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Ministério da Educação Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica Instituto Federal do Rio de Janeiro – IFRJ UNIDADE I – FUNDAMENTOS BÁSICOS Professora: SIMONE ALVES Disciplina: BALANÇO DE MASSA E ENERGIA Revisão: Novembro/20102 1 Curso: SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM PROCESSOS INDUSTRIAIS (Módulo 5) Disciplina: BALANÇO DE MASSA E ENERGIA Professora: SIMONE ALVES UNIDADE I – FUNDAMENTOS BÁSICOS I.1 – Conceitos Básicos: Sistemas e etapas do Processamento Químico, Processos Químicos x Operações Unitárias, I.2 – Classificação de Processos: Em batelada, contínuos e semi-contínuos; Estado estacionário x transiente I.3 – Medidas: Dimensões, Sistemas de unidades e conversão de unidades I.4 – Homegeneidade Dimensional: Conversão de unidades em equações matemáticas para fenômenos físico-químicos I.5 – Revisão Geral de conceitos: Variáveis de Processo e escalas de Temperatura I.6 – Leis de Conservação de Massa e Energia - aplicação em Balanços de Processos I.1 – Conceitos Básicos: Sistemas e Etapas do Processamento Químico, Processos Químicos X Operações Unitárias Processamento Químico Definição: Processamento industrial de matérias-primas químicas que levam à obtenção de produtos com valor industrial realçado. Etapas de um Processamento Químico a) Tratamento preliminar; b) Processamento; c) Separação e/ou purificação dos produtos Figura 1 – Etapas típicas de um Processamento Químico a) Objetivo/Função: Colocar os reagentes em condições adequadas de P, T, peso, com posição, etc... b) Objetivo/Função: Transformação de reagentes em produtos Tratamento preliminar separação produtos processamentoMatéria-prima Purificação Ministério da Educação Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica Instituto Federal do Rio de Janeiro – IFRJ UNIDADE I – FUNDAMENTOS BÁSICOS Professora: SIMONE ALVES Disciplina: BALANÇO DE MASSA E ENERGIA Revisão: Novembro/20102 2 c) Objetivo/Função: separação de misturas obtidas no Processamento. Por exemplo: produtos de subprodutos, reagentes não consumidos Cada uma das etapas pode ser classificada em duas categorias distintas, que representam unidades didáticas diferentes no estudo do Processamento Químico: a) Operações unitárias – Envolvem transformações essencialmente físicas. Ex.: moagem, transferência de calor, destilação, etc. b) Processos unitários – Envolvem transformações essencialmente químicas (ou seja, reações químicas). Ex: Nitração, halogenação, hidrogenação, etc. Assim, os Processos Químicos são utilizados para formação de um produto químico, intermediário ou final, compreendendo duas situações bem distintas que funcionam em conjunto para se alcançar o objetivo, que é a formação econômica do produto desejado: Figura 2 I.2 – Classificação dos Processos Os processos químicos podem ser classificados em batelada, contínuos ou semi-contínuos. A classificação se baseia no procedimento de entrada e saída dos materiais. I.2.1 - Processos em Batelada: A alimentação é introduzida no sistema de uma só vez, no início do processo e todos os produtos são retirados algum tempo depois. Nenhuma massa atravessa a fronteira do sistema no intervalo de tempo decorrido entre a alimentação e a remoção dos produtos. Exs.: Adição instantânea de reagentes em um tanque seguida da remoção dos produtos e reagentes não consumidos algum tempo depois, quando o sistema atingiu o equilíbrio; panela de pressão; cozimento de pão; preparação de uma vitamina em um liquidificador. I.2.2 - Processos Contínuos: A alimentação e os produtos fluem continuamente enquanto dura o processo. Há passagem contínua de matéria através das fronteiras do sistema. Ex.: Bombeamento de uma mistura de líquidos a uma vazão constante a um tanque e retirada dos produtos na mesma vazão constante; evaporador (processo industrial) de suco de laranja. Ministério da Educação Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica Instituto Federal do Rio de Janeiro – IFRJ UNIDADE I – FUNDAMENTOS BÁSICOS Professora: SIMONE ALVES Disciplina: BALANÇO DE MASSA E ENERGIA Revisão: Novembro/20102 3 I.2.3 - Processos Semi-Contínuos: A entrada de material é praticamente instantânea e a saída é contínua, ou vice-versa. Há passagem contínua de matéria através de uma única fronteira (entrada ou saída) do processo. Ex.: Adição contínua de líquidos em um tanque misturador, do qual nada é retirado; escape de gás de um bujão pressurizado; tanque de combustível. Os processos também podem ser classificados em relação ao tempo, como em estado estacionário ou transiente. I.2.4 - Processos em Estado Estacionário ou Regime Permanente Se os valores de todas as variáveis de processo (todas as temperaturas, pressões, concentrações, vazões, etc.) não se alteram com o tempo (a menos de pequenas flutuações) o processo é dito que opera em estado estacionário ou regime permanente. I.2.5 - Estado Transiente (ou não permanente) São aqueles processos onde ocorrem alterações dos valores das variáveis de processo com o tempo. Os processos em batelada e semi-contínuos, por sua natureza, são operações em estado transiente, já que ambos os casos há alteração das variáveis ao longo do tempo. No exemplo dos reagentes colocados no tanque de forma instantânea, haverá em cada tempo a alteração da composição do sistema, além das decorrentes alterações de pressão, temperatura, volume, etc. No caso do escape de gás do botijão, haverá alteração da massa e da pressão dentro do sistema com o tempo. Os processos contínuos, no entanto, podem ocorrer tanto em regime permanente quanto em transiente. Se um dado ponto do sistema as variáveis alterarem-se com o tempo, o regime será transiente. Mas, se naquele ponto, não houver alteração, o regime será permanente, mesmo que essas variáveis tenham valores diferentes em outro ponto do mesmo sistema, mas também aí constantes no tempo. Os processos em batelada são comumente utilizados quando quantidades relativamente pequenas de um produto necessitam ser produzidas em dadas ocasiões. Os processos contínuos são usualmente desenvolvidos quando se necessitam de grandes produções. Eles são normalmente operados em estado estacionário ocorrendo o estado transiente na partida do processo (start-up) ou quando ele necessita ser intencionalmente ou acidentalmente reparado. I.3 – Medidas: Dimensões e unidades A Engenharia de Processos lida com cálculos envolvendo processos ou operações, que têm como objetivo a transformação de matérias-primas em produtos. Estes cálculos permitem relacionar parâmetros que descrevem a quantidade e a qualidade de uma matéria-prima (entrada no processo) com a quantidade e a qualidade do produto formado (saída do processo). Envolvem dados relativos às correntes de processo (elos de ligação entre equipamentos e pontos de entrada e saída de substâncias no processo) e aos equipamentos (tamanho, forma, tipo e condições de operação). Assim, antes de mais nada, precisamos de saber como representar de forma correta e coerente estes dados. Precisamos resgatar então os conceitos de Dimensão e Unidades de medida. Ministério da Educação Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica Instituto Federal do Rio de Janeiro – IFRJ UNIDADE I – FUNDAMENTOS BÁSICOS Professora: SIMONE ALVES Disciplina: BALANÇO DE MASSA E ENERGIA Revisão: Novembro/20102 4 Dimensão É o conceito básico de uma medida. É utilizado para representar (simbolicamente) um conjunto de unidades empregado para medir uma grandeza física, como comprimento (L), tempo (t), massa (M) e temperatura (T). Estes são exemplos de dimensões básicas. Essas dimensões podem ser combinadas, através da multiplicação e/ou da divisão, gerando dimensões que combinam os conceitos básicos. Por exemplo, o conceito de velocidade combina a idéia de um comprimento percorrido durante certo intervalo de tempo, assim sua dimensão é comprimento por tempo (L/t). Para expressarmos um volume necessitamosde indicar mais de um comprimento, desta forma a sua dimensão é comprimento ao cubo (L3). Unidades: Valores específicos, definidos por convenção (arbitrariamente), que permitem quantificar as dimensões. Exemplos: metro, polegada e pé para comprimento; quilograma (kg), grama (g), libra (lb) e slug para massa; kelvin (K) e grau Celsius (C) para temperatura; e segundo (s) e hora (h) para o tempo. Magnitude e sistemas unitários O valor de qualquer magnitude física é expresso como o produto de dois fatores: o valor da unidade e o número de unidades. As propriedades físicas de um sistema estão relacionadas com uma série de leis mecânicas e físicas. Algumas grandezas podem ser consideradas fundamentais (dimensões básicas ou primárias) e outras dimensões derivadas (ou secundárias). Grandezas fundamentais variam de um sistema para outro. Geralmente, tempo e comprimento são tidos como fundamentais. Um Sistema de unidades necessita uma terceira magnitude fundamental, que pode ser a massa ou força. Aqueles Sistemas de Unidades que apresentam a dimensão Massa [M] como a terceira magnitude fundamental (ou dimensão b, são conhecidos como Sistemas de Unidade Absolutos, enquanto, aqueles que têm a Força [F] como unidade fundamental, são chamados Sistemas de Unidade Técnicos. Existem também sistemas unitários usados na engenharia que consideram comprimento, tempo, massa, e força como grandezas fundamentais. A Tabela 1 apresenta a representação dimensional de alguns exemplos de dimensões básicas e derivadas. Tabela 1- Dimensões e representações Dimensionais Dimensões Básicas (as primárias) Representação dimensional Dimensões Derivadas (ou secundárias) Representação dimensional Massa M Velocidade L/t Comprimento L Aceleração L/t2 Força F Vazão volumétrica L3/t Tempo t Vazão mássica m/t Temperatura T Potência mL2/t3 Sistemas de Unidades e Conversões de unidades Sistemas de Unidade Absolutos Existem três sistemas de unidade absolutos: o C.G.S. (CGS), o Giorgi (MKS), e o Inglês (FPS). De todos estes, as grandezas fundamentais são comprimento, massa, e tempo. Nestes sistemas, força é uma unidade derivada das três unidades fundamentais. Ministério da Educação Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica Instituto Federal do Rio de Janeiro – IFRJ UNIDADE I – FUNDAMENTOS BÁSICOS Professora: SIMONE ALVES Disciplina: BALANÇO DE MASSA E ENERGIA Revisão: Novembro/20102 5 Quando as grandezas de calor são usadas, é conveniente definir a unidade de temperatura. Para os sistemas CGS e MKS, a unidade de temperatura é definida em graus centígrados (oC), enquanto que para o sistema Inglês é definido em graus Fahrenheit (oF). Unidades de calor são definidos independentemente do sistema de unidades. Sistemas de Unidades Técnicos Entre os mais usados sistemas técnicos estão o métrico e o Inglês. Em ambos, as grandezas fundamentais são comprimento, força, e tempo. Com relação à temperatura, o unidade do sistema métrico é o grau centígrado, e no sistema Inglês é o Fahrenheit. Sistemas de Unidades de Engenharia Em sistemas de engenharia, quatro grandezas são consideradas básicas: comprimento, tempo, massa, e força. a) Sistemas Absolutos: dimensões básicas: MLT a.1) métrico: CGS a.2) métrico MKS (SI – Sistema Internacional) a.3) inglês: FPS b) Sistema Técnico Inglês ou Sistema Gravitacional c) Sistema Americano: Dimensões básicas: MFLT A Tabela 2 apresenta um resumo das dimensões adotadas pelos Sistemas de Unidades utilizados em cálculos de Processos Químicos. Tabela 2 – Dimensões dos Sistemas de Unidades Dimensão/Sistema Absoluto Inglês Americano CGS MKS FPS Massa g kg lbm slug* lbm Comprimento cm m ft ft ft Tempo s s s s s Força dina* newton* poundal* lbf lbf Onde * = dimensões derivadas Nos Sistemas Absolutos as unidades de Força [F] respectivas são: CGS: 1 dina = 1g x cm/s2 MKS: 1 Newton = 1kg x m/s2 FPS: 1 poundal = 1 lbm x ft/s2 Conversão de unidades (entre Sistemas de Unidades diferentes) A conversão de unidades de um sistema para outro é feita facilmente se as quantidades são expressas como uma função das unidades fundamentais de massa, comprimento, tempo e temperatura. Para se efetuar a mudança de unidades nos diferentes Sistemas de Medida, multiplicam-se as grandezas que se deseja converter, por razões equivalentes de conversão também chamadas de Ministério da Educação Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica Instituto Federal do Rio de Janeiro – IFRJ UNIDADE I – FUNDAMENTOS BÁSICOS Professora: SIMONE ALVES Disciplina: BALANÇO DE MASSA E ENERGIA Revisão: Novembro/20102 6 “Fatores de Conversão (de unidades)”. O fator de conversão é o número de unidades de um determinado sistema contido em uma unidade de magnitude correspondente em outro sistema. Exemplo: Uso de fator de conversão 1 in = 1 ---> Unitário e Adimensional (pois são razões equivalentes) 2,54cm Ou seja: Todas as razões dos fatores de conversão (de unidades) são unitárias e adimensionais (pois são equivalentes) Exercício de Aplicação: óleo = 56 lbm/ft3 = ? (g/cm3) Conversão de Unidades envolvendo o Sistema Americano (medidas de Massa e Força) Quando se define massa e força como fundamentais, uma incongruência pode aparecer, visto que estas grandezas estão relacionadas com princípios de dinâmica básica. Para se evitar esta incompatibilidade, uma correção ou fator de proporcionalidade (gc) deve ser inserido. A equação deste princípio poderia ser: gc x Força = Massa x Aceleração Observe que o fator de correção gc tem unidades de massa (aceleração/força). O valor deste fator de correção em sistemas de engenharia é: Ou seja, no Sistema de Unidades Americano a unidade de força (1 lbf = 1libra-força) corresponde ao peso (P) de uma unidade de massa (1 lbm = 1 libra-massa), no qual a aceleração da gravidade no nível do mar (g), é igual a 32,2 ft/s2. P = mg => Pela Lei de Newton: F = m x a (onde: a = aceleração) 1 polegada Libra-massa Pés cúbicos 1 lbf = 1lbm x 32,2 ft/s2 Ministério da Educação Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica Instituto Federal do Rio de Janeiro – IFRJ UNIDADE I – FUNDAMENTOS BÁSICOS Professora: SIMONE ALVES Disciplina: BALANÇO DE MASSA E ENERGIA Revisão: Novembro/20102 7 gc fator de conversão da dimensão FORÇA de um sistema de unidade para outro gc = m a / F No Sistema de Unidades Americano então: m = 1 lbm e F = 1 lbf e g = 32,2 ft/s2 gc = 32,3 lbm.ft => gc: lbm lbf lbf. s2 Nos demais sistemas de unidades: gc = 1 Obs: Cuidado! g = aceleração da gravidade gc = fator de conversão !!! Resumindo: - No Sistema SI/MKS: g = 9,80 m/s2 => g / gc = 9,8 N / kg - No Sistema CGS: g = 980 cm/s2 => g / gc = 980 dina / g - No Sistema Americano: g = 32,2 ft/s2 => g / gc = 1 lbf / 1 lbm # Exercícios de aplicação: 1) 100 lbm de água escoam em uma tubulação à uma velocidade de 10 ft/s. Qual a energia cinética dessa água em ft. lbf? Resp.: Ec = 155 ft . lbf 2) Um corpo de 100 lbm está suspenso a 10 ft de altura. Qual a energia potencial expressa em Joules? Resp.: Ep =1355 J 3) Qual a diferença de peso em Newton de um foguete de 100 kg a uma altura de 10 km da superfície da terra onde g = 9,76 m/s2 em relação ao seu peso na superfície (Dado: aceleração da gravidade na superfície da terra, g = 9,80 m/s2)? Resp.: P = 4 N 4) Um corpo na superfície da Terra pesa 5000 lbf. Qual a sua massa em lbm e em slug? Qual a aceleração em ft/s2 se a este corpo for aplicada uma força de 1000 lbf? Resp.: 5008,7 lbm; 155,28 slug e 6,44 ft/s2 g ≠ gc Ministério da Educação Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica Instituto Federal do Rio de Janeiro – IFRJ UNIDADE I – FUNDAMENTOS BÁSICOS Professora: SIMONE ALVES Disciplina: BALANÇO DE MASSA E ENERGIA Revisão: Novembro/20102 8 I.4 – Conversão de Unidades em Equaçõesmatemáticas I.4.1 - Homegeneidade (Consistência) Dimensional de Equações Toda equação matemática que represente um fenômeno físico, deve ser dimensionalmente homogênea, para que seja consistente, ou seja, todos os termos da equação devem necessariamente ter as mesmas unidades. Ex. 1) Equação do movimento retilíneo uniforme: s = s + vt + ½ a t2 [s] = [s] = L [ vt ] = L/T x T = L [½ a t2] = 1 x l/T2 x T2 = L IMPORTANTE: Conversões de unidades envolvendo OPERAÇÕES MATEMÁTICAS E GRANDEZAS DIMENSIONAIS - REGRAS BÁSICAS: ➫ Adição e Subtração: Quantidades expressas na mesma unidade fornecem o resultado nesta mesma unidade. Assim, se a operação for efetuada com quantidades expressas em diferentes unidades o seu resultado não terá significado físico. ➫ Multiplicação e Divisão: O resultado tem como unidade a multiplicação/divisão/potenciação das unidades das grandezas envolvidas na operação; A divisão envolvendo mesmas unidades fornece uma grandeza sem dimensão (grandeza adimensional). ➫ Expoentes e Argumentos de Funções: Os argumentos e expoentes de funções exponenciais, logarítmicas ou trigonométricas devem sempre ser adimensionais, ou seja, devem possuir representação dimensional unitária e não ter unidades. I.4.2 – Conversão de Unidades em Equações Ao se converter unidades, é necessário distinguir os casos nos quais somente os valores numéricos são convertidos daqueles em que toda a fórmula pode ser convertida. Nos casos de conversão de unidades de uma fórmula ou equação matemática, que represente um fenômeno físico, as constantes que aparecem geralmente têm dimensões. Para aplicar a fórmula/equação matemática em unidades diferentes daquelas para as quais a mesma foi definida, deve-se fazer a conversão da equação/fórmula de modo a obter um novo valor de constante que mantenha a consistência da equação nas novas unidades desejadas. Nos casos em que a constante é adimensional, a fórmula pode ser diretamente aplicada usando qualquer sistema de unidades. Para resolução de problemas que envolvem conversões de unidades deste tipo, há duas metodologias distintas para o cálculo das constantes em diferentes sistemas de unidades: Ministério da Educação Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica Instituto Federal do Rio de Janeiro – IFRJ UNIDADE I – FUNDAMENTOS BÁSICOS Professora: SIMONE ALVES Disciplina: BALANÇO DE MASSA E ENERGIA Revisão: Novembro/20102 9 # 1º. Método: Tratar cada variável da equação como se fosse um valor numérico a ser convertido para o novo sistema de unidades. Fazer as conversões separadamente de cada um, e substituir a expressão/valor obtido na equação original. # 2º. Método: Deduzir as unidades da(s) constante(s) numérica na equação original e convertê-la para as novas unidades desejadas. Exemplo de aplicação: A fórmula de Francis para cálculo da vazão volumétrica (m) em vertedores é dada em função do comprimento (L) e da altura (h) do vertedouro: m = 3.0 (L + 0,2 h) h 3/2 onde: [m] = gpm (galões por minuto) e [L] = [h] = in Pede-se deduzir a fórmula correspondente para m em litros por minuto, quando L e h são expressos em cm. I.5 – Conceito de Processo e Variáveis de Processo Processo e Variáveis de processo material que entra (no processo): entrada ou alimentação do processo material que sai (do processo): saída ou produto de processo Equipamento: Unidade de processo Medida e controle das variáveis de processo: quantidade, composições (de misturas), condições dos materiais na entrada e saída do processo (estado físico, temperatura, pressão, etc). Variáveis de Processo 1) Densidade (ou massa específica) (ρ): É a razão entre a massa e o volume da substância, a uma determinada condição de temperatura e pressão ρ = m (unidades: g/cm3; lbm/ft3) v Lembrar que no caso de gases: PV = nRT = m RT => ρ = m = P x PM PM V RT Onde: PM = Peso Molecular do gás e R = Constante universal dos gases Obs.: Instrumentos usados para medir densidade: (p/ sólidos: picnômetro, p/ líquidos: densímetro) Ministério da Educação Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica Instituto Federal do Rio de Janeiro – IFRJ UNIDADE I – FUNDAMENTOS BÁSICOS Professora: SIMONE ALVES Disciplina: BALANÇO DE MASSA E ENERGIA Revisão: Novembro/20102 10 2) Volume específico (v) 3) Densidade Relativa (ou gravidade específica) - (sp gr1): É a razão entre a densidade da substância e a densidade de uma substância de referência (é adimensional) Onde a substância de referência => p/ líquidos e sólidos = água a 4º C e 1atm => p/ gases = ar (0ºC e 1atm) Ex: sp grA = 0,70 20º → A gravidade específica da subst. A a 20º C em rel. à água à 4º 4º C é 0, 70 * Na indústria de petróleo, a gravidade específica é referida a uma escala: ºAPI (API=American Petroleum Institute) ºAPI = 141,5 = 131,5 sp gr = 141,5 sp gr 60º F ºAPI + 131,5 60 ºF 4) Medidas de Taxas de Escoamento (de Fluidos) Taxa (variação no tempo) com que o material é transportado através de uma linha (corrente) do processo 4.a) Velocidade de escoamento (v): [v] = L/T 4.b)Vazão volumétrica: (Qv) [Qv] = L3/T , onde v = Velocidade média de escoamento A = área da seção transversal de escoamento 4.c) Vazão mássica: (QM) [QM] = M/T QM = ρ Qv M = M x L3 T L3 T 1 Das iniciais do termo em inglês specific gravity. v = 1 = V ρ m sp gr = ρ subst ρ subst. ref. Valores Tabelados Qv = v x A Ministério da Educação Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica Instituto Federal do Rio de Janeiro – IFRJ UNIDADE I – FUNDAMENTOS BÁSICOS Professora: SIMONE ALVES Disciplina: BALANÇO DE MASSA E ENERGIA Revisão: Novembro/20102 11 5) Composição de Misturas de Componentes Químicos As correntes de Processos Químicos contêm, geralmente, mais de uma substância (mais de um componente ou espécie química: A, B, C, ...). Quando isto ocorre, elas são chamadas de correntes multicomponentes ou multicompostas. Nesses casos, na caracterização da corrente, além da informação de quais as espécies estão presentes na corrente, há a necessidade de se informar a quantidade relativa de cada uma delas presente. Este tipo de informação poder ser fornecido em termos absolutos, através das chamadas medidas de concentrações, ou em termos relativos através das chamadas frações de composição. Obs.: Relembrando conceitos importantes da teoria de Química Geral: a) Massa atômica: é a massa de um átomo expressa em unidades de massa atômica (u). Nesta unidade o 12C tem massa atômica exatamente igual a 12 u. Seu valor está tabelado para os diversos átomos; b) Átomo-grama: é a massa atômica de um elemento expressa em gramas. Um átomo-grama de um elemento contém um número de átomos igual ao número de Avogadro (6,02x1023 átomos); c) Massa Molecular: expressa em unidades de massa atômica, é igual a soma das massas atômicas dos átomos que formam a molécula; d) Molécula-grama (mol): quantidade de substância cuja massa, medida em gramas, é igual a sua massa molecular. Um mol de qualquer substância contém 6,02x1023 moléculas. Assim, 1 mol de uma substância é a quantidade desta substância que contém o número de Avogadro (NA) de moléculas. Como há outras formas de se referir a unidade mol, para evitar confusão o mol muitas vezes é chamado de grama-mol (mol gmol). Outras unidades muito utilizadas são o kgmol, correspondente a 1000 mols, e o lbmol, nos sistemas que utilizam a libra como unidade de massa. Note que 1 kgmol contém 1000 x NA moléculas e, conseqüentemente tem uma massa 1000 vezes maior do que o mol. Analogamente, 1 lbmol tem uma massa 453,5 vezes maior do que um mol (lembre-se que 1 lb = 453,5 g). Assim, os fatores de conversão entre as unidades envolvendo o mol são os mesmos dos análogos envolvendo unidades de massa. Outro fato importante, que deve estar claro é que, tomando, por exemplo, o monóxido de carbono (CO - massamolecular igual a 28 u), tem-se pela definição de 1 mol da substância: 1 mol CO 28 g de CO 1 lb-mol CO 28 lbm de CO 1 kgmol de CO 28 kg de CO 1 ton-mol CO 28 ton de CO Vê-se então que, se a massa molecular de uma substância é M u, existem M g/mol, M kg/kgmol, M lbm/lbmol etc desta substância. Esta forma de representar a massa molecular é muito conveniente nos cálculos envolvendo parâmetros de processo e facilita a operação com as unidades. A massa molecular pode ser usada como fator de conversão, que relaciona massa e número de moles (n). De forma análoga, a massa molecular é utilizada para transformar vazões molares em mássicas e vice- versa. Ministério da Educação Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica Instituto Federal do Rio de Janeiro – IFRJ UNIDADE I – FUNDAMENTOS BÁSICOS Professora: SIMONE ALVES Disciplina: BALANÇO DE MASSA E ENERGIA Revisão: Novembro/20102 12 Matematicamente: n = m = nº moles PM Onde: n = número de moles e é expresso em: gmoles, kgmoles, lbmoles, etc (dependendo do sistema de unidades de massa utilizado) PM = Peso molecular, sendo é expresso em: g/gmol; kg/kgmol; lbm/lbmol, etc Exercício de aplicação: 2lbm NaOH → lbmols, gmoles ? (Dado: PM NaOH= 40 lbm/lbmoles) 5.1) Frações e Porcentagens: São três as frações normalmente utilizadas a) Fração mássica ou ponderal (w): É a relação entre a massa do componente e a massa total da mistura: wi = mi mT % em peso = fração em peso x 100 i.e % wi = wi x 100 b) Fração volumétrica (v): É a relação entre o volume do componente e o volume total da mistura. vi = Vi Percentagem volumar Vt c) Fração Molar (x): É a relação entre o nº de moles do componente e o nº de moles total da mistura xi = ni Percentagem Molar nt Observações: 1) Note que em função da definição das frações de composição, o seu somatório em relação à todos os componentes de uma mistura é necessariamente igual a um. 2) As frações podem ser apresentadas na forma de porcentagens: Porcentagem = fração x 100. 3) em geral, a análise de uma mistura é expressa em % ou frações em: peso → p/ líquidos e sólidos (i.e, base ponderal) volume → p/ gases (i.e, base volumétrica) 4) para gases (como ar e gases de combustão) é usual expressar o resultado da análise da composição da mistura em base seca, isto é, a análise excluindo a água – denominada de análise de ORSAT % vi = vi x 100 % xi = xi x 100 Ministério da Educação Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica Instituto Federal do Rio de Janeiro – IFRJ UNIDADE I – FUNDAMENTOS BÁSICOS Professora: SIMONE ALVES Disciplina: BALANÇO DE MASSA E ENERGIA Revisão: Novembro/20102 13 5) Se o gás tiver comportamento de gás ideal => fração volumétrica = fração molar => % VOLUMÉTRICA = % MOLAR 6) Em muitos processos industriais, um certo grupo de componentes de uma mistura gasosa pode passar pelo processo sem mudar sua composição ou massa. Por exemplo, nos processos de secagem, ar seco serve apenas como um meio de arrastar o vapor, sendo removido no processo sem mudar sua composição ou massa. É conveniente tratar tal grupo de componentes da mistura como se ele fosse um gás simples e determinar-se sua massa molecular, a qual pode ser utilizada nos cálculos de suas relações de massa e volume. A massa molecular média pode ser calculada adotando-se a base 1 g- mol do grupo de componentes da mistura. A massa desta quantidade molar é calculada e representa a massa molecular média. Por este método, a massa molecular média do ar é calculada como sendo 28,84 (79% vol. N2 e 21% vol. O2). d) Concentração de soluções: As concentrações são parâmetros também utilizados na definição da composição de misturas multicomponentes. De forma distinta das frações, as concentrações são parâmetros dimensionais. De uma forma geral elas representam quantidade de um componente por quantidade fixa de solvente ou de solução em uma mistura. d.1) Concentração Mássica (massa de soluto por volume de solução) → lbm soluto/ft3, g/l, etc d.2) Concentração Molar (moles de soluto por volume de solução) → lbmol soluto/ft3, gmol soluto/l, etc d.3) molaridade → moles soluto/litro solução Observações: Densidade de misturas gasosas: Se a composição de uma mistura gasosa é expressa em unidade molar ou em massa, a densidade é facilmente determinada pela seleção da quantidade unitária molar ou em massa como base e o desenvolvimento do cálculo de seu volume nas condições especificadas de temperatura e pressão através da aplicação dos gases ideais. Exercícios de aplicação: 1) Cem gramas de uma solução aquosa contém 40% em peso de Na2CO3. Exprimir a composição em base molar. 2) Calcular o peso molecular médio do ar atmosférico, considerando-o uma mistura gasosa ideal com a seguinte composição volumétrica: 21% O2 e 79% N2. 3) Uma solução aquosa de ácido sulfúrico, cuja molaridade é de 0,5 gmoles/l flui a uma vazão de 1,25m3/min. A gravidade específica da solução é 1,03. Determinar: a) concentração em kg H2 SO4 / m3 b) vazão mássica do H2SO4 em kg/s c) fração em peso do H2SO4 6) Temperatura: Em um estado particular de agregação (sólido, líquido ou gás), a temperatura é uma medida da energia cinética média das moléculas de uma substância. É um conceito originado da sensibilidade ao frio e ao calor; Ministério da Educação Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica Instituto Federal do Rio de Janeiro – IFRJ UNIDADE I – FUNDAMENTOS BÁSICOS Professora: SIMONE ALVES Disciplina: BALANÇO DE MASSA E ENERGIA Revisão: Novembro/20102 14 Pode ser rigorosamente definida através da Termodinâmica; Definição de Maxwell para a temperatura: “ A temperatura de um corpo é uma medida de um estado térmico considerado em referência ao seu poder de transferir calor para outros corpos.” Instrumentos : termômetros de Hg termopares pirômetros (p/altas temperaturas) Termopar metal A I T2 → junta fria (dispositivo medidor de referência) T1 metal b T1 junta quente (pto de medida) Figura 2 – Representação gráfica de um Termopar Escalas de Temperatura A temperatura é medida em diferentes escalas, que são definidas em relação a fenômenos físicos envolvendo substâncias puras, tais como: ebulição e fusão da água, que, para uma determinada pressão, ocorrem em temperaturas fixas, como exemplificado na Figura 4. Nos cálculos de Processos Industriais Químicos são utilizados dois tipos de escala: Relativa e Absoluta, em 4 escalas (leitura em graus) diferentes: Celsius(ºC), Fahrenheit (ºF), Kelvin (K) e Rankine (ºR). Escalas Relativas: graus Celsius( ºC) e graus Fahrenheit (ºF) Escalas Absolutas: graus Kelvin (K) e graus Rankine (ºR) Ministério da Educação Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica Instituto Federal do Rio de Janeiro – IFRJ UNIDADE I – FUNDAMENTOS BÁSICOS Professora: SIMONE ALVES Disciplina: BALANÇO DE MASSA E ENERGIA Revisão: Novembro/20102 15 Figura 4 – Escalas de Temperatura Fonte: Himmelblau, D.M.; Riggs, J.B. Engenharia Química: princípios e cálculos. 7ed. RJ: LTC, 2006, p. O grau Celsius (°C) designa a unidade de temperatura, assim denominada em homenagem ao astrônomo sueco Anders Celsius (1701-1744), que foi o primeiro a propô-la em 1742. A escala de temperatura Celsius foi concebida de forma a que o ponto de congelamento da água correspondesse ao valor zero, e o ponto de ebulição correspondesse ao valor 100, observados à uma pressão atmosférica padrão. O grau Fahrenheit (ºF) é uma escala de temperatura proposta por Gabriel Fahrenheit em 1724. Na escala fahrenheit, o ponto de fusão da água é de 32 ºF, e o ponto de ebulição é de 212 ºF. Uma diferença de 1,8 graus Fahrenheit equivale à de 1 grau Celsius. Esta escala está atualmente confinada aos países anglo-saxões, especialmente EUA. Os demais países anglo-saxões, no entanto, estão adaptando-se ao uso da escala Celsius. O Kelvin (K) éa unidade SI de temperatura e é uma das sete unidades base do SI. A escala Rankine é uma escala de temperatura assim chamada em homenagem ao engenheiro e físico escocês Willian John Macquorn Rankine, que a propôs em 1859. Ministério da Educação Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica Instituto Federal do Rio de Janeiro – IFRJ UNIDADE I – FUNDAMENTOS BÁSICOS Professora: SIMONE ALVES Disciplina: BALANÇO DE MASSA E ENERGIA Revisão: Novembro/20102 16 Conversão entre ESCALAS de Temperaturas: Assim uma mesma temperatura (ou seja, um mesmo ponto) será expressa em valores numéricos (ou graus) diferentes dependendo da escala correspondente utilizada no instrumento de medição, como pode ser verificado na representação gráfica das escalas na Figura anterior. As leituras de temperatura (T) em cada escala podem ser convertidas nas demais escalas, utilizando- se as seguintes equações de conversão: ºF = 1,8º C + 32 ºR = 1,8 ºK K = ºC + 273 ºR = ºF + 460 Conversão de VARIAÇÕES (ou Intervalos) de Temperatura: Muitas vezes, porém, estamos interessados em converter diferenças de temperatura (T), ou seja, variações em graus em uma faixa de temperatura. Nestes casos, como a conversão não refere-se a um ponto (ou seja, uma leitura em uma dada escala) não pode haver dependência dos referenciais adotados em cada escala porque independente da escala em que nos expressemos, a quantidade total de calor ou energia envolvida na faixa de temperatura considerada deve ser equivalente. Em outras palavras: Como as subdivisões de cada uma das escalas de temperatura tornam-se diferentes, já que há escalas relativas e escalas absolutas, a conversão de variações ou intervalos de temperaturas deve ser calculada de forma diferente do cálculo direto de conversão de uma dada leitura de temperatura em uma escala na medida equivalente em outra escala. Em outras palavras, os fatores de conversão para T´s são diferentes dos mesmos fatores para T´s. No entanto, embora as escalas Kelvin (K) e Rankine (°R) tenham sua origem (valor zero) no chamado Zero Absoluto - como também pode ser observado na Figura 3, o mesmo não ocorre com as escalas Celsius e Fahrenheit. Como pode ser verificado na Figura 4, as escalas Celsius e Kelvin se sobrepõem, assim como as escalas Rankine e Fahrenheit. Ou seja, os tamanhos dos graus são iguais nas escalas Celsius e Kelvin e nas escalas Rankine e Fahrenheit, o que em termos matemáticos equivale às seguintes igualdades: ºC = K ºF = ºR Ministério da Educação Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica Instituto Federal do Rio de Janeiro – IFRJ UNIDADE I – FUNDAMENTOS BÁSICOS Professora: SIMONE ALVES Disciplina: BALANÇO DE MASSA E ENERGIA Revisão: Novembro/20102 17 Por outro lado, a proporção de diferença entre variações entre duas temperaturas lidas nas escalas Celsius ou Rankine, relacionam-se as escalas Fahrenheit e Kelvin, por um fator igual a 1,8 vezes. Ou seja, Assim, para uma mesma variação de temperatura: 1 ºC = 1,8 ºF 1 K = 1,8 ºR Estas duas últimas igualdades não representam que a temperatura de 1 ºC é igual a 1,8 ºF, ou que a temperatura de 1 K é igual a 1,8 ºR, mas que a variação de 1 ºC é igual a variação de 1,8 ºF e que a variação de 1 K é igual a variação de 1,8 ºR. Por esta razão, é mais comum representar as igualdades usando-se a letra grega para indicar a diferença. Ou seja, T (ºC) = 1,8 T (ºF) T (K) = 1,8 T (ºR) Ou simplesmente: ºC = 1,8 ºF K = 1,8 ºR Ou ainda de forma resumida geral: As conversões de variações de temperatura são importantes para conversões de unidades compostas que contêm unidades de temperatura. Por exemplo, quando representamos a unidade de calor específico (Cp) na forma J/(kg.C), estamos nos referindo ao fato de que necessitamos de 1 J de energia para elevar de 1C a temperatura de 1 kg de água. Ou seja, o C que aparece no denominador da unidade de Cp na realidade significa um C (diferença unitária entre temperaturas). Neste caso a unidade composta é então: joules por quilo por diferença unitária de graus Celsius e a sua conversão para outra escala de temperatura é feita pelos fatores de conversão das unidades de grau, uma vez que Cp = Cp (T). Ministério da Educação Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica Instituto Federal do Rio de Janeiro – IFRJ UNIDADE I – FUNDAMENTOS BÁSICOS Professora: SIMONE ALVES Disciplina: BALANÇO DE MASSA E ENERGIA Revisão: Novembro/20102 18 7) Pressão A unidade no sistema SI para medir a força é o Newton (N) e a área é em metro quadrado (m2). Assim, a unidade de medida da pressão no sistema SI é o N/m2 ou pascal (Pa). O valor do pascal é tão pequeno que o quilopascal (kPa) é a unidade mais conveniente para uso geral. Algumas unidades alternativas usadas para expressar valores de pressão são: a) Bar : 1 bar = 100 kPa b) Quilograma (força) por centímetro quadrado: kgf/cm2 No Sistema Americano de Unidades de Engenharia (AE) a pressão pode ser expressa de várias formas, incluindo: a) milímetros de mercúrio (mm Hg) b) polegadas de Hg (in Hg) c) pés de água (ft H2O) d) polegadas de água (in H2O) e) atmosferas (atm) f) libras-força por polegada ao quadrado (lbf/pol2) = psi Medidas de Pressão: Da mesma forma como a temperatura, a pressão pode ser expressa usando-se uma escala absoluta (pressão absoluta) ou uma escala relativa pressão relativa (ou manométrica),. Assim, a pressão registrada em um equipamento de medição pode ser relativa ou absoluta, dependendo da natureza do instrumento utilizado na medição. 8) Unidades Térmicas: Calor é uma forma de energia; deste modo, a dimensão de ambos é ML2T-2. Entretanto, em alguns sistemas a temperatura é tida como uma dimensão. Nestes casos, a energia do calor pode ser expressa como proporcional ao produto da massa com a temperatura. A constante de proporcionalidade é o calor específico, que depende do material e varia de um para outro. A quantidade de calor é definida como uma função do material, com água como uma referência e o calor específico é a unidade. Calor = Massa x Calor específico x Temperatura A unidade de calor específico depende do sistema de unidades a ser adotado. Assim: Sistema Métrico: Caloria: calor necessário para aumentar a temperatura de um grama de água de 14,5 a 15,5°C Sistema Inglês: BTU (British Thermal Unit): quantidade de calor necessária para se elevar a temperatura de uma libra (1 lbm) de água em um grau Fahrenheit ( de 60 para 61°F) Sistema Internacional Caloria: visto que calor é uma forma de energia, sua unidade é o Joule. A caloria pode ser definida como uma função do Joule: 1 caloria = 4,185 Joules Ministério da Educação Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica Instituto Federal do Rio de Janeiro – IFRJ UNIDADE I – FUNDAMENTOS BÁSICOS Professora: SIMONE ALVES Disciplina: BALANÇO DE MASSA E ENERGIA Revisão: Novembro/20102 19 Visto que calor e trabalho são duas formas de energia, é necessário definir um fator que as relaciona. Por esta razão, o equivalente mecânico de calor (Q) é definido como: Q x energia de calor = Energia Mecânica Assim: Q = Energia Mecânica = MLt-2L = L2t-2 T-1 Energia de calor MT
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