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TCC Pedro

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A IMPORTÂNCIA DA BRINCADEIRA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Gastaldi, Pedro André
RU163449
GERVASI, Armilda
RESUMO
O presente artigo visa analisar a importância das brincadeiras na educação infantil, o qual o objetivo principal é conhecer o verdadeiro significado do brincar e comprovar a contribuição do lúdico no desenvolvimento geral dos educandos, como objetivos específicos temos: mostrar a importância deles no desenvolvimento integral da criança na escola, identificando a relevância do educador dentro desse processo. O ato de brincar torna-se fundamental para compreender o universo lúdico onde a criança comunica-se consigo mesma e com o mundo. É nas brincadeiras que a criança pode identificar parte do seu corpo que estando sentada na sala de aula não é desenvolvida. Brincando se aprende e é possível aprender brincando. Para a coleta dos dados necessários na execução do artigo foi utilizado uma pesquisa bibliográfica, onde tudo foi embasado em autores de alto conhecimento dentro da temática trabalhada. Desse modo, concluiu-se que as atividades lúdicas são fundamentais e sua intencionalidade é causar prazer e entretenimento aliado às práticas pedagógicas. As atividades que fornece a experiência completa do momento são lúdicas, estando ligada ao pensamento e sentimento dos educandos.
Palavras-chave: Brincadeiras. Lúdico. Aprendizagem
INTRODUÇÃO
É notório que nos primeiros anos de vida a criança tenha uma boa base metodológica com atividades a fim de que ela possa ser incentivada a construir sua própria identidade e, principalmente, grande parte de sua estrutura física, sócia efetiva e intelectual. São, sobretudo, nesta fase inicial que as crianças devem se adaptar a utilizar várias estratégias, entre elas as atividades lúdicas, que são fundamentais e capazes de interferir de uma maneira positiva no desenvolvimento dos mesmos, atendendo as necessidades biopsicossociais, garantindo as condições adequadas para o desenvolvimento de suas competências. De acordo com Almeida, (2009):
O lúdico tem sua origem na palavra latina "ludus" que quer dizer "jogo". Se se achasse confinado a sua origem, o termo lúdico estaria se referindo apenas ao jogar, ao brincar, ao movimento espontâneo. O lúdico passou a ser reconhecido como traço essencial de psicofisiologia do comportamento humano. De modo que a definição deixou de ser o simples sinônimo de jogo. As implicações da necessidade lúdica extrapolaram as demarcações do brincar espontâneo.( ALMEIDA, 2009, p.35) 
Diante disso, a partir da brincadeira, a criança constrói sua experiência de se relacionar com o mundo de maneira ativa, vivencia experiências de tomadas de decisões. Para Vygotsky (1984, p.12), “a criança ao brincar, cria uma situação imaginaria podendo assumir diferentes papéis”. Neste sentido, a brincadeira pode ser considerada um recurso utilizado pela criança, podendo favorecer tanto os processos que estão em formação ou os que serão contemplados.
A inteligência pode ser estimulada a partir do uso de determinados brinquedos, pois faz com que a criança solte a sua imaginação e desenvolva a sua criatividade. Ao mesmo tempo, possibilita o exercício da concentração, da atenção e do engajamento. Os jogos oferecem excelentes oportunidades para nutrir a linguagem interna e o aumento do vocabulário. É por meio da brincadeira que a criança desenvolve seu senso de companheirismo; aprende a conviver, ganhando ou perdendo; procura entender regras e consegue participação satisfatória.
Por isso, a intencionalidade do presente trabalho foi conhecer o verdadeiro significado do brincar e comprovar a contribuição do lúdico no desenvolvimento geral dos educandos, como objetivos específicos podemos ressaltar: mostrar a importância deles no desenvolvimento integral da criança na escola, identificando a relevância do educador dentro desse processo
De acordo com todo o desenvolvimento da pesquisa gerou a seguinte problematização: Como os jogos e brincadeiras estão sendo utilizado na educação de crianças dentro da sala de aula? Diante disso, a pesquisa se desenvolveu através de uma pesquisa bibliográfica por meio de um estudo amplo em busca desse conhecimento e, realizada através de consultas em livros, dissertações, artigos, sites, e revistas, sendo necessárias essas leituras para construir um embasamento teórico com o respaldo de autores com alto conhecimento dentro da temática abordada.
2 A IMPORTÂNCIA DA BRINCADEIRA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
As crianças vão construindo novas e diferentes competências, ao longo do seu desenvolvimento, no contexto das práticas sociais, que irão lhes permitir compreender e atuar de forma mais ampla no mundo. Pesquisas demonstram que nos seis primeiros anos de vida a brincadeira das crianças evolui mais do que em qualquer outra fase do desenvolvimento humano e neste período, se estrutura de forma bem diferente de como a compreenderam teóricos interessados na temática (Brougére, 1998).
Durante algumas propostas lúdicas a criança pode optar por brincar ou não, o que é característica importante da brincadeira, pois oportuniza o desenvolvimento da autonomia, criatividade e responsabilidade quanto a suas próprias ações. Na educação de modo geral, e principalmente na Educação Infantil o brincar é um potente veículo de aprendizagem experiencial, visto que permite, através da brincadeira, vivenciar a aprendizagem como processo social. 
O brincar deve ser encarado como uma proposta com a intenção de promover uma alfabetização significativa na prática educacional, é incorporar o conhecimento através das características do conhecimento do mundo. A brincadeira promove o rendimento escolar além do conhecimento, oralidade, pensamento e o sentido. Entretanto, compreender a relevância do brincar possibilita aos professores intervir de maneira apropriada, não interferindo e descaracterizando o prazer que a brincadeira proporciona. Portanto, o brincar utilizado como recurso pedagógico não deve ser dissociado da atividade lúdica que o compõe, sob o risco de descaracterizar-se, afinal, a vida escolar regida por normas e tempos determinados, por si só já favorece este mesmo processo, fazendo do brincar na escola um brincar diferente das outras ocasiões. De acordo com o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (Brasil):
Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidado, brincadeiras e aprendizagem orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural. (BRASIL, 1998, p. 23)
 Assim, a brincadeira pode ser considerada um recurso utilizado pela criança, podendo favorecer tanto os processos que estão em formação ou os que serão contemplados. Almeida (1998) relata que o lúdico se originou da palavra latina “ludus” que significa “jogo”. Entretanto, o termo lúdico representa mais do que o jogar, o brincar ou o movimento espontâneo como a semântica se refere. 
Acredita-se que a ludicidade vivenciada no ambiente educacional, principalmente em sala de aula implica uma atitude de envolvimento do docente com a formação dos seus alunos, necessitando assumir um comportamento diferenciado do que era tradicionalmente instituído.
 A utilização de brincadeiras, jogos e brinquedos na prática pedagógica podem desenvolver diferentes atividades que contribuem para inúmeras aprendizagens e para a ampliação da rede de significados construtivos para crianças. A ludicidade é um assunto que tem conquistado espaço no panorama nacional, principalmente na educação, por ser a brincadeira, a essência da infância e seu uso permite um trabalho pedagógico que possibilite a produção do conhecimento, da aprendizagem e do desenvolvimento, pois no brincar as crianças recriam e repensam os acontecimentos da sua realidade o que facilita a acomodação do
processo ensino-aprendizagem. Aliar atividades lúdicas ao processo de ensino e aprendizagem pode ser de grande valia, para o desenvolvimento do aluno, um exemplo de atividade que desperta e muito o interesse do aluno é o jogo, sobre o qual nos fala Kishimoto:
O jogo como promotor da aprendizagem e do desenvolvimento passa a ser considerado nas práticas escolares como importante aliado para o ensino, já que colocar o aluno diante de situações lúdicas como jogo pode ser uma boa estratégia para aproximá-lo dos conteúdos culturais a serem veiculados na escola. (KISHIMOTO, 1994, p. 13)
 Subscrevemos com as posições de Oliveira e Kishimoto (1996, p.15) onde vem confirmar que é muito difícil fazer a definição de jogo devido à variedade de fenômenos considerados como jogo e acrescenta que essa dificuldade cresce, quando o mesmo objeto pode ser visto como jogo ou não jogo, dependendo apenas do significado a ele atribuído pelas diferentes culturas e pelas regras e objetos que o caracterizam. Ao referimo-nos ao brinquedo, sabemos que através deste é estabelecida uma relação íntima com a criança, sem um conjunto de regras para a sua utilização. Acrescenta que o brinquedo, visto como objeto é sempre o suporte da brincadeira e que esta última se constitui na ação que a criança exerce ao valorizar as regras do jogo, ao mergulhar na ação lúdica.
2.1 ATIVIDADES LÚDICAS
Lembrando que o importante não é só o conteúdo da atividade, durante a prática das atividades lúdicas ou o resultado dela, mas a própria execução, o momento vivido. As aulas lúdicas não precisam ter jogos ou brinquedos. O que traz ludicidade para a sala de aula é muito mais uma atitude lúdica do educador e dos educandos. Tomar para si essa postura implica sensibilidade, envolvimento, uma mudança interna, e não só externa, requer não somente uma mudança cognitiva, mas, principalmente, uma mudança afetiva. 
A partir deste estudo sobre jogos e as brincadeiras pode-se perceber que eles estão presentes em todas as dimensões da existência do ser humano e muito especialmente na vida das crianças. Portanto podemos afirmar que realmente “BRINCAR” é viver, e as crianças brincam porque, está é uma necessidade básica. Quando brinca, a criança se dá a oportunidade de interagir com pessoas, objetos, de liberar sua criatividade, explorar seus limites e de obter um comportamento afetivo de um jeito prazeroso
 A ludicidade requer uma disposição interna, o que não se adquire apenas com a aquisição de conceitos, de conhecimentos, mesmo estes sendo muito importantes. Uma fundamentação teórica consistente dá o suporte necessário ao professor para o entendimento dos porquês de seu trabalho. Trata-se de ir, um pouco mais fundo. Ede formar novas atitudes, daí surge a necessidade de que os professores estejam envolvidos com o processo de formação de seus alunos. Isso não é tão simples, pois, precisa romper com um padrão já instituído.
A escola tradicional, não possui um modelo lúdico, pois estar focada na transmissão de conteúdo. Por isso é tão frequente ouvirmos falas que apoiam e enaltecem a importância do lúdico estar presente na sala de aula, e queixas de futuros educadores e também daqueles que exercem o magistério, de que se fala da importância da ludicidade, se discutem conceitos de ludicidade, mas não se vivenciam atividades lúdicas. De fato, não é tão simples uma transformação mais radical pelas próprias experiências que o professor tem ao longo de sua formação acadêmica. Como bem observa Tânia Fortuna:
Em uma sala de aula ludicamente inspirada, convive-se com a aleatoriedade, com o imponderável; o professor deixa a centralização, à onisciência e ao controle poderoso e reconhece a importância de que o aluno tenha uma postura ativa nas situações de ensino, estando sujeito de sua aprendizagem; a espontaneidade e a criatividade são a todo o momento estimulado. (FORTUNA, p.10 )
Podemos pensar na criança envolvida em uma atividade que exige certo raciocínio necessitando levantar hipóteses e solucionar problema; ou ainda numa brincadeira qualquer na qual ela tenha possibilidade de construir conhecimentos e enriquecer o desenvolvimento intelectual (Piaget, 1978) desenvolve que a brincadeira deve ser adequada ao currículo escolar, recebendo uma atenção no planejamento pedagógico. A ludicidade como um dos eixos do trabalho pedagógico deve possibilitar várias situações em que possa fluir a aprendizagem, permitindo ampliar os significados construídos pela criança. 
Nesta linha de pensamento enfatizar sobre sua importância, seus meios, estudiosos que defendem recursos que fazem do lúdico enfocar as necessidades de se trabalhar com esse tema atual na sala de aula mostrando a participação deste tema em todas as etapas da educação escolar. Destacando ainda mais a importância do lúdico, lembramos as palavras de Ronca:
O lúdico permite que a criança explore a relação do corpo com o espaço, provoca possibilidades de deslocamento e velocidades, ou cria condições mentais para sair de enrascadas, e ela vai então, assimilando e gastando tanto, que tal movimento a faz buscar e viver diferentes atividades fundamentais, não só no processo de desenvolvimento de sua personalidade e de seu caráter como também ao longo da construção de seu organismo cognitivo. (RONCA, 1989, p.27).
A ludicidade e a criança caminham juntas desde o momento em que se fixa a imagem da mesma como um ser que brinca. Portadora de uma especificidade que se expressa pelo ato lúdico, à infância carrega consigo as brincadeiras que se eternizam e se renovam a cada geração. Sistematizar o brincar significa uma reorganização da pratica pedagógica desempenhada pelo professor, pratica essa que deve abandonar os moldes da educação e absorver o lúdico através dos jogos como o instrumento principal para o desenvolvimento da criança. 
E sobre esse ponto de vista o lúdico se torna de vital importância para a educação. Pois de acordo com Ronca (1989, p.99) "O lúdico torna-se válido para todas as séries, porque é comum pensar na brincadeira, no jogo e na fantasia, como atividades relacionadas apenas infância”.
O jogo é a maneira como o professor dirige o brincar, como os alunos irão desenvolver o seu psicológico, intelectual, emocional, físico-motora e socialmente, por isso os espaços para se brincar são imprescindíveis nos dias de hoje. É brincando que a criança conhece a si mesma e também aos outros e realiza atarefa de entender seus limites e possibilidades e de inserir-se em seu grupo. Aí aprende e adota normas sociais de comportamentos e os hábitos impostos pela cultura, pela ética e pela moral. De acordo com o Referencial Curricular Nacional Para Educação Infantil (l998, v1. p.28):
As brincadeiras de faz-de-conta, os jogos de construção e aqueles que possuem regras, como os jogos de sociedade (também chamados de jogos de tabuleiro) jogos tradicionais, didáticos, corporais, etc., propiciam a ampliação dos conhecimentos da criança por meio da atividade lúdica.
No entanto, o sentido verdadeiro da educação lúdica, só estará garantido se o educador estiver preparado para realizá-lo e a escola aceitá-lo como um recurso de conhecimento sobre os fundamentos da mesma. 
Esse movimento não é instantâneo nem está garantido pelo fato de existir espaço para discussões, reflexões ou leituras críticas sobre o assunto. É necessário coragem para assumir que o brincar é primordial no trabalho junto as crianças na educação infantil. É preciso, também, que esse comportamento seja abraçado não só pelo professor de classe, mas também por toda equipe escolar. Para Almeida:
A educação lúdica é uma ação inerente na criança e aparece sempre como uma forma transacional em direção a algum conhecimento, que se redefine na elaboração constante do pensamento individual em permutações constantes com o pensamento coletivo (ALMEIDA, 1995, p. 11). 
O ato de brincar não pode ser visto apenas como uma atividade recreativa, mas tem um aspecto muito importante para o crescimento de aprendizado da criança
sabe-se se que no brincar a criança desenvolve sua personalidade sendo que ela está inserida em um ambiente no qual passa boa parte do seu dia. É no brincar que muitas vezes a criança descobre parte do seu corpo e aprende que tem que respeitar os seus limites e os limites do outro. O processo educativo acontece em todos os aspectos e é necessário que haja esse espaço exclusivo para esses momentos tão enriquecedor para o desenvolvimento da criança onde ela é sempre o agente central, a peça chave do quebra cabeça. Assim sendo, a educação infantil deve produzir em seus espaços de ensino, momentos de prazer, de lazer e de construção do lúdico.
As brincadeiras vão surgindo para a criança envolvendo o seu aprendizado a partir das mais simples até chegar as de regras, onde tudo começa a ter limites e a participação dos colegas onde, por exemplo, as brincadeiras em equipe, e assim aprender que o importante não é somente ele se esforçar, mas que também sua vitória depende do outro, e dar a devida importância ao grupo em si. A conquista e a formação de sua identidade dependem dos elementos elaborados que assim possibilitam e propiciam experiências. Os brinquedos e brincadeiras são fontes inesgotáveis de interação lúdicas. Para uma aprendizagem de qualidade e crescimento do aluno é preciso que ele construa o conhecimento e assimile os conteúdos. Quando fazemos uso de um jogo eficaz, ele pode facilitar na aprendizagem, neste sentido, Carvalho (1992 p. 28) afirma que:
O ensino absorvido de maneira lúdica, passa a adquirir um aspecto significativo e afetivo no curso do desenvolvimento da inteligência da criança, já que ela se modifica de ato puramente transmissor a ato transformador em ludicidade, denotando-se, portanto em jogo. (CARVALHO 1992 P.28)
As atividades lúdicas, sendo bem preparadas pelos educadores serão um excelente caminho que contribuirá para o bem-estar e a descontração das crianças garantindo-lhes uma agradável estadia na escola. Certamente, a experiência dos educadores, além de somar, irá contribuir para maior alcance de objetivos em seu plano educativo.
3. SUA IMPORTÃNCIA DENTRO DO CONTEXTO ESCOLAR
É obrigação do professor saber o que uma determinada brincadeira está desenvolvendo no aluno, haja vista que são vários são os aspectos a serem analisados como, o motor o cognitivo afetivo e o físico. Na educação infantil devemos transformar as situações lúdicas em momentos prazerosos e consequentemente ricos em conhecimentos e é por meio dos profissionais que a criança deverá ser conduzida. Segundo afirma Moyles (2006).
Nós agora sabemos que o brincar - ‘no sentido de fazer alguma coisa’, quer seja com objetos materiais quer com outras crianças, e de criar fantasias – é vital para a aprendizagem das crianças e, portando vital na escola. Os adultos que criticam os professores por permitir que as crianças brinquem não sabem que o brincar é o principal meio de aprendizagem na primeira infância. (MOYLES, 2006, p.29)
Nas escolas de Educação Infantil observa-se a importância cada vez maior pela prática de atividades lúdicas nas propostas pedagógicas desenvolvidas com as crianças, devido a uma nova visão, do que e a Educação Infantil, pois é fundamental se ter um conhecimento amplo do que é a primeira infância para que se possam desenvolver atividades coerentes, relacionadas a um ciclo de vida pleno de possibilidades.
 Quando a criança é estimulada e livre para brincar, ela consegue através da brincadeira explorar o mundo que até então era desconhecido para ela pois, o brincar possibilita a emergência de comportamentos espontâneos e improvisados. Oliveira (2002, p.231) afirma que:
A brincadeira é o recurso privilegiado de desenvolvimento da criança pequena por acionar ou desenvolver processos psicológicos – particularmente a memória e a capacidade de expressar elementos com diferentes linguagens, de representar o mundo por imagens, de tomar o ponto de vista de um interlocutor e ajustar seus próprios argumentos por meio do confronto de papéis que nele se estabelece, de ter prazer e de partilhar situações plenas de emoção e afetividade. (OLIVEIRA 2002, p.231)
O enfoque do desenvolvimento infantil tem seu ponto de vista nos aspectos motor e afetivo associado ao cognitivo, assim ao se trabalhar com as atividades lúdicas é preciso conhecer cada etapa do desenvolvimento da criança e entender que as práticas lúdicas são atividades vivenciadas emocionalmente e que têm uma influência marcante na apreensão de conhecimento pela criança. Para isso, cada etapa de desenvolvimento, requer uma atividade lúdica específica para que não haja
Discordância entre a atividade lúdica aplicada, a idade e o que se espera desenvolver na criança.
Ao jogar a criança vivencia uma forma eficaz de aprendizagem que propicia estímulos a sua imaginação e melhora o processo de aprendizagem, tendo em vista que o ensino deve valorizar algumas características naturais da criança como o questionamento e a socialização.
É através das brincadeiras que a criança adquire liberdade de se tornar um sujeito ativo, possibilitando a facilitação do ensino do professor, pois ocorrendo a participação do aluno acontecerá uma integração na sala de aula, de forma que o professor observará com maior facilidade as necessidades dos alunos, assim gera autonomia do indivíduo em estabelecer suas preferências e arcar com suas consequências. Como reforça Antunes (1998):
“Em geral, o elemento que separa um jogo pedagógico de outro de caráter apenas lúdico é que os jogos ou brinquedos pedagógicos são desenvolvidos com a intenção explícita de provocar uma aprendizagem significativa, estimular a construção de um novo conhecimento e, principalmente, despertar o desenvolvimento de uma habilidade operatória”.
(ANTUNES, 1998, p.38)
A utilização dos jogos e brincadeiras na educação infantil devem ser feitas de forma intencional, relacionando os objetivos dos mesmos e vivências, pois só assim, serão desenvolvidos todos os aspectos das crianças. Dessa forma, a criança que participa de aulas em que o professor utiliza jogos e brincadeiras como recurso de ensino, se sente familiarizada com esse método de aprendizagem, pois este já faz parte de seus hábitos cotidianos, e dessa forma, o desenvolvimento acontecerá.
Enfim, a riqueza das atividades lúdicas é indiscutível e deve ser priorizada na Educação infantil, sempre considerando os períodos de desenvolvimento da criança e na utilização de jogos e brincadeiras, é preciso escolher cuidadosamente os mais próximos da realidade da criança e respeitando seus movimentos motores e esquemas de elaboração mental, pois cada criança é única e tem seu próprio desenvolvimento. Assim, a compatibilidade de atividades com os períodos de desenvolvimento mental e motor da criança é essencial para um pleno trabalho pedagógico.
O professor ao explorar as regras do jogo, trabalha a honestidade, os limites, o respeito ao outro e o controle competitivo. Ele permite que o aluno explore emoções como autoestima, excitação, autocontrole e a sensação de derrotas e vitórias. Sendo assim o aluno passa a produzir seu próprio conhecimento e se autoestimula a desenvolverem-se mais nos desafios impostos pelos jogos, no cumprimento e cobranças das regras e na espontaneidade no ato de participar.
Através do percurso do jogo a criança tem que ter noção do espaço a percorrer, tal como o tempo que apresenta ao longo do desenvolvimento da atividade. Diante do jogo, a criança estimula a sua espontaneidade e exercita a sua motricidade, cognição e socialização.
A socialização é um dos fatores mais importantes trabalhados pelo jogo na educação infantil como podemos constatar em Cunha (2008, p.76), diz que:
A trajetória do desenvolvimento intelectual, do pensamento sensório-motor às operações formais, é acompanhada pelo desenvolvimento da sociabilidade do indivíduo. Esse tópico do paradigma, usualmente menos comentado que os demais, somosfundamentais por que acrescenta relevantes contribuições
a uma psicologia da educação inspirada na psicogênese piagetiana. Por seu intermédio, podemos entender com maior clareza a visão educacional e social de Piaget. (Cunha, 2008, p.76)
Devido a certo despreparo de alguns profissionais da área de educação este importante recurso tem se deixado de lado, desconhecendo a importância de brincar, ou seja, desconstruir, de certa forma, um grande processo de desenvolvimento. É brincando que as crianças adquirem iniciativa e autoconfiança, quando lhes é permitido ter autonomia e liberdade. Oferece o desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da concentração. No que diz respeito á socialização, as crianças desenvolvem a personalidade e o controle da mesma. Também ajuda com o exercício da competitividade, pois o vencer é motivo de orgulho e prazer, bem como age diretamente na cooperação do grupo e da participação coletiva. Quando bem administradas, as atividades lúdicas trazem vários benefícios às crianças.
Desse modo, no decorrer do trabalho, percebemos que o papel do adulto não é apenas o de mediar no sentido de estar junto da criança, ou o de criar espaços e tempo para que ela brinque, mas sim criar situações, estimular, oferecer subsídios (conhecimentos) para que a criança tenha o que representar. Começando primeiramente, por tornar acessíveis diversos objetos, para que ela possa manipular sentir, apalpar, jogar. Posteriormente, o professor deve proporcionar condições e temas, para que a criança tenha temas – diferentes papéis – a serem imitados, ou seja, reproduzidos na brincadeira.
4 METODOLOGIA
No que se refere aos estudos práticos, esse artigo é um estudo de natureza bibliográfica referente a temática “A IMPORTÂNCIA DA BRINCADEIRA NA EDUCAÇÃO INFANTIL” que almejou chegar aos objetivos elencados no início da execução do projeto, tendo em vista o desenvolvimento das fases evolutivas da criança, que são algo que lhes acompanha principalmente durante sua infância, este artigo apresenta em seu contexto, o conceito sobre atividades lúdicas com jogos na Educação Infantil. 
Foi realizado uma pesquisa abrangente e bastante ampla para que se pudesse chegar aos objetivos propostos, mediante muitas análises embasadas em autores de conhecimento rico referente ao assunto. Muitas teses, artigos, livros, dissertações, revistas foram utilizadas como fontes para a execução do artigo, onde através delas foi possível fazer todo o embasamento teórico e concluir a pesquisa. Abordando a concepções sobre a primeira infância e a objetividade da participação das crianças através da ludicidade, na qual o jogo e a brincadeira trazem para essa faixa etária. Lembrando que o jogo, a brincadeira e a diversão fazem parte deste maravilhoso mundo do movimento permeado pela ludicidade e a busca constante do envolvimento de todas as crianças.
 Ressaltando que o trabalho com jogos e brincadeiras é sem dúvida, um grande avanço para superação de uma prática desestimulante e estática. O professor que vê nas atividades lúdicas um recurso valioso para a aprendizagem de seu aluno, com certeza terá seus objetivos alcançados com maior êxito.
Como ressalva e afirma todos os autores que trabalham essa temática, é de fundamental importância colocar nas crianças a visão de que os jogos lúdicos não são apenas uma brincadeira, mas sim uma maneira divertida de aprender. Como uma pesquisa descritiva, deverá expor características de resultados. Sendo essa pesquisa também explicativa, pois visa esclarecer quais fatores contribuem de alguma forma para o sucesso na aprendizagem da Educação Infantil
Portanto, com o conhecimento teórico sobre as fases de desenvolvimento infantil, e o trabalho com as atividades lúdicas, pode-se analisar a importância e os benefícios psicomotores para o desenvolvimento global da criança, obtendo-se assim êxito na prática para as demais aprendizagens as quais designadas para a Educação infantil. 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em decorrência ao exposto conclui-se salientar a importância da participação do docente com o envolvimento dos jogos lúdicos dentro do âmbito escolar, sendo que este profissional precisa estar preparado e instrumentalizado para realizar tarefa, projeto, o trabalho com a educação infantil deve contribuir para que os alunos valorizem as formas de manifestação dentro da sala de aula, buscando interagir sempre nas atividades realizadas pelos educadores.
Para qualquer tipo de ensinamento, é importante traçar metas e objetivos, permitindo que exista um planejamento por parte dos professores em todas as aulas, por exemplo, pedir aos alunos que eles pesquisam algo sobre a próxima aula e falar em casa para que o pai ou a mãe esteja ciente, isto é sem dúvida uma forma de interação com eles e os próprios sentem segurança através da proposta feita pelo professor. 
Além de ser uma maneira divertida de aprender, os jogos lúdicos, são grandes aliados no avanço do processo ensino-aprendizagem, pois mexe com o intelecto de cada discente, onde os mesmos enxergam através dos jogos uma forma dinâmica de desenvolver suas habilidades, é nesse momento que o professor precisa estar incluindo tarefas que incluam brinquedos ou brincadeiras diferenciadas utilizando desses expedientes para ajudar os aprendizes.
As atividades lúdicas desenvolvem a imaginação, criatividade, capacidade motora e de raciocínio, elas estão empregadas no aprendizado das crianças, precisam ser direcionadas e possuir um objeto claro, que possam interferir no desenvolvimento afetivo, mental, intelectual, social, ou seja, na parte do desenvolvimento geral desses educandos.
Os jogos lúdicos deixam de ser apenas uma forma de brincar, mas se tornam uma maneira diferente de descobrir o mundo, onde as crianças contextualizam e interagem no seu meio social. O brincar deve ter um espaço garantido dentro das escolas, pois como é visível o mundo infantil é marcado pela presença do lúdico, o que torna tudo mais divertido para as crianças.
É necessário ter todo cuidado na elaboração das atividades direcionadas aos pequenos, pois alguns ainda não correspondem de forma motora a muitas atividades, se tornando uma tarefa nada fácil de ser elaborada. O ensinar dentro da utilização dos jogos lúdicos desse ser feito de maneiras estratégicas, cada jogo obtém uma forma de exercitar os aspectos, e podem se classificar assim: Jogos lógicos: desenvolvem o raciocínio, os jogos afetivos: estimulam as emoções, jogos sociais: ajudam na posse de entendimento, atitudes e destreza próprias de um determinado meio.
A criatividade precisa estar relacionada as atividades que se julgam prazerosas, dentro dessa elaboração de criatividades é formulado inúmeras maneiras de aprender, o que se torna fundamental dentro do processo ensino-aprendizagem. Por meio das brincadeiras a criança aprende valores sócio culturais, morais, práticas do cotidiano, ele aprende a interpretar o mundo a sua volta, é uma forma de se adaptar a vida adulta.
Se a criança brinca ativamente, pode-se dizer que ela é saudável tanto fisicamente como mentalmente, isso é notório dentro do mundo das atividades lúdicas. Por isso o desenvolvimento dessas atividades deve despertar no aluno a curiosidade de aprender, o que demostra a importância dela dentro do contexto escolar e no melhor avanço do processo educativo. 
REFERÊNCIAS
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ALMEIDA, Anne. Ludicidade como instrumento pedagógico. Disponível em:
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