mais produzida de modo espontâneo e sim de forma liberada e sistemática.
Com o processo de institucionalização da educação, já começa a se esboçar a ideia de supervisão pedagógica que se evidencia na organização da instrução pública (séculos XVI e XVII).
Construção histórica da profissão do Supervisor pedagógico no Brasil
Os jesuítas chegaram aqui em 1549 e somente após a morte do Padre Manoel de Nóbrega (1570) passam a adotar um plano de estudos chamado Ratio Studiorum.
Nesse plano se percebe a presença da ideia de supervisão, quando se prevê a figura do Prefeito de Estudos, cujas funções são reguladas por trinta regras. Vejamos as mais específicas relacionadas à supervisão:
Regra nº 1 – Estabelece que é dever do Prefeito, organizar os estudos, orientar e dirigir as aulas;
Regra nº 5 – Que o Prefeito se incumba de lembrar aos professores que devem explicar toda a matéria de modo a esgotar toda a programação;
Regra nº 17 – Se refere à função do Prefeito de Estudos em ouvir e observar os professores e, de vez em quando, assistir suas aulas e também ler os apontamentos dos alunos.
A Reforma Pombalina expulsou os jesuítas do Brasil e extinguiu seu sistema de ensino. Dessa forma, diluiu-se o caráter orgânico da função supervisora.
O Alvará de 28 de junho de 1759, que expulsou os jesuítas, previa a criação do cargo de Diretor Geral dos Estudos, assim como a designação de comissários, em cada local, para fazer o levantamento do estado das escolas. Nesse sentido, a ideia de supervisão englobava os aspectos políticos-
-administrativos na figura do Diretor Geral e a direção, fiscalização, coordenação e orientação do ensino aos comissários ou Comissão de Diretores de Estudos sob a orientação do Diretor Geral.
Com a Independência do Brasil, a Lei Geral de 1827 instituiu as escolas de primeiras letras. O artigo 5º da lei determinava o estudo a partir do “Método de Ensino Mútuo”. 
Nesse método o professor absorve a função de docência e também de supervisão, pois instruía e supervisionava os instrutores nas atividades do ensino.
Em 1834, o Ato Adicional faz a descentralização da educação, pois cada província passa a ser responsável por sua própria educação. Naquele momento o ministro do Império reclamava a necessidade da criação do cargo de Inspetor de Estudos.
Em seu relatório fica declarada a situação deplorável das escolas e ele mesmo adverte: “(...) um desses remédios teria sido o estabelecimento de uma supervisão permanente.” (SAVIANI, 2008, p. 23).
A reforma Couto Ferraz estabeleceu como missão do Inspetor supervisionar todas as escolas. Também cabia ao Inspetor Geral presidir os exames dos professores e lhes conferir os diplomas, autorizar a abertura de escolas particulares e também fazer a correção dos livros.
Nesse período coloca-se em pauta a questão da organização de um sistema nacional de educação e, nesse contexto, a ideia de supervisão vai ganhando contornos mais nítidos; passa a existir a necessidade de organização dos serviços educacionais, apontando para dois requisitos:
A organização administrativo-pedagógica do sistema;
 A organização das escolas na forma de grupos escolares.
A reforma Francisco Campos, de 1931, se referia às tarefas de acompanhamento pedagógico, porém, elas foram atribuídas ao Inspetor Escolar.
O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, de 1932, formulou um plano conjunto para reconstrução educacional no país. É nesse contexto de maior valorização dos meios na organização dos serviços educacionais que ganham relevância os técnicos, também chamados de especialistas em educação e, entre eles, o supervisor.
Na década de 60, o Parecer nº 252/1969 reformulou o curso de Pedagogia e buscou especializar o educador, diferenciando suas funções e denominando-as habilitações. Foram previstas quatro habilitações na área técnica. São elas:
- administração;
- inspeção;
- supervisão;
- orientação.
O anseio da pedagogia tecnicista que se instalou na década de 60 era garantir a eficiência e a produtividade do processo educativo (aplicação da taylorização ao trabalho pedagógico). (SAVIANI, 1991, p. 82).
A nova estrutura do curso de Pedagogia abria a perspectiva de profissionalização da Supervisão Pedagógica. 
Existem, segundo Saviani (2008), dois requisitos fundamentais para se caracterizar uma atividade como profissão:
- necessidade social;
- identidade própria.
O desafio que se coloca, hoje, para a Supervisão Pedagógica, vai além do contexto pedagógico, pois se espera que o trabalho educativo contribua para desenvolvimento da consciência necessária à transformação das relações sociais, cuja necessidade alcança a esfera planetária.
Este é o desafio posto à educação e, mais precisamente, ao Supervisor Pedagógico que tem, inclusive, a função de acompanhar e orientar o processo de ensino-aprendizagem sempre considerando sua perspectiva política.
É importante observarmos a movimentação das funções postas à Supervisão Pedagógica:
- Nas sociedades primitivas – os adultos faziam supervisão indireta
- Na Antiguidade – o pedagogo na Grécia
- Na Idade Média – o mestre exercia uma supervisão com punição
No Brasil:
 
- Com os jesuítas – através do Prefeito de Estudos
- No Império – o professor, que propunha o Método de Ensino Mútuo
- Na República Velha – Inspetor de Estudos
- Nas décadas de 1920 à 1950 - Técnicos de educação
- Nas décadas de 1960 à 1980 - Supervisor educacional (uma das habilitações do curso de Pedagogia)
- Na atualidade – Supervisor Pedagógico, Orientador Pedagógico, Coordenador Pedagógico, etc.
Sendo assim, na próxima aula vamos abordar as diferentes concepções e papéis que envolvem a atuação do Supervisor pedagógico.
Vamos retornar ao trabalho realizado na aula passada, onde você, a partir da pesquisa realizada, anotou as funções que foram mais vezes citadas pelas pessoas pesquisadas, relativas às ações do supervisor, e depois fez em seu caderno de notas, um paralelo com o conteúdo da aula.
Agora vamos fazer relação entre as respostas da pesquisa, relativas a atuação do supervisor, e o contexto histórico. Nosso objetivo é situar a percepção das pessoas sobre o alcance da função do Supervisor pedagógico, traçando paralelo com  a teoria.
Neste momento tentaremos responder a pergunta: Será que a percepção das pessoas, quanto a atuação do Supervisor pedagógico, corresponde ao que está declarado na literatura atual? Ou será que ainda podemos encontrar percepções da função, ultrapassadas?
Tire suas conclusões e não esqueça de fazer anotações em seu caderno de notas.
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Aula 3: Diferentes Papéis e Concepções que Envolvem a Prática do Supervisor e Orientador Pedagógico
A história da Supervisão pedagógica no Brasil nos mostra que essa função tem sido desenvolvida em contextos de compromissos e responsabilidades, mas também de equívocos.
A partir da compreensão elaborada do conceito de ciência e desvelando a realidade em suas contradições, avançamos para novos compromissos e responsabilidades com outra amplitude. Partimos para um novo conteúdo, comprometido com a construção de um novo conhecimento.
Segundo Ferreira (2008), a Supervisão pedagógica, independente de formação específica, constitui-se em um trabalho escolar que tem o compromisso de garantir a qualidade do ensino, da educação, da formação humana.Seu compromisso é a garantia da qualidade da formação humana que se processa nas instituições escolares.
Ao observarmos o modelo econômico que se estabeleceu aqui no Brasil, encontramos uma radicalização do processo capitalista associado a uma opção acelerada pela modernização, obrigando o reajustamento do próprio aparelho político e social.
Essa reestruturação apoiou-se nos mecanismos de poder do Estado e, consequentemente, no acentuado controle financeiro e tecnológico exercido pelo capitalismo internacional. O objetivo fundamental do modelo implantado seria a acumulação de capital, a lucratividade através da eficiência técnica e da estabilidade política, assim, se fez necessário a formação de certo tipo de profissionais em quantidade que assegurasse a racionalidade do processo.
O objetivo era qualificar profissionais técnicos para atender às necessidades do mercado e de aumento de produtividade. Nesse caso, a educação se reduziu ao aspecto exclusivamente técnico, desvirtuando-se da verdadeira ação educativa. Dessa forma, passou-se a educar para o fazer, para o obedecer, para a execução de determinados papéis ou para a “mão de obra” especializada.
Esse modelo político, caracterizado como autoritário, primou por disseminar uma ideologia e fazer o controle de sua inculcação por agentes profissionais preparados. De acordo com Kuenzer (2003) apud Ferreira (2007, p. 47):
(...) através da educação, o Estado pode incutir na sua população, interesses, aspirações e valores com a finalidade de facilitar determinadas mudanças consideradas imprescindíveis ao alcance dos objetivos nacionais.”
Então, podemos deduzir que a Supervisão pedagógica, nesse cenário sócio-político-econômico, tem exercido a função de controle.
Se não fizermos uma reflexão profunda, para uma tomada de consciência, a função supervisora acaba se reduzindo a atualização do homem, de acordo com os valores sociais, assumindo o compromisso de reprodução e não de educação.
É preciso atentar-se para o perigo do Supervisor pedagógico construir seu trabalho “adequado” ao circunstancial, ingenuamente inculcando a ideologia dominante e recalcando as aspirações individuais e sociais.
O Supervisor pedagógico é um criador de cultura e de aprendizagens, não apenas intelectual ou técnica, mas também afetiva, ética, social e política, que se questiona  e questiona o circunstancial, definindo e redefinindo prioridades em educação.
Ele necessita ser capaz de desenvolver e criar métodos de análise para detectar a realidade e, então, gerar estratégias para a ação.
De acordo com Rangel (2007, p. 17) a “visão sobre” o processo auxilia a percepção global do contexto e suas relações, “(...) o supervisor pode contribuir para integração de programas, métodos e procedimentos de ensino e aprendizagem, avaliação e recuperação, conteúdos, diálogo, aproximações tanto em um ano ou ciclo escolar, quanto na sua sequência, nos diversos anos ou ciclos.”
O objeto da atenção supervisora é o conhecimento traduzido no currículo, nos programas e nos conceitos construídos e reconstruídos em cada área de estudo e suas metodologias.
 
Essa constatação demonstra a importância que vem sendo conferida, nos meios políticos, econômicos, educacionais e legais à formação do supervisor, bem como sua atuação.
Como prática educativa ou como função, a supervisão constitui-se  um trabalho escolar que tem o compromisso de garantir a qualidade do ensino. Não se esgotando, portanto, no saber fazer bem e no saber o que ensinar, mas no trabalho articulador e orgânico entre a verdadeira qualidade do trabalho pedagógico e novas formas de gestão incorporadas a partir do que a “era da globalização” vem ocasionando.
São compromissos com uma nova compreensão  da qualidade da educação, que se consubstancia no compromisso com a formação de homens mais humanos, através de uma educação comprometida com essa humanização em tempos de globalização, onde  a modernidade vem apresentando como uma de suas características a individualização.
Então, nos perguntamos: Como pode a Supervisão pedagógica assumir esse compromisso?
Saviani (1991, p. 21) nos lembra: “(...) o objeto da educação diz respeito, de um lado, à identificação dos elementos culturais que precisam ser assimilados pelos indivíduos da espécie humana, para que eles se tornem humanos e, de outro lado e concomitante, à descoberta das formas mais adequadas para atingir esse objetivo.”
Segundo Ferreira (2008), o projeto sociocultural da modernidade se assenta em dois pilares fundamentais e complexos: o pilar da regulação e o pilar da emancipação, comportando assim, duas principais formas de conhecimento: o conhecimento regulação e o conhecimento emancipação.
Há que se valorizar o conhecimento emancipação, desequilibrando a favor dele as relações com o conhecimento regulação.
A Supervisão pedagógica como responsável pela qualidade do processo de humanização do homem, através da educação, precisa formar outros compromissos ultrapassando as especificidades do espaço escolar, porém, sem se descuidar dele. Seu compromisso é avançar em um trabalho pedagógico de qualidade, garantindo conteúdos emancipatórios, além de comprometer-se com a administração da educação, pois esta concretiza as direções traçadas pelas políticas educacionais.
Esse compromisso se traduz em acompanhamento e estudo de todas as relações que se estabelecem entre as tomadas de decisões, as determinações sociais e políticas que as gestam e suas possíveis consequências.
Eleva-se assim a Supervisão pedagógica, da condição de executora de políticas e planejamentos, de apenas articuladora de conteúdos e propostas, para a atuação como partícipe da construção da sociedade, sendo esta a condição que garantirá a qualidade do trabalho pedagógico.
O trabalho pedagógico deve ter compromisso explícito com a emancipação humana.  
A Supervisão pedagógica tem sido tratada como uma função e, como tal, de forma depreciativa e reducionista face a sua imensa responsabilidade no sistema educacional. O trabalho do Supervisor pedagógico não pode ser entendido somente como uma função, muito pelo contrário, é um trabalho de gestão da educação, de tomada de decisões com o diretor e demais profissionais da escola.
A Supervisão pedagógica, concebida como orientadora da formação humana, conduz a uma compreensão sobre a formação dos profissionais da educação em uma perspectiva mais ampla, e a estratégia entendida como caminho possível é o diálogo. O diálogo constitui o caminho para efetiva participação que possibilitará construções e decisões coletivas, para que se encontre novos rumos, projetos, políticas, nova gestão do conhecimento e do trabalho no sentido emancipador.
Nesta atividade você vai listar os fazeres do Supervisor pedagógico e separá-los por concepção: CONTROLE, REGULAÇÃO, EMANCIPAÇÃO HUMANA.
Não esqueça de usar seu caderno de notas, pois elas serão muito importantes no momento da revisão.
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Aula 4: Diferentes Saberes do Supervisor Pedagógico e suas Áreas de Atuação
Temos como objetivo estabelecer uma relação, o mais próxima possível, entre os conhecimentos teóricos da disciplina e situações cotidianas na prática do Supervisor pedagógico. Por isso, entendemos que nesse momento seria oportuno continuarmos aquela nossa investigação com os atores que, de alguma forma, têm relação com a escola. Avance a tela e veja a atividade proposta para esta aula.
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Aula 5: As atribuições do Supervisor Pedagógico e sua atuação para a transformação da escola
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