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Atividade física na prevenção do câncer 1

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ATIVIDADE FÍSICA EM PACIENTES QUE TRATADOS DO CÂNCER- UMA ABORDAGEM TEÓRICA
Fabiano Bolla1; João Junyor1; Luana Faustino1; Risia Rafaella1; Rodrigo Pereira1; Yslanne Fernandes1; Celina M.P.G. Dore2
1Graduando em educação Física; FMN- Natal
2Professora Orientadora
Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que tem em comum o crescimento desordenado de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se para outras regiões do corpo. Dividindo-se rapidamente, essas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores (acúmulo de células cancerosas) ou as neoplasias malignas. Por outro lado, um tumor benigno significa simplesmente uma massa localizada de células que se multiplicam vagarosamente e se assemelham ao seu tecido original, raramente constituindo um risco de morte. Entender a fisiopatologia do câncer e a forma com que a atividade física pode contribuir para o bem- estar físico e psicológico dos pacientes tratados de diferentes tipos de câncer, é de fundamental importância ao profissional de educação física, visto que esta é a segunda doença com maior número de casos no mundo. O portador de câncer compete por nutrientes com o tumor, e isso compromete o metabolismo do hospedeiro resultando em diversas manifestações clínicas, e uma das principais manifestações é a perda da massa muscular e consequentemente diminuição na flexibilidade, na capacidade de gerar força, na eficiência nas atividades diárias, e outras. Desta forma, a prescrição adequada de exercícios físicos para esse grupo de pessoas pode ser uma alternativa de tratamento não farmacológico com ações comprovadas sobre a melhora da auto- estima e qualidade de vida.
Câncer hereditário?
Todas as pessoas têm duas cópias de cada gene, uma de cada pai. A maioria das pessoas nasce com duas cópias normais de cada gene. Os cânceres hereditários ocorrem quando uma pessoa nasce com alterações ou mutações em uma cópia de um gene de controle de danos que normalmente protege contra o câncer, geralmente essas alterações são herdadas da mãe ou pai.
Pessoas com uma alteração genética herdada têm 50% de chance de passar a mutação para cada um dos seus filhos. Essas alterações podem aumentar o risco de câncer, mas não aumentam o risco para cada tipo de câncer, e nem todas as pessoas que nascem com uma alteração num gene desenvolverão a doença. A comunidade científica utiliza o termo susceptibilidade genética para descrever o risco aumentado para câncer em pessoas com uma mutação hereditária.
A principal síndrome hereditária do para câncer de mama e ovário .
Os fatores de risco ambientais
	 
O meio ambiente é responsável por 80% dos casos de câncer. Fumo, má alimentação, excesso de álcool e radiação solar estão entre os principais causadores da doença.
Cerca de 80% dos casos de câncer está relacionada ao meio ambiente, onde encontramos um grande número de fatores de risco. Entende-se por ambiente o meio em geral (água, terra e ar), o ambiente ocupacional (indústrias químicas e outros locais de trabalho), o ambiente de consumo (alimentos, medicamentos) e o ambiente social e cultural (estilo e hábitos de vida). Eles podem determinar diferentes tipos de câncer. Abaixo destacamos alguns dos principais fatores:
Tabagismo
Muitos estudos desenvolvidos até o momento evidenciam que o consumo de derivados do tabaco causa quase 50 doenças diferentes, principalmente câncer
Alcoolismo
O consumo de bebidas alcoólicas é tão aceito socialmente que muitas pessoas não imaginam que elas são drogas potentes. A relação entre álcool e câncer tem sido avaliada, no Brasil, por meio de estudos de caso-controle. Eles estabeleceram a associação epidemiológica entre o consumo de álcool e cânceres da cavidade bucal e de esôfago.
O uso contínuo do álcool causa muitas doenças neurais, mentais, musculares, hepáticas, gástricas, pancreáticas e o próprio câncer.
Hábitos alimentares
Muitos componentes da alimentação têm sido associados com o processo de desenvolvimento do câncer, principalmente câncer de mama, cólon (intestino grosso), reto, próstata, esôfago e estômago.
Há alguns tipos de alimentos que, se consumidos regularmente durante longos períodos, parecem fornecer o tipo de ambiente que uma célula cancerosa necessita para crescer, multiplicar e se disseminar. Esses alimentos devem ser evitados ou ingeridos com moderação.
Nesse grupo estão incluídos os alimentos ricos em gorduras como carnes vermelhas, frituras, molhos com maionese, leite integral e derivados, bacon, presuntos, salsichas, linguiças e mortadelas.
Existem também os alimentos que contêm níveis significativos de agentes cancerígenos, como os nitritos e nitratos. Eles são usados para conservar alguns tipos de alimentos (picles, salsichas, embutidos e alguns tipos de enlatados) que se transformam em nitrosaminas no estômago.
Medicamentos
•	O uso de estrogênios conjugados para o tratamento dos sintomas da menopausa correlaciona-se com uma maior ocorrência do câncer de endométrio. Há alguns estudos que relacionaram o câncer de mama com o uso prolongado de contraceptivos antes da primeira gravidez.
Radiação Solar
No Brasil, o câncer mais frequente é o de pele e corresponde a cerca de 25% de todos os tumores diagnosticados. A radiação ultravioleta (UV) natural, proveniente do sol, é o agente de maior responsabilidade.
As pessoas que se expõem ao sol de forma prolongada e frequente, por atividades profissionais e de lazer, constituem o grupo de maior risco de contrair câncer de pele, principalmente aquelas de pele clara. Para a prevenção, não só do câncer de pele como também das outras lesões provocadas pelos raios UV, é necessário evitar a exposição ao sol sem proteção
Atividade física na prevenção do câncer
Estudos mostram que o estilo de vida está totalmente relacionado com o desenvolvimento de alguns tipos de câncer, onde essa pratica regular previne ou até evita uma série de câncer ou tumores, como: mama, cólon ou intestino, próstata, pulmão e endométrio.
A falta de atividade física provoca o sedentarismo e esse sedentarismo pode desencadear algum tipo de câncer. No câncer de mama, mais frequente nas mulheres, a atividade física possui relação com o tecido adiposo, o acumulo de gordura na célula causa um processo inflamatório, esse processo leva o desenvolvimento de células cancerígenas. Já no câncer de intestino, atividade física estimula o deslocamento do bolo alimentar proporcionando uma movimentação mais rápida, assim, não permanecendo tanto tempo na parede intestinal.
Recomendação
Existem dois tipos de atividades, a moderada e a vigorosa. Na atividade física moderada é recomendado que o total de tempo praticado por semana seja igual ou superior a 150 minutos, podemos citar como exemplo uma caminhada de 30 minutos por pelo menos cinco vezes na semana e na atividade física vigorosa que é um pouco mais intensa, recomenda-se uma pedalada, corrida ou a prática de natação por 25 minutos pelo menos três vezes na semana. 
Benefícios
Sabemos que a atividade física tem vários pontos benéficos para a nossa saúde. Ele faz bem para o controle da obesidade e do sedentarismo, aumento da aptidão cardiorrespiratória, que é a capacidade que o organismo tem de capturar, transportar e utilizar o oxigênio pelas células durante o exercício, redução de estresse, alivio de desconfortos, socialização e um dos benefícios mais consideráveis é a redução de chances de câncer.
Tratamento
O tratamento do câncer pode ser feito através de cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou transplante de medula óssea. Em muitos casos, é necessário combinar mais de uma modalidade.
Radioterapia é um tratamento no qual se utilizam radiações para destruir um tumor ou impedir que suas células aumentem. Estas radiações não são vistas, e durante a aplicação o paciente não sente nada. A radioterapia pode ser usada em combinação com a quimioterapia ou outros recursos no tratamento
dos tumores.
Quimioterapia e um tratamento que utiliza medicamentos para combater o câncer. Eles são aplicados, em sua maioria, na veia, podendo também ser dados por via oral, intramuscular, subcutânea, tópica e intratecal. Os medicamentos se misturam com o sangue e são levados a todas as partes do corpo, destruindo as células doentes que estão formando o tumor e impedindo, também, que elas se espalhem pelo corpo. 
Transplante de medula óssea e um tratamento para algumas doenças malignas que afetam as células do sangue. Ele consiste na substituição de uma medula óssea doente, ou deficitária, por células normais de medula óssea, com o objetivo de reconstituição de uma nova medula.
Recomendações de exercícios físicos no tratamento de pacientes com câncer 
Devemos sempre lembrarmos que cada paciente tem sua particularidade. Devemos levar em consideração seu atual condicionamento físico, estágio em que se encontra a doença, e os efeitos colaterais que seu organismo apresenta devido principalmente aos tratamentos de quimioterapia e radioterapia.
Modalidade 
Exercícios de força que envolvem grandes grupos musculares, flexibilidade e exercícios aeróbios. Caminhar e pedalar são especialmente recomendados.
Frequência 
O ideal seria de 3 a 5 vezes por semana. Nada impede que o paciente pratique exercícios diariamente, sendo muito bom para aqueles que estão descondicionados, realizando atividades leves e de curta duração.
Intensidade 
De moderada à alta. Lembrando sempre de avaliar a condição física do paciente e da gravidade dos efeitos colaterais do tratamento. Nos exercícios aeróbios, devemos incluir exercícios onde o paciente utilize 50% à 70% do Vo2 máximo ou 60% à 80% da frequência cardíaca máxima. Nos treinamentos de força, deve-se utilizar de 6 a 12 repetições com 60% á 70% da carga máxima. O número de séries varia de acordo com o crescimento de sua condição física.
Duração 
O ideal seria 30 minutos contínuos. Dependendo da condição física do paciente, pode-se alcançar o objetivo do treinamento com sessões intermitentes mais curtas ( 5 a 10 minutos por exemplo) com intervalo para repouso.
Progressão 
Inicialmente deve ser feita na frequência e na duração. Quando as metas tiverem sido alcançadas nessas duas valências, poderá ser aumentada a intensidade. Mais uma vez colocamos que a progressão deve ser feita de uma forma individual, de acordo com o condicionamento físico e os efeitos colaterais que o paciente apresenta.
 É um fator primordial que o paciente esteja acompanhado de um bom educador físico e que tenha experiência em pacientes com câncer.
Benefícios
Os benefícios do exercício físico sobre o câncer, percebe-se que a recomendação de exercícios aeróbios se sobrepõe às recomendações de exercícios de força. Porém, estudos têm demonstrado a grande importância destes últimos quando aplicados tanto durante quanto após o tratamento do câncer, devido às observações dos efeitos da doença no paciente e a melhora que o exercício resistido pode causar neles. Assim, é possível afirmar que é de extrema importância que se combine os dois tipos de exercícios, visando amplificação e maior duração dos benefícios.
 O câncer é uma doença degenerativa, e tanto a doença em si como o seu tratamento (como quimioterapia, radioterapia e cirurgias) acarretam vários prejuízos ao sistema biológico do seu portador, dentre elas podemos citar a presença de fadiga, cansaço, dores, menor qualidade de vida em presença de medo e baixa auto-estima, debilidade física, diminuição da capacidade aeróbia, diminuição da força e da flexibilidade e perda de massa muscular, principalmente pelo aumento do catabolismo proteico causado pelo câncer, em que o corpo dos indivíduos utilizam aminoácidos para a gliconeogênese hepática por alterações dos mecanismos de regulação de quebra das proteínas. Assim, diversos estudiosos propõem que a prática de exercícios pode amenizar ou mesmo reverter esses efeitos.
 Dentre os benefícios do treinamento de força aos pacientes com câncer, temos que: ele evita a perda de massa muscular bem como a perda de força, proporcionando estímulos ao músculo e conseqüentes adaptações evitando seu atrofiamento; melhora na capacidade funcional e no equilíbrio do paciente, fatores comprometidos pela doença, bem como sua flexibilidade e coordenação motora; aumento ou preservação da capacidade aeróbia pelas adaptações cardiorrespiratórias proporcionadas pelo exercício, melhorando o consumo de oxigênio e a circulação sanguínea; diminuição da fadiga e aumento da resistência ela; melhora na composição corporal pelo aumento de massa magra e diminuição de massa gorda dependendo do tipo de tratamento a que o paciente está submetido; melhora na qualidade de vida, em que a melhora da capacidade física proporciona a sensação de controle, independência, autoestima, autoconfiança, redução da ansiedade e do medo (podendo ser causados por questões hormonais influenciadas pelo exercício), melhora do humor, melhor interação social, redução das dores e náuseas e maior vitalidade.
 O exercício também pode proporcionar a inibição da tumorigênese (Baracos, 1989), resistência à implantação do tumor, diminuição da taxa de crescimento tumoral, redução do aparecimento de metástases (Lee, 1995) e aumento da síntese protéica muscular (Al-Majid; McCarthy, 2001b), que reduzem os riscos de retorno da doença, além de melhora do sistema imunológico, tendo efeito tanto na imunidade natural como na adquirida,
 É importante que se saiba que estes benefícios podem variar, dependendo do tipo de câncer do paciente, do estágio da doença, do tipo de tratamento e também da intensidade, freqüência e duração do programa de exercícios. Assim, é necessária a análise cuidadosa e profissional do melhor tipo de treinamento a ser aplicado e a sua execução deve ser feita com acompanhamento médico.
 Battaglini et al. (2004) propõem que o exercício com intensidade moderada já é suficiente para proporcionar as melhoras musculares, já para De Backer et al. (2007), uma intensidade maior traz melhores benefícios ao paciente.
 O treinamento de força é mais eficaz com intensidades de moderadas a altas (6 a 12 RM ou com 60% a 70% de 1RM). Com intensidades altas, além do muscular, o tecido ósseo também é beneficiado, se adaptando ao aumento do músculo ganhando mais força e resistência, sendo importante principalmente para mulheres sobreviventes do câncer de mama na menopausa, em que a densidade óssea cai abaixo do normal. No entanto, as intensidades de exercício diferem no tratamento e pós-tratamento, devendo ser menores na primeira fase e, como citado anteriormente, respeitando sempre a individualidade de cada doença. Além disso, se o treinamento de força for combinado com exercícios aeróbios, a duração do exercício deve ser calculada considerando-se as duas modalidades, por exemplo: em um programa com duração de uma hora, serão 30 minutos para cada modalidade.
 
Câncer
X
Atividade Física
 Prof.: 
Celina 
Componentes:
Fabiano Bolla 
João Junior
Luanna Faustino
Risia Rafaella
Rodrigo Pereira
Yaslanne Fernandes
Natal/RN
28 Setembro 2016

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