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EM Modulo 7 O discurso injuntivo

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Ângela Maria da Silva Souto 
Vilma de Sousa 
 
Como fazer? 
O discurso injuntivo 
 
Nível: Ensino Médio Série: 2ª 
Eixo temático I: Compreensão e produção de textos 
Tema I: Gêneros (injuntivos) 
Competência: Compreender e produzir textos (injuntivos), orais ou escritos, de diferentes gêneros. 
Subtemas: Operações de contextualização, tematização, enunciação e textualização do discurso 
injuntivo 
Tópicos e subtópicos de conteúdo da proposta curricular: 
1. Contexto de produção, circulação e recepção de textos 
3. Organização temática 
4. Seleção lexical e efeitos de sentido 
5. Signos não verbais 
6. Vozes do discurso 
13. Textualização do discurso injuntivo 
 
 
 
SEEMG 
 
2009 
2 
 
O que é discurso injuntivo? O que é discurso injuntivo? O que é discurso injuntivo? O que é discurso injuntivo? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
Você acabou de ler fragmentos de textos de diversos gêneros, retirados de suportes 
distintos. Apesar de tratarem de temas diferentes, esses três textos têm algo em comum: 
dizem o que devemos saber e fazer para alcançar um objetivo. Uma voz segura e sábia 
parece conversar com cada leitor em particular, procurando mostrar-lhe “o caminho das 
pedras”. A propósito, você sabe o quer dizer essa expressão e qual a sua origem? 
 
Usamos a linguagem para influenciar pessoas e mudar contextos. Entre os vários tipos de 
discurso, um é especialmente direcionado para mostrar ao interlocutor como agir para 
atingir determinado objetivo. É o discurso injuntivo. O sentido básico dessa palavra, que 
pode não lhe ser muito familiar, está no campo do dever — dever fazer, dever ser. Dever 
que pode se traduzir como ordem a ser cumprida, como procedimentos necessários à 
execução de uma ação, como convite sedutor ou conselho amigável. 
 
Vivemos em um mundo de especialistas e consultores. Até mesmo tarefas que 
tradicionalmente eram desempenhadas com base na tradição e no saber intuitivo agora são 
ensinadas em cursos ou em livros de autoajuda. O discurso injuntivo, atualmente muito 
frequente em textos das mais diversas áreas — direito, educação, publicidade, jornalismo, 
negócios — revela uma tendência marcante em nossa sociedade: o desejo de 
homogeneizar e controlar comportamentos. 
 
Neste módulo, ao refletir sobre o discurso injuntivo, você terá oportunidade de 
• identificar situações comunicativas e gêneros em que o discurso injuntivo é empregado; 
• reconhecer o objetivo comunicativo e a organização do discurso injuntivo em textos 
apresentados; 
• interpretar efeitos de sentido decorrentes de variedades linguísticas e estilísticas em 
textos apresentados; 
• distinguir diferentes tipos de discurso injuntivo em textos apresentados; 
• reconhecer interlocutores e vozes sociais de textos injuntivos, suas formas de 
representação e os efeitos de sentido dessas representações; 
• reconhecer e utilizar, em textos injuntivos, estratégias para convencer ou persuadir o 
interlocutor; 
• reconhecer e usar marcas linguísticas do discurso injuntivo; 
• Integrar informação verbal e não verbal na compreensão e na produção de textos 
injuntivos; 
• produzir textos injuntivos adequados ao gênero, ao suporte, ao destinatário e ao objetivo 
da interação. 
 
Atividade 1 
 
1. a) Pesquise, em um dicionário ou na Internet, a origem e o significado da expressão 
“caminho das pedras”. 
b) Que outras expressões populares têm sentido semelhante? 
c) Qual a relação entre o sentido dessas expressões e o objetivo comunicativo do 
discurso injuntivo? 
4 
2. Para cada um dos fragmentos de texto anteriormente apresentados, responda: 
a) O que corresponde ao “caminho das pedras”? 
b) Que objetivo a ser alcançado estaria no final desse caminho? 
c) Que palavra ou expressão anuncia que serão apresentados comandos para se 
atingir esse objetivo? 
 
3. Infira o gênero desses textos e o suporte em que cada um deles terá circulado 
originalmente. 
Sugestão de respostas 
1. O dicionário Houaiss de Língua Portuguesa apresenta, no verbete caminho, a seguinte explicação para a 
expressão caminho das pedras: “meio pelo qual se pode chegar com mais rapidez, proveito ou vantagem, 
a um lugar ou a um objetivo desejado, e que supostamente só é conhecido pelos mais experientes ou 
espertos”. As expressões populares o pulo do gato e o mapa do tesouro têm significado semelhante. O 
objetivo comunicativo do texto injuntivo é exatamente ensinar ao destinatário previsto o melhor caminho a 
seguir para atingir determinado objetivo, isto é, ensinar-lhe o caminho das pedras. 
2. No texto 1 (Dicas para o preparo de um bom café), o caminho das pedras corresponde ao passo-a-
passo da receita de preparação de um bom café, objetivo a ser alcançado. A palavra dicas, que aparece 
no título, anuncia que serão dados comandos sobre o que fazer. No texto 2 (Alimentação saudável), o 
objetivo a ser atingido é a alimentação saudável e o meio para atingi-lo, ou seja, o caminho das pedras, é 
a combinação adequada de frutas, legumes e verduras. A palavra como anuncia que serão dadas 
instruções detalhadas sobre como fazer essa combinação. No texto 3 (Como usar seu tempo), as 
palavras como e medidas anunciam que o locutor vai apresentar ao leitor instruções ou conselhos 
detalhados do que fazer para atingir o objetivo: utilizar o tempo de maneira mais eficaz. 
3. Texto 1 — Gênero: Receita culinária. Suporte: Embalagem de café (embalagem do café Três Corações 
Tradicional). Texto 2 — Gênero: cartilha educativa (capa). Suporte: revista. Texto 3 — Gênero: Sumário. 
A chamada do sumário (Conheça algumas medidas eficazes para aproveitar melhor o seu dia) anuncia a 
reportagem de capa de uma revista (Como usar seu tempo) na p. 52. Suporte: revista semanal de 
variedades (ISTOÉ. São Paulo, ano 32, n.2046, p.20, 28 jan. 2009). 
 
Saber, podSaber, podSaber, podSaber, poder e sedução er e sedução er e sedução er e sedução 
 
 
Discursos injuntivos pretendem levar o destinatário a 
realizar determinada ação. Não é por acaso que, em 
muitos deles, o destinatário aparece representado no 
texto como alocutário, isto é, como a segunda pessoa 
do discurso: você/vocês ou tu/vós. É a essa segunda 
pessoa que o locutor se dirige para indicar não só o que 
fazer (ação desejada ou requerida), mas também como 
fazer (comandos para realizar a ação). Daí a frequência 
dos imperativos, que podem ter o valor de ordens 
inquestionáveis, instruções obrigatórias, conselhos, 
sugestões, convites. 
 
Nos textos injuntivos, o locutor assume um papel de 
superioridade em relação ao interlocutor: ele sabe ou 
parece saber mais sobre aquilo que pretende ensinar ao 
destinatário. Este, em geral, está ciente dessa intenção 
e é a ela receptivo: sabe que será levado a atingir um 
objetivo desejado ou necessário, por meio da execução 
dos comandos dados pelo locutor. 
5 
Mas o que torna uma injunção digna de crédito? 
 
O discurso injuntivo pressupõe um enunciador que detém um saber e um poder para dizer 
o que diz, e um destinatário que reconhece esse saber e esse poder. A receita de um 
médico, por exemplo, tem a força de um saber—poder, que coloca o paciente na situação 
de acreditar em suas recomendações e segui-las; a sentença de um juiz no tribunal institui 
um estado de coisas inquestionável — a inocência ou a culpa do réu perante a lei; a palavra 
de um pastor tem força de verdade para os fiéis que acreditam na doutrina. Muitas vezes, 
basta o prestígio alcançado por uma pessoa na mídia para revestir de crédito o seu 
discurso.Assim, achamos natural que um atleta famoso anuncie remédios e suplementos 
alimentares ou que uma atriz venda qualquer produto ou serviço. 
 
Atividade 2 
 
1. A reprodução ao lado corresponde à primeira página de um anúncio publicitário, gênero 
em que as imagens têm grande importância. Considerando os ícones em destaque, o 
que o anúncio estaria “vendendo” aos leitores da revista? Justifique sua resposta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
2. A questão a seguir se baseia na segunda página desse mesmo anúncio, abaixo 
reproduzida. 
 
 
7 
Todas as alternativas interpretam, de forma adequada, o efeito de estratégias 
discursivas usadas no anúncio, EXCETO 
a) A logomarca mostra que o locutor está falando em nome de um órgão do governo e 
que, portanto, detém poder e conhecimento para dizer o que diz. 
b) A representação do interlocutor por você e o uso de injunções diretas com verbos no 
imperativo (Venha, Viva) dão ao discurso um tom de intimidação. 
c) A principal estratégia do locutor é a sedução, sintetizada pela foto, pelo slogan Viva 
essa alegria e pela frase inicial do texto: Venha viver muitas emoções num único 
lugar. 
d) O destaque dado no anúncio ao quase eterno verão e aos contrastes procura tornar 
o Ceará um destino atraente para turistas com diferentes estilos e preferências. 
Sugestão de respostas 
1. A imagem “vende” o Ceará como lugar turístico. São ícones inconfundíveis desse estado, no anúncio, a 
Ponte dos Ingleses, na Praia de Iracema; o Teatro José de Alencar, em Fortaleza; a Estátua de Iracema, 
na Praia de Mucuripe; a Coluna da Hora, na Praça do Ferreira, também na capital cearense; a estátua do 
Memorial Padre Cícero, em Juazeiro do Norte; a praia de Canoa Quebrada e seus vários esportes 
náuticos. 
2. b. Não há intimidação no anúncio, mas tentativa de sedução do destinatário-leitor. A imagem, que conota 
alegria, felicidade, beleza, movimento, é um convite ao leitor a participar de tudo o que o Ceará pode 
oferecer-lhe. 
 
Comandos em muitos tonsComandos em muitos tonsComandos em muitos tonsComandos em muitos tons 
 
Alguns textos injuntivos orientam a execução de tarefas; outros aconselham ou exortam à 
ação; outros ainda regulamentam práticas sociais desejáveis, adequadas ou obrigatórias. O 
objetivo da injunção, portanto, pode variar do instrucional-pedagógico ao prescritivo-
normativo, passando por diferentes modulações de aconselhamento, convite e sedução. 
Em suma, o tom da injunção, a busca de objetividade ou subjetividade, a presença ou não 
de justificativa para algum comando, o grau de proximidade do locutor com o destinatário 
previsto, o nível de registro variam de acordo com o objetivo comunicativo e o gênero 
textual. 
 
Atividade 3 
 
Junto com um colega, leia os textos a seguir e responda às questões propostas. 
Texto 1 
CAPÍTULO V 
Das Práticas Comerciais 
[...] 
Seção V 
Da Cobrança de Dívidas 
Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a 
ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça. 
Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição 
do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção 
monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável. 
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990. São Paulo: PROCON-SP, 1999. p.25. (Fragmento) 
8 
Texto 2 
 
25 GVT. Unique: conheça os benefícios que só um cliente GVT pode ter. p.20. (Fragmento) 
Texto 3 
 
PEREIRA, Regina Célia. A dieta dos 7. São Paulo: Abril, 2008. p. 28. (Saúde é vital) (Fragmento) 
 
9 
Texto 4 
 
CONTRACAPA de talonário de cheque especial da Caixa Econômica Federal — CEF, em 2008. 
 
1. É possível agrupar os textos injuntivos em três categorias básicas: 
(a) textos instrucionais-programadores, cujo objetivo é ensinar a fazer algo; 
(b) textos reguladores prescritivos, cuja finalidade é obrigar alguém a fazer algo, de 
modo a evitar uma sanção ou punição; 
(c) textos de conselho, cujo propósito é aconselhar alguém a fazer alguma coisa. 
Classifique os textos de 1a 4, escrevendo entre parênteses, o número ou números 
correspondentes às categorias descritas acima. 
( ) Texto 1 
( ) Texto 2 
( ) Texto 3 
( ) Texto 4 
 
2. O discurso injuntivo frequentemente representa os interlocutores por meio de dêiticos, 
isto é, de formas pronominais e/ou verbais de 1ª pessoa (quem fala ou locutor) ou de 2ª 
pessoa (com quem se fala ou alocutário). Pode, também, a depender da intenção do 
locutor-enunciador, fazer uma representação indireta, por meio de formas que indicam o 
locutor e/ou o destinatário não como as pessoas da interação, mas como alguém de 
quem se fala, que é referido na conversa dos interlocutores. Pode, ainda, faltar ao 
discurso injuntivo a representação de um dos interlocutores. 
Orientando-se pelos próprios textos e pelas informações da última coluna, identifique o 
par de interlocutores de cada texto e as formas como foram aí representados. O sinal Ø 
indica ausência de formas para representar o locutor e/ou o destinatário no texto. 
Como os interlocutores foram representados nos textos? 
 
Quem são os interlocutores 
dos textos? Formas Tipo 
Locutor-enunciador: Ø Sem representação linguística 
Te
x
to
 
1 
Destinatário-enunciatário: 
 Representação indireta por substantivo ou 
equivalente como alguém de quem se fala 
 
10 
Como os interlocutores foram representados nos textos? 
 
Quem são os interlocutores 
dos textos? Formas Tipo 
Locutor-enunciador: 
 Representação indireta por substantivo ou 
equivalente como alguém de quem se fala 
 
Representação direta por dêiticos 
(pronomes e/ou verbos) de 2ª pessoa 
(com quem se fala) Te
x
to
 
2 Destinatário-enunciatário: 
 
Representação direta por dêiticos 
(pronomes e/ou verbos) de 1ª pessoa do 
singular (quem fala) 
Locutor-enunciador: 
 
Representação direta por dêiticos 
(pronomes e/ou verbos) de 1ª pessoa do 
plural 
 
Representação direta por dêiticos 
(pronomes e/ou verbos) de 1ª pessoa do 
plural Te
x
to
 
3 Destinatário-enunciatário: 
 
Representação direta por dêiticos 
(pronomes e/ou verbos) de 2ª pessoa 
(com quem se fala) 
Locutor-enunciador: 
 Representação indireta por substantivo ou 
equivalente como alguém de quem se fala 
 
Representação direta por dêiticos 
(pronomes e/ou verbos) de 2ª pessoa 
(com quem se fala) Te
x
to
 
4 Destinatário-enunciatário: 
 Representação indireta por substantivo ou 
equivalente como alguém de quem se fala 
3. No texto 1, não foram usados dêiticos de pessoa para representar os interlocutores. 
Qual é o efeito de sentido dessa ausência de dêiticos? 
4. No texto 2, qual é o efeito de sentido da representação do destinatário por formas da 1ª 
pessoa do singular? 
5. Reescreva o texto 2, eliminando, na medida do possível, todos os dêiticos de pessoa, 
de modo a despersonalizar ao máximo a situação comunicativa. Depois, responda: qual 
é o efeito de sentido dessa despersonalização? 
6. Qual dos textos busca mais efeitos de proximidade e identificação com o destinatário 
previsto? Justifique sua resposta. 
7. No texto 3, além do locutor, outros enunciadores ou vozes sociais expressam seu ponto 
de vista sobre o tema, mas o fazem indiretamente, através da voz do locutor. 
a) Identifique essas vozes sociais que se expressam na voz do locutor do texto 3. 
b) Como o locutor introduz o discurso desses outros enunciadores no seu próprio 
discurso? 
c) Qual seria a intenção do locutor ao introduzirno seu discurso essas outras vozes? 
8. Qual é a importância de o locutor-enunciador do texto 4 referir-se a si mesmo como A 
CAIXA? 
9. Em cada uma das alternativas, citamos e reescrevemos passagens de alguns dos 
textos apresentados. Comente o efeito de sentido das alterações realizadas e sua 
adequação ao gênero de cada texto. 
11 
a) Versão original (texto 1) 
Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a 
ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça. 
Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição 
do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de 
correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável. 
Versão modificada 
Art. 42. Na cobrança de débitos, não exponha o consumidor inadimplente a ridículo, 
nem o submeta a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça. 
Parágrafo único. Reconheça ao consumidor cobrado em quantia indevida o direito à 
repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que ele pagou em excesso, 
acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável. 
b) Versão original (texto 4) 
Lembre-se de que a emissão de cheques sem provisão de fundos pode acarretar a 
inclusão do nome do titular no Cadastro de Emitentes de Cheques Sem Fundos — 
CCF. Além disso, o titular estará sujeito ao pagamento de tarifas das taxas de 
serviços estabelecidos na Regulamentação do Serviço de Compensação de 
Cheques e Outros Papéis, e ao encerramento de sua conta. 
Versão modificada 
Lembre-se de que a emissão de cheques sem fundo pode acarretar a inclusão do 
seu nome, caso seja o titular da conta, no Cadastro de Emitentes de Cheques Sem 
Fundos — CCF. Além disso, você estará sujeito ao pagamento de tarifas das taxas 
de serviços estabelecidos na Regulamentação do Serviço de Compensação de 
Cheques e Outros Papéis, e ao encerramento de sua conta. 
Sugestão de respostas 
1. (b) Texto 1 (a) Texto 2 
(c) Texto 3 (b)Texto 4 
2. Veja o quadro a seguir. 
Como os interlocutores foram representados nos textos? 
 
Quem são os 
interlocutores 
dos textos? Formas Tipo 
Locutor-enunciador: 
O Estado brasileiro 
• Ø Sem representação linguística 
Te
x
to
 
1 
Destinatário-enunciatário: 
Consumidores e fornecedores 
• o consumidor Representação indireta por substantivo ou 
equivalente como alguém de quem se fala 
Locutor-enunciador: 
A instituição da GVT 
• linha GVT, Secretária GVT Representação indireta por substantivo ou 
equivalente como alguém de quem se fala 
• você, você mesmo, seu, sua 
• conheça, verifique, pode, tem, 
consegue 
Representação direta por dêiticos 
(pronomes e/ou verbos) de 2ª pessoa 
(com quem se fala) Te
x
to
 
2 
Destinatário-enunciatário: 
O cliente da GVT 
• devo fazer, não recebo 
Representação direta por dêiticos 
(pronomes e/ou verbos) de 1ª pessoa do 
singular (quem fala) 
 
12 
Como os interlocutores foram representados nos textos? 
 
Quem são os 
interlocutores 
dos textos? Formas Tipo 
Locutor-enunciador: 
Locutora-autora do texto 
• nós, nossas 
Representação direta por dêiticos 
(pronomes e/ou verbos) de 1ª pessoa do 
plural 
• nós, nossas 
Representação direta por dêiticos 
(pronomes e/ou verbos) de 1ª pessoa do 
plural Te
x
to
 
3 
Destinatário-enunciatário: 
Leitor do texto 
• te 
• apele, prepare 
Representação direta por dêiticos 
(pronomes e/ou verbos) de 2ª pessoa 
(com quem se fala) 
Locutor-enunciador: 
A instituição Caixa Econômica 
Federal — CEF 
• A CAIXA Representação indireta por substantivo ou 
equivalente como alguém de quem se fala 
• você, sua 
• guarde, comunique, preencha, 
lembre-se 
Representação direta por dêiticos 
(pronomes e/ou verbos) de 2ª pessoa 
(com quem se fala) T
ex
to
 
4 
Destinatário-enunciatário: 
O cliente da Caixa 
• o titular Representação indireta por substantivo ou 
equivalente como alguém de quem se fala 
3. O não uso de dêiticos de pessoa provoca os efeitos de despersonalização (tanto o enunciador quanto o 
enunciatário são genéricos), distanciamento e objetividade, como convém a um discurso de lei, que deve 
aplicar-se a todos, indistintamente. 
4. O que devo fazer? Não recebo ligações. Nessa passagem, a representação do destinatário (o cliente da 
GVT) por formas da 1ª pessoa do singular resulta na encenação de um possível diálogo desse cliente 
consigo mesmo, ao seguir as recomendações do locutor do texto (a GVT). 
5. Há várias reescritas possíveis. Veja a sugestão a seguir. 
MANEIRAS SIMPLES DE SOLUCIONAR PROBLEMAS DE TELEFONE 
Se a linha apresentar problema, há procedimentos simples de reparo que 
qualquer pessoa pode fazer. 
O QUE ESTÁ 
OCORRENDO? O QUE SE DEVE FAZER? 
• Verificar se o aparelho está fora do gancho, especialmente no caso de 
haver extensão telefônica. 
• Verificar se o aparelho está corretamente ligado à tomada telefônica de voz. 
• Verificar as conexões do aparelho telefônica e a tomada telefônica. 
• Verificar as condições e as configurações do equipamento (aparelho 
telefônico, central telefônica) ligado na linha GVT. 
NÃO 
RECEBIMENTO 
DE 
LIGAÇÕES 
• Verificar se existem mensagens eletrônicas não ouvidas no serviço 
Secretária GVT. É possível efetuar e receber chamadas telefônicas 
normalmente, mesmo com o tom diferenciado de ocupado. 
A despersonalização do destinatário, que deixou de ser representado no texto por meio de dêiticos, 
provoca distanciamento: perde-se o tom de intimidade e familiaridade entre os interlocutores. 
6. Trata-se do texto 3 (Jabuticaba), devido ao registro informal usado pelo locutor. Com esse registro, o 
locutor dá à sua fala o tom de conversa amigável, ignorando a distância que separa um especialista de um 
13 
leigo: interpela o destinatário com interrogações diretas (“Roxa? Azulada? Preta?”); busca sua 
cumplicidade, representando-se junto com ele por meio de formas da 1ª pessoa do plural (“Cá, entre nós”, 
“nossas artérias”, “nossa pequena”; mistura os tratamentos tu e você ao dirigir-se a ele (“Se ela não te 
apetece, apele para o liquidificador e prepare um delicioso suco”); emprega expressões bastante 
coloquiais (“um mix pra lá de nutritivo”, “não desprezar nadica da fruta”, “nossa pequena”); faz 
exclamações enfáticas (“...a jabuticaba ganha até da uva!”) e entoação de suspense (“a jabuticaba tem cor 
de... jabuticaba.”), o que caracteriza uma fala viva e descontraída. 
7. a) As vozes sociais que se expressam na fala do locutor são o que ele chamou, no texto, de 
“especialistas” , provavelmente os mesmos que realizaram um “estudo da Universidade Federal de 
Campinas, a Unicamp”. b) O locutor recorre ao discurso indireto, por meio do qual indica o enunciador 
(pessoa ou instituição) responsável pela informação que passa ao destinatário: “Para não perder tantas 
riquezas, a dica dos especialistas é não desprezar nadica da fruta. Não vale cuspir a casca.”, “Segundo 
um estudo da Universidade Estadual de Campinas, a Unicamp, nossa pequena contém 314 mililitros 
por grama e o fruto da videira só 227”. c) Dessa forma, o locutor respalda o que diz no que dizem 
especialistas. Ao mesmo tempo em que a informação ganha cunho de “científica”, o locutor se resguarda, 
ou seja, deixa de ser o responsável último pela veracidade do que informa ao leitor. 
8. Ao dizer “A CAIXA”, em vez de “eu”, o locutor se identifica como uma instituição que tem reconhecimento 
legal de dizer o que diz, inclusive de penalizar clientes infratores. Ao mesmo tempo, A CAIXA é uma forma 
mais curta e simpática do que A CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, o que por sua vez permite ao locutor 
manter certa proximidade com o destinatário, o que é reforçado pelo tratamento você que lhe atribui.9. a) Diferentemente do que ocorre na versão original, em que o locutor do Código fala tanto a consumidores 
quanto a fornecedores, na versão modificada, em que o imperativo entrou substituindo as formas verbais 
antes utilizadas, o locutor fala exclusivamente ao fornecedor, o que altera substancialmente o Código. Ao 
contrário do que ocorre em outros gêneros, leis, estatutos e afins devem preferir a fala menos 
personalizada, exatamente por seu caráter genérico ou universal. b) Na versão modificada, a identificação 
explícita do alocutário você com o titular da conta torna o texto ameaçador e grosseiro. A versão original 
tem sobre essa exatamente a vantagem de preservar as faces tanto do destinatário, que pode tomar 
conhecimento das sanções sem se sentir ameaçado, quanto do locutor, que não pode ser acusado de 
ameaçar ninguém. 
O que fazerO que fazerO que fazerO que fazer, , , , como fazer como fazer como fazer como fazer e por que fazer e por que fazer e por que fazer e por que fazer 
 
O “fazer agir” do discurso injuntivo está associado ao modo de fazer e à apresentação dos 
motivos pelos quais o destinatário deve realizar o que é dito. Trata-se, pois, de um plano 
de ação a ser seguido — o que fazer, como fazer, por que fazer — para o alcance de um 
objetivo. 
 
O objetivo visado, denominado macrobjetivo acional, corresponde à ação que o locutor 
quer que o destinatário realize (o que fazer) e que este deseja ou necessita realizar: montar 
um equipamento eletrônico ou fazer um bolo; agir de acordo com o regulamento de um 
condomínio ou com as leis de trânsito; saber como gerenciar melhor o seu tempo ou como 
encontrar o parceiro ideal, por exemplo. Ou ainda, como no texto acima, dizer não ao 
fechamento de sites de downloads e legendas. 
 
Os comandos correspondem ao “como fazer”: são os passos ou plano de execução para 
se realizar o macrobjetivo. Em determinados gêneros, os comandos terão de ser 
apresentados em ordem cronológica, para que o destinatário os execute sucessivamente; 
caso contrário, o macrobjetivo não poderá ser realizado de forma satisfatória. É o que 
acontece, por exemplo, com as receitas culinárias. Em outros gêneros, porém, como os 
regulamentos, só a realização simultânea de todos os comandos garante a concretização 
do macrobjetivo e evita possíveis punições. Já em gêneros injuntivos de aconselhamento, 
muito frequentes em revistas destinadas a adolescentes, ao público feminino ou ao 
universo empresarial, não há nem ordenação cronológica nem garantia de consecução do 
macrobjetivo. 
14 
 
No texto de exemplificação ao lado, 
percebe-se uma hierarquização dos 
comandos: um deles refere-se ao modo 
como (o que fazer para) realizar o 
macrobjetivo (assinar certa petição); o 
outro relaciona-se ao modo como (o que 
fazer para) assinar a petição (clicar num 
determinado local do site onde se encontra 
o texto). Em outras palavras, o modo de 
realizar o macrobjetivo foi tomado como 
um objetivo menor, para o qual também se 
estabeleceu um modo de execução. 
 
O “por que fazer” é a justificativa para a 
macroação ou para os comandos menores 
que conduzem à macroação. Justificar é 
convencer o destinatário com argumentos 
lógicos, ou persuadi-lo mediante apelos 
emocionais de sedução ou ameaça, que 
criam supostas evidências. Daí serem 
constantemente usadas, na justificativa, 
relações semânticas de explicação, 
finalidade e conclusão. Vale lembrar que a 
justificativa tende a ser estruturada por 
sequências textuais de outros tipos 
(exposição, descrição, relato ficcional ou 
não) e com muitos índices de 
argumentatividade: argumentos de 
autoridade; depoimentos pessoais; 
indicadores percentuais ou quantidades 
relevantes; léxico de caráter apelativo, 
como adjetivos, advérbios, diminutivos e 
superlativos modalizadores de afetividade; 
representação do destinatário no texto... A 
própria ilustração que acompanha muitos 
textos injuntivos tende a ser persuasiva, 
colaborando para justificar o macrobjetivo ou os comandos do texto. Repare, no texto 
acima, no valor argumentativo-apelativo dos termos sua, absurdo e lute; da variação de 
corpo e cor das fontes, do uso da palavra não barrada de vermelho no canto superior 
direito. 
 
A justificativa, porém, nem sempre se faz presente, sobretudo em gêneros prescritivos, tais 
como leis, estatutos e regulamentos, cujo caráter de obrigação inquestionável parece torná-
la desnecessária. 
 
Atividade 4 
 
Leia o texto a seguir, fragmento de uma cartilha educativa, procurando identificar seu 
macrobjetivo, o plano de ação a ser executado para se alcançar esse macrobjetivo e as 
razões pelas quais o interlocutor deve desejá-lo e/ou seguir o plano de ação. Responda, em 
seguida, às questões propostas. 
 
 
Disponível em: <augustodefranco.locaweb.com.br /outros_ textos_.. > Acesso 
em: 2 mar. 2009 
MACROBJETIVO 
Dizer não ao fechamento de sites de 
downloads e legendas 
(= Lutar contra este absurdo; dizer não ao não) 
JUSTIFICATIVA 
Estão querendo tirar sua liberdade 
(= O fechamento de sites e downloads cerceia a liberdade 
individual) 
PLANO DE EXECUÇÃO 
Como (o que fazer para) dizer não? 
Assinar a petição contra o fechamento de 
sites de... 
Como (o que fazer para) 
assinar? 
• Clicar em um determinado 
site. 
Por que clicar? 
(justificativa) 
• Clicar é o meio de assinar 
via Internet. 
15 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ETANOL: uma atitude inteligente. São 
Paulo, Globo, Única, p.12 e 14, s/d. 
(Núcleo de Projetos Especiais) 
(Fragmento) 
16 
1. O que é possível inferir da passagem destacada em cor verde no texto? 
 
2. Complete o esquema vago a seguir, em que se procurou evidenciar a organização do 
texto Pequenas grandes atitudes. Nos comandos e objetivos, dê preferência ao uso do 
infinitivo. 
 
Macrobjetivo 
• 
Justificativa 
• Metade das emissões de gases do efeito estufa resulta de hábitos e ações individuais. 
Plano de execução 
O que fazer para alcançar o macrobjetivo? 
(comando geral) 
• 
Como? 
(comandos específicos) 
Por quê? 
(justificativa de comandos específicos) 
Energia 
 
• 
• 
• 
• • 
• • 
• 
• 
• 
• Promover a reutilização de computadores, brinquedos, 
jogos, roupas, livros, etc. (por exemplo, por meio de 
doações). 
 
• 
• • A reciclagem reduz o gasto de energia necessário à 
fabricação de novos produtos (no caso do alumínio, a 
redução pode chegar a 95%). 
• • 
• 
• 
• Ensaboar o maior número possível dos utensílios de 
cozinha antes de enxaguá-los. 
 
17 
Sugestão de respostas 
1. Lê-se, na referência, que o texto é fragmento de uma cartilha educativa sobre o etanol editada pela Única, 
que é, assim, o enunciador do texto, e, na passagem destacada em verde, que o locutor abordou, em 
páginas anteriores dessa cartilha, a importância do etanol para o meio ambiente. Pode-se concluir, 
portanto, que o uso de etanol é, para a Única, o locutor-enunciador do texto, uma das formas de reduzir as 
agressões ao meio ambiente. Sendo assim, ele pode ser citado sob a rubrica Energia como uma das dicas 
“para ajudar o nosso planeta”. 
2. Veja o quadro a seguir. 
Macrobjetivo 
• Reduzir as agressões ao meio ambiente. 
Justificativa 
• Metade das emissões de gases do efeito estufa resulta de hábitos e ações individuais. 
Plano de execução 
O que fazer? 
(comando geral) 
• Adotar novos hábitos e atitudes ao lidar com energia, lixo, água... 
Como? 
(comandos específicos) 
Por quê? 
(justificativa de comandos específicos) 
Energia 
 
• Abastecer com etanol, quando possível.• Controlar a chama do fogão de modo que não ultrapasse 
a área da panela. 
• Descongelar a geladeira regularmente. 
• Trocar lâmpadas incandescentes por fluorescentes. • Lâmpadas fluorescentes são mais econômicas e duráveis. 
• Dar preferência a pilhas recarregáveis. • Pilhas recarregáveis retardam seu descarte no lixo. 
• Descartar pilhas e baterias em locais apropriados, como 
os postos de venda e de assistência técnica. 
• Desligar completamente (o power inclusive) 
eletrodomésticos e eletroeletrônicos com relógios ou leds. 
Lixo 
 
• Reduzir o uso de sacolas plásticas e de papel em branco. 
• Promover a reutilização de computadores, brinquedos, 
jogos, roupas, livros, etc. (por exemplo, por meio de 
doações). 
 
• Retardar a compra de novos eletrodomésticos, 
consertando os antigos. 
• Separar o lixo para reciclagem. 
• A reciclagem reduz o gasto de energia necessário à 
fabricação de novos produtos (no caso do alumínio, a 
redução pode chegar a 95%). 
• Descartar adequadamente o óleo de cozinha em postos 
de coleta, evitando jogá-lo na pia ou no vaso sanitário. • Óleo de cozinha pode ser usado na fabricação de sabão. 
Água 
 
• Usar a lavadora de roupas e de louças sempre com a 
capacidade máxima. 
• Fechar bem as torneiras após o uso e evitar seu 
vazamento. 
• Ensaboar o maior número possível dos utensílios de 
cozinha antes de enxaguá-los. 
18 
PRO TESTE. Rio de Janeiro, ano VI, n. 72, p. 12, ago. 2008. (Fragmento adaptado) 
Atividade 5 
 
1. No texto a seguir, omitimos todos os intertítulos, que ocorriam nos locais agora 
marcados por x. Leia o texto e redija, para cada uma das partes, um comando no 
imperativo que sintetize sua idéia principal e possa funcionar como um novo intertítulo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sugestão de resposta 
Há várias respostas possíveis. Veja estas sugestões: 
Escolha seu tipo Observe a sola Faça seu tênis durar mais Amarre corretamente 
19 
Atividade 6 
 
1. Das três etapas do 
discurso injuntivo, o 
anúncio ao lado 
traz somente a 
justificativa. 
 
a) As razões 
apresentadas 
como 
justificativa são 
objetivas ou 
subjetivas? 
Justifique sua 
resposta. 
b) Identifique o 
slogan do 
produto e 
explique por que 
ele é um apelo. 
c) Explique por 
que esse texto, 
que não 
apresenta 
nenhum 
comando 
explícito, deve 
ser interpretado 
como discurso 
injuntivo. 
 
 
2. Leia os fragmentos de anúncios a seguir e responda: 
• O que o locutor quer levar o interlocutor a fazer, ou seja, qual é o macrobjetivo de 
cada texto? 
• Que apelo(s) o locutor faz na justificativa para persuadir o interlocutor a realizar a 
ação pretendida? 
a) Gol. Aqui todo mundo pode voar. 
b) O EXEMPLO DE CUIDAR VEM DE VOCÊ. A EXPERIÊNCIA VEM DE UM GRUPO 
COM MAIS DE 41 ANOS. Seguros Unimed. A seguradora da Unimed. 
c) NÃO PRECISA TIRAR AS CRIANÇAS DA SALA PARA ASSISTIR AOS CURTAS. 
MAS CONVÉM TIRAR O MARIDO: O APRESENTADOR É O RODRIGO SANTORO. 
d) USE CAMISINHA. É COISA DE MULHER SEGURA. Sexo não tem idade para 
acabar. Proteção também não. A vida sexual continua depois dos 50. E toda mulher 
tem o direito de exercer sua sexualidade e de se cuidar. Por isso, a camisinha é tão 
fundamental. Ela protege você do vírus HIV e de muitas outras doenças. Use. Mostre que 
você tem postura. 
20 
Sugestão de respostas 
1. a) São apresentadas tanto razões subjetivas quanto razões objetivas. A comparação entre a escova e o 
celular, assim como o apelo à autoridade dos dentistas, que aparece no slogan (a marca mais usada pelos 
dentistas) são de natureza subjetiva, pois não se relacionam com as características do objeto escova nem 
com a finalidade de seu uso. Já as descrições das propriedades da escova (movimento oscilatório, cerdas 
cruzadas, cabo com desenho anatômico, refil de troca fácil e segura) e do efeito de seu uso (limpeza mais 
completa e profunda) são razões objetivas, que garantiriam o alcance da finalidade de uso do objeto e, 
consequentemente, sua compra pelo consumidor. b) Veja a resposta anterior. c) O objetivo comunicativo 
do texto é fazer o interlocutor executar determinada ação — no caso, comprar a escova Oral B. A foto e as 
informações sobre o produto, o destaque dado a sua marca indicam que se trata de um anúncio 
publicitário, gênero de texto essencialmente injuntivo. 
2. a) O macrobjetivo do texto é convencer o interlocutor a voar pela companhia aérea Gol. A justificativa é a 
alusão ao preço acessível das passagens. b) O macrobjetivo é levar o destinatário a fazer um seguro 
Unimed. A justificativa é a confiabilidade da seguradora, sugerida pelo tempo de existência do grupo e a 
experiência em cuidar das pessoas. O prestígio dos serviços de saúde da Unimed é, assim, transferido 
para uma área afim, a de seguros de vida. c) O macrobjetivo é levar os destinatários previstos, as 
mulheres, a assistir aos filmes de curta-metragem. A justificativa é o poder de atração, a beleza e o 
prestígio do ator Rodrigo Santoro (ele é tão atraente que pode até provocar ciúmes no marido). d) O 
objetivo é convencer as mulheres com mais de cinquenta anos a usar preservativo nas relações sexuais. 
A justificativa consiste em identificar o uso do preservativo com atitudes de um ideal de mulher — uma 
mulher segura, cheia de vitalidade, livre para ter vida sexual ativa e firme para cuidar de si mesma. 
 
Marcas linMarcas linMarcas linMarcas linguguguguísticas ísticas ísticas ísticas da injunção da injunção da injunção da injunção 
 
Você deve ter percebido que o uso do imperativo ou de formas que o substituam é muito 
frequente nos textos injuntivos. Também é comum a representação do destinatário como 
alocutário, ou seja, por formas de segunda pessoa (tu/vós, você/vocês). 
 
Organizadores discursivos de tempo e sequenciação (numerais, articuladores e estruturas 
adverbiais) marcam presença nos textos que exigem ordenação cronológica na realização 
dos comandos. 
 
Na apresentação de razões que justificam a necessidade da ação, costuma-se usar 
articuladores que introduzem a explicação (pois, porque), a finalidade (para, para que, a fim 
de que) ou a condição em que determinada ação deve ser executada (se, desde que, 
caso). 
 
Atividade 7 
 
1. Por conter instruções a serem cumpridas numa determinada ordem ou sequência, o 
texto a seguir, apresentado com parágrafos fora de lugar, faz largo uso de 
organizadores textuais (articuladores e estruturas adverbiais) de tempo e sequenciação. 
a) Identifique esses organizadores discursivos de tempo e sequenciação. 
b) Guiando-se por eles e pelas expressões de retomada, sequencie os parágrafos 
adequadamente, preenchendo os parênteses com os números de 0 a 8. 
c) Sequencie também as ilustrações, escrevendo os números de 1 a 8 nos círculos em 
branco. 
 
TROCA DE PNEU 
Mão na roda 
Preste atenção às dicas a seguir e perceba que trocar um pneu não é 
tão difícil quanto parece 
21 
( ) Antes de encaixar o macaco no carro, suba-o cerca de um palmo, porque é 
difícil girar a manivela quando ele está muito baixo. Depois que você o 
encaixar no local — identificado na lateral da maioria dos veículos com 
uma seta —, gire a manivela e suba um pouco, até deixar o macaco firme 
entre o chão e o carro. Não tire o pneu do chão ainda. Caso o seu carro 
não traga a marcação para encaixe do macaco, saiba que o apoio para o 
macaco deve ser sempre mais para o centro do veículo, nunca na frente 
nem na traseira. Caso o pneu vazio seja o traseiro, em veículos de quatro 
portas, o macaco deve ficar ao lado da porta do passageiro traseiro. Para o 
pneu dianteiro,ao lado da porta da frente. 
( ) Volte para o macaco e gire a manivela até que o pneu desencoste do chão. 
Não precisa subir muito. Tome cuidado para não se apoiar no carro e 
sacudi-lo — isso evita acidentes. Agora, volte aos parafusos e gire-os um a 
um até que a roda seja solta. Guarde-os para não perder. Quando a roda 
soltar, puxe-a com as duas mãos. Cuidado para não se machucar. 
( ) Pegue a chave de roda, o macaco e o estepe — pneu sobressalente —, em 
geral guardados na mala do carro. Com tudo de que precisa em mãos, é 
hora de começar a troca. 
( ) Pronto! O pneu está trocado. Agora, é só guardar o pneu furado, as 
ferramentas e o triângulo. Não perca tempo tentando colocar o pneu 
furado no lugar do estepe. Apenas coloque-o no porta-malas para sair do 
local o mais rápido possível. Dependendo da situação, vá logo a um 
borracheiro. Nunca se sabe quando um outro estepe será necessário. 
( ) Só de imaginar o pneu furado você já entra em desespero? Calma, isso não 
é o fim do mundo. Sem contar que, atualmente, saber trocar um pneu é 
até uma questão de segurança. Para ser bem-sucedido, veja as dicas a 
seguir. 
( ) Depois de firmar o macaco, é hora de soltar os parafusos da roda. Para 
soltar os parafusos, retire a tampa de proteção da roda, encaixe a chave de 
roda e tente girar no sentido anti-horário. Se estiver muito duro, use o 
peso do corpo, pisando na chave. Solte os parafusos, mas não o suficiente 
para tirá-los ainda. 
( ) Assim que você perceber que o pneu furou, ligue o pisca-alerta e vá 
devagar até encontrar um lugar seguro, iluminado e com piso firme para 
estacionar o carro. Ao parar, puxe bem o freio de mão e deixe o carro em 
primeira marcha. Para evitar acidentes, sinalize bem que você está com 
problemas. O triângulo deve ficar a 30 metros de distância do veículo. Em 
diversos países europeus, já é lei que os motoristas usem coletes com 
faixas refletoras quando estiverem fora de um veículo com problemas, para 
evitar atropelamentos. Se você tiver um colete desses, vista-o antes de 
sair do carro. 
( ) Com o carro no chão, aperte os parafusos com a chave de roda. Não é 
preciso usar muita força. Uma boa dica para apertar bem sem fazer força é 
começar girando um dos parafusos até não conseguir mais. Repita essa 
operação para todos os parafusos, seguindo o formato de X (veja a imagem 
ao lado). Repita esta ordem até sentir que eles não giram mais. 
( ) Encaixe o centro da roda do estepe no eixo. Pegue um parafuso, localize 
uma rosca e aperte-o, no sentido horário ainda com a mão. Um a um 
coloque os parafusos restantes e aperte-os um pouco com a mão. Depois, 
desça totalmente o carro que ainda estava levemente suspenso pelo 
macaco. 
 
 
PRO TESTE. Rio de Janeiro, ano VI, n.59, p.18-19, jun. 2007. 
 
 
22 
2. Em qual alternativa a função da construção temporal em destaque foi interpretada 
INCORRETAMENTE? 
a) Antes de encaixar o macaco no carro, suba-o cerca de um palmo... 
Marca que o comando de subir o macaco cerca de um palmo deve ser realizado 
antes de ele ser encaixado no carro. 
b) Volte para o carro e gire a manivela até que o pneu desencoste do chão. 
Marca o limite final da ação de girar a manivela, ou seja, o momento em que deve 
ser interrompida. 
c) Agora, volte aos parafusos e gire-os um a um até que a roda esteja solta. 
Indica o momento da fala do locutor como aquele em que o interlocutor deve realizar 
os comandos de voltar aos parafusos e girá-los. 
d) Com o carro no chão, aperte os parafusos com a chave de roda. 
Marca que o comando de apertar os parafusos deve ser realizado depois que o carro 
estiver apoiado no chão. 
3. Além da idéia de tempo, construções adverbiais temporais podem expressar outras 
noções, como habitualidade, iteração ou frequência, concessão, contraste ou oposição, 
condição, causa... 
A idéia de condição pode ser reconhecida e até mesmo prevalecer sobre a de tempo, 
sem prejuízo para o texto, em 
a) Assim que você perceber que o pneu furou, ligue o pica-alerta e vá devagar... 
b) ...porque é difícil girar a manivela quando ele está muito baixo. 
c) Repita esta ordem até sentir que eles não giram mais. 
d) Quando a roda soltar, puxe-a com as duas mãos. 
 
4. Reescreva a frase-resposta da questão anterior, substituindo o articulador de tempo por 
um articulador de condição. Faça as adaptações necessárias. 
 
5. No discurso injuntivo, condicionar é identificar uma situação imaginária ou real em que 
um comando ou injunção tem validade. É, também, enunciar a injunção como 
decorrência daquela condição. A forma mais frequente de expressar condição se faz 
empregando o articular se ou similar (caso, contanto que, desde que, salvo se, a não 
ser que, a menos que) no início de uma oração. É possível, porém, expressar condição 
por outros meios, assim como é possível que a relação de condição apareça mesclada 
com alguma outra: tempo, finalidade, concessão, alternância... 
As versões de todas as alternativas são adequadas para substituir, no texto, a frase 
apresentada, EXCETO 
a) Se você tiver um colete desses, vista-o antes de sair do carro. 
Quem tiver um colete desses deve vesti-lo antes de sair do carro. 
b) Caso o seu carro não traga a marcação para encaixe do macaco, saiba que o apoio 
para o macaco deve ser sempre mais para o centro do veículo, nunca na frente nem 
na traseira. 
Saiba que o apoio para o macaco deve ser sempre mais para o centro do veículo, 
nunca na frente nem na traseira, a menos que o carro não traga a marcação para 
encaixe do macaco. 
c) Caso o pneu vazio seja o traseiro, em veículos de quatro portas, o macaco deve ficar 
ao lado da porta do passageiro traseiro. 
23 
Caso o pneu vazio seja o traseiro e o veículo tenha quatro portas, lembre-se de que 
o macaco deve ficar ao lado da porta do passageiro traseiro. 
d) Para o pneu dianteiro, ao lado da porta da frente. 
Se o pneu furado for dianteiro, instale o macaco ao lado da porta da frente. 
 
6. A relação semântica de finalidade, propósito, intenção é geralmente expressa por 
oração estruturada com o articulador para ou equivalente (para que, a fim de que, a fim 
de). No discurso injuntivo, a construção final costuma ser usada como justificativa de 
um comando ou injunção. 
Em todas as alternativas, a construção final justifica um comando do locutor ao 
interlocutor do texto, EXCETO 
a) Para ser bem-sucedido, veja as dicas a seguir. 
b) Para evitar acidentes, sinalize bem que você está com problemas. 
c) Apenas coloque-o no porta-malas para sair do local o mais rápido possível. 
d) ...é lei que os motoristas usem coletes com faixas refletoras [...] para evitar 
atropelamentos. 
 
7. Quando a roda soltar, puxe-a com as duas mãos. Cuidado para não se machucar. 
Embora expressem relações semânticas diferentes, as versões de todas as alternativas 
são adequadas para substituir, no texto, a frase acima destacada, EXCETO 
a) Cuidado, pois você corre o risco de se machucar. 
b) Tome cuidado, ou você vai se machucar. 
c) Tome cuidado se você se machucar. 
d) Cuidado! Não vá se machucar. 
 
8. Explicar um ato de fala injuntivo, é apresentar uma razão, motivo ou justificativa para a 
sua realização. A explicação, que aparece sempre depois da injunção, pode ser 
introduzida ou não por articulador explicativo: que, pois, porque... Como injunção e 
explicação são dois atos de fala distintos, inclusive com entoações diferentes, 
recomenda-se registrar uma pausa entre eles: vírgula, ponto e vírgula, dois pontos, 
travessão, ponto... 
Venha logo, pois estou com saudades. 
 Injunção explicação 
Não use remédio vencido: pode fazer-lhe mal. 
 injunção explicação 
 
Nas passagens a seguir, retiradas do texto Mão na roda,coloque entre [colchetes] as 
explicações relacionadas aos comandos apresentados. Em seguida, reescreva as 
passagens, acrescentando ou eliminando o articulador explicativo. Faça as 
modificações necessárias. 
a) Calma, isso não é o fim do mundo. 
b) Tome cuidado para não se apoiar no carro e sacudi-lo — isso evita acidentes. 
c) Dependendo da situação, vá logo a um borracheiro. Nunca se sabe quando um outro 
estepe será necessário. 
24 
d) Antes de encaixar o macaco no carro, suba-o cerca de um palmo, porque é difícil 
girar a manivela quando ele está muito baixo. 
 
9. As passagens em destaque nas alternativas estruturam injunções ou comandos 
apresentados no texto. Identifique a marca linguística de cada um desses comandos, 
escrevendo, entre parênteses, o número correspondente: 
(1) verbo no imperativo; 
(2) elipse do imperativo; 
(3) verbo no infinitivo; 
(4) verbo no futuro do presente do indicativo; 
(5) verbo acompanhado de modalizador de necessidade ou obrigatoriedade. 
a) ( ) Calma, isso não é o fim do mundo. 
b) ( ) Para ser bem sucedido, veja as dicas a seguir. 
c) ( ) O triângulo deve ficar a uns 30 metros de distância do veículo. 
d) ( ) Depois de firmar o macaco, é hora de soltar os parafusos da roda. 
e) ( ) Não é preciso usar muita força. 
Sugestão de respostas 
1. a) Veja os organizadores discursivos de tempo e sequenciação destacados em laranja na versão do texto 
apresentada abaixo. b) A numeração dos parênteses deve ser feita na seguinte ordem: (3) (5) (2) (8) (0) 
(4) (1) (7) (6). c) A numeração das figuras segue a dos parágrafos, sem o zero, já que o parágrafo inicial 
do texto não foi ilustrado: (3) (5) (2) (8) (4) (1) (7) (6). Agora veja o texto com parágrafos e figuras 
devidamente ordenados. 
 
TROCA DE PNEU 
Mão na roda 
Preste atenção às dicas a seguir e perceba que trocar um pneu não é tão 
difícil quanto parece 
Só de imaginar o pneu furado você já entra em desespero? Calma, isso não é o fim do mundo. 
Sem contar que, atualmente, saber trocar um pneu é até uma questão de segurança. Para ser bem-
sucedido, veja as dicas a seguir. 
Assim que você perceber que o pneu furou, ligue o pisca-alerta e vá 
devagar até encontrar um lugar seguro, iluminado e com piso firme para 
estacionar o carro. Ao parar, puxe bem o freio de mão e deixe o carro 
em primeira marcha. Para evitar acidentes, sinalize bem que você está 
com problemas. O triângulo deve ficar a 30 metros de distância do 
veículo. Em diversos países europeus, já é lei que os motoristas usem 
coletes com faixas refletoras quando estiverem fora de um veículo com 
problemas, para evitar atropelamentos. Se você tiver um colete desses, 
vista-o antes de sair do carro. 
Pegue a chave de roda, o macaco e o estepe — pneu sobressalente — 
em geral guardados na mala do carro. Com tudo de que precisa em 
mãos, é hora de começar a troca. 
 
25 
Antes de encaixar o macaco no carro, suba-o cerca de um palmo, 
porque é difícil girar a manivela quando ele está muito baixo. Depois 
que você o encaixar no local — identificado na lateral da maioria 
dos veículos com uma seta —, gire a manivela e suba um pouco, até 
deixar o macaco firme entre o chão e o carro. Não tire o pneu do chão 
ainda. Caso o seu carro não traga a marcação para encaixe do macaco, 
saiba que o apoio para o macaco deve ser sempre mais para o centro do 
veículo, nunca na frente nem na traseira. Caso o pneu vazio seja o 
traseiro, em veículos de quatro portas, o macaco deve ficar ao lado da 
porta do passageiro traseiro. Para o pneu dianteiro, ao lado da porta da 
frente. 
Depois de firmar o macaco, é hora de soltar os parafusos da roda. 
Para soltar os parafusos, retire a tampa de proteção da roda, encaixe a 
chave de roda e tente girar no sentido anti-horário. Se estiver muito 
duro, use o peso do corpo, pisando na chave. Solte os parafusos, mas 
não o suficiente para tirá-los ainda. 
Volte para o macaco e gire a manivela até que o pneu desencoste do 
chão. Não precisa subir muito. Tome cuidado para não se apoiar no 
carro e sacudi-lo — isso evita acidentes. Agora, volte aos parafusos e 
gire-os um a um até que a roda seja solta. Guarde-os para não perder. 
Quando a roda soltar, puxe-a com as duas mãos. Cuidado para não se 
machucar. 
Encaixe o centro da roda do estepe no eixo. Pegue um parafuso, localize 
uma rosca e aperte-o, no sentido horário ainda com a mão. Um a um 
coloque os parafusos restantes e aperte-os um pouco com a mão. 
Depois, desça totalmente o carro que ainda estava levemente suspenso 
pelo macaco. 
Com o carro no chão, aperte os parafusos com a chave de roda. Não é 
preciso usar muita força. Uma boa dica para apertar bem sem fazer 
força é começar girando um dos parafusos até não conseguir mais. 
Repita essa operação para todos os parafusos, seguindo o formato de X 
(veja a imagem ao lado). Repita esta ordem até sentir que eles não 
giram mais. 
Pronto! O pneu está trocado. Agora, é só guardar o pneu furado, as 
ferramentas e o triângulo. Não perca tempo tentando colocar o pneu 
furado no lugar do estepe. Apenas coloque-o no porta-malas para sair do 
local o mais rápido possível. Dependendo da situação, vá logo a um 
borracheiro. Nunca se sabe quando um outro estepe será necessário. 
 
PRO TESTE. Rio de Janeiro, ano VI, n.59, p.18-19, jun. 2007. (Grifos nossos.) 
2. c. Nessa passagem, a palavra agora quer dizer ‘depois disso’, sem nenhuma referência ao momento em 
que o locutor se pronuncia. 
3. b 
4. ...porque é difícil girar a manivela se ele estiver muito baixo. 
5. b . Ao empregar o articulador a menos que, deve-se ter o cuidado não só de deslocar a oração introduzida 
por ele para depois da oração principal, mas também de falar o contrário do que antes se dizia. Assim, se 
o enunciado original é negativo, o uso de a menos que vai torná-lo positivo, e vice-versa. Observe: Saiba 
que o apoio para o macaco deve ser sempre mais para o centro do veículo, nunca na frente nem na 
traseira, a menos que o carro traga outra marcação para encaixe do macaco. 
6. d. Nessa passagem, o locutor não dá nenhum comando a seu interlocutor no texto; apenas o informa a 
respeito de um comando de lei apresentado a europeus. 
7. c. Diferentemente das demais alternativas, em que o locutor alerta para que o interlocutor evite se 
machucar, em c ele lembra ao interlocutor que tome os cuidados necessários após ter se machucado. 
8. a) Calma, [isso não é o fim do mundo]. Calma, que (pois, porque) isso não é o fim do mundo. b) Tome 
cuidado para não se apoiar no carro e sacudi-lo [— isso evita acidentes]. Tome cuidado para não se 
apoiar no carro e sacudi-lo, que (pois, porque) isso evita acidentes. c) Dependendo da situação, vá 
26 
logo a um borracheiro. [Nunca se sabe quando um outro estepe será necessário]. Dependendo da 
situação, vá logo a um borracheiro, pois (porque) nunca se sabe quando um outro estepe será 
necessário. d) Antes de encaixar o macaco no carro, suba-o cerca de um palmo, [porque é difícil girar a 
manivela quando ele está muito baixo]. Antes de encaixar o macaco no carro, suba-o cerca de um palmo: 
é difícil girar a manivela quando ele está muito baixo. 
9. (2) (1) (5) (5) (5) 
 
O imperativo no português padrãoO imperativo no português padrãoO imperativo no português padrãoO imperativo no português padrão 
 
A essa altura, você, sem dúvida alguma, sabe reconhecer verbos no modo imperativo, a 
forma verbal mais característica das injunções. Sabe também formá-lo? 
 
No português padrão (PP), o imperativo afirmativo das pessoas tu/vós deriva do presente 
do indicativo sem o –s final: 
 
tu amas 
� 
AMA tu 
tu bebes 
� 
 BEBE tu 
tu partes 
� 
PARTE tu 
 
vós amais 
� 
AMAI vós 
vós bebeis 
� 
BEBEI vós 
vós partis 
� 
PARTI vós 
 
Jáo imperativo afirmativo correspondente às pessoas você/vocês e todas as formas do 
imperativo negativo são emprestadas do presente do subjuntivo. Usado como imperativo, o 
subjuntivo ocorre sem os articuladores que, se, quando ou similares. 
 
que você ame 
� 
AME você 
que você beba 
� 
BEBA você 
que você parta 
 � 
 PARTA você 
 
que vocês amem 
 � 
AMEM vocês 
que vocês bebam 
 � 
BEBAM vocês 
que vocês partam 
� 
PARTAM vocês 
 
que tu não ames 
� 
NÃO AMES tu 
que tu não bebas 
� 
NÃO BEBAS tu 
que tu não partas 
� 
NÃO PARTAS tu 
 
que você não ame 
� 
NÃO AME você 
que você não beba 
� 
NÃO BEBA você 
que você não parta 
� 
NÃO PARTA você 
 
que vós não ameis 
� 
NÃO AMEIS vós 
que vós não bebais 
� 
NÃO BEBAIS vós 
que vós não partais 
� 
NÃO PARTAIS vós 
 
que vocês não amem 
 � 
NÃO AMEM vocês 
que vocês não bebam 
� 
NÃO BEBAM vocês 
que vocês não partam 
 � 
NÃO PARTAM vocês 
27 
No português não padrão (PNP), é frequente a mistura das formas tu e você na 
representação do interlocutor. Frases como “Abaixa esse som e me responde: você sabe 
onde está a sua mãe?, em que o locutor trata o seu interlocutor ora por tu (Abaixa, 
responde), ora por você (você, sabe, sua), não causa estranhamento a nenhum brasileiro, 
especialmente se usada em situações informais do dia-a-dia. No português padrão (PP), 
porém, recomenda-se não misturar as formas de tratamento do interlocutor: “Abaixa esse 
som e me responde: tu sabes onde está a tua mãe?” ou “Abaixe esse som e me 
responda: você sabe onde está a sua mãe?” 
 
Atividade 8 
Leia o texto a seguir e responda às questões propostas. 
 
VIDE VERSO MEU ENDEREÇO 
 
Falado: 
Seu Gervásio, se o doutor José Aparecido 
aparecer por aqui, o senhor dá esse bilhete a 
ele, viu? Pode ler, não tem segredo nenhum. 
Pode ler, seu Gervásio. 
Venho por meio dessas mal traçadas linhas 
Comunicar-lhe que fiz um samba pra você 
No qual quero expressar toda minha gratidão 
E agradecer de coração tudo o que você me fez. 
Com o dinheiro que um dia você me deu 
Comprei uma cadeira lá na Praça da Bandeira 
Ali vou me defendendo 
Pegando firme, dá pra tirá mais de mil por mês. 
Casei, comprei uma casinha lá no Ermelindo 
Tenho três filhos lindos, dois são meus, um é de criação. 
Eu tinha mais coisas pra lhe contar 
Mas vou deixar pra uma outra ocasião. 
Não repare a letra, a letra é de minha mulher. 
Vide verso meu endereço, apareça quando quiser. 
Adoniran Barbosa. CD "Adoniran Barbosa-1975", remasterizado EMI, 1994. 
 
1. (Unifesp - Adaptação) 
I. O locutor afirma que o samba é uma forma de agradecimento ao doutor José 
Aparecido, pelo que este lhe fez. Por não haver referências a uma eventual cobrança 
do dinheiro, vê-se que se trata de um autêntico gesto de solidariedade. 
II. A insistência do locutor em falar sobre sua vida, descrevendo-a muito positivamente, 
é uma tentativa de sobrepor-se ao doutor José Aparecido, que lhe é socialmente 
superior. 
III. É flagrante a diferença de tratamento que o locutor dá a Gervásio e a José 
Aparecido: o primeiro é displicentemente chamado de seu Gervásio; o segundo, 
respeitosamente, de doutor José Aparecido. 
Está CORRETO apenas o que se afirma em 
a) I. 
b) II. 
c) III. 
d) I e II. 
e) I e III. 
Adoniran Barbosa. < http://www.cifras.com.br/arquivos/artistas/adoniran-
barbosa.jpg> Acesso em 6 mar. 2009. 
 
28 
2. (Unifesp - Adaptação) A expressão "vide verso" significa "ver no verso". Se mantivesse 
a forma de tratamento que deu ao doutor José Aparecido, o locutor escreveria 
a) Vê no verso meu endereço, aparece quando quiser. 
b) Vejas no verso meu endereço, aparece quando quiser. 
c) Vês no verso meu endereço, apareça quando quiser. 
d) Vejai no verso meu endereço, aparecei quando quiser. 
e) Veja no verso meu endereço, apareça quando quiser. 
Sugestão de respostas 
1. a 
2. e 
 
Produzindo discurso injuntivoProduzindo discurso injuntivoProduzindo discurso injuntivoProduzindo discurso injuntivo 
 
 
Você deve ter percebido que há muitas formas de controlar o comportamento do outro por 
meio de injunções: sedução, tentação, intimidação sutil podem esconder-se por trás das 
palavras. E podem ser tão sutis que nem nos damos conta de que estão lá. 
 
Anúncios publicitários, textos de aconselhamento, manuais de instrução, guias de 
comportamento, regulamentos, leis, todos esses gêneros textuais, presentes em nosso 
cotidiano, fazem uso de do discurso injuntivo. Saber interpretar e produzir textos injuntivos, 
adequando-os à situação comunicativa é uma competência necessária ao uso da 
linguagem na vida social. 
 
Atividade 9 
 
Reescreva o texto a seguir como dicas a seus colegas de escola: que registro usar para 
falar com eles? Considere também que seu texto vai integrar o jornal mural da escola: que 
recursos gráficos explorar? Como diagramar e ilustrar o texto? 
 
Comunicado de imprensa 
 
Dicas da PRO TESTE na volta às aulas 
Saiba como escolher material escolar, uniforme, livros didáticos e transporte 
escolar sem comprometer o orçamento. 
Nessa volta às aulas, a Associação de Consumidores PRO TESTE dá dicas para que os gastos com material 
escolar, livros didáticos, uniforme e transporte escolar pesem menos no orçamento familiar. As sugestões 
se referem à qualidade, segurança, preço e condições de pagamento. 
Uniforme - As escolas não podem obrigar os pais a comprar o uniforme no próprio estabelecimento de 
ensino. Ou indicar uma determinada loja para a compra do uniforme, se o mercado em geral comercializar 
o produto. Além disso, a escola deve informar qual o modelo de uniforme utilizado, assim como os locais 
onde pode ser adquirido. O fornecimento exclusivamente pela escola é considerado venda casada, o que é 
proibido por lei. 
Material Escolar – Os pais devem pesquisar os preços em diversos pontos de vendas, como papelarias, 
depósitos, lojas de departamentos, entre outros. O material da "moda" ou o mais sofisticado nem sempre é 
o de melhor qualidade ou de melhor preço, por isso é melhor não levar os filhos na hora da compra, para 
29 
evitar “pressões”. Na impossibilidade de comprar cada item em estabelecimentos diferentes, a saída é 
pesquisar a lista como um todo. Antes de comprar, deve-se verificar quais os produtos do ano anterior, em 
bom estado, podem ser reaproveitados. A escola não pode exigir a aquisição de produtos de uma 
determinada marca ou local específico. 
Livros Didáticos – Normalmente, custam mais do que todos os demais itens do material escolar. Portanto, 
é importante comparar preços em mais de uma livraria. Os pais não são obrigados a comprar os livros na 
escola, nem na livraria indicada. 
Transporte Escolar – É o item mais relevante em termos de segurança dos alunos e pais. Além de exigir a 
apresentação do alvará de circulação, os pais devem avaliar as condições de conservação e segurança do 
veículo, pedir referências e orientar as crianças para prestarem atenção à conduta do motorista no trânsito. 
E, obviamente, ler com cuidado cada item do contrato e das condições de pagamento. 
Preço e condições - A PRO TESTE sugere que, na hora da compra, se avalie a qualidade, o preço e as 
condições de pagamento de produtos similares, que também atendam às necessidades escolares, com 
economia. Produtos com características de brinquedos podem distrair a atenção da criança, prejudicando o 
seu desempenho. O material escolar é instrumento de trabalho para o aprendizado, portanto deve ser 
adequado à finalidade a que se destina. 
Itens do Material 
Na escolha dos cadernos, é importante avaliar a impressão das linhas e margens, e se não há dobraduras 
ou rugas. Cadernos de capa dura são mais resistentes, mesmoque mais caros. Nas réguas, esquadros e 
compassos, deve-se conferir se a escala e os números são legíveis, e se não há rebarbas, lascas ou 
ferrugem. As borrachas têm de ser apropriadas a lápis ou canetas. Deve-se evitar as coloridas, de 
formatos diferentes e com aromas, que podem induzir as crianças mais novas a comê-las. 
O apontador não deve apresentar manchas nem sinais de ferrugem. Deve ser testado antes de comprar. O 
lápis mais adequado para a escrita é o número 2. Ele não deve ter amassados, lascas ou ranhuras. 
Na compra da caneta, a carga de tinta deve estar completa, e sem vazamentos. Também é aconselhável 
experimentar o produto. Massas para modelar, giz de cera, cola, tintas têm de ser atóxicos. Para isso, é 
preciso ler atentamente a composição do produto, bem como as instruções ou recomendações de uso e a 
facilidade de limpeza (mãos, cabelos, roupas, toalhas etc.). 
Concluída a seleção do material, vale a pena negociar desconto ou melhores condições de pagamento. E 
exigir sempre a nota fiscal, tíquete do caixa ou cupom do ponto de venda (CPV), pois são fundamentais se 
houver necessidade de troca. 
Mais informações: Assessoria de Imprensa da PRO TESTE 
Jornalista responsável: Vera Lúcia Ramos e Rafael Ramalho (Estagiário) 
Telefones (11) 5085- 3590 ou (21) 9419- 8852 
Disponível em: <http://www.proteste.org.br/map/src/457291.htm> Acesso em: 3 mar. 2009. 
 
Comentário 
Produção pessoal de texto. Espera-se que você elabore um texto sintético, com comandos diretos, redigidos 
em linguagem adequada ao destinatário previsto (seus colegas) e ao suporte (o jornal mural da escola). 
Observe que, no texto original, o locutor-enunciador é a revista Pro Teste, uma publicação de defesa do 
consumidor, e o destinatário previsto são os pais. Ao refazer o texto, você terá de pensar nos novos 
interlocutores: você, que poderá falar em seu próprio nome ou em nome, por exemplo, do grêmio da escola; e 
seus colegas, que vão ler o mural. Nessa nova situação comunicativa, você terá liberdade de usar uma 
variedade coloquial de linguagem, um tom descontraído e simpático, que favoreça a identificação entre você, o 
locutor do texto, e seus interlocutores. Mas atenção: escolhido um tom e estilo, é importante mantê-lo em todo 
o texto. É o que se chama de coerência estilística. É também interessante manter os intertítulos Uniforme, 
Material escolar, Livros didáticos, Transporte Escolar, Preço e condições, Itens do material: seu uso 
facilita a organização das informações e, consequentemente, a leitura. Dois exemplos para você compreender 
melhor: 
1. Uniforme 
Não aceite imposições na compra do uniforme. Exija que a escola informe o modelo e dê opções de lojas onde 
pode ser adquirido. Saiba que é contra a lei a escola ter exclusividade na venda do produto. 
2. Uniforme 
Fique esperto na hora de comprar seu uniforme. Peça à escola a descrição do modelo e as opções de lojas 
onde pode ser adquirido. E nada de aceitar a imposição de compra na própria escola: é contra a lei. 
 
30 
Atividade 10 
 
Faça uma pesquisa na Internet sobre o Ceará e cada um dos ícones desse estado 
presentes no anúncio da atividade 2. Depois, escreva um folheto ou fôlder turístico, 
incitando jovens como você a conhecer esse estado do Nordeste brasileiro. Lembre-se: a 
intenção é que você produza não só o texto, mas todo o folheto, com fotos inclusive. 
 
Comentário 
Produção pessoal de texto. Fôlder, folheto ou prospecto é um impresso constituído de uma única folha de 
papel com dobras, em que é possível colocar informações e imagens de uma mensagem publicitária. 
Frequentemente combina passagens descritivas, expositivas e injuntivas. Para coletar informações sobre o 
Ceará, você pode consultar diferentes guias turísticos, bem como os links a seguir, entre outros. 
 < http://www.guiace.com.br/> 
< http://www.canoaquebrada.net/> 
<http://www.guiademidia.com.br/cidades/ceara.htm> 
< http://www.guiademidia.com.br/acessar3.htm?http://www.padrecicero.com.br/> 
 
 
Metacognição: refletindo sobre sua aprendizagem Metacognição: refletindo sobre sua aprendizagem Metacognição: refletindo sobre sua aprendizagem Metacognição: refletindo sobre sua aprendizagem 
 
 
Você foi escolhido por seu professor para fazer uma exposição oral sobre o discurso 
injuntivo e seus gêneros a seus colegas de turma. Produza um esquema sobre o tema para 
apoiar sua exposição. 
 
Comentário 
Produção pessoal de texto. Um esquema é um gênero de texto que se organiza em tópicos, subtópicos e 
explicações curtas que permitam ao leitor ter uma visão global dos pontos mais importantes de um tema e das 
relações entre esses pontos. Sugerimos que você releia o módulo e faça anotações sobre os principais 
conceitos e classificações apresentados. Em seguida, releia suas anotações, procurando sintetizar as 
informações essenciais e organizá-las visualmente de forma a favorecer a compreensão do leitor. O que você 
colocar no esquema deve ser suficiente para ajudá-lo a lembrar-se do que terá de explicar, da ordem em que 
deve dar as explicações e do objetivo de sua fala. Para enriquecer seu material de apoio, você pode também 
apresentar e comentar um exemplo de texto injuntivo. 
 
 
Para Para Para Para se divertirse divertirse divertirse divertir 
 
 
 
COMO FAZER UM FILME DE AMOR: um manual romântico e 
divertido. Dir. José Roberto Torero. Brasil, 2004. 
 
Comédia com Denise Fraga, Cássio Gabus Mendes e Marisa Orth. 
Todos os clichês, truques e golpes baixos necessários para fazer 
um filme de amor são aí apresentados, em discurso injuntivo, por 
Paulo José. Confira!

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