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Resposta da tarefa 3

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UNIJUÍ – Universidade Regional do Noroeste do Estado do RS
Departamento de Ciências Sociais
Curso de Licenciatura Plena em Geografia
Curso de Bacharelado em Sociologia
Modalidade EaD
Quantificação em Ciências Sociais
Prof. Sidnei Luís Bohn Gass
Acadêmica: Adriana Tobaldini
1.Um novo cenário da produção agrícola chamada de agronegócio para suprir a necessidade da maioria da população residente nas cidades e do consumo industrializado e ampliado de gêneros específicos a produção agrícola sofreu uma profunda transformação na cadeia produtiva tanto a nível de espaço como de tempo. Produz-se para suprir as demandas do mercado e a flutuação da procura e da demanda das bolsas produtivas. Quem determina a cadeia produtiva é o mercado e produz-se a através do mercado agroindustrial como também a forma de produzir e de criar mudou-se completamente. Na criação dos animais o que se acentua é a carne bovina no espaço e de qualidade total especifico com rações e suplementos dos rebanhos. 
Quanto à produção de grãos se produzia feijão, mandioca e milho para o consumo familiar e a comercialização em pequena escala na cadeia produtiva de grandes quantidades de grãos específicos e da procura das bolsas de mercado. O que se produz é o que se necessita com urgência como soja, milho para o novo cenário agrícola de mercado. Tomemos como exemplo a criação de frangos, houve uma profundíssima transformação desde o espaço produtivo de faxinal para aviário, de produção artesanal e do hiper sofisticado aviário e do tempo mínimo de seis meses para o tempo máximo de quarenta dias, do alimento básico do milho e mandioca para a ração superbalanceada e única.
2. O Brasil, desde a década de 50 com o inicio da industrialização desencadeada pela política de Juscelino Kubitschek, começou uma inversão da ocupação de trabalho e da estruturação econômica, mediante criação de empresas e absorção de indústrias oriundas dos Estados Unidos e da Europa. O Rio Grande do Sul e nele a cidade de Ijuí, com a sua política particular de resistência e sonho de Estado Federativo com vocação própria, somente após o Golpe Militar ou a Revolução se inseriu no contexto nacional das políticas “do pacto federativo”.
O processo de industrialização intensificado pelo Regime Militar, com vocação de elevar o Brasil de país agrícola para país em desenvolvimento e inserção no projeto capitalista fez com que mudasse de agricultura familiar e rural para a transferência da força de trabalho para a industria. O parque industrial necessitava de mão de obra braçal para implementar o processo de transformação industrial de um contingente nas cidades e nos seus entornos. Haja vista que o país era um país de condições precárias na sua infra-estrutura para uma industrialização distribuída na amplitude do território, seja a nível federativo e em particular no Rio Grande do Sul. 
Buscou-se então alguns núcleos ou sítios a serem industrializados, e por conseguinte sendo infra-estruturados para o desenvolvimento dos parques industriais. As massas rurais foram cooptadas para a indústria através do êxodo rural, pois tanto na indústria como na infra-estrutura dos parques industriais necessitavam da mão de obra braçal desqualificada, barata, oriunda do meio rural e sem experiência de organização sindical e de organizações próprias. 
A transferência do contingente rural para a cidade deu-se para suprir a necessidade de mão de obra, não levando em conta a qualificação profissional, adequada moradia, a urbanização para todo o contingente proveniente e as condições infra-estruturais básicas.
Com pequenas variações, de escalas proporcionais especificas e com a agregação de contingentes diferenciais, seguem o mesmo caminho de concentração populacional. Entretanto com históricos agregadores específicos. A curva concentradora do Rio Grande do Sul como um todo, segue o caminho da industrialização pelo êxodo rural. Enquanto Ijuí desponta como agregador do aglomerado populacional da busca de formação acadêmica para ser a força gestora e formadora da nova classe média necessária a nova geografia social da industrialização emergente, juntando-se também a necessidade de “sítios regionais” de comércio catalisador das redondezas.
Considerando a estratificação gráfica e analisando as nuances do desenvolvimento social e das estruturas básicas de produção, saúde, educação, habitação, saneamento básico, acesso aos bens produzidos...poderíamos considerar três fases:
a)1970 a meados de 1980 – a transferência das massas rurais para os entornos dos parques industriais, no que usou-se conceituar na sociologia de entorno marginalizado, entendendo marginalização não como participação na delinqüência e no desmando, mas como parcelas marginais dos bens e serviços produzidos pela industrialização. Este período qualificou-se na economia como é preciso crescer o bolo para depois dividi-lo.
b)Meados de 1980 a meados de 1990 - Período da Redemocratização, das novas organizações sindicais populares, culturais e de gênero. Com o afã de buscar condições de inserção e políticas publicas e sociais de participação e acesso ao bolo produtivo. Nesta nova fase, viu-se que o bolo cresceu o PIB aumentou e o Brasil e nele o Rio Grande do Sul tornou-se um Estado industrial, com PIB alto, agricultura em processo de mecanização, mas a concentração das riquezas e dos bens por uma pequena parcela. Viu-se que não basta crescer o bolo, mas é preciso criar mecanismos socioeconômicos e políticos de reparti-lo.
c) Meados de 1990 e a primeira década do Terceiro Milênio – A população em absoluto já encontra-se na cidade, a industria tornou-se tecnológica e em processo de robotização e de auto qualificação técnico, a força braçal desqualificada tornou-se desnecessária; o capitalismo tornou-se globalizado pós industrial e informatizado. Neste contexto, pergunta-se qual o destino a inserção das massas trabalhadoras advindas do campo, mão de obra braçal para a indústria e a agroindústria e as condições básicas de existência. Nasce neste contexto o conceito de exclusão social nos parques industriais que são contingentes desqualificados analfabetos digitais e habitantes dos bairros ou vilas marginais. 
Nasce aqui então, como políticas compensadoras e amortecedoras das massas excluídas as políticas sociais das chamadas “bolsas” com afã de transferir e distribuir pequenas fatias financeiras aos chamados excluídos.
3. A reestruturação do contingente populacional com o êxodo rural, a industrialização brasileira e a agroindústria mudou completamente a estruturação social e da família, nestas mudanças queremos analisar a estratificação da taxa da natalidade, do modelo de família e dos prognósticos estatísticos e do futuro da mão de obra com a reinversão tanto da taxa da natalidade como da população chamada da terceira idade.
Saímos da media de 5,8 de filhos por casal em 1970, para 1,8 em 2008. Mudamos completamente o cenário e a estrutura familiar, de uma família numerosa estamos no modelo de família de casal, com no máximo em média dois filhos. Quais os motivos que poderíamos considerar nesta reinversão numérica? A desnecessária quantidade de força braçal do processo produtivo e do agronegócio, a necessidade de qualificação técnica e de habilidades para inserção nas ocupações laborais, a emergência da mulher trabalhadora com os seus direitos e sua ocupação profissional, os acessos mesmo que financiados de habitações com exigências e qualidade de habitação e bem estar social. Os planejamentos e os métodos anticonceptivos a maioria absoluta da população. 
Destes fatores e desta reestruturação da família no contexto urbano surge a quantidade de filhos mínimos de casais que não querem ter filhos, de filhos programados por famílias ou modelos diversificados de família e a mudança de fecundidade na primeira fase da adolescência até o inicio da juventude. Nesse contexto poderíamos nos perguntar, quais os prognósticos de futuro? Segundo os dados e gráficos estamos já abaixo da taxa suportável para a reposição da mãode obra necessária para o desenvolvimento programado do capitalismo e da economia de mercado que seria 2,1 filhos por casal, enquanto já estamos em 1,8 pelo mesmo. A taxa de fecundidade diminui e torna-se para uma parcela considerável de casal que não querem ter filhos e de muitos jovens que não querem casar-se e nem pensar em filhos.
Podemos observar isso nos últimos dados do censo do mês em curso de mais de 26 milhões de jovens que vivem sós e não querem casar-se e com acesso aos métodos preservativos na vivencia da sexualidade. 
No meio rural houve uma mudança acentuadíssima, em comparação a cidade na queda da taxa de natalidade. Se em 1970 o campo era o grande produtor de filhos por casais, atualmente no campo tornou-se a produtora por menor idade na taxa em relação a cidade. O campo está tornando-se espaço , cada vez mais de uma pequena fatia da população com prognostico de chegar a 10 ou abaixo por cento da população no campo.
Portanto tornando-se lugar dos ricos, da agroindústria e do espaço produtivo mecanizado. Sendo assim a família do campo necessita cada vez mais de menos força de trabalho, menos filhos e os poucos bem qualificados para o processo produtivo agrícola. Com acento preferencial para filhos e permanência no campo do filho homem, pois a operação dos implementos agrícolas e das extensões produtivas necessitam muito mais da força do contingente masculino, pela necessidade de operadores dos implementos agrícolas.
O futuro com relação a reposição da população e da taxa de natalidade indica o caminho da transformação do Brasil de um pais infanto juvenil, para um pais na sua maioria de população de adultos pós quarentões até terceira e quarta idade. O mundo atual, e nele o Brasil, já procura mão de obra jovem e qualificada de imigrantes. Nisso não estamos refletindo a parcela de mão de obra ativa que interrompem a primavera profissional pela alta taxa de acidentes no transito, pelo contingente de mortos pelas drogas e violência ou pelo desencanto depressivo da crise da esperança. Se confirmar esses prognósticos a reposição da população econômica ativa profissional tornar-se-á sombria.

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