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DIREITO ADMINISTRATIVO ATUALIZADO

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DIREITO ADMINISTRATIVO - I
UF 1
Fernando Freire
Coordenador da Escola de Direito da Pós-graduação da Faculdade dos Guararapes.
Telefone: (81) 8218 8879
fernandofreire@irh.pe.gov.br/ fernandofreire13@hotmail.com
Nota:
Este resumo, presta-se apenas como material de apoio aos alunos, não se constituindo em obra literária de autoria própria e sim de um conjunto de informações compiladas de vários autores, contendo alguns comentários e observações para efeito, meramente, didático-ilustrativo.
EMENTA DA DISCIPLINA
Introdução; O Estado; Poderes e Funções; Função Administrativa; Federação; Direito Administrativo; Relações com outros ramos jurídicos; Princípios da Administração Pública; Agentes Públicos; Regimes jurídicos dos Servidores; Organização da Administração Pública; Administração Pública Direta e Indireta; Autarquias; Empresas Públicas; Sociedades de Economia Mista; Fundações Públicas; Responsabilidade Civil do Estado; Poderes da Administração Pública. 
PROGRAMA
 
I- Introdução
1. Conceitos – Direito Administrativo
2- Estado, Governo e Administração Pública.
2.1 Origens do Estado 
2.2 Formação e organização do Estado
2.3 Noções Gerais de Direito Administrativo
2.4 Elementos do Estado
2.5 Responsabilidades do Estado 
2.6 Poderes
2.7 Governo x Administração
2.8 Estado x Nação
2.9 Contribuição do Direito Francês
2.10 Expressão Administração Pública
2.11 Administração Pública formal, orgânica e subjetiva e Administração Pública material/objetiva
2.12 2.3 Administração pública introversa e extroversa 
2.13 Administração Pública e Governo
2.14 Poderes e Funções do Estado
2.15 Função Administrativa
2.16 Interesse Público – Primário e Secundário
PROGRAMA
II- Princípios Administrativos
1-Introdução
2- Princípios expressos
2.1 Legalidade
2.2 Impessoalidade
2.2.1 Súmula vinculante 03 do STF
2.3Moralidade
2.4 Publicidade
2.5 Eficiência
3- Princípios implícitos
3.1Razoabilidade e proporcionalidade
3.2 Motivação
3.2.1 Obrigatoriedade de motivação
3.3 Supremacia do interesse público
3.3.1 Teoria da Desconstrução da supremacia do interesse público
3.4 Indisponibilidade do interesse público
PROGRAMA
3.5 Segurança Jurídica
3.6 Autotutela
3.7 Tutela ou controle administrativo
3.8 Hierarquia
3.9 Continuidade dos serviços públicos
3.10 Princípio da responsabilidade civil do Estado.
3.11 Princípio da especialidade
3.12 Princípio da subsidiariedade
III- Poderes Administrativos
1-Introdução
1.1Deveres do administrador
1.2 Abuso de poder
2- Poderes administrativos
2.1Poder hierárquico
2.2 Poder Disciplinar
2.3 Poder normativo
2.4 Poder discricionário
2.5 Poder vinculado
PROGRAMA
2.6 Poder de polícia
2.6.1 Abrangência
2.6.2 Atributos e caráter negativo
2.6.3 Sentido amplo e sentido estrito
2.6.4 Competência para o exercício e a delegação a particulares
2.6.5 Sanções. Polícia administrativa e judiciária
2.7 Poder regulamentar
2.7.1 Decreto autônomo
IV-Organização Administrativa
1-Introdução
2-Formas de prestação da atividade administrativa
3-Estudo dos órgãos públicos
3.1características dos órgãos
3.2 Teorias dos órgãos
3.3 Criação e extinção de órgãos
3.4 Classificação
PROGRAMA
4- Administração descentralizada
4.1 Formas de descentralização
4.2 Criação de entidades da administração indireta
4.3 Criação de subsidiárias
4.4 Administração indireta no Judiciário e no Legislativo
4.5 Administração Direta
4.6 Administração Indireta
4.6.1 Autarquias
4.6.2 Agências reguladoras
4.6.3 Agências executivas
4.6.4 Consórcios públicos
4.6.5 Fundações Públicas de Direito Público e de Direito Privado
4.6.6 Sociedade de economia mista e empresas públicas
V- Responsabilidade Civil do Estado
1 Introdução
Tipos de responsabilidade
O dano e a indenização
Os sujeitos
Evolução
A irresponsabilidade do Estado
Teoria da responsabilidade com culpa
Teoria da culpa administrativa
Teoria da responsabilidade objetiva
A teoria do risco administrativa
Aplicação da responsabilidade objetiva
Pressupostos 
Ônus da prova
Lesado e sua participação
Fatos imprevisíveis
Atos de multidões
Danos de obra pública
Condutas omissivas
Responsabilidade primária e secundária
Responsabilidade por atos legislativos e judiciários
Reparação do dano. Prescrição. Sujeito passivo e denunciação à lide
Direito de regresso e prescrição
PROGRAMA
VI- Bens Públicos
1 Introdução
Domínio Público e domínio iminente
Conceito
Classificação
Quanto à titularidade
Quanto à destinação
Quanto à disponibilidade
Afetação e desafetação
Regime jurídico
Alienabilidade condicionada
Impenhorabilidade
Imprescritibilidade
Não onerabilidade
Aquisição
Contratos
Usucapião
Desapropriação
Acessão
Causa mortis
Arrematação
Adjudicação
Resgate na enfiteuse
Uso Uso comum
Uso especial
Uso compartilhado
Autorização, concessão e permissão de uso
Alienação Considerações. Competência normativa e regulamentadora
Instrumentos comuns: venda, doação, permuta e dação em pagamento
Instrumentos específicos: concessão de domínio, investidura, incorporação, retrocessão e legitimação de posse
 LIVROS E MANUAIS DE D. A.
CONCEITOS - DIREITO ADMINISTRATIVO:
Conforme HLM , o direito administrativo é o “conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado.”
Para Odete Medauar, D. A. é o “conjunto de normas e princípios que regem a atuação  da Administração Pública.”
Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo: “É o conjunto de regras e princípios aplicáveis à estruturação e ao funcionamento das pessoas e órgãos integrantes da administração pública, às relações entre esta e seus agentes, ao exercício da função administrativa, especialmente às relações com os administrados, e à gestão dos bens públicos, tendo em conta a finalidade geral de bem atender ao interesse públicos.”
Para Marçal Justen Filho, o D. A. pode ser definido como: “conjunto de normas jurídicas de direito público que disciplinam as atividades necessárias à realização dos direitos fundamentais e a organização e o funcionamento das estruturas estatais e não estatais encarregadas de seu desempenho.”
CONCEITOS - DIREITO ADMINISTRATIVO:
Conjunto: Não codificado;
Normas jurídicas: Princípios e Regras;
Regras: São normas - imposições - jurídicas que consagram uma solução determinada sobre como as pessoas devem agir. (M J F)
Princípios: Traduzem, de modo genérico, os valores jurídicos e não fornecem direta e imediatamente a disciplina sobre a atuação dos sujeitos. São gerais e norteadores de todo o sistema jurídico. Deônticos e axiológicos – morais e de valores. 
Estado: É uma organização artificial, criação jurídica, que tem como destinação - finalidade - servir ao grupamento social.
ORIGENS DO ESTADO
Primórdios do constitucionalismo. 
Caráter revolucionário. 
Ideia de limitação do poder do governante (Monarca), 
ocorre contra a sua vontade.
Nasce com o iluminismo a convicção de que o Rei não era representante de Deus, mas do Povo.
ORIGENS DO ESTADO
FORMAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
CONSTITUCIONALISMO 
O constitucionalismo é a teoria que busca explicar a formação e organização dos Estados, limitando o poder dos governantes, criando uma estrutura político-social de uma comunidade.
Renascimento;
Jusnaturalismo;
Contrato social;
Secularização do pensamento;
Liberalismo e Capitalismo;
FORMAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
Renascimento:
Fim da idade média e início da idade moderna;
Transformações na cultura, sociedade, política, economia, filosofia e religião;
Ruptura com as estruturas medievais;
Redescoberta das referências culturais da antiguidade clássica, ideal humanitário e naturalista;
FORMAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
Jusnaturalismo: 
A concepção jusnaturalista foi o resultado de transformações econômicas e sociais que impuseram mudanças na estruturação do
poder do Estado, que passou a ser compreendido como uma instituição criada através do consentimento dos indivíduos através do contrato social.
FORMAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
Contrato social:
Teoria que levou o indivíduo a abdicar dos seus direitos naturais em detrimento da criação da ordem social e política (Estado).
Thomas Hobbes , Leviatã (1651)
John Locke, Tratado sobre o governo civil (1690)
Rousseau, O Contrato Social (1762)
FORMAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
Thomas Hobbes (1588-1679) - “Estado de Natureza” garantirá o direito e a liberdade de cada um—inclusive a força—para preservar a sua natureza e satisfazer os seus desejos. A violência é uma possibilidade constante e pode ocorrer da forma mais imprevisível. Para se assegurar a paz e segurança, os homens devem concordar conjuntamente em renunciar ao direito de natureza (uso individual e privado da força) em nome de um soberano. 
É o contrato social. O contrato (pacto) cria o soberano: todos os membros se tornam seus súditos, logo, todos lhe devem obediência. Afinal, o soberano concentra em si toda a força à qual renunciaram todos os homens.
FORMAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
Jonh Locke (1632-1704), Assim como Hobbes, Locke defende que apenas o contrato torna legítimo o poder do Estado, mas não considera o estado de natureza como uma situação de guerra. Porém, cada um é juiz em causa própria, o que pode desestabilizar as relações entre os homens. Uma vez que Locke considera o trabalho como fundamento originário da propriedade, o contrato é a resposta para a sua preservação. É a necessidade de superar as possíveis ameaças contra a propriedade (vida, liberdade e bens) que leva os homens a se unirem e estabelecerem livremente entre si o contrato social, que realiza a passagem do estado de natureza para a sociedade política ou civil.); 
FORMAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
CONSTITUCIONALISMO SOCIAL:
Logo, o que se afere deste conceito é a proximidade do constitucionalismo com a liberdade, pois esta noção, perseguida durante séculos pelos cidadãos do mundo, foi coroada com a Revolução Francesa de 1789, cujas premissas iluministas foram os princípios abstratos de igualdade e liberdade, temos que a Revolução Francesa foi um importante marco político, pois a liberdade foi estabelecida em todos os níveis em igualdade de condições, situação que prejudicou sensivelmente os oprimidos, pois tratou igualmente os desiguais, gerando, sobre tudo, uma desigualdade social.
NOÇÕES GERAIS
ESTADO: Pessoa jurídica soberana formada por 3 elementos: 1- povo; 2- território; 3- governo soberano. 
 
FORMA DO ESTADO: Estado Federado=> descentralização política; 
 
Exemplos: Brasil, EUA, México, Argentina são estados federais.
GOVERNO: 
sentido formal, é o conjunto de Poderes e órgãos constitucionais; 
sentido material, é o complexo de funções estatais básicas; 
sentido operacional, é a condução política dos negócios públicos 
Para Marcelo Alexandrino ele é o conj. de poderes e órgãos constitucionais responsáveis pela função política do Estado (diretrizes/objetivos)
FORMA DE GOVERNO => Republicana
SISTEMA DE GOVERNO => Presidencialista
 
NOÇÕES GERAIS
CARACTERIZAÇÃO DO ESTADO FEDERAL
 
O fato de se exercer harmônica e simultaneamente sobre o mesmo território e sobre as mesmas pessoas a ação pública de dois governos distintos (federal e estadual) é o que justamente caracteriza o Estado Federal.
O Prof. Pinto Ferreira formulou a seguinte definição: "O Estado Federal é uma organização formada sob a base de uma repartição de competências entre o governo nacional e os governos Estaduais, de sorte que a União tenha supremacia sobre os Estados-Membros e estes sejam entidades dotadas de autonomia constitucional perante a mesma União".
NOÇÕES GERAIS
CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS, baseada no modelo Norte-americano.
a) Distribuição do poder do governo em dois planos harmônicos (federal e Estadual). 
O governo federal exerce todos os poderes que expressamente lhe foram reservados na Constituição Federal, poderes esses que dizem respeito às relações internacionais da União ou aos interesses comuns das Unidades Federadas. Os Estados-Membros exercem todos os poderes que não foram expressa ou implicitamente reservados à União, e que não lhes foram vedados na Constituição Federal. Somente nos casos definidos de poderes concorrentes, prevalece o principio da superioridade hierárquica do Governo Federal;
b) Sistema Judiciarista, consistente na maior amplitude e competência do poder judiciário, tendo esse, na sua cúpula, um Supremo Tribunal Federal, que é órgão de equilíbrio federativo e de segurança da Ordem Constitucional;
c) Composição bicameral do Poder Legislativo, realizando-se a representação nacional na câmara dos deputados e a representação dos Estados-Membros do Senado Federal sendo esta última representação rigorosamente igualitária;
d) Constância dos princípios fundamentais da Federação e da Republica, sob as garantias da imutabilidade desses princípios, da rigidez Constitucional e do instituto da Intervenção Federal.
 
NOÇÕES GERAIS
FORMAS DE GOVERNO: República, Monarquia e Anarquia
Uma República - coisa pública - é uma forma de governo onde um representante, normalmente chamado presidente, é escolhido pelo povo para ser o chefe de estado, podendo ou não acumular com o poder executivo. A forma de eleição é normalmente realizada por voto livre secreto, em intervalos regulares, variando conforme o país.
Existem hoje duas formas principais de república:
1)  República presidencialista: Nesta forma de governo o presidente, escolhido pelo voto para um mandato regular, acumula as funções de Chefe de Estado e chefe de governo.  
2) República parlamentarista ou parlamentarismo - Neste caso o presidente apenas responde à chefia de Estado, estando a chefia de governo atribuída a um representante escolhido de forma indireta pelo Legislativo, normalmente chamado "premier", "primeiro-ministro" ou ainda "chanceler" (na Alemanha).
NOÇÕES GERAIS
Uma monarquia é um regime de governo em que o chefe de Estado é o monarca. O poder é transmitido ao longo da linha sucessória. Há os princípios básicos de hereditariedade e vitaliciedade. Pode haver algumas exceções, como no caso do Vaticano e da Polônia nos séculos XVII e XVIII, o chefe de Estado é eleito, mas ambos são considerados monarquias.
Enquanto nas repúblicas a soberania nacional é confiada ao presidente da república, nas monarquias a soberania popular é confiada ao monarca. De acordo com os defensores da monarquia, o monarca é quem melhor desempenha o cargo de chefe de Estado, por ter sido preparado para ele, por não pertencer a nenhum partido político e por não depender de campanhas eleitorais e nem de financiamento eleitoral.
NOÇÕES GERAIS
Numa monarquia parlamentarista, o monarca exerce a chefia de Estado (representa o país com relação aos outros países, atuando no âmbito internacional) os poderes são apenas protocolares e suas funções de moderador político são determinadas pela Constituição, onde tem como função resolver impasses políticos, proteger a Constituição e os súditos de projetos-de-leis que contradizem as leis vigentes ou não fazia parte dos planos de governos defendidos em campanhas eleitorais. A chefia de governo (liderança do Poder Executivo, e maior autoridade política de um país) é exercida por um primeiro-ministro, este é nomeado pelo monarca e é aprovado pelos parlamentares após a apresentação do seu gabinete ministerial e do seu plano de governo, podendo ser derrubado pelo Parlamento por meio de uma moção de censura.
NOÇÕES GERAIS
Anarquismo é uma palavra que deriva da raiz grega αναρχία — an (não, sem) e archê (governador) — e que designa um termo amplo que abrange desde teorias políticas a movimentos sociais que advogam a abolição do Estado enquanto autoridade imposta e detentora do monopólio do uso da força. De um modo geral, anarquistas são contra qualquer tipo de ordem hierárquica que não seja livremente
aceita defendendo tipos de organizações horizontais e libertárias.
Para os anarquistas, Anarquia significa ausência de coerção, e não ausência de ordem. Uma das visões do senso comum sobre o tema é na verdade o que se considera "anomia", ou seja, ausência de leis. O anarquismo não se relaciona com a prática da anomia. Os anarquistas rejeitam esta denominação, e o anarquismo enquanto teoria política nada tem a ver com o caos ou a bagunça.
ELEMENTOS DO ESTADO
Segundo Hely Lopes Meirelles: “ O Estado é constituído de três elementos originários e indissociáveis – Povo, Território e Governo soberano.”
Povo: Componente humano do Estado;
Território: Base fixa;
Governo soberano: Elemento condutor do Estado, que exerce o poder absoluto de autodeterminação (direito de um povo a se auto governar) e auto-organização (organização própria) emanado do povo.
RESPONSABILIDADES DO ESTADO
“Com a sociedade e a vida social, surgem novas necessidades: defesa da pessoa e dos seus bens, resolução de conflitos. Sem o Estado, nem os indivíduos nem os grupos privados poderão prover as demandas coletivas.” LHRN
A missão do Estado: Assegurar a ordem a justiça, a previdência e a assistência social, prover a segurança, saúde e vários outros serviços públicos. 
A finalidade fundamental do Estado: é a realização do bem-comum. 
Finalidade de natureza essencial: o Estado tem de promover os serviços em razão do interesse Público e tem de ser realizados pelo poder público. Outras funções são complementares, onde o Estado poderá fazer ou delegar a terceiros.”
PODERES DO ESTADO
Os poderes de Estado, fruto da tripartição de Montesquieu, são: 
Legislativo, Executivo e Judiciário – Independentes e harmônicos entre si. 
A cada um deles é atribuída uma função precípua. 
Buscando sempre um “equilíbrio” entre os poderes, do que resultou entre os americanos e ingleses no sistema: “checks and balances”, freios e contrapesos, situação em que um poder limita o outro.
GOVERNO x ADMINISTRAÇÃO
“Governo é a resultante da interação dos três poderes de Estado.” HLM 
“Administração é a resultante da interação entre todos os órgãos desses poderes.” HLM
ESTADO x NAÇÃO 
Nação é uma realidade sociológica, significando que é produto de evolução histórica de um determinado grupamento humano.
Estado é uma organização artificial, criação jurídica que tem como objetivo servir a este grupamento social. 
“O estado é um instrumento a serviço do homem.”
Esses poderes, funções, organização e competências estão descritos e limitados na Constituição.
CONTRIBUIÇÃO DO DIREITO FRANCÊS
Dica Histórica! Contribuição do Direito Francês para a autonomia do Direito Administrativo.
Entre as inúmeras colaborações do pensamento francês iluminista, a divisão da “jurisdição comum” da “jurisdição administrativa”, pavimentou as bases para a formação do Direito Administrativo. Pode-se dizer que a posição do Direito Administrativo como ciência, dotada de objeto, método, institutos, princípios e regime jurídico próprios, começou a partir do caso “Blanco” ocorrido em 1873. A inovação se dá quando define a competência da jurisdição administrativa pelo critério do serviço público – responsabilidade por danos decorrentes do serviço público e quando resolvia a questão com base em princípios autônomos, distintos daqueles adotados pelo Código Civil para as relações entre os particulares. 
A EXPRESSÃO ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
O vocábulo “ad” – preposição - mais “ministro” (variação ministr + are) – verbo, que significa: servir, executar e para outros vem ad + manus + trahere, que passa a ideia de direção ou gestão. Oswaldo Aranha Bandeira de Mello, demonstra que a palavra administrar significa: prestar serviço, executá-lo, como também, dirigir, governar, exercer a vontade como objetivo obter um resultado útil.
Neste pensar, para MSZDP, alguns autores dão à palavra administração, no Direito Público, sentido amplo para abranger a legislação e a execução. Outros, nela incluem a função administrativa propriamente dita e a função de governo.
A EXPRESSÃO ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Administração Pública (com iniciais maiúsculas) designa o conjunto de órgãos e agentes estatais no exercício da função administrativa, independentemente se são do Poder Executivo, Legislativo ou Judiciário, difere, portanto, da expressão de Poder Executivo (com iniciais maiúsculas), que representa o conjunto de órgãos estatais estruturados sob o comando do “Chefe do Executivo”. - Presidente, Governador ou Prefeito.
administração pública (minúscula) designa a atividade consistente na defesa concreta do interesse público.
A EXPRESSÃO ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
“Sentido Objetivo material ou funcional, designa a natureza da atividade exercida pelos referidos entes. É a própria função administrativa, que incumbe, predominantemente, ao Poder Executivo.” MSZDP
“Sentido Subjetivo formal ou orgânico: designa os entes que exercem a atividade administrativa; compreende pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos incumbidos de exercer uma das funções em que se triparte a atividade estatal.” MSZDP
Administrar, para alguns autores, compreende, também planejar e executar.
A EXPRESSÃO ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Sentido Objetivo material ou funcional: É o poder, a função ou atividade administrativa estatal, ou seja, a atividade de execução e de fiscalização voltada à satisfação das necessidades essenciais do interesse público, que é o "bem geral". O interesse público* é um conceito central para a política, a democracia e a natureza do próprio governo.
Interesse Público*: Divide-se me Primário e Secundário. No Primário, sintetiza-se nos fins que cabe ao Estado promover: justiça, segurança e bem-estar social. O Secundário, firma-se na pessoa jurídica de direito público, que é o de maximizar a arrecadação e minimizar as despesas.
“Numa síntese estrutural, pode-se afirmar que no seu sentido objetivo ou material equivale às atividades de aplicação do erário (dinheiro público) em benefício da coletividade e fiscalização dos particulares em proveito do bem comum.” Leo Vinícius Pires de Lima.
A EXPRESSÃO ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Sentido Subjetivo formal ou orgânico: É o conjunto de pessoas e órgãos que desempenham a atividade administrativa. Segundo a doutrina a atividade administrativa é constitucionalmente atribuída a uma das pessoas políticas: União, Estados , Distrito Federal e Municípios (respectivamente, artigos 21, 25, 32 § 1º e 30, da CF, além do art. 23, CF, que traz atribuições executivas concorrentes.) 
Assim, por receberem suas atribuições DIRETAMENTE do texto constitucional, as pessoas políticas constituem a Administração Pública Direta.
Não obstante, parte das atribuições conferidas a tais entes pela CF ser delegável, isto é transferível. Neste sentido, ressalvadas as hipóteses de competência exclusiva, as funções administrativas são transferíveis entre os entes (pessoas) e órgãos componentes da estrutura da administrativa.
Esta transmissão de atribuições para um órgão da mesma pessoa jurídica administrativa recebe o nome de desconcentração. 
Descentralização e Desconcentração serão assuntos tratados , didaticamente , em outro tópico.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
SENTIDOS: AMPLO, ESTRITO
Administração Pública: 
É máquina administrativa, funcionamento, execução concreta de políticas públicas, estrutura física, lado prático do Estado.
Sentidos:
Administração Pública em sentidos amplo: abrange os atos decisórios emanados dos órgãos governamentais, aos quais é dado traçar os comandos, bem como os atos administrativos emanados dos órgãos administrativos;
Administração Pública em sentido estrito: abrange apenas os atos administrativos;
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM SENTIDO SUBJETIVO, OBJETIVO
Administração Pública em sentido subjetivo: abrange os sujeitos que realizam atividade administrativa, ou seja, todos os órgãos, entes e agentes públicos administrativos incumbidos da realização de atividades de cunho administrativo;
Administração Pública em sentido objetivo: exercício
típico de atividade ou função administrativa propriamente dita – função administrativa incumbida primordialmente ao Poder Executivo. Segundo MSZP (p. 59)
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EXTROVERSA
A Administração Pública extroversa representa a relação existente entre a Administração e os administrados, ou seja, diz respeito às relações externas efetivadas pelo Poder Público, que sempre serão pautadas pelos princípios da Supremacia do Interesse Público sobre o privado e da Indisponibilidade, pela Administração, dos interesses dos administrados.
ADM. PÚBLICA INTROVERSA
Administração Pública introversa é formada pelas relações existentes entre os Entes Políticos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) e entre esses e os órgãos da Administração Direta ou entre os órgãos entre si. Trata-se de relação interna, que é instrumento para a efetivação da relação externa ou extroversa, pois o Poder Público se organiza internamente para poder efetivar as suas políticas e atuar em face da coletividade.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E GOVERNO
Segundo, MSZDP, para se entender as diferenças entre AP e Governo é importante partir da diferença entre as 03 funções do Estado:
“Função legislativa: estabelece regras gerais e abstratas, denominadas leis;
Função executiva: atos concretos voltados para a realização dos fins do Estado.
Função jurisdicional: solução de conflitos de interesses e aplicação coativa da lei, quando as partes não o fizerem espontaneamente.” 
Assim, sob o aspecto, estritamente, jurídico, Renato Alessi, diz que nas 03 funções ocorrem a emanação de atos de produção jurídica. 
Legislação – ato de produção jurídica primário;
Jurisdição – atos de produção jurídica subsidiários aos atos primários;
Administração – atos de produção jurídica complementares de aplicação concreta do ato de produção jurídica primário e abstrato contido na lei. Atua como parte na defesa dos interesses de terceiros, daí a posição de superioridade da Administração em relação ao particular.
PODERES E FUNÇÕES DO ESTADO
A divisão de poderes, é feita através da atribuição de cada uma das funções governamentais (legislativa, executiva, jurisdicional) a órgãos específicos, que levam as denominações das respectivas funções; assim, temos o Poder Executivo (que aplica de ofício a lei), o Poder Legislativo (que inova originariamente a ordem jurídica – edição de lei), o Poder Judiciário (que soluciona definitivamente conflitos de interesse). É a sistematização jurídica das manifestações do Poder do Estado.
PODERES E FUNÇÕES DO ESTADO
DICA!
Órgão público – Conceito: Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro: “órgão público é uma unidade que congrega atribuições exercidas pelos agentes públicos que o integram com o objetivo de expressar a vontade do Estado.
Órgãos públicos são componentes das pessoas jurídicas administrativas, devem ser imaginados como órgãos do corpo humano: na estrutura anatômica, cada órgão (coração, pulmão, rins, fígado, pele etc.) exerce harmonicamente sua função específica. Porém, um órgão não pode sobreviver fora do corpo. Situação idêntica ocorre como os órgãos públicos, que estão vinculados à estrutura administrativa e não são dotados de personalidade jurídica.
FUNÇÃO ADMINISTRATIVA
Função, segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, “é toda atividade exercida por alguém na defesa do interesse alheio. Nas palavras do autor: “existe função quando alguém está investido no dever de satisfazer dadas finalidades em prol do interesse de outrem”.
Atividades comuns – (Nome próprio, interesse próprio)
Funções – (Nome próprio interesse alheio) 
“A ideia de função é importantíssima para nós na medida em que o Direito Administrativo só estuda atividades funcionais, isso porque o agente público exerce função, pois atua em nome próprio na defesa dos interesses da coletividade (Interesse público)”
FUNÇÃO ADMINISTRATIVA
Definição de função administrativa: é aquela exercida pelos agentes públicos na defesa dos interesses públicos.
Interesse público primário e Interesse público secundário;
Primário é o verdadeiro interesse da coletividade, enquanto interesse público secundário é o interesse patrimonial do Estado como pessoa jurídica. 
Dica! Na defesa dos interesses secundários, a Administração Pública pode utilizar conceitos, institutos e formas próprios do Direto Privado.
INTERESSE PÚBLICO
Em suas decisões, nem sempre o governante atende ao real interesse da comunidade, podendo ocorrer que a Administração esteja imbuída da defesa de interesses unicamente da Administração, mas não necessariamente interesses públicos. CABM traz a diferenciação entre interesse público primário e secundário.
INTERESSE PÚBLICO PRIMÁRIO
Primário: coincide com a realização de políticas públicas voltadas para o bem estar social. Satisfaz o interesse da sociedade, do todo social. O interesse público primário justifica o regime jurídico administrativo e pode ser compreendido como o próprio interesse social, o interesse da coletividade como um todo. Pode-se afirmar também que os interesses primários estão ligados aos objetivos do Estado, que não são interesses ligados a escolhas de mera conveniência de Governo, mas sim determinações que emanam do texto constitucional, notadamente do art. 3º da Constituição Federal.
INTERESSE PÚBLICO PRIMÁRIO
Constituição Federal de 1988, art. 3º: “Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.”
INTERESSE PÚBLICO SECUNDÁRIO
Secundário: decorre do fato de que o Estado também é uma pessoa jurídica que pode ter interesses próprios, particulares. “O Estado pode ter, tanto quanto as demais pessoas, interesses que lhe são particulares, individuais.” Estes interesses existem e devem conviver no contexto dos demais interesses individuais. De regra, o interesse secundário tem cunho patrimonial, tendo como exemplos o pagamento de valor ínfimo em desapropriações, a recusa no pagamento administrativo de valores devidos a servidor público, a título de remuneração entre outros.
PRINCÍPIOS 
Como já vimos antes, os princípios são regras gerais que a doutrina identifica como condensadoras dos valores fundamentais de um sistema. Deônticos e axiológicos.
Por meio de abstração indutiva, os estudiosos extraem da totalidade de normas específicas ideias chave, que animam todo o complexo de regras. 
Neste processo indutivo e construtivo, os princípios informam o sistema normativo.
PRINCÍPIOS 
A definição de CABM: “princípio é, pois, por definição, mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce dele, disposição fundamental que se irradia sobre diferentes normas, compondo-lhes o espírito e servindo de critério para a exata compreensão e inteligência delas, exatamente porque define a lógica e a racionalidade do sistema normativo, conferindo-lhes a tônica que lhe dá sentido harmônico. Violar um princípio é muito mais grave do que violar um norma. A desatenção ao princípio implica ofensa não apenas a um específico mandamento obrigatório, mas a todo o sistema de comandos. É a mais grave forma de ilegalidade ou inconstitucionalidade.”
NORMAS E PRINCÍPIOS
As normas, objetivamente, contém incidência restrita às situações específicas a que se dirigem. São proposições normativas aplicáveis mediante subsunção*, em os fatos previstos ocorrendo. 
A norma só deixa de incidir sobre a hipótese se for inválida, se houver outra mais específica ou se não estiver em vigor.
Os conflitos entre normas são resolvidos com o recurso da: hierarquia, cronologia e especialização.
NORMAS E PRINCÍPIOS
Subsunção*: É a ação ou efeito de subsumir, isto é, incluir (alguma coisa) em algo maior, mais amplo. 
Como definição jurídica, configura-se a subsunção quando o caso concreto se enquadra
à norma legal em abstrato**. É a adequação de uma conduta ou fato concreto à norma jurídica (norma-tipo).
Norma legal em abstrato**: É a norma que não é destinada a um determinado caso concreto, mas sim, define normas de "dever-ser", "dever-fazer", ou "dever-deixar-de-fazer" para o futuro para várias situações possíveis.
FUNÇÃO DOS PRINCÍPIOS
“Já nos Princípios o teor de abstração é elevado, referindo-se a um conjunto de situações relativamente amplo. Trata-se de uma categoria jurídica muito antiga. Atualmente, foram conduzidos ao CENTRO do sistema jurídico e a Constituição Federal passa a ser um sistema aberto de princípios e normas destinado a realizar valores.” Luiz Henrique da Rocha Neto.
Assim os princípios são o canal mais importante na ligação entre o sistema de valores e o sistema jurídico, passando a ser a síntese dos valores abrigados no ordenamento jurídico, espelham a ideologia da sociedade, seus postulados básicos e seus fins.
SUPRAPRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO
A autonomia de um ramo do Direito somente se assegura quando ele é capaz de elaborar princípios próprios, e o Direito Administrativo elaborou os dele e se edifica, principalmente, sobre os princípios da SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O PRIVADO e da INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO pela Administração.
Sobre o princípio da supremacia a doutrina registra que as atividades administrativas são desenvolvidas pelo Estado e este sempre estará voltado a atender o interesse público. Assim o indivíduo nunca deve esperar que a atividade Administrativa seja destinada, exclusivamente, a ele, mas sim para todo o grupo social.
A isto chamamos de Estado de bem-estar (welfare state), criado e destinado para atender o interesse público.
SUPRAPRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO
Já sobre o princípio da INDISPONIBILIDADE a doutrina chama a atenção para o fato de que os bens públicos não pertencem à Administração nem às pessoas que para ela trabalham. 
Com isto, ela não possui a livre disposição dos bens e interesses públicos, pois atua em nome de terceiros. 
Compete pois a Administração Pública, gerir, conservar e velar o patrimônio, serviços e bens em nome da coletividade que é detentora dos direitos e interesses públicos.
SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O PRIVADO
Assevera a doutrina que este é a essência do regime jurídico administrativo. O privilégio do interesse público ante o privado (particular) ressalta a superioridade do interesse coletivo. Ainda na visão de alguns doutrinadores a existência do Estado cairá por terra se o interesse individual ou de pequenos grupos sobrepujar o interesse da coletividade. 
Servem de exemplos sobre a aplicação do princípio a possibilidade de a Administração Pública editar atos administrativos auto-executáveis, realizar desapropriações por interesse público, cláusulas exorbitantes nos contratos administrativos e usar o poder de polícia para estabelecer restrições a atividades individuais.
INDISPONIBILIDADE DOS INTERESSES PÚBLICOS PELA ADMINISTRAÇÃO
Os bens e interesses públicos não pertencem à Administração nem aos que a ela prestam serviços. O titular desses direitos é a coletividade. 
Em outras palavra à Administração Pública não é dada a liberdade de atuar senão em prol da coletividade.
A atividade pública é um munus público, ou seja, uma “função ou encargo público”, um dever de bem servir. O Administrador não pode abrir mão daquilo que não lhe pertence. 
TEORIA DA DESCONTRUÇÃO DO P. DA SUPREMACIA DO INTERESSE P.
Critica-se, aqui, o princípio em tela " em seu clássico entendimento " sob o fundamento de ofensa ao sistema jurídico brasileiro. A referida ofensa se dá por meio de inconstitucionalidade por desrespeito aos Direitos Fundamentais, que são desconsiderados "a priori", quando confrontados com um dito interesse público supremo e inquestionável.
A conclusão (...) dá-se no sentido de que a assunção prática da supremacia do interesse público sobre o privado como cláusula geral de restrição de direitos fundamentais tem possibilitado a emergência de uma política autoritária de realização constitucional, onde os direitos, liberdades e garantias fundamentais devem, sempre e sempre, ceder aos reclames do Estado que, qual Midas, transforma em interesse público tudo aquilo que toca.
TEORIA DA DESCONTRUÇÃO DO P. DA SUPREMACIA DO INTERESSE P.
Ademais, tal uso do princípio em tela falha também por basear-se numa visão que guarda resíduos de Estado Absoluto, ao classificar a relação entre cidadão e Estado como de subordinação tão somente. Não bastasse, ele abstrai da tendência contemporânea a consensualidade nas relações travadas entre a Administração Pública e os administrados.
Ademais, não bastasse o vício de inconstitucionalidade, há incompatibilidade da Supremacia do Interesse Público com o Postulado da Ponderação, que critica qualquer decisão jurisdicional cuja escolha em favor de um, ou de outro interesse, seja particular ou coletivo, realize-se de antemão. 
O referido princípio supremo não pode ser considerado como tal, pois não se adéqua a nenhum dos vários significados atribuídos ao termo "princípio", quais sejam, princípio como axioma (consenso acerca de um único raciocínio jurídico, princípio como postulado (aquele que tem uma condição de possibilidade do conhecimento de determinado objeto) e princípio como norma (norma-princípio).
TEORIA DA DESCONTRUÇÃO DO P. DA SUPREMACIA DO INTERESSE P.
MSZDP lembra que: “Se a lei dá a Administração os poderes de desapropriar, de requisitar, de intervir, de policiar, de punir, é porque tem em vista atender ao interesse geral, que não pode ceder diante do interesse individual. 
Em consequência, se, ao usar de tais poderes, a autoridade administrativa objetiva prejudicar um inimigo político, beneficiar um amigo, conseguir vantagens pessoais para si ou para terceiros, estará fazendo prevalecer o interesse individual sobre o interesse público e, em consequência, estará se desviando da finalidade pública prevista na lei.”
INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO
Segundo CABM, “significa que sendo interesses qualificados como próprios da coletividade – internos ao setor público – não se encontram à livre disposição de quem quer que seja, por impropriáveis. 
Vai mais além, haja vista, dizer que “as pessoas administrativas não têm portanto disponibilidade sobre os interesses públicos confiados à sua guarda e realização.” Esta disponibilidade está, permanentemente, retirada das mãos do Estado (e de outras pessoas políticas, cada qual na sua esfera).
O princípio do interesse público está, expressamente, previsto no art.2º, caput, da Lei nº 9.784/99, e especificado no parágrafo único, com a exigência de “atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei”
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO ADMINISTRATIVO
Chamados também de princípios explícitos ou expressos, pois estão DIRETAMENTE, previstos na CF
O art.37, CF trata dos princípios administrativos: “A administração pública (atividade) direta e indireta de qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.”
DICA! O rol de princípios constitucionais do Direito Administrativo não se esgota no art.37, caput.
Há outros dispositivos constitucionais que encerram princípios explícitos:
I) PARTICIPAÇÃO: art.37,§ 3º, CF. A lei deverá estimular as formas de participação do usuário na administração pública (atividade) direta e indireta, regulando especialmente: a) reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral;
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO ADMINISTRATIVO
b) O acesso dos usuários a registros administrativos e informações sobre atos de governo; c) a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo do cargo, emprego ou função na administração pública.
2) CELERIDADE PROCESSUAL: art. 5º, LXXVIII,
da CF. Assegura a todos, nos âmbitos judicial e administrativo, a razoável duração do processo e os meios que garantam celeridade na sua tramitação;
3) DEVIDO PROCESSO LEGAL FORMAL E MATERIAL: art. 5º, LIV, da CF. Determina que a privação de liberdade ou de bens só poderá ser aplicada após o devido processo. Os dois aspectos clássicos do princípio são válidos: a) devido processo legal formal: exige o cumprimento de um rito predefinido como condição da decisão válida; e b) devido processo legal material ou substantivo: além de respeitar o rito, a decisão final deve ser justa e proporcional. Por isso, segundo Alexandre Mazza, o devido processo material ou substantivo tem o mesmo conteúdo do princípio da proporcionalidade.
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO ADMINISTRATIVO
Ainda sobre o princípio do devido processo legal é importante destacar, que nos processos administrativos busca-se a verdade real dos fatos e não, simplesmente, a verdade formal.
4) CONTRADITÓRIO: art. 5º, LV, CF. As decisões administrativas devem ser proferidas somente após ouvir os interessados e contemplar, na decisão, as considerações arguidas;
5) AMPLA DEFESA: art. 5º, LV, CF. Obriga-se assegurar aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, a utilização dos meios de prova, dos recursos e dos instrumentos necessários para os interessados defenderem seus interesses perante a Administração.
Súmula Vinculante n. 3 STF. “Nos processos perante o TCU asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma ou pensão”.
PRINCÍPIOS DIRETAMENTE PREVISTOS NO ART. 37, CF
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE: Segundo Alexandre Mazza, seu conceito significa: “Inerente ao Estado de Direito, o princípio da legalidade representa a subordinação da Administração Pública à vontade popular. O exercício da função administrativa não pode ser pautado pela vontade da Administração ou dos seus agentes públicos, mas deve obrigatoriamente respeitar a vontade da lei.”
“A Administração Pública só pode praticar as condutas autorizadas em lei.”
O princípio da legalidade encontra fundamento em 03 dispositivos da CF.
1º) Art. 37, caput: “A administração pública (atividade) direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do DF e dos Municípios obedecerá aos princípios da legalidade, (...);
2º) Art. 5º, II: “Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. (Legalidade geral)
PRINCÍPIOS DIRETAMENTE PREVISTOS NO ART. 37, CF
3º) Art. 84, IV: “Compete privativamente ao Presidente da República sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução”. Ou seja sem lei prévia não se admite a prática de ato administrativo.
EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE:
Medida provisória (art. 62, CF);
Estado de defesa (art. 136, CF); “em locais restritos e determinados” - Preservar a ordem pública ou a paz social”. Podemos entender que esse é o conceito / função de estado de defesa. Em um Estado, ainda que seja um estado de direito (aqueles em que os cidadãos podem se expressar e têm amparo legal para isso), podem surgir diversas ameaças. O estado de defesa é um mecanismo de previsão constitucional para corrigir, sem abusos, ameaças ao ordenamento jurídico.
PRINCÍPIOS DIRETAMENTE PREVISTOS NO ART. 37, CF
c) Estado de sítio (arts. 137 a 139, CF); O estado de sítio poderá ser decretado em duas hipóteses previstas no artigo 137. 
I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa;
 
II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira.
PRINCÍPIOS DIRETAMENTE PREVISTOS NO ART. 37, CF
PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE: Este princípio estabelece um dever de imparcialidade na defesa do interesse público, impedindo discriminações e privilégios indevidamente dispensados a particulares no exercício da função administrativa.
A impessoalidade possui um aspecto importante: A atuação dos agentes públicos é imputada ao Estado, significando um agir impessoal da Administração. 
Assim, as realizações não devem ser atribuídas à pessoa física do agente público, mas à pessoa jurídica estatal a que estiver ligado 
PRINCÍPIOS DIRETAMENTE PREVISTOS NO ART. 37, CF
O desdobramento fundamental do princípio da impessoalidade é a vedação da promoção pessoal de agentes ou autoridades. A maior preocupação do legislador foi impedir que a propaganda dos atos, obras e programas do governo pudesse ter um caráter de pessoalidade por meio da associação entre a uma realização pública o agente público responsável por sua execução.
O art. 37,§ 1º, CF: “A publicidade (propaganda) dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos”.
PRINCÍPIOS DIRETAMENTE PREVISTOS NO ART. 37, CF
“A presença de nomes, símbolos ou imagens de agentes ou autoridades nas propagandas governamentais compromete a noção de res publica e a impessoalidade da gestão da coisa pública” Alexandre Mazza. 
Pela mesma razão, segue o autor, ofende a impessoalidade:
Batizar logradouro público com nome de parente para eternizar o famoso sobrenome do político; 
Imprimir logomarcas (pequenas imagens que simbolizam políticos ou partidos, como vassouras, vasos, bonequinhos etc.) em equipamentos públicos ou uniformes escolares.
No julgamento do RE 191668/RS, em 14-04-2008, O STF entendeu que a inclusão de slogam de partido político na publicidade dos atos governamentais também ofende o art. 37, § 1º, CF
PRINCÍPIOS DIRETAMENTE PREVISTOS NO ART. 37, CF
PRINCÍPIO DA MORALIDADE: A moralidade administrativa, segundo ELM, constitui pressuposto de validade de TODO ATO da administração pública.
“O princípio da moralidade administrativa integra o Direito como elemento indissociável na sua aplicação e na sua finalidade, erigindo-se em fator de legalidade.” ELM.
A moralidade administrativa está ligada ao conceito do “bom administrador”. Há que se conhecer, as fronteiras do ilícito e do lícito, do justo e do injusto, nos efeitos do atos administrativos. 
No âmbito da legislação infraconstitucional o Decreto 1.171, de 94 que aprova o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil Federal, reafirmou o princípio da moralidade administrativa, dispondo textualmente que o servidor jamais poderá desprezar o elemento ético de sua conduta,(...), mas principalmente entre o honesto e o desonesto.
PRINCÍPIOS DIRETAMENTE PREVISTOS NO ART. 37, CF
Teorias sobre o “PRINCÍPIO DA MORALIDADE”:
Teoria do mínimo ético (Jeremias Bentham e Georg Jllinek): Defende que as regras jurídicas têm a função PRINCIPAL de reforçar a exigibilidade de um conjunto básico de preceitos éticos. Direito pertencente à moral.
Erro: Supor que TODAS as regras jurídicas são baseadas na moral. Exemplo: (art. 295, CPP).
Teoria dos círculos independentes (Hans Kelsen): Sustenta a DESVINCULAÇÃO absoluta entre Direito e Moral, sendo, portanto, conjuntos diferentes de Regras sociais. Legislador seria obrigado a não compatibilizar as regras com os padrões morais vigentes na sociedade.
Erro: Supor que as regras não baseadas na moral.
Exemplo: (art. 121, CP).
PRINCÍPIOS DIRETAMENTE PREVISTOS NO ART. 37, CF
Teoria dos círculos secantes (Claude Du Pasquier), que diz ser o Direito e a Moral complexos normativos distintos com uma área de INTERCECÇÃO.
Mais condizente com a realidade, a teoria do círculos secantes permite concluir que existem pontos de concordância entre o jurídico e moral, mas não há um a coincidência entre suas exigências.
Discussão: Se existiriam mesmo comportamentos jurídicos indiferentes. Se o ramo é de direito público,
tudo que não está autorizado é proibido. Se é de direito privado, tudo o que não está proibido está autorizado. Não há espaços vazios na disciplina jurídica. A doutrina entende que para não exagerar no rigorismo a teoria dos círculos secantes se apresenta como a mais adequada.
PRINCÍPIOS DIRETAMENTE PREVISTOS NO ART. 37, CF
Isto explica a separação entre moralidade administrativa e moral comum. O princípio jurídico da moralidade administrativa não impõe o dever de atendimento à moral (prática) comum, vigente na sociedade, mas exige respeito a padrões éticos (modo de ser e de agir) de boa-fé, decoro, lealdade, honestidade e probidade incorporados à prática diária ao conceito de boa administração.
A definição de Diogo de Figueiredo Moreira Neto resume o entendimento majoritário: “ Enquanto a moral comum é orientada para uma distinção puramente ética, entre o bem e o mal,, distintamente, a moral administrativa é orientada para uma DISTINÇÃO PRÁTICA entre a boa e má administração.”
Daí o art. 2º, parágrafo único, IV, Lei 9.784/99 definir a moralidade nos processos administrativos com um dever de “atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé”.
PRINCÍPIOS DIRETAMENTE PREVISTOS NO ART. 37, CF
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE: Determina que o administrador público mantenha plena transparência de seus atos. O princípio da publicidade significa que, qualquer cidadão pode se dirigir ao Poder Público e requerer cópias e certidões de atos e contratos. 
Os atos praticados pelos Agentes Públicos devem ser públicos, de forma que qualquer pessoa tenha acesso ao seu conteúdo.
A publicidade dos atos da administração pública tem as seguintes finalidades:
a) conferir eficácia (ou, segundo alguns autores, exequibilidade) para os atos da administração. Assim, o ato somente torna-se obrigatório para seus destinatários quando for publicado;
b) possibilitar o controle do ato pela população (que pode ajuizar uma ação popular ou interpor um requerimento administrativo) ou por outros órgãos públicos (como o Ministério Público, que atua por meio da ação civil pública ou por meio de recomendações aos órgãos públicos).
PRINCÍPIOS DIRETAMENTE PREVISTOS NO ART. 37, CF
Judicialmente, a transparência administrativa pode ser defendida por meio de duas ações previstas na Constituição :
a) o mandado de segurança, para informações de interesse coletivo; e
b) o habeas data, para o acesso e a retificação de informações pessoais constantes em bancos de dados públicos ou de caráter público.
Há situações em que a lei permite, excepcionalmente, a limitação da publicidade:
Quando o segredo for imprescindível à segurança da sociedade ou do Estado. Art. 13, Lei 7.170/83 (Lei de Segurança Nacional);
Para proteção da honra, sigilo e imagem. Art. 46. Lei 9.784/99 (Lei dos Processos Administrativos);
PRINCÍPIOS DIRETAMENTE PREVISTOS NO ART. 37, CF
EFICIÊNCIA: acrescentado ao art. 37, caput, CF, pela Emenda n. 19/98, o princípio da eficiência foi um dos pilares da Reforma Administrativa que procurou implementar o modelo de administração pública gerencial voltada para o controle de resultados na atuação estatal.
Economicidade, redução de desperdícios, qualidade, rapidez, produtividade, vantajosidade, rendimento funcional, avaliação, metas, objetivos, missão, valores estão incorporados à gestão pública eficiente.
A eficiência, porém, não pode obrigar a Administração Pública ao descumprimento da lei. O Estado não pode visar ao lucro e seus princípios e funções não se confundem com a lógica dominante da empresa. Assim, o conteúdo jurídico do princípio da eficiência consiste em obrigar a Administração a buscar melhores resultados por meio da aplicação da lei.
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Princípios infraconstitucionais: Lei nº 9.784/99 Regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal.
Presunção de legitimidade ou de veracidade;
Especialidade;
Controle ou tutela;
Autotutela;
Hierarquia;
Continuidade do serviço público;
Razoabilidade e proporcionalidade;
Motivação;
Segurança jurídica, proteção à confiança e boa-fé;
Responsabilidade;
Boa administração;
Descentralização ou especialidade;
Isonomia;
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE OU DE VERACIDADE :
“Os atos administrativos se beneficiam da legitimação democrática conferida pelo processo legislativo, são protegidos por uma presunção relativa (juris tantum) de que forma praticados em conformidade com o ordenamento jurídico. Neste sentido, até que se prove o contrário os atos administrativos são válidos, cabendo ao particular o ônus de provar eventual ilegalidade na prática do ato em questão”. AM
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
ESPECIALIDADE OU DESCENTRALIZAÇÃO:
Recomenda que, sempre que possível, as funções administrativas devem ser desempenhadas por pessoas jurídicas autônomas, criadas por lei especificamente para este fim. É o caso das autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedade de economia mista. (art. 37, XIX, CF) 
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
CONTROLE OU TUTELA: Elaborado para assegurar que as entidades da administração indireta cumpram o princípio da especialidade. Cabe à administração pública direta fiscalizar os atos das referidas entidades, com o objetivo de garantir o cumprimento de seus objetivos específicos institucionais. 
A regra é a autonomia das entidades, a independência da entidade administrativa que goza de fins próprios garantidos por lei, mas há necessidade de que a administração direta (União, Estado ou Município), que instituiu a entidade, se certifique de que ela está cumprindo os fins para que foi criada. 
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
AUTOTUTELA: representa que a Administração Pública tem o poder-dever de controlar seus próprios atos, revendo-os e anulando-os quando houverem sido praticados com alguma ilegalidade. Dessa forma, a autotutela funda-se no princípio da legalidade administrativa: se a Administração Pública só pode agir dentro da legalidade, é de se considerar que os atos administrativos eivados de ilegalidade devem ser revistos e anulados, sob pena de afronta ao ordenamento jurídico.
Neste sentido, é a lição de José dos Santos Carvalho Filho: “a autotutela envolve dois aspectos quanto à atuação administrativa:
 
1) aspectos de legalidade, em relação aos quais a Administração, de ofício, procede à revisão de atos ilegais; e 
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
2) aspectos de mérito, em que reexamina atos anteriores quanto à conveniência e oportunidade de sua manutenção ou desfazimento”.
Assim sendo, a autotutela abrange o poder de anular, convalidar e, ainda, o poder de revogar atos administrativos. A autotutela está expressa no art. 53 da Lei nº 9.784/99, assim como na Súmula nº 473 do STF. 
Dentro de tal contexto, importa considerar que, mais que um poder, o exercício da autotutela afigura-se como um dever para a Administração Pública; reitere-se, dever de rever e anular seus atos administrativos, quando ilegais. Conquanto tal poder-dever seja de índole constitucional, seu exercício não pode se dar de forma absoluta e irrestrita, porquanto a invalidação de atos administrativos não garante, por si só, a restauração da ordem jurídica.
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
HIERARQUIA: 
Os órgão da Administração Pública devem ser estruturados de forma tal que haja uma relação de coordenação e subordinação entre eles, cada um titular de atribuições definidas na lei.
Como consequência desse princípio, surge a possibilidade de revisão de atos dos subordinados, delegação e avocação de atribuições, aplicação de penalidades; do ponto de vista do subordinado, há o dever de obediência.
Essa relação hierárquica só existe nas atividades Administrativas, não nas legislativas nem judiciais.
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
CONTINUIDADE DO SERVIÇO PÚBLICO E DA OBRIGATORIEDADE DA FUNÇÃO
ADMINISTRATIVA: 
O princípio da continuidade veda a interrupção na prestação dos serviços públicos. Está expressamente previsto no art. 6º, § 1º, Lei nº 8.978/95 (Dispõe sobre o regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos previsto no art. 175 da Constituição Federal, e dá outras providências), e seu fundamento reside no fato de a prestação de serviços públicos ser um dever constitucionalmente estabelecido, localizando-se, portanto acima da vontade da Administração Pública, que não tem o poder de escolher entre realizar ou não a prestação.
Neste sentido, conclui-se que a continuidade do serviço público constitui uma derivação do princípio da obrigatoriedade da função administrativa, que impõe ao Estado o dever inescusável de prover o desempenho de todas as tarefas próprias da Administração.
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE: No dizer de Alexandre Mazza, “ser razoável é uma exigência inerente ao exercício de qualquer função pública. Sob a vigência do Estado de Direito não se pode admitir utilização de prerrogativas públicas sem moderação e racionalidade. A própria noção de competência implica a existência de limites e restrições sobre o modo como as tarefas públicas devem ser desempenhadas.”
Impõe equilíbrio, coerência e bom senso. Não basta atender à finalidade pública pretendida pela lei, importa também saber como o fim público deve ser atendido.
Comportamentos imoderados, abusivos, irracionais, desequilibrados, inadequados, desmedidos, incoerentes ou desarrazoados não são compatíveis como o interesse público.
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
PROPORCIONALIDADE: A doutrina majoritária entende ser a proporcionalidade um aspecto da razoabilidade voltado à aferição da justa medida da reação administrativa diante da situação concreta. Em outras palavras, constitui proibição de exageros no exercício da função administrativa. 
Segundo a definição prevista no art. 2º, parágrafo único, VI da lei 9.784/99, a razoabilidade consiste no dever de “adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público”.
O princípio em tela limita os excessos no campo do DA sancionador, onde são identificadas punições exageradas e desproporcionais.
Há duas formas de violação da proporcionalidade: intensidade e extenção.
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
MOTIVAÇÃO: O ato administrativo apresenta cinco elementos ou requisitos, sendo:
Competência (condição para a validade do ato. Nenhum ato pode ser realizado validamente sem que o agente disponha de poder legal para tal. A competência resulta da lei); 
Forma (é o revestimento exteriorizador, está indicado na lei);
Objeto (o objeto identifica-se com o conteúdo do ato, através do qual a Administração manifesta seu poder e sua vontade, ou atesta situações preexistentes);
Motivo (O motivo implica na exposição das razões de fato e de direito, tornando assim a providência a ser tomada, legal e apropriada para a situação concreta) e
Finalidade (a finalidade é elemento vinculado, pois não se admite ato administrativo sem finalidade pública. Os atos administrativos que não objetivam o interesse público são NULOS)
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Importante o ensinamento da Prof. Maria Sylvia Zanella Di Pietro, ao explanar que o pressuposto de direito, refere-se ao dispositivo legal em que se baseia o ato, e pressuposto de fato como o conjunto de circunstancias, de acontecimentos, de situações que levam a Administração a praticar o ato.
A autora ainda salienta que a motivação, que não deve ser confundida com motivo, significa a exteriorização, a descrição dos motivos que determinaram a pratica daquele ato administrativo, permitindo que se verifique a legalidade do ato, a qualquer tempo.
O doutrinador Celso Antonio Bandeira de Mello considera a motivação como princípio constitucional implícito, com base na cidadania e no controle judicial e fundamenta com o art. 1º, II e 5º, XXXV, da CF/1988. “Como a correlação lógica entre os eventos e situações que deu por existentes e a providência tomada, nos casos em que este último aclaramento seja necessário para aferir-se a consonância da conduta administrativa com a lei que lhe serviu de arrimo.”
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
SEGURANÇA JURÍDICA, PROTEÇÃO À BOA FÉ: 
Com relação à doutrina nacional de Direito Administrativo, pode-se fazer menção a Celso Antonio Bandeira de Mello, ao discorrer que o princípio da boa-fé, da lealdade e o da confiança legítima, aduz que tais princípios têm aplicação em todos os ramos do Direito e são invocáveis perante as condutas estatais em quaisquer de suas esferas: legislativa, administrativa ou jurisdicional.
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE DA ADMINISTRAÇÃO: O princípio em estudo encontra amparo no art. 37, § 6.º, da Constituição Federal, cuja compostura verifica-se que:
"As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadores de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa".
Assim, resulta claro que todo agente público que vier a causar um dano a alguém trará para o Estado o dever jurídico de ressarcir esse dano. 
Não importará se tenha agido com culpa ou dolo. O dever de indenizar se configurará pela mera demonstração do nexo causal existente entre o fato ocorrido e o dano verificado.
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Temos, pois, que em nosso Direito a responsabilidade civil do Estado é objetiva, ou seja, independe da conduta dolosa, negligente, imperita ou imprudente daquele que causa o dano. Qualificar-se-á sempre que o agente estiver, nos termos do precitado dispositivo constitucional, no exercício da função pública, não importando se age em nome de uma pessoa de direito público ou de direito privado prestadora de serviços públicos.
PRINCÍPIO DA BOA ADMINISTRAÇÃO o conceito-síntese de direito fundamental à boa administração pública, que pode ser compreendido como “o direito à administração pública eficiente e eficaz, proporcional cumpridora de seus deveres, com transparência, motivação, imparcialidade e respeito à moralidade, à participação social e à plena responsabilidade por suas condutas omissivas e comissivas.”
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
PRINCÍPIO DA DESCENTRALIZAÇÃO: Ainda que prestados por terceiros o Estado não poderá nunca abdicar do controle sobre os serviços públicos, afinal, quem teve o poder jurídico de transferir atividades deve suportar, de algum modo, as consequências do fato.
Essa execução indireta, quando os serviços públicos são prestados por terceiros sob o controle e a fiscalização do ente titular, é conhecida na doutrina como DESCENTRALIZAÇÃO.
Na descentralização o Estado atua indiretamente, pois o faz através de outras pessoas, seres juridicamente distintos dele, ainda quando sejam criaturas suas e por isso mesmo se constituam,..., em parcelas personalizadas da totalidade do aparelho administrativo estatal.” (CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO,
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
PRINCÍPIO DA ISONOMIA A isonomia, no âmbito do direito público, significa permitir a todos o acesso à atuação da Administração Pública. A isonomia importa à Administração a necessidade de uma conduta voltada a todo mundo, de forma que todos tenham proveito da sua atuação.
O princípio da isonomia informa diversos outros sub-princípios voltados à prestação dos serviços públicos, como o (i) da generalidade – os serviços devem ser prestados a todos, evitando qualquer tratamento que possa representar uma discriminação (ii) modicidade das tarifas – de forma a evitar uma barreira econômica aos usuários (iii) proposta mais vantajosa - ideia da proposta
mais vantajosa à administração, com a abertura das licitações ao maior número de pessoas 
PODERES ADMINISTRATIVOS
INTRODUÇÃO
O Estado é uma ficção jurídica, ou seja, constitui criação humana, de representação coletiva. Contudo, o Estado, por ser uma abstração, não age por si mesmo.
Nesse quadro, surgem os agentes públicos, aos quais a ordem jurídica confere prerrogativas diferenciadas, a serem utilizadas para a consecução dos interesses da sociedade. 
Os Poderes administrativos são inerentes à Administração Pública e possuem caráter instrumental, ou seja, são instrumentos de trabalho essenciais para que a Administração possa desempenhar as suas funções atendendo o interesse público. Os poderes são verdadeiros poderes-deveres, pois a Administração não apenas pode como tem a obrigação de exercê-los. 
PODERES ADMINISTRATIVOS
Esse “conjunto de prerrogativas de direito público que a ordem jurídica confere aos agentes administrativos para o fim de permitir que o Estado alcance seus fins”1 denomina-se Poderes Administrativos. Regra geral, citados Poderes são concedidos por lei e destinam-se a instrumentalizar o Administrador Público para o atingimento do fim último a que se presta o Estado: a satisfação dos interesses públicos.
Há que se fazer diferença, ainda, entre Poderes Administrativos e Políticos. Aqueles, são poderes instrumentais da Administração, instrumentos de trabalho para cumprimento de tarefas de natureza administrativa, como não poderia deixar de ser. Já os Poderes Políticos são estruturais e inerentes à organização do Estado, integrando a organização constitucional, sendo que a inter-relação entre estes é objeto de estudo de ramo próprio do Direito, o Direito Constitucional.
PODERES ADMINISTRATIVOS
CLASSIFICAÇÃO DOS PODERES
Poder Vinculado
Poder Discricionário
Poder Hierárquico
Poder Disciplinar
Poder Regulamentar
Poder de Polícia
PODERES ADMINISTRATIVOS
PODER VINCULADO
É o Poder que tem a Administração Pública de praticar certos atos "sem qualquer margem de liberdade". A lei encarrega-se de prescrever, com detalhes, se, quando e como a Administração deve agir, determinando os elementos e requisitos necessários.
Onde houver vinculação, o agente público é um simples executor da vontade legal. O ato resultante do exercício dessa competência é denominado ato vinculado.
Ex : A prática de ato (portaria) de aposentadoria de servidor público e o lançamento tributário.
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PODER DISCRICIONÁRIO
É aquele pelo qual a Administração Pública de modo explícito ou implícito, pratica atos administrativos com liberdade de escolha de sua conveniência, oportunidade e conteúdo.  
A discricionariedade é a liberdade de escolha dentro de limites permitidos em lei, não se confunde com arbitrariedade que é ação contrária ou excedente da lei.
Obs: Não existe competência ilimitada, toda atribuição de competência implica a definição de limites.
A doutrina discute quais seriam as justificativas de discricionariedade, CABM, as exemplificam como:
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Intenção deliberada do legislador;
Impossibilidade material de regrar todas as situações;
Inviabilidade jurídica da supressão da discricionariedade;
Impossibilidade lógica de supressão da discricionariedade;
Obs: Não existe competência ilimitada, toda atribuição de competência implica a definição de limites.
Importante destacar, ao final, que os autores são unânimes em admitir amplo controle judicial sobre o exercício do poder discricionário, exceto quanto ao mérito do ato administrativo. Mérito administrativo consiste no núcleo da função típica do Poder Executivo, sendo incabível permitir que o Poder Judiciário analise o juízo de conveniência e oportunidade da atuação administrativa sob pena de violação da Tripartição de Poderes.
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PODER HIERÁRQUICO
É aquele pelo qual a Administração distribui e escalona as funções de seus órgãos, ordena e rever a atuação de seus agentes, estabelece a relação de subordinação entre os servidores públicos de seu quadro de pessoal. No seu exercício dão-se ordens, fiscaliza-se, delega-se e avoca-se.   
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PODER DISCIPLINAR
É aquele através do qual a lei permite a Administração Pública aplicar penalidades às infrações funcionais de seus servidores e demais pessoas  ligadas à disciplina dos órgãos e serviços da Administração. A aplicação da punição por parte do superior hierárquico é um poder-dever, se não o fizer incorrerá em crime contra Administração Pública (Código Penal, art. 320). 
Ex : Aplicação de pena de suspensão ao  servidor público.
Poder disciplinar não se confunde com Poder Hierárquico. No Poder hierárquico a administração pública distribui e escalona as funções de seus órgãos e de seus servidores. No Poder disciplinar ela responsabiliza os seus servidores pelas faltas cometidas.
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PODER REGULAMENTAR
É aquele inerente aos Chefes dos Poderes Executivos (Presidente, Governadores e Prefeitos) para expedir DECRETOS e regulamentos para complementar, explicitar(detalhar) a lei visando sua fiel execução. A CF/88 dispõe que :
“ Art. 84 - Compete privativamente ao Presidente da República:
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução”; 
O direito brasileiro não admite os chamados "decretos autônomos", ou seja aqueles que trazem matéria reservada à lei. 
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DECRETOS 
 
São atos do chefe do Poder Executivo do ente federativo (Presidente da República, Governador ou Prefeito), podendo ser atos gerais ou individuais. Será um decreto geral quando se dirigir indistintamente a todas as pessoas que se encontrem em determinada situação, de forma abstrata (nesse caso, um decreto normativo) ou será um decreto individual quando se dirigir a pessoas determinadas, gerando para essas um efeito concreto. 
DECRETO GERAL Ato normativo. Exemplo: decreto regulamentar; 
DECRETO INDIVIDUAL Ato não normativo. Exemplo: decreto de nomeação. 
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Importante destacar que, doutrinariamente, admite-se dois tipos de regulamento: o EXECUTIVO e o INDEPENDENTE OU AUTÔNOMO. O primeiro, segundo MSZDP, complementa a lei ou, nos termos do art. 84, IV, CF, contém normas “para fiel execução da lei”; ele não pode estabelecer normas contra legem ou ultra legem. 
O regulamento executivo não pode inovar na ordem jurídica, criando direitos, obrigações, proibições, mediadas punitivas, até porque ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei, conforme art. 5º, II, CF. Ele tem que se limitar a estabelecer normas sobre a forma como a lei vai ser cumprida pela Administração.
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Já o regulamento autônomo ou independente inova na ordem jurídica, porque estabelece normas sobre matérias não disciplinadas em lei; ele não completa nem desenvolve nenhuma lei prévia.
No direito brasileiro a CF limitou o poder regulamentar, não deixando espaço para regulamentos autônomos, a não ser a partir da Emenda Constitucional 32/2001. Na CF de 1967 0 art. 81, V, outorgava competência ao Presidente da República para “dispor sobre a estruturação, atribuições e funcionamento dos órgãos da administração federal”. Com a EC 32/01 o art. 84, IV, CF, 1988, passa ter a seguinte redação: Compete privativamente ao Presidente da República “dispor, mediante decreto, sobre: a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgão públicos; b) extinção ou funções de cargos públicos, quando vagos”
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Entende-se que esse tipo excepcional de decreto, por tratar diretamente de assunto não regido por lei, é um decreto autônomo, sendo que a alínea (a) demonstra um ato geral (organização da Administração), sendo assim um decreto autônomo com caráter abstrato, regulamentar, chamado de regulamento autônomo, enquanto a alínea (b) prevê um ato individual,
de efeitos concretos (extinção daquele cargo), podendo, portanto, ser chamado de decreto autônomo.
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Além do decreto regulamentar, o poder normativo da Administração ainda se expressa por meio de resoluções, portarias, deliberações, instruções, editadas ainda que não sejam pelo chefe do poder executivo. 
Note-se que o art. 87, paragrafo único, inciso II, outorga aos Ministros de Estado competência para “expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos”. Há ainda os regimentos, pelos quais os órgãos colegiados estabelecem normas sobre seu funcionamento interno. Todos estes atos estabelecem normas que têm alcance limitado ao âmbito de atuação do órgão expedidor. Não têm a mesma natureza que os regulamentos baixados pelo Chefe do Executivo.
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Importante destacar que, em todas as hipóteses o ato normativo não pode contrariar a lei, nem criar direitos, nem impor obrigações, proibições , penalidades que nela não estejam previstos, sob pena de ofensa ao princípio da legalidade. 
O Congresso Nacional dispõe de poder de controle sobre os atos normativos do Poder Executivo, podendo sustar os que exorbitem do poder regulamentar, art. 49, V, CF e que o controle de constitucionalidade exercido pelo STF, com base no art. 102, I, a, CF, abrange não só a lei como também qualquer ato normativo baixado por órgãos administrativos.
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PODER DE POLÍCIA
“Considera-se poder de polícia a atividade da administração pública que, limitando o disciplinando direito, interesse  ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público...” (Código Tributário Nacional, art. 78, primeira parte)”.
Em resumo : através do qual a Administração Pública tem a faculdade de condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais, em benefício do interesse público. 
Extensão  do Poder de Polícia - A extensão é bastante ampla, porque o interesse público é amplo. Segundo o CTN “Interesse público é aquele concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, `a tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais” (Código Tributário Nacional, art. 78 segunda parte). 
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LIMITES  DO PODER DE POLÍCIA
Necessidade – a medida de polícia só deve ser adotada para evitar ameaças reais   ou prováveis de perturbações ao interesse público;
Proporcionalidade/razoabilidade  – é a relação entre a limitação ao direito individual e o prejuízo a  ser evitado.
Eficácia – a medida deve ser adequada para impedir o dano a interesse público. Para ser eficaz a Administração não precisa recorrer ao Poder Judiciário para executar as sua decisões, é o que se  chama de auto-executoriedade.
TESTE
Princípio de legalidade consiste em que: 
a) é possível fazer tudo aquilo que a lei não proíbe. 
b) é necessário indicar nos atos administrativos a sua fundamentação. 
c) só é permitido fazer o que a lei autoriza ou permite. 
d) a disciplina depende de lei. 
e) presume-se legítimo todo ato administrativo, enquanto não for revogado ou declarado nulo. 
Na administração particular é lícito fazer tudo que a lei não proíbe, Na Administração Pública só é permitido fazer o que a lei autoriza, regra esta que compõe o princípio básico da: 
a) legalidade. 
b) moralidade. 
c) finalidade. 
d) impessoalidade. 
e) publicidade. 
TESTE
A proibição de excesso que, em última análise, objetiva aferir a compatibilidade entre os meios e os fins, de modo a evitar restrições desnecessárias ou abusivas por parte da Administração Pública, com lesões aos direitos fundamentais, refere-se ao princípio da: 
a) razoabilidade. 
b) legalidade. 
c) moralidade. 
d) eficiência. 
e) finalidade. 
São princípios da Administração Pública, expressamente previstos na Constituição Federal, dentre outros: 
a) publicidade e a pessoalidade. 
b) improbidade e o sigilo. 
c) eficiência e a pessoalidade. 
d) legalidade e a improbidade. 
e) impessoalidade e a eficiência.
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
Vocês sabem qual o nome oficial do País em que vivemos?
Brasil?
Estados Unidos do Brasil?
República Federativa do Brasil?
República do Brasil?
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
Nosso País é uma FEDERAÇÃO. A organização política a forma adotada é federativa. Sua principal característica ao contrário do Estado unitário é a descentralização política, ou seja além do poder central outros círculos de poder são transferidos aos ENTES FEDERADOS/ ENTIDADES POLÍTICAS/ PESSOAS POLÍTICAS.
Assim temos:
O poder político central – UNIÃO;
O poder político regional – ESTADOS;
O poder político local – MUNICÍPIOS;
DF – poder regional e local, por força da CF.
Cada ENTE FEDERADO possui autonomia (política, finaceira e administrativa)
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
Administrações públicas autônomas: União; Pernambuco, Recife/PE.
Integram as demais organizações políticas de cada ENTE FEDERADO os demais poderes, que representam uma divisão estrutural interna das funções estatais, cujos objetivos são:
A especialização dos exercícios dessas funções;
Impedir a concentração de todo o poder estatal nas mão de uma única pessoa ou órgão.
Tripartição dos poderes. Judiciário, Legislativo e Executivo. 
Separação rígida/ separação flexível onde cada poder possui sua FUNÇÃO precípua ou típica, mas também exerce as função assessórias ou atípicas. 
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
Para que a União Federal exerça sua função administrativa, faz-se necessária a presença de órgãos, pessoas jurídicas e dos agentes públicos.
Adotando duas formas básicas de organização e atuação:
A centralização e descentralização.
Executivo 
Legislativo DESPERSONALIZADOS 
Judiciário
Poder Executivo e seus órgãos 
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
Organização Administrativa
 
Para estudarmos o tema Organização Administrativa, é necessário, em um primeiro momento, diferenciar órgão de entidade. 
a) Órgão: é um núcleo de ação sem personalidade jurídica. 
b) Entidade: é um conjunto de competências com personalidade jurídica própria.
 
A Organização Administrativa estuda a estrutura da organização, ou seja, o conjunto de órgãos e entidades. O Decreto 200/ 67 é o decreto que disciplina tal assunto.
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
Há 4 espécies de órgãos públicos: 
1. Órgãos Independentes (ou primários): São órgãos originários da Constituição e representam a cúpula dos Poderes Estatais, portanto, não se sujeitam a qualquer subordinação hierárquica ou funcional (Casas Legislativas, Chefias do Executivo, etc.)
2. Órgãos Autônomos: Trata-se de órgão que goza de ampla autonomia, dotado de competência de planejamento, supervisão e controle. (Ministérios, Secretarias, Advocacia Geral da União, etc.). 
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
3. Órgãos Superiores: possuem competência diretiva e decisões, embora estejam subordinados a uma chefia, portanto, não possuem autonomia (Gabinetes, Procuradorias Administrativas, etc.)
4. Órgãos Subalternos: São órgãos comuns dotados de atribuições executórias. Assim tais órgãos cumprem a vontade de órgãos superiores (repartições públicas comuns)
DESCONCENTRAÇÃO 
X 
DESCENTRALIZAÇÃO
DESCONCENTRAÇÃO: é a divisão das atribuições por meio de vários órgãos de uma mesma PJ. Tudo na mesma PJ e vários órgãos.
CONCENTRAÇÃO: mesma PJ e um único órgão. A competência administrativa é realizada por meio do órgão, sem divisão de internas.
DESCENTRALIZAÇÃO: as atribuições administrativas são exercidas por PJ distintas, autônomas. Administração descentralizada (indireta – E S A F)
TEORIAS QUE EXPLICAM A RELAÇÃO ENTRE AGENTE, ESTADO E ÓRGÃO.
 
A questão a ser respondida neste tópico é a seguinte: como o agente público se relaciona com o órgão e com o Estado? Para tentar explicar esta relação, 4 teorias surgiram:
 
1. Teoria de Identidade

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