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Economia e Mercado UNIDADE 4 1 Economia e Mercado Unidade 4 palavras do professor Caro(a) Aluno(a)! Estamos iniciando a Unidade IV e convidamos você para refletir sobre o funcionamento das políticas fiscal, monetária, cambial e comercial. Vamos entender sobre o papel da moeda na economia, o funcionamento do mercado monetário, ou seja, oferta e demanda da moeda. Compreendendo como ele funciona, fica mais seguro entender como ele pode sofrer intervenções através da política monetária. Apresentamos, ainda, os instrumentos de política monetária. En- tão, vamos iniciar a Unidade. Queremos que você saiba que estaremos junto com você, estimulando a aprendizagem e esclarecendo as suas dúvidas. Disposto? Claro que sim. Então vamos avante, muito temos que aprender. Após aprendermos o que significa a microeconomia e os objetos de estudos da mesma, nesta unidade vamos co- nhecer e aprender o que é a macroeconomia e o que ela se propõe a estudar. O assunto é envolvente e o ajudará a esclarecer dúvidas sobre o tema. Lembre-se que a microeconomia estuda os elementos mais simples da economia. E quais são esses elementos? Lembra-se? Vamos recordar? A microeconomia tem por objetivo estudar o comportamento dos consumidores. Como ele se dirige ao mercado para adquirir bens e serviços. Você sabe que o nível de consumo depende da renda do consumidor e como essa renda é auferida. A microeconomia olha, também, o comportamento das empresas. O que a leva a produzir de- terminados bens e serviços. Como a demanda por bens e serviços determinam o nível de produção, ou a quantidade a ser produzida para atender a procura ou demanda. A microeconomia preocupa-se, inclusive, em estabelecer como o consumidor gasta sua renda, além de estudar a forma como as empresas utilizam os fatores de produção. Você lembra quais são os fatores de produção? Se não, releia a Unidade III. Bom, vamos agora aprender o que é a macroeconomia e o que ela estuda. Preparados? Então vamos lá. Desejo a você um bom estudo, colocando-me à disposição para dirimir dúvidas que porventura venham a aparecer. Professor Ticiano Lapenda 2 Economia e Mercado UNIdade Iv A Unidade IV enfatizará o ramo da economia denominado de macroeconomia. Você vai aprender a distinguir a econo- mia nos níveis micro e macro. Na parte destinada ao estudo da Microeconomia, destacamos os mercados de concor- rência perfeita e imperfeita, e na parte macroeconômica, o sistema de contas nacionais e os indicadores sociais, além das políticas econômicas do governo e como elas impactam na produção e no consumo. Portanto, vamos compreender os significados das políticas fiscal, monetária, cambial e tributária. Você vai entender as razões que levam o governo a fazer flutuações nas taxas de juros e como estas flutuações definem o crescimento ou retração da economia. Os assuntos que temos pela frente são bastante interessantes e de fundamental importância para entendermos o comportamento da economia em um dado período. Antes de iniciarmos, vamos a um pequeno resumo. Preparado? Então vamos lá. resUMo Microeconomia: parte da teoria econômica que estuda os agentes econômicos de forma individualizada, como consumidor e a empresa. Macroeconomia: parte da teoria econômica que estuda os agentes econômicos em seu conjunto. Tem por finalidade determinar os fatores que interferem no nível total da renda e do produto da economia. Você percebe a diferença? Simples. Contudo entenda que a microeconomia e a macroeconomia são estudos comple- mentares e não excludentes. Vamos, então, mergulhar no estudo da macroeconomia. Como já vimos, a macroeconomia estuda os agentes econômicos em seu conjunto. Busca compreender como os fato- res que interferem no nível da renda e do produto da economia. Vamos nos lembrar o que foi abordado na unidade III. Lembra que definimos a economia como a ciência da escassez? E o que é escassez? Escassez é a limitação dos fatores de produção para produzir bens e serviços para os consumi- dores cada vez mais desejosos de adquirirem estes bens e serviços, dado as necessidades ilimitadas destes consu- midores. Bom, para que a produção atenda as necessidades dos consumidores, a mesma deve buscar a eficiência e a eficácia. E como conquistar a eficiência e a eficácia? A resposta é simples: otimizando o uso dos fatores de produção e melhorando seus processos produtivos, ou seja, aumentar a produtividade. E o que significa produtividade? O au- mento da produtividade significa fazer mais com menos. Menos inputs (entradas) e mais outputs (saídas). E o que significa entradas e saídas em um sistema produtivo? Entradas são todos os insumos necessários para o processo produtivo. Matéria prima, equipamentos, instalações, Mão de obra, tecnologia, etc., são entradas. E saídas? São os bens e serviços acabados e prontos para o consumo. 3 Economia e Mercado Vamos entender, agora, o conceito de contabilidade nacional ou social. E o que é contabilidade nacional ou social? A contabilidade nacional ou social apresenta em termos quantitativos o desempenho da economia, ou seja, nos fornece os meios para a análise do conjunto da economia de uma sociedade. Isto posto, surge uma indagação: como medir a produção de um sistema econômico? Lembra-se o que é um sistema econômico? Se não, releia a nossa Unidade III. O importante é ter em vista que a produção é contínua, ou seja, não é interrompida. E qual a razão desta continuidade? Óbvio, todos nós, consumidores, estamos demandando sempre por bens e serviços para atender nossas necessidades e desejos. Vamos, na sequência, entender o conceito de produto. E o que é o produto de uma determinada economia? É a soma dos valores expressos em termos monetários dos bens e serviços produzidos e voltados para o consumo final. E como medir a atividade econômica? O que é renda de uma economia? A renda de uma economia é a soma da remu- neração paga aos fatores de produção. Lembra quais os fatores de produção? Se não, releia a Unidade I. Em outras palavras, para se obter a renda de um país em um determinado período, somam-se os salários, os aluguéis, os juros e os lucros que são os pagamentos feitos aos fatores de produção. Temos outra ótica: a da despesa. Em que consiste esta ótica? É a análise do uso que os agentes fazem da sua renda. E como a renda é utilizada? Ela pode ser utilizada no consumo de bens e serviços, compra de títulos do governo, etc. Podemos, então, afirmar que o produto de uma economia é expresso em termos monetários. Devemos considerar que o exposto acima considera um sistema econômico bem simples, incluindo tão somente os consumidores e empresas. O setor público, ou seja, o governo não foi considerado. Entretanto, como já vimos nas unidades anteriores, o governo é um agente econômico, e assim sendo, ele faz parte do sistema econômico. Percebe você que nesta unidade introduzimos dois novos conceitos; produto e renda. Então, agora, podemos falar sobre contabilidade nacional. Vamos conceituar o que é contabilidade nacional? Conta- bilidade nacional é um método de medir a atividade econômica. E o que se mede? A produção em um determinado período de tempo. Dificuldades? Creio que não. Todavia se surgir alguma, estou à disposição para tirá-las. Continuemos a aprofundar nossos conhecimentos. Vamos falar sobre os agregados macroeconômicos. E quais são os agregados econômicos? Nada complicado. Você certamente já ouviu falar sobre o PIB (Produto Interno Bruto). E o que significa isto? O PIB é a soma de tudo que um país produz em um determinado período de tempo. A partir desta definição, fica claro que quanto maior o PIB, maior a produção de bens e serviços. Claro, as empresas só estarão dispostas a aumentar a produção na medida em que o consumo aumenta. Então podemos concluir: o consumo aumenta quando a renda dos consumidores tambémaumenta. Então temos: mais produção que gera mais renda, mais demanda mais produção. Mas o que determina o crescimento? Como explicitado anteriormente, a variação do PIB é a medida do crescimento econômico. Assim, é necessário deter- minar quais os componentes do PIB para saber o que realmente determina o crescimento econômico de um país. A seguinte equação representa os condicionantes do crescimento econômico: 4 Economia e Mercado pIB = consumo das famílias + gasto do governo + investimento das empresas + exportação líquida. Vamos analisar, agora, cada um dos componentes separadamente. Consumo das famílias: ao se apropriarem de suas rendas, as famílias destinam uma parte ao consumo de bens e serviços. Quanto mais as famílias consumirem, mais as empresas terão que produzir para suprir as demandas por bens e serviços das pessoas. Vale ressaltar que famílias de baixa renda tendem a consumir proporcionalmente mais de suas rendas, pois não adquiriram todos os bens de que necessitam. Destaca-se, então, a importância de uma dis- tribuição de renda equitativa no país, pois famílias de baixa renda consomem pouco e, caso tenham incrementos em seus ganhos, passarão a consumir mais, impulsionando o crescimento econômico. Investimento das empresas: é uma das mais importantes variáveis para o crescimento de um país. Ao investirem, as firmas elevam o nível de emprego, produto e renda. As indústrias, na maioria das vezes, não possuem recursos su- ficientes para realizar seus planos de investimento e, com isso, precisam recorrer a empréstimos junto às instituições financeiras, pagando uma determinada taxa de juros pelo dinheiro que tomam emprestado. Ao fazerem seus planos de investimento, as empresas calculam, aproximadamente, a rentabilidade que tal investimento vai lhe proporcionar. Caso a lucratividade do investimento seja maior que os juros que deverão ser pagos pelo financiamento, a empresa realizará seus planos; caso contrário, tal investimento torna-se inviável. Portanto, para que exista um nível de inves- timento elevado na economia, é necessário que se mantenha a taxa de juros baixa. Gasto público: ao fazer obras, construir, operar suas estatais, etc., o governo está empregando mais pessoas, ex- pandindo o nível de emprego e, ao mesmo tempo, dando condições para que as empresas produzam mais. Assim, ao comprar e produzir mais, o governo causa uma elevação da produção e do nível de emprego, e aumenta o nível de renda da economia. exportação líquida: são as exportações menos importações de um país. Quanto maior o saldo, maiores o nível de emprego e o crescimento econômico, já que a produção deve aumentar; quanto menor o saldo, menor o nível de emprego, pois produtos que eram produzidos aqui passam a ser comprados do exterior, piorando a produção da economia. É óbvio que nenhum país fica sem comprar e vender para o exterior, mas o ideal é aumentar o nível de exportações e diminuir o de importações. O Sistema de Contas Nacionais e a consequente mensuração dos agregados possibilitam uma avaliação quantitativa do produto que uma economia pode ser capaz de gerar num determinado período de tempo. Tal medida vem sendo considerada um importante indicador de desempenho econômico e mostra a capacidade de geração de renda das economias. Portanto, quando o objetivo da política econômica for de crescimento econômico, automaticamente, se estará procurando expandir o nível de produção e, consequentemente, o nível de emprego da economia. A mensuração das variáveis econômicas possibilita a avaliação quantitativa do produto que uma economia se torna capaz de gerar num determinado período de tempo. Tal medida é considerada um importante indicador de desempenho econômico e identifica a capacidade de geração de renda da economia. Entretanto, se a preocupação for com a qualidade de vida da população, o produto agregado mostra-se inadequado. Na avaliação da qualidade de vida da população, faz-se necessário considerar não apenas os aspectos econômicos, mas também aqueles ligados à oferta de bens públicos, como saúde e educação, que afetam diretamente o bem-estar. A utilização de indicadores sociais como parte da avaliação da riqueza de uma região insere-se na discussão entre crescimento e desenvolvimento econômico. 5 Economia e Mercado A preocupação com o bem-estar da sociedade nos remete ao confronto de dois importantes conceitos: crescimento econômico versus desenvolvimento econômico. Desse modo, observa-se nas sociedades em fase de desenvolvimento ou subdesenvolvidas a ocorrência de cres- cimento sem desenvolvimento. Se o crescimento for muito concentrado, isto é, mal distribuído, a maior parte da população não se beneficia da elevação da renda gerada na economia. Vale a pena observar que uma das formas de avaliar o desenvolvimento é acompanhar a evolução de alguns indicadores relativos à saúde e à educação, porque seu comportamento fornece uma boa aproximação do que está ocorrendo com a qualidade de vida da população. Algumas instituições internacionais, como o Banco Mundial e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD –, vêm divulgando sistematicamente dados como os de expectativas de vida, mortalidade infantil, condições sanitárias, nível e qualidade da educação do país. Tais estatísticas, além de permitirem avaliar a qualidade de vida de um país, possibilitam comparações entre os países e fornecem uma ideia mais precisa do que vem a ser caracterizado como um país desenvolvido. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), publicado nos Relatórios do Programa das Nações Unidas para o Desen- volvimento – PNUD, tem como objetivo avaliar a qualidade de vida nos países. O PNUD calcula o IDH desde o início dos anos 1990 e, atualmente, o estima para muitos outros países. O IDH agrega, em sua metodologia de cálculo, três variáveis: Indicador de renda: é a renda per capita, ajustada para refletir a paridade do poder de compra (PPP) entre os países (portanto, renda avaliada em US$ PPP). Indicador das condições de saúde: é a expectativa de vida (índice de longevidade). Indicador das condições de educação: é uma média ponderada de outros dois indicadores, a taxa de alfabetiza- ção de adultos e a taxa combinada de matrícula nos Ensinos Fundamental, Médio e Superior. O IDH varia de zero a um e permite classificar os países em três grupos distintos: baixo desenvolvimento: IDH menor ou igual a 0,5; médio desenvolvimento: IDH entre 0,5 e 0,8; e países de alto desenvolvimento: IDH maior que 0,8. saiba mais! Sugiro que você leia o capítulo quinto do livro princípios de Economia de Flávio Ribas Tebchirani que está disponível na biblioteca virtual. Informações sobre como é calculado o PIB no Brasil e sua evolução durante os últimos anos nos endereços. 6 Economia e Mercado Pesquise também na Fundação IBGE – Sistema de Contas Nacionais – Tabela de recursos e usos - Metodologia. Diretoria de Pesquisa, texto para discussão interna número 88, dezembro de 1998 no link. Sobre o Índice de Desen- volvimento Humano (IDH) e sua evolução nos principais países, no link. E aí? Complicado? Claro que não. É só pensar. Todos nós ouvimos falar constantemente que o Brasil tem uma péssima distribuição de renda. Hora de abordarmos um novo conceito: distribuição de renda. O que isto significa? Vamos entender. Sabemos que o sistema econômico produz bens e serviços que serão ofertados aos consumidores. Ora, quanto maior a renda das pessoas, mais acesso elas terão ao consumo. Desta forma a renda precisa ser distribuída de forma a tornar o acesso das pessoas aos bens e serviços. É sabido que a renda não é igual em todas as regiões do país. Ela se concentra nas regiões onde há mais fatores de produção. Lembra quais são os fatores de produção? Capital, terra e trabalho. Ok. Vamos avante, muito ainda temos que considerar no estudo da macroeconomia.Neste contexto, devemos entender como a renda é distribuída entre as pessoas. Normalmente a renda de uma pes- soa é fruto do seu trabalho. Se ocorrer uma distribuição mais justa da renda, as pessoas terão mais oportunidade de adquirir bens e serviços. Se há um aumento na demanda por estes bens e serviços, mais as empresas produzirão. Se as empresas produzem mais, necessitarão de mais pessoas trabalhando. Se há mais pessoas trabalhando, mais acesso elas terão ao consumo. Esta cadeia gera o aumento das riquezas produzidas pelo país. Lembra do conceito de PIB? Se não, releia. resUMo Vimos que a microeconomia busca entender: • Como o consumidor destina sua renda para a aquisição de bens e serviços. • Como a empresa estabelece planeja sua produção, buscando diminuir seus custos. • Como a empresa precifica seus produtos e serviços. A macroeconomia visa: • Explicar as razões que levam uma economia a crescer ou não. • Quais as razões que levam os preços dos bens e serviços a aumentarem em certo período e outros perma- necerem estáveis. Podemos concluir que a macroeconomia tem por objetivo analisar os índices de preços, nível de produção e de em- prego. Busca também analisar a relação que existe entre a taxa de juros e o nível de investimento na produção e a influência da taxa de câmbio nas importações e exportações. 7 Economia e Mercado Imagino que você não teve dificuldades para entender a macroeconomia. Na sequência desta exposição, se houver alguma dificuldade, ela será dirimida. saiba mais! Para aprofundar seus conhecimentos sobre o tema abordado, continue lendo o capítulo 5 do livro princípios de Economia de Flávio Ribas Tebchirani que está disponível na biblioteca virtual. Já agregamos uma série de conhecimentos. Agora vamos discorrer sobre as Políticas Econômicas do Governo. Afinal, quais são estas políticas e qual suas finalidades e metas? Vamos lá. Não é tão complicado assim. Os objetivos da política econômica envolvem compensações e conflitos. Enquanto algumas variáveis macroeconômi- cas flutuam juntas, produção e emprego, para exemplificar, em outras situações, as decisões da política econômica enfrentam conflitos que são inevitáveis. Vamos exemplificar para que você entenda melhor. Quando dissemos que a produção e o emprego flutuam juntos, queremos dizer que o aumento da produção acarreta a criação de mais postos de trabalho. Em contrapartida a queda na produção acarreta a diminuição dos postos de trabalho. Ora, esta flutuação gera um aumento ou queda da taxa de emprego. Certamente você já ouviu falar sobre o crescimento ou não da taxa de emprego. A taxa de emprego é um indicador econômico que mostra o desempenho da economia do país em um determinado período. Então, quanto menor a taxa de desemprego, melhor o desempenho da economia visto que a produção de bens e ser- viços aumenta em razão do aumento da demanda por estes bens e serviços. Entendido? Ótimo. Passemos agora a definir as políticas econômicas e os impactos que elas causam na economia, mas antes vamos classificá-las. As políticas econômicas do governo são classificadas em: • fiscal – diz respeito ao orçamento público (receitas e gastos do setor público). • Monetária – controle da moeda, do crédito ofertado e da taxa de juros. • Cambial – controle do ingresso e saída de moeda estrangeira e a formação da taxa cambial. • Comercial – políticas de comércio internacional e dos incentivos as exportações. Vamos falar sobre cada uma destas políticas e como elas afetam o desempenho da economia de um país. Você verá que a compreensão destas políticas é fácil e entenderá as razões que levam o governo a optar por deter- minadas políticas. Lembre-se, o governo é um agente econômico e interfere diretamente na produção e no consumo por bens e serviços. 8 Economia e Mercado Bom, vamos começar pela política fiscal. Afinal o que é e de que trata a política fiscal? Vamos ver. Imagine você enquanto um assalariado. Claro, se você exerce uma atividade produtiva, no final do mês recebe o pa- gamento pelos serviços prestados a uma determinada empresa. Com esta renda, você demandará por bens e serviços que atendam suas necessidades e desejos. Você paga a prestação do carro, o aluguel, compra alimentos, roupas, etc. Bom, se seus gastos mensais ultrapassam sua receita, você assume a posição de deficitário, ou seja, suas despesas são maiores que sua receita. Com o governo ocorre a mesma coisa. O governo elabora seu orçamento anual em que constam as receitas e despesas presumíveis. No entanto, considerando que o governo é perdulário, as despesas sempre são maiores que as receitas. De alguma forma o governo precisa cobrir este “rombo”. E de que forma o faz? Buscando dinheiro no mercado. E como o governo capta dinheiro no mercado? Através da emissão de títulos da dí- vida pública. Ora, se o governo pede dinheiro emprestado, em um momento ele terá que pagar – resgate dos títulos emitidos e comprado pelos investidores. Neste caso, o governo aumenta seu endividamento, destinando parte da receita para o pagamento dos juros dos títulos. Claro que ao destinar parte da receita para o pagamento dos juros, outros investimentos não serão feitos. Que investimentos são estes? Investimentos em saúde, educação, segurança, infraestrutura, etc. Perceba que neste caso o governo não está destinando dinheiro para atividades produtivas. Eis a razão pela qual o governo investe pouco em atividades produtivas, o orçamento público sempre apresenta déficit. Ou seja, receita menor que despesa. Percebeu? Vamos imaginar a seguinte situação: você recebe seu salário no final do mês. Como você gasta mais do que recebe, sua posição é deficitária. O que você faz? Pede dinheiro emprestado ao banco utilizando o cheque especial. No final do mês, você terá que pagar os juros cobrados pelo banco. Ou seja, os recursos financeiros que você poderia utilizar para outros fins será usado para o pagamento da dívida contraída. É assim que o governo se comporta. Então fica uma pergunta: o que o governo deve fazer? Equilibrar seu orçamento, gastando só o que arrecada. Há alternativa? Sim. Incentivar a produção alterando a política tributária. E agora? O que é política tributária? Tenho certeza que você já ouviu centenas de vezes a seguinte expressão: “a carga tributária no Brasil inibe a produção”. Ouviu? Claro. Vamos conversar um pouco sobre a política tributária. Vamos lá? A política tributária diz respeito aos impostos, taxas e demais contribuições que o governo cria para arrecadar mais e cobrir seu “rombo” orçamentário. Você já ouviu falar, certamente, que o Brasil tem uma das maiores cargas tributárias do mundo. O que isto quer dizer? Quer dizer que o Brasil cobra muitos impostos. E como isto inibe o crescimento da economia? Vamos entender. Na medida em que o governo onera a produção, as empresas se retraem, ou deixam de produzir ou diminuem sua pro- dução. Por qual razão? Pelo simples motivo de que os custos de produção ficam mais elevados. O que ocorre quando os custos de produção ficam mais elevados? As empresas repassam o aumento destes custos para o consumidor. Ora, se os preços dos bens e serviços ficam mais altos, o consumo dos mesmos diminui, ou seja, há uma inibição no con- sumo. Esta inibição no consumo faz com que as empresas produzam menos. Produzindo menos, o país deixa de gerar riquezas. Lembra do PIB? Você certamente deve estar perguntado: por que o governo não altera sua política tributária? 9 Economia e Mercado Esta é uma pergunta que todos se fazem. Vamos arriscar uma resposta? O governo não altera sua política tributária em razão do descontrole da sua política fiscal. Se o governo arrecadasse melhor e gastasse de forma responsável, certamente teria um orçamento equilibrado. Lembra-se do exemplo do consumidor que tem uma determinada renda e gasta mais?Precisamos, para fechar a abordagem sobre a política tributária, estabelecer como elas impactam no desempenho das organizações. Claro, se os encargos são elevados, as empresas têm os custos de produção aumentados – já aborda- mos isto. Se os custos de produção são onerados, as organizações, obrigatoriamente, repassam estes custos para o preço final do bem ou serviço. E o que isto significa? Significa que nossas empresas perdem competitividade. E o que significa perder competitividade? Significa que elas não conseguem competir com empresas de outros países, pois os custos de produção das empresas de outros países são mais baixos. Eis a razão pela qual o Brasil é um país pouco competitivo. Esta baixa competitividade leva o país a comprometer seus resultados na balança comercial. E o que é a Balança Comercial? Falaremos sobre ela quando abordarmos a política comercial. E aí? Alguma dificuldade? Não se preocupe. Ao assistir aos vídeos aulas, ler o material indicado, participar dos fóruns e fazer os exercícios propostos, você compreenderá com facilidade o que estamos abordando. Na sequência dos nossos estudos, vamos falar sobre a política monetária. Quando falamos de política monetária, nos referimos às ações do governo no sentido de controlar as condições de liquidez da economia. Diante disso, a política monetária pode ser definida como o controle da oferta de moeda e das taxas de juros, no sentido de que sejam atingidos os objetivos da política econômica global do governo. Alternativa- mente, também pode ser definida como a atuação das autoridades monetárias, por meio de instrumentos de efeitos diretos ou induzidos, com o propósito de controlar a liquidez global do sistema econômico. A formulação da política monetária é uma prerrogativa do Banco Central que dimensiona os meios de pagamento e os níveis das taxas de juros, adequando essas variáveis aos objetivos de crescimento da produção e do emprego, com estabilidade de preços. A atuação do Banco Central opera-se pela determinação do volume de reservas obrigatórias dos bancos, dependendo do comportamento do público e dos bancos em relação às quantidades de moedas que desejam reter. saiba mais! Aprofunde os conhecimentos até então obtidos, lendo capítulo 19 do livro Princípios de Economia de Francisco Mochón, ao seu alcance na biblioteca virtual. Entendido? Que bom! Vamos sequenciar nossa abordagem sobre a política monetária, falando sobre a demanda por moeda. O que significa demanda por moeda? Quais os motivos que levam as pessoas a demandar e reter moeda? Primeiro vamos conceituar e definir o papel da moeda. A partir daí, será fácil compreender o assunto. Vamos pensar? 10 Economia e Mercado A moeda, é um meio de troca, é a maneira mais eficaz de um indivíduo adquirir os bens e serviços de que necessita. Entretanto, como uma pessoa não gasta toda sua renda no momento em que a recebe, podemos perguntar: por que esse indivíduo não aplica parte dela – a que não é consumida imediatamente – em títulos, que rendem juros? Existem três razões fundamentais que levam as pessoas a demandar e reter moeda em seu poder: primeira razão: o fato de os pagamentos e os recebimentos não serem perfeitamente sincronizados. A maior parte dos trabalhadores recebe seus salários no início do mês, mas os gastam, no decorrer do mesmo mês, com as despe- sas comuns de uma família, como aluguel, condução, alimentação, etc. Portanto, essa pessoa precisa reter moeda ou dinheiro em seu poder durante todo o mês. A essa razão para a retenção de moeda, damos o nome de demanda da moeda para transações. segunda razão: chama-se demanda de moeda para precaução. Isso significa que as pessoas previdentes sempre têm certa soma em seu poder, reservada para um imprevisto, como problemas de saúde, uma batida de automóvel, etc. Terceira razão: é a demanda de moeda para especulação ou demanda especulativa. Essa razão está associada ao fato de a moeda funcionar como reserva de valor. Se um indivíduo já separou de sua renda aquelas parcelas desti- nadas às transações e à precaução, o procedimento mais razoável seria aplicar o restante em títulos, que rendem juros, pois nada acontece com o dinheiro quando está simplesmente em casa ou depositado em um banco, em conta- corrente. saiba mais! Sugiro que você leia o capítulo 7 do livro Macroeconomia de Andrew B. Abel, Bem S. Bernanke e Dean Croushore. Desta forma você estará agregando novos conhecimentos. Consulte a biblioteca virtual. Vamos conceituar, agora, o que é taxa de juros. Este conceito precisa ser entendido para seguirmos em frente. Em 2005, foi publicado o livro O valor do amanhã, que discute a questão dos juros na sua concepção mais ampla. [...] o fenômeno dos juros é, portanto, inerente a toda e qualquer forma de troca intertemporal. Os juros são o prêmio da espera na ponta credora – ganhos decorrentes da transferência ou cessão temporária de valores do presente para o futuro; e são o preço da impaciência na ponta devedora – o custo de antecipar ou importar valores do futuro para o presente. (GIANNETTI, 2005, p. 10) Então, taxa de juros é o preço cobrado pelos credores aos devedores pelo uso de suas poupanças durante certo perío- do de tempo. Voltemos à nossa discussão. Se a taxa de juros do mercado está baixa, essa pessoa prefere esperar um aumento para aplicar seu dinheiro e obter, assim, uma remuneração maior. Nesse caso, é importante ressaltar que a moeda cumpre melhor seu papel de reserva de valor em economias onde não há inflação ou quando ela baixa. Altos 11 Economia e Mercado índices inflacionários corroem o poder aquisitivo da moeda, reduzindo seu valor com o passar do tempo. Isso tudo nos permite estabelecer uma relação inversa entre a taxa de juros do mercado e a demanda especulativa da moeda. Realmente, quanto maior a taxa de juros, menor a quantidade de moeda demandada e retida para especulação, e vice-versa. O que foi visto nos leva a concluir que a demanda por moeda tem um componente influenciado pela taxa de juros – a demanda especulativa – e um componente que não depende de juros – a demanda para transações e por precaução. Para entendermos perfeitamente a demanda por moeda, basta lembrar que a taxa de juros é o preço da moeda, isto é, o preço do dinheiro no mercado financeiro. Assim, no mercado financeiro, onde se encontram a oferta e a demanda por dinheiro, o dinheiro se transforma numa mercadoria, cujo preço é a taxa de juros. Percebe você que a moeda tem um preço? E qual é o preço da moeda? Como já posto, o preço da moeda são as taxas de juros. Muita informação? Sim. Mas não se iniba ou desestimule. O aprendizado é assim mesmo. Quanto mais informações temos, mais informações desejamos. Internalizados estes conceitos, vamos conversar sobre os efeitos da política monetária na economia e como ela afeta a produção e o consumo. Vimos que a emissão de moeda e o controle da sua quantidade em circulação é prerrogativa do Banco Central. Cer- tamente você deve estar se perguntando: por que controlar a circulação da moeda em um dado período? Vamos à explicação. Imagine que há uma grande quantidade de moeda em circulação no país. Se há uma grande quantidade de moeda em circulação, mais pessoas as usarão para o consumo dos bens e serviços. Suponha que as empresas ofertem as mesmas quantidades de bens e serviços ao mercado. O que ocorrerá? Mais pessoas demandando por bens e serviços. Ora, se há uma maior demanda por bens e serviços e a oferta dos mesmos são estáveis, a tendência é que os preços destes bens e serviços aumentem de preço. Isto gera o início do processo inflacionário. E o que é inflação? Inflação é o aumento generalizado e contínuo dos preços. Por esta razão, o governo define sua política monetária. Ou seja, limita a oferta de moeda em circulação no mercado. Ao limitar a oferta de moeda no mercado, o preçoda mesma – taxa de juros -, se eleva. Com a elevação das taxas de juros, o acesso ao crédito fica mais difícil e mais caro. O que as pessoas então fazem? Diminuem o consumo ou adiam a compra de um bem até que os juros caiam. A intenção do governo é diminuir o consumo, forçando as empresas a baratearem seus bens e serviços. Verifique que os consumidores, no caso do aumento das taxas de juros, ao invés de usarem a moeda para o consu- mo, a usa para outros investimentos – poupança, compra de títulos, etc. Percebe-se, claramente, que a diminuição do consumo leva as empresas a produzirem menos. Ao produzirem menos, são obrigadas a dispensar parte de seus empregados. Estes empregados dispensados, não terão renda e, portanto, não consumirão o que antes consumiam o que faz com que as empresas reduzam ainda mais seu interesse em produzir, já que a demanda cai. Percebe? 12 Economia e Mercado Então, os efeitos de uma política monetária restritiva colocam a economia em um processo de estagnação. Ou seja, não há crescimento. Bom, você deve estar perguntando: por que o governo não muda sua política monetária? A res- posta não é simples e a solução menos ainda. O ideal seria o governo incentivar a produção para que houvesse um equilíbrio entre a oferta e a demanda. Surge, agora, outra pergunta: como incentivar o aumento da produção? Vamos ver: • Alterando sua política tributária, para desonerar a produção. • Equilibrando suas contas (política fiscal), buscando o superávit. • Gerando superávit na balança comercial (exportar mais e importar menos). Complicado? Claro que não. Leia o material indicado e pesquise. Como uma coisa puxa a outra, acima falamos que uma das alternativas para que haja incentivo a produção é gerar superávit na Balança Comercial. Surgem, então, dois novos assuntos para abordarmos. O que é Balança Comercial e quando a mesma é superavitária ou deficitária? saiba mais! Consulte o capítulo 13 do livro Princípios de Economia de Francisco Mochón. Consulte o a Biblioteca Virtual. Pronto para iniciarmos novo assunto? Então vamos lá. É momento de tratarmos sobre exportação, importação e política cambial. Para entendermos bem o assunto que ora iniciamos, vamos entender o que é uma economia fechada e uma economia aberta. Estes dois conceitos são importantes para entendermos o comércio internacional. Você lembra quais são os agentes econômicos? Vamos recordar: os trabalhadores, os empresários, o governo e o setor externo são agentes econômicos. Para começar, vamos imaginar um sistema econômico com a participação ape- nas dos trabalhadores e empresários. Este é o chamado sistema fechado e sem governo. E por que fechado? Por que não há setor externo. Neste caso, não existe relações comerciais e financeiras com outros países e sem governo por- que não há o setor público. É claro que este exemplo é hipotético. Evidentemente que não existe nenhum país assim. E o que é uma economia aberta? Em uma economia aberta, o país mantém relações comerciais e financeiras com outros países. O conjunto desses países constitui o setor externo. 13 Economia e Mercado Agora vamos entender o que significa uma economia aberta. Em uma economia aberta, há relações comerciais entre os países. E o que significa estas relações comerciais? Significa que os países compram e vendem o que produzem para seus parceiros comerciais. Fácil? Nas exportações o país vende parte do que produz para outros países e nas importações o país compra parte dos bens e serviços produzidos em outros países. E o que significa saldo da balança comercial? O saldo da balança comercial é a diferença entre as exportações e as importações. E quando a balança comercial está equilibrada, deficitária ou superavitária. Resposta simples? Claro. A balança comercial está equilibrada quando as exportações são iguais às importações. É deficitária quando as im- portações são maiores que as exportações e, é superavitária quando as exportações são maiores que as importações. Bom, tudo isto nos remete a fazer um questionamento. De que forma o país pode gerar superávit em sua balança comercial? Adotando políticas que incentivem a formação de parcerias comerciais, formulando adequadamente sua política cambial, incentivando as empresas a melhorarem a qualidade dos bens e serviços produzidos, entre outras tantas. Assim, podemos dizer que o comércio internacional deve ser o objetivo das nações, definindo um cenário de com- petições igualitárias entre as indústrias nacionais e estrangeiras. É fundamental, nesse sentido, a ação do governo, promovendo uma política industrial de longo prazo e abertura econômica graduada, que não venha a trazer perdas, e sim benefícios para a nação. saiba mais! Continue lendo o capítulo 13 do livro Princípios de Economia de Francisco Mochón. Aprofunde e aprimore seus conhecimentos. Consulte a Biblioteca Virtual. Consulte também sobre o comportamento do balanço de pagamentos do Brasil, sumário metodo- lógico de toda a estrutura no link. Imagino que evoluímos bastante e você começa a se familiarizar com este “bicho de sete cabeças” chamado Econo- mia. Viu como é fácil entender a economia? Observou que é possível entender claramente as oscilações da economia em um dado momento? Percebeu como o governo interfere diretamente na economia? Muito bom! Vamos conversar um pouco sobre a taxa de câmbio e como ela influencia o desempenho da balança comercial. Lem- bre-se que é muito importante você compreender esta relação. 14 Economia e Mercado No Brasil, antes da reforma econômica, o governo estabelecia a cotação da moeda referência, o dólar americano, em relação ao real. Com as mudanças efetivadas, o governo adotou o câmbio flutuante. E o que é o câmbio flutuante? Vamos ver? Como já abordamos nas outras unidades, a moeda é um produto como outro qualquer. Vimos, também, quais as funções da moeda. Lembra? Bom, com o câmbio flutuante o mercado é quem determina a cotação do real em relação ao dólar. Vamos ver como? Imagine que há uma grande quantidade de dólar no mercado. Qual a tendência? Claro, o Real se valorizar em relação ao dólar. E por quê? A velha lei da oferta e procura. Imagine, agora, que há uma pequena quantidade de dólar no mercado e uma demanda alta por esta moeda. Qual a tendência? Evidente, o dólar se valorizar em relação ao real. Novamente a lei da oferta e da procura. Tá claro? Beleza. E o governo, para equilibrar a balança comercial o que faz? Simples. Retira ou coloca dólar no mercado. Você deve estar se perguntando: o que tem a ver a quantidade de dólar no mercado com a balança comercial? Vamos lá. Não é difícil entender. Dentro de uma nação, as transações se realizam com a mesma moeda, são as transações internas. No entanto, no comércio internacional são utilizadas diferentes moedas. Daí surge a necessidade de converter uma moeda em outra, fazer o câmbio,como forma de facilitar os intercâmbios comerciais. Logo, a taxa de câmbio é o mecanismo através do qual essa troca é possível, ou seja, é a expressão do número de unidades da moeda nacional por unidade de moeda estrangeira. Sua variação altera diversas variáveis econômicas, sobretudo aquelas relacionadas ao comércio exterior. Isto mesmo, os países trocam entre si bens e serviços. No comércio internacional, não há apenas uma moeda a ser empregada para pagamento das transações. Todavia, ao se fecharem as referidas transações, o saldo é contabilizado em uma única moeda. Em outras palavras, é necessário que exista alguma forma de conversão. A operação conhecida como taxa de câmbio faz a conversão da moeda nacional em moeda estrangeira. O número de unidades necessárias, em moeda doméstica, para adquirir uma unidade em moeda estrangeira tem sido regulado pela taxa de câmbio. exemplo: taxa decâmbio do real em relação ao dólar = 2,20 (assim, entregam-se R$ 2,20para se obter US$ 1,00). O governo, alterando a taxa de câmbio, ou seja, a relação entre as moedas vai interferir automaticamente na dinâmica das relações comerciais do país, uma vez que modifica a posição dos preços internacionais. Atente para os exemplos: Imagine que a taxa de câmbio seja: R$ 1,00 = US$ 1,00, o Brasil consegue exportar 1.000 toneladas de aço; num segundo momento, o governo brasileiro altera a taxa de câmbio para: R$ 2,00 = US$ 1,00, o Brasil, a essa nova taxa, consegue exportar 2.000 toneladas de aço, pois quem possuía dólares teve seu poder de compra ampliado. 15 Economia e Mercado Este fato ocorre, porque a alteração da taxa de câmbio tornou a moeda brasileira desvalorizada, ou seja, mais “ba- rata” em relação à estrangeira, e, consequentemente, nossos produtos caíram de preço no mercado internacional, tornando-se mais “atrativos” no exterior, resultando no aumento das exportações. No Brasil, a taxa de câmbio representa o preço, em moeda nacional,de uma unidade de moeda estrangeira. Uma elevação desta taxa representa uma desvalorização, e o oposto, uma valorização. O sistema cambial ou regime cambial é definido pela regra estabelecida para a formação da taxa de câmbio. Existem, fundamentalmente, dois tipos de taxa de câmbio: fixa: é administrada pelo Banco Central (autoridade monetária) do país, quem rege a oferta e a demanda de moedas estrangeiras. A autoridade monetária estabelece, assim, a taxade câmbio que considera a mais conveniente para a economia. flutuante: regime cambial flexível, no qual a autoridade monetária não tem compromisso algum para apoiar deter- minada taxa. A oferta e a demanda de divisas são quem determinama taxa de câmbio praticada. Lembra do que falamos? Falamos que o preço da moeda depende da oferta e da demanda. saiba mais! Consulte e reflita sobre o tema abordado no capítulo 5 do livro Economia Brasileira disponível na biblioteca virtual. Imagino que você agora entende o que é balança comercial e como a taxa de câmbio interfere na ampliação ou dimi- nuição do comércio internacional. Viu que um assunto que parecia complicado tornou-se entendível? Não pare por aí. Leia, pesquise, reflita. Chegamos ao final da Unidade IV. Você conheceu a macroeconomia e seus objetos de estudos. Esses conhecimentos são importantes para compreender como funciona a economia de um país. O que leva uma economia a crescer ou não. Quais as razões que conduzem a um processo inflacionário. Como as políticas econômicas do governo podem estimular ou não o crescimento do país. Lembre-se, caso haja alguma dúvida, faça contato com o seu tutor e não deixe de ler o material recomendado. Grande abraço, bons estudos e sucesso!
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