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Ângela Maria da Silva Souto Vilma de Sousa Como fazer? O discurso injuntivo Nível: Ensino Médio Série: 2ª Eixo temático I: Compreensão e produção de textos Tema I: Gêneros (injuntivos) Competência: Compreender e produzir textos (injuntivos), orais ou escritos, de diferentes gêneros. Subtemas: Operações de contextualização, tematização, enunciação e textualização do discurso injuntivo Tópicos e subtópicos de conteúdo da proposta curricular: 1. Contexto de produção, circulação e recepção de textos 3. Organização temática 4. Seleção lexical e efeitos de sentido 5. Signos não verbais 6. Vozes do discurso 13. Textualização do discurso injuntivo SEEMG 2009 2 O que é discurso injuntivo? O que é discurso injuntivo? O que é discurso injuntivo? O que é discurso injuntivo? 3 Você acabou de ler fragmentos de textos de diversos gêneros, retirados de suportes distintos. Apesar de tratarem de temas diferentes, esses três textos têm algo em comum: dizem o que devemos saber e fazer para alcançar um objetivo. Uma voz segura e sábia parece conversar com cada leitor em particular, procurando mostrar-lhe “o caminho das pedras”. A propósito, você sabe o quer dizer essa expressão e qual a sua origem? Usamos a linguagem para influenciar pessoas e mudar contextos. Entre os vários tipos de discurso, um é especialmente direcionado para mostrar ao interlocutor como agir para atingir determinado objetivo. É o discurso injuntivo. O sentido básico dessa palavra, que pode não lhe ser muito familiar, está no campo do dever — dever fazer, dever ser. Dever que pode se traduzir como ordem a ser cumprida, como procedimentos necessários à execução de uma ação, como convite sedutor ou conselho amigável. Vivemos em um mundo de especialistas e consultores. Até mesmo tarefas que tradicionalmente eram desempenhadas com base na tradição e no saber intuitivo agora são ensinadas em cursos ou em livros de autoajuda. O discurso injuntivo, atualmente muito frequente em textos das mais diversas áreas — direito, educação, publicidade, jornalismo, negócios — revela uma tendência marcante em nossa sociedade: o desejo de homogeneizar e controlar comportamentos. Neste módulo, ao refletir sobre o discurso injuntivo, você terá oportunidade de • identificar situações comunicativas e gêneros em que o discurso injuntivo é empregado; • reconhecer o objetivo comunicativo e a organização do discurso injuntivo em textos apresentados; • interpretar efeitos de sentido decorrentes de variedades linguísticas e estilísticas em textos apresentados; • distinguir diferentes tipos de discurso injuntivo em textos apresentados; • reconhecer interlocutores e vozes sociais de textos injuntivos, suas formas de representação e os efeitos de sentido dessas representações; • reconhecer e utilizar, em textos injuntivos, estratégias para convencer ou persuadir o interlocutor; • reconhecer e usar marcas linguísticas do discurso injuntivo; • Integrar informação verbal e não verbal na compreensão e na produção de textos injuntivos; • produzir textos injuntivos adequados ao gênero, ao suporte, ao destinatário e ao objetivo da interação. Atividade 1 1. a) Pesquise, em um dicionário ou na Internet, a origem e o significado da expressão “caminho das pedras”. b) Que outras expressões populares têm sentido semelhante? c) Qual a relação entre o sentido dessas expressões e o objetivo comunicativo do discurso injuntivo? 4 2. Para cada um dos fragmentos de texto anteriormente apresentados, responda: a) O que corresponde ao “caminho das pedras”? b) Que objetivo a ser alcançado estaria no final desse caminho? c) Que palavra ou expressão anuncia que serão apresentados comandos para se atingir esse objetivo? 3. Infira o gênero desses textos e o suporte em que cada um deles terá circulado originalmente. Sugestão de respostas 1. O dicionário Houaiss de Língua Portuguesa apresenta, no verbete caminho, a seguinte explicação para a expressão caminho das pedras: “meio pelo qual se pode chegar com mais rapidez, proveito ou vantagem, a um lugar ou a um objetivo desejado, e que supostamente só é conhecido pelos mais experientes ou espertos”. As expressões populares o pulo do gato e o mapa do tesouro têm significado semelhante. O objetivo comunicativo do texto injuntivo é exatamente ensinar ao destinatário previsto o melhor caminho a seguir para atingir determinado objetivo, isto é, ensinar-lhe o caminho das pedras. 2. No texto 1 (Dicas para o preparo de um bom café), o caminho das pedras corresponde ao passo-a- passo da receita de preparação de um bom café, objetivo a ser alcançado. A palavra dicas, que aparece no título, anuncia que serão dados comandos sobre o que fazer. No texto 2 (Alimentação saudável), o objetivo a ser atingido é a alimentação saudável e o meio para atingi-lo, ou seja, o caminho das pedras, é a combinação adequada de frutas, legumes e verduras. A palavra como anuncia que serão dadas instruções detalhadas sobre como fazer essa combinação. No texto 3 (Como usar seu tempo), as palavras como e medidas anunciam que o locutor vai apresentar ao leitor instruções ou conselhos detalhados do que fazer para atingir o objetivo: utilizar o tempo de maneira mais eficaz. 3. Texto 1 — Gênero: Receita culinária. Suporte: Embalagem de café (embalagem do café Três Corações Tradicional). Texto 2 — Gênero: cartilha educativa (capa). Suporte: revista. Texto 3 — Gênero: Sumário. A chamada do sumário (Conheça algumas medidas eficazes para aproveitar melhor o seu dia) anuncia a reportagem de capa de uma revista (Como usar seu tempo) na p. 52. Suporte: revista semanal de variedades (ISTOÉ. São Paulo, ano 32, n.2046, p.20, 28 jan. 2009). Saber, podSaber, podSaber, podSaber, poder e sedução er e sedução er e sedução er e sedução Discursos injuntivos pretendem levar o destinatário a realizar determinada ação. Não é por acaso que, em muitos deles, o destinatário aparece representado no texto como alocutário, isto é, como a segunda pessoa do discurso: você/vocês ou tu/vós. É a essa segunda pessoa que o locutor se dirige para indicar não só o que fazer (ação desejada ou requerida), mas também como fazer (comandos para realizar a ação). Daí a frequência dos imperativos, que podem ter o valor de ordens inquestionáveis, instruções obrigatórias, conselhos, sugestões, convites. Nos textos injuntivos, o locutor assume um papel de superioridade em relação ao interlocutor: ele sabe ou parece saber mais sobre aquilo que pretende ensinar ao destinatário. Este, em geral, está ciente dessa intenção e é a ela receptivo: sabe que será levado a atingir um objetivo desejado ou necessário, por meio da execução dos comandos dados pelo locutor. 5 Mas o que torna uma injunção digna de crédito? O discurso injuntivo pressupõe um enunciador que detém um saber e um poder para dizer o que diz, e um destinatário que reconhece esse saber e esse poder. A receita de um médico, por exemplo, tem a força de um saber—poder, que coloca o paciente na situação de acreditar em suas recomendações e segui-las; a sentença de um juiz no tribunal institui um estado de coisas inquestionável — a inocência ou a culpa do réu perante a lei; a palavra de um pastor tem força de verdade para os fiéis que acreditam na doutrina. Muitas vezes, basta o prestígio alcançado por uma pessoa na mídia para revestir de crédito o seu discurso.Assim, achamos natural que um atleta famoso anuncie remédios e suplementos alimentares ou que uma atriz venda qualquer produto ou serviço. Atividade 2 1. A reprodução ao lado corresponde à primeira página de um anúncio publicitário, gênero em que as imagens têm grande importância. Considerando os ícones em destaque, o que o anúncio estaria “vendendo” aos leitores da revista? Justifique sua resposta. 6 2. A questão a seguir se baseia na segunda página desse mesmo anúncio, abaixo reproduzida. 7 Todas as alternativas interpretam, de forma adequada, o efeito de estratégias discursivas usadas no anúncio, EXCETO a) A logomarca mostra que o locutor está falando em nome de um órgão do governo e que, portanto, detém poder e conhecimento para dizer o que diz. b) A representação do interlocutor por você e o uso de injunções diretas com verbos no imperativo (Venha, Viva) dão ao discurso um tom de intimidação. c) A principal estratégia do locutor é a sedução, sintetizada pela foto, pelo slogan Viva essa alegria e pela frase inicial do texto: Venha viver muitas emoções num único lugar. d) O destaque dado no anúncio ao quase eterno verão e aos contrastes procura tornar o Ceará um destino atraente para turistas com diferentes estilos e preferências. Sugestão de respostas 1. A imagem “vende” o Ceará como lugar turístico. São ícones inconfundíveis desse estado, no anúncio, a Ponte dos Ingleses, na Praia de Iracema; o Teatro José de Alencar, em Fortaleza; a Estátua de Iracema, na Praia de Mucuripe; a Coluna da Hora, na Praça do Ferreira, também na capital cearense; a estátua do Memorial Padre Cícero, em Juazeiro do Norte; a praia de Canoa Quebrada e seus vários esportes náuticos. 2. b. Não há intimidação no anúncio, mas tentativa de sedução do destinatário-leitor. A imagem, que conota alegria, felicidade, beleza, movimento, é um convite ao leitor a participar de tudo o que o Ceará pode oferecer-lhe. Comandos em muitos tonsComandos em muitos tonsComandos em muitos tonsComandos em muitos tons Alguns textos injuntivos orientam a execução de tarefas; outros aconselham ou exortam à ação; outros ainda regulamentam práticas sociais desejáveis, adequadas ou obrigatórias. O objetivo da injunção, portanto, pode variar do instrucional-pedagógico ao prescritivo- normativo, passando por diferentes modulações de aconselhamento, convite e sedução. Em suma, o tom da injunção, a busca de objetividade ou subjetividade, a presença ou não de justificativa para algum comando, o grau de proximidade do locutor com o destinatário previsto, o nível de registro variam de acordo com o objetivo comunicativo e o gênero textual. Atividade 3 Junto com um colega, leia os textos a seguir e responda às questões propostas. Texto 1 CAPÍTULO V Das Práticas Comerciais [...] Seção V Da Cobrança de Dívidas Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça. Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990. São Paulo: PROCON-SP, 1999. p.25. (Fragmento) 8 Texto 2 25 GVT. Unique: conheça os benefícios que só um cliente GVT pode ter. p.20. (Fragmento) Texto 3 PEREIRA, Regina Célia. A dieta dos 7. São Paulo: Abril, 2008. p. 28. (Saúde é vital) (Fragmento) 9 Texto 4 CONTRACAPA de talonário de cheque especial da Caixa Econômica Federal — CEF, em 2008. 1. É possível agrupar os textos injuntivos em três categorias básicas: (a) textos instrucionais-programadores, cujo objetivo é ensinar a fazer algo; (b) textos reguladores prescritivos, cuja finalidade é obrigar alguém a fazer algo, de modo a evitar uma sanção ou punição; (c) textos de conselho, cujo propósito é aconselhar alguém a fazer alguma coisa. Classifique os textos de 1a 4, escrevendo entre parênteses, o número ou números correspondentes às categorias descritas acima. ( ) Texto 1 ( ) Texto 2 ( ) Texto 3 ( ) Texto 4 2. O discurso injuntivo frequentemente representa os interlocutores por meio de dêiticos, isto é, de formas pronominais e/ou verbais de 1ª pessoa (quem fala ou locutor) ou de 2ª pessoa (com quem se fala ou alocutário). Pode, também, a depender da intenção do locutor-enunciador, fazer uma representação indireta, por meio de formas que indicam o locutor e/ou o destinatário não como as pessoas da interação, mas como alguém de quem se fala, que é referido na conversa dos interlocutores. Pode, ainda, faltar ao discurso injuntivo a representação de um dos interlocutores. Orientando-se pelos próprios textos e pelas informações da última coluna, identifique o par de interlocutores de cada texto e as formas como foram aí representados. O sinal Ø indica ausência de formas para representar o locutor e/ou o destinatário no texto. Como os interlocutores foram representados nos textos? Quem são os interlocutores dos textos? Formas Tipo Locutor-enunciador: Ø Sem representação linguística Te x to 1 Destinatário-enunciatário: Representação indireta por substantivo ou equivalente como alguém de quem se fala 10 Como os interlocutores foram representados nos textos? Quem são os interlocutores dos textos? Formas Tipo Locutor-enunciador: Representação indireta por substantivo ou equivalente como alguém de quem se fala Representação direta por dêiticos (pronomes e/ou verbos) de 2ª pessoa (com quem se fala) Te x to 2 Destinatário-enunciatário: Representação direta por dêiticos (pronomes e/ou verbos) de 1ª pessoa do singular (quem fala) Locutor-enunciador: Representação direta por dêiticos (pronomes e/ou verbos) de 1ª pessoa do plural Representação direta por dêiticos (pronomes e/ou verbos) de 1ª pessoa do plural Te x to 3 Destinatário-enunciatário: Representação direta por dêiticos (pronomes e/ou verbos) de 2ª pessoa (com quem se fala) Locutor-enunciador: Representação indireta por substantivo ou equivalente como alguém de quem se fala Representação direta por dêiticos (pronomes e/ou verbos) de 2ª pessoa (com quem se fala) Te x to 4 Destinatário-enunciatário: Representação indireta por substantivo ou equivalente como alguém de quem se fala 3. No texto 1, não foram usados dêiticos de pessoa para representar os interlocutores. Qual é o efeito de sentido dessa ausência de dêiticos? 4. No texto 2, qual é o efeito de sentido da representação do destinatário por formas da 1ª pessoa do singular? 5. Reescreva o texto 2, eliminando, na medida do possível, todos os dêiticos de pessoa, de modo a despersonalizar ao máximo a situação comunicativa. Depois, responda: qual é o efeito de sentido dessa despersonalização? 6. Qual dos textos busca mais efeitos de proximidade e identificação com o destinatário previsto? Justifique sua resposta. 7. No texto 3, além do locutor, outros enunciadores ou vozes sociais expressam seu ponto de vista sobre o tema, mas o fazem indiretamente, através da voz do locutor. a) Identifique essas vozes sociais que se expressam na voz do locutor do texto 3. b) Como o locutor introduz o discurso desses outros enunciadores no seu próprio discurso? c) Qual seria a intenção do locutor ao introduzirno seu discurso essas outras vozes? 8. Qual é a importância de o locutor-enunciador do texto 4 referir-se a si mesmo como A CAIXA? 9. Em cada uma das alternativas, citamos e reescrevemos passagens de alguns dos textos apresentados. Comente o efeito de sentido das alterações realizadas e sua adequação ao gênero de cada texto. 11 a) Versão original (texto 1) Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça. Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável. Versão modificada Art. 42. Na cobrança de débitos, não exponha o consumidor inadimplente a ridículo, nem o submeta a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça. Parágrafo único. Reconheça ao consumidor cobrado em quantia indevida o direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que ele pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável. b) Versão original (texto 4) Lembre-se de que a emissão de cheques sem provisão de fundos pode acarretar a inclusão do nome do titular no Cadastro de Emitentes de Cheques Sem Fundos — CCF. Além disso, o titular estará sujeito ao pagamento de tarifas das taxas de serviços estabelecidos na Regulamentação do Serviço de Compensação de Cheques e Outros Papéis, e ao encerramento de sua conta. Versão modificada Lembre-se de que a emissão de cheques sem fundo pode acarretar a inclusão do seu nome, caso seja o titular da conta, no Cadastro de Emitentes de Cheques Sem Fundos — CCF. Além disso, você estará sujeito ao pagamento de tarifas das taxas de serviços estabelecidos na Regulamentação do Serviço de Compensação de Cheques e Outros Papéis, e ao encerramento de sua conta. Sugestão de respostas 1. (b) Texto 1 (a) Texto 2 (c) Texto 3 (b)Texto 4 2. Veja o quadro a seguir. Como os interlocutores foram representados nos textos? Quem são os interlocutores dos textos? Formas Tipo Locutor-enunciador: O Estado brasileiro • Ø Sem representação linguística Te x to 1 Destinatário-enunciatário: Consumidores e fornecedores • o consumidor Representação indireta por substantivo ou equivalente como alguém de quem se fala Locutor-enunciador: A instituição da GVT • linha GVT, Secretária GVT Representação indireta por substantivo ou equivalente como alguém de quem se fala • você, você mesmo, seu, sua • conheça, verifique, pode, tem, consegue Representação direta por dêiticos (pronomes e/ou verbos) de 2ª pessoa (com quem se fala) Te x to 2 Destinatário-enunciatário: O cliente da GVT • devo fazer, não recebo Representação direta por dêiticos (pronomes e/ou verbos) de 1ª pessoa do singular (quem fala) 12 Como os interlocutores foram representados nos textos? Quem são os interlocutores dos textos? Formas Tipo Locutor-enunciador: Locutora-autora do texto • nós, nossas Representação direta por dêiticos (pronomes e/ou verbos) de 1ª pessoa do plural • nós, nossas Representação direta por dêiticos (pronomes e/ou verbos) de 1ª pessoa do plural Te x to 3 Destinatário-enunciatário: Leitor do texto • te • apele, prepare Representação direta por dêiticos (pronomes e/ou verbos) de 2ª pessoa (com quem se fala) Locutor-enunciador: A instituição Caixa Econômica Federal — CEF • A CAIXA Representação indireta por substantivo ou equivalente como alguém de quem se fala • você, sua • guarde, comunique, preencha, lembre-se Representação direta por dêiticos (pronomes e/ou verbos) de 2ª pessoa (com quem se fala) T ex to 4 Destinatário-enunciatário: O cliente da Caixa • o titular Representação indireta por substantivo ou equivalente como alguém de quem se fala 3. O não uso de dêiticos de pessoa provoca os efeitos de despersonalização (tanto o enunciador quanto o enunciatário são genéricos), distanciamento e objetividade, como convém a um discurso de lei, que deve aplicar-se a todos, indistintamente. 4. O que devo fazer? Não recebo ligações. Nessa passagem, a representação do destinatário (o cliente da GVT) por formas da 1ª pessoa do singular resulta na encenação de um possível diálogo desse cliente consigo mesmo, ao seguir as recomendações do locutor do texto (a GVT). 5. Há várias reescritas possíveis. Veja a sugestão a seguir. MANEIRAS SIMPLES DE SOLUCIONAR PROBLEMAS DE TELEFONE Se a linha apresentar problema, há procedimentos simples de reparo que qualquer pessoa pode fazer. O QUE ESTÁ OCORRENDO? O QUE SE DEVE FAZER? • Verificar se o aparelho está fora do gancho, especialmente no caso de haver extensão telefônica. • Verificar se o aparelho está corretamente ligado à tomada telefônica de voz. • Verificar as conexões do aparelho telefônica e a tomada telefônica. • Verificar as condições e as configurações do equipamento (aparelho telefônico, central telefônica) ligado na linha GVT. NÃO RECEBIMENTO DE LIGAÇÕES • Verificar se existem mensagens eletrônicas não ouvidas no serviço Secretária GVT. É possível efetuar e receber chamadas telefônicas normalmente, mesmo com o tom diferenciado de ocupado. A despersonalização do destinatário, que deixou de ser representado no texto por meio de dêiticos, provoca distanciamento: perde-se o tom de intimidade e familiaridade entre os interlocutores. 6. Trata-se do texto 3 (Jabuticaba), devido ao registro informal usado pelo locutor. Com esse registro, o locutor dá à sua fala o tom de conversa amigável, ignorando a distância que separa um especialista de um 13 leigo: interpela o destinatário com interrogações diretas (“Roxa? Azulada? Preta?”); busca sua cumplicidade, representando-se junto com ele por meio de formas da 1ª pessoa do plural (“Cá, entre nós”, “nossas artérias”, “nossa pequena”; mistura os tratamentos tu e você ao dirigir-se a ele (“Se ela não te apetece, apele para o liquidificador e prepare um delicioso suco”); emprega expressões bastante coloquiais (“um mix pra lá de nutritivo”, “não desprezar nadica da fruta”, “nossa pequena”); faz exclamações enfáticas (“...a jabuticaba ganha até da uva!”) e entoação de suspense (“a jabuticaba tem cor de... jabuticaba.”), o que caracteriza uma fala viva e descontraída. 7. a) As vozes sociais que se expressam na fala do locutor são o que ele chamou, no texto, de “especialistas” , provavelmente os mesmos que realizaram um “estudo da Universidade Federal de Campinas, a Unicamp”. b) O locutor recorre ao discurso indireto, por meio do qual indica o enunciador (pessoa ou instituição) responsável pela informação que passa ao destinatário: “Para não perder tantas riquezas, a dica dos especialistas é não desprezar nadica da fruta. Não vale cuspir a casca.”, “Segundo um estudo da Universidade Estadual de Campinas, a Unicamp, nossa pequena contém 314 mililitros por grama e o fruto da videira só 227”. c) Dessa forma, o locutor respalda o que diz no que dizem especialistas. Ao mesmo tempo em que a informação ganha cunho de “científica”, o locutor se resguarda, ou seja, deixa de ser o responsável último pela veracidade do que informa ao leitor. 8. Ao dizer “A CAIXA”, em vez de “eu”, o locutor se identifica como uma instituição que tem reconhecimento legal de dizer o que diz, inclusive de penalizar clientes infratores. Ao mesmo tempo, A CAIXA é uma forma mais curta e simpática do que A CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, o que por sua vez permite ao locutor manter certa proximidade com o destinatário, o que é reforçado pelo tratamento você que lhe atribui.9. a) Diferentemente do que ocorre na versão original, em que o locutor do Código fala tanto a consumidores quanto a fornecedores, na versão modificada, em que o imperativo entrou substituindo as formas verbais antes utilizadas, o locutor fala exclusivamente ao fornecedor, o que altera substancialmente o Código. Ao contrário do que ocorre em outros gêneros, leis, estatutos e afins devem preferir a fala menos personalizada, exatamente por seu caráter genérico ou universal. b) Na versão modificada, a identificação explícita do alocutário você com o titular da conta torna o texto ameaçador e grosseiro. A versão original tem sobre essa exatamente a vantagem de preservar as faces tanto do destinatário, que pode tomar conhecimento das sanções sem se sentir ameaçado, quanto do locutor, que não pode ser acusado de ameaçar ninguém. O que fazerO que fazerO que fazerO que fazer, , , , como fazer como fazer como fazer como fazer e por que fazer e por que fazer e por que fazer e por que fazer O “fazer agir” do discurso injuntivo está associado ao modo de fazer e à apresentação dos motivos pelos quais o destinatário deve realizar o que é dito. Trata-se, pois, de um plano de ação a ser seguido — o que fazer, como fazer, por que fazer — para o alcance de um objetivo. O objetivo visado, denominado macrobjetivo acional, corresponde à ação que o locutor quer que o destinatário realize (o que fazer) e que este deseja ou necessita realizar: montar um equipamento eletrônico ou fazer um bolo; agir de acordo com o regulamento de um condomínio ou com as leis de trânsito; saber como gerenciar melhor o seu tempo ou como encontrar o parceiro ideal, por exemplo. Ou ainda, como no texto acima, dizer não ao fechamento de sites de downloads e legendas. Os comandos correspondem ao “como fazer”: são os passos ou plano de execução para se realizar o macrobjetivo. Em determinados gêneros, os comandos terão de ser apresentados em ordem cronológica, para que o destinatário os execute sucessivamente; caso contrário, o macrobjetivo não poderá ser realizado de forma satisfatória. É o que acontece, por exemplo, com as receitas culinárias. Em outros gêneros, porém, como os regulamentos, só a realização simultânea de todos os comandos garante a concretização do macrobjetivo e evita possíveis punições. Já em gêneros injuntivos de aconselhamento, muito frequentes em revistas destinadas a adolescentes, ao público feminino ou ao universo empresarial, não há nem ordenação cronológica nem garantia de consecução do macrobjetivo. 14 No texto de exemplificação ao lado, percebe-se uma hierarquização dos comandos: um deles refere-se ao modo como (o que fazer para) realizar o macrobjetivo (assinar certa petição); o outro relaciona-se ao modo como (o que fazer para) assinar a petição (clicar num determinado local do site onde se encontra o texto). Em outras palavras, o modo de realizar o macrobjetivo foi tomado como um objetivo menor, para o qual também se estabeleceu um modo de execução. O “por que fazer” é a justificativa para a macroação ou para os comandos menores que conduzem à macroação. Justificar é convencer o destinatário com argumentos lógicos, ou persuadi-lo mediante apelos emocionais de sedução ou ameaça, que criam supostas evidências. Daí serem constantemente usadas, na justificativa, relações semânticas de explicação, finalidade e conclusão. Vale lembrar que a justificativa tende a ser estruturada por sequências textuais de outros tipos (exposição, descrição, relato ficcional ou não) e com muitos índices de argumentatividade: argumentos de autoridade; depoimentos pessoais; indicadores percentuais ou quantidades relevantes; léxico de caráter apelativo, como adjetivos, advérbios, diminutivos e superlativos modalizadores de afetividade; representação do destinatário no texto... A própria ilustração que acompanha muitos textos injuntivos tende a ser persuasiva, colaborando para justificar o macrobjetivo ou os comandos do texto. Repare, no texto acima, no valor argumentativo-apelativo dos termos sua, absurdo e lute; da variação de corpo e cor das fontes, do uso da palavra não barrada de vermelho no canto superior direito. A justificativa, porém, nem sempre se faz presente, sobretudo em gêneros prescritivos, tais como leis, estatutos e regulamentos, cujo caráter de obrigação inquestionável parece torná- la desnecessária. Atividade 4 Leia o texto a seguir, fragmento de uma cartilha educativa, procurando identificar seu macrobjetivo, o plano de ação a ser executado para se alcançar esse macrobjetivo e as razões pelas quais o interlocutor deve desejá-lo e/ou seguir o plano de ação. Responda, em seguida, às questões propostas. Disponível em: <augustodefranco.locaweb.com.br /outros_ textos_.. > Acesso em: 2 mar. 2009 MACROBJETIVO Dizer não ao fechamento de sites de downloads e legendas (= Lutar contra este absurdo; dizer não ao não) JUSTIFICATIVA Estão querendo tirar sua liberdade (= O fechamento de sites e downloads cerceia a liberdade individual) PLANO DE EXECUÇÃO Como (o que fazer para) dizer não? Assinar a petição contra o fechamento de sites de... Como (o que fazer para) assinar? • Clicar em um determinado site. Por que clicar? (justificativa) • Clicar é o meio de assinar via Internet. 15 ETANOL: uma atitude inteligente. São Paulo, Globo, Única, p.12 e 14, s/d. (Núcleo de Projetos Especiais) (Fragmento) 16 1. O que é possível inferir da passagem destacada em cor verde no texto? 2. Complete o esquema vago a seguir, em que se procurou evidenciar a organização do texto Pequenas grandes atitudes. Nos comandos e objetivos, dê preferência ao uso do infinitivo. Macrobjetivo • Justificativa • Metade das emissões de gases do efeito estufa resulta de hábitos e ações individuais. Plano de execução O que fazer para alcançar o macrobjetivo? (comando geral) • Como? (comandos específicos) Por quê? (justificativa de comandos específicos) Energia • • • • • • • • • • • Promover a reutilização de computadores, brinquedos, jogos, roupas, livros, etc. (por exemplo, por meio de doações). • • • A reciclagem reduz o gasto de energia necessário à fabricação de novos produtos (no caso do alumínio, a redução pode chegar a 95%). • • • • • Ensaboar o maior número possível dos utensílios de cozinha antes de enxaguá-los. 17 Sugestão de respostas 1. Lê-se, na referência, que o texto é fragmento de uma cartilha educativa sobre o etanol editada pela Única, que é, assim, o enunciador do texto, e, na passagem destacada em verde, que o locutor abordou, em páginas anteriores dessa cartilha, a importância do etanol para o meio ambiente. Pode-se concluir, portanto, que o uso de etanol é, para a Única, o locutor-enunciador do texto, uma das formas de reduzir as agressões ao meio ambiente. Sendo assim, ele pode ser citado sob a rubrica Energia como uma das dicas “para ajudar o nosso planeta”. 2. Veja o quadro a seguir. Macrobjetivo • Reduzir as agressões ao meio ambiente. Justificativa • Metade das emissões de gases do efeito estufa resulta de hábitos e ações individuais. Plano de execução O que fazer? (comando geral) • Adotar novos hábitos e atitudes ao lidar com energia, lixo, água... Como? (comandos específicos) Por quê? (justificativa de comandos específicos) Energia • Abastecer com etanol, quando possível.• Controlar a chama do fogão de modo que não ultrapasse a área da panela. • Descongelar a geladeira regularmente. • Trocar lâmpadas incandescentes por fluorescentes. • Lâmpadas fluorescentes são mais econômicas e duráveis. • Dar preferência a pilhas recarregáveis. • Pilhas recarregáveis retardam seu descarte no lixo. • Descartar pilhas e baterias em locais apropriados, como os postos de venda e de assistência técnica. • Desligar completamente (o power inclusive) eletrodomésticos e eletroeletrônicos com relógios ou leds. Lixo • Reduzir o uso de sacolas plásticas e de papel em branco. • Promover a reutilização de computadores, brinquedos, jogos, roupas, livros, etc. (por exemplo, por meio de doações). • Retardar a compra de novos eletrodomésticos, consertando os antigos. • Separar o lixo para reciclagem. • A reciclagem reduz o gasto de energia necessário à fabricação de novos produtos (no caso do alumínio, a redução pode chegar a 95%). • Descartar adequadamente o óleo de cozinha em postos de coleta, evitando jogá-lo na pia ou no vaso sanitário. • Óleo de cozinha pode ser usado na fabricação de sabão. Água • Usar a lavadora de roupas e de louças sempre com a capacidade máxima. • Fechar bem as torneiras após o uso e evitar seu vazamento. • Ensaboar o maior número possível dos utensílios de cozinha antes de enxaguá-los. 18 PRO TESTE. Rio de Janeiro, ano VI, n. 72, p. 12, ago. 2008. (Fragmento adaptado) Atividade 5 1. No texto a seguir, omitimos todos os intertítulos, que ocorriam nos locais agora marcados por x. Leia o texto e redija, para cada uma das partes, um comando no imperativo que sintetize sua idéia principal e possa funcionar como um novo intertítulo. Sugestão de resposta Há várias respostas possíveis. Veja estas sugestões: Escolha seu tipo Observe a sola Faça seu tênis durar mais Amarre corretamente 19 Atividade 6 1. Das três etapas do discurso injuntivo, o anúncio ao lado traz somente a justificativa. a) As razões apresentadas como justificativa são objetivas ou subjetivas? Justifique sua resposta. b) Identifique o slogan do produto e explique por que ele é um apelo. c) Explique por que esse texto, que não apresenta nenhum comando explícito, deve ser interpretado como discurso injuntivo. 2. Leia os fragmentos de anúncios a seguir e responda: • O que o locutor quer levar o interlocutor a fazer, ou seja, qual é o macrobjetivo de cada texto? • Que apelo(s) o locutor faz na justificativa para persuadir o interlocutor a realizar a ação pretendida? a) Gol. Aqui todo mundo pode voar. b) O EXEMPLO DE CUIDAR VEM DE VOCÊ. A EXPERIÊNCIA VEM DE UM GRUPO COM MAIS DE 41 ANOS. Seguros Unimed. A seguradora da Unimed. c) NÃO PRECISA TIRAR AS CRIANÇAS DA SALA PARA ASSISTIR AOS CURTAS. MAS CONVÉM TIRAR O MARIDO: O APRESENTADOR É O RODRIGO SANTORO. d) USE CAMISINHA. É COISA DE MULHER SEGURA. Sexo não tem idade para acabar. Proteção também não. A vida sexual continua depois dos 50. E toda mulher tem o direito de exercer sua sexualidade e de se cuidar. Por isso, a camisinha é tão fundamental. Ela protege você do vírus HIV e de muitas outras doenças. Use. Mostre que você tem postura. 20 Sugestão de respostas 1. a) São apresentadas tanto razões subjetivas quanto razões objetivas. A comparação entre a escova e o celular, assim como o apelo à autoridade dos dentistas, que aparece no slogan (a marca mais usada pelos dentistas) são de natureza subjetiva, pois não se relacionam com as características do objeto escova nem com a finalidade de seu uso. Já as descrições das propriedades da escova (movimento oscilatório, cerdas cruzadas, cabo com desenho anatômico, refil de troca fácil e segura) e do efeito de seu uso (limpeza mais completa e profunda) são razões objetivas, que garantiriam o alcance da finalidade de uso do objeto e, consequentemente, sua compra pelo consumidor. b) Veja a resposta anterior. c) O objetivo comunicativo do texto é fazer o interlocutor executar determinada ação — no caso, comprar a escova Oral B. A foto e as informações sobre o produto, o destaque dado a sua marca indicam que se trata de um anúncio publicitário, gênero de texto essencialmente injuntivo. 2. a) O macrobjetivo do texto é convencer o interlocutor a voar pela companhia aérea Gol. A justificativa é a alusão ao preço acessível das passagens. b) O macrobjetivo é levar o destinatário a fazer um seguro Unimed. A justificativa é a confiabilidade da seguradora, sugerida pelo tempo de existência do grupo e a experiência em cuidar das pessoas. O prestígio dos serviços de saúde da Unimed é, assim, transferido para uma área afim, a de seguros de vida. c) O macrobjetivo é levar os destinatários previstos, as mulheres, a assistir aos filmes de curta-metragem. A justificativa é o poder de atração, a beleza e o prestígio do ator Rodrigo Santoro (ele é tão atraente que pode até provocar ciúmes no marido). d) O objetivo é convencer as mulheres com mais de cinquenta anos a usar preservativo nas relações sexuais. A justificativa consiste em identificar o uso do preservativo com atitudes de um ideal de mulher — uma mulher segura, cheia de vitalidade, livre para ter vida sexual ativa e firme para cuidar de si mesma. Marcas linMarcas linMarcas linMarcas linguguguguísticas ísticas ísticas ísticas da injunção da injunção da injunção da injunção Você deve ter percebido que o uso do imperativo ou de formas que o substituam é muito frequente nos textos injuntivos. Também é comum a representação do destinatário como alocutário, ou seja, por formas de segunda pessoa (tu/vós, você/vocês). Organizadores discursivos de tempo e sequenciação (numerais, articuladores e estruturas adverbiais) marcam presença nos textos que exigem ordenação cronológica na realização dos comandos. Na apresentação de razões que justificam a necessidade da ação, costuma-se usar articuladores que introduzem a explicação (pois, porque), a finalidade (para, para que, a fim de que) ou a condição em que determinada ação deve ser executada (se, desde que, caso). Atividade 7 1. Por conter instruções a serem cumpridas numa determinada ordem ou sequência, o texto a seguir, apresentado com parágrafos fora de lugar, faz largo uso de organizadores textuais (articuladores e estruturas adverbiais) de tempo e sequenciação. a) Identifique esses organizadores discursivos de tempo e sequenciação. b) Guiando-se por eles e pelas expressões de retomada, sequencie os parágrafos adequadamente, preenchendo os parênteses com os números de 0 a 8. c) Sequencie também as ilustrações, escrevendo os números de 1 a 8 nos círculos em branco. TROCA DE PNEU Mão na roda Preste atenção às dicas a seguir e perceba que trocar um pneu não é tão difícil quanto parece 21 ( ) Antes de encaixar o macaco no carro, suba-o cerca de um palmo, porque é difícil girar a manivela quando ele está muito baixo. Depois que você o encaixar no local — identificado na lateral da maioria dos veículos com uma seta —, gire a manivela e suba um pouco, até deixar o macaco firme entre o chão e o carro. Não tire o pneu do chão ainda. Caso o seu carro não traga a marcação para encaixe do macaco, saiba que o apoio para o macaco deve ser sempre mais para o centro do veículo, nunca na frente nem na traseira. Caso o pneu vazio seja o traseiro, em veículos de quatro portas, o macaco deve ficar ao lado da porta do passageiro traseiro. Para o pneu dianteiro,ao lado da porta da frente. ( ) Volte para o macaco e gire a manivela até que o pneu desencoste do chão. Não precisa subir muito. Tome cuidado para não se apoiar no carro e sacudi-lo — isso evita acidentes. Agora, volte aos parafusos e gire-os um a um até que a roda seja solta. Guarde-os para não perder. Quando a roda soltar, puxe-a com as duas mãos. Cuidado para não se machucar. ( ) Pegue a chave de roda, o macaco e o estepe — pneu sobressalente —, em geral guardados na mala do carro. Com tudo de que precisa em mãos, é hora de começar a troca. ( ) Pronto! O pneu está trocado. Agora, é só guardar o pneu furado, as ferramentas e o triângulo. Não perca tempo tentando colocar o pneu furado no lugar do estepe. Apenas coloque-o no porta-malas para sair do local o mais rápido possível. Dependendo da situação, vá logo a um borracheiro. Nunca se sabe quando um outro estepe será necessário. ( ) Só de imaginar o pneu furado você já entra em desespero? Calma, isso não é o fim do mundo. Sem contar que, atualmente, saber trocar um pneu é até uma questão de segurança. Para ser bem-sucedido, veja as dicas a seguir. ( ) Depois de firmar o macaco, é hora de soltar os parafusos da roda. Para soltar os parafusos, retire a tampa de proteção da roda, encaixe a chave de roda e tente girar no sentido anti-horário. Se estiver muito duro, use o peso do corpo, pisando na chave. Solte os parafusos, mas não o suficiente para tirá-los ainda. ( ) Assim que você perceber que o pneu furou, ligue o pisca-alerta e vá devagar até encontrar um lugar seguro, iluminado e com piso firme para estacionar o carro. Ao parar, puxe bem o freio de mão e deixe o carro em primeira marcha. Para evitar acidentes, sinalize bem que você está com problemas. O triângulo deve ficar a 30 metros de distância do veículo. Em diversos países europeus, já é lei que os motoristas usem coletes com faixas refletoras quando estiverem fora de um veículo com problemas, para evitar atropelamentos. Se você tiver um colete desses, vista-o antes de sair do carro. ( ) Com o carro no chão, aperte os parafusos com a chave de roda. Não é preciso usar muita força. Uma boa dica para apertar bem sem fazer força é começar girando um dos parafusos até não conseguir mais. Repita essa operação para todos os parafusos, seguindo o formato de X (veja a imagem ao lado). Repita esta ordem até sentir que eles não giram mais. ( ) Encaixe o centro da roda do estepe no eixo. Pegue um parafuso, localize uma rosca e aperte-o, no sentido horário ainda com a mão. Um a um coloque os parafusos restantes e aperte-os um pouco com a mão. Depois, desça totalmente o carro que ainda estava levemente suspenso pelo macaco. PRO TESTE. Rio de Janeiro, ano VI, n.59, p.18-19, jun. 2007. 22 2. Em qual alternativa a função da construção temporal em destaque foi interpretada INCORRETAMENTE? a) Antes de encaixar o macaco no carro, suba-o cerca de um palmo... Marca que o comando de subir o macaco cerca de um palmo deve ser realizado antes de ele ser encaixado no carro. b) Volte para o carro e gire a manivela até que o pneu desencoste do chão. Marca o limite final da ação de girar a manivela, ou seja, o momento em que deve ser interrompida. c) Agora, volte aos parafusos e gire-os um a um até que a roda esteja solta. Indica o momento da fala do locutor como aquele em que o interlocutor deve realizar os comandos de voltar aos parafusos e girá-los. d) Com o carro no chão, aperte os parafusos com a chave de roda. Marca que o comando de apertar os parafusos deve ser realizado depois que o carro estiver apoiado no chão. 3. Além da idéia de tempo, construções adverbiais temporais podem expressar outras noções, como habitualidade, iteração ou frequência, concessão, contraste ou oposição, condição, causa... A idéia de condição pode ser reconhecida e até mesmo prevalecer sobre a de tempo, sem prejuízo para o texto, em a) Assim que você perceber que o pneu furou, ligue o pica-alerta e vá devagar... b) ...porque é difícil girar a manivela quando ele está muito baixo. c) Repita esta ordem até sentir que eles não giram mais. d) Quando a roda soltar, puxe-a com as duas mãos. 4. Reescreva a frase-resposta da questão anterior, substituindo o articulador de tempo por um articulador de condição. Faça as adaptações necessárias. 5. No discurso injuntivo, condicionar é identificar uma situação imaginária ou real em que um comando ou injunção tem validade. É, também, enunciar a injunção como decorrência daquela condição. A forma mais frequente de expressar condição se faz empregando o articular se ou similar (caso, contanto que, desde que, salvo se, a não ser que, a menos que) no início de uma oração. É possível, porém, expressar condição por outros meios, assim como é possível que a relação de condição apareça mesclada com alguma outra: tempo, finalidade, concessão, alternância... As versões de todas as alternativas são adequadas para substituir, no texto, a frase apresentada, EXCETO a) Se você tiver um colete desses, vista-o antes de sair do carro. Quem tiver um colete desses deve vesti-lo antes de sair do carro. b) Caso o seu carro não traga a marcação para encaixe do macaco, saiba que o apoio para o macaco deve ser sempre mais para o centro do veículo, nunca na frente nem na traseira. Saiba que o apoio para o macaco deve ser sempre mais para o centro do veículo, nunca na frente nem na traseira, a menos que o carro não traga a marcação para encaixe do macaco. c) Caso o pneu vazio seja o traseiro, em veículos de quatro portas, o macaco deve ficar ao lado da porta do passageiro traseiro. 23 Caso o pneu vazio seja o traseiro e o veículo tenha quatro portas, lembre-se de que o macaco deve ficar ao lado da porta do passageiro traseiro. d) Para o pneu dianteiro, ao lado da porta da frente. Se o pneu furado for dianteiro, instale o macaco ao lado da porta da frente. 6. A relação semântica de finalidade, propósito, intenção é geralmente expressa por oração estruturada com o articulador para ou equivalente (para que, a fim de que, a fim de). No discurso injuntivo, a construção final costuma ser usada como justificativa de um comando ou injunção. Em todas as alternativas, a construção final justifica um comando do locutor ao interlocutor do texto, EXCETO a) Para ser bem-sucedido, veja as dicas a seguir. b) Para evitar acidentes, sinalize bem que você está com problemas. c) Apenas coloque-o no porta-malas para sair do local o mais rápido possível. d) ...é lei que os motoristas usem coletes com faixas refletoras [...] para evitar atropelamentos. 7. Quando a roda soltar, puxe-a com as duas mãos. Cuidado para não se machucar. Embora expressem relações semânticas diferentes, as versões de todas as alternativas são adequadas para substituir, no texto, a frase acima destacada, EXCETO a) Cuidado, pois você corre o risco de se machucar. b) Tome cuidado, ou você vai se machucar. c) Tome cuidado se você se machucar. d) Cuidado! Não vá se machucar. 8. Explicar um ato de fala injuntivo, é apresentar uma razão, motivo ou justificativa para a sua realização. A explicação, que aparece sempre depois da injunção, pode ser introduzida ou não por articulador explicativo: que, pois, porque... Como injunção e explicação são dois atos de fala distintos, inclusive com entoações diferentes, recomenda-se registrar uma pausa entre eles: vírgula, ponto e vírgula, dois pontos, travessão, ponto... Venha logo, pois estou com saudades. Injunção explicação Não use remédio vencido: pode fazer-lhe mal. injunção explicação Nas passagens a seguir, retiradas do texto Mão na roda,coloque entre [colchetes] as explicações relacionadas aos comandos apresentados. Em seguida, reescreva as passagens, acrescentando ou eliminando o articulador explicativo. Faça as modificações necessárias. a) Calma, isso não é o fim do mundo. b) Tome cuidado para não se apoiar no carro e sacudi-lo — isso evita acidentes. c) Dependendo da situação, vá logo a um borracheiro. Nunca se sabe quando um outro estepe será necessário. 24 d) Antes de encaixar o macaco no carro, suba-o cerca de um palmo, porque é difícil girar a manivela quando ele está muito baixo. 9. As passagens em destaque nas alternativas estruturam injunções ou comandos apresentados no texto. Identifique a marca linguística de cada um desses comandos, escrevendo, entre parênteses, o número correspondente: (1) verbo no imperativo; (2) elipse do imperativo; (3) verbo no infinitivo; (4) verbo no futuro do presente do indicativo; (5) verbo acompanhado de modalizador de necessidade ou obrigatoriedade. a) ( ) Calma, isso não é o fim do mundo. b) ( ) Para ser bem sucedido, veja as dicas a seguir. c) ( ) O triângulo deve ficar a uns 30 metros de distância do veículo. d) ( ) Depois de firmar o macaco, é hora de soltar os parafusos da roda. e) ( ) Não é preciso usar muita força. Sugestão de respostas 1. a) Veja os organizadores discursivos de tempo e sequenciação destacados em laranja na versão do texto apresentada abaixo. b) A numeração dos parênteses deve ser feita na seguinte ordem: (3) (5) (2) (8) (0) (4) (1) (7) (6). c) A numeração das figuras segue a dos parágrafos, sem o zero, já que o parágrafo inicial do texto não foi ilustrado: (3) (5) (2) (8) (4) (1) (7) (6). Agora veja o texto com parágrafos e figuras devidamente ordenados. TROCA DE PNEU Mão na roda Preste atenção às dicas a seguir e perceba que trocar um pneu não é tão difícil quanto parece Só de imaginar o pneu furado você já entra em desespero? Calma, isso não é o fim do mundo. Sem contar que, atualmente, saber trocar um pneu é até uma questão de segurança. Para ser bem- sucedido, veja as dicas a seguir. Assim que você perceber que o pneu furou, ligue o pisca-alerta e vá devagar até encontrar um lugar seguro, iluminado e com piso firme para estacionar o carro. Ao parar, puxe bem o freio de mão e deixe o carro em primeira marcha. Para evitar acidentes, sinalize bem que você está com problemas. O triângulo deve ficar a 30 metros de distância do veículo. Em diversos países europeus, já é lei que os motoristas usem coletes com faixas refletoras quando estiverem fora de um veículo com problemas, para evitar atropelamentos. Se você tiver um colete desses, vista-o antes de sair do carro. Pegue a chave de roda, o macaco e o estepe — pneu sobressalente — em geral guardados na mala do carro. Com tudo de que precisa em mãos, é hora de começar a troca. 25 Antes de encaixar o macaco no carro, suba-o cerca de um palmo, porque é difícil girar a manivela quando ele está muito baixo. Depois que você o encaixar no local — identificado na lateral da maioria dos veículos com uma seta —, gire a manivela e suba um pouco, até deixar o macaco firme entre o chão e o carro. Não tire o pneu do chão ainda. Caso o seu carro não traga a marcação para encaixe do macaco, saiba que o apoio para o macaco deve ser sempre mais para o centro do veículo, nunca na frente nem na traseira. Caso o pneu vazio seja o traseiro, em veículos de quatro portas, o macaco deve ficar ao lado da porta do passageiro traseiro. Para o pneu dianteiro, ao lado da porta da frente. Depois de firmar o macaco, é hora de soltar os parafusos da roda. Para soltar os parafusos, retire a tampa de proteção da roda, encaixe a chave de roda e tente girar no sentido anti-horário. Se estiver muito duro, use o peso do corpo, pisando na chave. Solte os parafusos, mas não o suficiente para tirá-los ainda. Volte para o macaco e gire a manivela até que o pneu desencoste do chão. Não precisa subir muito. Tome cuidado para não se apoiar no carro e sacudi-lo — isso evita acidentes. Agora, volte aos parafusos e gire-os um a um até que a roda seja solta. Guarde-os para não perder. Quando a roda soltar, puxe-a com as duas mãos. Cuidado para não se machucar. Encaixe o centro da roda do estepe no eixo. Pegue um parafuso, localize uma rosca e aperte-o, no sentido horário ainda com a mão. Um a um coloque os parafusos restantes e aperte-os um pouco com a mão. Depois, desça totalmente o carro que ainda estava levemente suspenso pelo macaco. Com o carro no chão, aperte os parafusos com a chave de roda. Não é preciso usar muita força. Uma boa dica para apertar bem sem fazer força é começar girando um dos parafusos até não conseguir mais. Repita essa operação para todos os parafusos, seguindo o formato de X (veja a imagem ao lado). Repita esta ordem até sentir que eles não giram mais. Pronto! O pneu está trocado. Agora, é só guardar o pneu furado, as ferramentas e o triângulo. Não perca tempo tentando colocar o pneu furado no lugar do estepe. Apenas coloque-o no porta-malas para sair do local o mais rápido possível. Dependendo da situação, vá logo a um borracheiro. Nunca se sabe quando um outro estepe será necessário. PRO TESTE. Rio de Janeiro, ano VI, n.59, p.18-19, jun. 2007. (Grifos nossos.) 2. c. Nessa passagem, a palavra agora quer dizer ‘depois disso’, sem nenhuma referência ao momento em que o locutor se pronuncia. 3. b 4. ...porque é difícil girar a manivela se ele estiver muito baixo. 5. b . Ao empregar o articulador a menos que, deve-se ter o cuidado não só de deslocar a oração introduzida por ele para depois da oração principal, mas também de falar o contrário do que antes se dizia. Assim, se o enunciado original é negativo, o uso de a menos que vai torná-lo positivo, e vice-versa. Observe: Saiba que o apoio para o macaco deve ser sempre mais para o centro do veículo, nunca na frente nem na traseira, a menos que o carro traga outra marcação para encaixe do macaco. 6. d. Nessa passagem, o locutor não dá nenhum comando a seu interlocutor no texto; apenas o informa a respeito de um comando de lei apresentado a europeus. 7. c. Diferentemente das demais alternativas, em que o locutor alerta para que o interlocutor evite se machucar, em c ele lembra ao interlocutor que tome os cuidados necessários após ter se machucado. 8. a) Calma, [isso não é o fim do mundo]. Calma, que (pois, porque) isso não é o fim do mundo. b) Tome cuidado para não se apoiar no carro e sacudi-lo [— isso evita acidentes]. Tome cuidado para não se apoiar no carro e sacudi-lo, que (pois, porque) isso evita acidentes. c) Dependendo da situação, vá 26 logo a um borracheiro. [Nunca se sabe quando um outro estepe será necessário]. Dependendo da situação, vá logo a um borracheiro, pois (porque) nunca se sabe quando um outro estepe será necessário. d) Antes de encaixar o macaco no carro, suba-o cerca de um palmo, [porque é difícil girar a manivela quando ele está muito baixo]. Antes de encaixar o macaco no carro, suba-o cerca de um palmo: é difícil girar a manivela quando ele está muito baixo. 9. (2) (1) (5) (5) (5) O imperativo no português padrãoO imperativo no português padrãoO imperativo no português padrãoO imperativo no português padrão A essa altura, você, sem dúvida alguma, sabe reconhecer verbos no modo imperativo, a forma verbal mais característica das injunções. Sabe também formá-lo? No português padrão (PP), o imperativo afirmativo das pessoas tu/vós deriva do presente do indicativo sem o –s final: tu amas � AMA tu tu bebes � BEBE tu tu partes � PARTE tu vós amais � AMAI vós vós bebeis � BEBEI vós vós partis � PARTI vós Jáo imperativo afirmativo correspondente às pessoas você/vocês e todas as formas do imperativo negativo são emprestadas do presente do subjuntivo. Usado como imperativo, o subjuntivo ocorre sem os articuladores que, se, quando ou similares. que você ame � AME você que você beba � BEBA você que você parta � PARTA você que vocês amem � AMEM vocês que vocês bebam � BEBAM vocês que vocês partam � PARTAM vocês que tu não ames � NÃO AMES tu que tu não bebas � NÃO BEBAS tu que tu não partas � NÃO PARTAS tu que você não ame � NÃO AME você que você não beba � NÃO BEBA você que você não parta � NÃO PARTA você que vós não ameis � NÃO AMEIS vós que vós não bebais � NÃO BEBAIS vós que vós não partais � NÃO PARTAIS vós que vocês não amem � NÃO AMEM vocês que vocês não bebam � NÃO BEBAM vocês que vocês não partam � NÃO PARTAM vocês 27 No português não padrão (PNP), é frequente a mistura das formas tu e você na representação do interlocutor. Frases como “Abaixa esse som e me responde: você sabe onde está a sua mãe?, em que o locutor trata o seu interlocutor ora por tu (Abaixa, responde), ora por você (você, sabe, sua), não causa estranhamento a nenhum brasileiro, especialmente se usada em situações informais do dia-a-dia. No português padrão (PP), porém, recomenda-se não misturar as formas de tratamento do interlocutor: “Abaixa esse som e me responde: tu sabes onde está a tua mãe?” ou “Abaixe esse som e me responda: você sabe onde está a sua mãe?” Atividade 8 Leia o texto a seguir e responda às questões propostas. VIDE VERSO MEU ENDEREÇO Falado: Seu Gervásio, se o doutor José Aparecido aparecer por aqui, o senhor dá esse bilhete a ele, viu? Pode ler, não tem segredo nenhum. Pode ler, seu Gervásio. Venho por meio dessas mal traçadas linhas Comunicar-lhe que fiz um samba pra você No qual quero expressar toda minha gratidão E agradecer de coração tudo o que você me fez. Com o dinheiro que um dia você me deu Comprei uma cadeira lá na Praça da Bandeira Ali vou me defendendo Pegando firme, dá pra tirá mais de mil por mês. Casei, comprei uma casinha lá no Ermelindo Tenho três filhos lindos, dois são meus, um é de criação. Eu tinha mais coisas pra lhe contar Mas vou deixar pra uma outra ocasião. Não repare a letra, a letra é de minha mulher. Vide verso meu endereço, apareça quando quiser. Adoniran Barbosa. CD "Adoniran Barbosa-1975", remasterizado EMI, 1994. 1. (Unifesp - Adaptação) I. O locutor afirma que o samba é uma forma de agradecimento ao doutor José Aparecido, pelo que este lhe fez. Por não haver referências a uma eventual cobrança do dinheiro, vê-se que se trata de um autêntico gesto de solidariedade. II. A insistência do locutor em falar sobre sua vida, descrevendo-a muito positivamente, é uma tentativa de sobrepor-se ao doutor José Aparecido, que lhe é socialmente superior. III. É flagrante a diferença de tratamento que o locutor dá a Gervásio e a José Aparecido: o primeiro é displicentemente chamado de seu Gervásio; o segundo, respeitosamente, de doutor José Aparecido. Está CORRETO apenas o que se afirma em a) I. b) II. c) III. d) I e II. e) I e III. Adoniran Barbosa. < http://www.cifras.com.br/arquivos/artistas/adoniran- barbosa.jpg> Acesso em 6 mar. 2009. 28 2. (Unifesp - Adaptação) A expressão "vide verso" significa "ver no verso". Se mantivesse a forma de tratamento que deu ao doutor José Aparecido, o locutor escreveria a) Vê no verso meu endereço, aparece quando quiser. b) Vejas no verso meu endereço, aparece quando quiser. c) Vês no verso meu endereço, apareça quando quiser. d) Vejai no verso meu endereço, aparecei quando quiser. e) Veja no verso meu endereço, apareça quando quiser. Sugestão de respostas 1. a 2. e Produzindo discurso injuntivoProduzindo discurso injuntivoProduzindo discurso injuntivoProduzindo discurso injuntivo Você deve ter percebido que há muitas formas de controlar o comportamento do outro por meio de injunções: sedução, tentação, intimidação sutil podem esconder-se por trás das palavras. E podem ser tão sutis que nem nos damos conta de que estão lá. Anúncios publicitários, textos de aconselhamento, manuais de instrução, guias de comportamento, regulamentos, leis, todos esses gêneros textuais, presentes em nosso cotidiano, fazem uso de do discurso injuntivo. Saber interpretar e produzir textos injuntivos, adequando-os à situação comunicativa é uma competência necessária ao uso da linguagem na vida social. Atividade 9 Reescreva o texto a seguir como dicas a seus colegas de escola: que registro usar para falar com eles? Considere também que seu texto vai integrar o jornal mural da escola: que recursos gráficos explorar? Como diagramar e ilustrar o texto? Comunicado de imprensa Dicas da PRO TESTE na volta às aulas Saiba como escolher material escolar, uniforme, livros didáticos e transporte escolar sem comprometer o orçamento. Nessa volta às aulas, a Associação de Consumidores PRO TESTE dá dicas para que os gastos com material escolar, livros didáticos, uniforme e transporte escolar pesem menos no orçamento familiar. As sugestões se referem à qualidade, segurança, preço e condições de pagamento. Uniforme - As escolas não podem obrigar os pais a comprar o uniforme no próprio estabelecimento de ensino. Ou indicar uma determinada loja para a compra do uniforme, se o mercado em geral comercializar o produto. Além disso, a escola deve informar qual o modelo de uniforme utilizado, assim como os locais onde pode ser adquirido. O fornecimento exclusivamente pela escola é considerado venda casada, o que é proibido por lei. Material Escolar – Os pais devem pesquisar os preços em diversos pontos de vendas, como papelarias, depósitos, lojas de departamentos, entre outros. O material da "moda" ou o mais sofisticado nem sempre é o de melhor qualidade ou de melhor preço, por isso é melhor não levar os filhos na hora da compra, para 29 evitar “pressões”. Na impossibilidade de comprar cada item em estabelecimentos diferentes, a saída é pesquisar a lista como um todo. Antes de comprar, deve-se verificar quais os produtos do ano anterior, em bom estado, podem ser reaproveitados. A escola não pode exigir a aquisição de produtos de uma determinada marca ou local específico. Livros Didáticos – Normalmente, custam mais do que todos os demais itens do material escolar. Portanto, é importante comparar preços em mais de uma livraria. Os pais não são obrigados a comprar os livros na escola, nem na livraria indicada. Transporte Escolar – É o item mais relevante em termos de segurança dos alunos e pais. Além de exigir a apresentação do alvará de circulação, os pais devem avaliar as condições de conservação e segurança do veículo, pedir referências e orientar as crianças para prestarem atenção à conduta do motorista no trânsito. E, obviamente, ler com cuidado cada item do contrato e das condições de pagamento. Preço e condições - A PRO TESTE sugere que, na hora da compra, se avalie a qualidade, o preço e as condições de pagamento de produtos similares, que também atendam às necessidades escolares, com economia. Produtos com características de brinquedos podem distrair a atenção da criança, prejudicando o seu desempenho. O material escolar é instrumento de trabalho para o aprendizado, portanto deve ser adequado à finalidade a que se destina. Itens do Material Na escolha dos cadernos, é importante avaliar a impressão das linhas e margens, e se não há dobraduras ou rugas. Cadernos de capa dura são mais resistentes, mesmoque mais caros. Nas réguas, esquadros e compassos, deve-se conferir se a escala e os números são legíveis, e se não há rebarbas, lascas ou ferrugem. As borrachas têm de ser apropriadas a lápis ou canetas. Deve-se evitar as coloridas, de formatos diferentes e com aromas, que podem induzir as crianças mais novas a comê-las. O apontador não deve apresentar manchas nem sinais de ferrugem. Deve ser testado antes de comprar. O lápis mais adequado para a escrita é o número 2. Ele não deve ter amassados, lascas ou ranhuras. Na compra da caneta, a carga de tinta deve estar completa, e sem vazamentos. Também é aconselhável experimentar o produto. Massas para modelar, giz de cera, cola, tintas têm de ser atóxicos. Para isso, é preciso ler atentamente a composição do produto, bem como as instruções ou recomendações de uso e a facilidade de limpeza (mãos, cabelos, roupas, toalhas etc.). Concluída a seleção do material, vale a pena negociar desconto ou melhores condições de pagamento. E exigir sempre a nota fiscal, tíquete do caixa ou cupom do ponto de venda (CPV), pois são fundamentais se houver necessidade de troca. Mais informações: Assessoria de Imprensa da PRO TESTE Jornalista responsável: Vera Lúcia Ramos e Rafael Ramalho (Estagiário) Telefones (11) 5085- 3590 ou (21) 9419- 8852 Disponível em: <http://www.proteste.org.br/map/src/457291.htm> Acesso em: 3 mar. 2009. Comentário Produção pessoal de texto. Espera-se que você elabore um texto sintético, com comandos diretos, redigidos em linguagem adequada ao destinatário previsto (seus colegas) e ao suporte (o jornal mural da escola). Observe que, no texto original, o locutor-enunciador é a revista Pro Teste, uma publicação de defesa do consumidor, e o destinatário previsto são os pais. Ao refazer o texto, você terá de pensar nos novos interlocutores: você, que poderá falar em seu próprio nome ou em nome, por exemplo, do grêmio da escola; e seus colegas, que vão ler o mural. Nessa nova situação comunicativa, você terá liberdade de usar uma variedade coloquial de linguagem, um tom descontraído e simpático, que favoreça a identificação entre você, o locutor do texto, e seus interlocutores. Mas atenção: escolhido um tom e estilo, é importante mantê-lo em todo o texto. É o que se chama de coerência estilística. É também interessante manter os intertítulos Uniforme, Material escolar, Livros didáticos, Transporte Escolar, Preço e condições, Itens do material: seu uso facilita a organização das informações e, consequentemente, a leitura. Dois exemplos para você compreender melhor: 1. Uniforme Não aceite imposições na compra do uniforme. Exija que a escola informe o modelo e dê opções de lojas onde pode ser adquirido. Saiba que é contra a lei a escola ter exclusividade na venda do produto. 2. Uniforme Fique esperto na hora de comprar seu uniforme. Peça à escola a descrição do modelo e as opções de lojas onde pode ser adquirido. E nada de aceitar a imposição de compra na própria escola: é contra a lei. 30 Atividade 10 Faça uma pesquisa na Internet sobre o Ceará e cada um dos ícones desse estado presentes no anúncio da atividade 2. Depois, escreva um folheto ou fôlder turístico, incitando jovens como você a conhecer esse estado do Nordeste brasileiro. Lembre-se: a intenção é que você produza não só o texto, mas todo o folheto, com fotos inclusive. Comentário Produção pessoal de texto. Fôlder, folheto ou prospecto é um impresso constituído de uma única folha de papel com dobras, em que é possível colocar informações e imagens de uma mensagem publicitária. Frequentemente combina passagens descritivas, expositivas e injuntivas. Para coletar informações sobre o Ceará, você pode consultar diferentes guias turísticos, bem como os links a seguir, entre outros. < http://www.guiace.com.br/> < http://www.canoaquebrada.net/> <http://www.guiademidia.com.br/cidades/ceara.htm> < http://www.guiademidia.com.br/acessar3.htm?http://www.padrecicero.com.br/> Metacognição: refletindo sobre sua aprendizagem Metacognição: refletindo sobre sua aprendizagem Metacognição: refletindo sobre sua aprendizagem Metacognição: refletindo sobre sua aprendizagem Você foi escolhido por seu professor para fazer uma exposição oral sobre o discurso injuntivo e seus gêneros a seus colegas de turma. Produza um esquema sobre o tema para apoiar sua exposição. Comentário Produção pessoal de texto. Um esquema é um gênero de texto que se organiza em tópicos, subtópicos e explicações curtas que permitam ao leitor ter uma visão global dos pontos mais importantes de um tema e das relações entre esses pontos. Sugerimos que você releia o módulo e faça anotações sobre os principais conceitos e classificações apresentados. Em seguida, releia suas anotações, procurando sintetizar as informações essenciais e organizá-las visualmente de forma a favorecer a compreensão do leitor. O que você colocar no esquema deve ser suficiente para ajudá-lo a lembrar-se do que terá de explicar, da ordem em que deve dar as explicações e do objetivo de sua fala. Para enriquecer seu material de apoio, você pode também apresentar e comentar um exemplo de texto injuntivo. Para Para Para Para se divertirse divertirse divertirse divertir COMO FAZER UM FILME DE AMOR: um manual romântico e divertido. Dir. José Roberto Torero. Brasil, 2004. Comédia com Denise Fraga, Cássio Gabus Mendes e Marisa Orth. Todos os clichês, truques e golpes baixos necessários para fazer um filme de amor são aí apresentados, em discurso injuntivo, por Paulo José. Confira!
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