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Modelagem Centrífuga de Aterros Estaqueados com Reforço de Geossintéticos Diego Arthur Hartmann Universidade Federal do Rio de Janeiro-COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, Brasil, diego.hartmann@gmail.com Márcio de Souza Soares de Almeida Universidade Federal do Rio de Janeiro-COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, Brasil, mssal@globo.com Maria Cascão Ferreira de Almeida Universidade Federal do Rio de Janeiro-POLI/UFRJ, Rio de Janeiro, Brasil, mariacascao@globo.com Luc Thorel Université Nantes Angers Le Mans-IFSTTAR, Nantes, France, luc.thorel@ifsttar.fr RESUMO: Com a crescente necessidade de se construir sobre solos moles, a técnica de aterro sobre estacas com reforço de geogrelha vem sendo cada vez mais utilizada. Nestes tipos de aterros as cargas são transmitidas às estacas por meio do efeito de arqueamento e do efeito membrana na geogrelha. Entretanto, os mecanismos que governam esta transferência de carga ainda são pouco conhecidos. Um sistema experimental com uma plataforma móvel foi desenvolvido no laboratório do IFSTTAR na França, de modo a investigar o mecanismo de transferência de cargas em um aterro granular. Modelos em escala reduzida foram sujeitos a acelerações 20 vezes superiores a do planeta terra, de modo a simular as condições de tensões existentes em aterros reais. O principal objetivo desta pesquisa é determinar a influência do reforço no mecanismo do arqueamento em aterros estaqueados. Varias configurações de reforços foram simuladas na centrífuga. O programa experimental também inclui a análise e vários parâmetros de transferência de carga, como a pre- tensão do geossintético, a altura do aterro, o número de geossintéticos e o espaçamento entre as estacas. A análise comparativa indicou que a inclusão de uma camada de geossintético amplifica a transferência de cargas, mas que a adição de uma segunda camada não apresenta influência significante. A pré-tensão no geossintético não apresentou influência significativa para as geometrias e configurações de cargas aqui estudadas. Maiores alturas de aterro e taxas de cobertura sempre elevaram a eficiência e reduziram os recalques diferenciais. PALAVRAS-CHAVE: Modelagem Centrífuga, Geossintéticos, Aterros Estaqueados. 1 INTRODUÇÃO Uma solução relativamente simples para problemas de grandes recalques, decorrentes geralmente de espessas camadas de solo argiloso, são os aterros estaqueados. A solução envolve a transposição do solo mole por estacas rígidas, que atuam transferindo as cargas (aterro e sobrecarga) para uma fundação competente. A percentagem da carga total transferida para as estacas é um elemento chave no projeto de aterros estaqueados, pois indica o quão eficiente é o sistema, estando diretamente relacionado a menores recalques (Okyay et al., 2013; Van Eekelen et al., 2010). Diversas abordagens para estimar a eficiência de tais sistemas foram desenvolvidas durante os anos (Terzaghi, 1943; Low et al., 1994; Abusharar et al., 2009, EBGEO 2011), nas quais o fenômeno de arqueamento (e em alguns casos o efeito membrana) é levado em consideração na obtenção da distribuição das cargas para os capitéis e o solo mole entre eles. Porém, quando comparados, os resultados obtidos nestes métodos são um tanto diversos. A maneira complexa na qual os materiais com propriedades diversas interagem em aterros estaqueados é ainda um importante tópico de pesquisa, e a necessidade de mais estudos é clara. Apesar do fato de diversos estudos terem sido conduzidos envolvendo aterros estaqueados com reforço de geossintéticos, (Aslam e Ellis, 2010; Van Eekelen et al., 2012; Kempfert et al., 2004), modelagem centrífuga de aterros estaqueados com incorporação de camadas de geossintéticos ainda é um tópico recente (Girout et al., 2014; Blanc et al., 2013, 2014). O principal objetivo deste trabalho é investigar a influência de dois fatores no mecanismo de transferência de cargas: a pretensão aplicada ao geossintético, e o uso de uma ou duas camadas de geossintético. Para que isto seja possível, a eficiência da transferência de cargas e o recalque diferencial serão analisados através de quatro variáveis: número de geossintéticos, pré-tensão do geossintético, altura do aterro, e taxa de cobertura. Primeiro, a centrífuga do IFSTTAR, o sistema do platô móvel (Rault et al., 2010), e os materiais utilizados, serão apresentados. Por fim, os resultados obtidos durante a campanha experimental e as conclusões alcançadas serão discutidos. 2 CENTRÍFUGA E INSTRUMENTAÇÃO A centrífuga do IFSTTAR é uma centrífuga de braço, com 5,5 metros de raio e capacidade máxima de 2g-ton. O cesto da centrífuga tem 1,40 m de comprimento, 1,15 m de largura, e 1,50 m de altura. Para a campanha de ensaios, um nível de aceleração de N = 20 foi escolhido de modo a otimizar o diâmetro das estacas, a altura do aterro, e o tamanho máximo dos grãos do aterro. A Figura 1 (a) apresenta a malha de estacas quadrada utilizada nesta pesquisa, identificando a área de uma estaca (Ap) e a área do solo mole sobre influência da estaca (As). Dois outros parâmetros fundamentais são identificados: o espaçamento entre estacas (s) e o diâmetro das estacas (a). A razão entre a área ocupada pelas estacas Ap e a área total A (A = Ap + As) é a taxa de cobertura (α). A Figura 1 (b) identifica as cargas e forças atuando na área de influência da estaca, e a partir da equação (1) é possível obter a eficiência do sistema: Ap As s a Qs 2Qp qsc s 2 Qs 2 a qat s 2 Figura 1. Geometria e configuração de cargas. ps p QQ Q E + = (1) O sistema desenvolvido para simular o comportamento de aterros estaqueados na centrífuga é um platô móvel perfurado que se desloca para baixo, simulando o recalque do solo mole sob o aterro, como mostrado na Figura 2. É importante notar que a substituição do solo mole por um platô móvel tem a intenção única de simplificar a modelagem física, tornando possível o controle da velocidade do deslocamento do platô e assim garantindo taxas de recalque controladas em todos os testes. Platô Aterro Geossintético a) b) Platô Aterro Geossintético c) Platô Aterro Geossintético Figura 2. Comportamento do platô móvel na simulação. a) b) O platô móvel consiste em uma plataforma metálica de 40 mm de espessura e 900 mm de diâmetro, perfurada em 61 pontos. Estas perfurações possuem um diâmetro de 25 mm e são distantes 100 mm entre si, de centro a centro. É através destas aberturas que as inclusões rígidas (estacas em escala protótipo) passam quando o recalque está sendo replicado. Nem todas as 61 aberturas precisam estar ocupadas por inclusões rígidas, assim é possível simular até três taxas de cobertura diferentes (1.23%, 2.47% e 4.91%). O movimento de descida do platô é garantido por três parafusos espaçados 120° entre si, e é controlado por três atuadores elétricos. Três motores garantem uma velocidade de descida constante, medida por dois sensores: um posicionado sob o centro e o outro sob a borda do platô, próximo a um dos parafusos. As inclusões rígidas são cilíndricas e confeccionadas em aço inoxidável, com 25 mm de espessura e 426 mm de comprimento. Neste estudo, nove das 61 inclusões são instrumentadas com transdutores de força, tornando possível a medição das forças nelas atuantes. Para menores taxas de cobertura, um transdutor de tensão é instalado em uma abertura não ocupada por inclusão rígida. De modo a simular uma sobrecarga atuando na superfície do aterro, um reservatório com uma membrana de borracha é posicionado sobre o aterro e preenchida com água em voo. Neste trabalho, a altura de água utilizada foi de 40 cm,resultando em uma sobrecarga de 80 kPa a 20g. Quatro hastes de aço com transdutores de deslocamento são posicionadas dentro do reservatório, tocando o fundo da membrana de borracha, em repouso sobre o aterro. As hastes cumprem o papel de medir os deslocamentos no topo do aterro, devido ao deslocamento do platô, assim permitindo o cálculo do recalque diferencial (ρ), que é definido como a diferença de deslocamento entre o sensor de deslocamento central e o sensor mais distante na diagonal. Na Figura 3 é possível visualizar o arranjo dos sensores e das inclusões rígidas para ambas as taxas de cobertura utilizadas neste estudo. A Figura 4 ilustra parte dos equipamentos mostrados acima, instalados na centrífuga. A B C D E F G H I 9 8 7 6 5 4 3 2 1 A B C D E F G H I 9 8 7 6 5 4 3 2 1 a = 2,47 % s= 141 mm a = 4,91% s= 100 mm Transdutores de força Pressão total Sensor de deslocamento do platô Inclusões não instrumentadas Sensores de recalque Perfurações fechadas do platô a) b) Figura 3. Posicionamento dos sensores. Membrana de borracha Tubo metálico Anel para aterro Platô móvel Camada de geossintético Hastes metálicas com LVDTs Viga Figura 4. Esquema com dispositivos instalados na centrífuga. 3 MATERIAIS E PROCEDIMENTOS 3.1 Reforço de Geossintético Para satisfazer as leis de escala, um geossintético Geolon PP25 bidirecional de polipropileno, com módulo elevado, fabricado pela TenCate Bidim, foi escolhido. Para posicionar as camadas de geossintético, pré-tensionadas ou não, um quadro metálico é utilizado. Este quadro metálico consiste de duas partes que sobrepostas fixam o geossintético por pressão, garantindo uma tensão uniforme. As dimensões do quadro são de 640 por 640 mm, e dois quadros podem ser sobrepostos, de modo que dois geossintéticos possam ser instalados, espaçados 10 mm entre si. Pré-tensão é aplicada através de uma mesa especialmente desenvolvida, com cilindros rolantes em cada lado. O geossintético é posicionado sobre a mesa e quatro pesos são a ele pendurados, um em cada lado, garantindo a pré-tensão desejada. As características mecânicas do geossintético fornecidas pelo fabricante estão resumidas na Tabela 1. Tabela 1. Propriedades de fábrica do geossintético. Caracterís- ticas Mecânicas Modelo Protótipo produção transversa l produção transversal Resistência à tração (kN/m) 25 25 500 500 Resistência à 5% de deformação (kN/m) 7,5 10 150 200 Deformação à tração máxima (%) 18 12 18 12 3.2 Aterro Granular O aterro granular é preparado no platô móvel e simula a plataforma de transferência de cargas, distribuindo as tensões sobre o aterro para as estacas. O aterro granular é preparado diretamente sobre o platô ou geossintético (quando usado) na centrífuga. A quantidade de areia utilizada é medida, de modo a verificar sua densidade. A areia utilizada para simular o comportamento do aterro é uma areia de Hostun, usada em diversos estudos anteriores no IFSTTAR (Baudouin et. al., 2008). 3.3 Procedimento Experimental De maneira a estudar a influência do geossintético em aterros estaqueados, três alturas de aterro (35, 50 e 90 mm em escala de modelo, correspondendo a 0.70 m, 1.0 m e 1.80 m em escala protótipo) e duas taxas de cobertura (2,47 e 4,91%) foram testadas sem incorporação de geossintético, servindo como testes referenciais. Os mesmos testes foram então refeitos com uma e duas camadas de geossintéticos, com e sem pré-tensão. O nível de pré-tensão foi escolhido com base na máxima tensão de tração, e valores arbitrários de 0,2 e 1% foram escolhidos de modo a manter as deformações próximas ao observado no campo. A influência de uma ou duas camadas de geossintético também foi investigada. As duas camadas de geossintéticos possuíam um espaçamento de 10 mm em escala de modelo, ou seja, 20 cm em escala protótipo, aproximadamente uma camada compactada de solo em campo. 4 RESULTADOS Dos dados coletados durante os testes, dois parâmetros essenciais foram analisados: a eficiência do sistema e o recalque diferencial no topo do aterro. Os parâmetros serão analisados através de comparações diretas com as quatro variáveis: intensidade da pretensão do geossintético (T), número de geossintéticos (L), alturas de aterro (Hat) e taxas de cobertura (α). O deslocamento do platô (∆w) será apresentando normalizado em relação ao diâmetro das inclusões rígidas (a), e o recalque diferencial (ρ) é normalizado em relação ao vão livre entre as inclusões (s’). Para a análise do recalque diferencial, serão plotados apenas os valores referentes a um deslocamento do platô normalizado igual a -0,4. 4.1 Influência da pré-tensão do geossintético Como se pode verificar na Figura 5, a pré- tensão apresenta pouca influência na eficiência, e pequenas variações são observadas nos gráficos, os quais apresentam traçados muito semelhantes. Isto pode estar relacionado aos baixos valores de pré-tensão aplicados, visto que o esperado era de que maiores valores de pré-tensão levariam a maiores valores de eficiência. 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 -0,6-0,5-0,4-0,3-0,2-0,10,0 Razão ∆w/a T0 T1 T2 1 Geossintético α = 4,91% Hat = 90 mm Hat = 50 mm Figura 5. Influência da pré-tensão na eficiência. Quanto ao recalque diferencial, Figura 6, verificou-se que a influência da pré-tensão foi razoavelmente pequena, e que de maneira geral recalques menores ocorreram para os casos onde pré-tensão era aplicado. -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Percentagem da tensão máxima (%) Hat = 35 mm / α = 4,91% / L1 Hat = 35 mm / α = 2,47% / L1 Hat = 50 mm / α = 2,47% / L1 Hat = 90 mm / α = 4,91% / L1 0% 1%0,2% Figura 6. Influência da pré-tensão no recalque diferencial. 4.2 Influência do número de geossintéticos A adição de uma camada de geossintético deve melhorar a eficiência do sistema, pois auxilia no desenvolvimento de efeito membrana, redirecionando as cargas do aterro para as estacas. Na Figura 7 é possível verificar que a inclusão de uma camada de geossintético eleva a eficiência para todos os casos estudados. Para a maior taxa de cobertura a eficiência atinge valores superiores a 90% em grandes deslocamentos do platô. É especialmente interessante notar o desenvolvimento dos efeitos membrana e arqueamento. A eficiência começa a aumentar conforme o arqueamento se desenvolve, mas assim que o arqueamento cessa a eficiência cai. O problema é claramente evitado se geossintéticos são empregados. A utilização de uma segunda camada de geossintético já não é tão influente, e melhorias mais modestas são verificadas, especialmente para a menor taxa de cobertura. 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 -0,6-0,5-0,4-0,3-0,2-0,10,0 ∆Razão w/a α = 4,91% Sem Geossintético Um Geossintético Dois Geossintéticos α = 2,47% Figura 7. Influência do número de geossintéticos e taxa de cobertura na eficiência. O recalque diferencial foi influenciado de uma maneira mista (Figura 8). Ambos os testes com aterros de 35 mm apresentaram recalques que cresciam e então decresciam. Testes com aterros de 50 mm apresentaram recalques crescentes com cada camada extra de geossintéticos. Aterros com 90 mm se comportaram de maneira inversa, e um padrão de queda seguido de aumento foi observado. -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 0 1 2 Número de geossintéticos Hat = 35 mm / α = 2,47% Hat = 35mm / α = 4,91% Hat = 50 mm / α = 2,47% Hat = 50 mm / α = 4,91% Hat = 90 mm / α = 2,47% Hat = 90 mm / α = 4,91% Figura 8. Influência do número de geossintéticos no recalque diferencial. 4.3 Influência da taxa de cobertura A taxa de cobertura apresentou grande influência na eficiência, como é possível verificar na Figura 7, onde para todos os casos maiores taxas de cobertura levaram a melhores eficiências. A configuração com maior taxa de cobertura sem geossintético apresentou queda de eficiência após determinado deslocamento do platô, resultando em eficiência inferior a configuração com menor taxa de cobertura e uma camada de geossintético. Em relação ao recalque diferencial, na Figura 9 é verificado que maiores taxas de cobertura levam a um aumento no recalque em aterros de 35 mm (com e sem geossintético), e em aterros de 50 mm (sem geossintético). Já para os casos de aterro de 50 mm (com geossintético) e aterros de 90 mm (com e sem geossintético) o recalque diminui para maiores taxas de cobertura. -5 0 5 10 15 20 25 30 2,47 4,91 6.13 Taxa de cobertura (%) Hat = 35 mm / L0 Hat = 35 mm / L1 Hat = 50 mm / L1 Hat = 50 mm / L0 Hat = 90 mm / L1 Hat = 90 mm / L0 Figura 9. Influência da taxa de cobertura no recalque diferencial. 4.4 Influência da altura do aterro A Figura 10 apresenta a variação da eficiência para as três alturas de aterro e condições com e sem geossintéticos. Em todos os ensaios realizados, maiores alturas de aterro levaram a maiores eficiências. Os resultados condizem com o esperado, pois maiores alturas de aterro permitem o maior desenvolvimento do arqueamento nos aterros. Também, nota-se que o aumento da altura do aterro impede com que ocorra um decréscimo da eficiência com o desenvolvimento do recalque. Ainda, é possível verificar que o aumento da espessura do aterro foi especialmente importante para ensaios sem reforço com geossintético, nos quais ganhos de eficiência de até 50% foram verificados. 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 -0,6-0,5-0,4-0,3-0,2-0,10,0 Razão ∆w/a Hat = 35 mm / L0 Hat = 50 mm / L0 Hat = 90 mm / L0 Hat = 35 mm / L1 Hat = 90 mm / L1 Hat = 50 mm / L1 Figura 10. Influência da altura de aterro na eficiência. Em relação ao recalque diferencial (Figura 11), é clara a influência da espessura do aterro, como era de se esperar, e reduções de até 10% podem ser verificadas. Esta redução está ligada a formação do arqueamento, que faz com que a camada mais superficial do aterro se deposite sobre os arcos formados, assim diminuindo drasticamente os recalques. A ocorrência do efeito membrana combinado ao arqueamento, resulta em um sistema ainda mais eficiente, e leva a recalques ainda menores, como pode se verificar. -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 35 50 90 Altura do aterro (mm) α = 2,47% / L0 α = 2,47% / L1 α = 4,91% / L0 α = 4,91% / L1 Figura 11. Influência da altura de aterro no recalque diferencial. 5 CONCLUSÕES Este trabalho apresentou um estudo paramétrico de aterros estaqueados reforçados com camadas geossintético, realizado através de modelagem em modelos centrífugos de pequena escala. Quatro variáveis principais foram analisadas: número de geossintéticos (nenhum, um ou dois), níveis de pré-tensão (0%, 0,2% e 1% da máxima resistência a tração), taxa de cobertura (2,47 e 4,91%), e três alturas de aterro (35, 50 e 90 mm). Os resultados indicaram que a pré-tensão do gossintético apresentou pouca influência na eficiência. Também foi observado que a inclusão de uma camada de geossintético melhora a eficiência, especialmente para as menores alturas de aterro adotadas (35 mm em escala de modelo). Porém, a inclusão de uma segunda camada de geossintético não melhorou a eficiência tanto quanto foi verificado na inclusão da primeira, e apenas pequena melhora foi observada. A taxa de cobertura sempre se mostrou positiva em relação a eficiência, e sempre que maiores taxas de cobertura foram empregadas, maiores eficiências foram atingidas. O efeito do arqueamento foi facilmente identificado na análise da altura de aterro, e aterros de maior espessura apresentavam eficiências maiores e de crescimento constante. Em relação aos recalques diferenciais, estes diminuíram consideravelmente com maiores alturas de aterro, mas foram pouco influenciados pela presença de geossintético e diferentes pré-tensões a ele aplicadas. AGRADECIMENTOS Os autores estão satisfeitos de fazerem parte da cooperação entre a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ/COPPE) e o Institut Français des Sciences et Technologies des Transports, de l´Aménagement et des Réseaux (IFSTTAR). Os autores são também gratos ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pelas bolsas de estudo, e ao Instituto Geotécnico de Reabilitação do Sistema Encosta-Planície (INCT-REAGEO). REFERÊNCIAS Abusharar, S. W., Zheng, J.-J., Chen, B.-G., Yin, J.-H. 2009. A simplified method for analysis of a piled embankments rein-forced with geosynthetics. Geotextiles and Geomembranes 27, 39-52. Aslam, R., Ellis, E. A. 2010. Centrifuge modeling of piled embankments. Physical modelling in geotechnics. Taylor & Francis. Baudouin, G., Rosquoet, F., Canou, J., Dupla, J. C., Thorel, L., Rault, G., Andria-Ntonina, I. 2008. Caractérisation mécanique d’un mélange de sables d’Hostun. 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