Buscar

Relação de Trabalho e Emprego

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGO
Profa. Josemara Ponte
Email:josemara_saraiva@yahoo.com.br 
1
Empregador
 1) Conceito
			 Na prática,costuma-se chamar o empregador de patrão,empresário,dador do trabalho. O art 2º da CLT considera empregador “ a empresa,individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços”. O §1º do mesmo artigo equipara a empregador, “ para os efeitos da relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados”
 
		
2
	Característica da figura da Empregador 
 
 			São características do empregador (ou, ainda, efeitos jurídicos decorrentes de sua existência) a sua despersonalização e a assunção dos riscos de empreendimento e do próprio trabalho contratado.
 
		
 
Vejamos resumidamente cada uma destas características.
Despersonalização: Quando do estudo da pessoalidade como requisito da relação de emprego,verifica-se que este caráter infungível é essencial em relação à figura do empregador. É exatamente esta a ideia de despersonalização, pela qual o empregado se vincula ao empreendimento, e não à pessoa do empregador, permitindo assim que se afirme que a mudança subjetiva na empresa não afetará os contratos de trabalho vigentes.
	Assunção dos riscos do empreendimento: Se, por um lado, o empregador detém o poder de dirigir a prestação de serviços, determinando, por exemplo, o tempo, o modo e o local de trabalho, por outro lado, face oposta da mesma moeda, caberá ao empregador assumir integralmente os risco do negócio, aí consideramos inclusive os riscos do próprio contrato de trabalho celebrado com seus empregados.
			Ao atribuir exclusivamente ao empregador os riscos do empreendimento (art.2º), a CLT proíbe sejam distribuídos eventuais prejuízos entre os empregados. O raciocínio é simples: o com trato de trabalho não é contrato de resultado, e sim um contrato de prestação (atividade). 
 		
			A parte que cabe ao empregado neste contrato é simplesmente colocar à disposição do empregador sua energia de trabalho e cumprir as ordens patronais quanto ao modo de execução do trabalho. Como visto anteriormente, é característica da relação de emprego a alheabilidade da prestação dos serviços. 
6
 	
	 		Neste diapasão, se o empreendimento resulta em lucros, não será dividido com os empregados este resultado positivo,sendo certo que os obreiros continuarão a receber seus salários normais. Em contrapartida, se o empreendimento resulta em perdas ou prejuízos, também não caberá ao empregado suportar tal resultado negativo.
 			Assim, dificuldades financeiras do empregador não autorizam, por exemplo, o atraso do pagamento dos salários dos empregados, bem como o não recolhimento dos encargos sociais. No mesmo sentido, a regra da assunção dos riscos pelo empregador impede que sejam efetuados descontos nos salários dos empregados, salvo nas hipóteses legais e normativas, nos termos do art.462 da CLT.
EMPRESA
 			 A empresa tem característica eminentemente econômica e seu conceito é encontrado, principalmente na Economia. 
 		As atividades empresariais são voltadas para o interesse da produção, em oposição ao sistema anterior em que as atividades eram mais artesanais e familiares.
 		Numa concepção econômica, a empresa é a combinação de fatores da produção: terra,capital e trabalho. Hodiernamente, a empresa tem, portanto, suas atividades voltadas para o mercado.
 			
 
 			Poderíamos também lembrar que a empresa é um centro de decisões,em que são adotadas as estratégias econômicas.
 			Na concepção jurídica, a empresa é a atividade exercida pelo empresário.
 
 Empresa de trabalho temporário: A empresa de trabalho temporário é a pessoa física ou jurídica urbana,cuja atividade consiste em colocar à disposição de outras empresas, temporariamente, trabalhadores, devidamente qualificados,por elas remunerados e assistidos (art.4º da Lei 6019/74). O § 1º do art.15 da Lei 8036/90 considera empregador o fornecedor de mão de obra para os efeitos do FGTS, que é justamente a empresa de trabalho temporário.
	
ESPÉCIES DE EMPREGADOR
 			Não é permitida a celebração de contrato de trabalho temporário na área rural, porque a empresa de trabalho temporário deve ser urbana.
 			 A solidariedade existente entre a empresa de trabalho temporário e a tomadora dos serviços é parcial, pois se verifica apenas em caso de falência da primeira (art.16 da Lei 6019/74 e para efeito de remuneração e indenização previstas na Lei 6019/74. Em outra hipóteses a responsabilidade seria subsidiária, desde que a empresa tomadora tenha participado do processo.
			
 
 			
	Empregador Rural: é pessoa física ou jurídica, proprietário ou não, que explore atividade agroeconômica, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por meio de prepostos e com auxílio de empregados (art.3º da Lei 5889/73).
 
 Prédio rústico é o prédio ou a propriedade imobiliária situados no campo ou na cidade que se destine à exploração agroeconômica. É um prédio que não tem, por exemplo, água encanada, gás, esgoto, asfalto - daí ser rústico.
 
		
			
 
 			Empregador rural não é apenas a pessoa que esta na área rural. O sítio pode estar no âmbito urbano e o empregador ser rural. Logo, o importante é a atividade exercida pelo empregador, atividade agroeconômica, de agricultura ou pecuária.
 			Equipara-se ao empregador rural a pessoa física que, habitualmente, em caráter profissional, e por conta de terceiros, execute serviços de natureza agrária mediante utilização do trabalho de outrem (art.4º da Lei 5889/73). 
 			
			Difere o empregador rural do urbano, pois o primeiro exerce sua atividade no campo, e o segundo, na cidade. 
 			
			Distingue-se o empregador rural do doméstico, pois este é a pessoa ou família que não tem atividade lucrativa, enquanto o primeiro tem atividade lucrativa.
Empregado Doméstico: é a pessoa ou família que, sem finalidade lucrativa, admite empregado doméstico para lhe prestar serviços de natureza contínua para seu âmbito residencial. Não pode, portanto o empregador doméstico ser pessoa jurídica nem ter atividade lucrativa.
 
Grupo econômico: é instituto trabalhista que prevê a solidariedade das empresas integrantes de um conglomerado empresarial em relação aos créditos trabalhistas dos empregados de qualquer das empresas do grupo.
 			
			 A sustentação legal da figura do grupo econômico é encontrada tanto no art. 2º §2º , da CLT, quanto no art.3º §2º da Lei 5889/73. 
 			Inicialmente, o grupo econômico foi idealizado na legislação trabalhista como forma de proteção do trabalhador ,consubstanciada na ampliação das garantias de satisfação do crédito trabalhista. Isto porque, ao invés de um único” garante” para o crédito, a figura do grupo econômico para fins justrabalhista amplia objetivamente as garantias oferecidas ao trabalhador, ao passo que vincula o patrimônio de todas as empresas do grupo como garantia de satisfação do crédito trabalhista dos empregados de cada uma das empresas integrantes do grupo econômico
 		Este efeito garantidor do crédito trabalhista é denominado solidariedade passiva decorrente do grupo econômico. Exemplo: O empregado mantinha vínculo de emprego com a Empresa B, esta por sua vez formava grupo econômico com a empresa A e com a empresa C. Caso o empregado tenha créditos trabalhistas a receber de seu empregador, ou seja, da empresa B, poderá cobrá-los indistintamente de qualquer uma das empresas do grupo (A, B ou C). No exemplo, podemos verificar ainda que a formação do grupo econômico para fins “jus trabalhistas” não exige que as empresas integrantes do grupo exerçam a mesma atividade econômica.
 			
			Em que pese a existência de respeitáveis argumentos doutrinários negando ao grupo econômico
o efeito da solidariedade ativa, o fato é que a doutrina majoritária e a jurisprudência consolidada pelo TST apontam no sentido da sua admissibilidade.Súmula 129 do TST.
 
SUCESSÃO DE EMPREGADORES
			O instituto consiste, no âmbito do Direito Laboral, na substituição de empregadores, com a conseqüente transferência do passivo (total de débitos) trabalhista ao sucessor.
 			Com efeito, operada a alteração subjetiva do contrato, com a mudança do empregador, dá-se a transferência ao novo empregador de todos os débitos trabalhistas oriundos do empreendimento sob a administração do sucedido (antigo empregador).
			Neste sentido, os arts. 10 e 448 da CLT asseguram que a alteração na estrutura jurídica ou na propriedade da empresa não prejudica em nada os contratos de trabalho dos empregados oriundos da época anterior à alteração subjetiva,nos seguintes termos: 
 Art.10. Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos adquiridos por seus empregados. 
 Art.448. A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados. 
			O fundamento doutrinário da sucessão de empregadores é extraído dos princípios da intangibilidade objetiva do contrato de emprego, da continuidade da relação de emprego e da despersonalização do empregador. Isso porque a relação de emprego tem como requisito a infungibilidade quanto à pessoa do empregado, mas não quanto à pessoa do empregador. 
 		Assim, o empregado se vincula à empresa, ao empreendimento, e não ao titular deste empreendimento, razão pela qual a alteração do titular não acarreta prejuízos aos direitos dos empregados e nem coloca em risco a manutenção dos contratos de trabalho.
 
CONSÓRCIO DE EMPREGADORES
			Nada mais é que a reunião de empregadores para contratação de empregados, a fim de que estes prestem serviços a todos os integrantes do consórcio, na medida das suas necessidades. A figura surgiu no meio rural, como solução para a questão da informalidade, adaptando os interesses dos empregadores rurais à necessidade de proteção do trabalhador que se ativa no campo. A partir do consórcio, diversos empregadores se reúnem para dividir os custos decorrentes da contratação formal de empregados.
 
	
 
			A figura do consórcio de empregadores rurais foi positivada com o acréscimo do art. 25 – A à Lei 8212/91, nos seguintes termos:
 
 Art.25 - A. Equipara-se ao empregador rural pessoa física o consórcio simplificado de produtores rurais,formado pela união de produtores rurais pessoas físicas, que outorgar a um deles poderes para contratar, gerir e demitir trabalhadores para prestação de serviços, exclusivamente, aos seus integrantes, mediante documento registrado em cartório de títulos e documentos.
 §1º O documento de que trata o caput deverá conter a identificação de cada produtor, seu endereço pessoal e o de sua propriedade rural,bem como o respectivo registro no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA ou informações relativas a parceria, arrendamento ou equivalente e a matrícula no Instituto Nacional do Seguro Social- INSS de cada um dos produtores rurais.
 §2º O consórcio deverá ser matriculado no INSS em nome do empregador a quem hajam sido outorgados os poderes, na forma do regulamento.
 §3º Os produtores rurais integrantes do consórcio de que trata o caput serão responsáveis solidários em relação às obrigações previdenciárias.
 
Eis as principais características do consórcio:
 
a) os integrantes do consórcio de empregadores são solidariamente responsáveis pelas as obrigações previdenciárias em relação aos seus empregados; 
 
b) a figura do consórcio cria a solidariedade ativa, isto é, os empregados são empregados de todos os integrantes do consórcio,indistintamente;
 
 
c) a CTPS do empregado deverá ser anotada por uma das pessoas físicas integrantes do consórcio,cujo o nome será acrescido da expressão ‘ e outros”, 
d) o consórcio deve ser obrigatoriamente formalizado por documento registrado no cartório de títulos e documentos, do qual deverá constar expressamente a cláusula de solidariedade.
			Finalmente, há que se observar que, não obstante a ausência de previsão legal expressa, nada impede que se formem consórcios de empregadores urbanos .
RESUMO
 			Empregador é a pessoa(física ou jurídica) ou mesmo o ente despersonificado que contrata pessoa física para lhe prestar serviços, sendo que estes serviços devem ser prestados com pessoalidade, não eventualidade, onerosidade e sob subordinação.
 Características:
- Despersonalização: não há, em regra, pessoalidade em relação ao empregador, do que decorre que o trabalhador se vincula ao empreendimento, e não a pessoa do empregador.
 
- Assunção dos riscos do empreendimento: o empregador assume integralmente os riscos do empreendimento, não podendo transferi-los ao empregado.
 
Grupo econômico:
- Considera-se grupo econômico a reunião de duas ou mais empresas que, embora tenham, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estejam sob a direção, controle ou administração da outra, ou ainda que mantenham entre si relação de coordenação administrativa;
- É indiferente para caracterização do grupo econômico, que as empresas integrantes explorem a mesma atividade econômica;
É indiferente, para caracterização do grupo econômico, que as empresas estejam agrupadas sob os modelos extraídos do direito Comercial. Prevalece, no Direito do Trabalho, a realidade, e o objetivo do instituto, nesta seara, é a proteção do crédito trabalhista.
Do grupo econômico decorre, para jurisprudência do TST, a chamada solidariedade dual. Assim todas as empresas do grupo econômico são solidariamente responsáveis pelo c reditos trabalhistas dos empregados de cada uma delas. Por sua vez, todas as empresas do grupo são empregadores de todos os empregados, razão pela qual podem exigir a prestação de serviços mediante um único contrato de trabalho, salvo ajuste em contrário.
- Apenas empregadores que tenham finalidade econômica podem integrar grupo econômico.
SUCESSÃO DE EMPREGADORES
Ocorre a sucessão de empregadores (ou sucessão trabalhista) sempre que houver alteração no pólo subjetivo da relação de emprego, seja pela alteração da propriedade da empresa, seja pela mudança de sua estrutura jurídica.
A sucessão trabalhista não tem o condão de alterar os contratos de trabalho em vigor, razão pala qual o sucessor assume a responsabilidade pelo débitos trabalhistas do sucedido para com os empregados remanescentes.
 - Para que se configure a sucessão trabalhista, devem estar presentes os seguintes requisitos:
a) alteração na estrutura jurídica ou na propriedade da empresa, a qualquer título;
 b) continuidade da atividade empresarial;
c) continuidade da prestação de serviço.
- A sucessão trabalhista pode ocorrer tanto no meio urbano quanto no rural.Não ocorre, entretanto,em relação ao empregado doméstico.
 
- Desmembramento de municípios não enseja sucessão trabalhista.
 
- Na privatização de sociedade de economia mista ocorre a sucessão de empregadores convalidam-se os efeitos do contrato de trabalho que, considerado nulo por ausência de concurso público, quando celebrado originalmente com ente da administração pública indireta, continua a existir após a sua privatização.
Contatos
Josemara_saraiva@yahoo.com.br
99782120
91159219
38

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais